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TCC EDUCAÇÃO ESPECIAL

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS- GRADUAÇÃO E (LATO SENSU)
A acessibilidade da Criança com Deficiência Física na Escola Regular
Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial obtenção do título de especialista em Educação Especial e Informática da Educação 620 horas.
Divinópolis/MG
2020
A Acessibilidade da Criança com Deficiência Física na Escola Regular 
Cristyane De Oliveira Souza
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
Paulo Freire
RESUMO
O trabalho em questão tem como objetivo refletir sobre a acessibilidade das crianças com deficiência física na escola regular. O termo acessibilidade, discutido aqui, refere-se à dificuldade de acesso enfrentada pelas crianças com deficiência física tanto no que diz respeito ao acesso físico, quanto de recursos humanos capacitados. A acessibilidade é ponto fundamental para que a inclusão social das pessoas com deficiência se efetive. No contexto escolar não é diferente. A acessibilidade é condição para que o ensino e aprendizagem aconteçam dentro de uma perspectiva inclusiva. Para cumprir o objetivo proposto foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema. A pesquisa compreendeu a busca e a leitura de artigos acadêmicos que tinham como assunto central a temática da acessibilidade de crianças com deficiência no ambiente escolar. A partir da revisão bibliográfica foi construído o trabalho em questão.
Introdução:
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9394/96) a educação especial e a inclusão escolar de alunos com deficiência no ensino regular é um dever Constitucional do Estado e deve iniciar a partir da educação infantil. A partir da referida lei e da Política Nacional da Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva,a educação passa a vivenciar um momento de inclusão das crianças com deficiência na escola regular, com o objetivo de promover o acesso de todos, de forma compartilhada e igualitária, possibilitando a extinção do preconceito vivenciado pelos deficientes (BRASIL, 1996).
Contudo, muitos desafios são encontrados para a efetivação da inclusão. Um deles, e não menos importante, trata-se da acessibilidade. São muitas as barreiras no que diz respeito ao acesso físico e pedagógico dos alunos com deficiência, seja ela intelectual e/ou física. Todos os órgãos públicos, incluindo a escola, devem oferecer condições de acesso a todos os cidadãos. Mas, basta olha a nossa volta e perceber que o acesso não é facilitado. Existem barreiras arquitetônicas como ausência de rampas, ruas com ondulações e buracos, corredores estreitos, ausência de elevador e ainda a falta de preparo da população para lidar com os deficientes e no caso da escola, a falta de capacitação pedagógica. A criança com deficiência necessita que seu acesso seja garantido, via capacitação profissional, adaptação arquitetônica, tecnologia assistiva, para que seu aprendizado se efetive. Em muitos casos, os problemas de acesso enfrentados pela escola, passam despercebidos e contribuem por aumentar o preconceito e a exclusão social. As dificuldades de aprendizagem, em sua maioria, podem ser sanadas a partir de condições de acesso que garantam a adaptação da criança ao ambiente escolar, respeitando as peculiaridades de cada aluno. 
Dentro do contexto legal existe a Lei nº 10.098/00 (BRASIL, 2000). Ela define quetodas as escolas devem promover ambiente acessível, adequando os espaços que atendam à diversidade humana e eliminando as barreiras arquitetônicas. Além disso, o Decreto nº 5.296/04 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências. Entretanto, mesmo que existam leis que garantam a acessibilidade no ambiente escolar, a realidade mostra que muitas mudanças ainda precisam ser feitas.
Sendo assim, o trabalho em questão tem como objetivo central refletir sobre a acessibilidade das crianças com deficiência física na escola regular. Compreendemos deficiência física como:
Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (Art. 4. Decreto nª 3.298 de 1999)
Para cumprir o objetivo proposto foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema. A pesquisa compreendeu a busca e a leitura de artigos acadêmicos que tinham como assunto central a temática da acessibilidade de crianças com deficiência no ambiente escolar.
Problematização:
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, dados do Censo 2000 revelam que 24,6 milhões de pessoas são portadoras de pelo menos um tipo de deficiência ou incapacidade, o que corresponde a 14,5% da população brasileira. (BRASIL, 2000).
