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Doenças exantemáticas da infância

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P6 - doenças exantemáticas da infância 1
🤒
P6 - doenças exantemáticas da 
infância 
Descrever as principais doenças exantemáticas pediátricas
Sarampo
Descrição
Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível, 
extremamente contagiosa e bastante comum na infância. A viremia provoca 
uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas 
manifestações clínicas.
Agente etiológico
RNA vírus pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae.
Modo de transmissão
Ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaringes expelida ao 
tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada contagiosidade da 
doença. Também tem sido descrito o contágio por dispersão de aerossóis 
com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches 
e clínicas.
P6 - doenças exantemáticas da infância 2
Período de incubação
Geralmente de 10 dias, podendo variar entre 7 e 18 dias, desde a data da 
exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do 
exantema.
Período de transmissibilidade
Inicia-se de 4 a 6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após seu 
aparecimento. O período de maior transmissibilidade ocorre entre os 2 dias 
antes e os 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é 
transmissível.
Epidemiologia 
O Brasil, desde fevereiro de 2018, enfrenta um surto de sarampo (genótipo 
D8, circulante na Venezuela desde 2017), contabilizando até o início de julho 
mais de três mil casos suspeitos e 527 casos confirmados da doença (317 
no estado do Amazonas, 200 no estado de Roraima, dois no Rio de Janeiro, 
um no Estado de São Paulo, um em Rondônia e seis casos no Rio Grande 
do Sul), incluindo duas mortes em Roraima (crianças venezuelanas do 
município de Boa Vista) e uma morte no Amazonas (um lactente de sete 
meses, não vacinado).
conduta clínica
sinais e sintomas
Caracteriza-se por febre alta, acima de 38,5°C, exantema máculo-
papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik. De 
forma simplificada, as manifestações clínicas do sarampo são divididas 
em três períodos. 
• Período de infecção – dura cerca de 7 dias, iniciando-se com período 
prodrômico, quando surge a febre, acompanhada de tosse produtiva, 
coriza, conjuntivite e fotofobia. Do 2º ao 4º dia desse período, surge o 
exantema, quando se acentuam os sintomas iniciais. O paciente 
apresenta prostração e lesões 
características de sarampo (exantema cutâneo máculo-papular de 
coloração vermelha, iniciando na região retroauricular). 
• Período toxêmico – a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana é 
facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. 
São frequentes as complicações, principalmente nas crianças até os 2 
P6 - doenças exantemáticas da infância 3
anos de idade, especialmente as desnutridas e os adultos jovens. 
• Remissão – caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio 
da febre. O exantema torna-se escurecido e, em alguns casos, surge 
descamação fina, lembrando farinha, daí o nome de furfurácea. É 
durante o exantêmico que, geralmente, se instalam as complicações 
sistêmicas, embora a encefalite possa aparecer após o 20º dia.
exames complementares
Realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue, na fase 
aguda da doença, desde os primeiros dias até 4 semanas após o 
aparecimento do exantema. Os anticorpos específicos da classe IgG 
podem, eventualmente, aparecer na fase aguda da doença e costumam 
ser detectados muitos anos após a infecção. O teste de IgM com 
resultado reagente ou inconclusivo, independentemente da suspeita, 
deve ser notificado imediatamente para a continuidade da investigação e 
coleta da segunda amostra de sangue (S2), que é obrigatória para a 
classificação final dos casos. Ela deverá ser realizada entre 20 e 25 dias 
após a data da primeira coleta.
diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial do sarampo deve ser realizado para as 
doenças exantemáticas febris agudas, entre as quais se destacam 
rubéola, exantema súbito (Roséola Infantum), dengue, enteroviroses, 
eritema infeccioso (Parvovírus B19) e riquetsiose.
abordagem terapêutica
Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo. O 
tratamento profilático com antibiótico é contraindicado.
