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Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Transtornos de ansiedade Objetivos: 1. Objetivo 1: Elucidar transtorno de ansiedade 2. Objetivo 2: Compreender a síndrome do pânico 3. Objetivo 3: Entender o papel do CAPS Objetivo 1: Elucidar transtorno de ansiedade Introdução: ● A ansiedade foi uma característica humana selecionada durante a evolução da espécie e adaptada em níveis moderados; ● Relação entre ansiedade e desempenho: ● Ameaças próximas/distantes 🡺 ansiedade ou medo o Ansiedade: resposta emocional à antecipação de uma ameaça futura; o Medo: resposta emocional a uma ameaça iminente, real ou percebida; o Pânico - (fuga ou luta nos animais) é entendida como um tipo específico e intenso de medo; ● Apresentar-se em níveis excessivos, por persistir além de períodos apropriados e, finalmente, por causar sofrimento excessivo ou prejuízo funcional. MODELOS NEUROPSICOLOGICOS DA ANSIEDADE: ● A parte mais primitiva concentra respostas mais instintivas (derivada do rombencéfalo embrionário), a segunda parte concentra as reações emocionais (derivada do diencéfalo embrionário) e a terceira parte é responsável pela cognição e pela tomada de decisões conscientes (derivada do telencéfalo embrionário). ● SISTEMA DE INIBIÇÃO COMPORTAMENTAL: o Circuito de Papez (septo-hipocampal, corpo mamilar, tálamo anteroventral e córtex do cíngulo) mais córtex pré-frontal e vias noradrenérgicas, dopaminérgicas e serotoninérgicas ascendentes; CONTATO COM ESTIMULOS AMBIENTAIS AMEAÇADORES/AVERSIVOS 🡺 ATIVAÇÃO 🡺 INIBIÇÃO DO COMPORTAMENTO MOTOR, EXACERBAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO DO AMBIENTE (HIPERVIGILIA) E PREPARO PARA AÇÃO FISICA INTENSA. ● SISTEMA CEREBRAL AVERSIVO: o Estudos de estimulação elétrica de estruturas subcorticais (substancia cinzenta periaquidutal. Hipotálamo medial e amigdala) 🡺 comportamentos defensivos e mudanças neurovegetativas; Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE o Essas áreas são responsáveis pela elaboração das manifestações psicológicas e fisiológicas de estados motivacionais negativos quando recebem informações sensoriais ameaçadoras do ambiente externo ou interno. o Córtex pré-frontal 🡺 inibe/estimula o acionamento das estruturas do sistema límbico ao reconhecer e interpretar os estímulos sensoriais oriundos do núcleo dorsomedial do tálamo. ▪ Córtex pré-frontal dorsolateral tem acesso a informações somáticas, visuais e auditivas, já processadas pelas áreas sensoriais primárias e secundárias do córtex, projetando-se para o córtex do cíngulo, onde essas informações contribuem para a formação de predições sobre o próximo evento esperado. Projeta-se também para o córtex entorrinal, quando, então, essas informações são utilizadas na descrição da percepção sensória do indivíduo. Além da parte dorsolateral, o córtex pré-frontal orbitofrontal também participa desse sistema, apresentando intensa conexão de fibras nervosas com o hipotálamo e a amígdala, que fazem parte do sistema cerebral aversivo. NIVEIS DE DEFESA, ANSIEDADE OU MEDO: ● Os componentes citados acima podem ser ativados de acordo com as diferentes respostas de diversos estímulos, ou seja, organizadas em níveis de defesa distinto. 1) Ativado em situações potencialmente perigosas (situações novas ou similares a outras já vivenciadas) – comportamento exploratório cauteloso (comportamento de avaliação de risco); a. Sistema septo-hipocampal (compara as informações do ambiente via córtex entorrinal – porção anterior do giro para-hipocampal -, com predileção provocada pelo circuito de Papez, levando em consideração as memorias armazenadas no lobo temporal e o planejamento pelo córtex pré-frontal. b. Se houver acordo entre os estímulos percebidos e as predições, o comportamento será mantido; porém, se for detectada discordância entre o estímulo real e o esperado, ou se houver antecipação de evento aversivo, haverá mudança no modo de funcionamento do sistema, que passa de comparador para controlador, provocando inibição do comportamento. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 2) Sinais de perigo são explícitos, mas ainda distantes, provocando reação de imobilidade tensa ou congelamento, que ocorre quando o indivíduo não tem como escapar da situação. a. O circuito constituído por substância cinzenta periaquidutal, núcleo mediano da rafe e sistema septo-hipocampal 3) Quando o estímulo ameaçador está muito próximo, ou em contato direto, desencadeando o comportamento de luta ou fuga. a. Mediada pelo sistema cerebral aversivo, no qual a amígdala, que tem conexões tanto com o neocórtex quanto com estruturas límbicas mais profundas, funciona como uma interface sensório-emocional, dando um colorido afetivo-motivacional às informações sensoriais provenientes do meio externo por intermédio das áreas associativas do neocórtex. MODELO GERAL DA ANSIEDADE: ● Modelo hipotético que relaciona adversidades, personalidade, resposta de hiperexcitação, estratégias de enfretamento de problemas (coping) e geração de sintomas ansiosos ● O evento inicial pode ser algum estímulo interno ou externo, que então é percebido pelo sujeito e avaliado como ameaçador. Essa avaliação aciona um mecanismo de hiperexcitação, com descarga adrenérgica e ativação simpática, com o experimento de sensação de luta e fuga. Este, se crônico, pode dar origem a medos irracionais. Dois fatores vão predominantemente modular esse processo de identificação da ameaça e resposta de hiperexcitação: o nível de neuroticismo do indivíduo e suas habilidades de enfrentamento de problemas (coping). ● O neuroticismo é um traço da personalidade em que o indivíduo sente as experiências sensoriais de modo mais negativo, mostrando-se característica estável do indivíduo ao longo do tempo.7 Barlow8 usa o termo “afeto negativo” para descrever essa característica com base no modelo de Clark e Watson.9 Essa característica influencia a percepção e a avaliação do sujeito sobre os eventos de sua vida, determinando o tipo de comportamento em resposta, com forte relação entre neuroticismo e os transtornos ansiosos. ● Essa avalição negativa de eventos adversos provoca sensação de falta de controle sobre a situação, o que se relaciona com a habilidade de enfrentamento de problemas (coping) nos sintomas ansiosos. Em 1984, Craig et al.11 demonstraram maior escore na escala de lócus de controle do comportamento, ou seja, maior orientação externalizante e empoderamento do controle da situação, com maior incidência de transtornos ansiosos e de recaída após tratamento eficaz. ● Em 1990, Duncan-Jones et al.12 estimaram que o neuroticismo sozinho corresponde a 44% da flutuação de sintomas ansiosos e depressivos, ao passo que Andrews encontrou uma atribuição de 60% dessa flutuação ao neuroticismo e ao lócus de controle do comportamento juntos. Estes se demonstram, então, como os principais fatores de vulnerabilidade individual para os transtornos ansiosos, o que justifica também a alta comorbidade entre os diversos transtornos ansiosos e seu curso crônico recorrente. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE IMPACTO SOCIAL E EPIDEMIOLOGIA DOS TRASTORNOS ANSIOSOS: ● Encontrados como a classe mais comum dos transtornos mentais, em qualquer faixa etária; tem idade de início mais precoce que a maioria dos transtornos (e isso faz com que haja maior impacto econômico entre todos os transtornos); ● Início precoce 🡺 forte prediletor de instalação de outros transtornos mentais e uso de substancias; ● Associados a complicações clinicas – doenças cardiovasculares, com alto risco de mortalidade cardiovascular, doença arterial coronariana, acidentevascular cerebral e insuficiência cardíaca. ● Alto custo social como: redução da escolaridade, casamento precoce, instabilidade conjugal, baixo nível de emprego e pior situação financeira. ● A maior parte dos indivíduos apresenta intervalo de 10 anos ou mais após início dos sintomas para ter acesso ao tratamento. ● Interesse na possibilidade de rastreio no local de trabalho, já que o tratamento de alguns transtornos de ansiedade pode ter retorno de investimento positivo para empregadores em virtude do aumento do desempenho no local de trabalho com consequente redução dos custos de saúde associados a outros distúrbios que são parcialmente causados ou exacerbados por distúrbios de ansiedade. ● Quanto às prevalências de cada distúrbio, a fobia específica é consistentemente estimada como o transtorno mais prevalente, variando de 6 a 12% da população. O transtorno de ansiedade social tipicamente segue a fobia específica, com prevalência de cerca de 10% da população. Agorafobia sem história de transtorno de pânico geralmente é estimada em cerca de 2%; distúrbio de ansiedade por separação da infância, em 2 a 3%. Existe maior variabilidade no transtorno de pânico (2 a 5%) e transtorno de ansiedade generalizada (3 a 5%). MUDANÇA NA CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE SEGUNDO DO DSM- 5: ● Transtorno de ansiedade de separação; ● Mutismo seletivo; ● Fobia específica; ● Transtorno de ansiedade social (fobia social); ● Transtorno de pânico; ● Agorafobia; ● Transtorno de ansiedade