Do total de casos de portadores das deficiências investigadas, 8,3% possuíam deficiência mental; 4,1% deficiência física; 22,9% deficiência motora; 48,1% deficiência visual e 16,7% deficiência auditiva (BRASIL, 2000). Considerando os casos declarados de deficiência física e motora dentro do mesmo grupo, é possível afirmar que ocupam o segundo maior grupo de deficiência, depois dos casos de deficiência visual. 
No que diz respeito a dados da educação, é possível afirmar a partir de informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas – INEP o número percentual de deficientes físicos matriculados em escolas públicas e privadas, no País, é de5, 5%, cerca de 31.434 pessoas (BRASIL, 2004). Esses dados revelam uma baixíssima acessibilidade das pessoas com deficiência nas escolas, e consequentemente na educação. 
No trabalho em questão, compreendemos acessibilidade como causas variadas que impedem o acesso das pessoas a educação, impossibilita cumprir o direito de ir e vir. As causas estão atreladas a dificuldade de acesso promovido pela arquitetura da cidade e das escolas, não adaptadas às exigências desse público bem como a falta de acesso produzida pelo preconceito e pela falta de capacitação da população e de profissionais da educação (FIEGENBAUM, 2009).
A falta de acessibilidade impossibilita que o trabalho educativo de inclusão se efetive. O debate da inclusão e da acessibilidade invade o cotidiano escolar das escolas regulares que se deparam com crianças com diferentes necessidades especiais de aprendizado, contudo em um ambiente com variadas barreiras arquitetônicas e com carência de recursos humanos capacitados. Nesses casos, a inclusão acaba por ser tornar exclusiva. 
Hipótese:
A partir do que foi apresentado até o momento e do que será discutido na fundamentação teórica é possível levantar a hipótese de que a acessibilidade nas escolas regulares para alunos com deficiência física é restrita e necessita de melhoras efetivas, seja na estrutura física como na capacitação de recursos humanos. Essa realidade exige mudanças de perspectivas da população, no que diz respeito aos estigmas que são construídos em torno da deficiência e um novo posicionamento das entidades públicas, colocando em ação as propostas legislativas. 
Metodologia:
A metodologia, como definida por Minayo (1999), compreende todo o processo de investigação de uma pesquisa, começando pelo caminho do pensamento, a partir dos pressupostos epistemológicos que o tema ou objeto da pesquisa requer, seguindo pela escolha do método e das técnicas que buscarão responder às indagações do pesquisador. Esse processo compreende, ainda, a criatividade do pesquisador, ou seja, sua capacidade de percorrer o caminho da pesquisa imprimindo sua marca pessoal na forma de articular teoria, métodos e achados empíricos.
Para melhor compreensão do tema proposto e para a efetivaçãoda pesquisa foi realizado um levantamento bibliográfico acerca da temática em questão: a acessibilidade das crianças com deficiência física nas escolas regulares. 
Realizei buscas em periódicos e sites acadêmicos usando as palavras acessibilidade, deficiência física e escola como descritores de busca. Após a leitura e fichamento do material selecionado construí uma revisão bibliográfica, apresentada no tópico abaixo.
Fundamentação Teórica:
Educação Inclusiva e Acessibilidade: do cotidiano ao ambiente escolar
As formas de perceber e lidar com a deficiência passou e ainda passa por transformações no transcorrer da história. As causas variavam desde explicações divinas, possessão demoníaca, até uma compreensão voltada para a dicotomia saúde e doença, normalidade e anormalidade (PESSOTI, 1984).
No âmbito da educação, no contexto brasileiro, é possível afirmar que somente a partir da década de 1950 que surge a preocupação em oferecer uma educação especial para os sujeitos com necessidades especiais em decorrência de variadas deficiências. Antes disso, a educação era negligenciada para esse público. Na década de 50 surgiram as primeiras escolas especializadas e classes especiais. Predominava nesse período uma perspectiva científica da deficiência, compreendendo dentro da dicotomia saúde versus doença e também dentro de um aspecto assistencialista, havendo a existência de instituições filantrópicas, como a igreja, por exemplo, no atendimento de crianças com deficiência(MENDES, 2006). 
