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Yahanna Estrela Medicina – UFCG BIOQUÍMICA Cadeia transportadora de elétrons REVISÃO DO METABOLISMO AERÓBICO DA GLICOSE ✓ A glicose é fornecida após a quebra das ligações glicosídicas dos carboidratos através das enzimas glicosidades. ✓ Ela entra nas células com a ajuda dos transportadores de glicose específicos para cada célula (os GLUT). ✓ A insulina aumenta a quantidade desses transportadores GLUT. ✓ Quando entra na célula, a glicose sofre o processo de glicólise, que ocorre em 10 reações, se transformando em piruvato. ✓ O saldo energético da glicólise aeróbica é 2 ATP e 2 NADH. ✓ Para entrar na mitocôndria, os piruvatos contam com auxílio do Simportador Piruvato/H+. ✓ Na mitocôndria, os dois piruvatos se transformarão em dois AceilCoA e produzirão dois NADH, através da ação do complexo piruvato-desidrogenase. ✓ AcetilCoA é quem alimenta o ciclo de Krebs. Será oxidado para produzir, a cada ciclo, 2 NADH, 1 FADH2 e 1 GTP. No total: 10 ATP. ✓ Essas moléculas energéticas são ricas em elétrons, que serão usados na cadeia transportadora de elétrons. INTRODUÇÃO A CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS ✓ Está intimamente ligada e acoplada a fosforilação oxidativa. ✓ Organismos aeróbios consomem O2 e geram CO2 na oxidação de combustíveis metabólicos ✓ Os elétrons que vem das moléculas reduzidas dos combustíveis (NADH e FADH2 → ricas em elétrons, que serão doados para os complexos I, II, III e IV) são transferidos para o O2 gerando H2O. ✓ A ATP sintase (complexo V) é responsável pela síntese de ATP, mas não participa diretamente do transporte de elétrons, estando relacionada ao processo de volta dos prótons para a matriz, acoplado a produção de energia. ✓ Metabolismo aeróbio (presença de oxigênio) de nutrientes: 1. Ciclo do ácido cítrico 2. Cadeia transportadora de elétrons 3. Fosforilação oxidativa ✓ Acima não está descrito a glicólise (citoplasma) pois pode ser aeróbio e anaeróbio. ✓ As coenzimas reduzidas (NADH e FADH2) formadas a partir da oxidação da glicose (e de outros compostos) vão para cadeia transportadora de elétrons, transferindo elétrons para redução do O2 (que está no complexo IV) a H2O. ✓ Durante esse processo de transporte de elétrons de um complexo para o outro acontece o bombeamento de prótons para o espaço intermembranar, gerando gradiente eletroquímico que gera a força próton-matriz → força os prótons a retornarem para a matriz, com auxilio da ATP sintase/complexo V. A produção de ATP se dá pela força de retorno dos prótons para a matriz (fosforilação oxidativa). ✓ Durante a transferência de elétrons, prótons são expelidos da membrana interna mitocondrial – gradiente de prótons (útil para a produção de energia pela ATP sintase). ✓ Energia livre armazenada neste gradiente eletroquímico promove síntese de ATP por meio da fosforilação oxidativa. RESUMO O metabolismo da glicose produz NADH e FADH2, que doarão elétrons para a cadeia transportadora de elétrons. Isso ocorre por meio das bombas de prótons pelos complexos 1, 3 e 4. O 2 não bombeia prótons pois não atravessa totalmente a membrana interna. O gradiente eletroquímico é formado e irá gerar a força próton-matriz, fazendo com que os prótons retornem à matriz com auxílio do complexo 5 → síntese de ATP. LIBERAÇÃO DE ENERGIA NADH: 2,5 ATP FADH2: 1,5 ATP ✓ Modelo quimiosmótico explica como a energia do transporte de elétrons para o