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DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

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DIDÁTICA E METODOLOGIA 
DO ENSINO SUPERIOR 
 
 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
SUMÁRIO 
1 ORIGEM DA DIDÁTICA .........................................................................................3 
2 O QUE É DIDÁTICA? ............................................................................................4 
3 O PAPEL SOCIAL E EDUCACIONAL DA DIDÁTICA.........................................10 
4 PERSPECTIVAS TEÓRICAS E PRÁTICAS DA DIDÁTICA................................14 
5 O PROFESSOR E SEU TRABALHO..................................................................16 
6 O PLANEJAMENTO ESCOLAR..........................................................................20 
7 ORGANIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM: OS PLANOS DE AULA E OS PROGRAMAS DE 
APRENDIZAGEM.....................................................................................................308 
OS OBJETIVOS DE ENSINO, OS CONTEÚDOS ESCOLARES E AS 
ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM.....................................................35 
9 AS INTERAÇÕES EM SALA DE AULA: O PAPEL DOS PROFESSORES E DOS 
ALUNOS..................................................................................................................42 
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................53 
11 REFERÊNCIAS...................................................................................................56 
 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
1. ORIGEM DA DIDÁTICA 
 
Fonte: Freepik.com 
 
Classicamente, a Didática é uma uma disciplina de natureza pedagógica 
aplicada e orientada para as finalidades educativas. Ela está comprometida com as 
questões concretas da docência e com as expectativas e os interesses dos alunos. 
Assim, ela requer um espaço teórico-prático a fim de compreender a 
multidimensionalidade da docência, entendida como o ensino na prática. 
Porém, para que esse conceito fique claro, é preciso retorma a origem da 
didática. Loannes Amus Comenius, mais conhecido como Comênio (1592 – 1670) 
publicou, em 1657, uma obra denominada Didactica Magna. Comenius foi o último 
bispo da Igreja Hussita e tornou-se um inovador no que tange os métodos de ensino 
porque aconselhava o aprendizado contínuo, por toda a vida, bem como o 
desenvolvimento do pensamento lógico em vez da simples memorização; o que o 
tornou também um dos primeiros defensores da universalidade da educação - ou 
seja, defendia o acesso à educação para todos em uma época em que só a nobreza 
e o clero tinham meios para buscar tal recurso. 
Dessa forma, comenius foi considerado o criador da Didática Moderna e um 
dos maiores educadores do século XVII. Ele pregava uma teoria humanista e 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
espiritualista da formação do homem, embasado no respeito ao estágio de 
desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem. Isso quer dizer que o 
estudioso defendia que a construção do conhecimento se dá por meio da 
experiência, da observação e da ação, além de basear a educação no diálogo e 
acreditar na importância da interdisciplinaridade, da afetividade do educador em 
relação aos educandos e de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre 
e ecológico. 
Dessa maneira, Comenius propôs algumas ações que ainda são usadas por 
algumas instituiçõs de ensino que conhecemos atualmente. São elas: 
 coerência de propósitos educacionais entre família e escola; 
 desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito científico; 
 formação do homem religioso, social, político, racional, afetivo e moral. 
Ordenado pastor da igreja dos Morávios em 1616, aos 24 anos mudou-se 
para Fulnek, capital da Morávia - região conturbada por uma rebelião nascida de 
disputas entre católicos e protestantes, estopim da Guerra dos Trinta anos. Após ser 
expulso de sua terra natal em função dessa guerra político-religiosa, em meados de 
1628 Commenius percorre a Europa e dá continuidade aos seus projetos científicos 
e educacionais, alimentando e divulgando seu sonho reformista por meio da 
Pansophia (ciência universal; toda a sabedoria humana) para promover a harmonia 
entre os indivíduos e as nações. A educação idealizada por Commenius constitui 
uma forma de organização do saber, um projeto educativo e um ideal de vida. 
Neste sentido, Commenius desenvolveu seu método didático, que 
compreendia três pilares: compreensão, retenção e práticas. Isto é, no que toca a 
compreensão, não se deve abandonar nenhum assunto até o seu perfeito 
entendimento; já a retenção abrange explicar primeiro os princípios gerais de 
maneira direta e clara; e o que tange à pratica, qualquer coisa que se ensine deverá 
ser ensinada em sua aplicação prática, no seu uso definido, onde tudo o que se 
deve saber deve ser ensinado de forma que se dê a devida importância às 
diferenças que existem entre as coisas, valorizando o ensino da verdadeira natureza 
das coisas e partindo de suas causas. 
No contexto de uma sociedade de economia agrário-exportadora-dependente, 
explorada pela Metrópole – cenário do colonalismo - , a educação não era 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
considerada um valor social importante. A tarefa educativa estava voltada para a 
catequese e instrução dos indígenas, mas, para a elite colonial, outro tipo de 
educação era oferecido. O plano de instrução era consubstanciado no Ratio 
Studiorum, cujo ideal era a formação do homem universal, humanista e cristão. A 
educação se preocupava com o ensino humanista de cultura geral, enciclopédico e 
alheio à realidade da vida de Colônia. Esses eram os alicerces da Pedagogia 
Tradicional na vertente religiosa que, de acordo com SAVIANI (1984, p. 12), é 
marcada por uma “visão essencialista de homem, isto é, o homem constituído por 
uma essência universal e imutável”. A essência humana é considerada criação 
divina e, assim, o homem deve se empenhar para atingir a perfeição, “para fazer por 
merecer a dádiva da vida sobrenatural”. (Ibid., p. 12). A ação pedagógica dos 
jesuítas foi marcada pelas formas dogmáticas de pensamento, contra o pensamento 
crítico. Privilegiam o exercício da memória e do desenvolvimento do raciocínio; 
dedicavam atenção ao preparo dos padres-mestres, dando ênfase à formação do 
caráter e sua formação psicológica para conhecimento de si mesmo e do aluno. 
 
Fonte: Freepik.com 
Sendo assim, em sua Didática Magna (1657), Commenius elabora uma 
proposta de reforma da escola e do ensino lançando o conceito de“Didática”. Daí a 
origem do termo, que vem expressão grega "techné didaktiké", que se traduz por 
“técnica de ensinar” de maneira que as bases necessárias para uma pedagogia que 
prioriza a “arte de ensinar”, hoje conhecida e amplamente divulgada como 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
DIDÁTICA, foi criada em oposição ao pensamento pedagógico da época que era 
voltado para a educação sistemática, privilegiando alguns e cumprindo a função 
conservadora da instituição social. 
 