generalizada; ● Transtorno de ansiedade induzida por substância ou medicamento; ● Transtorno de ansiedade causado por condição médica; ● Outro transtorno de ansiedade especificado; ● Transtorno de ansiedade não especificado; TRANSTORNOS DE ANSIEDADE SEGUNDO O DSM-5: ● Reúnem um grupo de apresentações nas quais a ansiedade, o medo e a esquiva são proeminentes ● Os diagnósticos mais prevalentes + Transtornos de ansiedade podem estar entre os mais difíceis de diagnosticar definitivamente. o Fatores complicadores é que a ansiedade, o medo e a esquiva são respostas normais e adaptativas que levam a uma ambiguidade inevitável na avaliação de indivíduos com sintomas leves o As emoções relacionadas com a ansiedade podem ser vivenciadas mais proeminentemente como sintomas somáticos. O medo, uma reação normal a uma ameaça iminente real ou percebida, está quase sempre associado com a hiperexcitabilidade do sistema autônomo. Esta pode ser difícil de ser identificada ou descrita pelos pacientes, especialmente quando é crônica. De modo similar, a ansiedade, experiência emocional de medo não acompanhado Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE por uma ameaça evidente, pode ser sentida como uma tensão muscular e um estado de alerta, os quais podem se integrar imperceptivelmente ao pano de fundo da situação em que se encontra alguém com níveis de ansiedade cronicamente elevados. o Terceira complicação é que os transtornos de ansiedade costumam ser comórbidos uns com outros e/ou também com transtorno de humor e da personalidade. Tudo isso pode dificultar a observação adequada das manifestações de cada diagnóstico. Transtorno de ansiedade de separação: ● Ansiedade ou medo excessivo de separar-se de casa ou de figuras de apego, inapropriados para a fase de desenvolvimento, tem seus critérios diagnósticos. ● Entre todos os transtornos de ansiedade na infância, o transtorno de ansiedade de separação é o mais comum, correspondendo a até 50% destes. ● DSM-5 ampliou o critério diagnóstico temporal ao possibilitar o diagnóstico de transtorno de ansiedade de separação desde a infância até a vida adulta. ● Não deve ser confundido com a ansiedade de separação, um estágio normal do desenvolvimento em bebê saudável e seguro. o Ansiedade de separação - inicia aos 8 meses e aumenta até os 13 a 15 meses, quando começa a reduzir. ● Transtornos de ansiedade na infância podem apresentar curso autolimitado, porém muitos persistem com essa condição ou desenvolvem outro distúrbio ansioso na vida adulta. ● ~ 1/3 terço dos adultos com transtorno de ansiedade de separação tenha apresentado a perturbação na infância, a maioria teve início na fase adulta. ● Em criança - forte apego emocional em relação a um dos pais; ● Nos adultos - apego pode ser ao cônjuge ou a um amigo. ● Estudos - maior internalização do comportamento, maior prevalência de mães com crises de pânico e agorafobia, pior desempenho acadêmico e maior incidência de doenças orgânicas, como 2 vezes mais cefaleias e asma (estas mais evidentes nos transtornos persistentes comparados com os de curta evolução). Tratamento: ● Técnicas de análise do comportamento. ● Terapia de interação pai/filho, na qual os terapeutas ensinam aos cuidadores estratégias para reforçar comportamentos desejados e extinguir comportamentos indesejáveis enquanto interagem com seus filhos. Essa abordagem demonstrou ótima taxa de remissão quando comparada ao placebo (73% e 0%, respectivamente). Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Mutismo seletivo: ● Fracasso da fala mais comumente em situações de maior demanda social, na presença de crianças ou adultos, mas não em todos os ambientes. ● Criança - comportamento na escola ou com familiares mais distantes, porém conseguir falar dentro de casa ou com familiares próximos. o Podem se comunicar por meios não verbais, como grunhidos e gestos. ● Prevalência varia de 0,47 a 0,76% da população; o Início geralmente entre os 3 e 6 anos, porém com diagnóstico entre 5 e 8 anos, normalmente após a criança entrar na escola. o Meninas > meninos. ● Pode ocorrer ao longo de alguns meses ou persistir por vários anos, embora a maioria remita espontaneamente por motivos desconhecidos. ● A perturbação é marcada por acentuada ansiedade social, traço que pode persistir apesar da remissão aparente do quadro, podendo levar a desempenho social inferior ao esperado ao longo da vida. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Tratamento 1) Psicoterapia comportamental: O tratamento com foco em análise de contingência, extinção do comportamento de mutismo e reforçamento diferencial apresenta os melhores resultados. a. Modelagem automática: visualização de fitas de vídeo editadas nas quais a criança se vê recebendo recompensa desejada por falar de modo apropriado na frente da classe. 2) Farmacoterapêutico: Antidepressivos - inibidores seletivos da recaptação da serotonina (fluvoxamina e fluoxetina). a. Nenhum estudo mostrou diferença entre o uso exclusivo de ISRS comparado com o uso de ISRSN. 3) Benefício na combinação de psicoterapia com farmacoterapia. Fobia específica ● Medo excessivo ou irracional circunscrito a uma situação ou objeto particular; ● Ocasiona impacto negativo significativo no dia a dia. Epidemiologia: ● Mais de 40% da população em geral sofra de um ou mais medos de objeto ou situação específica algumas vezes ao longo da vida. ● A prevalência do transtorno é de mais de 10%, caracterizando o grupo mais prevalente de transtornos mentais. ● Seu curso crônico é persistente e associado com grave prejuízo no dia a dia, representando importante problema de saúde pública com considerável impacto econômico. ● Divide-se em 5 categorias, de acordo com o estímulo fóbico: animal, ambiente natural, sangue-injeção-ferimentos, situacional e outros. o Os subtipos diferem em termos de prevalência, distribuição sexual e idade de início. ● É comum que os indivíduos apresentem múltiplas fobias específicas, representando até 75% com esse transtorno. ● Gênero: mulheres apresentam maior prevalência geral de fobias. ● Subtipo situacional parece apresentar idadede início mais tardio, entre 14 e 15 anos, ao passo que outros subtipos costumam se iniciar entre os 8 e 13 anos. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Etiologia: ● Teorias de condicionamento clássico, em que um estímulo condicionado é pareado com um estímulo incondicionado, afirmam que objetos e situações que são irracionalmente temidos parecem experiências desagradáveis prévias. o Porém nem todos os subtipos de fobia apresentam história de eventos traumáticos prévios, mais comumente nas fobias animais e nas fobias do tipo ambiente natural (< 50% dos casos) ● Teoria de desenvolvimento de medos por transmissão de informações e aprendizagem observacional e a hereditariedade genética. o O modelo de doença de diátese e estresse de Monroe e Simons descreve uma combinação de influências genéticas com eventos ambientais. ▪ Supõe que um número de medos tem histórico evolutivo e pertence a estímulos que uma vez representaram um desafio para a sobrevivência da humanidade, havendo relação inversa entre a carga genética e a vivência de estressores ambientais. Características clínicas: ● Desencadeamento de ansiedade grave quando as pessoas são expostas a situações ou objetos específicos ou mesmo quando antecipam a exposição às situações ou aos objetos. ● A exposição ao estímulo fóbico ou sua antecipação quase invariavelmente resultam em ataque de pânico em indivíduos suscetíveis. ● Pessoas com fobia, por definição, tentam evitar o estímulo fóbico: algumas passam por muito trabalho para evitar situações que provocam ansiedade. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE ● Principal achado do exame do estado mental: medo irracional e egodistônico de uma situação, uma atividade ou um objeto específico. ● Com frequência, é encontrada depressão no exame do estado mental. Comorbidades: ● Transtornos relacionados com substâncias, em particular o transtorno por uso de álcool, como meio de evitar o estresse do estímulo fóbico. ● Estima-se que 1/3 terço dos pacientes com transtorno fóbico tenha o transtorno depressivo maior também. Diagnóstico diferencial: ● Transtorno de pânico; ● Agorafobia; ● Transtorno de personalidade de esquiva. ● O paciente fóbico tende a experimentar ansiedade assim que defronta o estímulo fóbico. ● Hipocondria – medo de ter uma doença; o Fobia específica do tipo doença é o medo de contrair uma doença. ● Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): o No TOC, as facas são evitadas pelos pensamentos compulsivos de matar os filhos. Os com fobia específica de faca podem evitá-las pelo medo de se cortarem. ● Transtorno de personalidade paranoide. ● Esquizofrenia - difere dos pacientes fóbicos, que têm consciência da irracionalidade de seus medos e não apresentam a qualidade bizarra e os outros sintomas psicóticos que acompanham a esquizofrenia. Curso e prognóstico: ● Idade de início bimodal - pico na infância para fobia de animais, fobia de ambiente natural e fobia de sangue-injeção-ferimento; e um pico no início da idade adulta para outras fobias, como a do tipo situacional. ● Os dados epidemiológicos são limitados, pois os pacientes com essas condições raramente se apresentam para tratamento, e a pesquisa acaba limitada. ● Acredita-se que a gravidade da condição permaneça relativamente constante, sem o curso oscilante observado em outros transtornos de ansiedade. Tratamento: ● Estudos com terapia comportamental, com base em terapia de exposição. o Algumas sessões já podem ser o suficiente para o tratamento efetivo das fobias específicas. o Algumas vezes a exposição pode ser muito aversiva para o paciente, dificultando a adesão ao tratamento. ▪ Técnicas como o mindfulness - possíveis adjuvantes 🡺 diminuir a aversão à exposição e aumentar adesão ao tratamento. o Fobias específicas - tratamentos com exposição em realidade virtual (estudos em desenvolvimento). Transtorno de ansiedade social | Fobia social: ● 2 subtipos: o Transtorno de ansiedade social tipo generalizado: ansiedade e medo de receber avaliação negativa ou ser ridicularizado em situações sociais com pessoas não próximas. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE ▪ Maior história de comportamento inibitório durante a infância, maior agrupamento familiar do transtorno, além de incidência de até 20% de transtorno de personalidade esquiva em familiares. o Transtorno de ansiedade social tipo desempenho: medo em situações específicas, como falar em público, dar uma aula ou realizar apresentação musical. ▪ Menor herdabilidade, início mais tardio, menor impacto funcional e boa resposta ao tratamento com betabloqueadores. Epidemiologia: ● Um dos transtornos mentais mais prevalentes; ● 10 a 13% de toda população preencherá critérios diagnósticos ao longo da vida, com prevalência de 8% em 1 ano. ● O transtorno é mais prevalente na América do Norte que na Europa Ocidental; ● Variabilidade no perfil de apresentação nos países asiáticos, caracterizado por medo de envergonhar outras pessoas em vez de se envergonhar, síndrome conhecida pelo epônimo Taijin Kyofusho. Comorbidades: ● Risco aumentado de transtornos depressivos, distúrbios do uso de substâncias, doenças cardiovasculares e suicídio. Etiologia: ● Vulnerabilidade genética ao transtorno, mas fatores adicionais são necessários para seu desenvolvimento, como o condicionamento aversivo, a aprendizagem observacional por modelação e o trato parental com a criança. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE o Comportamento desafiador paterno, encorajando o comportamento de risco de maneira divertida, foi associado a risco diminuído de desenvolver o transtorno. o Pais que apresentam transtorno de ansiedade social predispõem o desenvolvimento de inibição comportamental, medo, esquiva fóbica e hiperatividade autonômica em crianças. o Metanálise recente mostrou que 50% das crianças que apresentam elevada inibição comportamental no início da vida vão apresentar o transtorno ao longo do desenvolvimento, e este é o maior preditor para desenvolvimento de transtorno de ansiedade social. ● Neuroimagem - alterações em várias regiões cerebrais - sistema de inibição comportamental, entre elas amígdala, ínsula, hipocampo e regiões frontais orbitais. Características clínicas: ● Comprometimento do funcionamento em papéis sociais, como produtividade no trabalho, comprometimento do funcionamento em relacionamentos sociais e românticos e tendência reduzida a procurar ajuda. o Muitas vezes isso é confundido com timidez e traços da personalidade da pessoa, já que costuma ter início precoce, isto é, idade média de 13 anos, e coincidir com aumento das exigências sociais do adolescente. Entretanto, seu caráter é duradouro. o Apenas 35% das pessoas com transtorno de ansiedade social ao longo da vida recebem tratamento específico. Diagnóstico diferencial: ● Medo adequado e da timidez normal (passageiros); ● Transtornos de pânico; o São comuns falta de ar, tontura, sensação de sufocação e medo de morrer, ao passo que o transtorno de ansiedade social envolve rubor, tensão muscular e ansiedade em relação a escrutínio. ● Agorafobia; o Pessoa com agorafobia sente-se confortável pela presença de outra pessoa. ● Transtorno de personalidade esquiva; o Diferenciação difícil e exigir entrevistas e histórias psiquiátricas extensivas; o ● Transtorno depressivo maior; o Esquiva de situações sociais muitas vezes pode ser um sintoma na depressão, mas uma entrevista psiquiátrica revelará ampla constelação de sintomas depressivos. ● Transtorno de personalidade esquizoide.o A falta de interesse em socializar, não o medo de socializar, leva ao comportamento social esquivo. Curso e prognóstico: ● Começar no fim da infância ou início da adolescência. ● Achados epidemiológicos prospectivos: crônico, mas pacientes cujos sintomas sofram remissão tendam a permanecer bem. ● Pode perturbar profundamente a vida de um indivíduo ao longo de muitos anos. o Problemas nas realizações acadêmicas e interferência no desempenho profissional e desenvolvimento social. ● Costumam ser escolhidas como vítimas de bullying, se elas não aprenderem estratégias de defesa. ● A intensidade dos sintomas de ansiedade e isolamento social podem se combinar para aumentar o risco de pensamentos e comportamentos suicidas. Tratamento: Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Tratamento psicoterápico: ● Terapia cognitivo-comportamental (TCC): o Tratamento de primeira linha. o Estudos: taxa de resposta entre 50 e 65%, superior ao placebo (32%) e aos grupos de controle em lista de espera (7 e 15%); taxas de remissão ficam entre 8,8 e 36%. ● Outras psicoterapias: o Psicoterapia interpessoal - maior taxa de resposta que um grupo de lista de espera (42% versus 7%), porém semelhante ao da terapia de suporte (47%) e inferior à da TCC (66%). o Psicoterapia baseada na atenção plena em grupo - menores taxas de resposta do que a TCC (39% versus 67%). o Terapia psicodinâmica em grupo guiada manualmente e a curto prazo foi superior àqueles em grupos de espera ou grupos de placebo e semelhantes às dos grupos TCC, tanto a curto prazo (52 a 63% para terapia psicodinâmica contra 60 a 64% para TCC) quanto no acompanhamento após 1 e 2 anos. Tratamento farmacológico: ● Farmacoterapia e TCC parecem ter eficácia semelhante para o tratamento a curto prazo de transtorno de ansiedade social. ● Tratamento farmacológico - efeito mais imediato; tratamento psicoterápico - mais duradouro. ● Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) - primeira linha de tratamento. ● Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina - resultados semelhantes aos inibidores seletivos. ● Pregabalina - superior ao placebo (30 a 43% contra 20 a 22%) e é recomendado como tratamento de primeira linha pela guideline canadense. ● Gabapentina também mostrou resultados semelhantes (38% para gabapentina contra 14% para o placebo). ● Benzodiazepínicos - indicados como terapia inicial ou adjuvante em pacientes com sintomas incapacitantes que requerem alívio rápido ou para pacientes que não responderam ao tratamento inicial. ● Inibidores da monoaminoxidase (como fenelzina, tranilcipromina e moclobemida) apresentam as melhores taxas de resposta entre todos os fármacos (em torno de 60% de remissão), devendo ser reservados para situações mais graves. o Não é primeira linha de tratamento pelos efeitos colaterais. ● Tratamento deve ser mantido por pelo menos 3 a 6 meses após remissão do quadro, quando pode-se iniciar redução gradual da dose. ● Ansiedade de desempenho: betabloqueadores - redução dos sintomas autonômicos, que podem exercer retroalimentação positiva nos sintomas cognitivos de ansiedade, recomendando-se tomada aproximadamente 1 hora antes da tarefa de performance. o Outra opção são os benzodiazepínicos, mas estes podem causar sedação. o É conveniente realizar uma dose de teste antes de serem expostos a uma situação temida para verificar os efeitos colaterais. Agorafobia: ● Derivada de palavras gregas que significam “medo do mercado” - medo de estar em áreas abertas e ocupadas. ● Desenvolvem o medo de lugares e situações das quais pode ser difícil ou constrangedor escapar no caso de sintomas de pânico ou ataque de pânico, de situações em que a ajuda pode não estar disponível se esses problemas ocorressem. o Podem ter medo de fazer compras em lojas lotadas; passar por ruas lotadas; cruzar uma ponte; viajar de ônibus, trem ou carro; comer em restaurantes; ou mesmo sair da casa. Epidemiologia: Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE ● 2 a 4 vezes mais comum em mulheres que em homens. ● Começa no final da adolescência ou no início da vida adulta. ● Pode acompanhar o transtorno de pânico ou não. ● O transtorno de pânico com agorafobia afeta cerca de 1,1% dos adultos americanos em algum momento de suas vidas. Características clínicas: ● Evitam situações nas quais seria difícil obter ajuda. ● Preferem estar acompanhadas por um amigo ou um familiar em ruas movimentadas, lojas superlotadas, espaços fechados como túneis, elevadores, e veículos fechados como metrô, ônibus, avião - insistir em ser acompanhados toda vez que saem de casa. o Resultar em conflito conjugal; ● Pessoas gravemente afetadas podem se recusar a sair de casa. ● Em especial, antes de um