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1 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. É uma doença comum, potencialmente grave e é caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas, com hiperresponsividade brônquica, há uma resposta constritora exagerada do brônquio, em estímulos que em situações normais, não causaria sintomas. Além disso, ocorre limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, se manifestando por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. A asma é uma doença heterogênea, ela tem formas, ou seja, fenótipos e gravidades distintas. Os sintomas da asma são bastante variáveis, na qual o paciente um dia se sente bem, outro dia se sente mal, e um dos sinais importantes é a limitação variável do fluxo expiratório. Essa limitação variável do fluxo expiratório, nada mais é do que a redução brônquica, constrição brônquica, levando a redução do fluxo aéreo expiratório. EPIDEMIOLOGIA Pelo DATASUS, 10 a 25% da população brasileira, é acometida por asma (um número importante). E a internação, segundo o DATASUS, vem caindo ao longo dos anos, possivelmente pelo maior acesso da população aos medicamentos da asma. Mas mesmo tendo essa redução no número de internação ao longo dos anos, em 2013, ainda houve um numero alto, com cerca de 129 mil internações, além disso, 20 mil mortes. FATORES DE RISCO É nítida a influência de fatores de predisposição genética, os quais, porém, não foram totalmente definidos. O principal fator de risco identificável para asma é a atopia. A atopia seria no caso uma tendência (do sistema imunológico) à formação preferencial de anticorpos da classe IgE contra antígenos comuns no meio ambiente. Esses anticorpos dão início a via de sensibilização, que vai liberar e recrutar uma serie de substancias, causando consequentemente broncoespasmo, o processo de inflamação. Rinite alérgica e dermatite atópica: são condições bastante associadas à asma alérgica e devem ser questionadas na anamnese de todos os pacientes asmáticos. O tabagismo – passivo ou ativo – também é um fator de risco. Além disso, existe outros fatores, como a vida urbana, porque a população urbana vive de forma mais confinada que a população rural, tornando-se mais suscetível ao contato com alérgenos domiciliares, além dos poluentes atmosféricos. Existe uma teoria chamada de “Hipótese da Higiene”, na qual, fala sobre os baixos níveis 2 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. de infecção durante a infância. Essa teoria se baseia em estudos epidemiológicos, que mostraram ser a ocorrência de infecções na infância um fator protetor contra a asma! A explicação é que as infecções típicas desta faixa etária estimulam a predominância de linfócitos Th1 em detrimento dos linfócitos Th2 (estes últimos associados à asma). FISIOPATOLOGIA O fenômeno fisiopatológico básico da asma é a inflamação crônica das vias aéreas inferiores. Todos os pacientes (sintomáticos ou não) apresentam uma reação inflamatória característica na parede brônquica, cuja intensidade pode variar ao longo do tempo (porém, sempre presente). A explicação mais aceita para da origem da asma envolve um desequilíbrio imunológico relacionado à diferenciação dos linfócitos T-helper. Estes linfócitos podem se diferenciar em dois subtipos: Th1 e Th2. Os linfócitos Th1 participam da resposta protetora contra agentes infecciosos, enquanto os Th2 promovem um tipo especial de inflamação chamado inflamação alérgica, cuja função não é propriamente de “defesa”. Nos pacientes asmáticos, existe predomínio dos linfócitos Th2, os quais estimulam, pela secreção de citocinas específicas, os seguintes eventos secundários: 1. Proliferação de mastócitos; 2. Produção de IgE por linfócitos B; 3. E recrutamento de eosinófilos para a mucosa respiratória... (Os eosinófilos parecem ser os principais responsáveis pelas lesões estruturais encontradas na via aérea do asmático!) A parede brônquica se encontra cronicamente inflamada. Se o tratamento anti-inflamatório não for instituído, ocorrerão mudanças estruturais potencialmente irreversíveis que, em conjunto, são chamadas de remodelamento brônquico. Fazem parte desta condição: desnudamento epitelial, edema da mucosa e acúmulo de muco, espessamento da membrana basal, hipertrofia/hiperplasia das glândulas submucosas e da camada muscular e, fundamentalmente, infiltrado inflamatório com predomínio de eosinófilos. QUE EVENTOS CELULARES ACONTECEM NUMA REAÇÃO ALÉRGICA? A reação alérgica é uma resposta imunológica, também conhecida como reação de hipersensibilidade tipo I, ou hipersensibilidade IgE-mediada. Para a sua ocorrência, é preciso que haja uma sensibilização prévia ao antígeno específico (alérgeno). No indivíduo sensibilizado, novos contatos com o antígeno desencadeiam a reação. → Sensibilização: o antígeno é fagocitado pela célula dendrítica (célula de Langerhans) – chamada de “célula apresentadora de antígeno” – presente no epitélio da mucosa brônquica. Esta célula processa e expressa o antígeno em sua membrana plasmática, ligando- o ao complexo MHC classe II. 3 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. O reconhecimento do conjunto antígeno- MHC pelo linfócito T-helper (CD4) do tipo Th2 dá início ao processo de ativação imunológica... Esta célula produz interleucinas (IL-4 e IL-5) que estimulam a formação de linfócitos B produtores de IgE, a imunoglobulina envolvida na alergia. A IL-4 estimula ainda a proliferação e diferenciação de mastócitos, e a IL-5 estimula a proliferação e diferenciação de eosinófilos. As moléculas de IgE secretadas pelo linfócito B se ligam à membrana plasmática do mastócito e do basófilo. Mastócitos e basófilos tornam-se, portanto, sensibilizados, isto é, revestidos de IgE específica contra o alérgeno em sua superfície. → Resposta Imediata: na presença de mastócitos agora sensibilizados (na via aérea), a reexposição ao antígeno promove a resposta imediata. O antígeno (aeroalergeno) se liga à IgE presente na superfície dos mastócitos, promovendo a degranulação e liberação de mediadores: histamina, leucotrienos, bradicinina etc. Essas substancias induzem diretamente três eventos: 1. Broncoconstrição; 2. Vasodilatação, levando ao edema da mucosa; 3. Produção de muco (células caliciformes e glândulas submucosas) Há também ativação de terminações nervosas vagais, com liberação reflexa de acetilcolina, o que contribui para a broncoconstrição e o edema. Eosinófilos, são recrutados por ação quimiotáxica de mediadores mastocitários, tornando-se as principais células inflamatórias neste momento! Secretam substâncias com ação lesiva celular, como a proteína básica principal e a proteína eosinofílica catiônica, além de “mais” mediadores inflamatórios e quimiotáxicos → Resposta Tardia: os mastócitos e eosinófilos (bem como células endoteliais e epiteliais), quando ativados, também liberam mediadores quimiotáxicos para neutrófilos, monócitos e linfócitos. Após 3-4h, esses outros leucócitos se acumulam na mucosa brônquica, junto aos eosinófilos, e secretam mediadores que contribuem para a persistência da atividade inflamatória e broncoconstrição, além de induzir a degeneração das células epiteliais, que descamam para o lúmen brônquico Os eosinófilos continuam sendo as células inflamatórias mais numerosas neste momento, porém já podemos dizer que a reação inflamatória se tornou crônica (linfócitos e monócitos)! CLASSIFICAÇÃO ETIOPATOGÊNICA Alguns autores classificam a asma brônquica considerando o provável mecanismo etiopatogênico: 1. asma extrínseca alérgica: A asma extrínseca tem sua origem relacionada a fatores externos, como alérgenos comoácaros, barata que elimina alérgenos também, animais como cães e gatos sofrem descamação e eliminam alérgenos que ficam em suspensão no ar por cerca de 20 dias, fungos, agentes químicos ou fármacos, e esse tipo de asma é o que é mais comum. 2. asma extrínseca não alérgica: A asma extrínseca não alérgica NÃO envolve reação IgE mediada, mas sim uma irritação direta da mucosa brônquica por substâncias tóxicas. Agentes químicos, geralmente 4 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. presentes nos processos industriais, são frequentes causadores desse tipo de asma. Além de alguns agentes químicos utilizados no próprio ambiente domiciliar. ASMA OCUPACIONAL como a asma causada por contato com agentes presentes apenas no ambiente de trabalho, podendo ser tanto de origem alérgica quanto irritativa. 