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Morfofisiologia Introdução ao Ombro · Região de maior mobilidade do corpo humano, permitindo movimentos em praticamente todos os planos. · Ampla mobilidade é essencial para as funções do membro superior, mas aumenta o risco de instabilidades e lesões. · Conecta o membro superior ao tronco, formando a cintura escapular. Ossos do Ombro 1. Clavícula 2. Escápula 3. Úmero 1. Clavícula A clavícula é um osso longo em forma da letra S, horizontal e alongado, que conecta o membro superior ao tronco, atuando como uma ponte entre o esterno (medialmente) e a escápula (lateralmente). Estrutura anatômica: · Extremidade medial (esternal): articula-se com o esterno formando a articulação esternoclavicular. · Extremidade lateral (acromial): articula-se com o acrômio da escápula formando a articulação acromioclavicular. · Corpo da clavícula: curvado em “S” (convexo medialmente e côncavo lateralmente), proporcionando resistência a forças e amortecimento de impactos. · Superfície superior: lisa e subcutânea, facilmente palpável. · Superfície inferior: apresenta sulcos e linhas para inserção de ligamentos e músculos. Funções 1. Suporte estrutural: mantém o membro superior afastado do tronco, permitindo grande amplitude de movimento do ombro. 2. Proteção: protege vasos e nervos que passam por baixo do osso. 3. Ancoragem muscular: serve de inserção para vários músculos: · Deltóide (lateral) · Peitoral maior (medial) · Trapézio (posterior) · Esternocleidomastoideo (medial) · Subclávio (abaixo do osso) Articulações · Esternoclavicular: articulação sinovial com movimentos limitados; permite elevação, depressão, protrusão e retração da clavícula. · Acromioclavicular: permite movimentos leves de rotação da escápula, essencial para a amplitude de movimento do ombro. Lesões comuns · Fratura da clavícula: comum em quedas sobre o ombro ou trauma direto; mais frequente no terço médio do osso. · Luxação acromioclavicular: deslocamento da extremidade lateral da clavícula, geralmente por queda com o braço aduzido. Músculos: Terço lateral: músculo trapézio (superfície posterior), músculo deltoide (superfície anterior) Terço medial: músculo esternocleidomastóideo (superfície superior), músculo peitoral maior (superfície anterior), músculo subclávio (superfície inferior - sulco subclávio), músculo esterno-hióideo (extremidade medial da clavícula). 2. Escápula A escápula, também chamada de omoplata, é um osso plano, triangular que conecta o úmero (braço) à clavícula (peito). Ela está localizada na parte posterior do tórax, sobre as costelas 2 a 7, formando a cintura escapular. Estruturas principais da escápula 1. Corpo da escápula: · Parte central e mais extensa. · Possui a fossa subescapular na face anterior (voltada para as costelas), onde se insere o músculo subescapular. 2. Espinha da escápula: · Saliente na face posterior. · Divide a superfície posterior em: · Fossa supraespinhal (acima da espinha) → inserção do músculo supraespinhal · Fossa infraespinhal (abaixo da espinha) → inserção do músculo infraespinhal 3. Acromião: · Extensão lateral da espinha. · Articula-se com a clavícula, formando a articulação acromioclavicular. 4. Processo coracoide: · Projeção anterior que serve de ponto de fixação para músculos e ligamentos (peitoral menor, coracobraquial e bíceps braquial – cabeça curta). 