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Complicações de fraturas

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1 
Fratura com qualquer patologia pode dar complicações e muitas delas são evitáveis, elas 
podem ser imediatas ou tardias, elas podem ser ortopédicas ou não ortopédicas, elas podem ser decorrentes do 
trauma ou decorrentes do tratamento. Se elas podem ser prevenidas o que a gente pode fazer para previnir? 
 
Idosos 
São um capítulo à parte, porque existe uma alta incidência de fraturas do fêmur proximal (colo do fêmur) e fraturas 
transtrocanteriana por conta da osteoporose. 
Então, esses idosos com esses tipos de fraturas devem ser operados, tratados o mais rapidamente possível pra evitar 
as complicações da restrição ao leito. Se o idoso fica restrito muito tempo ao leito, ele pode desenvolver: 
• Pneumonia, acúmulo de secreção pulmonar 
• Trombose venosa profunda/ TEP 
• Lesões de pele (escaras)- decúbito 
• Desequilíbrios hidroeletrolíticos 
• Infecções urinárias 
A gente opta por operar e com indicação, o mais rápido possível. Algumas vezes a gente entra num conflito com a 
cardiologia, com a clínica médica, porque às vezes querem segurar para compensar mais o paciente -que é justo- 
para poder operar, às vezes o idoso ele não chega no padrão perfeito para cirurgia e é aquilo que a gente deve 
pesar: o risco e o benefício. O idoso muito tempo acamado, muito tempo restrito ao leito pode desenvolver essas 
alterações e até combinar com o óbito, que pode acontecer também durante o procedimento cirúrgico. Então, as 
vezes a gente tem que manejar muito bem isso aí para evitar um mau desfecho. 
Lesão vascular 
• Subclávia 
• Axilar 
• Braquial 
• Femoral superficial- Fratura de fêmur diafisária 
• Poplítea 
A lesão vascular pode ocorrer em qualquer um desses vasos principais e quando se tem a lesão vascular a gente tem 
que saber se ela é decorrente do trauma ou se ela é decorrente do tratamento – se for uma lesão iatrogênica. Por 
que? Quando o paciente chega no serviço você tem que examinar o estado vascular desse membro para não 
incorrer que você seja o causador. Então se o paciente já chega com a lesão tem que escrever no prontuário que ele 
tem ausência/ diminuição de pulso periférico avaliação do cirurgião vascular, para se o paciente tiver a lesão e você 
não escrever antes e depois não for observado essa lesão, vai incorrer que foi você quem causou a lesão. 
Se tem lesão vascular a gente tem que pensar: necessita reparo? Qual vaso foi afetado? 
 Por exemplo: paciente tem um trauma com a lesão da artéria ulnar. A artéria ulnar pode ser ligada e a 
artéria radial vai suprir a vascularização da mão. Diferente se for uma da artéria tibial, da artéria femoral que é 
necessário reparo. 
Tem que saber também se esse vaso é reparável, se a lesão de partes moles foi tão importante, se a lesão óssea foi 
tão importante, se o paciente tem uma lesão neurológica importante, se esse membro é viável e se esse vaso é 
• Tibial 
• Aorta torácica/ Aorta abdominal 
• Ilíaca externa, glútea superior ou 
femoral- Fratura do acetábulo 
 