3. Asma criptogênica: (termo que corresponde à antiga “asma intrínseca”). A asma criptogênica, como o nome indica, se refere aos casos em que não se identifica o fator causal. O nome “intrínseca” entrou em desuso, porque não se pode descartar o papel de fatores externos, como, por exemplo, as infecções virais. 4. asma induzida por aspirina: (A asma induzida por aspirina responde por 2-3% dos casos de asma em adultos. É desencadeada pelo uso de aspirina ou outros AINE não seletivos, podendo persistir por vários anos mesmo após a suspensão desses medicamentos.) QUADRO CLÍNICO Classicamente, a asma se manifesta com episódios limitados de DISPNEIA, TOSSE e SIBILÂNCIA – a tríade clássica. Os pacientes podem referir também de sensação de aperto no peito ou desconforto torácico. Os sintomas são mais intensos à noite ou nas primeiras horas da manhã. Os indivíduos que apresentam episódios dessa tríade têm asma brônquica até que se prove o contrário. Quando os episódios de crise asmática ocorrem apenas em determinadas estações do ano, está caracterizada a ASMA SAZONAL. Esses pacientes geralmente apresentam asma extrínseca alérgica, sendo os episódios relacionados a determinados alérgenos que aparecem naquelas épocas, como o pólen durante a primavera de países temperados, e os fungos nas estações úmidas. A asma alérgica relacionada a antígenos presentes durante todo o ano é denominada ASMA PERENE (ex.: ácaros, animais domésticos etc.) Alguns pacientes se manifestam apenas com crises de tosse, a tosse asmática, que pode ser seca ou mucoide. Eles apresentam tosse noturna e normalmente são usuários crônicos de drogas antitussígenas. Na investigação de toda tosse crônica inexplicada deve ser pesquisada a presença de asma. Quando não há sibilos no exame físico, temos a chamada asma oculta. A tosse, na asma, está relacionada à hiper- reatividade das vias aéreas mais proximais, ricas em receptores da tosse. DIAGNÓSTICO Na crise asmática há taquipneia (geralmente > 25 ipm), com tempo expiratório prolongado em relação ao tempo inspiratório, o que caracteriza a dispneia por obstrução de vias aéreas. Nos casos mais graves, podemos observar sinais de esforço ventilatório: tiragem intercostal, tiragem supraclavicular, batimento de asa do nariz, respiração abdominal. O esforço é nitidamente maior na fase expiratória! Na crise asmática grave, 5 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. que cursa com hipoxemia, podemos observar cianose do tipo central (lábios, lobo da orelha). A ausculta respiratória revela o sinal clássico da asma: os sibilos. Os sibilos podem ser apenas expiratórios e geralmente são difusos. Quando a obstrução brônquica é mais intensa, auscultam-se sibilos também na fase inspiratória. Na crise asmática MUITO grave pode-se não auscultar sibilos, devido ao fluxo aéreo extremamente baixo. Neste caso, há uma redução generalizada do murmúrio vesicular associada a importante esforço ventilatório. Roncos também podem ser auscultados, especialmente quando as vias aéreas estão cheias de muco. Na crise grave, o paciente pode ainda apresentar pulso paradoxal (redução exagerada na pressão sistólica durante a inspiração) e assumir a famosa posição de tripé (posição sentada com os braços estendidos suportando o tórax, a fim de melhorar a mecânica da musculatura acessória). Os exames laboratoriais fora da crise podem mostrar eosinofilia e aumento da IgE sérica total. Dependendo do caso, solicita- se a dosagem de IgE contra antígenos específicos, para determinação de alergia a estes. Testes cutâneos também podem ser feitos, e a combinação de ambos os métodos aumenta a acurácia do diagnóstico de alergia. A Radiografia de Tórax pode ser solicitada, visando basicamente afastar complicações (pneumonia, pneumotórax). No asmático leve, a radiografia é totalmente normal. No asmático moderado a grave, podemos observar sinais de hiperinsuflação pulmonar (padrão semelhante à DPOC). O Exame de Escarro pode revelar alterações bastante sugestivas: 1. cristais de Charcot-Leiden (precipitados cristalinos, contendo eosinófilos