5. Cavidade glenoidal (fossa glenoidal): · Depressão lateral onde o úmero se articula, formando a articulação glenoumeral (ombro). Funções da escápula · Mobilidade: Permite movimentos amplos do braço (flexão, extensão, abdução, adução, rotação). · Estabilidade: Serve como base para a movimentação do braço. · Ponto de inserção muscular: Vários músculos importantes do ombro se prendem nela, como: · Deltóide · Trapézio · Grande dorsal · Rombóides · Supraespinhal e infraespinhal · Subescapular Movimentos da escápula A escápula se move para permitir a amplitude do braço, principalmente: 1. Elevação: ombros para cima 2. Depressão: ombros para baixo 3. Abdução/protração: ombro para frente 4. Adução/retração: ombro para trás 5. Rotação superior: movimento da glenoide para cima 6. Rotação inferior: movimento da glenoide para baixo 3. Úmero · Osso longo do braço, entre a escápula (ombro) e o rádio e ulna (antebraço). · Principal osso do membro superior, responsável por sustentar o braço. Estruturas principais 1. Extremidade proximal (ombro) · Cabeça do úmero → articula-se com a cavidade glenoidal da escápula (ombro) · Colo anatômico → região logo abaixo da cabeça · Tubérculo maior e menor → inserção de músculos do manguito rotador · Sulco intertubercular → passa o tendão da cabeça longa do bíceps 2. Diáfise (corpo) · Região alongada, cilíndrica · Contém tuberosidades e sulcos para inserção muscular 3. Extremidade distal (cotovelo) · Tróclea → articula-se com a ulna · Côndilo → articula-se com o rádio · Epicôndilos medial e lateral → fixação de músculos do antebraço Funções · Suporte ao braço · Permite movimentos do ombro e cotovelo · Ponto de inserção muscular (bíceps, tríceps, deltóide, peitoral maior, manguito rotador, etc.) Movimentos associados · Ombro: flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e externa · Cotovelo: flexão, extensão, pronação e supinação (do antebraço, via rádio) Funções do Ombro O ombro permite amplitude e diversidade de movimentos, sendo essencial para todas as ações do membro superior funções podem ser divididas em movimentos gerais e funções específicas de estabilização: 1. Movimentos Gerais Movimento Músculos Principais Observações Flexão Deltóide (porção anterior), peitoral maior (clavicular), coracobraquial, bíceps braquial (cabeça longa) Levantar o braço para frente Extensão Deltóide (posterior), grande dorsal, redondo maior, tríceps braquial (cabeça longa) Levar o braço para trás Abdução Supraespinal (inicia), deltóide (continua) Levantar o braço lateralmente Adução Peitoral maior, grande dorsal, redondo maior Aproximar o braço do corpo Rotação medial (interna) Subescapular, peitoral maior, grande dorsal, deltóide anterior Rotacionar a mão para dentro Rotação lateral (externa) Infraespinal, redondo menor, deltóide posterior Rotacionar a mão para fora Circundução Coordenação de todos os músculos citados Movimento circular, combina flexão, extensão, abdução e adução 2. Funções de Estabilização · Estabilização da cabeça do úmero na cavidade glenoidal durante os movimentos amplos. · Manutenção da posição da escápula em relação ao tórax: · Músculos como trapézio, serrátil anterior e romboides garantem alinhamento e base estável para os movimentos do braço. · Proteção das estruturas profundas (nervos e vasos da região). Articulações do ombro O complexo do ombro não é uma única articulação, mas sim um conjunto que trabalha em sincronia: · Esternoclavicular (clavícula + esterno) → única ligação com o tronco. · Acromioclavicular (clavícula + acrômio da escápula). · Glenoumeral (cabeça do úmero + cavidade glenoidal da escápula) → principal, responsável pela mobilidade. Movimentos Graças à sua anatomia, o ombro possibilita: · Flexão, extensão · Abdução, adução · Rotações interna e externa · Circundução Estabilização Apesar da grande liberdade, a cabeça do úmero é muito maior que a cavidade glenoidal. Por isso, a estabilidade depende de: · Labrum glenoidal (fibrocartilagem que aumenta a profundidade da cavidade). · Ligamentos glenoumerais e