 
Recomenda-se a administração da vitamina A em todas as crianças 
acometidas pela doença, para reduzir a ocorrência de casos graves e 
fatais, no mesmo dia do diagnóstico do sarampo, nas dosagens 
indicadas a seguir. 
• Crianças menores de 6 meses de idade – 50.000UI, sendo uma dose 
em aerossol, no dia do diagnóstico, e outra dose no dia seguinte. 
• Crianças entre 6 e 12 meses de idade – 100.000UI, sendo uma dose 
em aerossol, no dia do diagnóstico, e outra dose no dia seguinte. 
• Crianças maiores de 12 meses de idade – 200.000UI, sendo uma dose 
P6 - doenças exantemáticas da infância 4
em aerossol ou cápsula, no dia do diagnóstico, e outra dose no dia 
seguinte. 
Para os casos sem complicação, deve-se manter a hidratação e o 
suporte nutricional, e diminuir a hipertermia. Muitas crianças necessitam 
de 4 a 8 semanas para recuperar o estado nutricional.
Rubéola
Descrição
Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta 
contagiosidade e acomete principalmente crianças. Sua importância 
epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e 
malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez. 
Quando a infecção ocorre durante a gestação, o recém-nascido poderá 
apresentar a síndrome da rubéola congênita (SRC).
Agente etiológico
Vírus RNA, do gênero Rubivírus e da família Togaviridae.
Modo de transmissão
Ocorre por meio de contato com secreções nasofaríngeas de pessoas 
infectadas. O vírus é disseminado por gotículas ou pelo contato direto com 
pacientes infectados. A transmissão indireta, que é pouco frequente, ocorre 
mediante contato com objetos contaminados com secreções nasofaríngeas, 
sangue e urina.
Período de incubação
Em geral, varia de 14 a 21 dias, com média de 17 dias. A variação máxima 
observada é de 12 a 23 dias.
Período de transmissibilidade 
Aproximadamente de 5 a 7 dias antes do início do exantema e de 5 a 7 dias 
após.
conduta clínica
sinais e sintomas
P6 - doenças exantemáticas da infância 5
O quadro clínico é caracterizado por exantema máculo-papular, com 
início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente 
para o tronco e membros. 
Febre baixa e linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical posterior 
também são possíveis de ocorrer. Geralmente, antecedem o exantema 
no período de 5 a 10 dias e podem perdurar por algumas semanas.
exames complementares
O diagnóstico laboratorial é realizado mediante detecção de anticorpos 
IgM no sangue na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até 4 
semanas após o aparecimento do exantema. 
Os anticorpos específicos da classe IgG podem, eventualmente, 
aparecer na fase aguda da doença e costumam ser detectados muitos 
anos após a infecção.
diagnóstico diferencial
Deve ser feito com sarampo, escarlatina, dengue, exantema súbito que 
ocorre principalmente em crianças menores de 2 anos, eritema 
infeccioso, enteroviroses.
abordagem terapêutica
Não há tratamento específico para a rubéola. Apenas os sinais e 
sintomas são tratados
Varicela
Descrição
Infecção viral altamente contagiosa que causa uma irritação cutânea com 
bolhas na pele. A varicela é altamente contagiosa para quem ainda não teve 
a doença ou não foi vacinado contra ela. O sintoma mais característico é 
uma irritação cutânea com bolhas na pele. 
É possível prevenir a varicela por meio de vacina. O tratamento geralmente 
envolve aliviar os sintomas, embora grupos de alto risco possam receber 
medicamentos antivirais.
Agente etiológico 
O vírus varicela-zóster (VZV). É um herpes-vírus humano neurotrópico que 
tem semelhanças com o vírus herpes simples, que também é um "-herpes-
vírus. Esses vírus são encapsulados com genomas de DNA de dupla fita queP6 - doenças exantemáticas da infância 6
codificam mais de 70 proteínas, incluindo as proteínas que são alvos das 
imunidades celular e humoral.