2. O QUE É DIDÁTICA? 
 
 
Fonte: Freepik.com 
 
A palavra didática, como foi dito no capítulo anterior, deriva da expressão 
grega techné didaktiké, que se traduz por arte ou técnica de ensinar - expressão 
que foi consagrada através de Comênio quando escreveu a Didática Tcheca, obra 
esta que foi traduzida para o latim (1633) com o título Didactica Magna: tratado 
universal de ensinar tudo a todos (publicada em 1657). Esta obra é considerada um 
marco significativo no processo de sistematização da Didática, popularizando-se na 
literatura pedagógica porque o adjetivo Magna expressa o caráter universal das 
conquistas do homem no início da Idade Moderna. Já o termo tratado refere-se a um 
conjunto de princípios que orientariam o novo ensino, adquirindo a amplitude 
necessária dos conhecimentos sociais para que fossem ensinados.Por fim, uma 
didática para ensinar tudo a todos (mulheres, homens, crianças e jovens, não 
privilegiando somente os filhos da nobreza. (GASPARIN, 2004). 
Com o propósito de esclarecer algumas linhas de pensamento sobre os 
conceitos gerais que norteiam a didática, alguns estudiosos ganham destaque 
quanto à sua conceituação. Candau (1988) defende que o objeto de estudo da 
didática é o processo de ensino-aprendizagem. Toda proposta didática está 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
impregnada, implícita ou explicitamente, de uma concepção do processo de ensino-
aprendizagem, definido como um sistema de trocas de informações entre docentes e 
alunos, que deve ser pautado na objetividade daquilo que há necessidade que o 
aluno aprenda. Moura (2001) define a didática como um elemento da formação do 
professor. Regula, num sentido amplo, o comportamento de ser professor com 
ênfase nos saberes de cunho disciplinar, como também pode ser compreendido na 
perspectiva de "fazer aprender alguma coisa a alguém", cuja postura é considerada 
mais pedagógica e envolve a pluralidade de saberes que um docente deve ter. Já 
Azzi e Caldeira (1997) concordam que a didática é uma disciplina que, tendo como 
ponto de partida a reflexão sobre uma prática, ou, mais especificamente, o processo 
de ensinoaprendizagem, busca, na compreensão deste, elementos que subsidiem a 
construção de projetos de ação didática, ou seja, o processo de ensino e de 
aprendizagem não é uma atividade neutra ou destituída de intencionalidade, já que 
em qualquer nível de ensino em que ocorra, nos encaminha à compreensão de que 
há todo um estatuto político e epistemológico que dá suporte ao processo de ensinar 
e de aprender que acontece na prática pedagógica. 
Outra pesquisadora que ganhou destaque no tema foi Castro (2001), que 
acredita que ensinar algo é sempre desafiar o interlocutor a pensar sobre algo. Ela 
diz também que toda a didática apoia-se no conceito de ensino e tem como um dos 
seus propósitos a orientação do ensino e, para tal, necessita recorrer à reflexão de 
caráter teórico e à pesquisa científica. Acresce-se aqui que Libâneo (1994) conceitua 
a didática como uma disciplina pedagógica Seu objeto é o ensino como mediação da 
relação ativa dos alunos com o saber sistemático, preocupando-seassim, com os 
processos de ensino e aprendizagem em sua relação com as finalidades 
educacionais. E, por último, temos Pimenta (2008), que estabelece a didática como 
uma uma área da Pedagogia que tem no ensino seu objeto de investigação. Ela 
defende que o ensino deve ser entendido como uma prática social complexa, sendo 
que considerá-lo como uma prática educacional em situações historicamente 
situadas significa examiná-lo nos contextos sociais nos quais se efetiva. 
Em outras palavras, todas essas teorias e autores que compõem as linhas de 
pesquisa da didática foram e serão necessários para compreender as mudanças e 
os novos desafios postos à didática hoje, sobretudo quando se fala de Didática no 
Ensino Superior, uma vez que parte dos professores que atuam nesse espaço 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
consideram a didática como inócua ou irrelevante. Isto é, a julgam importante 
apenas no domínio dos conteúdos para o bom fazer docente (CANDAU, 2012, p. 
13). No entanto, é necessário, primeiramente, ter claro que a Didática é 
conceitualmente conhecida como uma teoria do ensino e, enquanto teoria do ensino, 
sua tarefa é compreender o funcionamento do ensino em situação, suas funções 
sociais e suas implicações estruturais, bem como realizar uma ação autoreflexiva 
como componente do fenômeno que estuda porque é parte integrante da trama do 
ensinar (PIMENTA; ANASTASIOU, 2010, p. 48-49). 
Assim, o objeto da didática é o ensino de forma não fragmentada em toda sua 
complexidade e plenitude, que precisa ser compreendido não de maneira 
despropositada, mas tendo como finalidade a aprendizagem. A Didática não tem 
uma função prescritiva, normativa ou meramente instrumental, mas se apresenta 
como um estudo e uma disciplina que propõe criar as condições de ensino e 
aprendizagem dentro de contextos sociais específicos, compreendendo o ensino 
como uma prática social viva, capaz de promover a inclusão social e a emancipação 
humana e política dos indivíduo. 
Nesse sentido, o propósito da Didática vem sendo trabalhado e discutido por 
pesquisadores no Brasil e, em muitos países do mundo, numa perspectiva mais 
crítica, com a finalidade de reforçar seu objetivo enquanto teoria do ensino, “como 
prática educativa intencional, estruturada e dirigida a outros” (FARIAS, 2014, p. 18). 
Desse modo, a Didática não pode ser compreendida apenas como uma teoria do 
ensino, mas como uma teoria da prática e do ensino. 
Assim, o enfoque da Didática é o de trabalhar no sentido de ir além dos 
métodos e técnicas, procurando associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-
forma, técnico-político, ensino-pesquisa, professor-aluno. Ela deve contribuir para 
ampliar a visão do professor quanto às perspectivas didático-pedagógicas mais 
coerentes com nossa realidade educacional ao analisar as contradições entre o que 
é realmente o cotidiano da sala de aula e o ideário pedagógico, calcado nos 
princípios da teoria liberal e arraigado na prática dos professores. É a Didática que 
abre o caminho para retirar o conhecimento teórico do professor e colocá-lo a 
serviço de seus alunos, apontando qual caminho melhor se adequa ao objetivo do 
professor no trabalho que fará sobre determinado assunto, local e público. È preciso 
dizer também que a Didática auxilia no processo de politização do futuro professor, 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
de modo que ele possa perceber a ideologia que inspirou a natureza do 
conhecimento usado e a prática que ele desenvolverá. 
 
Fonte: Freepik.com 
Por conseguinte, a Didática, num âmbito mais crítico, procura compreender e 
analisar a realidade social onde está inserida a instituição de ensino em que será 
oferecida a prática do ensino numa tentativa de superar o intelectualismo formal, 
bem como evitar os efeitos de uma espontaneidade exagerada das revoluções 
propostas pela Escola Nova. O que ela busca é desmobilizar as propostas do 
tecnicismo e recuperar as tarefas especificamente pedagógicas que ficaram 
desprestigiadas com a prática comum de reproduzir conteúdos sem dar seu 
verdadeiro signicado, oferecendo mudanças no modo de pensar e agir do professor. 
Segundo Pimenta (2015, p. 89), “ensinar é organizar intencionalmente as 
condições para sua realização de modo que desenvolva o exercício da crítica para 
transformação das condições sociais vigentes”. Assim sendo, o ato de ensinar não 
pode se desvincular das condições sociais, políticas e históricas onde o ensino 
acontece. O sentido que está sendo ensinado deve gerar, nos estudantes, uma 
atitude crítica, isto é, autorreflexiva decorrente do processo de aprendizagem, 
possibilitando a superação das desigualdades e a emancipação social e humana. 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
Em vista disso, o professor deve ter presente a necessidade de democratizar 
o ensino, concebido como um processo sistemático e intencional de transmissão e 
elaboração de conteúdos culturais e científicos. É preciso entender, portanto, que 
não se separa a teoria da prática docente porque o diálogo entre conhecimento e 
ação não caminham separadamente, de dorma que essa postura faz com que os 
professores se reconheçam como atores e não apenas expectadores cegos ou 
meros consumidores de estoques de técnicas e conhecimentos a serem 
transmitidos. Do mesmo modo, faz com que os estudantes se percebam como 
sujeitos crítico-ativos e consigam atribuir sentido aos conteúdos estudados. Mesmo 
que a Didática, por si, não seja condição suficiente para a formação do professor 
critico, o reconhecimento da importânciada Didática enquanto disciplina é 
necessária à formação dos professores. 
3. O PAPEL SOCIAL E EDUCACIONAL DA DIDÁTICA. 
 
Fonte: Freepik.com 
 
De fato, convém perguntar como aprenderam os nossos antepassados, 
entregues a professores leigos, cuja preocupação maior era a competência 
conteudística, a manutenção do respeito à cátedra, que do alto do seu tablado 
despejava sobre os alunos seu saber irrefutável. Entretanto, o papel social da 
didática vêm dar novos significados á esse caminho tão complexo que é a arte de 
ensinar. 
Para tal, esclareceremos algumas vertentes da pedagogia, até chegarmos à 
Pedagogia Crítica, para entendermos como se dá o papel social da didática no 
processo de ensino-aprendizagem. A Pedagogia Tradicional revela um período em 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
que a educação era principalmente de cunho religioso, que tinha como objetivo o 
trabalho de transcender o homem para ser o melhor de si. Sua ênfase de ensino era 
de sobrepor a teoria à prática, o que colocava o professor como centro do ensino, 
“detentor do saber” e onde o foco era a exposição mecânica do conteúdo, 
considerado por vezes enciclopédico. Além do mais, os conteúdos eram separados 
das experiências do cotidiano dos alunos e não estavam de acordo com as 
realidades sociais, e o conhecimento era apenas uma forma de doutrinação. Já a 
Pedagogia Renovada, ou Escola Nova, colocou seu foco no ideal educativo do 
“aprender a aprender”, ou seja, possuía um conjunto de ideias que privilegia a 
dimensão técnica do processo de ensino que se valem da experiência do aluno 
durante a construção do conhecimento. Apesar de inovadora, essa vertente ainda 
ignora os contextos sócio-politico-econômico, e o papel do professor era o de mero 
auxiliar, se necessário fosse, alguma intervenção., e esta era para ajudar o aluno a 
reencontrar seu raciocínio. A esse respeito Veiga (1989, p. 51) menciona que 
“devido à predominância da influência da Pedagogia Nova na legislação educacional 
e nos cursos de formação para o magistério, o professor acabou por absorver o seu 
ideário”; pois muitos educadores ainda sofrem forte influência desta tendência 
pedagógica, já que ela é difundida em larga escala em cursos de licenciatura. 
Outrossim, a Pedagogia Tecnicista se conceitua “ no produto final do ensino, 
que é mais importante que o aluno ou o professor, uma vez que tem como 
preocupação básica a eficiência e a eficácia do processo de ensino. Nessa visão, o 
processo é que define o que professores e alunos devem fazer, quando e como 
farão, colocando a escola como um meio de produzir indivíduos para o mercado do 
trabalho. Aqio, o papel do professor é a de transmitir as matérias, aproximando-se 
assim da pedagogia tradicional. O que vai diferenciá-las é que a primeira vê o 
professor como mero transmissor do conhecomento; e a segunda, coloca o 
professor como detentor absluto do conhecimento. 
Finalmente, chegamos à Pedagogia Crítica, que valoriza a escola como parte 
de um contexto social num todo como uma forma de transformação da sociedade 
através da educação e da democracia. Para Saviani (2012, p.10) ela “recupera a 
unidade da atividade educativa no interior da prática social articulando seus 
aspectos teóricos e práticos que se sistematizam na pedagogia concebida ao 
mesmo tempo como teoria e prática da educação”. Além disso, há, na pedagogia 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
crítica a vontade coletiva de reformar as escolas e de desenvolver modos de prática 
pedagógica em que professores e alunos se tornem agentes críticos que questionem 
ativamente os conhecimentos que são ofertados e negociem a relação entre teoria e 
prática, entre a análise crítica e o senso comum e entre a aprendizagem e a 
transformação social. 
Nessa perpectiva, não há como desassociar o contexto sócio-politico-
econômico e cultural do aluno, pois se assim o fizer, não haverá um significado real, 
humano e social ao que é ensinado. É nesse ponto que se coloca o Papel Social e 
Educacional da didática, pois somente dentro dessa visão se abrem as possibilidade 
de enencontramos uma Didática preocupada com o trabalho docente, com a tarefa 
do ensino e com a aprendizagem do aluno, pautada na ressignificação e se 
apresenta com características diversas que vão de acordo com os momentos 
históricos, políticos e sociais em que o aluno está inserido. 
 