Na década de 1970, a partir do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental, vinculado a Reforma Psiquiátrica Brasileira, surge novas propostas a partir de um ideal integrativo, defendendo que as pessoas devem conviver em um mesmo espaço social, com todos os direitos garantidos independente de qualquer situação que a pessoa se encontre. Sendo assim, nasce uma perspectiva social integradora, com o objetivo de reinserção social daqueles que durante séculos foram marginalizados da sociedade (MENDES, 2006). 
No Brasil, a década de 1990 torna-se o marco da proposta inclusiva em decorrência da ampliação do debate a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que visa garantir o acesso à educação de forma humanizada e igualitária. A concepção proposta pela LDB defende que os sistemas educacionais devem ser responsáveis por criar condições de promover uma educação de qualidade e proporcionar adequações que atendam às necessidades requisitadas(MENDES, 2006).
De acordo com o Ministério da Educação a deficiência deve ser considerada como uma diferença que faz parte da diversidade e que afeta a forma de ser, agir e sentir das pessoas. Complementando a ideia, a Declaração de Salamanca (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura-UNESCO, 1994) a fim de promover uma Educação Inclusiva defende que a educação deve assumir as diferenças humanas como algo natural e que o sistema de ensino deve se adaptar as necessidades das crianças ao oposto de adaptar a criança a um sistema de educação determinado (MORAES, 2007).
Na perspectiva da educação inclusiva é necessário o envolvimento da família e da comunidade no atendimento as necessidadesdo aluno. Para que uma educação de qualidade se efetive e que ela realmente se torne inclusiva é importantíssimoa integração dos vários serviços públicos tais como: saúde, esportes, cultura, alimentação preparação para o trabalho. Além disso, faz-se necessário a garantia de acesso continuado a esses serviços, ou seja, a mobilização de todos os meios disponíveis articulados a educação para cumprir os objetivos propostos pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MORAES, 2007).
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva defende que: 
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à idéia de eqüidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola (Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2007, p.1).
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva acrescenta que a escola ocupa papel central na luta contra a discriminação, promovendo mudanças estruturais e culturais que permitam a inclusão e influencie e instigue toda a sociedade para a mudança. Segundo Moraes (2007) uma educação de qualidade é definida como aquela que é acessível e inclusiva. Trata-se de uma educaçãoque possibilita as pessoas historicamente excluídas, a promoção de reformas educacionais e a construção de escolas com ambiente adequado a educação. Para que o processo de inclusão ocorra nas escolas e na sociedade de forma geral, faz-se necessário a superação impostas pelo sistema tradicional de ensino, de uma cultura educacional dominante que não leva em consideração as diferenças, sejam elas física, intelectual, regional, territorial, de gênero, raça e cultura. O ser humano é múltiplo, está em constante processo de vir a ser. Não é possível uma educação que construa sujeitos políticos e de direitos sem levar em consideração as diferenças.
O sistema educacional tradicional, ou seja, aquele anterior a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996e que ainda vigora em muitas escolas atuais, depara-se com dificuldades relacionadas aos recursos humanos, pedagógicos e físicos. Essas dificuldades impedem que a educaçãose efetive em conjunto com as necessidades de cada pessoa e da comunidade. A construção da equidade dentro do ambiente escolar é o primeiro passo para que ela se expanda para toda a sociedade. A educação é o ponta pé inicial para a mudança de paradigmas sociais (MENDES, 2006).
Como apresentado, o acesso à educação é limitado em decorrência de variáveis como o ambiente físico, a composição e preparação dos recursos humanos e pedagógicos, bem como a cultura dominante em torno da educação inclusiva. Sendo assim, cabe aqui discorrer sobre a acessibilidade dos alunos com deficiência na escola regular. 
A escola regular é compreendida como uma instituição educacional que se destina a população em geral, em idade escolar, não contemplando a educação inclusiva. Como apontado pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva durante muito tempo perdurou a ideia de que a educação especial, organizada de forma paralela a educação regular comum seria a melhor forma de atender os alunos com deficiência. Concepção que exerceu um longo impacto na história da educação especial, por meio de práticas que enfatizavam a deficiência, acentuando, em muitos momentos a exclusão. Na perspectiva da educação inclusiva a educação especial passa a integrar a escola regular promovendo o atendimento educacional especial aos alunos com deficiência. Assim, todo o processo de ensino e aprendizagem se dá em um mesmo espaço com todas as pessoas, em suas peculiaridades, convivendo e aprendendo juntas (MENDES, 2006).
