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AD1 Extremo Oriente na Antiguidade 2021

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CEDERJ/UNIRIO
Curso de História
Disciplina: O Extremo Oriente na Antiguidade
 					AD1 – 2021.1
 
 Nome: Daniel Ferreira Marques dos Santos 
 Matrícula: 16116090135 
 Polo: Miguel Pereira
Material didático destinado aos alunos do terceiro ano do E.M
Introdução
Nesta aula iremos discutir o tema da sinofobia - que é a estigmatizarão do povo chinês – derivada do preconceito aos chineses, como também a sua cultura, que leva a criação de estereótipos pejorativos e demais representações depreciativas da China e seu povo. 
Todos nós acompanhamos e estamos vivendo exemplos da sinofobia – a vimos no Twitter, no Facebook, no Whatsapp e talvez em dentre nossos próprios amigos e família - devido à pandemia do Covid-19, onde os chineses são associados a esse grave problema que estamos enfrentando - em meio a teorias conspiratórias - que vão desde que a China criou o vírus para dominar o mundo até todos os chineses são “comedores de morcegos”.
Mas será que essa sinofobia começou agora diante dessa catástrofe sanitária que vivenciamos ou tem suas raízes em tempos antigos?
Iremos então - na presente aula - analisar a história da sinofobia e sua relação com o Orientalismo, que vamos explicar, e como poderemos combater esse preconceito que cada vez mais está se aprofundando em nosso país.
Desenvolvimento
Para analisarmos esse problema, precisamos voltar aos primeiros contatos entre o Ocidente e o Oriente durante o século XVI, quando os portugueses instalaram um entreposto comercial na cidade chinesa de Macau e as duas culturas tiveram um contato mais profundo. Sabemos que os portugueses tinham como um dos seus objetivos a conversão ao catolicismo das regiões em que estiveram, o que levava a também a uma imposição de sua cultura. Claro que isso não foi bem aceito pelos chineses, que já tinham à época uma cultura milhares de anos mais antiga que os ocidentais e muito a prezavam. 
Essa situação de conflito perdurou com os posteriores contatos entre os chineses e outros povos do ocidente, o que levou a uma depreciação da China, seu povo e sua cultura, pois os ocidentais da época acreditavam que eram superiores aos chineses e, portanto, exaltavam sua civilização em detrimento à chinesa, usando artifícios pejorativos como a criação de estereótipos e os denominaram como “amarelos”, atribuindo toda sorte de qualificações negativas a seu povo.
Nesse ponto, é necessário perceber que a China - e o Oriente como um todo - foi percebido e visto, e por consequência propagandeada, pela visão que o Ocidente tinha dela, não a real, mas em uma visão ocidental que se opunha ao oriente. Assim nasceu o conceito do Orientalismo. Vejam o que o autor Edward Said - em seu livro “Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente” de 1990 - escreve sobre o pensamento de um inglês sobre os orientais já no século XX: 
Depois disso demonstra-se que os orientais ou árabes sao simplórios, "desprovidos de energia e de iniciativa" e muito dados a "adulacóes de mau gasto", intriga, simulação e maus tratos aos animais; os orientais são incapazes de andar em urna estrada ou calcamento (suas mentes desordenadas não conseguem entender aquilo que o sagaz europeu apreende imediatamente, que estradas e calcamentos são feitos para andar); os orientais são mentirosos inveterados, são "letárgicos e desconfiados", e em tudo se opõem a clareza, integridade e nobreza da raça anglo-saxónica (SAID, 1990, pg.49).
Percebemos então como um ocidental - muito depois dos primeiros contatos com os portugueses e demais potências europeias - ainda tinha uma visão preconceituosa e racista sobre o Oriente. Dessa maneira podemos concluir que o preconceito e a xenofobia contra os países e povos orientais não é novo, e sim tem raízes profundas e centenárias no pensamento ocidental. 
Portanto, vemos que a pandemia que se originou na China apenas exacerbou algo que já estava na mentalidade coletiva do ocidente e, claro, no Brasil. A novidade é que a sinofobia agora é expressa em ambiente virtual, cujo alcance poderoso, acaba por contaminar com esse preconceito milhões de pessoas no nosso país.