Fonte: Freepik.com 
Toda essa discussão tem surgido a partir da importância atribuída à formação 
dos docentes nos últimos anos, não só no que se refere aos docentes da Educação 
Básica, mas, sobretudo, no que se refere aos docentes de Instituições de Ensino 
Superior. Toda demanda tem como propósito melhorar a qualidade do ensino, 
promovendo um processo de ressignificação da didática, já que no ensino superior é 
que a pesquisa e o conhecimento científico são construídos para serem aplicados 
em quase todas as àres do conhecimento. Pesquisas apontam que as instituições de 
ensino superior têm se preocupado com o papel social e educacional da didática 
pela mudança no perfil dos alunos que buscam aprimorar seus conhecimentos, 
sendo que este é mais dinâmico depois do surgimento da internet. Isso levou as 
instituições a buscarem profissionais com o perfil mais reflexivo, ligado tanto á 
Pedagogia Crítica quanto ao desenvolvmento social e edicacional da didática, uma 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
vez que essa postura compreende que a prática docente só pode ser efetivamente 
transformada à medida que o professor toma consciência de sua própria prática, 
mobilizando a reflexão sobre a reflexão na ação, isto é, faz o movimento prático-
teórico-prático (PIMENTA, 2011). 
Assim, o professor reflexivo é aquele que consegue elaborar saberes (teorias) 
sobre o ensino, a partir de sua prática, sendo professor e pesquisador, conseguindo 
fazer de sua prática uma atividade teórico-prática. Esse professor, sem sombra de 
dúvidas, consegue ressignificar sua prática docente, transformando a epistemologia 
da didática enquanto disciplina, diante dos desafios sociais e políticos da atualidade. 
Portanto, cada professor, em sua prática docente, pode agir de forma autônoma, 
contribuindo para uma ressignificação do papel social e educacional da didatica e de 
seu fazer docente, tendo como objetivo “fazer do ensino um processo de 
incorporação e de emancipação social” (PIMENTA, 2011, p. 29). 
 
Fonte: Freepik.com 
4. PERSPECTIVAS TEÓRICAS E PRÁTICAS DA DIDÁTICA 
 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
 
Nos cursos de formação de professores, o que normalmente se encontra é 
uma didática tradicionalista num contexto em que as questões de ensino-
aprendizagem exigem revisões, atualizações e relações com outros campos de 
investigação com a finalidade de propor reflexões sobre as vertentes da pedagogia 
vistos na sessão anterior. Por conseguinte, quase toda a produção científica na área 
de educação não atinge efetivamente professores da educação básica e, em partes, 
do ensino superior, ocasionando a perda das oportunidades de se colocar em prática 
as mudanças significativas na formação inicial e continuada dos docentes. Outra 
séria questão a atingir o campo disciplinar e investigativo da didática é a dispersão e, 
frequentemente, o desacordo, entre educadores, legisladores, políticos, técnicos do 
MEC e Secretarias de Educação, pesquisadores, em relação aos objetivos, funções 
e formas de funcionamento das instituições de ensino. Essa falta de clareza e de 
consenso mínimo sobre critérios de qualidade da boa educação para todos se 
projeta no planejamento de ações dos currículos, nos objetivos do ensino, nas 
formas de organização e funcionamento das escolas, na formação profissional de 
professores e também nas práticas de avaliação. 
Dito isso, ressalta-se que a profissão docente, assim como suas 
características, a formade desempenhá-la, sua importância e as exigências que 
recaem sobre ela, variam de acordo com as diferentes concepções e valores 
atribuídos à educação, ao ensino e à aprendizagem nos variados tempos e espaços. 
Compreender a profissão docente pressupõe entender a complexidade do ensino 
como prática social que constitui o seu eixo, de forma a valorizar as perspectivas 
teóricas e práticas da Didática dentro do processo de ensino e aprendizagem numa 
tentativa de diminuitr as divergências sobre os objetivos das isntituições de ensino. 
Nessa perspectiva, a função da educação é transformar sujeitos e mundo em 
algo melhor. O homem só entende o processo de construção do saber quando 
aprende a problematizar suas práticas. Nesse sentido, o objetivo do processo de 
ensino e aprendizado é a formação do aluno, como ele vai ser capacitado, de quais 
formas a escola (entende-se aqui como escola o local que o aluno frenquanta para 
aquisição do saber, podendo esse conceito ser ampliado para qualquer nível de 
ensino – do básico ao superior) pode ajudar em seu processo de desenvolvimento. 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
O papel da escola é mudar o rumo da sociedade por meio da educação, pois a 
finalidade da escola é proporcionar e desenvolver o aluno de forma integral. 
Sendo assim, o professor é a peça chave nesse processo, mesmo não 
deixando de admitir que os alunos adquirem conhecimentos de diversas formas e 
em diversos lugares. É necessário que a prática leve o aluno a refletir, a alcançar 
uma nova visão de mundo para que ele possa, por meio da educação, mudar a sua 
condição visando sempre a evolução e o crescimento. É, portanto, papel do 
professor fazer com que o aluno adquira esses conhecimentos e mediar esse 
processo para que esse o aprenda com objetividade. 
Em outras palavras, a evolução do aprendizado se dá de forma diversificada; 
e é aí que entra o papel do professor, intercedendo sobre o conhecimento prévio que 
o aluno já possui e o conhecimento que será inserido em sala de aula. Isso significa 
que o professor deve estabelecer uma ligação entre o que será ensinado ao aluno e 
relacionar com o conhecimento que o aluno já possui, para que o aluno possa ter 
interesse no que será estudado e, assim, criar uma conexão com a sala de aula e o 
seu dia a dia. 
Segundo Piaget, o desenvolvimento e aprendizagem surgem a partir de dois 
principais princípios: o sujeito que busca o conhecimento de determinado assunto e 
o objeto a ser conhecido pelo sujeito. Para ele, o conhecimento parte da organização 
e sistematização das informações de forma a estruturar e explicar os fatos a partir 
das experiências vivenciadas. O conhecimento acontece a partir da exploração de 
determinado assunto, ou seja, o objeto a ser estudado pelo aluno. 
Dessa forma, ele saberá organizar as informações, problematizar o que está 
sendo abordado e, por meio do levantamento das hipóteses, aprender sobre o 
assunto abordado, uma vez que o problema do aprendizado em sala de aula se 
encontra diretamente ligado ao saber, porque aprender é saber realizar determinada 
ação, e conhecer é ter a compreensão da ação realizada. Além disso, o objetivo 
principal é compreender o processo de ensino e como o professor impacta 
diretamente os alunos por meio de sua forma de ensinar, pois professores e alunos 
estão implicados numa relação social que se materializa na sala de aula mas, 
também, na dinâmica das relações internas que ocorre na escola em suas práticas 
organizativas e institucionais. 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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5. O PROFESSOR E SEU TRABALHO 
 