Modo de transmissão
Os vírus são transmitidos por secreções orais e genitais, o que pode ocorrer 
mesmo quando os indivíduos estão assintomáticos. Como são instáveis no 
meio ambiente, os vírus necessitam de contato entre mucosas e/ou pele. 
Esse contato íntimo normalmente ocorre por meio do beijo ou de relações 
sexuais.
conduta clínica
sinais e sintomas
Em geral, a enfermidade inicia-se 14-16 dias após a exposição, embora 
o período de incubação possa variar de 10-21 dias. A varicela subclínica 
é rara; quase todas as crianças suscetíveis expostas apresentam 
erupção. Os sintomas prodrômicos podem estar presentes, 
particularmente em crianças mais velhas e adultos. Febre, mal-estar, 
anorexia, cefaleia e, ocasionalmente, dor abdominal leve podem ocorrer 
24-48 horas antes de a erupção aparecer. Em geral, a elevação da 
temperatura é moderada, geralmente de 38-39 °C, mas pode ser alta 
(até 41 °C). A febre e outros sintomas sistêmicos podem persistir 
durante os 2-4 primeiros dias após o início da erupção.
As lesões da varicela frequentemente aparecem primeiro no couro 
cabeludo, face ou tronco. A distribuição da erupção é 
predominantemente central ou centrípeta, ao contrário da varíola, em 
que a erupção é proeminente na face e nas porções distais dos 
membros. Lesões ulcerativas envolvendo a orofaringe e a vagina 
também são comuns; muitas crianças apresentam lesões vesiculares 
nas pálpebras e conjuntivas, mas o envolvimento da córnea e a 
ocorrência de doença ocular grave são raros. 
exames complementares
o quadro típico costuma dispensar o recurso laboratorial, pode 
se detectar VVZ por PCR no liquido das vesículas, ou utilizar reações 
sorológicas IgM ou IgG.
diagnóstico diferencial
P6 - doenças exantemáticas da infância 7
O diagnóstico diferencial da varicela inclui as erupções vesiculares 
causadas por outros agentes infecciosos, como vírus herpes simples, 
enterovírus, vírus da varíola do macaco, varíola por riquétsiavou 
Staphylococcus aureus, reações medicamentosas, dermatite de contato 
e picadas de inseto. A varicela grave era a enfermidade que mais 
comumente se confundia com a varíola antes da erradicação desta.
abordagem terapêutica
Aciclovir. O tratamento antiviral modifica o curso, tanto da varicela 
quanto do herpes-zóster. A resistência aos medicamentos antivirais é 
rara, mas foi relatada em crianças com infecção pelo HIV que foram 
tratadas com aciclovir por longos períodos de tempo. O foscarnet é o 
único medicamento disponível atualmente para tratamento de infecções 
pelo VZV resistentes ao aciclovir.
Tratamento do prurido com soluções e creme tópicos, antialérgicos 
orais, cuidados de higiene para reduzir risco de infecções cutâneas 
secundárias e antibióticos. Antivirais sistêmicos podem ser utilizados nos 
casos de maior risco de complicação, ou na presença de doença mais 
grave. A vacina para varicela previne a ocorrência de casos.
 
Exantema súbito (roséola)
Descrição
A roséola infantil é uma infecção viral contagiosa que afeta os bebês e 
as crianças jovens e causa febre alta seguida de uma erupção cutânea. 
A roséola infantil ocorre durante o ano todo e, com mais frequência, nos 
meses da primavera e outono. Algumas vezes ocorrem surtos locais de 
pequeno porte. A causa comum é o herpesvírus 6, um dos 
muitos herpesvírus humanos. A maioria das crianças que desenvolvem 
roséola infantil encontra-se entre os seis meses e os três anos de idade.
Agente etiológico
O HHV-6 e o HHV-7 são os únicos integrantes do gênero Roseolovirus na 
subfamília Betaherpesvirinae dos herpes-vírus humanos.