diagnóstico correto ser feito, elas podem ficar aterrorizadas por achar que estão ficando loucas. ● Há 2 tipos de Agorafobia: o Complicação do transtorno de pânico: grande maioria dos casos - pacientes desenvolvem medo de apresentar um ataque de pânico longe de casa ou sem condições de receberem ajuda imediata. ▪ ~ 30% nas amostras da comunidade e mais de 50% nas amostras clínicas. ▪ A maioria das pessoas com transtorno de pânico - sinais de ansiedade e agorafobia antes do início do transtorno. o Não há história de transtorno de pânico - pacientes parecem incapazes de delimitar claramente o que eles temem que possa acontecer. ▪ Em muitos casos, os pacientes são capazes de superar sua insegurança se forem acompanhados por alguém em quem confiem. Diagnóstico diferencial: inclui todos os transtornos clínicos que possam causar ansiedade ou depressão. Inclui também transtorno depressivo maior, esquizofrenia, transtorno de personalidade paranoide, transtorno da personalidade esquiva e transtorno de personalidade dependente. Curso e prognóstico: ● Idade média geral de início: 17 anos; o Idade de início sem ataques de pânico anterior seja de 25 a 29 anos. ● Curso é persistente e crônico, e a remissão completa sem tratamento é muito rara (10%). ● Acredita-se que a maioria dos casos de agorafobia seja provocada por transtorno de pânico. Quando este é tratado, a agorafobia melhora com o tempo. ● Para uma redução rápida e completa dessa condição, a terapia comportamental é indicada. ● Agorafobia sem história de transtorno do pânico é incapacitante e crônica, e os transtornos depressivos e a dependência de álcool muitas vezes complicam seu curso. Tratamento ● Psicoterapia: o Psicoterapia de apoio - uso de conceitos psicodinâmicos e uma aliança terapêutica para promover o enfrentamento adaptativo. ▪ Defesas adaptativas são encorajadas e fortalecidas e as mal-adaptativas são desencorajadas. ▪ O terapeuta auxilia no teste de realidade e pode oferecer conselho em relação ao comportamento. o Psicoterapia orientada ao insight - aumentar o desenvolvimento de insight do paciente a respeito de conflitos psicológicos, que se não resolvidos podem se manifestar como sintomas comportamentais. o Terapia comportamental - mudança pode ocorrer sem o desenvolvimento de insight psicológico das causas subjacentes. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE ▪ Técnicas: reforço positivo e negativo, dessensibilização sistemática, inundação, implosão, exposição gradual, prevenção de resposta, interrupção de pensamento, técnicas de relaxamento, terapia de controle do pânico, automonitoramento e hipnose. o Terapia cognitiva - o comportamento mal-adaptativo é secundário a distorções em como as pessoas se percebem e em como os outros as percebem. ▪ O tratamento é de curto prazo e interativo, com atribuição de lição de casa e tarefas a serem realizadasentre as sessões que enfocam a correção de suposições e cognições distorcidas. ▪ A ênfase é em confrontar e examinar situações que evocam ansiedade interpessoal e depressão leve associada. o Importante enfatizar que foram desenvolvidos programas de computador para terapia virtual que possibilitam que os pacientes se vejam como avatares que são, então, colocados em espaços abertos ou superlotados como um supermercado. À medida que se identificam com os avatares em sessões virtuais repetidas, eles são capazes de dominar sua ansiedade por meio de descondicionamento. o A agorafobia pode ser tratada com terapia cognitivo-comportamental ou um programa comportamental de exposição gradual em direção à situação temida. o Nos casos em que a agorafobia é secundária ao transtorno do pânico, primeiro devemos tratar o transtorno de pânico, até a remissão completa das crises, evitando que uma crise durante o trabalho de exposição ressensibilize o paciente. ● Farmacoterapia: o Benzodiazepínicos - agentes com início de ação mais rápida contra o ataque de pânico. ▪ Alguns pacientes os utilizam conforme necessário quando se defrontam com um estímulo fóbico. ▪ Alprazolam e lorazepam são os mais frequentemente prescritos. ▪ Clonazepam também demonstrou ser eficaz. ▪ Potencial para dependência, comprometimento cognitivo e abuso, sobretudo com uso a longo prazo. Se usados de maneira apropriada com supervisão médica, esses medicamentos são eficazes e, em geral, bem tolerados. ▪ Efeitos colaterais: tontura e sedação leves, que costumam ser atenuados pelo tempo ou pela mudança da dose. ▪ Não podem ser usados em conjunto de álcool - evitá-los também em indivíduos com histórias de abuso de álcool ou substâncias. o ISRS - reduzir ou prevenir recaídas de vários tipos de ansiedade, incluindo agorafobia. ▪ Doses efetivas são as mesmas para o tratamento de depressão, embora seja costumeiro iniciar com doses mais baixas que na depressão para minimizar um efeito ansiolítico inicial, que é quase sempre de curta duração, e elevá-las de modo gradual até uma dose terapêutica. ▪ Vantagens: melhor perfil de segurança na superdosagem e carga de efeitos colaterais mais toleráveis. ▪ Efeitos colaterais: distúrbios do sono, sedação, vertigem, náuseas e diarreia; disfunção sexual, como diminuição da libido, ejaculação retardada em homens, orgasmos retardados em mulheres - combater as disfunções sexuais em pacientes que recebam ISRS incluem uso adjuvante de ioimbina, bupropiona ou mirtazapina; redução da dose; ou uso adjuvante de sildenafila para os homens. ▪ Possibilidade de uma síndrome de descontinuação se esses medicamentos forem interrompidos de forma repentina. ● Tendem a ocorrer 2 a 4 dias após a cessação do medicamento, incluem aumento da ansiedade, irritabilidade, tristeza, tontura ou vertigem, mal-estar, distúrbio do sono e dificuldade de concentração. ● Mais comum entre ISRS com meias-vidas mais curtas, como a paroxetina. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Transtorno de ansiedade generalizada ● Definido por níveis excessivos de ansiedade livre e flutuante, podendo ser direcionada para várias situações com impossibilidade de controle pelo paciente. Prevalência: ● Condição comum; a prevalência ao longo da vida varia de 2 a 6%. ● Mulheres para homens com TAG é 2:1; o Proporção de mulheres para homens que estão recebendo tratamento hospitalar é de 1:1. ● Em clínicas de transtorno de ansiedade, 25% dos pacientes têm TAG. ● Evidência indica que a prevalência de TAG é particularmente alta em contextos de cuidados primários. ● Presença em parentes de primeiro grau dobra a prevalência de ansiedade ou transtornos internalizantes e um aumento de 5 a 6 vezes na prevalência de TAG em outros membros da família - componentes genéticos e ambientais na gênese do transtorno. o Herança genética é responsável por moderada parte da variância de TAG entre pais e filhos (0,30 a 0,38). ● Quanto às influências, supõe-se que os pais com TAG possam prejudicar o processamento de potenciais ameaças do ambiente de seus filhos, transmitindo a mensagem de que o mundo não é seguro, que não é possível suportar a incerteza, que emoções fortes devem ser evitadas, e que a preocupação ajuda a lidar com a incerteza, transmitindo assim estilos cognitivos que caracterizam o TAG. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Comorbidade: Coexista com mais frequência com outro transtorno mental, talvez 50 a 90% dos pacientes, em geral, com fobia social, fobia específica, transtorno de pânico, transtorno depressivo, abuso de substância e distimia. Etiologia: ● Causa não é conhecida; afeta um grupo heterogêneo de pessoas. ● Pelo fato de que certo grau de ansiedade seja normal e adaptativo, é difícil diferenciar a ansiedade normal da patológica, bem como fatores causadores biológicos de fatores psicossociais. ● Provavelmente ambos os fatores atuem em conjunto. 1) Fatores biológicos a. Sistemas neurotransmissores do ácido γ-aminobutírico e da serotonina. Benzodiazepínicos (agonistas de receptores benzodiazepínicos) - ↓ansiedade; Flumazenil (antagonista dos receptores benzodiazepínicos), e as β-carbolinas (agonistas reversos dos receptores de benzodiazepínicos) induzem-na. b. Não há dados convincentes, mas alguns pesquisadores se concentram no lobo occipital (maior concentração de receptores benzodiazepínicos no cérebro). c. Outras áreas do cérebro que têm sido, por hipótese, envolvidas nesse transtorno, são os núcleos da base, o sistema límbico e o córtex frontal. d. Diversos sistemas de neurotransmissores além da serotonina, que têm sido objeto de pesquisa, incluem a norepinefrina, o glutamato e os sistemas da colecistocinina. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE e. Em estudos genéticos verificou-se uma relação entre TAG e transtorno depressivo em mulheres. Cerca de 25% dos parentes em primeiro grau de pacientes com TAG também são afetados. f. Os parentes masculinos têm probabilidade de desenvolver um transtorno por uso de álcool. g. Estudos com gêmeos relatam taxa de concordância de 50% em gêmeos monozigóticos e de 15% nos dizigóticos. h. EEG do sono mostraram aumento da descontinuidade do sono, redução do sono delta, redução do estágio 1 e diminuição do sono de movimentos oculares rápidos (REM). Essas alterações em sua arquitetura são diferentes das observadas em pacientes com transtornos depressivos. 