Fonte: Freepik.com 
Como vimos nas sessões anteriores, a prática educativa era centrada no 
professor. Este repassava os conteúdos num sistema em que os alunos apenas o 
memorizavam, sem qualquer reflexão ou indagação. Ao final, o conteúdo era 
cobrado em forma de uma avaliação que se tornou no fatídico e cultural “dia de 
prova” até hoje temido pelos alunos. Esse tipo de informação, repassada e 
memorizada, destoa completamente da proposta de um novo ensino, ou na “arte de 
ensinar” que a didática propões durante a busca da produção do conhecimento. É 
por isso que a organização didática da aprendizagem deve ser direcionada aos 
alunos de uma maneira em que se garanta sua efetividade, assegurando as 
condições e os modos de viabilizar o processo de conhecimento pelo aluno. 
Sendo assim, o sistema educacional ampliou o número de vagas e permitiu o 
acesso de todos à escola, mas não conseguiu garantir a qualidade de ensino em 
todo o percurso. Atualmente, o trabalho docente está mais extenuante para o 
professor devido à complexidade da diversidade sócio-cultural existente nas classes 
atuais. Ou seja, não é suficiente que o professor saiba o conteúdo de sua disciplina. 
Ele precisa não só interagir com outras disciplinas, como também conhecer o aluno. 
Conhecer o aluno faz parte do papel desempenhado pelo professor pelo fato de que 
ele necessita saber o que ensinar, para que e para quem, ou seja, como o aluno vai 
utilizar o que aprendeu na escola em sua prática social, tornando-se, dessa maneira, 
aquele que liga o sujeito aprendiz ao objeto de conhecimento. Presume-se aí um 
professor que assegura os modos e condições da relação do aluno com o 
conhecimento, já que a profissão de professor combina sistematicamente elementos 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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teóricos com situações práticas reais, já que é no professor que os especialistas em 
educação colocam a responsabilidade por esta reorganização do trabalho 
educacional. 
Diante destas discussões, a profissão docente abrange singularidades que a 
diferencia dos demais profissionais, ou seja, não é suficiente apenas carregar um 
título acadêmico; é preciso dedicação, degrau que não se alcança apenas pelo 
simples querer-ser, mas que só estará disponível quando há compromisso deste 
profissional consigo mesmo, sob uma ação pautada pela ética e pelo compromisso 
de crescer tanto no plano profissional quanto pessoal. 
Isso posto, é preciso compreender que a identidade profissional do professor 
está diretamente ligada à interpretação social da sua profissão. Assim, se considera 
que os movimentos sociais têm intrínseca relação com os projetos educacionais, é 
preciso entender que a escola não é um espaço aleatório, portanto, um cenário onde 
a objetividade se faça presente. Isso implica em dizer, que esta instituição tem uma 
função específica dentro da sociedade em que se encontra inserida. É difícil pensar 
na possibilidade de educar fora de uma situação concreta e de uma realidade 
definida. Por essa razão, a ênfase na prática como atividade formativa é um dos 
aspectos centrais a ser considerado, com conseqüências decisivas para a formação 
profissional (LIBÂNEO, 2013, p.230). 
Com base nessas colocações, a alternativa de crescimento tanto pessoal 
quanto intelectual e profissional do docente abrange perspectivas individuais e 
coletivas, quando as primeiras se justificam pelo posicionamento do próprio “eu”, 
visando ao bem coletivo e as segundas se justificam, mais especificamente, pelos 
índices de colaboração e interação entre os profissionais da classe e sua 
flexibilidade em partilhar experiências, sentimentos, fraquezas, habilidades e 
competências que favoreçam ao corpo escolar, propriamente dito. As qualidades 
necessárias para um bom professor estão nas dimensões que envolvem suas 
qualidades emocionais, políticas, éticas, reflexivas e críticas, sobretudo as de caráter 
do saber. 
De acordo com Fazenda (2008) é importante que o professor tenha quatro 
tipos diferentes de competências, caracterizadas por ele como competência intuitiva, 
onde o professor não se contenta em executar o planejamento elaborado - ele busca 
sempre alternativas novas e diferenciadas para seu trabalho; competência 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIORintelectiva, na qual o professor privilegia todas as atividades que procuram 
desenvolver o pensamento reflexivo; competência prática, em que o professor 
,diferentemente do intuitivo, copia o que é bom, pouco cria, mas, ao selecionar, 
consegue boas cópias, alcança resultados de qualidade e competência emocional. 
Ele trabalha o conhecimento sempre com base no autoconhecimento. Expõe suas 
ideias por meio do sentimento, provocando uma sintonia mais imediata. O espaço 
de aprendizado é, portanto, um meio para a construção da consciência crítica, na 
interligação entre o aprendizado a partir da realidade vivenciada e a interpretação da 
sua condição de exploração. Trata-se de interpretar para transformar e neste ponto a 
educação é a base para os sujeitos refletirem sobre seus processos e sua condição 
como sujeito atuante na sociedade. O trabalho docente, portanto, deve ter como 
referência, como ponto de partida e como ponto de chegada, a prática social; isto é, 
a realidade social, política, econômica, cultural da qual tanto o professor como os 
alunos são parte integrante. 
 
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Mediante o exposto, destaca-se que o desenvolvimento de fontes alternativas 
de informações alterou o papel do professor de transmissor de conhecimentos. Para 
Nóvoa (1995), o professor enfrenta a necessidade de integrar no seu trabalho o 
potencial informativo destas novas fontes, modificando o seu papel tradicional em 
que nada do que transmite pode ser contestado, O professor que nunca teve um 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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aluno como professor desconhece as trocas intrínsecas que ocorrem 
simultaneamente em sala de aula. Concluimoms então que ser professor no século 
XXI é ter conhecimentos teóricos além das disciplinas a que se propõe ministrar e 
uma gama diversificada de práticas de ensino. Ser professor no século XXI é 
desenvolver os conteúdos de modo contextualizado, globalizado e diversificado o 
suficiente para envolver os alunos num projeto de ensino aprendizagem capaz de 
despertar interesse e motivação. Ser professor no século XXI é desenvolver práticas 
de ensino que atendam à diversidade dos processos de aprendizagem dos alunos 
contemplando às necessidades individuais num trabalho coletivo de construção de 
conhecimento. 
6. O PLANEJAMENTO ESCOLAR 
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Ao começar o dia, o homem pensa e distribui suas atividades no tempo: o que 
irá fazer? Como fazer? Para que fazer? Quais métodos serão usados? Nas mais 
simples e corriqueiras ações humanas, quando o homem pensa de forma a atender 
suas metas e seus objetivos, ele está planejando, sem necessariamente criar um 
instrumental técnico que norteie suas ações. Essas observações iniciais estão sendo 
expressas apenas para chamar atenção sobre o aspecto cotidiano da ação de 
planejar e como o planejamento faz parte da vida. Planejar também é uma atividade 
inerente ao trabalho do professor, que exige dele um trabalho de reflexão sobre o 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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ensino e sobre a aprendizagem. Mas, quado dizemos Planejamento Escolar, do que 
estamos falando exatamente? 
O planejamento escolar é um plano elaborado periodicamente para definir as 
atividades futuras da escola. No entanto, além das questões que podem parecer 
meramente burocráticas — como distribuição dos conteúdos pela grade de horários, 
definição das turmas, elaboração do calendário escolar, etc. — esse documento é 
fundamental para entender como a escola pode cumprir sua missão diante de suas 
demandas e obstáculos particulares. Ou seja, é um instrumento didático-pedagógico 
necessário à execução da atividade docente no cotidiano escolar que ajuda na 
organização da atividade profissional do professor como forma de combinar 
qualidade e tempo despendido à construção dos saberes no âmbito escolar. 
Isto é, têm-se reservado ao planejamento a função de direcionar o trabalho 
para que ele aconteça conscientemente, organizando e proporcionando mudanças. 
No campo da educação, o planejamento tem um caráter condicionado a essa 
transformação, pois ao final da execução deste espera-se que o objetivo seja 
alcançado e promova uma mudança de comportamento do aluno frente ao 
conhecimento. 
Em virtude dessa conceituação, não se pode separar o planejar do pensar; 
muito menos do objetivo pretendido com a aula que vai ser colocada em prática. O 
planejamento é um processo que exige organização. O processo contínuo de 
tomada de decisões preocupa-se com o 'para onde ir' e “quais as maneiras 
adequadas para chegar lá”, tendo em vista a situação presente e possibilidades 
futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da 
sociedade, quanto as do indivíduo, preocupando o ambiente e o caminho que será 
percorrido de forma clara e objetiva. Para tal, a sistematização, a previsão, as 
decisões em relação aos objetivos a serem atingidos e a própria organização tanto 
do tempo dedicado à confeção do planejamento quanto a organização do tempo de 
cada aula deve ser considerado no planejamento escolar a fim de garantir a 
eficiência e eficácia de uma ação, quer seja em um nível micro (o plaejamento de 
uma aula isoladamente), quer seja no nível macro (o planejamento de uma 
sequência didática, por exemplo). 
Do ponto de vista educacional, o planejamento é um ato político-pedagógico 
porque revela intenções e a intencionalidade, expõe o que se deseja realizar e o que 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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se pretende atingir. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional não define os 
conceitos de planejamento escolar, mas deixa claro qual é o papel do professor 
nessa ação que faz parte do trabalho docente em seu artigo 13: 
Os docentes incumbir-se-ão de: 
 I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de 
ensino; 
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino; 
III – zelar pela aprendizagem dos alunos; 
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor 
rendimento; 
V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar 
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao 
desenvolvimento profissional; 
VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a 
comunidade (LDBEN 9.394/96) 
Como vimos na citação acima, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, o ato de planejar está presente em todas as etapas de 
organização do tempo escolar que será dedicado a uma aula. Mas qual é, afinal, o 
propósito de se planejar uma aula? Em primeiro lugar, o planejamento serve para 
questionar e precisar o que será ensinado e por quais motivos. Assim, ele esboça as 
intenções da instituição de ensino e do professor, explicitando o que ele espera de 
cada turma ou aluno, direcionando os conteúdos com o objetivo a ser atingido ao 
final do período letivo contemplado no plano. 
Por exemplo, se tempos um pedagogo com uma turma do ensino fundamental 
um num quadro de leitura silabar, e o objetivo do professor é evoluir a leitura dessa 
turma para uma leitura fluente, ele deve assumir todas as tomadas de decisões que 
encaminhem para seu objetivo final. No momento de esclarecer o que será 
ensinado, ou seja, o conteúdo de cada disciplina, para cada ano e em cada etapa, é 
importante basear-se nas diretrizes repassadas pelo MEC — por meio da Base 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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Nacional Comum Curricular (BNCC), por exemplo — e pelas secretarias municipais 
e estaduais. 
Além disso, cabe lembrar que a escola também tem liberdade 
para acrescentar seus próprios projetos e conteúdos no currículo. É sobretudo neste 
ponto que entra a questão do para quê e da própria identidade da escola. Isso 
porque o planejamento não deve limitar-se aos conteúdos curriculares previstos por 
lei,mas deve focar-se ainda em cumprir a missão proposta pela escola em 
seu Projeto Político Pedagógico (PPP), considerando seus valores e o tipo de 
cidadão que pretende formar. A título de esclarecimento, o Projeto Político 
Pedagógico de uma escola, também chamado de PPP, é um documento 
que definirá diretrizes, metas e métodos para que a instituição de ensino consiga 
atingir os objetivos a que se propõe. O PPP visa melhorar a capacidade de ensino 
da escola como uma entidade inserida em uma sociedade democrática e de 
interações políticas. 
Ademais, o documento traz, em detalhes, todos os objetivos, diretrizes e 
ações que devem ser valorizados durante o processo educativo, fim último da 
escola. Nesse sentido, o PPP precisa expressar claramente a síntese das exigências 
sociais e legais da instituição e os indicadores e expectativas de toda a comunidade 
escolar; os valores da instituição; a cultura da escola; sua situação presente e 
caminhos para melhorar os pontos negativos precisa estar demonstrada nesse 
documento. Ele documento tem elaboração anual obrigatória pela legislação, de 
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96). 
Essa obrigatoriedade tem como pano de fundo a possibilidade de que todos os 
membros envolvidos na comunidade escolar tenham acesso ao projeto, podendo 
dele participar e nele interferir sempre que necessário, a fim de que seja fruto de 
uma construção democrática. O PPP funciona como um guia para as ações a serem 
desenvolvidas na escola. 
Com efeito, é importante conhecermos o conceito sobre o PPP porque ele faz 
parte do planejamento escolar, já que esse segue as diretrizes definidas por ele, pois 
há um ponto indispensável no planejamento escolar que contempla tanto a questão 
curricular em si quanto sua finalidade: a necessidade de se considerar a progressão 
dos alunos pelo conhecimento de uma maneira no seu âmbito macroscópico. Isso 
significa não perder de vista, no planejamento de cada série, o panorama de todo 
https://www.somospar.com.br/saiba-o-que-e-o-projeto-politico-pedagogico/
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um ciclo de aprendizado em que cada nova etapa exigirá o domínio de 
conhecimentos prévios. No que tange o planejamento do ensino superior, ao compor 
um plano de ação é importante confrontar e entender as intenções da instituição de 
ensino com a realidade dos alunos que essa atende, insto é, com o seu público, para 
combinar o que se quer fazer com o que é viável e factível. A partir disso, será 
possível decidir como a instuição de ensino superior poderá aproximar-se dos seus 
objetivos sem desconsiderar o seu contexto. 
Elabora-se, então, um documento que se desdobra em vários níveis, 
afunilando-se da instituição de ensino como um todo até o planejamento de cada 
professor em cada turma e disciplina. De maneira mais ampla, definem-se questões 
burocrático-administrativas que afetarão todos os alunos e professores (assim como, 
muitas vezes, a comunidade local), como por exemplo: 
 o calendário geral da instituição; 
 as regras de uso dos espaços coletivos de acordo com a exigência de 
cada curso (pátio, quadras, bibliotecas, laboratórios, entre outros); 
 os projetos de iniciação científica, se assim a instituição os tiver que 
devem contar com a participação de todos os componentes publicados 
em edital específico. 
A seguir, para cada ano, define-se o calendário de avaliações, distribuem-se 
os alunos em turmas e monta-se a grade de horários. Por último, os professores 
devem ser orientados em relação ao cumprimento do currículo, de maneira a deixar 
claro o que se espera de cada um. Formas de avaliação, objetivos não curriculares e 
diretrizes de ação em casos específicos também devem fazer parte do plano. Dessa 
forma, o documento cumpre seu papel como guia para toda a comunidade escolar. 
O que é importante, do ponto de vista do ensino, é deixar claro que o professor 
necessita planejar, refletir sobre sua ação, pensar sobre o que faz, antes, durante e 
depois do momento síncrono da aula. O ensino superior tem características 
peculiares porque objetiva a formação de um profissional que esteja habilitado para a 
profissão que escolheu com competência e honestidade. 
Logo, voltemos à questão inicial. O que significa o planejamento de ensino? 
Por que o professor deve planejar? Quais os procedimentos, os instrumentos, as 
técnicas, os métodos, os recursos e as finalidades pedagógicas do planejamento de 
https://www.somospar.com.br/entenda-importancia-do-calendario-escolar/
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ensino? Ele pode ser considerado um ato político pedagógico? Uma carta de 
intenção? Uma reflexão sobre o saber fazer docente? 
Antes de desenvolver algumas dessas questões, é imprescindível afirmar que 
existem diferentes abordagens sobre o assunto. Tais abordagens se diferenciam 
pela forma como tratam a temática quanto aos seus elementos constitutivos. Assim 
considerado, arrisca-se afirmar que o planejamento do ensino significa, sobretudo, 
pensar a ação docente refletindo sobre os objetivos, os conteúdos, os 
procedimentos metodológicos, a avaliação do aluno e do professor. O tratamento 
que cada abordagem metodológica de planejar abordará explica o processo a partir 
de vários fatores: o político, o técnico, o social, o cultural e o educacional. 
 
