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e-book v 3 (1)-5

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Índice:
Carta de apresentação .... 3 
Primavera Árabe .... 9
Fotos Diversas .... 19
Diferentes Culturas .... 36
Mulheres Muçulmanas .... 45
Menino com Tênis ... 89
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Na disciplina Maker, uma “atividade Relâmpago”:
Orientalismo em várias perspectivas
Guilherme Guaral 1 
A proposta de conectar os 17 ODS (Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável) lançados
pela ONU como agenda até 2030, com
diversas disciplinas de todos os Cursos
ministrados na Universidade Veiga de
Almeida, além de ser desafiadora no campo
da criatividade é também um
posicionamento social e político, papel que
todas as Universidades devem exercer. Mais
do que formar profissionais, o intuito
principal deve ser o compromisso com a
formação geral desse indivíduo para que ele
consiga se inserir no mercado de trabalho,
fazendo a diferença, sendo especial, único e
obtendo o reconhecimento por estas
qualidades. 
Como atingir esse ideal? Como criar trilhas
pedagógicas que alimentem a formação
teórica e prática dos alunos/ Como
possibilitar a ampliação de sua visão de
mundo, no desejo de estabelecer metas para
oportunizar a diminuição das desigualdades,
o acesso aos meios de comunicação, aos
direitos básicos que balizam o exercício
pleno da cidadania? 
Adotar a metodologia Maker, instigando
nossos alunos a produzir conhecimento
colocando “a mão na massa” permite ganhos
concretos nesse caminho formativo. Mais do
que aprender, apreender ampliando o
repertório de habilidades e competências
conquistadas no exercício prático, da
experimentação científica, do fazer artístico,
da formulação argumentativa, a fluência
desembaraçada de exposição de ideias e
soluções.
Neste primeiro semestre de 2021, a disciplina
Estudos Avançados em Raça e Gênero,
novidade na grade do curso de Relações
Internacionais foi a ponte para pensarmos os
ODS e nossa contribuição social neste
mundo que vivemos. A escolha do ODS nº
10, redução das desigualdades, norteou a
condução dos trabalhos, tanto em sua parte
teórica, na apresentação dos temas, quanto
na proposição de atividades para os alunos. 
O viés que procurei adotar foi a ação
contínua e reflexiva sobre a diversidade
cultural que compõem a sociedade brasileira,
a partir dos eixos étnicos, regionais e de
gênero. Perceber nossa diversidade e
valorizar essa peculiaridade de cada grupo é
uma ação propositiva de cultivo da
Alteridade (respeito a diferença) e um passo
importante na diminuição das desigualdades.
Na primeira parte da disciplina, na ênfase das
questões de “Raça” (prefiro utilizar Etnia),
uma atividade relâmpago foi proposta para
colocarmos a “mão na massa” e pensar “fora da
caixa”. O tema escolhido foi o debate sobre o
Orientalismo, conceito investigado com rigor
por Edward Said, pesquisador palestino que
viveu nos Estados Unidos e apresentou suas
teses entre os anos 1980-2000. 
O ponto central da sua obra foi iluminar o
processo de construção da imagem dos homens
e mulheres “orientais” pelos ocidentais, desde o
Império Romano ao início do século XX. Seu
texto esclarece como essa ideia/imagem foi
uma “invenção” e consequentemente uma
deturpação dos agentes culturais e políticos
ocidentais retratanto e se relacionando com os
diferentes (os orientais) a partir de um olhar
etnocêntrico, preconceituoso e “demonizado”. 
Essa ação direcionou repetidos períodos da
História mundial que possibilitaram a
dominação política, econômica, social e
cultural das nações europeias sobre as regiões
Africanas e Asiáticas percebidas
geograficamente como o “Oriente”.
A partir destes debates e dialogando com
algumas imagens por mim selecionadas a
turma foi convidada a produzir, durante a
aula uma representação artística que
interagisse com o Tema e as imagens
apresentadas. Os trabalhos produzidos
ficaram muito interessantes e o resultado
geral, composto de diversificada gama
artística (poesias, minicontos, colagem de
imagens, charges, HQ’s, letras de música)
merecem ser apreciados. 
Entre os alunos, das turmas 1REI112A e
1REI133A foram selecionados 7
voluntários que tiveram como tarefa
avaliativa a missão de reunir, diagramar a
produção dos colegas e criar
esteticamente esse e-book e outros
materiais que estarão sendo produzidos
até o final deste semestre. 
Esperamos que gostem do resultado de
nossos debates, conversas e reflexões sobre
os motivos que ampliam a desigualdade e
como devemos exercitar a Alteridade e
com esse olhar respeitoso e inclusivo
podemos ser agentes concretos da
diminuição das desigualdades sociais,
sobretudo nas relacionadas a Raça e
Gênero.
 Pós-Doutor em História pela USP, Doutor em História pela UFF, Mestre em
História pela UERJ. Professor da disciplina Estudos Avançados em Raça e
Gênero (2021-1), Curso de Relações Internacionais, Universidade Veiga de
Almeida, Campus Tijuca e Barra.
Primavera Árabe
Caio Roque
Não há como confundir a imagem em questão, resta claro
que trata-se de um tipo revolução. No entanto, que tipo
de revolução foi essa? A imagem refere-se a uma série 
de revoltas que ocorreu no Oriente Médio e no Norte da
África chamada de Primavera Árabe. 
A Tunísia pode ser chamada de berço desta revolução,
uma vez que lá, a fim de lutar contra as altas taxas de
desemprego, precárias condições de vida, corrupção e
governos autoritários, o povo foi à rua. Nesse sentido,
após bem sucedida a revolta, o movimento se espalhou
pelos países vizinhos nos anos de 2010 a 2012. 
A necessidade da primavera árabe, termo que é
relacionado a renovação da região, é decorrente do fato
de naquela época não existirem governos democráticos.
O poder era concentrado normalmente nas mãos de uma
pessoa ou partido, onde a corrupção era comum. 
Diante do movimento, muitos governos autoritários
foram depostos. Entretanto, embora alguns países
tenham avançados em seus direitos, são eles a liberdade
de expressão, redução da corrupção, entre outros, outros
ainda sofrem com a instabilidade de seu governo, sendo a
necessária a contínua luta por direitos básicos. 
João Lucas Nogueira
A primavera arabe foi um grito de esperança do povo da
região do oriente medio em busca de esperanca e
liberdade.As manifestacoes ocorreram com o proposito de
garantir os mínimos direitos para o povo como,liberdade e
dignidade visto que a maioria ou quase todos os países do
oriente médio tinham um governo ditatorial e que não
eram simpatizantes de direitos humanos.Porém dez anos se
passaram e de acordo com o site EL PAIS a primavera
arabe não teve um efeito duradoura em alguns países como
por exemplo a tunísia que na época conseguiu por meio das
manifestações derrubar seu governo,mas depois disso foi
consolidada uma frágil democracia e que originou muitas
crises no pais.No egito a eleicao de um islamico ao poder
foi prontamente respondida com um golpe militar sendo
acusado de deixar os muculmanos controlarem a politica
do pais egipcio.
João Pedro Palmieri Ramos
O oriente médio e o norte da África é um local com uma
cultura multimilenar, a qual contribuiu também para
outras culturas ao longo da história. Em suma, o mundo
não seria o mesmo sem estas culturas. Nos tempos
recentes, com o fim da primeira guerra mundial e a
descolonização da África (consequência da partilha da
mesma, no século anterior)*, estes locais ficaram divididos
em Estados modernos, de certa forma diferentes dos
antigos impérios, muitas vezes multinacionais que
existiam na região. Além disso, muitas ideologias
acabaram se alastrando pelo Oriente médio, como o pan-
arabismo, um certo “socialismo árabe” e até mesmo o
wahabismo. Obviamente que essas ideologias nem sempre
são harmônicas entre si.
 Durante a guerra fria diversos regimes conhecidos
como ditatoriais estavam governando muitos países da
região. Além disso, houveram guerras entre o recém-
criado Estado de Israel e seus vizinhos, que o viam como
um usurpador de territórios de quem estava lá antes de
Israel. Na Síria, o governo da família Assad estava
estabelecido há décadas, tendo uma tendencia
relativamente secular pan-arabista e tendo feito alianças
com a URSS.A primavera árabe foi um evento em que diversos
protestos, a começar pela Tunísia, derrubaram governos já
estabelecidos há décadas. Todo o mundo árabe foi atingido
por esse movimento. Na Síria, foi diferente. O governo não
caiu e o país entrou e guerra civil. Uma guerra que em 2021
não acabou. Com milhares de mortos. Diante disso, o
ocidente assistiu a inúmeras cenas de violação à direitos
fundamentais de diversas pessoas e grupos e a uma crise de
refugiados nos países vizinhos e Europa, principalmente. 
 O país acabou virando um tabuleiro geopolítico de
potências regionais e internacionais. Israel e Irã duelam na
região, Turquia e Assad duelam em Idilib e também, claro,
EUA e Rússia disputam interesses na região. Esta última é
aliada do governo e tem interesse na Síria como forma de
impedir um (possível) gasoduto árabe para a Europa, e
assim manter a influência do gás russo na mesma Europa.
Por fim, vemos como este país se acabou nos últimos anos
e muitas vezes o ocidente ignora a complexidade do
conflito.
Luiza Borsato Barreto
O “orientalismo” como estudado nas aulas é utilizado para
definir os estudos orientais e para designar a representação
de determinados aspectos culturais orientais, segundo uma
visão eurocêntrica que acaba por convertê-los em
estereótipos que vem sendo popularizado desde o século
XVIII.
O orientalismo foi uma ferramenta legitimadora da
exploração colonial através de uma pesquisa pautada na
hipótese da inferioridade racial e cultural de todas as
civilizações não europeias. Tal prática gerou o desinteresse
em conhecer mais profundamente as civilizações asiáticas e
africanas, e incentivou o medo e a desconfiança em relação
aos dominados, cujas sociedades eram tidas como "incultas,
irracionais e perigosas". 
Os atentados de 11 de setembro foram ataques suicidas ao
Estados Unidos coordenados pelo al-Qaeda, os
sequestradores de aviões comerciais, colidiram
intencionalmente contra as Torres Gêmeas em Nova
Iorque e outro avião colidiu contra o Pentágono. Como
resposta aos ataques, George W. Bush declara a guerra ao
terror. O termo “Mundo Muçulmano” tornou-se referência
de “Oriente Médio”, embora o centro da civilização
islâmica se estenda de forma mais dominante em outras
faixas territoriais, como África, Ásia, Ásia Central, o
Oriente Médio passa a ser estereotipado como ameaça
terrorista. 
A Primavera Árabe foi uma série de revoltas populares
que eclodiram em mais de 10 países no Oriente Médio e
na região norte da África. A Tunísia foi o berço das
revoluções que se espalharam pelas nações vizinhas em
oposição às altas taxas de desemprego, precárias
condições de vida, corrupção e governos autoritários.
As multidões heterogêneas protestando contra a
opressão, iam de encontro ao senso comum ocidental,
que nas últimas décadas tinha separado, a cultura árabe
de valores como liberdade e igualdade. 
O 11 de setembro, as invasões do Afeganistão e do
Iraque, somados aos governos ditatoriais que se
mantinham no poder há décadas e à falta de
expectativas agravaram o ressentimento, fazendo com
que a impotência reinasse na região. Ao redescobrirem
sua força na Primavera Árabe, lutando contra
ditadores e, consequentemente, pela democracia e pela
justiça, os povos árabes deixavam de lado décadas de
opressão. 
Com a Primavera Árabe, a relação entre Ocidente e
Oriente pode ter iniciado uma nova etapa e o
investimento em enviados especiais, correspondentes
internacionais e especialistas pode fazer com que o
jornalismo ajude a quebrar paradigmas que distanciam
os povos árabes de valores como democracia e
liberdade, além de outros estereótipos. 
Raíssa Xavier 
Mapa Mental
Escrever sobre Inspiração 
Breno Camini de Pinho Albuquerque
Na literalidade da palavra inspiração nada mais é o ato
ou efeito de inspirar-se, entretanto os modos de
interpretação desta palavra são muito variados,
trazendo diversos sentidos. Além disto existem modos
de interpretar, dependendo da sua religião a palavra
toma outro sentido.
Existem inúmeras colocações, sentidos e expressões da
palavra inspiração, podendo ser interpretada como
criatividade ou entusiasmo, como uma pessoa ou coisa
que estimula a capacidade criativa, ou uma ideia súbita
e espontânea.
Nesta linha de raciocínio traremos um dialeto entre a
imagem apresentada acima comparada a seguinte frase,
“o que leva um povo inteiro a inspirar-se e
manifestarem sua vontade juntos?”.
Na imagem é claro uma manifestação de vontade de
um povo em prol de um beneficio ou uma cobrança de
mudança, observando a imagem pode-se deduzir que o
ato se referente a Primavera Árabe, que foi um
movimento de suma importância para a história e para
o povo do Oriente Médio.
 