Essa nova realidade inaugura exigências para as escolas, a principal delas diz respeito à acessibilidade. Como exemplo é possível citar a norma NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1994) tem como objetivo estabelecer critérios na construção e adaptação de edificações com o intuito de proporcionar às pessoas a utilização de maneira segura e autônoma dos ambientes. A acessibilidade garantida é capaz de oferecer oportunidades a todas as pessoas, sendo ela deficiente físico, com mobilidade reduzida, idoso, grávida, deficientes auditivos e visuais, dentre outros. A promoção da acessibilidade gera consequências sociais importantíssimas, pois permite a todos o acesso ao direito de ir e vir, à educação, saúde,lazer, transporte, trabalho e outros meios reservados ao cidadão (MENDES, 2006).
Nas escolas o debate da acessibilidade não é diferente, principalmente após o movimento de inclusão. Para fazer valer os direitos à acessibilidade na escola é necessário que o que propõe a legislação vigore. Assim, será possível ver ambientes escolares se transformando em ambientes acessíveis e acolhedores. Para que possa haver inclusão de qualidade, faz-se necessário um ambiente adequado.
Dischinger e Machado, (2007) apud Silva e Volpini (2014), 
Acessibilidade espacial significa poder chegar a algum lugar com conforto e independência, entender a organização e as relações espaciais que este lugar estabelece, e participar das atividades que ali ocorrem fazendo uso dos equipamentos disponíveis. Para um aluno ir até sua escola, situada no centro da cidade, é possível chegar através de automóvel, de ônibus ou a pé. No caso de um cadeirante, o percurso deve ser acessível (com rampas nos passeios e na entrada do edifício, dimensões adequadas, travessias seguras, etc.). (p.106).
De acordo com os autores citados acima, alunos com deficiência física possuem dificuldades ao realizar muitas tarefas rotineiras no ambiente escolar, necessitando do auxílio de outra pessoa. A dificuldade é proveniente em sua maioria da falta de acessibilidade ofertada ao aluno. O mesmo que não consegue realizar suas atividades, fica em desvantagem, pois não tem a oportunidade de criar, acompanhar e até mesmo superar os colegas. É muito frequente encontrarmos alunos que não são atores de seu próprio processo de aquisição de conhecimento e descoberta em decorrência das limitações impostas pela falta de acessibilidade.
A acessibilidade nas escolas inclusivas vai além do acesso ao ambiente físico, as escolas precisam ter como principais características respeitar, aceitar e acreditar no potencial de cada aluno com deficiência, não apenas os alunos deficientes, mas sim para todos, permitindo uma educação de qualidade e sem preconceitos. A escola tem que proporcionar um ambiente agradável, confortável e prazeroso, onde os alunos tenham condições de aprender, desenvolver-se superando seus medos e desafios encontrados no cotidiano, ajudando então a encontrar meios facilitadores de ensino, aprendizagem e locomoção no ambiente escolar (SILVA e VOLPINI, 2014).
 A Acessibilidade do Deficiente Físico:
De acordo com Marilene Ribeiro dos Santos (1997), na época Secretária de Educação Especial, a inclusão das pessoas com necessidades especiais na sociedade necessita de um fator essencial: a integração. Sendo assim, é de fundamental importância a acessibilidade, pois ela permite que a integração aconteça, possibilitando a mobilidade e a autonomia das pessoas, sendo estes direitos universais.
Com o objetivo de permitir a integração de todas as pessoas na sociedade e em todas as instituições que a compõem, incluindo aqui a escola, é preciso pensar uma arquitetura que permita o acesso, rompendo com a ideia de um homem padrão e levando em consideração as diversidades de sujeitos que existemna sociedade. Para que as oportunidades se tornem igualitárias faz-se necessário a eliminação de barreiras físicas e ideológicas (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA- MEC, 2001). 