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Assim, o planejamento de ensino tem características que lhes são próprias, 
isto, particularmente, porque lida com os sujeitos aprendentes, portanto sujeitos em 
processo de formação humana. Planejar, então, é a previsão sobre o que irá 
acontecer, é um processo de reflexão constante sobre a prática docente, sobre seus 
objetivos, sobre o que está acontecendo, sobre o que aconteceu. Por fim, planejar 
requer uma atitude científica do fazer didático-pedagógico. 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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Mas como planejar? Quais as ações presentes e como proceder do ponto de 
vista operacional, uma vez que é entendido que o planejamento é um processo, um 
ato político pedagógico? O que se pretende desenvolver e qual sociedade que se 
pretende ajudar a construir? 
Em primeiro lugar, as fases, os passos, as etapas, as escolhas, implicam em 
situações diversificadas, que estão presentes durante o acontecer em sala de aula, 
num processo de idas e vindas. Contudo, para efeito de entendimento, indica-se a 
realização de um diagnóstico aqui compreendido como uma situação de análise; de 
reflexão sobre o circunstante, o local, o global. 
Nesse contexto didático-pedagógico é preciso averiguar a quantidade de 
alunos, as condições físicas da instituição, os recursos disponíveis, as possíveis 
estratégias de inovação, as expectativas do aluno, o nível intelectual do público que 
será atendido durante uma aula, as condições pollitico, socio econômico e cultural 
do aluno, a cultura da instituição de ensino superior (valores, diretirzes, normativas 
internas e demais documentos orientadores); enfim, todas condições objetivas e 
subjetivas em que o processo de ensino irá acontecer. Assumindo essas variáveis 
em seu planejamento, o docente será naturalmente encaminhado para a reflexão de 
sua ação educativa naquela instituição e, a partir desse diagnóstico inicial, poderá 
relacionar seus objetivos didáticos com o projeto da universidade e desenvolver uma 
prática formativa eficiente. Lembramos aqui que toda instituição de ensino superior 
tem seu Plano de Ensino, que é um roteiro organizado de unidades didáticas para 
um ano ou semestre composto dos seguintes elementos: 
 justificativa da disciplina; 
 conteúdos; 
 objetivos gerais e específicos; 
 metodologia 
 avaliação. 
Todos esses elementos estão ligados à concepção que a instituição de ensino 
de formação superior e os professores tem como principio básico a função da 
educação, das especificidades das disciplinas eos objetivos sociais e pedagógicos. 
Tais elementos visam a assegurar a racionalização, a organização e a coordenação 
do trabalho docente, de modo que a previsão de suas ações possibilite ao professor 
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a realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e a rotina. Sobre 
esses elementos materializam-se os referenciais político-pedagógicos da prática 
pedagógica dos professores. 
Sendo assim, Vasconcellos (2005), defende que o [..] Plano de Ensino é um 
instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do 
cotidiano [...] de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e que é 
essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a 
ação de todos os agentes da instituição’’(1995, p.143). Podemos dizer que o 
planejamento de ensino é a especificação do planejamento de currículo, onde é 
traduzido em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará na sala 
de aula para conduzir os alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos. 
De posse do Plano de Ensino, o docente irá elaborar sua programação, 
adaptando-a as suas escolhas, inclusive, inserindo a pesquisa nos exercícios 
didáticos, uma vez que a pesquisa científica é a base do ensino superior. Dessa 
forma, o plano de ensino inicia com um cabeçalho para identificar a instituição, 
curso, disciplina, código da disciplina, carga horária, dia e horário da aula, nome e 
contato do professor. Caso a instituição de ensino superior não apresente o projeto 
da disciplina, o professor deverá elaborar observando os seguintes componentes: 
a) Ementa da disciplina – a ementa deve ser composta por um parágrafo 
que declare quais os tópicos que farão parte do conteúdo da disciplina limitando sua 
abrangência dentro da carga horária ministrada. Deve ser escrita de forma sucinta e 
objetiva e deve estar de acordo com o projeto político pedagógico do curso. O 
professor não pode alterar a ementa e uma disciplina sem antes ser aprovada pelo 
Núcleo Docente Estruturante (NDE) de cada curso. 
b) Objetivos da disciplina – De acordo com Gil (2012, p. 37) “representam o 
elemento central do plano e de onde derivam os demais elementos”. Deve ser 
redigido em forma de tópicos devem ser escolhidos entre dois e cinco objetivos para 
se atingir a ementa. Podem ser divididos em objetivo geral e específico. Iniciam com 
verbos escritos na voz ativa e são parágrafos curtos apenas indicando a ação (não 
colocar a metodologia). Os objetivos englobam o que os alunos deverão conhecer, 
compreender, analisar e avaliar ao longo da disciplina. Por isso devem ser 
construídos em forma de frases que iniciam com verbos indicando a ação. Podem 
ser divididos em objetivo geral e específicos. 
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c) Conteúdo programático – o conteúdo programático deve ser a descrição 
dos conteúdos elencados na ementa. É importante esclarecer que o conteúdo 
programático difere do eixo temático pois o conteúdo programático cobre a 
totalidade da disciplina e o eixo temático se aplica a uma parte ou capítulo do 
conteúdo. Deve estar estruturado em seções (ou módulos) detalhando os assuntos 
gerais e específicos que serão abordados ao longo da disciplina contemplados 
dentro da ementa. 
d) Metodologia - A metodologia ou estratégias de aprendizagem como alguns 
autores denominam, esclarecem “os procedimentos que os professores utilizarão 
para facilitar o processo de aprendizagem” (GIL, 2012, p. 38). É importante destacar 
quais os recursos, meios, materiais e procedimentos que serão adotados ao longo 
da disciplina para desenvolvimento das aulas e escolha das estratégias de ensino e 
de aprendizagem, forma de aula, dinâmicas, etc. Na metodologia deve estar explícito 
quais as estratégias metodológicas e didáticas serão usadas pelo professor para 
atingir os objetivos propostos na disciplina. 
e) Avaliação – É importante que o professor deixe claro no plano de ensino 
como ocorrerá a avaliação (preferencialmente formativa, sistemática e periódica), 
indicando claramente os critérios usados, pesos, formas de avaliação, entre outras 
informações pertinentes para que o professor tenha esse instrumento para tomada 
de decisão e o aluno saiba como será avaliado. A avaliação compreende todos os 
instrumentos e mecanismos que o professor verificará se os objetivos estão sendo 
atingidos ao longo da disciplina. Dessa forma, deve ser uma avaliação processual e 
registrada constantemente acerca da aprendizagem do aluno com base nas 
metodologias propostas que podem verificadas por meio da aplicação de exercícios, 
provas, atividades individuais e/ou grupais, pesquisas de campo e observação 
periódicas registrada em diários de classe. 
f) Referências – Cabe ao professor indicar fontes de pesquisa e leitura sobre 
os conteúdos programáticos que serão abordados em sala de aula ao longo da 
disciplina, sejam trabalhos publicados em anais de eventos, ebooks, livros 
impressos, artigos de revistas, entre outros que subsidiarão teoricamente o conteúdo 
programático a ser abordado na disciplina. É importante que o professor selecione 
de três a cinco bibliografias que são básicas para trabalhar ao longo da disciplina e 
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também escolha outras bibliografias complementares para aprofundar os temas 
propostos. 
Esclarecido o conceito e os elementos do Plano de Ensino, de acordo com 
Donald Schon os bons profissionais utilizam um conjunto de processos que não 
dependem da lógica, da racionalidade técnica, mas sim, são manifestações de 
sagacidade, intuição e sensibilidade artística. Schon orienta que se observe estes 
professores para averiguarmos como desenvolvem suas práticas, como fazem e o 
que fazem, de forma a colhermos as devidas lições para nossos programas de 
formação. (SCHON, 2002). 
Contudo, o professor deve refletir didaticamente sobre sua prática para não 
usar da repetição dos mesmos recursos e ficar com medo de inovar. É importante 
que o professor estude sobre as metodologias de ensino e, principalemente no 
momento em que estamos, pesquisar sobre as metodologias ativas que estão sendo 
amplamente usadas nas aulas online desde o ensino básico até o ensino superior. 
Há uma diversidade metodológica que pode ser trabalhada em sem sala de 
aula e/ou numa situação didático-pedagógica, como por exemplo um estudo de 
caso, exposição com ilustração, trabalhos em grupos, estudos dirigidos, tarefas 
individuais, pesquisas, experiências de campo, sociodramas, painéis de discussão, 
debates, tribuna livre, exposição com demonstração, júri simulado, aulas expositivas, 
seminários, ensino individualizado, dentre outros métodos. Com o avanço das novas 
tecnologias, os recursos na área do ensino se tornaram valiosos, principalmente do 
ponto de vista do trabalho do professor e do aluno, não só em sala de aula, mas 
como fonte de pesquisa. Ao planejar, o professor deverá levar em conta as reais 
condições dos alunos, os recursos que ese dispões e na instituição de ensino, a fim 
de organizar situações didáticas em que possam utilizar recursos tecnológicos que 
enriqueçam tanto o trabalho desenvolvido pelo aluno quanto a didática do professor. 
Se o professor considerar o uso da internet em sua metodologia, esses recursos se 
enriqquecem ainda mais, pois o aluno tem mais autonomia para fazer pesquisas 
prévias e interpretar os hipertextos que são próprios desse recurso. 
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7. ORGANIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM: OS PLANOS DE AULA E OS PROGRAMAS DE 
APRENDIZAGEM 
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A Didática é um processo de ensino que caminha lado a lado com os 
objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas de uma aula. È ele quem dita 
a forma como esses processos se relacionam entre si de modoa criar condições 
para o corpo discente proporcionar uma aprendizagem significativa, além de auxiliar 
o professor na direção e orientação das tarefas do ensino aprendizagem. Planejar é 
estudar, organizar e coordenar; ações essas a serem tomadas para a realização de 
uma atividade visando solucionar um problema ou alcançar um objetivo. O 
planejamento auxilia na orientação, organização e concretização daquilo que se 
desejar alcançar. Pode-se dizer que a didática é uma importante aliada ao exercício 
do trabalho profissional porque é ela que auxilia na organização e no 
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem por meio dos planos de aula e 
dos programas de aprendizagem. 
Sendo assim, plano de aula deve ser tratado como um processo primordial ao 
trabalho profissional, pois é um método aplicado para a intervenção profissional, ou 
seja, o profissional deve investigar e analisar a realidade para assim propor uma 
intervenção eficaz. Na educação o plano de aula envolve a integração do professor-
aluno com as relações social-economicas e político-culturais, bem como os 
elementos escolares, objetivos, conteúdos, métodos, com a função de explicitar 
princípios e execução das atividades escolares e possibilitar as ações do professor 
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na realização de um ensino de qualidade, evitando a monotonia e a rotina e o 
desinteresse do processo ensino-aprendizagem. 
Desta feita, o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem possui 
duas dimensões fundamentais, que são as funções relativas à gestão da classe 
(organização dos grupos, definição de regras, procedimentos e sanções 
disciplinares, articulação e sequenciação das atividades, etc.) e o ensino dos 
conteúdos da disciplina (repassar o conteúdo programático, motivar os alunos, 
selecionar e organizar a metodologia, avaliar as aprendizagens, etc.). O ato de 
planejar exige aspectos básicos a serem considerados. Um primeiro aspecto é o 
conhecimento da realidade daquilo que se deseja planejar, quais as principais 
necessidades que precisam ser trabalhadas; para que o planejador as evidencie faz-
se necessário fazer primeiro um trabalho de sondagem da realidade daquilo que ele 
pretende planejar, para assim, traçar finalidades, metas ou objetivos daquilo que 
está mais urgente de se trabalhar dentro do contexto em que se encontra a classe a 
que será direcionada o planejamento a ser confeccionado. (OLIVEIRA, 2007). 
Além do mais, programa de aprendizagem deve conter, ainda que de maneira 
resumida, as decisões pedagógicas do professor a respeito do que ensinar, como 
ensinar e como avaliar o que ensinou. Não se deve esperar que um programa de 
aprendizagem atenda da mesma forma à todas as turmas e todos os professores, 
pois é um instrumento individual de trabalho e deve ser desenvolvido para atingir os 
objetivos de cada turma considerando suas variáveis e particularidades. 
Entretanto, seja o professor experiente ou iniciante, tanto o plano de aula 
quanto o programa de aprendizagem devem conter uma estrutura básica, e sua 
adequação depende de dois critérios: utilidade para o professor e eficácia para que 
os alunos aprendam. Para que cumpra seu papel, o planejamento deve considerar 
três dimensões: 
 Primeira: o plano de aula tem como fundo a aula e a sala de aula. Essa 
aula é parte integrante de um programa de aprendizagem, que, por sua 
vez, integra a proposta pedagógica da escola. Ou seja, a aula nunca é um 
evento isolado. Os objetivos de longo prazo previstos na proposta 
materializam-se a cada dia, em cada aula. 
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 Segunda: a sala de aula é um lugar físico onde os conteúdos previstos 
serão ensinados à turma. Mas não significa estar entre quatro paredes. A 
aula também pode ocorrer em outros ambientes, internos e externos da 
escola. O planejamento do professor pode incluir, por exemplo, projetos a 
serem realizados em casa ou no horário extra aula. 
 Terceira: cada aula deve ser cuidadosamente planejada, ministrada, 
avaliada e revista para permitir o replanejamento da aula seguinte. Sem 
isso, o professor pode chegar ao final do semestre, ou do ano, sem ter 
cumprido o seu plano, e sem condições ou tempo de promover a 
recuperação dos alunos que não acompanharam o andamento do 
programa. 
Assim, a ação de ensinar, mais do que “passar conteúdo”, consiste criar 
situações de interlocução, cooperação e diálogo entre professor e alunos , de modo 
que eles consigam absorver e operar a prática dos conceitos trabalhados, 
desenvolvendo, dessa forma, as capacidades intelectuais necessárias para assimilar 
e utilizar com êxito os conhecimentos. 
 