O2 é transformada em ATP; ✓ Cadeia transportadora de elétrons (I, III e IV – grandes complexos proteicos) na membrana interna. ✓ Quando os e- passam através desses complexos (I, II, III e IV, o V não transporta elétrons, mas sintetiza ATP) ocorre uma série de reações de oxirredução, os prótons são transferidos da matriz para lado citosólico da membrana interna. ✓ Produz gradiente eletroquímico e ATP sintase que contém o poro (F0), que reconduz os prótons (força próton-motriz) à matriz, catalisando a síntese de ATP. ✓ Quando os prótons voltam para a matriz através do poro F0, codifica/catalisa a síntese de ATP que acontece na subunidade F1 da ATP sintase (complexo V). ✓ Força Próton-Motriz: Excesso de H+ fora da matriz; matriz com carga negativa e porção intermembrana com carga +. ✓ Desacoplamento: os prótons retornam a matriz não pela ATP sintase e assim a energia é liberada como calor (exemplo: dinitrofenol → provoca a volta dos prótons por locais que não são a subunidade F0, mas sim poros na membrana interna da mitocôndria.). Ou seja, quando retornam por outro caminho que não o complexo V. Toda a energia é dissipada na forma de calor. EXTRA: DESACOPLADORES • Complexo I: rotenona, barbitúricos (hipnóticos, amital), piericidina A; • Complexo II: malonato, carboxina, 2- tenoiltrofluoroacetona; • Complexo III: antimicina A, dimercaprol; • Complexo IV: cianeto, monóxido e carbono, azida sódica, ácido sulfídrico. MITOCÔNDRIA ✓ É na mitocôndria que ocorre o ciclo de Krebs, cadeia transportadora de elétrons e fosforilação oxidativa. ✓ Usina energética da célula; ✓ Local do metabolismo oxidativo dos eucariontes; ✓ Energia é conservada na forma de coenzimas redutoras (NADH/FADH2) que vão doar elétrons (cadeia transportadora de elétrons) para O2 transformando-o em H2O; ✓ A energia da redução do O2 para H2O é utilizada para fosforilação do ADP em ATP pela ATP sintase (complexo V, subunidade F0 e F1). ✓ A subunidade F0 é o canal pelo qual o próton voltará para a matriz. ✓ A subunidade F1 é o local onde se tem a síntese de ATP. ✓ Cadeia transportadora de elétrons localiza-se na membrana mitocondrial interna ✓ Via final comum pela qual os elétrons de diferentes combustíveis fluem para o O2 ✓ O transporte de elétrons e a síntese de ATP pela fosforilação oxidativa ocorrem continuamente em todos os tecidos. É essencial para a sobrevivência das nossas células. ✓ NADH (da glicólise) não passa pela mitocôndria, logo são transportados apenas os elétrons por lançadeiras (malato/aspartato e glicerol/fosfato) ✓ O ATP gerado na mitocôndria é translocado para citosol pela Translocador ADP/ATP - Adenina- nucleotídeo-translocase, ANT (Venenos inibem esse transporte: atractilosídeo) e pelo VDAC que permite a difusão dos metabólitos, H2O e íons. O saldo da glicólise aeróbica é 2ATP e 2NADH. Os elétrons do NADH podem ser doados para a cadeia transportadora de elétrons. Para que isso ocorra, é necessário que eles entrem na mitocôndria através do sistema de lançadeiras, como citado anteriormente. Portanto, o NADH não passa para a mitocôndria, mas os seus elétrons passam com auxilio desse sistema. Na matriz é produzido ATP, que precisa ser translocado para o citosol, sendo realizado pelo translocador ADP/ATP. MEMBRANAS DA MITOCÔNDRIA ✓ Os componentes da CTE estão localizados na membrana interna. ✓ Membrana externa contém poros especiais permeáveis a íons e moléculas pequenas. ✓ Já a membrana