O objetivo do povo foi para luta de melhores
qualidades de vida, que o estado gerasse mais empregos,
e ajudasse o povo a sair da miséria, o movimento foi
contra o governo autoritário à época, reivindicando
também a diminuição da corrupção.
Neste interim é de fácil observação o ponto em que
inspirou o povo a mudar, a lutar de criar uma
verdadeira revolução no Oriente Médio, essa inspiração
veio pela busca de um futuro melhor, veio pelo instinto
de sobrevivência a fim de que o Estado proporcione o
mínimo de qualidade de vida ao ser humano.
Fica clara que é um tipo de inspiração mais devemos
citar que cada pessoa nesta manifestação tinha seu
motivo, apesar da maioria ter motivos iguais, todos
estavam extremamente inspirando e lutando por um
futuro melhor para o seu pais.
No fim o povo conseguiu diminuir o numero de
governos autoritários no Oriente Médio, e garantiram
diversos direitos que não lhes eram oferecidos, bem
como fizeram um marco na história que fez com que
melhorasse o futuro do pais.
Fotos Diversas
Visões
Do que é diferente 
Atração circense 
Melodia plangente 
Poemas que açoitam 
A alma da gente 
Comove, revolta e o povo repete...
Amanhã na escola é 
O menino de lente 
A menina sem dente 
O professor decente 
A mulher crente 
O outro que "sente" Mas mente 
É homem, é mulher Mas desmente... 
Temente 
Parece sozinho 
Como um pontinho 
Ou num quartinho 
Dentro do mundo 
Universo sombrio... 
Seres sem brio 
Visões opacas 
Pensamento desbrio. 
Visões do que é 
diferente.
Clara Leão da Gama
O mundo do lado de cá
Abro os olhos, olho em volta e estranho o local onde eu
estou, é tudo claro, em tons de rosa, branco e dourado,
sinto um ótimo cheiro vindo de algum lugar, me sento
na cama confortável, olho em volta, e vejo alguns livros,
lápis de cor, e muitos brinquedos. Me levanto e percebo
que estou com um sapato nos pés, dou alguns passos e a
sensação é estranha, caminho mais um pouco tentando
chegar ao local de onde o cheiro está vindo, e ao abrir a
porta sou acordada pelo meu irmão, que está vestindo
uma camisa cinza, seu rosto suado já a essa hora da
manhã e ele está segurando um sapato verde na mão que
trouxe da fábrica onde trabalha para me mostrar, eu
consigo ver como os olhos dele brilham ao olhar para
eles e como ele fica triste ao olhar para baixo e ver seus
pés descalços. Eu observo ao redor e percebo que tudo
aquilo foi apenas um sonho, minha realidade é bem
diferente aqui no Oriente, olho em volta e nada de livros
ou brinquedos, apenas a cama do meu irmão e minha
mãe na cozinha, mas não sinto nenhum cheiro diferente
e percebo que já está na hora de levantar ou irei me
atrasar para o trabalho. 
Victória Manhães
Vou até a cozinha e percebo que minha mãe está triste,
talvez seja pelo fato de não ter nada para comer além de
um último pedaço de pão em uma tigela antiga. Digo a
ela que não estou com fome, o que claramente é mentira,
considerando o som que meu estômago está fazendo, mas
tudo bem, eu comi ontem à noite e ela não, então acho
justo dar a minha parcela a ela.
Lavo meu rosto, me despeço da minha mãe, que pede
para que eu tome cuidado no caminho e saio para o
trabalho, olho ao meu redor e tudo parece comum,
começo a fazer o mesmo caminho que faço todos os dias e
quando estou quase chegando ao trabalho ouço um som
estranho e penso em encontrar um lugar para me
esconder,mas então percebo que o barulho não está tão
alto, o que significa que não é nada por perto, mas
apresso meus passos, afinal nunca se sabe, afinal o
Oriente é um local de grandes conflitos e nunca se sabe
quando e onde o próximo pode surgir. E caso você esteja
pensando, sim, eu tenho medo, mas já estou acostumada
com a forma que vivemos aqui, afinal não é como se as
coisas fossem mudar ou que tivesse alguém vindo nos
ajudar a ter uma nova vida. Caminho mais um pouco e
chego ao meu trabalho, um local onde fabricamos
tecidos. 
Certamente não é onde eu gostaria de estar, ouvi dizer
que algumas crianças daqui têm a oportunidade de ir à
escola, mas não são muitas e pensando bem, apesar de ser
exaustivo e receber quase nada em troca, é melhor do que
o trabalho que algumas meninas realizam por aqui, se é
que dá para chamar desta forma. Olho para frente e
percebo que várias outras estão reunidas em um grande
círculo e escuto risadas, e algumas expressões de espanto,
me aproximo e olho um menino, mas ele não é comum,
muito pelo contrário, ele é diferente de qualquer pessoa
que eu já tenha visto em toda a minha vida, diferente de
nós ele tem uma pele clara e um cabelo que brilha ao sol,
ele veste roupas diferentes das nossas, claramente não são
daqui, o observo por mais alguns minutos e percebo, é
uma criança do Ocidente.
Olho para baixo e percebo que ele está usando sapatos e
eles são parecidos com os do meu sonho da noite
anterior, e neste exato momento penso no meu irmão e
em como ele não ficaria elegante se tivesse a
oportunidade de usar um desses, ao invés de apenas
fabricá-los sem parar. 
Quando estou entrando na fábrica, olho para trás e
vejo o menino de longe, acenando em forma de tchau
para mim e penso no futuro que ele não terá, e em
como não seria bom ter essa vida, e por um segundo
sou transportada de volta ao meu sonho e fico
imaginando como será a vida das crianças do Ocidente,
como será poder frequentar a escola todos os dias não
ter que se preocupar se estamos sofrendo um ataque a
cada som mais alto que eu ouço, não ter que me
preocupar em ter o mesmo futuro que outras meninas
por aqui, ou até mesmo poder brincar ao invés de ter
que trabalhar incansavelmente apenas para ter o que
comer, me deixo levar pelos meus pensamentos até ser
trazida de volta ao som de uma amiga me chamando
para começarmos o trabalho antes que estejamos
encrencadas.
Mas espera, acabei de perceber que cometi um grande
erro e comecei essa história errada, mil desculpas.
Prazer, eu sou a representação da realidade de uma
parcela significativa das crianças do oriente que
tiveram suas infâncias roubadas e que sonham com um
futuro melhor.
Islamofobia
Janaína Bastos Ferreira
João Carlos C. Silva
Quintilha das Ruínas
“Aviões sequestrados por terroristas
suicidas,
Acertaram as Torres Gêmeas em plena
luz do dia, 
Arrastando centenas de civis para a
inesperada “morte divina”,
Mostrando na prática a fé Al-Qaeda, a
sua doutrina
Transformando em cinzas comércios,
valores e vidas.”
Larissa Teles de Oliveira
Em 1832, o pintor francês Eugène Delacroix embarcou
em uma viagem junto ao corpo diplomático da França
rumo ao Marrocos a fim de resolver questões das
relações exteriores entre os dois países. A missão
diplomática era composta por membros da aristocracia
francesa, os quais tinham como objetivo se encontrar
com o sultão Abd-er-Rahman e percorrer lugares,
como a Espanha e a Argélia ¹. 
Ao longo da viagem, o artista documentou as suas
descobertas e relatou inúmeras diferenças entre os
franceses e os mulçumanos dos países visitados. Dentre
as obras produzidas durante a excursão, a obra
Mulheres de Argel em seu apartamento (1834) se
destaca por salientar a forma de representação do
outro a partir de uma visão orientalista e eurocêntrica,
campo de estudo predominante na Europa entre os
séculos XVIII e XX. 
Na obra, aclamada pelos críticos após seu retorno à
França, Delacroix buscou retratar como era uma casa
muçulmana tradicional, relatando seus hábitos, a
arquitetura da construção e as relações sociais dos
moradores. 
Contudo, se analisada por uma lente que contemple
os estudos de raça e gênero, é possível identificar
traços de uma representação aos moldes do
eurocentrismo, dotada de inúmeros estereótipos e
apagamento da cultura muçulmana. 
A pintura retrata como personagens centrais quatro
mulheres, sendo uma delas a criada, e, as outras
esposas do dono da casa. Na imagem, é possível
perceber que elas recebem um destaque maior que a
funcionária negra, estabelecendo logo de início a
relação entre explorador e explorado. Tal indiferença
que denota um apagamento da existência dela como
ser humano, existindo apenas para servir. 
Além disso, as três esposas posam com roupas
totalmente aversas aos trajes tradicionais usados pelas
mulheres muçulmanas, atribuindo-as sensualidade e
permissividade, de modo a ressaltar à ideia de “harém”
e poligamia, como se em países islâmicos as mulheres
estivessem à disposição como mercadorias sexuais, e,
como se todos os homens pudessem ter muitas
esposas. 
Vale ressaltar que a própria história da criação da obra
rompe com essa narrativa, uma vez que os maridos
delas estiveram presentes na sala, pois as mulheres não
podem ficar sozinhas na presença de homens sem eles e
precisam se cobrir com vestes mais conservadoras do
que as retratadas na tela. 
Na figura, também é possível observar itens de luxo da
época, como espelhos, objetos de prata, joias, narguilé,
tapetes e especiarias, que estão presentes na cena como
forma de explicar a realidade daquele povo a partir de
um ponto de vista colonial, atrelado ao um interesse de
ser um ponto de escoamento do mercado e acumulação
de capital. Com base na análise desses pontos, destaco
o motivo dessa obra ter adquirido notoriedade e
muitos elogios por parte da sociedade europeia do
século XIX. A obra de Delacroix estava totalmente
alinhada com o pensamento neocolonialista do
continente europeu, retratando não a realidade do dia-
a-dia do povo argelino, mas a visão estereotipada dos
franceses acerca dos muçulmanos. Isso pode ser
percebido por meio dos erros grotescos na retratação,
como as vestes das mulheres, a opulência dos objetos
domésticos, a sensualidade e o apagamento dos traços
dos povos africanos (como o próprio tom de pele das
mulheres que chega a ser o branco europeu), elementos
que são usados com a finalidade de criar uma narrativa
europeia acerca dos outros povos. 
Luiz Henrique Reis Dias 
Em 11 de setembro de 2001, o grupo jihadista islâmico
Al-Qaeda, liderado por Osama Bin Laden, pôs em
operação o maior ataque terrorista no século XXI. O
sequestro de aviões comerciais usados como bombas
em direção ao complexo do World Trade Center, em
Nova Iorque e no Pentágono, em Washington D.C.,
abalaram não só os Estados Unidos, mas todo o mundo.
O ato foi aterrador em termos psicológicos e
econômicos. Este ato de terrorismo causou uma
enorme transformação global na segurança
internacional, fazendo com que a Guerra ao Terror,
termo imortalizado no discurso do presidente dos
EUA, George W. Bush, no dia do atentado, ganhasse
importância ímpar na agenda das Relações
Internacionais.
Os eventos ocorridos em 11/09, serviram para o
fortalecimento do estereótipo do terrorista. Este passou
a ter uma cara, etnia, religião e características
psicológicas. Na visão ocidental (e preconceituosa), este
terrorista é árabe, muçulmano e, acima de tudo, insano,
com seus propósitos egoístas e de destruição ilógica. O
que é totalmente errado. Alguns terroristas são
europeus, asiáticos, que se juntam a esta causa
extremista. 
Eles realmente acreditam na criação do Califado e suas
rígidas leis de comportamento, regidas por uma versão
distorcida e radical do Islã. 
Na figura, vemos das mais conhecidas charges do jornal
satírico francês Charlie Hebdo. Com muita
irreverência, mas sem deixar de lado o olhar ocidental,
a charge informa ao cidadão do ocidente que, no
Islamismo, o Corão (livro sagrado) não é um livro com
as palavras de amor, respeito ao próximo, afamília, a
vida em sociedade. Palavras estas enviadas por Deus
(Alláh) ao profeta Maomé. Nesta figura, o livro sagrado
é mostrado como um manual de guerra e terrorismo.
Um instrumento usado para aniquilar civilizações
ocidentais. A charge então brinca e ao mesmo tempo
informa que no fim o livro não passa de um objeto de
merda, pois não consegue servir aos terroristas como
colete à prova de munições.
Esta charge retrata como muitos ocidentais,
principalmente os evangélicos radicais, veem não só o
muçulmano, mas o árabe em si. Mesmo que o cidadão
não seja árabe. Por suas características físicas, este
homem ou mulher do Oriente Médio, norte da África
ou Ásia já é pré-conceituado por essas pessoas
ocidentais que não se informam, contendo uma visão
limitada sobre pessoas, povos, civilizações, vida.
Maryane Luiza Falcão Gonçalves
Rafaella da Silva Rocha
No ordenamento jurídico internacional há o Princípio
da solução pacífica de controvérsias, que versa sobre
meios pacíficos para a resolução de divergências, com o
intuito de reparar a violação de normas internacionais,
sobretudo para evitar guerra. Outros meios de solução
de conflito poderiam ter sido impostos, como, por
exemplo, negociações diretas, conciliação, mediação, ou
qualquer outro meio pacífico gerando a segurança e a
paz. Entretanto, o poder islâmico não se importou com
essas maneiras de solucionar os litígios internacionais.
O que nos leva a pensar que o futuro dessa população é
cheio de incertezas.
Rebecca Salme de Carvalho
Roberta Vidal Vilete
Amendoim torradinho 
Aproveita gente que ta bem quentinho 
Amendoim verdadeiro
Se quiser pode comprar 
Cada pacote um cruzeiro 
Compra dois que vai gostar 
Vai gostar vai gostar 
É gostoso ate o fim 
Pra mim minha sustentar 
Seu moço, eu vendo amendoim 
Tenho dez anos de idade 
Não sei o que é brincar 
Eu passo necessidade 
Pra minha mãe sustentar A coitadinha é viúva 
Só tem eu neste mundo 
É por isso que trabalho 
Não quero ser vagabundo 
Enquanto tiver dois braços
E Deus olhando pra mim 
Pra minha mãe sustentar 
Eu vou vendendo amendoin
Diferentes Culturas
Halianny Lopes
Por que o diferente é mais interessante?
Como que o desigual instiga e provoca
questionamentos mais intensos?
Qual é a razão para que o diferente sempre esteja
excluído em uma situação em que todos são comuns?
 