2) Fatores psicossociais a. Cognitivo-comportamental: os pacientes com TAG respondem de maneira incorreta e imprecisa aos perigos percebidos. i. Provocado pela atenção seletiva a detalhes negativos no ambiente, por distorções no processamento de informações e por uma visão global negativa sobre a própria capacidade de enfrentar os problemas. b. Psicanalítica - hipótese de que a ansiedade seja um sintoma de conflitos inconscientes não resolvidos. Características clínicas: ● Caracterizado por preocupação e ansiedade frequentes, persistentes, desproporcionais ao impacto do acontecimento ou da circunstância que é o foco da preocupação excessiva. ● Início é gradual e pode ocorrer em adolescentes ou adultos jovens. ● Os pacientes experimentam uma sensação crônica e generalizada de ansiedade excessiva, apreensão, tensão, inquietação motora. ● Eles frequentemente se preocupam com o futuro e são facilmente assustados. ● Pode ocorrer sensação de tremor, taquicardia e suor frio. ● Insônia e alguns sintomas somáticos, como náuseas e cefaleia, são comuns. ● Apresenta curso crônico, porém pode diminuir de intensidade ao longo dos anos ou décadas e, em alguns casos, apresenta remissão espontânea. ● Preocupação excessivapode se relacionar com outras alterações cognitivas - alterações no processamento das informações em pacientes com transtorno de ansiedade generalizada, entre eles foco aumentado em situações potencialmente ameaçadoras, dificuldade de desengajar a atenção destes, ocasionando prejuízo da atenção para outros estímulos do ambiente. o Pode provocar queixa de dificuldade de evocar memórias pelos pacientes com o transtorno, porém esta tipicamente não está comprometida, mas sim, o foco atencional para o registro da memória. o Além disso, estudos apontam para um viés de interpretação dos estímulos do ambiente desses pacientes, considerando ameaçadoras situações que normalmente não seriam. Situações ambíguas também são comumente interpretadas como ameaçadoras. ● Os correlatos neurais de preocupação incluem a ativação das regiões medulares pré-frontais e cinguladas anteriores, bem como o BNST (bed nucleus of the stria terminalis). o Região relevante de interesse na doença psiquiátrica relacionada com o estresse humano. Isso é resultado de seu papel estabelecido em estados de medo sustentado e comportamentos de apego social, que compreendem comportamentos agressivos, iniciação de prole e vínculo parental, mas, adicionalmente, de sua diversa anatomia, conectividade e recepção de subpopulações neuronais. As doenças psiquiátricas relacionadas com o estresse humano, como a ansiedade, o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e as disfunções sociais, exibem mudanças de humor a longo prazo, excitação, alteração de sono, de apetite e interesse em interações sociais. O BNST processa informações e prontidão para responder a uma ameaça, mantendo informações online de uma vasta rede de conectividade. Do mesmo modo, o circuito amígdala-córtex pré-frontal é provavelmente responsável pelos picos de ansiedade, característicos do curso livre e flutuante da Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE doença. A localização e as vias exatas ainda não são bem definidas, porém as regiões do córtex pré-frontal dorsolateral parecem mediar o processamento de estímulos positivos, ao passo que o giro frontal inferior parece ser mais específico para processamento de estímulos ameaçadores. Além disso, o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo parece modular o viés atencional a situações ameaçadoras.67 Diagnóstico diferencial: Transtornos neurológicos, endocrinológicos, metabólicos e relacionados com medicamentos e outras substâncias, muito semelhantes aos diferenciais do transtorno do pânico, podem ser distinguidos ou apresentar comorbidades com outros transtornos psiquiátricos, incluindo transtorno de pânico, fobias, TOC e TEPT, além de transtorno depressivo e abuso de substâncias médicas ou ilícitas. Curso e prognóstico: ● Especificar a idade de início é difícil. o As pessoas procuram o médico por volta da faixa de 20 anos, como um primeiro contato, mas apenas 1/3 dos pacientes com TAG procura tratamento psiquiátrico. o Frequentam clínicos gerais, cardiologistas, pneumologistas, gastroenterologistas, em busca de tratamento para os componentes somáticos do transtorno. o O início ocorre entre o fim da adolescência e o início da idade adulta. ▪ Os tipos de instalação precoce apresentam curso crônico e são resistentes a tratamento; podem durar a vida toda, além do risco de comportamento suicida. ▪ A ocorrência de vários acontecimentos negativos aumenta a probabilidade de desenvolvimento e agravo do transtorno. Tratamento ● Terapia cognitivo-comportamental; ● Numerosos medicamentos: o Antidepressivos; doses comparáveis àqueles usados na depressão. o Pregabalina - indicada como tratamento de primeira ou segunda linha. Aspectos gerais no tratamento dos transtornos de ansiedade: 1) Farmacoterapia: a. Uso de antidepressivos e benzodiazepínicos, normalmente com os inibidores seletivos da recaptação da serotonina como a primeira escolha para a maior parte deles. b. Em geral, o tratamento medicamentoso deve continuar por 12 meses ou mais após a remissão do quadro. i. Para evitar síndromes de abstinência, a dose deve diminuir lentamente durante um período de 2 semanas no término do tratamento. ii. Comum que os pacientes tratados com medicamentos tenham recaída imediata após a interrupção da medicação, enquanto os ganhos das psicoterapias são mantidos por meses ou anos após o término do tratamento. No entanto, taxas substanciais de recaída também foram encontradas anos após o tratamento com TCC. iii. Se após o tratamento com dose adequada durante 4 a 6 semanas não houver resposta, a medicação deve ser alterada. 1. Muitos pacientes que não responderam ao primeiro tratamento respondem quando uma classe diferente de antidepressivos é tentada (p. ex., mudança de um ISRS para outro ISRS, ou para um IRSN, ou vice-versa). 2. Se a resposta parcial for observada após esse período, ainda existe a chance de o paciente responder depois de 4 a 6 semanas de terapia com doses aumentadas. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 3. Pacientes idosos podem levar mais tempo para mostrar resposta. 4. Em pacientes que não respondem a substâncias psicotrópicas, geralmente é recomendada a adição de TCC. c. Combinação de antidepressivos e benzodiazepínicos - casos refratários ao tratamento, porém esses últimos devem ser desencorajados por seu risco de dependência por prejudicarem o processo de extinção em terapias de exposição. 2) Tratamentos não farmacológicos: a. Psicoeducação: oferecida para todos os pacientes, incluindo informações sobre a fisiologia dos sintomas ansiedade e das possibilidades de tratamento. b. Redução de cafeína, álcool e nicotina + prática de meditação (mindfulness) + exercícios físicos e respiratórios como ioga kundaliana e tai-chi, e acupuntura. c. TCC: eficácia demonstrada para todos os transtornos de ansiedade, em uma grande quantidade de estudos controlados. d. Técnicas de exposição: tratamento de primeira linha para os transtornos fóbicos ou quando há esquiva fóbica nos quadros ansiosos. Objetivo 2: Compreender a síndrome do pânico ● O transtorno do pânico (TP) é caracterizado pela ocorrência repetida de crises de pânico, não relacionado a uma fobia específica. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE EPIDEMIOLOGIA ● Prevalência de 1 a 4% ao longo da vida; ● Mais comum no sexo feminino, na proporção 3:1; o Subdiagnósticos de transtorno de pânico em homens; ● São poucas as diferenças entre hispânicos, brancos e negros. ● Fator social identificado como contribuinte para o desenvolvimento desse transtorno é história recente de divórcio ou separação. ● O pânico tem uma apresentação bimodal; o Primeiro ataque de pânico geralmente ocorre no fim da adolescência ou início da vida adulta, com outro pico de incidência na 4ªdécada de vida. o A idade média de apresentação é em torno dos 25 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. Tem sido relatado em crianças e adolescentes, embora seja provavelmente subdiagnosticado nesses grupos. COMORBIDADES: ● Dos pacientes com transtornos de pânico, 91% têm pelo menos outro transtorno psiquiátrico. ● ~ 1/3 das pessoas com TP já tinham transtorno depressivo maior antes de seu início; e em torno de 2/3 experimentam TP pela primeira vez durante ou após o início de depressão maior. ● Outros transtornos também são frequentes com TP: 15 a 30% têm transtorno de ansiedade social; 2 a 20% têm fobia específica; 15 a 30% têm transtorno de ansiedade generalizada; 2 a 10% têm transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e até 30% têm transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Outros apresentam hipocondria ou transtorno de ansiedade relacionado com doenças, transtornode personalidade e transtorno relacionado com substâncias. ETIOLOGIA 1) Fatores biológicos: a. Achados relacionados com uma série de anormalidades biológicas na estrutura e na função do cérebro. b. Indivíduos que apresentam crises de pânico têm redes neuronais de medo anormalmente sensíveis: i. Núcleo central da amígdala reúne informações de diferentes regiões cerebrais e coordena respostas autonômicas e comportamentais. Se houver deficiência na coordenação de estímulos do córtex e do tronco encefálico, isso pode levar a uma ativação anormal da amígdala, com ativação comportamental, autonômica e neuroendócrina. ii. Os compostos que aumentam a transmissão nos sistemas de serotonina ou ácido γ- aminobutírico (GABA) têm efeito inibitório na amígdala e nas estruturas relacionadas com o medo. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE 1. Alguns antidepressivos aumentam a atividade noradrenérgica e modulam os lançamentos de norepinefrina relacionados com situações estressantes. Essas substâncias provavelmente atuam no núcleo central da amígdala e suas projeções, diminuindo a sensibilidade da rede de medo e, assim, reduzindo a gravidade e a frequência dos ataques de pânico. c. Os dados biológicos conduziram a um foco no tronco cerebral, em particular nos neurônios noradrenérgicos do locus ceruleus e nos neurônios serotoninérgicos dos núcleos da rafe mediana, no sistema límbico, possivelmente responsável pela geração da ansiedade antecipatória; e no córtex pré-frontal, possível responsável pela geração de esquiva fóbica. 2) Imagens cerebrais a. Envolvimento patológico dos lobos temporais, em particular o hipocampo e a amígdala. b. Anormalidades como atrofia cortical no lobo temporal direito desses pacientes. c. Tomografia por emissão de pósitrons (PET) implicaram a desregulação do fluxo sanguíneo cerebral (FSC), aumento menor ou diminuição real no FSC. i. Associados com vasoconstrição cerebral 🡺 sintomas do sistema nervoso central, como tonturas, e sintomas de sistema nervoso periférico que podem ser induzidos por hiperventilação e por hipcapnia. 3) Fatores genéticos: a. Parentes em primeiro grau de pacientes com TP têm risco 4 a 8 vezes maior. b. Estudos de gêmeos conduzidos até o momento relataram que os monozigóticos têm mais probabilidade de ser concordantes para o TP que os dizigóticos. i. Não há localização específica nos cromossomos ou um modo de transmissão desse transtorno. 4) Fatores psicossociais: a. Teorias psicanalíticas: i. Conceituam os ataques de pânico com origem em uma defesa malsucedida contra impulsos provocadores de ansiedade. ii. O que era anteriormente uma leve ansiedade-sinal, torna-se um sentimento esmagador de apreensão, junto com sintomas somáticos. iii. Muitos pacientes descrevem o surgimento dos ataques de pânico do nada, como se não houvesse fatores psicológicos envolvidos, mas a exploração psicodinâmica com frequência revela um gatilho psicológico claro para o ataque de pânico. iv. Embora os ataques de pânico sejam neurofisiologicamente correlacionados com o locus ceruleus, seu início costuma estar associado com fatores ambientais ou psicológicos. v. Os pacientes têm incidência mais alta de acontecimentos de vida estressantes, sobretudo perdas, nos meses anteriores ao início do transtorno do pânico que indivíduo-controle, além de os pacientes experimentarem mais tensão sobre acontecimentos da vida que os controles. Pesquisa indicou que a causa dos ataques de pânico provavelmente envolva um significado inconsciente de acontecimentos estressantes e que sua patogenia pode estar relacionada com fatores neurofisiológicos desencadeados por reações psicológicas. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE ● Ataque de pânico: crise aguda de ansiedade que ocorre muitas vezes dentro de 1 minuto, com pico rápido dos sintomas. ● Ansiedade é tipicamente grave; sensação de morte iminente (temem ataque cardíaco e podem ter a sensação de que estão prestes a enlouquecer). ● Muitas vezes o primeiro ataque de pânico é completamente espontâneo, embora muitos possam estar relacionados com excitação, esforço físico ou trauma emocional moderado. o Avaliar hábito ou situação que costume preceder os ataques de um paciente - uso de cafeína, álcool, nicotina ou outras substâncias; padrões incomuns de sono e de alimentação; e situações ambientais específicas. ● O ataque com frequência começa com um período de 10 minutos de sintomas rapidamente crescentes. ● Principais sintomas mentais: medo extremo e sensação de morte e tragédia iminentes. o Não podem designar a fonte de seu medo, podem se sentir confusos e com problemas na concentração. ● Sintomas físicos: tremor, taquicardia, palpitações, dor torácica, dispneia, tonturas, náuseas, sudorese, diaforese e parestesia de extremidades; raramente, pode-se ver hemianestesia, macropsia ou microspia. ● O ataque em si tem duração média de 5 a 15 minutos, geralmente, mas pode persistir por até 1 hora. o Podem surgir espontaneamente ou no contexto de outros transtornos ansiosos. o Os pacientes tentam sair de qualquer situação em que estejam e procurar auxílio. o Exame formal do estado mental durante o ataque de pânico: ruminação, dificuldade de fala (gagueira) e comprometimento da memória. ▪ Experimentar depressão ou despersonalização durante um ataque. o Sintomas podem desaparecer de maneira rápida ou gradual. ● Entre os ataques: manifestar ansiedade antecipatória de terem um novo ataque. o Distinção entre ansiedade antecipatória e transtorno de ansiedade generalizada pode ser difícil, embora aqueles com transtorno de pânico com ansiedade antecipatória possam apontar o foco de sua ansiedade. ● Preocupações somáticas de morte por problemas cardíacos ou respiratórios podem ser o principal foco de atenção durante o ataque. ● Consequências psicossociais: discórdia conjugal, tempo perdido no trabalho, dificuldades financeiras relacionadas com a perda do trabalho e abuso de álcool e outras substâncias. ● Os médicos devem estar atentos para o risco de suicídio. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: ● Inclui vários distúrbios médicos, bem como outros transtornos mentais. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE ● Indícios de uma etiologia médica subjacente aos sintomas de pânico: presença de características atípicas durante os ataques de pânico - ataxia, alterações de consciência ou descontrole da bexiga; início de transtorno de pânico relativamente tarde na vida; e sinais e sintomas físicos indicativos de um problema clínico. ● Quanto aos transtornos mentais, deve ser diferenciada com outros transtornos de ansiedade, fobia social e específica, TEPT e TOC. CURSO E PROGNÓSTICO ● Início no fim da adolescência ou início da vida adulta, mas pode ocorrer na infância, início da adolescência ou meia-idade. ● Geralmente é crônico, mas pode ter o curso variado. o Alguns podem ficar despreocupados em relação a essa condição, mas os ataques repetidos podem se tornar a principal preocupação. ● Frequência e gravidade dos ataques podem oscilar e eles podem ocorrer várias vezes por dia ou por mês. o Frequência - variar ao longo dos anos ou décadas, com o paciente nunca experimentando qualquer intervalo livre de ataque e outros possuem prolongados intervalos sem ataque, e em pacientes com esse padrão pode-se falar de transtorno de pânico com episódio curto; ▪ “Episódios”, caracterizados por ataques recorrentes, são separados uns dos outros por intervalos prolongados em que não ocorrem ataques espontâneos. ▪ Ao longo do tempo, e com ataques repetidos, a maioria dos pacientes começa a desenvolver apreensão crônicade que o próximo ataque ocorra a qualquer momento. Essa ansiedade antecipatória pode induzir o paciente a evitar situações nas quais ele pode não conseguir encontrar ajuda imediatamente, culminando na síndrome de agorafobia. ● A depressão pode complicar o quadro de sintomas em 40 a 80% de todos os pacientes, como estimado por vários estudos. ● Embora não sejam propensos a falar sobre ideação suicida, os pacientes apresentam maior risco para cometer suicídio. ● A dependência de álcool e de outras substâncias ocorre em cerca de 20 a 40% dos pacientes, e também pode se desenvolver um transtorno obsessivo-compulsivo. ● As intenções na família e o desempenho na escola e no trabalho costumam ser afetados. TRATAMENTO: O tratamento inclui TCC e medicamentos. 1) Psicoterapia: a. TCC: Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE i. 2 focos principais: instrução sobre falsas crenças do paciente (equivocada de sensações corporais leves como sendo indícios de ataques de pânico, tragédia ou morte) e a informação sobre os ataques de pânico (explicações sobre quando os ataques de pânico acontecem e sobre o fato de ocorrerem por tempo limitado e sem ameaça à vida). b. Terapias familiares e de grupo - ajudar os indivíduos afetados e suas famílias a ajustarem- se ao transtorno e as dificuldades psicossociais que ele possa ter precipitado. 