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A organização e o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem 
trabalhado pelo professor começa a compreender que a tarefa da escola 
contemporânea não consiste em dar aos uma soma de fatos conhecidos, e sim, 
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ensiná-las de forma eficiente, usando os programas de aprendizagem e os planos de 
aula para ultrapassarem o conteúdo. Isto significa que a escola deve ensinar os 
alunos a pensar, a desenvolver a análise crítica, a independência em suas ações e 
organizar um ensino que impulsione o desenvolvimento não só científico, como 
também a formação do aluno como pessoa. 
Em outras palavras, para aprender a pensar e a agir com base nos conteúdos 
de uma matéria de ensino é preciso que o professor, por meio do plano de aula, 
saiba dirigir seu objetivo para que o aluno domine a proposta associada ao 
conteúdo, as quais são encontradas nos procedimentos lógicos e investigativos 
próprios da ciência que dá origem a esses conteúdos, organizados pelos programas 
de aprendizagem. No ensino superior, os programas de aprendizagem e os planos 
de aula normalmente são voltados para a pesquisa e produção de conteúdo 
cientifico que será, posteriormente, traduzido para a população quando este estiver 
exercendo sua profissão. 
Portanto, não basta dominar o conteúdo. É preciso que o professor entenda 
qual é o processo de pesquisa pelo qual se chegou a esse conteúdo, ou seja, qual é 
a epistemologia da ciência que ensina, bem como quais serão os métodos e 
procedimentos que ele usará para ensinar seus alunos a se apropriarem dos 
conteúdos da ciência ensinada. Durante o processo de ensino-aprendizagem, 
também deverão ser consideradas, como dito anteriormente, as características 
individuais e socioculturais dos alunos e os motivos que os impulsionam, de modo a 
saber ligar os conteúdos com esses motivos. 
Dentro desse contexto, E. Morin expressa a exigência de se desenvolver uma 
inteligência geral que saiba discernir os contexto individuais, globais, 
multidimensionais a fim de coloá-la a serviço da interação complexa entre esses 
elementos durante o processo de ensino – aprendizagem: 
A compreensão dos dados particulares também necessita da ativação da 
inteligência geral, que opera e organiza a mobilização dos conhecimentos 
de conjunto em cada caso particular. (...) Dessa maneira, há correlação 
entre a mobilização dos conhecimentos de conjunto e a ativação da 
inteligência geral (Morin, 2000, p. 39). 
 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
Como vimos na citação acima, a tarefa das escolas e dos processos 
educativos é o de desenvolver em quem está aprendendo a capacidade de aprender, 
em razão de exigências postas pelo volume crescente de dados acessíveis que os 
alunos absorvem a todo momento, dentro e fora das instituições de ensino. Contudo, 
a tarefa de ensinar não pode ser concebida como um processo cujos resultados 
estão definidos e podem ser pré-determinados como produto de uma ação 
mecanizada, pois a sala de aula constitui-se como espaço privilegiado de 
negociação, formação do pensamento crítico e de produção de novos sentidos nos 
processos do ensinar a aprender e a pensar emum campo de conhecimento. 
Logo, podemos perceber a importância do uso dos programas de 
aprendizadem e dos planos de aula no processo de aprendizagem - seja para 
superar os problemas, seja para fixar os conhecimentos – já que esses processos, 
usados em conjunto, dão utilidade ao conteúdo aprendido. 
Desta forma não basta apenas o ensino expositivo, no qual o aluno ou 
colaborador é um mero receptor passivo: é importante que a pessoa participe 
efetivamente da dinâmica para que o aprendizado seja adquirido e se torne valor 
para o indivíduo na organização e nao desenvolvimento do processo de ensino 
aprendizagem, pois o resultado desse processo será o que ele colocará em prática 
depois de conquistar o diploma. 
 