O divergente desperta curiosidade, porém também é o
mesmo que sofre nas mãos dos similares.
Todos possuem o mesmo objetivo como nascer, crescer,
reproduzir e morrer. O ciclo vital. No entanto pela
excentricidade do que não é igual, os propósitos
acabam mudando. Antes podia até ser porque a cor
diferenciava alguns, excluía a maioria e desprezada uma
boa parte da população. Mas hoje, século 21, o clico
também mudou para aqueles que possuem
pensamentos diferentes, aqueles que escolhem não ser o
padrão da sociedade, para os que assumem quem
realmente são. A vida para eles possui um novo
objetivo, uma inclusão ou apenas um sonho um pouco
diferente, contudo nada muito fora do padrão.
Gostariam de um pouco mais de respeito, sem mais
questionamentos ou sem mas... Em sua maioria
sobrevivem para lutar com a finalidade de viver. 
Juan Munhão
O mundo oriental há tempos atrás era considerado um
parte do planeta como distante ou isolada, talvez seja o
acumulo de países tradicionalistas e bastante religiosos
amplamente distribuídos nessa parte do mundo. Fato é,
o isolamento desses países foi notório durante muito
tempo, a percepção que se tinha dos chamados
ocidentais eram retratados em filmes hollywoodianos,
um cambojano associava que o restante do outro lado
do mundo era caucasiano e falava inglês. Mas com o
passar dos anos, ações diplomáticas e a globalização
forçaram esses países a saírem de seus casulos, era
preciso economicamente se abrir para o mundo.
Quando os norte-americanos pisaram na Índia, o baque
foi duro, parecia que outros humanoides estavam
entrando no território – como se portar diante de um
povo tão desbravador e consumista nas suas ruas? –
celulares nunca antes vistos, roupas, cortes de cabelo,
tudo era diferente até sua cor. O que torna mais curioso
esta repentina aproximação de povos é a percepção de
que há a diversidade, há vida pós pacifico, atlântico e
índico. E os orientais perceberam isso, novas religiões,
falanges, culinárias, há vida no mundo todo.
Larissa Venâncio
Roubou a cena, cabelos dourados
Iluminado!
Predestinado!
Olhos de mel imitando meu sári
Eis o menino brilhante e dourado
Reluzente como Lorde Ganesha
Curioso como escrita no templo
Valioso como rupia no bolso
Curioso! Diferente da gente
Monique Alves
Como era de costume no mês de setembro a família
Schmidt, que estava de férias, resolveu fazer uma
viagem com o filho para um outro país. Com muitas
roupas nas malas, alguns remédios para o pequeno,
passaportes nas mãos, alguns dólares e muita animação,
a mãe Julia, o pai Florian e o filho primogênito Johann
saíram do seu país rumo a Índia. 
Como todo turista eles queriam conhecer o país
melhor, por isso decidiram visitar os principais pontos
turísticos, ir a restaurantes e cafeterias, experimentar
os pratos típicos, fazer alguns passeios pela cidade,
enfim vivenciar a cultura local. Em uma dessas idas e
vindas pelas cidades da Índia, a mãe, que é professora,
quis conhecer uma das escolas da cidade. Julia foi então
a uma escola primária, onde foi muito bem recebida e
ficou ali por algum tempo conversando com algumas
pessoas que trabalhavam na escola. No fim daquela
tarde, Julia se despediu de uma moça muito simpática
em uma das salas de aula e foi ao encontro do seu
marido e filho que haviam ido a uma lanchonete perto
da escola.
Assim que ela abriu a porta e avistou o pátio, seu
coração disparou. Sem olhar para os lados, ela saiu em
direção ao filho na intenção de protegê-lo. Ela estava
incrédula, como podiam pessoas riem e apontarem para
o seu filho dessa forma. Era evidente a diferença entre o
seu filho e os demais. A criança branca, loira, de olhos
claros destoava dos demais. É claro que ela sabia da
possibilidade de haver um choque cultural, mas o que
aconteceu na Índia para ela foi realmente muito
impactante. 
Victoria Lyssa Fernandes Lopes
A Luz do Preconceito
Eles dizem: ela brilha brilha brilha
Dourada, de pele sedosa e branca
Eles continuam: quem diria?
Será mesmo maltrapilha?
No meio do povo escuro
Ela - a branca se destaca
MAs que pensamento duro
O preconceito de novo ataca
E sobre essa questão 
Racismo reverso não existe 
O que existe é falta de noção 
De gente que insiste 
EM não pensar antes de dar uma opinião
Vinícius César Nunes Cruz
Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras 
Mas você pensa outra coisa quando isso olha
Mais do que explicações ou teorias
A imagem retratada simplesmente nos mostra a
história
O começo da história e suas nuances
Suas mudanças em constante movimento 
Guerras, lutas, superação 
O desenrolar disso e seu atual momento
Vitória Barros
 A diversidade significa para muitos, o diferente, aquilo
que não é parecido com o que nós estamos habituados a
ver no nosso dia a dia, as crianças da imagem
apresentada estão cara a cara com a diversidade, uma
criança fenotipicamente diferente do que todos ali
estão habituados a ver, e como o diferente nos desperta
sempre uma grande curiosidade, todos se aproximam
da pequena criança tentando observar cada detalhe de
suas características físicas e consequentemente se
espantando com cada traço que aquele indivíduo novo
carrega, e o que essa imagem nos leva a crer é que
apesar de o desconhecido nos trazer um pouco de
desconforto e desconfiança, ele também nos desperta a
curiosidade, logo, nos faz aprender mais, conhecer o
novo, e agregar ainda mais os nossos conhecimentos. A
diversidade significa a representação da sociedade, já
que somos compostos por diferentes histórias, crenças,
etnias, orientações sexuais e gêneros. 
 