 
2 
reparável. E o tempo de isquemia, desde o tempo da lesão até o momento que o paciente 
chega para você fazer o tratamento. 
A gente tem os principais vasos que podem ser lesionados, por exemplo, a fratura de clavícula dependendo da 
localização (+proximal, uma fratura com muito desvio) pode lesionar a artéria subclávia. Graças a deus é uma lesão 
rara, não é uma lesão frequente. 
Fraturas diafisárias do úmero e fraturas supracondileanas do úmero podem lesar a artéria braquial. Qual o sinal 
clínico que a gente tem de uma lesão da artéria braquial? Ausência do pulso radial. 
 Paciente chega no trauma, você vê que tem uma deformidade no braço, você palpa o pulso e vê que tem 
ausência de pulso ou pulso diminuído comparado com o lado contralateral = paciente pode ter lesão da artéria 
braquial. 
Fratura do fêmur a artéria que pode ser lesionada é a artéria femoral, raríssima é a lesão da femoral por uma fratura 
diafisária de fêmur, mas pode acontecer. E a artéria femoral é uma artéria de grosso calibre levando a um 
sangramento mais importante que pode levar o paciente até a morte. Mas graças a deus é extremamente rara. 
Mais frequente do que ela, a gente tem a fratura supracondileana do fêmur que pode lesar a artéria poplítea, 
porque a artéria ela está intimamente relacionada com a porção posterior do fêmur distal e a porção posterior da 
tíbia proximal, do platô tibial, ela tá praticamente colada. Então quando você tem uma lesão, uma fratura 
supracondileana do fêmur, uma luxação do joelho como ela está bem coladinha ela pode ser lesionada. Diferente da 
artéria femoral ela é frequentemente lesionada, principalmente quando você tem a luxação do joelho. Muitas vezes 
não é a secção completa, mas a compressão dessa artéria leva a um fenômeno trombótico que leva a uma oclusão 
do seu lúmen. 
 Todo paciente com luxação do joelho tem que se bastante observado, criteriosamente. Luxou o joelho, 
reduziu, imobilizou, depois de 2h reavaliar o membro, depois de 2h reavaliar de novo para ver se está tudo OK. 
Porque algumas vezes a lesão não aparece inicialmente, mas depois pode ocorrer uma hipercoagulabilidade no vaso 
e gerar um trombo que oclui o seu lúmen. 
Qual é o sinal de um paciente com lesão da artéria poplítea? Ausência de pulso pedioso e tibial posterior. 
Quando a gente tem uma fratura exposta com lesão vascular o que devemos fazer primeiro? Fixar a fratura ou 
reparar o vaso? 
 Numa lesão vascular com fratura exposta, primeiro você fixa a fratura, não é o tratamento definitivo, é 
colocar o fixador externo, porque estabiliza o osso. Reparar o vaso é fazer a sutura de um vaso com o outro ou 
precisar tirar um enxerto para colocar no lugar da área lesionada, não é clampear o vaso. Risco de hemorragia e 
choque em vasos calibrosos você vai lá clampeia, fixa a fratura, bota fixador externo, porque é um procedimento 
extremamente rápido depois você vai reparar o vaso. Exatamente porque o vaso é uma estrutura extremamente 
delicada, você repara o vaso e vai manipular para fixar a fratura esse reparo pode ser perdido. 
 Não é a síntese definitiva de uma fratura, é controle de dano. 
Do mesmo jeito quando nós temos as lesões em livro aberto, fratura de bacia você tem que fechar a bacia, colocar 
um fixador externo para diminuir o continente, porque são micro sangramentos de micro vasos, você não vai 
conseguir reparar todos os vasos. Você vai fazer o fechamento e colocar o fixador externo para diminuir o 
continente, diminuir o sangramento, gerar uma vasoconstrição para evitar uma hemorragia. 
Lesão neurológica 
Pode ser decorrente do trauma, pode ser decorrente da redução, pode ser decorrente da cirurgia. 
Pode ser lesão no nervo periférico, na raiz ou na medula. Quanto mais central a lesão mais grave, quanto mais 
periférica = menos grave. 
Quais são os sinais de pior prognóstico? 
• Neurotmese 
o É a secção completa do nervo 
• Lesão proximal 
• Múltiplos nervos 
• Distrofia simpático reflexa 
 
 
3 
o Quando o paciente sofre uma fratura e imobiliza por muito tempo o membro e depois 
não faz uma reabilitação, fica com o membro imobilizado = o cérebro vai entender que aquele 
membro está inviável e não vai mandar as informações necessárias para que ele mobilize. Aquele 
membro vai ficar mais edemaciado, vai ficar mais brilhoso, mais rígido que caracteriza a distrofia 
simpático reflexa. 
o Não é tão infrequente a gente pegar 
o Pode recuperar, mas é difícil. Depende muito do paciente e de fisioterapia intensiva, mas mesmo 
assim alguns pacientes não recuperam 
Axonotmese é a lesão da parte central do nervo, sem o rompimento da porção externa. 
Neuropraxia é quando a gente tem uma compressão nervosa 
 Por exemplo: quando a gente bate a região medial do cotovelo e sentimos um choque na mão. Se você 
deixar comprimido por muito tempo você vai perder o movimento de flexão e extensão do dedo e de adução que é 
responsabilidade donervo ulnar por conta de uma praxia. Muitas vezes quando a gente dobra a perna, fica muito 
tempo com ela dobrada acontece formigamento lá no pé e as vezes nem conseguimos mexer isso é uma 
neuropraxia, uma compressão do nervo. 
Lesão de nervos periféricos 
Os principais nervos que podem ser afetados 
Fratura de 1/3 distal do úmero: o nervo radial ele cruza anteriormente entre o terço médio e o terço 
distal do úmero, locais de lesão frequente. A maioria das vezes é praxia, a minoria das vezes é secção 
completa (neurotmese). Qual a característica da lesão nervosa? Mão caída, porque o nervo radial ele 
é responsável pela extensão do punho e dos dedos. 
 