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8. OS OBJETIVOS DE ENSINO, OS CONTEÚDOS ESCOLARES E AS 
ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
SUPERIOR 
 
 
 
Fonte: Freepick.com 
Para tratar de estratégias de aprendizagem precisamos ter bem claro a 
definição de aprendizagem e estratégias. A origem da palavra estratégia vem do 
grego strategia e do latim strategi. Significa aptidão para comandar um exército, 
táticas, processos, procedimentos, técnicas, planos. Conforme definição do 
dicionário (BUENO, 2007) a aprendizagem significa estudar, adquirir conhecimento 
pela ação de aprender, reter a informação na memória, ou seja, é a ação que 
permite que o sujeito perceba e modifique as informações de maneira pró-ativa. No 
contexto escolar é preciso compreender as estratégias de aprendizagem enquanto 
comportamentos, ações, atitudes e técnicas voltadas para o aprendizado. Envolve 
as ações cognitivas de armazenamento e recuperação dos conteúdos aprendidos e 
metacognitivas pensando sobre o porque das escolhas, da seleção de determinadas 
ações, refletindo sobre as decisões tomadas, responsabilizando-se por seu processo 
de aprendizagem (BORUCHOVITCH,1999). 
Assim, a escolha de uma estratégia de ensino deve levar em consideração o 
conhecimento do aluno, seu modo de ser, de agir, de estar, além de sua dinâmica 
pessoal porque todo conteúdo possui em sua lógica interna uma forma que lhe é 
própria, e que precisa ser captada e apropriada para sua efetiva compreensão. As 
estratégias de aprendizagem não se separam dos objetivos de ensino, sendo que 
para a efetiva aplicação de uma estratégia de ensino que tenha uma forma de 
assimilação que obedece à lógica interna do conteúdo, utilizam-se os processos 
mentais ou as operações do pensamento para que as estratégias consigam 
atingir os objetivos a que servem. É por isso que não se pode ignorar a importância 
DIDATICA E METODOLOGIA DO ENSINO 
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de ter clareza sobre aonde se pretende chegar naquele momento com o processo de 
ensino aprendizagem. 
Por isso, os objetivos que o norteiam devem estar claros, tanto para 
professores quanto para alunos. O professor precisa ser um verdadeiro estrategista, 
– ainda mais diante de tanta coisa que compete a atenção dos alunos na aula, como 
por exemplo os smartphones. Em vista disso, adotou-se o termo estratégia, no 
sentido de estudar, selecionar, organizar e propor as melhores ferramentas 
facilitadoras para que os estudantes se apropriem do conhecimento. No ensino 
superior nota-se de maneira acentuada que os universitários, genericamente 
falando, buscam na formação uma oportunidade de ascensão social. Este fator 
condiciona a postura do aluno para uma conduta de interesse maior, senão quase 
exclusivo, nas disciplinas de formação específica, não compreendendo, muitas 
vezes, a relevância das disciplinas de formação básica e complementar. Desta 
forma, o discente espera dos professores das disciplinas específicas uma atuação 
destacada, tendo-o como modelo profissional e do qual espera a transmissão dos 
conhecimentos e métodos necessários para um destaque na sua futura atuação no 
mercado de trabalho. A maneira pela qual o professor planeja suas atividades de 
sala de aula é determinante para que o grupo de alunos de sua platéia reaja com 
maior ou menor interesse e contribui no modo como a aula transcorre. 
O uso de formas e procedimentos de ensino deve considerar que o modo pelo 
qual o aluno aprende não é um ato isolado, escolhido ao acaso, sem análise dos 
conteúdos trabalhados, sem considerar as habilidades necessárias para a execução 
e dos objetivos a serem alcançados. Mesmo havendo um grande número de 
estratégias de ensino, muitos professores universitários dominam uma única 
estratégia – a aula expositiva. Cabe ressaltar que há também muitos professores 
que, embora conheçam outras estratégias, não as aplicam por não se sentirem 
seguros. E ainda há os professores que diversificam suas estratégias unicamente 
 
pelo desejo de diversificar, sem saber se são ou não adequadas aos seus propósitos 
(GIL, 2011). 
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SUPERIOR 
 