Sobre a Diversidade...
Mulheres Muçulmanas
Amanda de Oliveira Mucciolo
Posso mas não quero
Quero mas não devo
Por política ou SalamPor Allah e o Islam
O oriental não é letal
A insciência traz o caos 
Profeta de cada terra
Profeta de cada qual 
Ana Carolina de Jesus Guimarães
Eu acordei naquele dia com um pressentimento ruim.
Eram seis e meia da manhã quando o alarme tocou. Eu
levantei, escovei meus dentes, meu cabelo e desci para
tomar meu café da manhã. Eu levantei a uma cama
vazia, então assumi que meu marido já estava fazendo
sua reza matinal. Como muçulmanas, rezamos a Allah
três vezes ao dia, além das pequenas rezas que fazemos
durante o dia. Meu marido e eu somos muçulmanos
praticantes, muçulmanos Sunistas, acreditamos como
boa parte dos muçulmanos na tradição de Maomé. Não
somos ortodoxos, apesar dos nossos vizinhos pensarem
isso. Eu uso a Niqab porque faz parte da minha religião,
da mesma maneira que um cristão usa uma cruz ou tem
uma cruz dentre seus pertences. 
Eu comecei o café da manhã enquanto o meu marido
terminava a sua oração. Ao contrário do que nos foi
recomendado, não fizemos juntos a primeira adoração
do dia. Tomamos café juntos e ele saiu de casa. Assim,
eu fiz a primeira adoração do dia e me arrumei para
sair. Leggings, minha niqab que desta vez escolhi usar
preto um casaco grosso e minhas luvas. O inverno era
traiçoeiro. 
Um dia de risco
Apesar do sol, o frio cortava então a maioria das pessoas
ainda andava com casacos, e roupas de manga comprida.
Peguei o carro e saí. Cheguei ao trabalho 15 minutos
antes do horário. Sentei na minha mesa e comecei a
adiantar o trabalho do dia. Trabalhava fora do centro da
cidade, então nunca tinha trânsito para sair de casa ou
para voltar para casa. Entrei no escritório e fiz o meu
dia normalmente. 
Meu trabalho era com serviço social, ajudava crianças de
minorias a receberem cuidados médicos em caso de
abuso. A maior parte do dia, era lidar com formulários e
outros tipos de papelada. Naquela manhã tínhamos
recebido um caso de uma menina que tinha sido
encaminhada por causa de abandono. A puseram em um
orfanato e rapidamente eu comecei a procurar pelas
informações dela, normalmente lido com médicos para
passar informações necessárias tanto do estado físico
quanto do psicológico da criança. Quase ninguém,
dentro do meu trabalho, estranha eu usar o niqab. As
crianças perguntam, porém não tem a mesma intenção
de julgar como a maioria dos adultos fazem. A hora
passava, e vagarosamente o horário do meu almoço
chegava. 
A sensação ruim, que tinha desaparecido durante o
café, agora retornava. Minha amiga do centro
comunitário tinha me pedido para almoçar com ela e
mais amigas delas. Elas trabalhavam no prédio ao lado,
então o combinado era esperar todas na praça logo
abaixo de nós. 
Quando o almoço finalmente chegou, eu desci. Estavam
três das quatro meninas me esperando. Nisto, ao andar
em direção a elas, avisto um guarda vindo na nossa
direção. O nosso centro comunitário nos avisou sobre
isso, caso seja abordado pela polícia sempre responda
devagar, e coerentemente. Assim o fizemos. Primeiro,
foi só um homem que nos abordou, então o parceiro, se
juntou a nós. Sempre seguimos tudo que nos pediam,
devagar e coerentemente. Quando nos pediram as
identidades, ficávamos paradas e esperávamos eles
perguntarem se estava na bolsa. Minutos pareciam
horas naquela situação. Não tínhamos o que fazer, se
fizéssemos algo de errado estaríamos pondo nossas
vidas em risco. 
Depois de não conseguirem as respostas, ou a
abordagem que estavam esperando. Os policiais nos
deixaram em paz. Minhas amigas e eu estávamos mais
tranquilos. Não era aquela a situação mais arriscada
que já tenhamos. 
Os olhares, e os suspiros de homens brancos nas ruas
eram mais ameaçadores. Estes punham nossa vida em
risco. Em maior parte, a polícia, só interessada no
muçulmano que provavelmente é ilegal. Quando a
última menina chegou fomos almoçar em um
restaurante muçulmano, perto dali. Lá tínhamos
certeza de estar seguras. 
Ana Carolina Duarte Rufino Veloso
Desde que me entendo por gente a imagem do mundo
islâmico se associa deliberadamente a atos como 11 de
Setembro e a Guerra do Iraque, singularizando deste
modo toda uma cultura a traços de violência e fazendo
com que as demais civilizações enxerguem o oriente
apenas como uma parte misteriosa e problemática do
mundo. No entanto, esta visão precisa ser
desmistificada. 
O uso do véu islâmico, comumente utilizado por
mulheres mulçumanas como demonstrado na imagem
acima, adquire proporções ainda mais significativas no
imaginário social sendo diretamente relacionado a
práticas terroristas o que culminou na proibição do
traje islâmico em alguns países europeus, ferindo assim
os Direitos Humanos e afirmando a existência de um
discurso civilizatório e ideológico desde os primórdios
do colonialismo. 
Que pensamento uma imagem te traz?
Que sentimento você cultiva? Qual sua opinião?
Só de olhar você consegue entender o contexto com
exatidão?
Ouvir uma história te faz crer nela?
Ver uma cena te faz descobrir o contexto dela?
Sentir, tocar te faz desvendar o que está dentro dela?
Posso te contar algo que pode até te assombrar?
Tua opinião é só teu ponto de vista
Só julga, não pergunta e também não explica
Uma foto não define o contexto, muito menos uma
história
As falácias contadas são as que ficam em sua mente
A verdade é esquecida para sempre
 
 
O poder do pré-julgamento
Anna Carolina de Oliveira Batista
A imagem mostra mulheres diferentes de você
Se vestem diferente de você
Pensam diferente
Tem costumes diferentes
Sua origem pertence a você
Suas crenças pertencem a você
Seu olhar para o mundo
Seu sonho é seu poder
No final os olhares à sua volta não significam nada
Pessoas vazias que não te conhecem
Opiniões não solicitadas
Salvadores do nada
Exterminadores da cultura diferente
De pessoas diferentes.
Eduardo Viveiros Luna de Araujo
Estranheza
“Quão estranha é a estranheza,
que é tão normal para uns
enquanto é estranha para outros.
Ela cobre a todos,
seus costumes, suas roupas, seus gostos.
Quem pode julgar?
Ninguém está fora da estranheza,
o que é normal também é estranho,
nada foge de sua influência.” 
Fernanda Diniz Cardoso Manfredi
Quem sabe um dia 
Seus corpos não sejam uma mercadoria 
Quem sabe um dia 
Seu corpo sentirá a liberdade que tanto valia 
Quem sabe um dia 
Ser mulher será uma dádiva divina 
Quem sabe um dia 
A cultura da submissão deixe de ser uma teoria 
Quem sabe um dia 
A religião não maltrate seu coração 
Quem sabe um dia 
A religião não interfira e te deixe na solidão 
Quem sabe um dia 
A religião permita que você ache sua verdadeira
emoção 
Quem sabe um dia 
A liberdade feminina seja sagrada 
Quem sabe um dia 
Para todas as meninas não serem abusadas 
Quem sabe um dia 
Você possa me ver sem me violentar 
Quem sabe um dia 
Você pode me amar sem me atacar 
Quem sabe um dia 
O silêncio não vai mais nós calar
Fernanda Santana de Souza
O que está por trás dessas vestimentas? 
A resposta é: Pessoas.
Pessoas de variadas idades, de variadas
personalidades, pessoas que usam essa
vestimenta por escolha própria ou pessoas que
infelizmente são vítimas de pressão familiar ou
social.
Pessoas que merecem o direito de ir e vir, de se
expressarem e de serem livres. 
Pessoas que tem sentimentos, que tem emoções,
que são reais.
Pessoas que acima de tudo precisam ser
respeitadas.
Giovanna Pacheco de Oliveira
Mulher do Oriente
O Orientalismo é a construção de ideias e vertentes
Criou uma imagem utópica das mulheres árabes idealizada
pelo ocidente
Promovendo decadência cultural, interpretações literárias
Desde o período colonial até atualmente.
 
As mulheres do mundo árabe sempre atraem pelo exotismo
Sua cultura, seu modo de vida se tornam atraentes.
Vistas como fonte de prazer, promessa de fidelidade e
submissão
Essas linhas de pensamento generalizadas são inconscientes.
 
 
 
A proposta é conhecer a imagem dessas mulheres
verdadeiramente.
Menos mitológica e mais realista,
Enriquecendo e valorizando a cultura,
E a mulher do Oriente.
 
As verdadeiras mulheres árabes não se resumem
Em um único períodoexatamente.
Os Aspectos de vida em cada fase da história
Não coincide com elas atualmente.
 