coracoumeral. · Manguito rotador (músculos supraespinal, infraespinal, subescapular, redondo menor). Introdução do Braço O braço é a região do membro superior situada entre o ombro e o cotovelo. Ele conecta a cintura escapular ao antebraço. OSSOS DO BRAÇO O braço possui apenas um osso longo, o úmero, que se articula proximalmente com a escápula e distalmente com os ossos do antebraço (rádio e ulna). · Úmero · Extremidade proximal: cabeça do úmero → se articula com a cavidade glenoidal da escápula (articulação glenoumeral). · Extremidade distal: tróclea e côndilo → se articulam com ulna erádio (articulação do cotovelo). · Estruturas anatômicas importantes: tubérculo maior e menor, sulco intertubercular (para o tendão da cabeça longa do bíceps), fossa radial, fossa coronoide. Funções: As funções do braço estão diretamente relacionadas à mobilidade e funcionalidade do membro superior, permitindo que ele execute tarefas complexas de alcance, preensão e manipulação. · Mobilidade e posicionamento · Levar a mão ao espaço tridimensional · Movimentos: flexão, extensão, abdução, adução, rotação, circundução · Força e preensão · Levantar, carregar, empurrar objetos · Flexão e supinação: bíceps e braquial · Extensão: tríceps e ancôneo · Estabilização articular · Mantém ombro e cotovelo estáveis · Combinação de ligamentos e músculos · Função sensorial e proteção · Percepção sensorial e reflexos · Protege o corpo de traumas · Coordenação com mão e antebraço · Serve como alavanca para manipulação precisa · Permite ações finas e complexas Articulações Articulações do braço .1 Articulação glenoumeral (ombro) · Tipo: sinovial esferoide (bola e soquete) · Movimento: maior amplitude do corpo humano (flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e lateral, circundução) · Estruturas de suporte: · Cápsula articular: frouxa para permitir amplitude de movimento · Ligamentos: glenoumeral superior, médio e inferior; ligamento coracoumeral · Manguito rotador: supraespinhal, infraespinhal, redondo menor, subescapular → estabilidade dinâmica · Bursas: subacromial/subdeltoidea → reduzem atrito 2. Articulação do cotovelo · Tipo: sinovial gínglimo (ulna) + sinovial trocoide (rádio-úmero proximal) · Estruturas: · Úmero (tróclea e côndilo) · Ulna (incisura troclear) · Rádio (cabeça para rotação) · Movimentos: · Flexão e extensão (principal) · Pronação e supinação (radioumeral) · Ligamentos principais: · Colateral ulnar · Colateral radial · Anular do rádio Músculos do braço 4.1 Compartimento anterior (flexores do cotovelo e antebraço) · Bíceps braquial · Flexão do cotovelo · Supinação do antebraço · Estabilizador do ombro · Braquial · Flexão do cotovelo (principal) · Coracobraquial · Flexão e adução do braço no ombro · Mantém a cabeça do úmero na cavidade glenoidal 4.2 Compartimento posterior (extensores do cotovelo) · Tríceps braquial · Extensão do cotovelo · Cabeça longa → extensão e adução do ombro · Ancôneo · Auxiliar na extensão do cotovelo · Estabiliza articulação ulnoradial Vasos sanguíneos do braço · Artérias principais · Artéria braquial → ramo da artéria axilar, se divide em radial e ulnar · Artéria profunda do braço → nutre músculos posteriores · Veias · Veia cefálica (lateral), veia basílica (medial) · Sistema venoso profundo acompanha artérias Inervação do braço · Nervo musculocutâneo · Flexores do compartimento anterior · Sensibilidade lateral do antebraço · Nervo radial · Extensores do cotovelo · Sensibilidade posterior do braço e antebraço · Nervo mediano e ulnar · Passam pelo braço, mas atuam principalmente no antebraço e mão Funções e fisiologia integrada · Coordenação entre músculos, ligamentos e cápsulas articulares permite movimentos suaves e