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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO INTRODUÇÃO E FISIOPATOLOGIA - Via aérea central começa na traqueia – Carina – brônquios fontes E (horizontalizado) e D (verticalizado – aspiração de materiais sólidos – LID). · Anéis cartilaginosos – fornecem estrutura e patencia para estruturas mais calibrosas · Epitélio pseudoestratificado ciliar – eliminação de material particulado por meio do escarro e movimento retrógado · Células caliciformes · Glândulas submucosas – produção de muco - Unidade morfofuncional do parênquima – alvéolo · Membrana Alvéolo-Capilar – transferência de O2 p/ o sangue (hematose ou trocas gasosas) · Pneumócito – compõe a parede do alvéolo · tipo I – predominante (+95%) · tipo II – é uma célula achatada cuboide com função de regeneração do tipo I, e é o responsável pela produção de surfactante (patência do alvéolo – sua perda – atelectasia). · Membrana Basal · Endotélio – célula endotelial - Alvéolo – diâmetro de 160 micra · Em um pulmão saudável 480 milhões de unidades alveolares, e 140 m² de superfície · Injuria pulmonar sustentada – unidade alveolar – perda de superfície – perda de hematose - Centros bulbares – a respiração é controlada pelo SNC, tem um aspecto involuntário · Reflexo de tronco cerebral · Nervo frênico inerva o músculo diafragma – principal músculo responsável pelo volume corrente a cada respiração · Músculos acessórios – para cima e para o lado – pressão negativa – aumentar volume corrente · Intercostais · Escalenos – insuficiência respiratória aguda, paciente com angústia respiratória com apoio no leito · Esternocleidomastoideo - Mecânica ventilatória · Inspiração – movimento ativo com recrutamento de ar · Caixa torácica expande para fora, e o pulmão para dentro – equilíbrios de forças · Pressão intrapleural é negativa · Na inspiração deixa a pressão ainda mais negativa – decréscimo negativo (-8 cmH20) · Gradiente pressórico aumentado – faz aumentar ainda mais a entrada de ar · Ventilador mecânico – insere ar com pressão positiva no pulmão, e alivia o trabalho da musculatura · Expiração · É um processo passivo, sem gasto energético · O grau de relaxamento pulmão (energia mecânica elástica) inverte o processo, com recolhimento elástico. · Pressão intrapleural é de -5 cmH20 (pequeno aumento, mas ainda sob nível negativo atmosférico) · Air trapping – represamento pulmonar de ar em doenças com teor de broncoespasmo · Volume corrente – 6 a 7ml/kg – com aproximadamente 0,5l em um indivíduo normal · Volume minuto – 7litros (70kg), 70% (5l) ventilação alveolar e 30%(2l) do espaço morto · Espaço morto – não ocorre troca gasosa · A ventilação alveolar controla principalmente os níveis de pCO2 no sangue · É altamente difusível, muito solúvel, tem alto equilíbrio nos múltiplos compartimento do corpo. · Todo débito cardíaco passa pelo pulmão · Lavagem do CO2 do sangue, por equilíbrio na troca gasosa · Relação diretamente proporcional - Controle de pCO2 – é o principal parâmetro de controle do centro bulbar · É o principal indicador para avaliar a adequação pulmonar · CO2 é bem difusível + H20 Anidrase Carbônica H+ · Retenção de CO2 – acidificação de líquor · Centro bulbar é especializado na detecção do pH – acidificação – estímulo para ventilação – hiperpneia (VM) e taquipneia (FR) · O aumento da ventilação tem como objetivo lavar o CO2 do sangue - pO2 – não é tão solúvel quanto o CO2, e precisa andar carreado pela hemoglobina · O centro bulbar só é estimulado em franca hipoxemia, bem acentuada (<65 mmHg) · Hiperventilação não necessariamente aumenta o O2 · Sempre que tiver VM – o CO2 vai cair – Hiperventilação = Hipocapnia · Hipoventilação = Hipercapnia · Nem sempre que o paciente hipoventila, o O2 cai, ele pode manter uma boa saturação · Devido a curva de dissociação da hemoglobina, e da distribuição de tal, a concentração de O2 depende muito mais da relação V/Q do que a hiperventilação. - DPOC retentor crônico de CO2 · Não se deve dar altos fluxos de O2 para pacientes DPOC · Hiperoxia – se der os altos fluxos · A hiperoxia vai inibir os centros bulbares - bradicardia – retém ainda mais CO2 · Acidose respiratória agudizada · Carbonarcose – prejudica neurónios por excesso no SN – edema cerebral – rebaixamento de sensório e coma · São adaptados a hipercapnia persistentes, o sistema renal é adaptado – bicarbonatemia aumentada · Não muito a acidemia, pois ele pode tanto aumentar o bicarbonato (retenção renal – base excess) quanto o CO2 – o pH fica normal ou discretamente reduzido nesses pacientes · SNC é hipossensível à pCO2 · Hipercapnia acentuada, mas sem acidose, sem drive ventilatório de lavagem ou acidemia liquórica · Desse modo – quem coordena a ventilação é o O2 Curva de dissociação da oxi-hemoglobina - O endotélio é o órgão com maior superfície do corpo - Hemácias estruturas anucleares com 8 micrômeros - Oxigenação mínima necessária – 60 mmHg (SatO2 mínima necessária – 90%) - Hipoxemia <60 mmHg de O2 - Desvio para esquerda – aumenta a afinidade da hemoglobina pelo O2 - Desvio para direita – diminui a afinidade da hemoglobina pelo O2 (aumenta os fatores de estresse) – aumenta a taxa de extração de O2 pelos tecidos - Estados de choque com má perfusão tecidual – acidose lática Distúrbios da troca gasosa - Alteração de pCO2 é diretamente a ventilação alveolar (VA) - Alteração de pO2 dependente diretamente da relação ventilação/perfusão (V/Q) DEFINIÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA - Paciente com pO2 abaixo de 60 mmHg (Hipoxemia tipo I, ou insuficiência respiratória Hipoxêmica) e/ou pCO2 acima de 50 mmHg (Hipercapnia tipo II, ou insuficiência ventilatória) INSUFICIÊNCIA VENTILATÓRIA (tipo II) - A queda na VA aumenta a pACO2, o que faz um rápido equilíbrio de CO2 com o sangue - Hipoventilação crônica – Paciente retentor crônico de CO2 – adaptado sem uma hiperventilação por estímulo bulbar. - Hipoventilação aguda – acidose respiratória aguda - Hipoventilação crônica agudizada – retentor crônico que passa subitamente ventilar ainda menos e desencadeia uma acidose respiratória aguda, síndrome de carbonarcose. - A queda na VA muito acentuada diminui a pO2 – Hipoxemia da hipoventilação · Gradiente (A-a) O2 – nos mostra uma lesão ou não da membrana alvéolo-capilar · Se for uma insuficiência ventilatória, o gradiente (A-a) O2 está normal - Causas 1. Drive ventilatório – comprometam o bulbo (SNC) 2. Medula espinhal cervical – nervo frênico inerva diafragma 3. Doenças desmielinizantes – como o nervo frênico diretamente 4. Músculos – miosistes a. Falência primária – doença do músculo ou de estruturas importantes para contração pulmonar b. Falência secundária – uma doença qualquer que fadiga o músculo – falência do diafragma – respiração paradoxal 5. Caixa torácica – algum mecanismo que impeça a expansão 6. Vias aéreas – obstrução por CE 7. Miscelânias – diferentes mecanismos falham no indivíduo - Espaço morto – é a uma parte do sistema respiratório que entra em contato com o VC, e é ventilado no VM (30%), mas não ocorre troca gasosa. · TEP – êmbolo de qualquer natureza que obstruir e ocluir a perfusão capilar vira espaço morto, está ventilando, mas não está perfundindo · De um modo geral não causa insuficiência ventilatória, só em casos mais extensos · O aumento do espaço morto, ocorre aumento do VM o que lava mais o pulmão do CO2 · O aumento súbito do CO2, com aumento do espaço morto, em uso de ventilação mecânico com bloqueio neurototal – sinal de TEP Tratamento - Ventilação com pressão positiva · Invasiva – tubo orotraqueal · Não invasiva – máscaras adaptadas a face do paciente · Indicações – IOT + VM · Diminuição do sensório · Respiração agônica · pH <7,25 INSUFICIÊNCIA HIPOXÊMICA (tipo I) - Quatro (4) principais causas de hipoxemia: 1. Hipoxemia da hipoventilação 2. Hipoxemia com ar rarefeito (FIO2 <0,21) 3. Distúrbio V/Q 4. Shunt – relação V/Q igual a 0 a. Pulmonar – parenquimatoso (vias normais de trânsito sanguíneo do parênquima – consolidação) ou vascular (MAV, ramo calibroso a AP passa pela VP, síndrome hepato-pulmonar com shunts em ortostase)b. Cardíaco – doenças cardíacas cianóticas, síndrome de Eisenmeger - pO2 esperada pelo indivíduo = 100 mmHg – 0,3x(idade) · Adulto de 30 anos a pO2=91 mmHg · Idoso de 75 anos a pO2=77 mmHg - Diagnóstico · O grande divisor de águas é a avaliação do gradiente alvéolo-arterial de O2 PAO2 – PaO2 = P(A-a)O2 · Na insuficiência ventilatória – está preservada · Nas lesões parenquimatosas, nos shunts – o gradiente está aumentado, acima de 15 mmHg · O normal é até 15mmHg · O cálculo da PAO2 com base nos valores de PaCO2 pela gasometria: · PAO2 = 150 – 1,25xPaCO2 – relativa ao ar atmosférico a nível do mar · Segundo passo é avaliar a presença de Shunt, a princípio teste de resposta a aumento de O2 · Aumento da FIO2 · Aumento da pO2 – distúrbio V/Q sem shunt · pO2 inalterado – distúrbio V/Q com shunt – Ecocardiograma, TC de tórax - Quantificação da hipoxemia · Relação “PpO2/FiO2” – normal é acima de 400 · PpO2/FiO2 – lesão pulmonar é abaixo de 300 SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) - Lesão difusa estereotipada da membrana alvéolo-capilar – ocupação do espaço aéreo, com exsudação, edema e debris inflamatórios · Lesão direta, ou primária – uma doença de base, como aspiração do conteúdo gástrico (Síndrome de Mendelson), infeção pulmonar (pneumonia), trauma torácico grave (contusão pulmonar), inalação de produtos tóxicos, afogamento e eventos embólicos (líquido, antibiótico, embolia gordurosa). · Lesão indireta, ou secundária – consequência a um insulto alveolar à distância, como sepse, ou síndrome da resposta inflamatória pós-trauma, grande queimado, edema pulmonar neurogênico (aumento de permeabilidade), hemotransfusão maciço (SIRS), pancreatite aguda, politrauma não torácico, overdose por narcóticos (lesão tóxica direta da membrana AC) e circulação extracorpórea. - LDMAC/DAAD vai resultar em um edema pulmonar não-cardiogênico - A principal etiologia (50% dos casos) é a sepse - Fatores intrínsecos que aumentam a chance da SARA na Sepse · Idade avançada · Alcoolismo · Acidose metabólica · APACHE II alto - Três fases de evolução da SARA · Exsudativa – na instalação do processo, o começo da lesão; · Dura de 1 a 2 dias · É uma emergência médica · Proliferativa – tentativa de reparo tecidual · Dura de 5 a 7 dias · Ativação do pneumocito do tipo II – diferenciação e recomposição da parede alveolar · A lesão é difusa · Fibrótica · Dura de 7 a 21 dias – plenamente instalada · Pneumopata crônico - Principais consequências fisiopatológicas · Distúrbio V/Q – é a principal consequência fisiopatológica, e a principal causa de IRpA Hipoxêmica, que pode ou não ter shunt pulmonar · Hipertensão arterial pulmonar – na medida que a hipoxemia evolui, ocorre vasoconstrição arteriolar, com obstrução da vasculatura alveolar, e eleva a pressão na A. pulmonar – insuficiência do ventrículo direito (Cor Pulmonale) · A SARA pode ser consequência do choque, e a SARA pode precipitar o choque – um ciclo vicioso · Cateter de