De acordo com o MEC (2001), tanto a escola especial como a escola regular deve atender diferentes casos de pessoas com necessidades especiais de aprendizado como:deficiências (auditiva, física, mental,múltipla, visual);condutas típicas (problemas de conduta);altas habilidades (superdotados). Dessa maneira, algumas exigências são feitas sobre as instalações destinadas a satisfação de sujeitos com necessidades especiais. No trabalho em questão iremos nos ater a deficiência física. 
Compreendemos deficiência física como uma variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda, de más-formações congênitas ou adquiridas. As escolas que, em geral, devem estarabertas a todos, em especial, devem estarlivres das barreiras arquitetônicas para o exercício da plena acessibilidade, particularmente as pessoas com deficiência (BERSCH e MACHADO, 2007).
Para que o estudante com deficiência física possa acessar a escola e interagir com o ambiente ao qual ele frequenta, é necessário criar as condições adequadas à sua locomoção, comunicação, conforto e segurança. Oatendimento educacional especializado, oferecido em preferencias nas escolas do ensino regular, tem como responsabilidade realizar uma seleção de recursos e técnicas adequados a cada tipo de comprometimento para o desempenho das atividades escolares. O objetivo é que o aluno tenha um atendimento especializado capaz de melhorar a sua comunicação e a sua mobilidade (WELLS e THOMAS, 1997). 
Sendo assim, o atendimento educacional especializado faz uso da “tecnologia assistiva” direcionada à vida escolar do sujeitocom deficiência física, visando à inclusão escolar. A tecnologia assistiva, é um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência (BERSCH, 2006 apud BERSCH e MACHADO, 2007). 
O atendimento educacional especializado pode fazer uso das seguintes modalidades da tecnologia assistiva: a) uso da comunicação aumentativa e alternativa, para atender as necessidadesdos educandos com dificuldades de fala e de escrita; b) adequação dos materiais didáticopedagógicos às necessidades dos alunos;c) desenvolvimento de projetos em parceria com profissionais da arquitetura, engenharia, técnicos em edificações para promover a acessibilidade arquitetônica; d) adequação de recursos da informática; e) uso de mobiliário adequado como mesas, cadeiras, quadro, entre outros, bem como os recursos de auxílio à mobilidade: cadeiras de rodas, andadores, entre outros(BERSCH e MACHADO, 2007) .
Além disso, são necessários recursos humanos capacitados para que a acessibilidade aconteça. O professor e todo o corpo de funcionários da escola são fundamentais para que o atendimento especializado aconteça de forma acessível e inclusiva. Os profissionais da educação precisam estar cientes das necessidades dos alunos, buscando se capacitar para atuar dentro da proposta de educação inclusiva. Precisam ainda, assumir uma posição crítica diante dos estigmas que afetam a sua postura frente ao aluno com deficiência, o compreendendo como um aluno capaz de apreender e se desenvolver. É tarefa e dever da escola proporcionar ao educando com deficiência, maior qualidade na vida escolar, independência na realização de suas tarefas, ampliação de sua mobilidade, comunicação e habilidades de seu aprendizado (BERSCH e MACHADO, 2007). As autoras acrescentam que no caso dos educandos com graves comprometimentos motores, que precisam de cuidados especiais na alimentação, na locomoção e no uso de aparelhos ou equipamentos médicos, énecessárioa presença de um acompanhante no período em que frequenta a classe comum. São esses recursos humanos que possibilitam aos alunos com deficiência física a autonomia, a segurança e a comunicação, para que eles possam ser inseridos em turmas do ensino regular.
Ao falarmos de tecnologia assistiva e acessibilidade, significa que desejamos resolver com criatividade os problemas funcionais de pessoas com deficiência e buscar encontrar alternativas para que as tarefas do cotidiano sejam realizadas de forma tranquila e independente. Para isso, é fundamentalintroduzir recursos que favoreçam o desempenho da atividade ou modificar a atividade, para que possa ser concluída de outra forma. Assim, é muito importante a adaptação dos materiais didáticos e pedagógicos para que o estudante consiga manuseá-los, se sentir confortável diante da atividade e cumprir com sucesso a proposta do professor. A adaptação de uma tesoura para recorte, adaptador de lápis e caneta para permitir a força na pressão do lápis e movimentosde desenho, a ponteira de cabeça e boca que permite ao aluno manusear objetos, digitar no teclado do computador, apontador adaptado, auxílio para virar as páginas do livro com uma espécie de “pegador”, prancha de letras, escrita alternativa por meio de letras recortadas dentre outros recursos fazem total diferença no processo de ensino e aprendizagem. Favorece o aluno, por se sentir incluído e participante das atividades e também contribui para a atuação do professor ao transmitir o conteúdo e se relacionar com o aluno (BERSCH e MACHADO, 2007). 