degenerados); 2. espirais de Curschmann (cilindros de muco formados nos bronquíolos, envoltos por fibrilas em forma de espiral); 3. corpúsculos de Creola (aglomerados de células epiteliais descamadas). Provas de Função Pulmonar (PFP): Exame fundamental na asma, não só para confirmar o diagnóstico, mas também para estratificar a gravidade da obstrução brônquica e a resposta à terapia. Constitui- se de quatro elementos principais: ▪ Espirometria; ▪ Cálculo dos volumes pulmonares; ▪ Capacidade de difusão de monóxido de carbono (CO); ▪ Gasometria arterial Espirometria (pré e pós broncodilatador BD) Esta parte do exame é a mais importante no que concerne à asma. O paciente faz uma inspiração profunda máxima e depois expira de forma forçada todo o ar possível. Os fluxos e volumes de ar expirados são mensurados no aparelho e comparados com valores estabelecidos para o sexo, peso, altura e idade. Os principais parâmetros analisados na espirometria são: 1. VEF1,0: este é o volume expiratório forçado no primeiro segundo. Está caracteristicamente reduzido na 6 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. crise asmática e frequentemente no período intercrítico. 2. CVF: Capacidade Vital Forçada. É o total de ar que sai dos pulmões após uma inspiração profunda seguida de uma expiração forçada. Na asma moderada a grave pode haver aprisionamento de ar nos pulmões, devido à obstrução significativa das vias aéreas. Na expiração forçada, a pressão intratorácica no asmático fica bastante positiva, colabando algumas vias aéreas terminais, impedindo assim a saída de parte do ar que normalmente seria expirado. Portanto, nesses pacientes, a CVF encontrar-se-á reduzida No paciente asmático é encontrado um distúrbio ventilatório obstrutivo, por conta da constrição brônquica, feito através da relação de VEF1/CVF (também chamado de Índice de Tiffenau). Esse índice está reduzido na asma, sendo o parâmetro definidor de uma doença obstrutiva. O VEF1,0 pode estar reduzido nas doenças pulmonares restritivas; porém, nestas patologias, a CVF reduz-se proporcionalmente ao VEF1,0, não ocorrendo alteração do índice. Já nas doenças obstrutivas (ex.: asma, DPOC), o VEF1,0 se reduz muito mais que a CVF. Na asma, por definição, é < 75% (adultos) ou < 86% (crianças). 3. FEF 25-75%: Fluxo Expiratório Forçado entre 25% e 75% do ar expirado. Neste momento da expiração forçada, o ar está vindo das vias aéreas mais distais, que são as mais acometidas na asma e na DPOC, portanto, o FEF 25-75% está bastante reduzido nessas patologias. Este é o exame funcional mais sensível (o primeiro que se altera e o último a normalizar) para diagnóstico de asma e DPOC. A capacidade de difusão do CO está normal na asma, estando caracteristicamente reduzida na DPOC do tipo enfisemapulmonar, devido à perda estrutural de área de troca gasosa. A gasometria arterial, está alterada apenas na crise asmática. Os valores relevantes para se considerar asma, segundo a sociedade brasileira de pneumologia, é quando ele ganha VEF1 de 200 ml, e 7% do previsto. OBS: Um novo método que está sendo estudado e pode vir a ser empregado no diagnóstico e acompanhamento da asma no futuro é a mensuração do Óxido Nítrico (NO) exalado. Esse exame se baseia na constatação de que pacientes com inflamação da mucosa brônquica apresentam uma maior produção de NO em relação às pessoas normais. Foi demonstrado que o uso de corticoides inalatórios diminui o NO exalado, sugerindo que esse exame poderia servir de guia para titular a dose desses medicamentos, indicando com precisão o controle da atividade inflamatória asmática. Porém, é necessário mais estudos para tal comprovação. Se o paciente vem com sintomas típicos, mas com a espirometria normal, isso não exclui asma, e é ideal fazer o Teste de broncoprovocação. Teste de broncoprovocação. Nesse teste é feito a inalação de substancias constritoras, como histamina, metacolina, e com isso vai testando a função pulmonar. 