 
Joel Felipe Ramos do Nascimento
A burca é uma veste feminina que cobre todo o corpo,
até o rosto e os olhos, porém nos olhos há uma rede
para se poder enxergar. É usada pelas mulheres do
Afeganistão e do Paquistão, em áreas próximas à
fronteira com o Afeganistão.
Muitos muçulmanos acreditam que o livro sagrado
islâmico, o Alcorão, e outras fontes de estudos, como
Hádice e Suna, exigem a homens e mulheres que se
vistam e comportem modestamente em público. No
entanto, esta exigência tem sido interpretada de
diversas maneiras pelos estudiosos islâmicos e
comunidades muçulmanas. A burca não é
especificamente mencionada no Corão e nem no
Hádice. A comunidade religiosa Talibã, que comandou
o Afeganistão nos anos 2000, impôs seu uso no país.A
burca já foi descrita como uma “prisão de pano”, um
símbolo da opressão das mulheres entre os
muçulmanos, mas há também relatos de mulheres que
defendem o seu direito de optar por utilizá-la.
A grande justificativa para lutar contra cultura,
tradições e costumes políticos em qualquer sociedade.
Dessa forma, é bastante incisiva ao se posicionar contra
o uso da burka, por exemplo. 
Afirma que a burka não é muçulmana, não integra uma
tradição religiosa, mas é um símbolo de dominação, de
terrorismo intelectual, religioso e moral contra a
liberdade das mulheres e, portanto, viola os direitos
humanos e não pode ser tolerada. Dirige sua indignação
a alguns feminismos ocidentais que têm sido incapazes,
segundo a autora, de se unirem às vozes das feministas
islâmicas, sempre em nome da cultura ou contra a
islamofobia. Enfatiza que o relativismo com o qual essa
questão é abordada contribui para a essencialização da
mulher muçulmana e alerta para o perigo do retorno ao
orientalismo, ou seja, a visão colonial das mulheres
genericamente heterodesignadas como "árabes".
Dessa forma, é um grande alerta acerca das armadilhas
que as lógicas patriarcais têm nos imposto nas
sociedades contemporâneas. Certo é que em sua carta
aborda questões controversas, nos convida a um olhar
crítico e também a tomar uma posição, como o
feminismo sempre fez. Sua posição de estrangeira, na
Europa e na sua própria cultura, possibilita uma análise
que deve ser conhecida e divulgada, com intuito de
considerar no debate sobre culturas diversas vozes
hegemônicas e dissidentes, sobretudo as outras vozes.
Julia Andrade Fraga de Carvalho
Juliana Velloso da Gama Vital
Em primeiro momento, é importante esclarecer, que a
sociedade ainda é extremamente machista e patriarcal
no mundo inteiro, existindo dificuldade de se expressar
em qualquer parte do mundo, contudo, essa realidade
piora no Oriente Médio.
 Neste sentido, podemos exemplificar a situação
das mulheres na Arábia Saudita, que conquistaram há
pouco tempo o direito de tirar a carteira de motorista.
Entretanto, a realidade dessas mulheres ainda é
composta de restrições sociais, religiosas e políticas.
 Outrossim, na Arábia Saudita as mulheres são
proibidas de terem conversas com pessoas do sexo
masculino que não sejam da sua família, com a exceção
do atendente do comércio visitado. A situação
consegue ser mais drásticas, pois em alguns prédios,
existe entrada masculina e feminina.
 Outro fato essencial a ser citado no presente
trabalho e, que as mulheres não podem participar de
funerais em cemitérios, mesmo que seja de um familiar.
Além disso, as mulheres da Arábia Saudita não podem
participar de competições esportivas, apenas no ano de
2012 as mulheres do país puderam participar das
Olimpíadas de Londres. No entanto, isso gerou revolta
e as mesmas foram denominadas como prostitutas
pelos clérigos radicais.. 
 Por fim, a questão da conciliação das tradições
centenárias e da liberdade feminina, causa preocupação
crescente da comunidade mundial, principalmente com
a situação das mulheres árabes e com o problema da
preservação da identidade cultural.
Juliana Caroliny Henriques Pereira 
O ver e o tocar estão relacionados; ver desperta desejo,
a própria libido. 
Cobre-se o corpo para não ser visto, para não ser
desejado. 
Não ver para não ousar tocar. Se não vejo, não desperto
o desejo que há dentro de mim, portanto, não tocarei. 
A distância toma conta; é preciso usar outros
elementos para estabelecer a atração, ou desviar o olhar
O certo é que quase tudo que é oculto desperta
interesse, atração. 
Não ver não significa que o desejo seja posto de lado,
ao contrário, a possibilidade de não ver-tocar, desperta
ainda mais o interesse pelo outro. 
Os mais religiosos desviam o olhar frequentemente,
não estendem a mão, ficam constrangidos quando são
obrigados a entrar em contato, porque estabelecem um
profundo respeito com o corpo do outro. Tocar no
corpo de alguém é como tocar a sua alma, é fazer parte
do outro, é estar na intimidade. 
Letícia de Holanda Rios
Se passam várias perguntas pela nossa cabeça ao
olharmos para as burcas, como por exemplo: Por que
essas mulheres usam as burcas? Essas mulheres não se
sentem reprimidas pelo uso das burcas? Que tipo de
religião faz isso com essas mulheres?
Muitas pessoas indagam várias hipóteses para
responder essas perguntas; no entanto, é de suma
importância que entendamos o contexto
sociocultural, histórico e religioso da utilização das
burcas. Infelizmente, seguimos uma visão
eurocêntrica, que determina alguns estereótipos da
cultura Oriental, que muitas vezes é considerada
xenofóbica. 
Por muitos anos, fui voluntária em uma organização
chamada YWAM, que no português significa Jovens
Com uma Missão. Nessa organização, tive o privilégio
de ensinar inglês para mulheres muçulmanas que
buscavam refúgio na Inglaterra. Foi então, a partir
dessa experiência, que pude entender as motivações
pelos quais ocorre um incentivo, principalmente por
parte das famílias, para a utilização das burcas,
utensílio esse que tem por finalidade cobrir a cabeça
da mulher como um sinal de proteção à pureza
feminina. O uso das burcas representa um significado
importante na cultura Islâmica.
 Em algumas conversas com as minhas alunas, tive a
oportunidade de aprender e entender um pouco sobre
a cultura Oriental, que é tão diferente da cultura
Ocidental (na qual fui inserida). A partir do convívio
com essas mulheres, pude reconstruir a imagem que
tinha sobre a utilização das burcas e, principalmente,
minha visão sobre a cultura islamítica. No geral,
quando ouvimos falar de mulheres muçulmanas em
artigos ou na televisão, a imagem que é transmitida por
muitas vezes é uma imagem errônea da realidade delas.
Não estou me referindo ao fato de que essas mulheres
mulçumanas não passem por momentos difíceis
culturalmente falando, afinal, todas as mulheres sofrem
com o machismo estrutural utilizando burcas ou não.
Mas essa marginalização da visão da mulher
muçulmana é algo que precisamos desconstruir na
cultura Ocidental, pois as rotulamos por muitas vezes e
acabamos, por fim, criando estereótipos. 
Uma amiga do Paquistão, chamada Najma, me explicou
que as meninas começam a fazer uso das burcas quando
as mesmas chegam na fase da puberdade, e elas passam
a ser vistas perante a sociedade não como uma menina,
mas como uma mulher. Segundo ela, isso é um marco
da fase da infância para a fase adulta. 
A partir do que foi analisado, é muito importante que
ocorra uma reconstrução da imagem da mulher
mulçumana que usa burca por parte dos indivíduos da
sociedade ocidental, e devemos procurar ser menos
preconceituosos com o diferente e sermos mais
amigáveis, e, principalmente entender que o diferente
para um grupo cultural e normal para o outro.
Lorrana Maria Bandeira dos Santos
Luana Silva Viana
Pele dourada ao sol escaldante do deserto,
Chega a criança mulher por perto, 
Casada por obrigação regimentar, 
Seu cobiçado corpo era considerado pura fonte de
prazer unilateral.
Considerada tal como cães e jumentos,
As mulheres jogadas ao relento,
Sem esperança de dias melhores, 
Olhavam para a criança mulher.
Aisha, a criança,não era como uma virgem morta,
Por conseguinte, era vista como alguém que as
mulheres deveriam se basear,
Seu corpo era sagrado,
Propriedade do marido.
Cadijas e Aishas
Sem direitos,
Não havendo respeito,
Por conta do masculino,
Guardou-se em burcas.
Panos pretos,
Grossos,
Quentes,
Pesados.
Tudo isso para cobrir-se por completo,
Somente para o marido ter acesso
E dispor de sua modéstia ao seu bel-prazer
O ocidente diria que suas mulheres escapam dessa
opressiva 
Mas a sina perpetua sob os olhares lascivos as suas
mulheres que caminham 
Guardando-se ou não 
Ainda persiste uma ordem masculina 
Triste são as histórias,
Que causam tormentas para o futuro, 
Em que se reivindicar a emancipação 
Continua sendo a luta diária.
Luanne de Sá Pereira Miguel
DANÇAR A PRÓPRIA
HISTÓRIA
Elas dançavam, todas as noites
Os outros não viam beleza nisso
Mas elas acordam e continuam 
Dançando, as vezes sem saber os passos
Ignorando os julgamentos, os gostos, o politicado
E os dias continuam seguindo 
Por muitas vezes cansam, param e pensam,
Pensam, talvez, em ser invisível ao mundo
Mas, nesta dança, por ventura encontram o seu par
A si mesmas, no qual preferem motivar - pois não há
futuro para um povo que tenha esquecido sua história
Marcella Raissa Melo
Alguém viu um outro lado e por ser outro, os lados só
podem ser dois
E por ser outro, não sou eu pois
Alguém viu um outro lado, e por ser outro, é dualista 
E se não sou eu, é moralista, machista, fundamentalista
Racista.
Inflam-se as certezas, começa a exploração
atos são válidos, o objetivo é cooperação
vamos, levanta, arranca esses panos, ta calor, faz mal
pro coração
Urgente mudar, agora não... depois
O mundo, se dividido, se parte em dois 
Agora! Não depois
Alguém viu um outro lado mas não círculo não tem
lado
Mudam a geografia, a biologia, a geometria pra
encobrir um preconceito – velado
Maria Clara Valente
A imagem acima mostra quatro mulheres utilizando
burcas, vestimenta muito comum entre pessoas do
sexo feminino. É um traje obrigatório no Afeganistão
e no Paquistão e é visto como um traje radical, pois a
mulher fica com o corpo inteiro coberto, mostrando
somente os olhos. Essa vestimenta está ligada ao
islamismo, religião bastante comum em diversos países
árabes e a religião que mais cresce no mundo. Existem
outros trajes parecidos com a burca, porém não são os
mesmos, como o hijab, que acredito eu, ser mais
conhecido. 
Porém, apesar de esse traja ser obrigatório em vários
países, em outros ele é visto como símbolo de um
extremismo islâmico e visto como uma ameaça.
Mulçumanos sofrem ataques quase diários na França e
as mulheres são proibidas de usarem seus hijabs em
faculdades e escolas. São oprimidas também por
quererem usar burkínis – traje de praia que cobre o
corpo todo, exceto as mãos, os pés e o rosto – nas
praias. O próprio presidente francês já demonstrou
apoio a caricaturas que debochavam do islamismo. 
Apesar de mulçumanas sofrerem preconceito por causa
de seus trajes, ao mesmo tempo em que as mesmas
veem o uso dessa vestimenta como um símbolo de
liberdade, muitos veem como um símbolo do
machismo e da submissão feminina, pois homens
mulçumanos não são obrigados a cobrirem o corpo. De
maneira geral, para as mulçumanas é um símbolo da
religião em que acreditam e quem vem de fora
conhecer esses lugares como o Paquistão e Afeganistão,
o uso da burca ou do hijab é um símbolo de respeito. 
Maria Victoria Monsour Miller
Decidi fazer um poema relatando o ponto de vista
ficcional de uma dessas jovens mulheres frente visão
Ocidental da história de sua cultura e religião, bem como
sobre a imagem de fragilidade e submissão da mesma. 
Nos transformaram em ameaça
Logo eles, que nos construíram.
Ora com suas listras, ora com listras e estrelas
Todas azuis, brancas e vermelhas
Foram três contra meio mundo
Mundo esse mais deles que nosso
Deles porque o delimitaram, definiram, exploraram
Somos muitos, fomos reduzidos a um,
O inimigo.
Inimigo perfeito
Bárbaro, devasso, exótico, submisso.
Inimigo que foi “ajudado”
Não merecia a grandeza que possuía
Por isso fizerem o favor de nos colonizar
Bondosamente exploraram, mataram e doutrinaram
O problema é que a história não se repete, ela rima
Rimou com violência
Quem diria que os bárbaros aprenderiam?
Dizem que não vemos o mundo como ele é,
Mas como somos,
e somos o que fizemos 
com o que vocês fizeram de nós.
Colocaram armas em nossas mãos
Fomentam a guerra entre nossos irmãos.
A lógica aparentemente foi desconsiderada
Ou acharam que essa também a nós não fosse aplicada?
Eu sou meu pai, meu avô, minha mãe e meus irmãos
Sou minha cultura, minhas raízes, sou muitas
Faço minhas escolhas
Não me questione sobre elas
Não sou eu quem deve explicações aqui.
Nunca quis o perigo
Mesmo assim sempre sangrei,
Mas nunca sozinha.
Não me reduzam como fizeram com o Oriente.
Mariah Floriano
Mulheres Islâmicas
após a Revolução
de 1979
A revolução no Irã em 1979 provocou muitos abalos,
principalmente nas mulheres, pois interferiu na forma
como elas iriam se vestir. O véu muçulmano tinha sido
banido pelo antigo xá, Reza Shah Pahlavi, nos anos
1930 - e a polícia tinha ordens de remover os lenços à
força. Mas, no início dos anos 1980, as novas
autoridades muçulmanas impuseram um código de
vestimenta obrigatório que determinava o uso do hijab
(véu islâmico) por todas as mulheres.
Com isso, essas três mulheres que eram consideradas
“livres” não são tão livres nos dias atuais. Pouco após
tomar o poder, o líder supremo do Irã, o aiatolá
Ruhollah Khomeini, determinou que todas as mulheres
tinham de vestir o véu islâmico - qualquer que fosse sua
religião ou nacionalidade. 
Em 8 de março - Dia Internacional das Mulheres –
essas mulheres das fotos saíram para protestar contra
tal argumento, tendo em vista que pelo olhar delas já
percebemos um grande medo de ter que cumprir com
essa determinação do líder. 
Até mesmo para oração essas mulheres deveriam ficar
em salas afastadas dos homens, "As orações de sexta-
feira são um momento para que os religiosos ou
simpatizantes das autoridades islâmicas se encontram -
é um momento de solidariedade", diz Afshar. "Mas eles
ainda estão muito restritos ao domínio masculino. As
mulheres não podem ficar na mesma sala que os
homens - elas têm de se sentar em áreas separadas para
rezar, longe dos homens.” 
Essas quatro mulheres sofrem pela perda de sua
liberdade, onde não podem mais usar as roupas que
querem, devem ser separadas de homens e até mesmo
em festas de casamentos devem estar com vestimentas
apropriadas para tal celebração, vemos medo, raiva e
infelicidade nos olhares delas. 
MAURICIO AYRES
Era agosto de 2019 quando soubemos que de fato ela
viria. Sua notícia foi amarga, senti como se fosse
errado, duro e irreversível. Me senti violada. 
- Porque? Porque tenho que ceder aos caprichos?
Porque tenho que seguir? Porque foi imposto? 
Continuo a pensar 
- Querem me tirar o direito! Não posso deixar que
façam isso. É errado! As leis deveriam nos proteger, não
nos oprimir. Isso é a justiça Holandesa? 
Apesar dos questionamentos, a lei começou a vigorar.
Sim, a bendita lei que tinha como conteúdo a proibição
do uso de roupas que cobrissem o rosto. Hoje, é o
primeiro dia. Sinto-me desconfortável. 
Ao sair pela primeira vez em 21 anos de vida sem minha
burca, foi como sair sem roupa. Estava exposta, sentia-
me envergonhada. 
No trajeto rotineiro para a faculdade, passei pela rua
florida que tinha belos jardins e longas árvores O sol
batia diretamente no meu rosto, uma brisa quente
deixava minhas bochechas coradas. 
- Embora seja difícil, é uma sensação única. Se não
fossem as pessoas ao redor, eu poderia acostumar-me.
Como é diferente. Jamais imaginei-me assim. Espero
que não reparem em mim. 
Ao chegar na faculdade, minha melhor amiga esperava-
me na porta, com flores. 
- Porque trouxe-me flores? Não estou morta! 
Ela respondeu: 
- Trouxe para comemorar sua liberdade, agora você é
livre! 
Respondi de forma dura: 
- Minha liberdade não está em ser proibida de usara
burca e sim no meu livre arbítrio de usá-la ou não. Mas
arrancaram-me isso. Não me dê flores, me dê lágrimas. 
Com tristeza, ela se afastou. 
Após esse duro e longo dia, percebi que as pessoas não
me olhavam como antes, afinal, agora estou vestida
como elas. Apesar de impiedoso e duro, a nova
realidade é essa. Tenho que me acostumar. 
Antes de deitar, questiono: 
- Qual é o conceito de “liberdade”? Será que ser livre é
estar de burca ou ser “livre” é estar dentro de padrões?
Será que a minha vestimenta também não foi imposta-
me? Ou será que de fato escolhi? 
Apesar dos pesares, sigo. Acima de tudo, convicta de
que minha projeção reflete em várias telas e, cada tela
tende refletir o que é interessante pra si. Os globos
capitam a realidade que eles querem e não a realidade
de quem reflete a história. 
Priscila Salazar Coelho de Oliveira
A MULHER
MUÇULMANA
Mulher muçulmana
Mulher revolucionária 
Se esconde atrás do pano
Pois não pode mostrar a cara.
Mulher risonha
Que ri e que sonha.
Usa seu rijab 
Parte importante da sua religião 
Previsto no Alcorão.
Rijab e mulher muçulmana 
Vivem lado a lado
Como irmão.
Opressão ou não 
Usar é a escolha da questão
Sabrina Madureira Benicá
Eu sou Burca
Fui criada para demonstrar minha fé e preservação
mas me transformei num símbolo de opressão do
Afeganistão
Coberta da cabeça aos pés e tela no rosto 
Antes usada por opção 
hoje não posso mostrar objeção 
As épocas em que fora obrigatória passaram
Porém ficou na memória 
Ficou marcada na história 
Na minha
Na do mundo 
E nos antiquados do meu país 
Hoje sou usada como proteção 
para sobreviver a aqueles que não me esqueceram 
e parece que nunca esquecerão 
Já fui assimilada como símbolo terrorista pela
desinformação 
Porém sou apenas um tecido 
E me tornei símbolo de uma nação 
Thaynara Fernandes
Acusam-nos de terrorismo: 
Se defendemos com todas as forças 
Nossa herança poética 
Nosso muro nacional 
Nossa rósea civilização 
A cultura flautística em nossas montanhas 
E os espelhos que refletem os olhos 
Apóio o terrorismo 
Se ele pode libertar um povo 
Da tirania e dos tiranos 
E salvar o homem da crueldade humana 
Se ele pode trazer de volta o limão e Oliveira 
O pássaro ao sul do Líbado 
e o sorriso da Golã.
Tobias Espoosito
O quão o machismo está interligado com a religiosidade?
E essas mulheres estão confortáveis assim? Essas
perguntas seriam facilmente respondidas com sobre os
aspectos culturais desses países que adotam os Nijab e
ninguém deveria te impor o que vestir. E trazendo o caso
do que está havendo na França que o Governo francês
está impedindo que essas mulheres mulçumanas
pratiquem sua religião de forma plena porque para eles
isso é algum tipo de terrorismo, e francamente o Governo
francês é opressor e não a religião islâmica.
E no Brasil, território que vivemos que é um Estado laico.
Lê-se a seguir: "Artigo XVIII - Toda pessoa tem direito à
liberdade de pensamento, consciência e religião; este
direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença
e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo
ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada
ou coletivamente, em público ou em particular. 
Liberdade de Escolha
 Observando a imagem a seguir podemos refletir bastante
sobre a mesma, como a importância da religião
mulçumana para essas mulheres e com um olhar
ocidental o porquê dessas mulheres estarem todas tão
cobertas por panos e faz-se duas perguntas:
Halima Aden primeira modelo a usar hijab em desfiles
de moda.
A modelo Halima Aden foi uma das primeiras
supermodelos a sempre usar lenço cobrindo os cabelos
e o pescoço em todos os desfiles e ensaios fotográficos.
De nacionalidade somali e americana, ela cresceu num
campo de refugiados no Quênia, na África. Em
entrevista ao TLFS, Halima conta como equilibra a
carreira de modelo com sua fé mulçumana. 
“Mulher nenhuma deveria ser forçada a usar um hijab e
mulher nenhuma deve ser forçada a tirá-lo”, diz 
A jovem de 22 anos ganhou notoriedade após ser a
primeira modelo a aparecer com o véu em revistas
como Vogue e Sports Illustrated, além de desfilar toda
coberta para marcas como Max Mara e Yeezy.
Celebrando o poder de escolher 
“Eu celebro minha opção por usar o hijab. Eu nunca
disse a ninguém para seguir as minhas visões ou se
vestir como eu”, afirma Halima, hoje a modelo
extremamente bem-sucedida e bem paga. O sucesso de
Halima abriu caminho para ampliar o mercado de
modelos mulçumanas que querem usar hijab.
VITOR ALVES ROSA DA CUNHA
A imagem selecionada do slide, mostra o quanto o
mundo é diversamente cultural e o quanto cada região
tem as suas particularidades que o transformam em um
lugar único. Enquanto nas sociedades ocidentais
estamos acostumados com um tipo de vestimenta,
menos ligadas as questões religiosas, no mundo árabe a
vestimenta carrega um simbolismo importante e de
grande relevância. A burca, utilizada pelas mulheres
muçulmanas tornou-se um dos símbolos mais
conhecidos do mundo árabe. Em países como a Arábia
Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, e
outros países onde a população muçulmana constitui
maioria é comum ver pelas cidades que quase todas as
mulheres usam a burca. Não só por uma questão
religiosa, mas também, porque nesses países a religião
exerce uma função legal, e na maioria das vezes, apenas
as mulheres estrangeiras estão liberadas de utilizar a
vestimenta. A cultura desses locais, embora possa
parecer extremamente chocante para nós, ocidentais, já
é vista como normalidade pelas pessoas da região, e é
por ser um aspecto cultural que não devemos cair na
tentação de apontar algo como “errado” ou “pouco
relevante”. 
Nesses países árabes, mesmo que com muita resistência,
as mulheres conseguem aos poucos lutar mais por seus
direitos, um exemplo disso é a Arábia Saudita, onde
apenas em 2017 as mulheres conquistaram o direito de
dirigir, o que mostra uma imagem de como mesmo em
um país altamente conservador, há toda uma luta,
mesmo que a passos lentos para diminuir a forte
disparidade entre homens e mulheres.
Menino com Tênis
Ana Carolina Nascimento
“Sem trabalho eu não sou nada
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não tem nada
E outros que tem mais do que precisam
Tem gente que não quer saber de trabalhar
Mas quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar p'ra casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
De todo o meu cansaço
Nossa vida não é boa
E nem podemos reclamar
Música de trabalho –
Legião Urbana
Ana Luiza Santos Sampaio
Que saudade da escola 
De ouvir, aprender, ajudar 
Que saudade da escola
De acordar toda manhã para
me arrumar
Havia um dia que eu podia
Sonhar, rir, brincar
Até escutava melodias
E aprendia a cantar
Agora eu não entendo
Porque me fecharam os olhos
Me roubaram o sono
E tiraram meu mundo
Disseram eles que era isso
Ou não teria futuro
Mas futuro... Não é aquela coisa
de gente grande?
Belissa Rocha
O mundo é desigual com diferença racial
Tem abismo entre vidas 
E a minoria se complica no final
A realidade é dura e mata muita gente
Enquanto você vibra com a sua compra
Eu produzo o seu tênis.
Meninos de 8 anos indo para a escola
Enquanto eu limpo a sua palmilha e passo a cola
O que para uns é apenas um objeto
Para mim é a sobrevivência e a garantia de um teto.
Criança não trabalha, criança não produz
Criança quer correr, criança quer ser luz
A culpa é do sistema, a culpa é do mundo
Só pensam neles mesmos e me acham sem futuro.
Não quero racismo, não quero intolerância
Nem discriminação, muitos menos ignorância
Quero igualdade e principalmente justiça
Tirar criança de fábrica e dar uma vida digna
Quero educação e quero tolerância 
Quero respeito enquanto espero a esperança
A esperança que a pobreza acabe e a exploração também
Quero criança desenhando sem ser empregado de ninguém. 
CamilaRegina dos Santos
A criança merece o melhor
Merece ler e estudar 
Crescer e ser feliz
Merece oportunidade
Mas as nossas, não é?
Imagina se as roupas que compro não veem 
Se não há mais quem trabalhar naquela fábrica 
Imagina se a hierarquia cai 
Imagina se aquelas crianças são finalmente abraçadas 
Com o calor materno da liberdade
Já que pôr fim a criança de lá 
É para os daqui 
O contrário do sentido de criança 
Apenas é o que há
Para manter o perfeito funcionamento da estrutura 
Que me privilegia.
Poesia do Submisso
Carla Gouvêa da Conceição Alberto
Supérfluos e
pomposos
 