Modo de Transmissão
A transmissão ocorre de uma criança para outra através da saliva e seu 
período de incubação varia de 5 a 15 dias.
P6 - doenças exantemáticas da infância 8
conduta clínica
sinais e sintomas
O quadro prodrômico gripal é ausente, e surge apenas febre súbita de 
40 graus celsius, sem comprometimento sistêmico. Somente 15% 
desenvolvem convulsão febril. A resolução da febre é praticamente 
imediata com o surgimento do rash morbiliforme, que se inicia no 
pescoço e evolui para o tronco. É também visto enantema puntiforme no 
palato, denominado manchas de Nagayama. O exantema permanece 
por horas, ou, no máximo, por 2 dias. 
exames complementares
Os achados laboratoriais mais característicos observados em 
crianças com infecção primária por HHV-6 são menor número de 
leucócitos (8.900/mm3), linfócitos (3.400/mm3) e neutrófilos (4.500/ 
mm3) do que o encontrado em crianças febris sem infecção primária por 
HHV-6. Achados hematológicos semelhantes foram relatados durante a 
infecção primária por HHV-7. Trombocitopenia, valores elevados de 
transaminase sérica e linfócitos atípicos também foram esporadicamente 
observados em crianças com infecção primária por HHV-6.
Os resultados das análises de LCR de pacientes com encefalite, que 
acreditava-se ser devida ao HHV-6, foram normais ou apresentaram 
pleocitose leve com pouca elevação de proteínas. Durante a RM, foram 
encontradas áreas de sinal hiperintenso nas imagens em T2 e FLAIR 
(recuperação de inversão atenuada de fluidos) do hipocampo, úncus e 
tonsila, bem como aumento do metabolismo dentro do hipocampo 
durante a tomografia por emissão de pósitrons (PET).
diagnóstico diferencial
A infecção primária por HHV-6 e HHV-7 geralmente provoca doença 
febril não diferenciada, que pode ser difícil de ser distinguida de outras 
doenças virais comuns da infância. Essa dificuldade também se aplica 
aos estágios iniciais da roséola, antes do surgimento das erupções. 
Quando as erupções se fazem presentes, a roséola pode ser confundida 
com outras doenças exantemáticas da infância, principalmente sarampo 
e rubéola. Crianças com rubéola geralmente apresentam um período 
prodrômico caracterizado por doença leve com febre baixa, dor de 
garganta, artralgia e queixas gastrointestinais, diferentemente das 
P6 - doenças exantemáticas da infância 9
crianças com roséola. Durante o exame físico, os linfonodos suboccipital 
e auricular posterior ficam proeminentes, uma semana antes de a 
erupção da rubéola tornar-se evidente e persistir durante a fase 
exantemática. Além disso, a erupção da rubéola geralmente começa no 
rosto e espalha-se para o peito, como no sarampo. Os sintomas 
associados à infecção pelo vírus do sarampo incluem tosse, 
coriza e conjuntivite, com febre alta coincidente com o surgimento de 
erupções, diferentemente da roséola. A roséola também pode ser 
confundida com a escarlatina, embora esta seja rara em crianças <2 
anos de idade e provoque erupção característica parecida com uma lixa 
e febre. 
A roséola pode ser confundida com infecções por enterovírus, 
principalmente nos meses de verão e outono. As reações de 
hipersensibilidade a medicamentos também podem dificultar a 
diferenciação da roséola. Os antibióticos geralmente são prescritos para 
crianças com roséola durante a fase febril, antes do início das erupções. 
A criança que tende a apresentar erupções antes do desaparecimento 
da febre pode ser erroneamente diagnosticada como tendo alergia a 
medicamento.
abordagem terapêutica
Geralmente, tudo o que se precisa para lactentes com roséola é de 
assistência médica de apoio.
Eritema infeccioso
Descrição
O Eritema Infeccioso é uma doença exantemática (doença que cursa com 
erupção de pele) benigna, própria da infância. Também chamado de Quinta 
Doença.