interna é impermeável, logo o transporte de substâncias depende de carreadores ou sistemas de transporte. ✓ Membrana interna contém cristas que aumentam muito a superfície da membrana. MATRIZ MITOCONDRIAL ✓ Contém enzimas e proteínas. ✓ Contém o complexo piruvato desidrogenase ✓ Ocorre oxidação do piruvato, Aa, AG, e ciclo do ácido cítrico/ciclo de Krebs. ✓ Contém NAD+; FAD+; ADP; Pi; RNA; DNA mitocondriais. CARACTERÍSTICAS DA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS ✓ Moléculas como glicose são metabolizadas por uma série de reações de oxidação levando por fim a produção de CO2 (ciclo de Krebs) e água (cadeia transportadora de elétrons, no Complexo V); ✓ Os intermediários dessas reações doam elétrons a coenzimas específicas como NAD+ e FAD+ formando coenzimas reduzidas ricas em energia (NADH e FADH2). ✓ Cada coenzima reduzida por pode doar um par de elétrons a um grupo especializado de carreadoresde elétrons chamado de CTE. ✓ Na medida que os elétrons fluem através da CTE eles perdem energia livre, parte dessa energia é captada e armazenada para produção de ATP – esse processo é chamado de Fosforilação Oxidativa. ✓ Série de etapas de oxirredução cada componente é oxidado quando recebe elétrons e reduzido quando doa e a energia é liberada e é utilizada para mover prótons contra gradiente de concentração (complexos I, III e IV conseguem bombear prótons, II não atravessa completamente a membrana interna). ORGANIZAÇÃO DA CTE ✓ 5 Complexos proteícos separados (Complexos I, II, III, IV e V). O V não faz parte, diretamente, da cadeia transportadora de elétrons. É ele que efetivamente produz energia. ✓ I a IV: contém parte da CTE ✓ Cada complexo aceita ou doa elétrons ✓ Esses elétrons são trocados por carreadores móveis – Coenzima Q e Citocromo C A coenzima Q10 faz o transporte dos elétrons do complexo I ao complexo III e do complexo II para o complexo III. Já o citocromo C faz o transporte dos elétrons do complexo III para o complexo IV. Ao chegarem no complexo IV, o O2 recebe os elétrons e vira H2O. ✓ Complexo V (ATP sintase): catalisa a síntese de ATP TRANSPORTADORES DE ELETRÓNS ✓ Coenzima Q (CoQ) – ubiquinona, molécula hidrofóbica (não protéico) • Conecta complexos I e II ao III ✓ Citocromo c • Conecta complexo III ao IV COMPLEXOS DA CTE 1. Complexo I: NADH desidrogenase 2. Complexo II: Succinato desidrogenase (Krebs) 3. Complexo III: Citocromo bc1 4. Complexo IV: Citocromo a+a3 (Citocromo C oxidase) 5. Coenzima Q e Citocromo C: transportadores de elétrons 6. Complexo V: ATP sintase → não faz parte diretamente. 6.1 Subunidade F0: atua como um canal de prótons; 6.2 Subunidade F1: atua como produtor de ATP. POR QUE OS ELÉTRONS NÃO PASSAM DIRETO PARA O O2? PRECISAM PASSAR PELA C.T.E? “Se a transferência de elétrons das coenzimas reduzidas fosse feita diretamente para o O2 toda a energia seria liberada na forma de calor” ✓ Ao passar de um complexo para o outro está acoplado ao bombeamento de prótons, que forma o gradiente eletroquímico, que está acoplado a produção de energia. ✓ Estratégia celular para síntese de ATP. ✓ Energia da transferência de elétrons para gerar gradiente de prótons. COMPLEXO I E II ✓ Enorme complexo de 42 subunidades contem sítio para NADH, FMN, centro Fe-S, CoQ. ✓ Os elétrons passam do: NADH – FMN – Fe-S – CoQ – Complexo III ✓ Complexo II: succinato desidrogenase. Enzima parte do ciclo de Krebs – FADH2 ✓ Os elétrons do FADH2 são