7 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. Se houver queda ≥ 20% no VEF1,0 significa um teste provocativo positivo, denotando hiper-responsividade brônquica, diagnóstico de asma, ou alguma outra doença obstrutiva. Se caso esse teste vier negativo, aí sim será excluído a hipótese de asma. Na asma induzida pelo exercício, espera-se uma queda de mais de 10-15% do VEF1,0 após a realização de um protocolo de atividade física. Há um outro exame que é o de pico de fluxo expiratório, é um aparelho mais acessível e que pode se ter no consultório ou em casa. Nesse exame é feito medidas matinais e vespertinas do pico de fluxo por duas semanas, se houver uma variação do pico de fluxo maior que 20% nesse período, é sugestivo de asma. TRATAMENTO A principal meta do tratamento da asma, é o controle da doença. E para isso, existe algumas ferramentas para isso. A GINA traz algumas perguntas como: 1. Se o paciente tem sintomas diurnos da asma (com cerca de 2 episódios na semana), nesse caso pontua 1. 2. Se tem sintomas noturnos (também pontua 1) 3. Se tem limitação pela a asma em qualquer momento (também pontua 1) 4. Se usa medicação broncodilatadora mais de duas vezes na semana (resgate), também pontua. ▪ Se ele tiver 0 pontos, não pontuar em nada, essa asma está controlada. ▪ Se ele pontua de 1 a 2 pontos, essa asma é parcialmente controlada. ▪ Se ele pontua de 3 a 4 pontos, a asma é não controlada. (se o paciente teve uma exacerbação no último mês, também é considerada como não controlada). Isso vai ser importante pois vai guiar o tratamento. A gravidade da doença vai se referir a quantidade de medicamento o paciente está usando. A asma grave é aquele paciente que possui tratamento com doses elevadas + pobre controle dos sintomas + boa aderência e técnica (nesse caso, o tratamento está sendo instituído, com boa adesão, mas com pobre controle de sintomas). TRATAMENTO BASEADO EM ETAPAS A partir do GINA 2021, houve mudanças no tratamento, que dividiram em 2 tipos: baseado na medicação usada para controle e resgate, usado de forma preferencial o FORMOTEROL + CORTICOIDE INALATÓRIO. O formoterol é um broncodilatador de longa duração, mas ele tem um tempo de ação muito rápido (em até 5 minutos ele já fez a broncodilatação). E junto ao corticoide inalatório (tratamento base da asma), mostrou em estudos que esse uso diminui o uso de exacerbação. 8 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. As etapas vão ser: • Na etapa 1-2, só será utilizada se o paciente tiver sintomas. • Na etapa 3, agora a dose inalatória é de manutenção. • Na etapa 4, agora a dose de corticoide inalatório não é mais baixa, e sim, moderada, e é utilizada de manutenção. • Na etapa 5, é associado antimuscarinico (LAMA) de longa duração, manda para o pneumologista para avaliar a alteração fenotípica, inicia imunobiológico com anti-IgE, anti- IL5, anti-IL4. E também utiliza o formoterol + corticoide inalatório em doses mais altas. O tratamento alternativo anterior, também é contemplado pelo GINA, então nesse caso, é feito um resgate alternativo, com beta2-agonista de curta ação inalatória. A diferença para o outro, é que a etapa 1 e 2 foi desmembrada. • Na etapa 1 o corticoide inalatório em baixa dose é usado sempre que utiliza o broncodilatador de curt ação de alivio (SABA). • Na etapa 2 agora, fica o corticoide inalatório em baixa dose de manutenção. E se esse paciente tiver crise, faz somente o SABA de alivio. • Na etapa 3, a partir daqui, é idêntico ao anterior. (qualquer LABA, e não necessariamente o formoterol). • Na etapa 5, a mesma coisa do anterior, mas há a possibilidade de adicionar azitromicina em pacientes que exacerbam muito e talvez corticoide oral, mas é preciso lembrar dos efeitos colaterais. OBS: se o paciente está controlado dos sintomas nos últimos 3 meses, é feito o 9 ASMA | Larissa Gomes de Oliveira. STEP DOWN, ou seja, reduzir a terapia (ex: está na etapa 4, vai para a 3). E se em um determinado momento ele está parcialmente ou não controlado, é feito o contrário e sobe as etapas. OBS: o tratamento de escolha na asma é o de manutenção e controle com formoterol e corticoide inalatório. É importante destacar que, quando o paciente ainda não utiliza nada, o tratamento de inicio é um pouco diferente, é importante questionar o paciente quanto aos seus sintomas, o período e duração.
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