precisos. · Estabilidade articular depende de: · Estabilidade dinâmica: músculos (principalmente manguito rotador) · Estabilidade estática: ligamentos e cápsula articular · Movimentos combinados do ombro e cotovelo permitem alcançar, empurrar, puxar e manipular objetos. Biomecânica do Ombro 1. Introdução à Biomecânica do Ombro A biomecânica do ombro estuda o comportamento funcional da articulação glenoumeral, da escápula e da clavícula durante os movimentos do membro superior. Considerando a amplitude de movimento elevada e a instabilidade natural desta articulação, o estudo da biomecânica é essencial para compreender como os músculos, ligamentos, cápsula articular e ossos interagem para permitir movimentos eficientes e prevenir lesões. 2. Anatomia Funcional Relevante para Biomecânica · Ossos: Úmero, escápula e clavícula. · Articulações: · Glenoumeral (principal, esferoide, grande mobilidade). · Acromioclavicular (ajustes finos). · Esternoclavicular (elevação e rotação do ombro). · Músculos importantes: Deltóide, manguito rotador (supraespinhal, infraespinhal, subescapular, redondo menor), peitoral maior, trapézio, redondo maior. · Ligamentos e cápsula: Contribuem para estabilidade passiva e guiam movimentos do úmero em relação à escápula. 3. Movimentos do Ombro (em tópicos) – Amplitude Máxima (Pacheco, 2010) · Plano Sagital: ↠ Flexão: 0 a 180° ↠ Extensão: retorno à posição anatômica ↠ Hiperextensão: 0 a 45° · Plano Frontal: ↠ Abdução: até 180° ↠ Adução: retorno à posição anatômica · Plano Transverso: ↠ Rotação medial (interna): até 90° ↠ Rotação lateral (externa): até 90° ↠ Abdução horizontal: ~30° ↠ Adução horizontal: ~120° ↠ Circundação: combinação de todos os movimentos 4. Biomecânica do Ombro · Estabilidade vs. Mobilidade: A articulação glenoumeral é altamente móvel, mas instável; depende do manguito rotador e músculos da cintura escapular para evitar luxações. · Sinergismo Muscular: Movimentos complexos do braço são resultado da coordenação entre deltóide, manguito rotador, peitoral maior, trapézio e outros músculos da cintura escapular. · Padrão de Movimento Escapular: A escápula se movimenta em rotação superior, inferior, elevação, depressão e retração, mantendo congruência articular e eficiência mecânica. · Forças e Torque: O braço atua como uma alavanca; músculos geram torques que permitem movimentos como levantamento, empurrar, puxar e arremesso, evitando sobrecarga nas estruturas passivas. · Funções Principais do Ombro: ↠ Permitir alcance máximo do membro superior em diferentes planos. ↠ Posicionar a mão para execução de tarefas finas e força funcional. ↠ Transmitir forças do tronco para o braço. ↠ Proteger estruturas neurovasculares próximas. ↠ Cooperar com a escápula e clavícula para movimentos coordenados e eficientes. 5. Funções do Ombro ↠ Permitir alcance máximo do membro superior em diferentes planos. ↠ Posicionar a mão para execução de tarefas finas e força funcional. ↠ Transmitir forças do tronco para o braço. ↠ Proteger estruturas neurovasculares próximas. ↠ Cooperar com a escápula e clavícula para movimentos coordenados e eficientes. 6. Patologias Relacionadas à Biomecânica do Ombro · Síndrome do Impacto Subacromial: Compressão dos tendões do manguito rotador ou bursa subacromial durante elevação do braço. Desequilíbrios musculares reduzem o espaço subacromial, causando dor e limitação. · Lesão do Manguito Rotador: Rompimento parcial ou total de tendões que estabilizam a cabeça do úmero; gera instabilidade, dor e fraqueza. · Instabilidade Glenoumeral: Deslocamento ou sensação de deslocamento da cabeça do úmero; aumenta risco de luxações e subluxações. · Capsulite Adesiva (Ombro Congelado): Rigidez progressiva da cápsula