transferidos para CoQ e não há liberação de energia, por isso não há fluxo de elétrons (e também porque não é transmembranoso: não atravessa a membrana de uma parte a outra, não tendo como bombear prótons). IMPORTANTE Os elétrons do NADH são transferidos para o complexo I e os do FADH2 são transferidos para o complexo II. COMPLEXO III E IV ✓ Complexo III (Citocromo b-c1) e complexo IV (Citocromo a-a3) ✓ Os elétrons do complexo III são conduzidos pelo citocromo C para o complexo IV ✓ O complexo IV passa os elétrons para citocromo C para o O2, que recebe 4 elétrons e se transforma em H2O ✓ O Cu+ ligado ao complexo IV facilita a redução do O2 a H2O. REAÇÕES DA CTE ✓ Com exceção da Coenzima Q10, todos são proteínas. PASSO 1: FORMAÇÃO DE NADH ✓ O NAD+ é reduzido a NADH por desidrogenases no ciclo do ácido cítrico PASSO 2: NADH-DESIDROGENASE ✓ O NADH e H+ são transferidos para a NADH- desidrogenase (Complexo I) contém FMN (flavina mononucleotídeo) que aceita 2H tornando-se FMNH2. ✓ Nessa enzima contém centros ferro-enxofre necessários para transferência dos átomos de H para o próximo membro da cadeia a coenzima Q10 (ubiquinona) PASSO 3: COENZIMA Q ✓ Os demais membros da CTE são citocromos ✓ Apresentam grupo heme constituído por um anel porfirina contendo um átomo de ferro ✓ Carreador móvel PASSO 4: CITOCROMO BC1 ✓ Os elétrons fluem ao longo da cadeia, desde coenzima Q pelos citocromos bc1, passa para citocromo C e vai para citocromo a+a3 PASSO 5: CITOCROMO A + A3 ✓ Também denominado citocromo–oxidase, pois possui sítio que pode reagir diretamente com O2. ✓ Neste sítio, os elétrons disponíveis, o oxigênio molecular e os prótons livres são reunidos para formar a água. ✓ Quando os elétrons chegam o átomo de Fe é convertido de Fe3+ (férrico) para Fe2+ (ferroso). INIBIDORES DA CTE ✓ Compostos bloqueiam a passagem de elétrons ligando-se a algum componente da cadeia e bloqueando as reações de oxidação/redução. ✓ Qualquer substância que iniba a cadeia transportadora de elétrons, irá inibir também a produção de ATP. ✓ A redução incompleta do O2 em água produz ERO (substâncias oxidantes). ✓ Os inibidores da CTE já foram citados anteriormente, no início do resumo, mas observe a tabela a seguir. As EROs estão relacionadas com o processo de envelhecimento celular, pois podem reagir com componentes celulares, como lipídios, DNA e proteínas, causando danos e impedindo que exerçam sua função, podendo causar morte celular. O bloqueio da transferência de elétrons por qualquer um desses inibidores (amital, retinona, antimicina A, CN-, CO, Azida sódica) faz cessar o fluxo de elétrons do substrato até o oxigênio, pois as reações das cadeias transportadoras de elétrons são fortemente acopladas, como engrenagens em uma rede. LIBERAÇÃO DE ENERGIA DURANTE O TRANSPORTE DE ELÉTRONS ✓ Energia livre é liberada a medida que os elétrons são transferidos. ✓ Quando um elétron passa de um complexo para o outro há liberação de energia utilizada para bombeamento de prótons, gerando gradiente eletroquímico, que forma força próton-motriz e gera ATP pela ATP sintase. ✓ Reações de oxidação (perda de elétrons) e de redução (ganho de elétrons). ✓ Elétrons podem ser transferidos para H+; NAD+; FMN; Coenzima Q; FAD ou citocromo. ✓ Sendo um doador (agente redutor) para um aceptor (agente oxidante). ✓ A partir do NADH → I, III, IV. ✓ A partir do FADH2 → II, III, IV.
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