 
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Todavia, apenas o emprego de uma estratégia adequada não resulta na 
efetividade de uma aula. Haydt (2006) expõe três princípios que podem nortear o 
trabalho docente, qualquer que seja, a estratégia de ensino adotada: 
a) incentivar sempre a participação dos alunos, criando condições para que 
eles se mantenham numa atitude reflexiva; 
b) aproveitar as experiências anteriores dos alunos, para que eles possam 
associar os novos conteúdos assimilados às suas vivências significativas; 
c) adequar o conteúdo e a linguagem ao nível de desenvolvimento cognitivo 
da classe. 
A literatura sobre o tema apresenta diversas estratégias de ensino que podem 
ser aplicadas no âmbito do ensino superior (HAYDT, 2006; PILETTI, 2010; GIL, 
2011; MALHEIROS, 2012; VEIGA, 2011; BELTHER, 2014; GIL, 2015), podendo ser 
classificadas em três categorias: métodos e técnicas individuais (aula expositiva, 
perguntas e respostas, estudo dirigido e fichas didáticas); métodos e técnicas 
coletivas (método de solução de problemas, método de projetos, trabalho em grupo, 
estudo in loco, jogos, dramatização, seminário e debate); métodos e técnicas mistas 
(método da descoberta e unidades didáticas). A seguir veremos as estratégias de 
ensino mais comuns e que são amplamente usadas pelos professores de todas as 
áreas do conhecomento: 
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Aula expositiva – dialogada: É uma exposição do conteúdo, com a 
participação ativa dos estudantes, cujo conhecimento prévio deve ser considerado e 
pode ser tomado como ponto de partida. O professor leva os estudantes a 
questionarem, interpretarem e discutirem o objeto de estudo, a partir do 
reconhecimento e do confronto com a realidade. (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 
79). 
Estudo dirigido: A técnica de estudo dirigido se fundamenta no princípio 
didático de que o professor não ensina, mas sim, ajuda o aluno a aprender (PILETTI, 
2010). Desse modo, essa técnica consiste em fazer o aluno estudar um assunto a 
partir de um roteiro elaborado pelo professor. Este roteiro estabelece a extensão e a 
profundidade do estudo (HAYDT, 2006). Os procedimentos para a elaboração e 
aplicação dessa técnica são: escolha de um texto simples e abrangente; elaboração 
de questões que não exijam a mera repetição do texto, sendo capazes de estimular 
a capacidade de análise, síntese, interpretação e avaliação dos estudantes; e 
assistência do professor nas fases de execução e avaliação da atividade (PILETTI, 
2010). 
Portfólio: É a identificação e a construção de registro, análise, seleção e 
reflexão das produções mais significativas ou identificação dos maiores 
desafios/dificuldades em relação ao objeto de estudo, assim como das formas 
encontradas para superação. (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 81) 
Fichas didáticas: Esta técnica consiste em colocar à disposição dos alunos, 
fichas didáticas essenciais ao estudo de um determinado conteúdo. Nessa técnica, 
cabe ao professor organizar as fichas, explicar o funcionamento da técnica e 
controlaro desenvolvimento do trabalho. Já os alunos, devem estudar o conteúdo 
apresentado nas fichas, responder às questões propostas e comparar suas 
respostas com a correção (PILETTI, 2010) 
Método de solução de problemas: O método de solução de problemas 
corresponde à apresentação de situações problemáticas aos alunos. Isto posto, 
apresenta-se ao aluno uma situação para que ele proponha uma solução 
satisfatória, utilizando os conhecimentos que já dispõe ou buscando novas 
informações por meio de uma pesquisa (HAYDT, 2006; BELTHER, 2014). Em suma, 
ensinar é apresentar problemas e aprender é resolver problemas (PILETTI, 2010). 
Com a solução de problemas, os alunos pesquisam sobre o tema, promovem 
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reflexões e diálogos com seus colegas e com o professor. Assim, o aluno deixa de 
ser ouvinte passivo para assumir o papel de ativo no processo de aprendizagem, ao 
mesmo tempo que consegue aprender a aprender, e desenvolve visão crítica e 
criativa (BELTHER, 2014). 
Mapa conceitual: Consiste na construção de um diagrama que indica a 
relação de conceitos em uma perspectiva bidimensional, procurando mostrar as 
relações hierárquicas entre os conceitos pertinentes à estrutura do conteúdo. 
(ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 83). 
Método de projetos: O método de projetos mobiliza os alunos para a 
construção ativa da aprendizagem. É o aprender fazendo. Isto posto, os princípios 
para a realização deste método são: a) a aprendizagem é construída exclusivamente 
pelo aluno e acontece em situações práticas; b) é preciso respeitar os limites do 
desenvolvimento do aluno; e, c) o papel da escola é auxiliar no desenvolvimento de 
habilidades interpessoais. Nesse método, o ensino realiza-se através de amplas 
unidades de trabalho. O projeto é uma atividade que se processa a partir de um 
problema concreto e se efetiva na busca de soluções práticas. Assim, o estudante 
realiza um esforço motivado com um propósito definido (HAYDT, 2006). 
Resolução de exercícios: O estudo por meio de tarefas concretas e práticas 
tem por finalidade a assimilação de conhecimentos, habilidades e hábitos sob a 
orientação do professor. (MARION; MARION, 2006, p. 46). 
Trabalho em grupo: O trabalho em grupo é caracterizado como um 
instrumento didático, com o objetivo de guiar os alunos na aprendizagem de 
conhecimentos, promovendo a aquisição de conhecimentos de caráter social e 
afetivo (BELTHER, 2014). No âmbito escolar, os principais objetivos do trabalho em 
grupo, são: facilitar a construção do conhecimento; permitir a troca de ideias e 
opiniões; e, possibilitar a prática da cooperação para um fim comum (HAYDT, 2006). 
Grupo de verbalização e de observação (GV/GO): É a análise de 
tema/problemas sob a coordenação do professor, que divide os estudantes em dois 
grupos: um de verbalização (GV) e outro de observação (GO). É uma estratégia 
aplicada com sucesso ao longo do processo de construção do conhecimento e 
requer leituras, estudos preliminares, enfim, um contato inicial com o tema. 
(ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 88). 
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Dramatização: É uma apresentação teatral, a partir de um foco, problema, 
tema etc. Pode conter explicitação de idéias, conceitos, argumentos e ser também 
um jeito particular de estudo de casos, já que a teatralização de um problema ou 
situação perante os estudantes equivale a apresentar-lhes um caso de relações 
humanas. (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 89). 
Seminário: É um espaço em que as idéias devem germinar ou ser semeadas. 
Portanto, espaço, onde um grupo discuta ou debata temas ou problemas que são 
colocados em discussão. (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 90). Em resumo, Haydt 
(2006) ratifica a contribuição do seminário para o desenvolvimento do espírito de 
pesquisa, levando o aluno a coletar material para análise e interpretação, fazendo 
com que ele estruture as informações coletadas para posterior exposição e 
transmissão. No entanto, essa técnica deve ser desenvolvida com cuidado pelos 
professores para evitar que se transforme em aulas expositivas realizadas pelos 
alunos, provocando uma descontinuidade das discussões sobre os temas, bem 
como discussões superficiais (BELTHER, 2014). 
Debate: É caracterizado como uma troca de ideias entre duas ou mais 
pessoas sobre um determinado conteúdo. Nesse método, o professor propõe um 
determinado tema e separa a turma em grupos de modo que estes possam expor 
sua opinião. Entretanto, não deve ser aplicado a qualquer conteúdo ou a 
conhecimentos que os alunos não dominam, sendo destinado quando se quer 
trabalhar a opinião, baseada em evidências, sobre algum assunto já conhecido 
(MALHEIROS, 2012). Segundo Gil (2015) o debate pode funcionar como um dos 
métodos de ensino mais eficazes, capaz de proporcionar aos alunos altos níveis de 
satisfação. Porém, sua qualidade depende da maneira como é preparado e também 
da competência do professor, pois conduzir uma boa discussão exige não apenas 
habilidades comunicativas, mas também o exercício da liderança. 
Simpósio: É a reunião de palestras e preleções breves apresentada por 
várias pessoas (duas a cinco) sobre um assunto ou sobre diversos aspectos de um 
assunto. Possibilita o desenvolvimento de habilidades sociais, de investigação, 
amplia experiências sobre um conteúdo específico, desenvolve habilidades de 
estabelecer relações. (ANASTASIOU; ALVES, 2004, p. 93). 
Palestras: Possibilidade de discussão com a pessoa externa ao ambiente 
universitário sobre um assunto de interesse coletivo, de acordo com um novo 
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enfoque; Discussão, perguntas, levantamento de dados, aplicação do tema na 
prática, partindo da realidade do palestrante. (MARION; MARION, 2006, p. 42); 
(PETRUCCI; BATISTON, 2006, p. 288-289). 
Fórum: Consiste num espaço do tipo “reunião”, no qual todos os membros do 
grupo têm a oportunidade de participar do debate de um tema ou problema 
determinado. Pode ser utilizado após a apresentação teatral, palestra, projeção de 
um filme, para discutir um livro que tenha sido lido pelo grupo, um problema ou fato 
histórico, um artigo de jornal, uma visita ou uma excursão. (ANASTASIOU; ALVES, 
2004, p. 95). 
Jogos: Os jogos são atividades físicas ou mentais, além de lúdicas, 
organizadas por um sistema de regras (HAYDT, 2006). Ao recorrer ao uso de jogos, 
o professor ensina um conceito ou método, por meio de uma atmosfera de 
motivação que permite aos alunos participar ativamente do processo de 
aprendizagem, assimilando informações e experiências e, sobretudo incorporando 
atitudes e valores (HAYDT, 2006; MALHEIROS, 2012). Nesse método, o professor 
oferece aos estudantes condições de reflexão sobre os conhecimentos por meio de 
uma abordagem mais contextualizada, interativa e significativa dos conteúdos da 
área (CASAGRANDE; BORNIA; CASAGRANDE; MECHELN, 2014). 
Conforme os objetivos de ensino, os conteúdos escolares e as estratégias de 
ensino-aprendizagem que os métodos de ensino se ligarão aos métodos de 
aprendizagem, de forma que o professor consiga indicar as funções (ou passos 
didáticos) e procedimentos, além das ações de assimilação ativa da parte do aluno. 
Tendo como base os objetivos, o conteúdo e as características de cada disciplina, o 
professor seleciona e organiza métodos de ensino e os procedimentos didáticos que 
melhor atende ao objetivo traçado. O critério de classificação dos métodos de 
ensino e a escolha da estratégia a ser usada resulta da relação existente entre 
ensino e aprendizagem, concretizada pelas atividades do professor e do alunos no 
processo de ensino. De acordo com esse critério, o eixo do processo de ensino é a 
relação cognoscitiva entre o aluno e a matéria. Há, portanto, métodos de ensino e 
formas de dirigir o processo de ensino, ou seja, são diversas as maneiras de seguir 
a as diretrises que tangem as relações

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