articular; altera padrões de movimento, limitando amplitude e causando dor. · Instabilidade Acromioclavicular: Lesão ou frouxidão da articulação; compromete o movimento escapular e transmissão de forças do tronco para o braço. Histologia do Tecido Cartilaginoso Definição O tecido cartilaginoso é um tipo especializado de tecido conjuntivo, firme, mas flexível, que: · Sustenta tecidos moles. · Permite o crescimento de ossos. · Proporciona superfície lisa para articulações móveis. Características principais: · Avascular: não possui vasos sanguíneos; a nutrição ocorre por difusão. · Origem embrionária: · Membros e tronco: células mesenquimais do mesoderma. · Cabeça: células da crista neural (reguladas pelo fator de transcrição SOX9). · Aspecto histológico: lacunas com condrócitos, citoplasma retraído durante preparo histológico. · Pericôndrio: presente em cartilagens hialina e elástica, composto por camada fibrosa externa e camada condrogênica interna. · Metabolismo e regeneração: lento, com limitada capacidade de reparo. Componentes O tecido cartilaginoso é formado por: 2.1 Células · Condroblastos: células jovens, ativas na produção da matriz, situadas geralmentena periferia (zona de crescimento). · Condrócitos: células maduras, situadas em lacunas dentro da matriz, mantendo o tecido. Observação: Os condrócitos podem se organizar em grupos chamados cônias isogênicas, resultado da divisão celular. 2.2 Matriz Extracelular Dividida em: · Matriz territorial: ao redor dos condrócitos, rica em proteoglicanos, cora-se mais intensamente. · Matriz interterritorial: entre os grupos de células, menos corada, com mais fibras colágenas. Componentes químicos: · Água (~70% da matriz) · Colágeno tipo II (principal) · Proteoglicanos (ex.: agrecano) · Glicoproteínas multiadhesivas Função: resistência à compressão e elasticidade. Tipos de Cartilagem As cartilagens podem ser classificadas em três tipos principais, de acordo com a composição de suas matrizes extracelulares: 1. Cartilagem Hialina · Aspectos Gerais: É a forma mais abundante de cartilagem no organismo. Apresenta coloração esbranquiçada e superfície lisa e brilhante, sendo essencial para o suporte de estruturas e para o crescimento ósseo. · Localização: · Vias aéreas (cavidade nasal, laringe, traqueia, brônquios) · Extremidades ventrais das costelas · Superfícies articulares das articulações móveis · Esqueleto fetal e placas epifisárias dos ossos longos · Estrutura Histológica: A MEC da cartilagem hialina é homogênea e rica em colágeno tipo II, cujas fibrilas não são visíveis em microscopia óptica. Os condrócitos, localizados em lacunas, podem estar isolados ou em grupos isógenos (decorrentes de divisão mitótica). A matriz pode ser dividida em: · Matriz territorial: ao redor dos condrócitos, mais intensamente corada devido à alta concentração de glicosaminoglicanos. · Matriz interterritorial: menos corada, localizada entre os grupos celulares. 2. Cartilagem Elástica · Características: Parecida com a hialina, porém rica em fibras elásticas, o que confere maior flexibilidade. · Matriz: Colágeno tipo II + fibras elásticas finas. · Condócitos: Situam-se em lacunas, podendo formar grupos isógenos. · Pericôndrio: Presente. · Localização: Pavilhão auricular, epiglote, tuba auditiva, pequenas cartilagens da laringe. · Função: Sustentação com elasticidade, permitindo deformações temporárias sem perda de forma. 