artéria pulmonar – Swan-ganz (hemodinâmica a beira do leito) – monitorização na SARA (possível padrão-ouro) · Pressão da AP – Pressão encunhada – pressão de oclusão do capilar pulmonar, e pode nos fornece a pressão de enchimento do coração esquerdo Diagnóstico da SARA/SDRA - Critérios de Berlim: · Inicio dos sintomas dentro de uma semana após um insulto clínico clinico, ou paciente deve ter sintomas novos ou progressivamente piores ao longo da última semana · Opacidades bilaterais, consistentes com edema pulmonar, no RX ou TC de tórax – tais opacidades não podem ser totalmente explicadas por derrame pleural, atelectasias ou nódulos pulmonares · A falência respiratória não pode ser totalmente explicada por uma falência cardíaca ou congestão volêmica. Uma avaliação objetiva da função cardíaca (c/ ecocardiograma) é mandatória se o paciente não possuir fatores de risco para SDRA. · A relação P/F deve estar reduzida (300 ou menos), sendo proposta a seguinte estratificação de gravidade · SRDA leve – P/F entre 300 e 200, na vigência PEEP ou CPAP maior ou igual a 5cmH20 · SRDA moderada – P/F entre 200 e 100, na vigência PEEP maior ou igual a 5cmH20 · SRDA grave – P/F abaixo de 100, na vigência PEEP maior ou igual a 5cmH20 - Principais diagnóstico diferencial – EAP cardiogênico · BNP e outros marcadores podem ser usados, mas quem fecha diagnóstico é o cateter de Swan-ganz com uma PAOP>18mmHg Tratamento da SARA/SDRA - Em primeiro lugar é preciso manter a euvolemia – considerar o uso do Cateter de Artéria Pulmonar (CAP) · Hipervolemia – edema agudo · Hipovolemia – choque - Ventilação protetora, ou “hipercapnia permissiva” · A SARA é uma lesão difusa, heterogêna, e esparsa da membrana AC – altera a complacência pulmonar · P média da via aérea – soma e média das pressões de distensão do pulmão do paciente (complacências focais heterogenias algumas aumentas e outras não) – PMVA está elevada nos pacientes com SARA · O aumento da PMVA causa uma grande distensão das aéreas saudáveis, que as lesionam por trauma mecânico e processo de liberação de citocinas. · Por isso, não se pode elevar muito a PMVA dos pacientes em ventilação mecânica, a ventilação convencional na SARA agride mais o paciente · Ventilação protetora · Vt reduzido (=< 6ml/kg) para evitar o Volutrauma (grande distensão do parênquima) · Pressão de platô (<30 cmH20) reduzida para evitar o Barotruma (lesão devido o aumento da pressão como um todo) · PEEP terapêutica entre 10 a 25 cmH20 – serve para evitar o colabamento dos alvéolos (contrapõe a força elástica de colabamento) e recruta os alvéolos colabados · Titulação da PEEP com aumentos entre 3 a 5 cmH20, e avaliando a P/F para o melhor valor · Hipercapnia permissiva – o fato de usarmos um VC reduzido, é comum que invariavelmente ele retenha CO2, por uma hipoventilação – acidose respiratória · Nesses pacientes pode até se fazer uma reposição com bicarbonato – quando pH cai muito - Glicocorticoide na SARA · Em altas doses nos primeiros dias reduz o processo de fibrose, mas não altera sobrevida do paciente · Teoricamente como início precoce teria um efeito positivo – mas não se usa na prática clínica · Usar corticoide após 14 dias da SARA (fase de fibrose) – aumenta MORTALIDADE e não se deve fazer - Paciente com SARA refratária e grave – elevada letalidade · Pronação – virar de bruços (é muito ariscada – tubos e acessos) · As lesões obedecem a gravidade – nas porções pulmonares dependentes · Aeração nas áreas aeradas c/ recrutamento de alvéolos · Parece não aumentar sobrevida · ECMO – Oxigenação por Membrana Extracorpórea · Indicação precoce – grande benefício · É agressiva
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