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TESTES DE TRIGEM NEONATAL – Teste do Pezinho Semana 4 Pediatria Medcel – 15/02/2022 (Aula 7) Professor Giovan da Cruz Barbosa Araújo “O programa nacional de triagem neonatal - PNTN, criado em 6 de junho de 2001, é considerado um programa de grande importância nacional e de sucesso no sistema único de saúde por contemplar os princípios e diretrizes fundamentais do SUS” Testes de triagem Neonatal – Programa de Triagem Neonatal (PTN) 06/06/2001 - Portaria 822/2001 – Ministério da Saúde Termo “triage” – Seleção Teste do pezinho o Diagnóstico precoce de doenças assintomáticas no período neonatal o Difícil diagnóstico o Lesões e danos irreversíveis o Modificar história natural de doenças graves com diagnóstico precoce e tratamento Critérios de inclusão das doenças no PTN • Não ser facilmente diagnosticada • Ter repercussão clínica importante • Não ser tão rara • Detecção simples, de baixo custo, aplicável em larga escala • Dispor de tratamento e seguimento TESTE DO PEZINHO • Gotas de sangue em papel filtro • Gratuito e obrigatório • Entre 3º e 7º dias de vida • Busca ativa de casos positivos – Telefone Postos de coleta • Mínimo 01 – em municípios onde há partos • Cadastramento em SUS e DATASUS • Habilitação no Governo do Estado • Fluxo de coleta e envio dos exames Aryane dos Reis Profº focou apenas no Teste do Pezinho OBS.: As transfusões sanguíneas podem interferir nos resultados do TP com resultados falso-negativos para hemoglobinopatias por 90-120 dias e resultados falso-negativos para fenincetonúria e deficiência de biotinidade, quando a coleta é realizada poucas horas após a transfusão Maneira correta de coletar: Identificação Diversos dados ੦ Secagem ੦ Encaminhamento para laboratório ੦ Entrega de resultados ੦ Resultados alterados • Comunicação por telefone • Agilização ੦ Encaminhamento para consulta especializada HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Classificação do hipotireoidismo • Primário – Defeito na glândula tireóide • Secundário – Defeito na produção de TSH (Hipófise) • Terciário – Defeito na produção de TRH (Hipotálamo) • Resistência periférica ao hormônio da tireóide ੦ Herança autossômica recessiva ੦ Emergência pediátrica ੦ Disgenesia tireoidiana: 85% dos casos ੦ Disormonogênese: Defeito na síntese de hormônio da tireóide (15%) Quadro clínico • Dificuldade em amamentar • Icterícia prolongada • Hipotonia • Hipoatividade • Fontanelas amplas • Hérnia umbilical • Pele seca • Constipação intestinal • Distensão abdominal Índice Hipotireoidismo congênito (pág 2) Fenincetonúria (pág 3) Hemoglobinopatias (pág 4) Fibrose cística (pág 5) Hiperplasia adrenal cong. (pág 5) Deficiência de biotinidade (pág 6) Tratamento • Reposição levotiroxina sódica • Isômero sintético do T4 • Acompanhamento clínico FENILCETONÚRIA Phenylketonuria (PKU) Herença autossômica recessiva Erro Inato do Metabolismo Defeito na enzima Fenilalanina Hidroxilase (FH) Fenilalanina – Tirosina Acúmulo de Fenilalanina no plasma Aumento da excreção urinária: Ácido fenilpirúvico e Fenilalanina Quadro clínico • Atraso geral do DNPM • Deficiência mental • Padrão autista • Convulsões • Vômitos • Eczemas • Dermatite • Despigmentação da pele Teste do pezinho: • TSH > 10 mcUI/ml • T4 total: 6mg/dl a 22mg/dl Teste do pezinho: • 2 a 4 mg/dl – Normal • 4 – 10 mg/dl – Hiperfenilalanemia (Atividade FH > 3%) • Acima de 10 mg/dl – Fenilcetonúria ▪ Entre 10 e 20 mg/dl – Fenilcetonúria leve (Atividade FH 1 a 3%) ▪ Acima de 20mg/dl – Fenilcetonúria clássica (Atividade FH < 1%) Tratamento • Dieta com restrição na quantidade de Fenilalanina • Dieta hipoproteica com fórmula de aminoácidos isenta de Fenilalanina • Controle de ingesta de aminoácidos essenciais • 250 a 500mg de Fenilalanina • Fornecido por secretaria de saúde Acompanhamento o Clínico o Laboratorial ANEMIA FALCIFORME E HEMOGLOBINOPATIAS • Herança autossômica recessiva • Defeito na estrutura ou formação da hemoglobina • Anemia Falciforme = Hemácia em forma de foice • Hemoglobina fetal • Desaparece com 6 meses • Padrão normal: Hb FA ou Hb AA • Padrão Hb AS: Portador ou traço falcêmico Anemia Falciforme: Hemoglobina S • Hb FAS traço falciforme • Hb FS • Hb SS – Após 6 meses anemia falciforme Outras hemoglobinopatias: • Hemoglobina C / D / E • Hb FAC / FC / CC • Hb FAD / FD / DD • Hb FAE / FE / EE • Hb SD / SE Quadro clínico • Após 6 meses • Hemólise • Vaso oclusão • Icterícia • Anemia • Sequestro esplênico • Crises álgicas • AVC • Necrose avascular medula óssea • Síndrome torácica aguda • Retinopatias • Atraso desenvolvimento Manuseio Casos de transfusão – adiar coleta por 120 dias Orientação familiar Hidratação Ácido fólico Profilaxia de infecções Evitar exposição ao frio Investigar pais – Tipagem de hemoglobina A talassemia major pode ser detectada pelo TP que detectará a presença de Hemoglobina de