2) Psicofarmacoterapia: a. Todos os ISRS são eficientes para o transtorno de pânico. i. Paroxetina e a paroxetina CR - efeitos sedativos 🡺 acalmar os pacientes de imediato - maior adesão e a menos interrupções (potencial de ganho de peso). ii. Citalopram, o escitalopram, a fluvoxamina e a sertralina são também os mais bem tolerados. b. Benzodiazepínicos: i. Têm início de ação mais rápido contra o pânico, por vezes na primeira semana, e podem ser utilizados por períodos longos sem o desenvolvimento de tolerância aos efeitos antipânico. ii. Alprazolam - mais utilizado para o transtorno de pânico = o lorazepam (estudos controlados) = o clonazepam (relatos de caso) iii. Alguns pacientes utilizam benzodiazepínicos quando se defrontam com estimulo fóbico. iv. Podem ser razoavelmente empregados como primeiro agente para o tratamento do transtorno de pânico enquanto a dose de um medicamento serotoninérgico estiver sendo titulada lentamente para uma dose terapêutica. Após 4 a 12 semanas, o uso dos benzodiazepínicos pode ser reduzido pouco a pouco, ao longo de 4 a 10 semanas, ao passo que o medicamento serotoninérgico é continuado. v. Potencial para dependência, comprometimento cognitivo e abuso, em especial após a utilização a longo prazo. vi. Instruídos a não dirigir ou operar equipamentos perigosos enquanto estiverem utilizando esses agentes. vii. Interrupção 🡺 síndrome de abstinência. 1. A dose do benzodiazepínico deve ser reduzida lenta e gradativamente, e os efeitos esperados da retirada devem ser detalhados para o paciente. c. Começar com uma dose baixa de antidepressivo, visto que doses iniciais altas podem precipitar piora das crises no primeiro momento. Uma vez atingida uma dose ótima, pode levar até 3 meses para se atingir um bom efeito profilático de novas crises. d. Benzodiazepínicos têm ação rápida sobre o transtorno e podem ser auxiliares em casos graves ou no início do tratamento. e. Inositol - isômero natural de glicose que é normalmente convertido em inositol 1,4,5- trifosfato que, por sua vez, funciona como um segundo mensageiro intracelular. i. Doses de 6.000 a 9.000 mg foram consideradas superiores ao placebo e comparáveis à fluvoxamina na prevenção a crises de pânico. f. A duração da farmacoterapia, uma vez eficaz, deve continuar por 8 a 12 meses. Como o transtorno de pânico é crônico, talvez para a vida toda, há recorrência quando o tratamento é interrompido. i. Estudos relataram que 30 a 90% dos indivíduos com a condição, e que receberam tratamento bem-sucedido, têm recaída quando a medicação é interrompida. ii. Os pacientes podem ter mais probabilidade de recaída se estiverem recebendo benzodiazepínicos e se esse tratamento for interrompido de maneira a causar sintomas de abstinência. Objetivo 3: Entender o papel do CAPS ● Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes modalidades são pontos de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituídos por equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao modelo asilar. ● CAPS opera nos territórios, compreendidos não apenas como espaços geográficos, mas territórios de pessoas, de instituições, dos cenários nos quais se desenvolvem a vida cotidiana de usuários e de familiares e constituem-se como um “lugar” na comunidade. ● Lugar de referência e de cuidado promotor de vida, que tem a missão de garantir o exercício da cidadania e a inclusão social de usuários e de familiares. ● Promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários, quanto na ordenação do cuidado, trabalhando em conjunto com as equipes de Saúde da Família e agentes comunitários de saúde, articulando e ativando os recursos existentes em outras redes, assim como nos territórios. ● Primeiro CAPS do Brasil foi criado em 1987, na cidade de São Paulo e, em 1989 foram criados, em Santos, os Núcleos de Apoio Psicossocial (Naps), com atenção 24 horas, posteriormente denominados de CAPS III. Nos anos que se seguiram, os CAPS foram implementados em vários municípios do País e consolidaram-se como dispositivos estratégicos para a superação do modelo asilar no contexto da reforma psiquiátrica, e para a criação de um novo lugar social para as pessoas com a experiência de sofrimento, decorrentes de transtornos mentais, incluindo aquelas com necessidades relacionadas ao uso de álcool e de outras drogas. ● O cuidado, no âmbito do CAPS, é desenvolvido por intermédio de Projeto Terapêutico Singular (PTS), envolvendo, em sua construção, a equipe, o usuário e sua família; a ordenação do cuidado estará sob a responsabilidade do CAPS e/ou da Atenção Básica, garantindo permanente processo de cogestão e acompanhamento longitudinal do caso. ● As práticas dos CAPS são realizadas em ambiente de “portas abertas”, acolhedor e inserido nos territórios das cidades, dos bairros. ● Os PTS, acompanhando o usuário, em sua história, cultura, projetos e vida cotidiana, ultrapassam, necessariamente, o espaço do próprio serviço, implicando as redes de suporte social e os saberes e recursos dos territórios. Algumas das ações dos CAPS são realizadas em coletivo, em grupos, outras são individuais, outras destinadas às famílias, outras são comunitárias e podem acontecer no espaço do CAPS e/ou nos territórios, nos contextos reais de vida das pessoas. De acordo com a Portaria MS/SAS nº 854, de 22 de agosto de 2012, poderão compor, de diferentes formas, os Projetos Terapêuticos Singulares (PTS), de acordo com as necessidades de usuários e de familiares, as seguintes estratégias: - Acolhimento inicial: primeiro atendimento, por demanda espontânea ou referenciada, incluindo as situações de crise no território; consiste na escuta qualificada; - Acolhimento diurno e/ou noturno: ação de hospitalidade diurna e/ou noturna, realizada nos CAPS como recurso do PTS de usuários, objetivando a retomada, o resgate e o redimensionamento das relações interpessoais, o convívio familiar e/ou comunitário. - Atendimento individual: atenção direcionada aos usuários visando à elaboração doPTS ou do que dele deriva. Comporta diferentes modalidades, incluindo o cuidado e o acompanhamento nas situações clínicas de saúde, e deve responder às necessidades de cada pessoa. - Atenção às situações de crise: ações desenvolvidas para manejo das situações de crise, entendidas como momentos do processo de acompanhamento dos usuários, nos quais conflitos relacionais com familiares, contextos, ambiência e vivências causam intenso sofrimento e desorganização. Esta ação exige disponibilidade de escuta atenta para compreender e mediar os possíveis conflitos e pode ser realizada no ambiente do próprio serviço, no domicílio ou em outros espaços do território que façam sentido ao usuário e a sua família e favoreçam a construção e a preservação de vínculos. - Atendimento em grupo: ações desenvolvidas coletivamente, como recurso para promover sociabilidade, intermediar relações, manejar dificuldades relacionais, possibilitando experiência de construção compartilhada, vivência de pertencimento, troca de afetos, autoestima, autonomia e exercício de cidadania. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE - Práticas corporais: estratégias ou atividades que favoreçam a percepção corporal, a autoimagem, a coordenação psicomotora, compreendidos como fundamentais ao processo de construção de autonomia, promoção e prevenção em saúde. - Práticas expressivas e comunicativas: estratégias realizadas dentro ou fora do serviço que possibilitem ampliação do repertório comunicativo e expressivo dos usuários e favoreçam a construção e a utilização de processos promotores de novos lugares sociais e a inserção no campo da cultura. - Atendimento para a família: ações voltadas para o acolhimento individual ou coletivo dos familiares e suas demandas, que garantam a corresponsabilização no contexto do cuidado, propiciando o compartilhamento de experiências e de informações. - Atendimento domiciliar: atenção desenvolvida no local de morada da pessoa e/ou de seus familiares, para compreensão de seu contexto e de suas relações, acompanhamento do caso e/ou em situações que impossibilitem outra modalidade de atendimento. - Ações de reabilitação psicossocial: ações de fortalecimento de usuários e de familiares, mediante a criação e o desenvolvimento de iniciativas articuladas com os recursos do território nos campos do trabalho/economia solidária, habitação, educação, cultura, direitos humanos, que garantam o exercício de direitos de cidadania, visando à produção de novas possibilidades para projetos de vida. - Promoção de contratualidade: acompanhamento de usuários em cenários da vida cotidiana – casa, trabalho, iniciativas de geração de renda, empreendimentos solidários, contextos familiares, sociais e no território, com a mediação de relações para a criação de novos campos de negociação e de diálogo que garantam e propiciem a participação dos usuários em igualdade de oportunidades, a ampliação de redes sociais e sua autonomia. - Fortalecimento do protagonismo de usuários e de familiares: atividades que fomentem: a participação de usuários e de familiares nos processos de gestão dos serviços e da rede, como assembleias de serviços, participação em conselhos, conferências e congressos; a apropriação e a defesa de direitos; a criação de formas associativas de organização. A assembleia é uma estratégia importante para a efetiva configuração dos CAPS como local de convivência e de promoção de protagonismo de usuários e de familiares. - Ações de articulação de redes intra e intersetoriais: estratégias que promovam a articulação com outros pontos de