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AD2_HistóriaModerna I

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Universidade Federal Do Estado Do Rio De Janeiro
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
Unirio/Cederj
AD1 – Primeira Avaliação à Distância 
Disciplina: história Moderna I
	Nome: 
	Matrícula: 
	Pólo: 
	Data: 27/04/2017
 O presente trabalho tem por finalidade fazer uma análise crítica do livro didático “História” para o Ensino Médio, da Secretaria do Estado do Paraná, com tema “Relações de poder no mundo moderno”, tendo como base o conteúdo das aulas 10 e 11 do material didático e o texto complementar do autor Anderson, Perry: Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1998, pp. 7 a 41.
 O livro didático acima citado para esta análise, apresenta o tema “Relações de poder no mundo moderno”, percebemos que o assunto em discussão, é o absolutismo e a centralização do poder. A interpelação fica diminuída pelo fato de generalizar a formação do Estado Absolutista. Uma visão comum nos livros didáticos é o Estado Moderno de base burguesa, onde o rei era o mediador das tensões entre a burguesia e nobreza ao seu favor. Isto é um equívoco. 
 Observamos também, que, além disso, o livro não traz o problema de que o fato da concentração de poder no rei teve limites por conta da continuidade dos poderes advindos do feudalismo. Com base no debate historiográfico entre diversos autores sobre o assunto, bem se vê a promoção de um maior conhecimento dos teóricos fundamentais que justificam o Estado Moderno.
 Com a formação do Estado Moderno, vários reis passaram a ter autoridade em diversos setores: organizavam exércitos e os comandavam, dividia a justiça entre seus súditos, decretavam leis e arrecadavam impostos. Essa concentração de poder passou a ser chamada de absolutismo monárquico.
“A controvérsia sobre a natureza histórica destas monarquias tem persistido desde que Engels, numa máxima famosa, declarou-as produto de um equilíbrio de classe entre a antiga nobreza feudal e a nova burguesia urbana: "Excepcionalmente, contudo, há períodos em que as classes em luta se equilibram (Gleichgewicht halten), de tal modo, que o poder de Estado, pretenso mediador, adquire momentaneamente um certo grau de autonomia em relação a elas”. (Anderson, Perry: Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1998, pág. 15)
    Em 1974, Perry Anderson, um dos primeiros historiadores marxistas a trazer à tona os temas da centralização de poder do absolutismo em seu livro Linhagens do Estado absolutista, cria um modelo teórico sobre a formação dos estados absolutista na Europa Ocidental. O autor cria seu próprio modelo de como foi à formação dos estados absolutistas baseando-se no processo que deu origem, sendo as lutas de classes entre o campesinato e as populações pobres das cidades. 
 Alguns elementos estruturais dos Estados Modernos foram importantes para sua formação. O elemento demográfico, o elemento bélico (guerras), os elementos políticos e administrativos, e o elemento financeiro, esses são os principais elementos que os historiadores analisaram durante todo o período da História Moderna porém não quer dizer que foi linearidade mas que a sua unidade subjacente é real e profunda, e não é a de um continuum linear. 
 A formação dos Estados Modernos não surgiu rapidamente, foram vários séculos de organização e formação de limites e fronteiras que aconteceram principalmente durante e em conseqüência do mercantilismo. 
 A centralização de poder começou ainda na Idade Média, e é no período Moderno que esse processo é caracterizado pela luta da autonomia das cidades, manutenção e expansão do império, o combate do papado com suas pretensões universalistas, e da nobreza com suas guerras para preservar o poder conquistado.
 Assim como o entendimento mais comum que está nos livros didáticos, na formação do Estado Moderno, os reis foram contituindo seu poder de forma cada vez mais autoritária, possibilitando aos mesmos maior concentração de poder. A detenção de todo esse poder nas mãos do monarca fez seu poder se tornar absoluto. 
 Durante o processo de fortalecimento de seus poderes e autoridade, alguns intelectuais abriram mão de suas teorias que justificavam e legitimavam o poder absoluto do rei. Esses intelectuais falavam da necessidade de um Estado forte e o absolutismo é muito importante para entendermos a História Moderna com suas manifestações políticas, econômicas, artísticas, e até mesmo religiosa neste período. E para justificar esse poder todo, eram os teóricos absolutistas que, com suas ideias sustentavam todo o poder absoluto das monarquias europeias. São eles:
 “Maquiavel foi um diplomata e historiador italiano, que defendia que o monarca deveria utilizar de qualquer meio – lícito ou não – para manter o controle do seu reino. A frase que resume suas ideias é: “Os fins justificam os meios”. A Itália foi uma das últimas regiões unificadas na Europa (1870). Obra: O Príncipe”
 “Hobbes foi um matemático e filósofo inglês, que discorreu sobre a natureza humana e a necessidade de governos e sociedades. Dizia que o ser humano, no estado natural, é cruel e vingativo, necessitando de um governo forte e centralizado para manter o seu controle. A frase que resume suas ideias é: “O homem é o lobo do homem”. Obra: Leviatã”
 “Bossuet foi um bispo e teólogo francês que criou o argumento que o governo era divino e os reis recebiam o seu poder de Deus. Assim, desobedecer a autoridade real seria considerado um pecado mortal. Um dos reis que se valeu de suas ideias foi o monarca absolutista Luís XIV. Obra: Política tirada da Sagrada Escritura”
 “Bodin foi um jurista francês, membro do Parlamento e professor de Direito, que defendia que a soberania é um poder perpétuo e ilimitado. Sendo assim , as únicas limitações do soberano eram a lei divina e a lei natural. Bodin usava de argumento religioso para justificar o poder do rei, da mesma forma que Bossuet. Obra: Seis livros da República.” Disponível em: <http://www.historiadigital.org/curiosidades/4-teoricos-absolutistas-que-justificavam-o-poder-do-rei/>. Acesso em: 27/04/2017 .
 Algumas dessas obras se tornaram verdadeiros clássicos e são lidas por milhares de pessoas no mundo inteiro. As teorias foram questionadas pois as teses elaboradas tinham base em teses liberais durante o Iluminismo, que eram a favor de governos democrático e a soberania popular na política. Os teóricos absolutistas defenderam uma forma de governo monarquista em que o poder estava concentrado nas mãos dos reis. 
“Esse arsenal teórico construído no decorrer desse processo foi sendo reformulado a partir de novos problemas e novas influências no decorrer dos séculos XIV e XV. No pensamento de Maquiavel e de seus contemporâneos, assim como para os humanistas do século XIV, a preocupação com a liberdade – valor máximo da tradição humanista e principal objetivo da República – passa pela reflexão sobre as virtudes dos governantes e dos governados e sobre as melhores formas de governo.” (Aula 11 – Humanismo, ideias políticas e absolutismo. Pág. 26)
 
 A visão que o livro didático “História” para o Ensino Médio tem, é que a partir da formação do Estado Moderno o rei passar a ter poder em suas mãos de uma hora para outra, o que resulta no absolutismo, porém é necessário desconstruir esta visão fazendo com que os alunos fiquem limitados no aprendizado. Desconstruir a ideia que o absolutismo é constituido da concentração total de poder da monarquia ou que somente foi pelo impulso burguês em desenvolvimento constante. Portanto, se faz necessário atentar às diversas possibilidades de interpretação de um fato histórico, demostrar que as teorias do Estado Absolutista compostas pelos teóricos absolutistas tais como Hobbes e Maquiavel tiveram limites e nem sempre corresponderam com a realidade de um poder centralizado na figura do rei.

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