Bartt’s, que diagnostica a doença. Já a talassemia minor não é detectada por este teste, e, na verdade constitui-se apenas uma característica genética, não implicando em doenças, levando uma vida normal FIBROSE CÍSTICA Herança autossômica recessiva Defeito na condução do cloro pelos canais de cloro na membrana apical da célula Afeta vários tecidos: • Pulmões: muco espesso e pneumonias de repetição • Pâncreas: Insuficiência pancreática exócrina • Sistema reprodutor: Infertilidade masculina • Outros: Fígado, glândulas salivares, glândulas sudoríporas, intestino Quadro clínico • Diarréia com esteatorréia • Pneumonia de repetição • Sinusopatia de repetição • Desnutrição • Dificuldade em ganho de peso • Íleo meconial • Colestase • Diabetes tipo I Tratamento • Reposição de enzimas pancreáticas • Tratar pneumonias • Dornase alfa – Redução da viscosidade do muco • Tratar sinusopatias • Nutrição • Corretores dos canais de cloro HIPERLASIA ADRENAL CONGÊNITA Defeito na produção de enzimas na cadeia da biossíntese do Hormônio Cortisol • 95% – Deficiência de 21-hidroxilase • 5% - Deficiência de 11-beta-hidroxilase - Herança autossômica recessiva Confirmação do diagnóstico com dosagem sérica Deficiência da 21-hidroxilase: Espectro de manifestações clínicas • Forma clássica perdedora de sal • Forma clássica não perdedora de sal Teste do pezinho: • Tripsina imunorreativa – IRT Precursor da enzima pancreática • Acima de 70 ng/ml • Se alterado e realizado ainda no 1º mes: Repetir até 45 dias • Após 45 dias – Dosagem de cloro no suor Teste genético Teste do pezinho: • Quantificação da 17-hidroxi-progesterona (17-OHP) • Valores padrão: Até 10ng/ml Forma não clássica: Deficiência do cortisol Deficiência da aldosterona Aumento de esteróides sexuais Forma clássica perdedora de sal: em RN Sexo feminino: Virilização da genitália externa: Excesso de andrógenos durante a vida intrauterina. aumento de clitóris fusão labial em graus variáveis formação de seio urogenital Sexo masculino: Diferenciação normal da genitália externa ੦ A deficiência Mineralocorticóide (2ª semana) Crise adrenal: • Depleção de volume – perda de peso • Desidratação – Vômitos, taquicardia • Hipotensão • Hiponatremia • Hiperpotassemia • Evolução para óbito. Tratamento • Reposição hormonal com baixas doses de glicocorticoide • Tratamento proposto no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Síndrome dos Ovários Policísticos Hirsutismo DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDADE Herança autossômica recessiva Erro inato do metabolismoBiotina: • Vitamina B7 (Essencial) • Coenzima no metabolismo das purinas e carboidratos • Formação da pele, unhas e cabelo Deficiência no metabolismo da Biotina: • Depleção da biotina endógena • Déficit de reciclagem da biotina endógena • Não usar a biotina ligada à proteína Quadro clínico: Após 7 semanas • Convulsões • Atraso do DNPM • Perda auditiva • Dificuldade em alimentação • Distúrbios respiratórios • Hipotonia • Alopécia • Microcefalia Teste do pezinho: Acima de 71,4 U/dl Sem deficiência: Atividade enzimática acima de 30% Deficiência parcial: Atividade enzimática entre 10 e 30% Deficiência profunda: Atividade enzimática abaixo de 10% Repetir exame ▪ Iniciar tratamento se permanecer alterado Diagnóstico definitivo • Teste quantitativo da atividade da biotina • Estudo genético molecular Tratamento • Administração de 05 a 20mg/dia de biotina Falso positivos e falsos negativos O que pode interferir: • Qualidade da amostra • Idade da criança na coleta • Idade gestacional ao nascimento • Transfusões de sangue • Doenças coexistentes • Medicamentos: corticóides / dopamina Outros exames – teste do pezinho ampliado • Deficiência de Glicose-6-fosfato desidrogenase • Toxoplasmose • Citomegalovírus • Rubéola • Sífilis neonatal • Trypanossoma cruzi • HIV Caso clínico PCR, 15 dias de vida natural e procedente de Crato - CE, sexo masculino. Vem ao consultório, no momento sem queixas, com mãe relatando haver uma alteração do teste do pezinho. Os pais estão bastante ansiosos com essa situação. A criança está em aleitamento materno exclusivo, nasceu em boas condições, peso: 3320g, estatura: 50cm. Ao exame: RN ativo, hidratado, eupneico, corado, acianótico, anictérico, afebril Exame segmentar sem alterações. Teste do pezinho: IRT: 95 ng/dl (VN até 70) Conduta: repetir IRT, pois só tem 15 dias de vida. Se o 2º teste der alterado, fazer teste específico. Perguntas: 1. QUANDO É REALIZADO O TESTE DO PEZINHO? Entre o 3º e o 7º dia de vida 2. COMO É REALIZADO O TESTE DO PEZINHO? 3. QUAL A IMPORTÂNCIA DO TESTE DO PEZINHO? 4. QUAIS OS CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO DE UMA DOENÇA NO PTN? 5. QUAIS AS DOENÇAS QUE FAZEM PARTE DO PTN? 1. 2. 6. O QUE É O TESTE DO IRT? Tripsina imuno reativa. Teste de triagem para fibrose cística.
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