Eles são engraçados e controversos.
Chegam em nossas terras com sua maneira de grandeza
e narizes arrebitados, nos olhando com superioridade.
Inspecionam a tonalidade de nossa pele e nossos olhos
amendoados, e em poucos segundos já têm um
veredito: mais uma raça pobre coitada e inferior.
O Deus deles, segundo os próprios, os enviaram para
que pudessem nos salvar.
E então nos perguntamos: nos salvar do quê
exatamente?
Eles não explicam, apenas mandam.
De repente nos vemos como verdadeiros escravos de
suas supérfluas vontades cheias de pompa.
Eles se apoderam de nossas características culturais,
nossos padrões, construções, tecidos, nossos tesouros,
nossa arte. 
Eles apresentam a quem quer que seja nossas coisas, e
incorporam à suas vidas como se fossem criações
próprias, sem nem imaginar a importância que tais
bens possuem para nós, materiais ou não.
Enquanto isso, sofremos em nosso canto. Pela ruína que
esses “senhores salvadores” trouxeram para nós ao tocar
em nossa abençoada e protegida terra.
Que salvação é essa, que mais parece danação?
Que deus é esse que legitima toda essa destruição? 
Para eles, somos selvagens perigosos, desprovidos de
razão, atrasados, menores que um grão de areia.
Meses, anos, séculos se passam. Nações nascem, nações
morrem.
A única coisa que ainda perdura, depois de tanto
tempo, é essa agressão contra nós. 
Ainda que a lucidez aos poucos comece a germinar nas
mentes das gerações recentes, ainda somos os serventes
dos descendentes daqueles que depreciaram nossa
gente, que ignoraram a multiplicidade dentro de nós.
No fim, continuamos sendo escravos de suas velhas
supérfluas vontades cheias de pompa, ainda que um
pouco diferentes da primeira vez.
Cassiane de Lira Eiras Costa 
Me pergunto se o maior problema da exploração
infantil está nas empresas que recrutam essas crianças,
ou se está em nós, nessa sociedade que mesmo sabendo
das origens de tal produção, continua investindo seu
dinheiro nos produtos por ela produzidos. 
Na foto, vemos um menino que provavelmente está em
seu ambiente de trabalho com o tênis da marca
Converse, comprada pela Nike há alguns anos, em suas
mãos. A Nike não é a única grande empresa que têm as
condições precárias de trabalho dos operários 
de suas fábricas exposta de maneira escancarada, mas
ainda assim, mantém sua posição como líder de
mercado. 
As fábricas instaladas no continente asiático são
estratégicas, a mão de obra é extremamente barata, os
direitos trabalhistas são quase nulos, mas os produtos
chegam para nós a preços exorbitantes. 
 