Agente etiológico
parvovírus humano B19.
Modo de transmissão
 via aérea, por perdigotos.
tempo de incubação
P6 - doenças exantemáticas da infância 10
4 a 14 dias.
tempo de contágio
desconhecido. 
conduta clínica
sinais e sintomas
Em geral, não há pródromos. O primeiro sinal costuma ser o exantema, 
que se inicia na face como maculopápulas que confluem, tornando-se 
uma placa vermelho-rubra, concentrada, principalmente, na região das 
bochechas.
Poupa a região perioral,a testa e o nariz, conferindo um aspecto de “asa 
de borboleta”, semelhante ao observado no lúpus 
eritematoso. Dá às crianças aspecto de “cara esbofeteada”
exames complementares
Sorologia para parvovírus humano B19. O hemograma é normal ou com 
discreta leucocitose e eosinofilia. Apesar de, na maioria dos casos, ter 
evolução benigna, nos adolescentes e nos adultos os sintomas são mais 
proeminentes, principalmente o comprometimento articular. Dentre as 
complicações conhecidas, a mais grave é a morte fetal, quando o vírus 
acomete mulheres grávidas.
tratamento
Não há tratamento específico ou vacina.
Escarlatina
Descrição
A escarlatina é uma doença infecciosa aguda, causada por uma bactéria 
chamada estreptococo beta hemolítico do grupo A. Os estreptococos são, 
também, agentes causadores de infecções da garganta (amigdalites) e da 
pele (impetigo, erisipela). 
O aparecimento da escarlatina não depende de uma ação direta do 
estreptococo, mas de uma reação de hipersensibilidade (alergia) às 
substâncias que a bactéria produz (toxinas). 
Assim, a mesma bactéria pode provocar doenças diferentes em cada 
indivíduo que infecta.
P6 - doenças exantemáticas da infância 11
Agente etiológico 
Estreptococo beta hemolítico do grupo A
Modo de transmissão 
Atransmissão da escarlatina faz-se de pessoa para pessoa, através de 
gotículas de saliva ou secreções infectadas, provenientes de 
doentes ou de portadores são, que são aquelas pessoas saudáveis que 
transportam a bactéria na garganta ou no nariz sem apresentarem 
sintomas (portadores sãos ou saudáveis).
Período de incubação
O tempo que decorre entre o contato com um indivíduo infectado e o 
aparecimento de sintomas (período de incubação) é, em geral, de 
dois a quatro dias, podendo, no entanto, variar de um a sete dias.
conduta clínica
sinais e sintomas
A escarlatina é uma doença em que aparecem associadas uma infecção 
na garganta, febre e uma erupção típica na pele. 
O seu início é súbito com febre, mal estar, dores de garganta, por vezes 
vômitos, dor de barriga e prostração. A febre, elevada nos dois ou três 
primeiros dias, diminui progressivamente a partir daí, mas pode manter-
se durante uma semana. A erupção da escarlatina aparece por volta do 
segundo dia de doença, com início no escoço e no tronco, progredindo 
em direção à face e membros.
É constituída por pequenas manchas do tamanho de uma cabeça de 
alfinete, cor vermelho vivo e que são mais intensas na face, 
nas axilas e nas virilhas, poupando a região em volta da boca que se 
apresenta pálida, e as palmas das mãos e plantas dos pés. 
Estas alterações atingem também a língua, que se apresenta branca e 
saburrosa no início, ficando depois com aspecto de framboesa (língua 
em framboesa), devido ao aumento das papilas que adquirem um tom 
vermelho arroxeado nos bordos e na ponta da língua.
A erupção da escarlatina, que confere à pele um toque áspero, 
desaparece ao fim de seis dias , acompanhando-se de uma descamação 
fina durante alguns dias. Nas mãos e nos pés a 
descamação pode ser em lâminas.