atenção da rede de saúde, educação, justiça, assistência social, direitos humanos e outros, assim como com os recursos comunitários presentes no território. - Matriciamento de equipes dos pontos de atenção da atenção básica, urgência e emergência, e dos serviços hospitalares de referência: apoio presencial sistemático às equipes que oferte suporte técnico à condução do cuidado em saúde mental por meio de discussões de casos e do processo de trabalho, atendimento compartilhado, ações intersetoriais no território, e contribua no processo de cogestão e corresponsabilização no agenciamento do projeto terapêutico singular. - Ações de redução de danos: conjunto de práticas e de ações do campo da Saúde e dos Direitos Humanos realizadas de maneira articulada inter e intrassetorialmente, que busca minimizar danos de natureza biopsicossocial decorrentes do uso de substâncias psicoativas, ampliar o cuidado e o acesso aos diversos pontos de atenção, incluídos aqueles que não têm relação com o sistema de saúde. - Acompanhamento de serviço residencial terapêutico: suporte às equipes dos serviços residenciais terapêuticos, com a corresponsabilização nos projetos terapêuticos dos usuários, que promova a articulação entre as redes e os pontos de atenção com o foco no cuidado e no desenvolvimento de ações intersetoriais, e vise à produção de autonomia e à reinserção social. - Apoio a serviço residencial de caráter transitório: apoio presencial sistemático aos serviços residenciais de caráter transitório, que busque a manutenção do vínculo, a responsabilidade Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE compartilhada, o suporte técnico-institucional aos trabalhadores daqueles serviços, o monitoramento dos projetos terapêuticos, a promoção de articulação entre os pontos de atenção com foco no cuidado e nas ações intersetoriais, e que favoreça a integralidade das ações. UNIDADES DE ACOLHIMENTO (UA): ● A Unidade de Acolhimento (UA), instituída pela Portaria MS/GM nº 121, de 25 de janeiro de 2012, oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento de 24 horas e em ambiente residencial; objetiva oferecer acolhimento voluntário e cuidados contínuos para pessoas com necessidades decorrentes de uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, acompanhadas nos CAPS, em situação de vulnerabilidade social e/ou familiar e que demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório. O período de permanência pode ser de até seis meses, de acordo com o Projeto Terapêutico Singular que está sendo desenvolvido e discutido com o CAPS de referência. Há duas modalidades de UA: adulto ou infantojuvenil (entre 10 e 18 anos incompletos) (BRASIL, 2011; 2012b). ● O acolhimento na UA será definido exclusivamente pela equipe do CAPS de referência que será responsável pela elaboração do Projeto Terapêutico Singular do usuário, considerando a hierarquização do cuidado, priorizando a atenção em serviços comunitários de saúde. As UAs funcionam de forma articulada com a Atenção Básica, que apoia o cuidado clínico geral dos usuários, e os CAPS responsáveis pela indicação do acolhimento, pelo acompanhamento, pelo planejamento da saída (em parceria com a UA), e pelo seguimento do cuidado, bem como pela participação de forma ativa da articulação intersetorial para promover a reinserção do usuário na comunidade (BRASIL, 2011). ● O Projeto Terapêutico Singular (PTS), formulado no âmbito do CAPS, com a participação da Unidade de Acolhimento, deve observar as seguintes orientações: o Acolhimento humanizado, com estímulo à grupalização e à socialização, por meio de atividades terapêuticas e coletivas; o Desenvolvimento de ações que garantam a integridade física e mental, considerando o contexto social e familiar; o Desenvolvimento de intervenções que favoreçam a adesão ao tratamento, visando à interrupção ou redução do uso de crack, álcool e outras drogas; o Acompanhamento psicossocial ao usuário e à respectiva família; o Atendimento psicoterápico e de orientação, entre outros, de acordo com o Projeto Terapêutico Singular; o Atendimento em grupos, tais como psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, assembleias,grupos de redução de danos, entre outros; o Oficinas terapêuticas; o Atendimento e atividades sociofamiliares e comunitárias; o Promoção de atividades de reinserção social; o Articulação com a Rede intersetorial, especialmente com a assistência social, a educação, a justiça e os direitos humanos, com o objetivo de possibilitar ações que visem à reinserção social, familiar e laboral, como preparação para a saída; o Articulação com programas culturais, educacionais e profissionalizantes, de moradia e de geração de trabalho e de renda; e o Saída programada e voltada à completa reinserção do usuário, de acordo com suas necessidades, com ações articuladas e direcionadas à moradia, ao suporte familiar, à inclusão na escola e à geração de trabalho e renda. ● A UA constitui um recurso dos PTS, de acordo com as necessidades dos usuários em seus contextos sociorrelacionais, considerando, em particular, o “habitar” como um dos eixos centrais nos processos de reabilitação psicossocial que visam à promoção de autonomia, de participação nas trocas sociais, e de ampliação do poder de contratualidade social e de acesso e exercício de direitos das pessoas com a experiência do sofrimento psíquico incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e de outras drogas. Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE Os CAPS estão organizados nas seguintes modalidades: 1) CAPS I: Atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de 15 mil habitantes. a. Equipe mínima: 1 médico com formação em saúde mental; 1 enfermeiro; 3 profissionais de nível universitário*, 4 profissionais de nível médio**.1 2) CAPS III: Atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive CAPSad. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de 150 mil habitantes. a. Equipe mínima: 2 médicos psiquiatras; 1 enfermeiro com formação em saúde mental, 5 profissionais de nível universitário*, 8 profissionais de nível médio**. b. Para o período de acolhimento noturno, a equipe deve ser composta por: 3 técnicos/auxiliares de Enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço, 1 profissional de nível médio da área de apoio. c. Para as 12 horas diurnas, nos sábados, domingos e feriados, a equipe deve ser composta por: 1 profissional de nível universitário*, 3 técnicos/auxiliares de Enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço, 1 profissional de nível médio da área de apoio 3) CAPSad: Atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de 70 mil habitantes. a. Equipe mínima: 1 médico psiquiatra; 1 enfermeiro com formação em saúde mental; 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas; 4 profissionais de nível universitário *, 6 profissionais de nível médio**. 4) CAPSad III: Atende adultos, crianças e adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente, com sofrimento psíquico intenso e necessidades de cuidados clínicos contínuos. Serviço com no máximo 12 leitos de hospitalidade para observação e monitoramento, de funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana; indicado para municípios ou regiões com população acima de 150 mil habitantes. a. Equipe mínima: 60 horas de profissional médico, entre psiquiatra e clínicos com formação e/ou experiência em saúde mental, sendo mínimo 1 psiquiatra; 1 enfermeiro com experiência e/ou formação na área de saúde mental; 5 profissionais de nível universitário*, 4 técnicos de Enfermagem; 4 profissionais de nível médio; 1 profissional de nível médio para a realização de atividades de natureza administrativa. b. Para os períodos de acolhimento noturno, a equipe mínima ficará acrescida dos seguintes profissionais: 1 profissional de saúde de nível universitário, preferencialmente enfermeiro; 2 técnicos de Enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço; e 1 profissional de nível fundamental ou médio para a realização de atividades de natureza administrativa. c. No período diurno aos sábados, domingos e feriados, a equipe mínima será composta da seguinte forma: 1 enfermeiro, 3 técnicos de Enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço, 1 profissional de nível fundamental ou médio para a realização de atividades de natureza administrativa. 5) CAPSi: Atende crianças e adolescentes que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que Amandha Victória de Pinho Gonzaga Rodrigues Medicina – UNIT/SE impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões com população acima de 70 mil habitantes. a. Equipe mínima: 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental; 1 enfermeiro, 4 profissionais de nível superior***, 5 profissionais de nível médio**. * Profissionais de nível universitário entre as seguintes categorias: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, educador físico ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico. ** Profissionais de nível médio entre as seguintes categorias: técnico e/ou auxiliar de Enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.
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