Certa vez, lendo um artigo sobre o trabalho escravo
dentro dessas grandes empresas, foi destacado o fato de
a Nike ter pago ao ator Michael Jordan cerca de U$20
milhões em publicidade, enquanto os 25 mil
trabalhadores da indonésia com seus salários somados,
receberam cerca de U$12 milhões, esse dado traria a
frente o fato de que para comprar um tênis que eles
mesmo fabricam, teriam que trabalhar cerca de três
meses sem gastar um centavo de seus salários. 
Nosso caráter e solidariedade valem um tênis fruto da
exploração de diversos trabalhadores? Afinal, enquanto
os produtos, ainda que sejam o resultado da exploração
de diversos trabalhadores, tiverem consumidores
dispostos a pagar o valor que for, para a empresa, não
há por que cogitar alguma mudança no sistema que os
faz lucrar.
Clara Castro 
Infância Perdida
Infância perdida, trabalho escravo 
trabalho infantil, que tem retorno de um centavo 
sem estudo, sem brinquedo, apenas um triste enredo 
a criança segura um tênis que jamais colocará em seus
pés 
não enquanto tiver serventia para quem a escraviza; 
com o semblante cansado, todo suado e descuidado 
essa criança com certeza nunca terá de volta a sua
infância 
um absurdo, situação assustadora, situação essa que
ocorre com frequência e isso só vai acabar quando as
pessoas começarem a fazerem denúncias porém quem
quer se meter com pessoas com tão poucos escrúpulos; 
o tráfico de crianças existe 
e com ele vem o trabalho infantil 
a prostituição 
e a venda de órgãos 
quando os Estados começarem a agir e executarem os
seus deveres de fato, talvez um dia; 
apenas um dia 
o trabalho infantil seja finalmente erradicado 
e com isso as crianças não terão suas infâncias roubadas 
e viverão em paz 
cada fase de suas vidas.
Daniele Fernandes de Oliveira
Eduardo Luís Waddington Terencio
“Sementes” – Drik Barbosa
Professor, esta imagem me remeteu ao trabalho
infantil, que infelizmente é bastante presente e
fomentado em países orientais, principalmente para as
crianças pobres e marginalizadas. A necessidade de
grande produção exigida pelo capitalismo, os
incentivos financeiros e fiscais para a produção nesses
países, especialmente para grandes empresas, e a
omissão estatal, são as grandes causas do trabalho
infantil no oriente.
Dessa forma, me lembrei de uma música chamada
“Sementes”, do Emicida e da Drik Barbosa, que faz
parte de uma campanha contra o trabalho infantil.
Exalto está música pois, além de ser uma composição
de um artista que valorizo demais, é também uma
forma artística que dá voz à importância do combate a
este tipo de trabalho.
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentil
Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir?
É muito triste, muito cedo
É muito covarde
Cortar infâncias pela metade
Pra ser um adulto, sem tumulto não existe atalho
Em resumo
Crianças não têm trabalho, não, não, não,
Não ao trabalho infantil
Desde cedo, 9 anos, era um pingo de gente
Empurrado a fórceps, pro batente
O bíceps dormente, a mão cheia de calo
Treme, não aguenta um lápis, no fundão de São
Paulo (puts)
Se a alma rebelde se quer domesticar
Menina preta perde infância, vira doméstica
Amontoados ao relento, sem poder se esticar
Um baobá vira um bonsai, é só assim pra explicar
Que o nosso povo nas periferia
Precisa encher suas panela vazia
Dignidade é dignidade, não se negocia
Por que essa troca leva infância, devolve apatia
E é pior na pandemia
Sobra ferida na alma
Uma coleção de trauma
Fora a parte física 
E nóiz já tá na parte crítica
Pra que o nosso futuro não chore
A urgência é: precisamos ser melhores, viu?
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentil
Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir?
É muito triste, muito cedo
É muito covarde
Cortar infâncias pela metade
Pra ser um adulto, sem tumulto, não existe atalho
Em resumo
Crianças não têm trabalho não, não
Crianças não têm trabalho não
Não ao trabalho infantil
Com 8 ela limpa casa de família, em troca de comida
Mas só queria brincar de adoleta 
Sua vontade esconde-esconde
Já que a sociedade pega-pega sua liberdade 
E transforma em tristeza
Repetiu na escola por falta, ele quer ir mas não pode
Desigualdade é presente e tira seus direitos
Sem escolha: trabalha ou rouba pra viver
Sistema algoz, que o arrancou da escola 
E colocou pra vender bala nos faróis 
Em maioria, jovens pretos de periferia 
Que tem direito a vida plena 
Mas só conhece o que vivencia
Insegurança, violência e medo 
Trabalho infantil é um crime e tem cor e endereço 
Prioridade nossa é assegurar que cresçam e floresçam
Alimentar a potência delas
A liberdade delas não tem preço
Merecem o mundo como um jardim e não como uma
cela
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente (não)
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentilComo flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir? (me diz)
É muito triste, muito cedo
É muito covarde (muito)
Cortar infâncias pela metade (é quente)
Pra ser um adulto, sem tumulto, não existe atalho
Em resumo (diz)
Crianças não têm trabalho, não, não, não
Crianças não têm trabalho, não
Apenas não ao trabalho infantil
Gabriel Victor Paolino Cesar 
Gabriel José de Oliveira
Pode-se observar muitas mudanças no mundo em
que vivemos ao longo dos anos, porém,
observando reportagens e matérias em jornais
vamos percebendo que a nossa volta
encontramos retrocessos ou lugares com ideias
que ficaram estagnadas .
Em um mundo extremante globalizado e
avançado tecnologicamente é quase inimaginável
que situações de trabalho infantil ainda ocorram
em diversos lugares. Nascemos e crescemos com
a ideia de que o mundo está em contaste
evolução e transformação para ser torna um
lugar melhor, justo e igualitário para todos .
Porém como explicar a imagem acima, onde,
normalmente deveríamos ver livros ao fundo,
carteiras com colegas de sala de aula, temos um
cenário desordenado e com materiais de
trabalho, se observarmos o tênis não o que está
nas mãos da criança mas aquele que utilizamos
diariamente para caminhar, ir a uma festa, sair
com os amigos independente de estampas e
modelos, será que todos não estão marcados com
o sofrimento, suor e lágrimas de uma criança que
por muitas vezes são orientadas que isto é o
melhor para elas.
Giovanna Lemos
Bonito All-Star? 
-Que lindo seu All Star.
-Eu acabei de comprar.
-Mas você sabe o caminho que ele percorreu
até em você chegar?
-Não, mas imagino que venha de algum lugar.
-Deveria pesquisar. 
Pois talvez para você poder desfilar com seu
tênis a brilhar, 
uma criança no oriente teve que trabalhar,
 passando horas a costurar, 
sem ter tempo para descansar. 
-Ela não deveria estar na escola, para estudar?
-Com certeza, mas pensando em lucro a
ganhar,
 alguém, 
os burgueses precisam explorar,
 e pobres crianças precisam se alimentar. 
-Realmente,
 acho que o capitalismo veio a falhar,
 talvez não seja tão bonito esse meu All Star. 
 