P6 - doenças exantemáticas da infância 12
exames complementares
Embora o diagnóstico de escarlatina seja feito com base na observação 
clínica (associação de febre, inflamação da garganta e 
erupção puntiforme de cor vermelho vivo e de distribuição típica), deve 
ser confirmado através da pesquisa do estreptococo num esfregaço 
colhido por swab (cotonete próprio para uso laboratorial) da garganta 
(coleta-se a secreção (exsudado) da garganta na região chamada 
nasofaríngea). Aconfirmação da doença também pode ser 
feita após a cura através de exames de sangue(testes sorológicos).
abordagem terapêutica
O tratamento de escolha para a escarlatina é a penicilina que elimina os 
estreptococos, evita as complicações da fase aguda, previne a febre 
reumática e diminui a possibilidade de aparecimento de glomerulonefrite 
(lesão renal). Nos doentes alérgicos à penicilina o medicamento 
habitualmente utilizado é a eritromicina.
Doença de Kawasaki
Descrição 
A doença de Kawasaki (DK), anteriormente conhecida como síndrome de 
linfonodos mucocutâneo e poliarterite nodosa infantil, é uma doença febril 
aguda da infância, sendo observada em todas as populações, com maior 
incidência em crianças da Ásia. A DK consiste em uma vasculite com 
predileção por artérias coronarinas, sendo que 
aproximadamente 20-25% dos pacientes não tratados apresentam 
anormalidades das artérias coronárias, incluindo aneurismas.
Etiologia
A causa da doença permanece desconhecida, mas determinadas 
características clínicas e epidemiológicas apoiam uma origem infecciosa.
conduta clínica
sinais e sintomas
P6 - doenças exantemáticas da infância 13
A febre é habitualmente alta (≥ 39 °C), remitente e não responde aos 
antibióticos. A duração da febre, em geral, é de 1 a 2 semanas sem 
tratamento, mas pode persistir por 3 a 4 semanas. Além da febre, 
os cinco critérios clínicos principais da doença DK são congestão 
conjuntival bulbar bilateral, geralmente sem exsudato; eritema da 
mucosa oral e faríngea com língua “em morango” e lábios secos e 
fissurados; eritema e edema das mãos e dos pés; várias formas de 
erupção (maculopapular, eritema multiforme ou escarlatiniforme) 
com acentuação na área da virilha; e linfadenopatia cervical não 
supurativa, geralmente unilateral, com linfonodos de maiores de 1,5 cm.
Outros sintomas associados, além dos critérios clínicos, são 
comuns nos 10 dias antes do diagnóstico de DK. Sintomas 
gastrointestinais (vômitos, diarreia ou dor abdominal) ocorrem em 
aproximadamente 65% dos pacientes e os sintomas respiratórios 
(infiltrado intersticial, derrame) ocorrem em 30%. Outras 
constatações clínicas incluem irritabilidade significativa, que é 
especialmente proeminente em lactentes, provavelmente devido 
à meningite asséptica, hepatite leve, hidropsia da vesícula biliar, 
uretrite e meatite com piúria estéril e artrite. A artrite pode ocorrer 
prococemente na doença ou pode se desenvolver na segunda 
ou terceira semana. Articulações pequenas ou grandes podem 
ser afetadas, sendo que as artralgias podem persistir por várias 
semanas.
exames complementares
Não existe teste de diagnóstico para a DK, mas os pacientes usualmente 
apresentam achados laboratoriais característicos. A leucometria é 
normal ou elevada, com predominância de neutrófilos e formas 
imaturas. Anemia normocítica normocrômica é comum. A contagem de 
plaquetas em geral é normal na primeira semana e rapidamente 
aumenta por volta da segunda a terceira semana de doença, algumas 
vezes excedendo 1.000.000/mm3. Está presente universalmente na fase 
aguda da doença velocidade de hemossedimentação elevada e/ou valor 
elevado de proteína C reativa. A VHS pode permanecer elevada por 
semanas. Piúria estéril, discreta elevação das transaminases hepáticas, 
hiperbilirrubinemia e pleocitose do líquido cefalorraquidiano podem estar 
presentes.