 A acessibilidade é de suma importância para que o aluno com deficiência física consiga se sentir integrado, como parte da escola, contribuindo para que a inclusão realmente aconteça. Promover o acesso amplia as possibilidades do educando desempenhar as atividades em igualdade de condições daquele aluno que não apresenta deficiência. 
Considerações Finais:
Apesar do aumento do nível de informação e participação da sociedade é inegável a existência de barreiras sociais e arquitetônicas, o que continua limitando o exercício dos direitos de cidadania da maioria das pessoas com deficiência, tornando indispensável a dedicação e uma atenção redobrada sobre o assunto. Certamente ainda resta muito a fazer nas instalações em geral, em especial no que diz respeito à educação.
Especificamente dos casos da deficiência física, como apresentando neste trabalho, são muitas as barreiras para que a educação inclusiva se efetive principalmente no que diz respeito à acessibilidade a partir de uma perspectiva física e na capacitação de recursos humanos.	
Além de recursos financeiros e de uma postura mais comprometida dos órgãos públicos, precisamos romper com estigmas depreciativos que percebem o sujeito com deficiência como um improdutivo. Precisamos construir novos olhares sobre a educação inclusiva e concluir que ela será possível apenas se mudarmos nossa forma de perceber e lidar com as pessoas.É necessário que as possamos compreender como sujeito de direitos que precisam de um mundo mais justo, humano e acolhedor para poder se sentir e fazer parte da sociedade. Assim, será possível contribuir para a construção de uma sociedade mais participativa e igualitária. Não somos nós que precisamos adaptar ao mundo, precisamos transformar o mundo para que ele se torne adaptável por nós.
5.0 Referências Bibliográficas
BERSCH, Rita; MACHADO, Rosângela. Conhecendo o aluno com deficiência física. In: SCHIRMER, Carolina; BROWNING, Nadia; BERSCH, Rita; MACHADO, Rosângela (Orgs). Atendimento Educacional Especializado- Deficiência Física. SEESP / SEED / MEC Brasília/DF – 2007.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas. INEP. 2004.
FIEGENBAUM, Joseane. Acessibilidade no contexto escolar: tornando a inclusão possível. 2009.Trabalho de conclusão do curso de Especialização em Educação Especial e Processos Inclusivos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
IBGE. CENSO Demográfico. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2000.
MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasileira (Lei 9394 de 20 de Dezembro de 1996). Ministério da Educação. Brasília, DF, 2001.
MEC/SEESP. Lei da Acessibilidade (Lei 10.098). Ministério da Educação.Secretaria de Educação Especial. Brasília/DF, 2000. Disponível em: portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. 
MEC/SEESP. Direito à Educação, Necessidades Educacionais Especiais: subsídios para atuação do Ministério Público Brasileiro. Orientações Gerais e Marcos Legais. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Brasília/DF, 2001.
MENDES, Enicéia Gonçalves. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 33 set./dez. 2006.
MORAES, Marina Grava de. Acessibilidade e Inclusão Social em Escolas. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências – UNESP Campus Bauru. 2007.
PESSOTTI, Isaias. A Loucura e as Épocas. Rio de Janeiro: 34. 2 ed, 1994, p. 46.
SILVA, Flavia Natalia Ramos da; VOLPINI, Maria Neli. Inclusão escolar de alunos com deficiência física: conquistas e desafios. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade. Bebedouro-SP, 1 (1): 18-29, 2014.
UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: CORDE: 1994. 54p.
WELLS, Hon. Thomas L., MinistryofEducation - Ontário, Canadá, Sugestões para projetos de escolas destinadas a deficientes físicos; coord. José Maria de Araújo Souza, elaboração: João Honório de Mello Filho. –Brasília : Programa de Educação Básica para o Nordeste, 1997. 
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