Iracema de Seixas Lopes
Como pode um ser
Com tanta inocência 
Ser feito de escravo
Logo ao juvenescer
Lugar de criança é brincando
Sorrindo, pulando
Não em uma fábrica
Trabalhando horas sem descanso
Cadê as grandes empresas
Que expanjam seus produtos
Carregados de manchas
De uma infância perdida
Uma criança sem futuro
Sem estudar e brincar
Óh Povos do Mundo acordem
Já está na hora de isso acabar!
O Trabalho Infantil!
Jonas Felipe Lisboa Dias De Miranda
Essa imagem aparentemente simples, demonstra um
menino segurando um tênis. Mas conceito do
Orientalismo, pode elucidar uma realidade
possivelmente cruel para esse menino.
Dentro de suas diversas definições, o Orientalismo é
um campo de estudo das civilizações orientais atuais ou
históricas, sendo ele popularizado no século XVIII e
remodelado em função do colonialismo moderno no
século XIX. 
Esse discurso delimita uma barreira cultural entre o
ocidente e o oriente, construindo percepções, exageros
e esteriótipos, dentro de uma visão eurocentrica
ocidental, construindo assim um Oriente através de
novelas, comportamentos sociais e assuntos políticos
referentes ao Oriente (SAID, 2003). 
O Atentado de 11 de setembro de 2001, coordenados
pela organização fundamentalista da Al-Qaeda,
inauguraram uma nova investida cultural ocidental,
perante a imagem oriental, mais especificamente, no
mundo árabe no imaginário do ocidente.
 
Os Estados Unidos responderam aos ataques com a
invasão ao Afeganistão com o objetivo de derrubar o
Taliban, por ceder abrigo aos terroristas da Al- Qaeda,
lançando assim uma Guerra ao Terror. Os Estados
Unidos também aprovaram o USA Patriot Act. Muitos
outros países também reforçaram a sua legislação
antiterrorismo e ampliaram os poderes de aplicação da
lei. 
Usando o discurso de Oriente vs Ocidente, diversas
famílias foram desestruturadas, infraestruturas
desmanteladas e o caos instaurado na região. Além
disso o imaginário conflituoso da região, foi retratado
em filmes, séries, reportagens e conteúdos midiáticos
em na maioria dos veículos de comunicação ocidentais,
como justificativa para ações imperialistas.
Curiosamente, esse simples menino, segura um tênis,
cujo a marca é CONVERSE, uma empresa conhecida
mundialmente, adquirida pela Nike em 2003, sendo ela
um dos símbolos do sucesso do império capitalista
norte americano (WAYNE, 2003). 
O conflito no Afeganistão, que completará vinte anos
no dia 7 de outubro, representa um fator
desestabilizador das relações políticas, sociais e
econômicas, aprofundando as distorções já existentes
região.
Para alguns, representa um discurso com viés político e
cultural bem definodo. Para outros, é a confirmação da
utilização de teorias orientalistas a modo que elas
justifiquem investidas imperialistas.
Leonardo Gabriel de Souza
Um olhar vazio
Uma infância que se perde entre idas de um caminho
Enquanto alguns brincam, outros trabalham no frio
A lagrima que escorre não te deixou menos sozinho
Tudo que eu faço vejo em vocês
De pares em pares, nos pés de algum burguês
Já perdi a conta dos dias 
Dando o troco pra família
Meus pais ralam a noite toda enquanto eu ralo de dia
Espero um dia brincar de novo, sorrir, chorar, viver
um pouco
E vestir em mim o meu próprio tesouro.
Lucca Luciano Alparone Lima 
Um dia me veio a seguinte pergunta: 
Quanto custa um tênis? 
Bem, a loja está dizendo que custa duzentos reais 
Mas desconfio que na verdade custa muito mais 
Custa o esforço do trabalhador 
Seu amor ou sua dor 
A riqueza da multinacional 
E a pobreza social 
Custa uma remuneração 
Quer dizer, às vezes não. 
Enquanto os sócios da Nike ganham bilhões, suficiente
para toda a família O funcionário asiático tem que se
sustentar com um Dólar por dia. 
Custa a vida de uma criança 
Seu estilo e sua esperança 
Pode ser a moda do filho do patrão 
Como também, o fim da infância do pequeno cidadão 
Custa a saúde do empregado 
Totalmente desvalorizado 
Consumo democratizado, 
Povo escravizado. 
É, sempre tem dois lados. 
Será que vale à pena?
Luiza N. de Menezes
no momento em que você lê esse poema
uma criança do outro lado do mundo trabalha para
sobreviver.
quando você comprar seu All Star
quero que se lembre
dessa criança, desse olhar.
o que significou para ela?
trabalhar para se alimentar 
e ganhar o mínimo 
do que você pagou para calçar.
esse tênis veio do suor da desigualdade
que nós todos os dias ajudamos a plantar.
espero que um dia
o mundo seja um lugar melhor.
onde crianças podem ser crianças,
e não parte de um sistema de riqueza maior. 
- não é assim que as coisas deveriam ser.
Marcos Aurélio Lopes
O menino e o tênis
O trabalho escravo, infelizmente, é situação vivida por
inúmeras pessoas, desde que se tem conhecimento do
surgimento de seres humanos vivendo em sociedade. A
submissão e aprisionamento de determinados povos ou
grupos étnicos, faz parte da História Humana, e por
incrível que pareça, remonta aos primórdios da
humanidade, e perdura até hoje.
Obviamente que, em razão de inúmeras leis, tratados,
convenções, costumes e atos, a escravidão foi se
aperfeiçoando, se maquiando e fantasiando, a fim de
que tal crueldade não fosse perceptível a olhos nus, ou
que pudesse ser falsamente explicada como uma
situação regular.
No Oriente Médio, assim como em alguns países da
África ou da América Latina, a situação acompanha o
que chamaria de “modernização da escravidão”, com a
participação de inúmeras crianças e adolescentes
realizando trabalhos exaustivos, pesados e até
perigosos, para que possam sobreviver, cuidar e
sustentar seus demais familiares, muitos impedidos ou
incapacitados para o labor, por força das constantes
guerras que assolam nosso planeta.
Vejamos o caso da Síria e de países vizinhos, que
sofrem com os horrores de guerras infindáveis, criando
uma verdadeira horda de refugiados, que para
sobreviver, aceitam qualquer tipo de trabalho ou
função, desde a exploração sexual

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