Vejam o que diz a pesquisadora Vanessa de Azevedo Gomes em 2020 sobre o isso:
Como dito anteriormente, racismo e xenofobia contra asiáticos sempre estiveram presentes na história, entretanto, a crise de coronavírus trouxe um aumento exponencial de declarações de injúrias raciais, as quais estão se espalhando com mais intensidade. Desde o início da pandemia, houve numerosos relatos de racismo e xenofobia contra chineses, principalmente nas ruas da Austrália, Índia, Reino Unido e EUA (MACQUIRE, 2020). Entretanto, há uma nova faceta desses ataques: eles têm ocorrido majoritariamente no âmbito virtual, fato que é corroborado pelas manifestações de diversos asiáticos que relataram o recebimento de diversas mensagens de ódio em suas redes sociais (MACQUIRE, 2020). (GOMES, 2020).
Vemos que a situação se agrava quando até autoridades do nosso governo expõe seus pensamentos no mínimo suspeitos. 
Em quatro de abril de 2020, o portal Metropolis publicou uma reprodução do Twitter do então Ministro da Educação Abraham Weintraub. Nela vemos uma crítica do Ministro à China utilizando em seu texto a maneira de falar do personagem Cebolinha (aquele que troca o R pelo L) com a do povo chinês que ao falar português tem a mesma dificuldade.
Vejam a figura abaixo e concluam se esse é um exemplo de xenofobia ou não.
Figura 1 – Twitter de Abraham Weintraub
 Fonte: Página do portal Metropolis.com[footnoteRef:1] [1: Disponível em https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/ministro-da-educacao-usa-personagem-cebolinha-para-ironizar-china. Acesso em: 27 de Março de 2021.] 
Diante desse quadro, como nós podemos combater a sinofobia, algo como percebemos carregado de preconceitos e maldosos estereótipos contra todo um povo? As mídias sociais estão tentando enfrentar esse problema ao coibirem postagens ofensivas, racistas e sinófobas, mas que poderíamos fazer enquanto indivíduos para estancar essa onda de desinformação e de ódio?
Nós, enquanto indivíduos providos de análise crítica e racional, temos sim o poder para darmos nossa contribuição para cessar esse mal que assola nosso país. Um exemplo de atitude que podemos tomar é denunciar postagens sinófobas e responde-las de maneira adequada no ambiente virtual. 
Outro caminho é conscientizar nossos amigos e parentes sobre o problema enfrentado e chamar a atenção daqueles que insistem que propagar esse sentimento na nossa sociedade.
São diversos os caminhos que poderemos trilhar para combater a sinofobia, o que não podemos é ficarmos inertes e deixar o preconceito, o racismo e a discriminação contra os chineses tomar conta de nosso país.
Conclusão
	Na presente aula estudamos como a sinofobia não é algo novo no ocidente, e sim uma característica do colonialismo europeu que desejava impor sua cultura sobre a chinesa, e que para isso precisava reforçar a sua imaginada superioridade frente ao modo de vida do povo chinês o depreciando.
	Vimos também que a pandemia do Covid-19 apenas acentuou algo que já estava presente em nosso meio e que as mídias sociais aumentaram de maneira exponencial a sinofobia - a relacionando com a pandemia – e que isso tem causado grandes problemas como o racismo e a descriminação contra os chineses.
	Por fim, percebemos que não somos impotentes quanto a isso, e que podemos combater a sinofobia no nosso dia a dia por meio de ações de enfrentamento e conscientização. 
Bibliografia
ARAUJO, M. S. L. P; MELO, M. E. P ; URBANO, K. Orientalismo em tempos de pandemia: discursos sobre a China no jornalismo brasileiro. Santa Cruz do Sul, RG: Rizoma, 2020.
BUENO, A. O Extremo Oriente na Antiguidade - Vol.1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2012.
GOMES, Vanessa de Azevedo. O racismo e xenofobia contra asiáticos durante a pandemia de COVID-19. Pucminasconjuntura.wordpress.com, 2020 Disponível em: <https://pucminasconjuntura.wordpress.com/2020/06/03/o-racismo-e-xenofobia-contra-asiaticos-durante-a-pandemia-de-covid-19/>.Acesso em: 27 de Março de 2021.
SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução de Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

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