Na região supracondileana do úmero nós também temos o nervo ulnar e o nervo mediano, além do 
radial. Por isso que na criança uma fratura supracondileana com indicação cirúrgica é uma urgência 
ortopédica, porque isso pode gerar um aumento de volume naquela região e esse aumento de 
volume pode gerar uma praxia desses nervos. Qual sinal que eu procuro para ver se tem lesão do 
nervo ulnar? Sensibilidade da face ventral do ½ 4° e 5° dedo, adução dos dedos e o movimento de 
pinça “aberta”. 
Pinça normal: o nervo mediano que é responsável, porque a inervação interfalangeana distal é de sua 
responsabilidade. 
SEMPRE ANOTAR OS ACHADOS NO PRONTUÁRIO. 
Paciente quando chega com uma lesão com a mão caída, se for só uma fratura de tratamento conservador, você 
pode imobilizar que pode ser só uma neuropraxia, pode recuperar. Agora se o paciente chegou movendo foi pra sala 
de gesso e voltou com a mão caída aí você tem que levar pro bloco cirúrgico, porque precisa ver se o nervo foi 
encarcerado, foi você que ocasionou então tem que ir lá tirar o nervo desse lugar. 
Fratura-luxação sacro-ilíaca pode lesionar a raiz nervosa de L5 que pode levar a distúrbios de esfíncteres, é raro. 
 
Mais frequente é a fratura-luxação posterior do quadril, o fêmur vai lá para trás lesionando o nervo ciático 
ocasionando a clínica do pé caído. Do mesmo jeito uma pancada na região lateral da perna, na proximidade da 
cabeça da fíbula pode lesionar o nervo ciático poplíteo externo ou fibular comum que leva a mesma característica, 
porque é uma ramificação do nervo ciático. 
 
 
 
4 
Síndrome compartimental 
Compartimento: fáscia e osso. Não são distensíveis. 
É o aumento da pressão do fluido intersticial dentro de um espaço fascial ou osteofascial. 
O que é que acontece fisiologicamente? 
• Depois de um trauma a gente tem um edema, esse edema ao nível do vaso faz compressão e isso leva a 
isquemia que faz com que o vaso dilate, essa vasodilatação vai levar ao aumento da permeabilidade 
vascular, aumentando o extravasamento de líquido para o terceiro espaço, gerando mais edema, 
compressão, isquemia, vasodilatação, formando um ciclo vicioso que gera um aumento da pressão no 
compartimento. 
A rabdomiólise leva a essa síndrome porque ocorre uma destruição da musculatura, essa destruição leva a isquemia 
e gera todo esse processo. 
Uma oclusão arterial sem trauma leva a isquemia, vai aumentar permeabilidade, perda pro terceiro espaço gerando 
todo aquele ciclo. 
Sinais clínicos: 
• Dor intensa no segmento 
o Sem melhora com analgésicos 
o Piora com o estiramento muscular passivo 
• Formigamento/ alteração de sensibilidade 
o Compressão neurológica 
• Tensão e inchaço do compartimento muscular afetado 
• Pulso periférico palpáveis 
Não existe síndrome compartimental sem dor, é uma dor intensa, uma dor lancinante que piora com o estiramento 
muscular passivo, isso ocorre por conta da distensão da fáscia. Existe os 5 P: Pain, Pulso pode estar diminuído... 
Antigamente se achava que tinha que ter os 5 sinais para ter síndrome compartimental, mas hoje em dia basta só ter 
dor intensa no segmento sem melhora, membro que tá edemaciado já suspeita e trata. 
Causas 
• Exógenas 
o Compressão por aparelhos gessados 
• Endógenas 
o Isquemia muscular – parte vascular 
o Hematoma intrafascial – trauma, fratura 
Quando a gente coloca o gesso fechado num paciente a gente tem que explicar sobre o risco de síndrome 
compartimental, orienta: se começar a sentir dormência nos dedos, se começar a ficar roxo volte urgentemente pro 
hospital, porque esse gesso precisa ser aberto. 
O diagnóstico é clínico! Não é necessário medir a pressão do compartimento e o △P ser < 40mmHg 
Didaticamente, para medir a pressão dentro do compartimento você uso esse método que tem uma agulha que é 
conectada a um tubo, tem uma seringa com ar e um manômetro. Você vai injetando essa seringa até ver a pressão 
que ela volta. É um método difícil. 
 