diagnóstico diferencial
P6 - doenças exantemáticas da infância 14
Adenovírus, sarampo e escarlatina lideram a lista de infecções infantis 
comuns que imitam a DK.
abordagem terapêutica
Pacientes com doença de Kawasaki aguda devem ser tratados com 
2 g/kg de imunoglobulina intravenosa (IGIV) e altas doses de ácido 
acetilsalicílico (80-100 mg/kg/dia, divididos a cada 6 horas) assim 
que possível após o diagnóstico e preferencialmente nos primeiros 
10 dias de doença.
referências
LOPEZ, Fabio Ancona; CAMPOS JÚNIOR, Dioclécio. Tratado de pediatria. 
In: Tratado de pediatria. 2010. p. [1407]-[1407].
VAUGHAN, Victor C.; MCKAY, R. James; BEHRMAN, Richard E. Nelson: 
tratado de Pediatría. In: Nelson: tratado de pediatria. 1983. p. 2028-2028.
VERONESI, Ricardo; FOCACCIA, Roberto. Tratado de Infectologia. v. 1. 
In: Tratado de infectologia. v. 1. 2009. p. 1351-1351.
Compreender as lesões de pele das principais doenças exantemáticas.
Exantema maculopapular: manifestação cutânea mais comum nas doenças 
infecciosas sistêmicas. Mais comumente associado a vírus, porém tambémobservado em várias doenças de etiologia bacteriana, parasitária, riquetsioses, 
micoplasmose e intoxicações medicamentosas ou alimentares.
 
Pode ser caracterizado em diversos tipos:
 
• Morbiliforme: pequenas maculo-pápulas eritematosas (3 a 10 mm), 
avermelhadas, lenticulares ou numulares, permeadas por pele sã, podendo 
confluir. É o exantema típico do sarampo, porém pode estar presente na 
rubéola, exantema súbito, nas enteroviroses, riquetsioses, dengue, leptospirose, 
toxoplasmose, hepatite viral, mononucleose, síndrome de Kawazaki e reações 
medicamentosas. 
• Escarlatiniforme: eritema difuso, puntiforme, vermelho vivo, sem solução de 
continuidade, poupando a região perioral e áspero (sensação de lixa). Pode ser 
P6 - doenças exantemáticas da infância 15
denominado micropapular. É a erupção típica da escarlatina; porém, pode ser 
observada na rubéola, síndrome de Kawazaki, reações medicamentosas, 
miliária e em queimaduras solares. 
• Rubeoliforme: semelhante ao morbiliforme, porém de coloração rósea, com 
pápulas um pouco menores. É o exantema presente na rubéola, enteroviroses, 
viroses respiratórias e micoplasma. 
• Urticariforme: erupção papuloeritematosa de contornos irregulares. É mais 
típico em algumas reações medicamentosas, alergias alimentares e em certas 
coxsackioses, mononucleose e malária.
Exantema papulovesicular: presença de pápulas e de lesões elementares de 
conteúdo líquido (vesicular). É comum a transformação sucessiva de maculo-
pápulas em vesículas, vesico-pústulas, pústulas e crostras. Pode ser localizado 
(ex. herpes simples e zoster) ou generalizado (ex. varicela, varíola, impetigo, 
estrófulo, enteroviroses, dermatite herpetiforme, molusco 
contagioso, brucelose, tuberculose, fungos, candidíase sistêmica). 
Exantema petequial ou purpúrico: alterações vasculares com ou sem 
distúrbios de plaquetas e de coagulação. Pode estar associado a infecções 
graves como meningococcemia, septicemias bacterianas, febre purpúrica 
brasileira e febre maculosa. Presente também em outras infecções como 
citomegalovirose, rubéola, enteroviroses, sífilis, dengue e em reações por 
drogas.

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