3. Fibrocartilagem · Características: Combina elementos da cartilagem hialina e do tecido conjuntivo denso; mais resistente à compressão e tração. · Matriz: Rica em colágeno tipo I, poucas células, organização menos homogênea. · Condócitos: Encontrados em fileiras ou isolados; não há pericôndrio. · Localização: Discos intervertebrais, sínfise púbica, meniscos, inserções tendíneas em ossos. · Função: Absorve impactos e suporta grandes tensões mecânicas. Crescimento do Tecido Cartilaginoso Dois tipos: 1. Crescimento intersticial (a partir de dentro): · Condrócitos se dividem dentro da matriz. · Aumenta o volume do tecido. · Importante em cartilagem jovem e crescimento ósseo. 2. Crescimento aposicional (a partir da periferia): · Condroblastos da pericôndrio formam novas células. · Importante em reparo e espessamento da cartilagem. 5. Pericôndrio · Camada de tecido conjuntivo denso que envolve a cartilagem (exceto fibrocartilagem e cartilagem articular). · Contém células progenitoras que se diferenciam em condroblastos. · Funções: · Nutrição por difusão. · Crescimento e regeneração. 6. Observações Clínicas · Cartilagem tem capacidade limitada de regeneração devido à avascularidade. · Lesões articulares podem levar a degeneração (ex.: osteoartrite). · Fibrocartilagem resiste a traumas mecânicos mais intensos. Fisiologia do Tecido Cartilaginoso 1. Introdução O tecido cartilaginoso é um tecido conjuntivo especializado, caracterizado por sua consistência firme, porém flexível, que permite suporte mecânico e modelagem das estruturas corporais. Ele é avascular (não possui vasos sanguíneos), o que influencia diretamente sua regeneração lenta. Principais funções: - Suporte estrutural para ossos e articulações. - Redução do atrito entre ossos (nas articulações sinoviais). - Absorção de impacto mecânico. - Modelo para ossificação endocondral durante o crescimento ósseo. 2. Composição e Estrutura 2.1 Células - Condroblastos: células jovens, ativas na síntese da matriz extracelular (MEC). - Condócitos: células maduras, localizadas em lacunas dentro da matriz, responsáveis pela manutenção da MEC. 2.2 Matriz Extracelular (MEC) - Fibras de colágeno (principalmente tipo II): conferem resistência à tração. - Fibras elásticas: presentes na cartilagem elástica, conferem flexibilidade. - Proteoglicanos e glicosaminoglicanos (GAGs), como o condroitinsulfato, retêm água, conferindo resistência à compressão. - Água: 60–80% do peso da cartilagem; essencial para absorção de impacto. 3. Tipos de Cartilagem 1. Hialina - Localização: superfícies articulares, nariz, traqueia, bronquíolos. - Função: suporte e absorção de impacto. 2. Fibrosa (Fibrocartilagem) - Localização: discos intervertebrais, meniscos, sínfises. - Função: resistência a tração e compressão. 3. Elástica - Localização: orelha, epiglote, laringe. - Função: flexibilidade e retorno à forma original. 4. Nutrição e Metabolismo - Avascularidade: depende da difusão de nutrientes do pericôndrio ou líquido sinovial. - Metabolismo lento: baixo consumo de oxigênio e baixa taxa de divisão celular. - Regeneração limitada: lesões extensas dificilmente se regeneram, principalmente na cartilagem articular. 5. Crescimento da Cartilagem - Crescimento intersticial: divisão de condócitos dentro da matriz; ocorre principalmente durante o desenvolvimento fetal e infância. - Crescimento aposicional: diferenciação de condroblastos na periferia do tecido; contribui para aumento de espessura. 6. Fisiologia Mecânica - Resistência à compressão: proporcionada pelos proteoglicanos hidratados. - Resistência à tração: garantida pelas fibras de colágeno. - Absorção de impacto: essencial nas articulações, distribuindo a carga durante movimentos. 7. Aspectos Clínicos - Osteoartrite: degeneração da cartilagem articular, levando a dor e rigidez. - Condromalácia: amolecimento da cartilagem, principalmente na patela. - Lesões traumáticas: regeneração limitada; podem necessitar de reparo cirúrgico (ex.: microfraturas, transplante de condrócitos).