Quais são as causas mais frequentes? 
• Fratura supracondileana do úmero – nas crianças 
• Fratura diafisária de rádio e ulna 
• Fratura do carpo e metacarpo 
 
 
5 
• Fratura segmentar da tíbia e fíbula 
• Fraturaluxação tarso-metatársica 
• Raramente ocorre na coxa 
o Tem mais espaço para expandir, é mais complacente 
O diagnóstico precoce é extremamente importante 
O tratamento se o paciente já estiver em síndrome compartimental é FASCIOTOMIA, porque o problema é 
mecânico, não tem para onde expandir, então não adianta fazer DIU, corticoide, analgésico, levantar o membro do 
paciente porque não vai melhorar! 
 
Como é que a gente faz essa fasciotomia na mão? Faz uma incisão ventral, 2 incisões dorsais que através dessas 
incisões eu consigo acessar todos os compartimentos da mão. Na perna geralmente faz uma incisão lateral, pois a 
partir dali consegue acessar o compartimento anterior e póstero-lateral, que são os mais tem músculo calibroso. 
Você precisa fazer uma fasciotomia abrindo o membro todo, não tenha medo da lesão. Se for no antebraço = tem 
que abrir da palma da mão até a prega do cotovelo. Porque pode gerar um ponto de pressão onde não foi aberto. 
 
Se você não faz a fasciotomia adequada, se você não trata a síndrome compartimental nós temos a complicação da 
síndrome compartimental que é a contratura isquêmica de Volkman. 
 
Atitude de garra, atitude de flexão, membro hipotrofiado que funcionalmente não serve para nada 
O que é isso? Teve a síndrome compartimental, necrosou músculo, necrosou nervo e ocluiu vaso e tornou o membro 
inviável. 
Não tem fator de risco para síndrome compartimental. Fratura segmentar de tíbia tem um maior risco, fratura-
luxação do pé – é tanto que é uma urgência ortopédica. Fratura supracondileana de úmero nas crianças. 
Lesão de pele 
A lesão de pele pode ser decorrente do trauma pode ser uma fratura exposta ou uma fratura fechada, uma lesão de 
pele extremamente grave assim impossibilita o tratamento inicial da fratura, tem que fazer o tratamento das partes 
moles para depois fazer o tratamento definitivo. 
 
 
 
6 
A lesão de pele pode ser decorrente da cirurgia ou decorrente do decúbito prolongado, as 
famosas escaras. 
 
Esse paciente perdeu toda a face anterior da perna, então inicialmente precisa ser tratada inicialmente as suas 
lesões de pele com fixador externo para depois ser convertido para fixação definitiva. 
Como é que a gente trata lesão de pele? Com retalho e com enxerto. 
 Por exemplo: essa lesão do pé não tem pele perto para a gente cobrir, então isso é um enxerto. Tira a pele 
da panturrilha com a musculatura vem por baixo e fecha. Quem faz isso é o cirurgião plástico. 
 
 
Teve a síndrome compartimental, fez a fasciotomia e esperou e edema regredir. As vezes não se consegue fechar a 
lesão de pele então faz o enxerto de pele. Retira a pele preferencialmente da face interna (é um lugar mais 
escondido) da coxa e coloca no lugar. 
Retalho é quando você tira a pele com um pedículo vascular e joga para outro canto. Enxerto de pele você “raspa” 
que tira a pele e coloca em outro lugar. 
Perda do membro 
Quando a lesão de pele é extremamente importante, tem lesão neurológica e vascular importante gera um membro 
inviável. 
 
O único tratamento é amputação.Alguns pacientes já chegam com o membro amputado, então você tem que 
regularizar esse membro o mais rápido possível para evitar a rabdomiólise, síndrome compartimental e insuficiência 
renal aguda e salvar a vida do paciente. 
Úlcera de decúbito 
Antigamente fazia esses 
furos na pele para ela fixar 
mais no leito de tecido 
granulado 
 
 
7 
 
São lesões muito mais frequentes, decorrentes de decúbito muito prolongado. Os lugares mais frequentes são: 
sacro, trocanter e calcâneo. Lesões de proeminências. Lesões de maior área de contato. O tratamento é a 
prevenção: mudanças de decúbito, colchão caixa de ovo para evitar uma compressão maior dessa proeminência. 
Choque 
Não é tão frequente. 
Quais as causas maiores de choque na traumatologia? 
• Fraturas do anel pélvico, lesões em livro aberto isso leva a sangramento de pequenos vasos mas de grande 
monta, então você tem que fazer fixação externa o mais rápido possível, fechar essa pelve para evitar um 
sangramento maior. 
• Fraturas de fêmur 
o 1500ml 
• Fraturas isoladas de tíbia ou úmero 
o 750ml 
A função do traumatologista é agir o mais precoce possível fixar a fratura para evitar 
complicações. Está chocado? Aí vai repor cristaloide, vai repor sangue, vai para terapia 
intensiva. 
Embolia gordurosa 
O traumatologista vai tentar evitar. Como é que evita? Depois de uma cirurgia, por exemplo, meia de compressão, 
deambulação precoce, mobilização precoce para evitar embolia tanto gordurosa como TEP. 
Critérios maiores Critérios menores 
Hipoxemia (PaO2 < 600mmHg) Taquicardia >110 
Depressão do SNC Pirose > 38° 
Petéquias Êmbolos na retina 
Edema pulmonar Gordura na urina 
 Trombocitopenia 
 Diminuição hematócrito 
Um critério maior ou 4 critérios menores 
É fácil diagnosticar? Não, porque tem manifestações neurológicas semelhante ao TCE e muitas vezes o paciente está 
associado, além da fratura tem o TCE. 
É uma entidade extremamente grave, então quando ocorre tem que ter tratamento intensivo: IOT, imobilização da 
fratura, tratar hipoxemia ao nível de terapia intensiva. 
Outras complicações que a gente pode ter: 
• Pneumonia 
• Infecções urinárias 
• Trombose venosa profunda – TVP 
Decorrentes de um repouso prolongado 
TVP 
Dentra elas a TVP é a que a gente vê mais frequente e a que a gente mais consegue evitar 
O lugar mais frequente? Nas pernas, mas pode ter também nos MMSS 
Tríade de Virchow: 
 
 
8 
• Lesão endotelial 
• Estase venosa 
• Hiper-coagulabilidade 
Quadro clínico 
• Dor nas pernas 
• Edema depressível 
• Calor local 
• Sinal de Homan 
o Dor na panturrilha após flexão dorsal forçada do pé com joelho em flexão 
o Nem sempre está presente, mas quando está é altamente sugestivo de TVP 
Diagnóstico diferencial 
• Celulite, porque pode ter edema 
• Linfadenopatia 
• Trombose superficial 
• Cistos de Baker 
Quando está instalada o melhor exame para a gente ver é o USG Doppler, na maioria das vezes a gente consegue 
identificar essa TVP 
Quando está detectada é anticoagulação plena, hoje em dia para prevenir a gente usa a enoxaparina 40mg (Clexane) 
heparina de baixo peso molecular tanto pré como pós-operatório. 
Fazendo enoxaparina + meia de compressão + deambulação precoce quando é possível são para evitar TVP e TEP. 
A complicação pior da TVP é a TEP 
TEP 
Quando o trombo lá de baixo ascende para o pulmão 
Quadros leves: 
• Dispneia 
• Dor torácica aguda e localizada 
• Hemoptise 
• Diagnóstico diferencial 
o Pneumonia, atelectasia, bronquite aguda 
Quadros graves: 
• Dispneia grave, com um sem insuficiência cardíaca 
• Diagnóstico diferencial 
o Infarto, tamponamento cardíaco, aneurisma roto de aorta, choque séptico 
É uma complicação que pode acontecer, mais frequente com fraturas do fêmur e fratura da tíbia. Mas não 
necessariamente só ocorre com fêmur e tíbia. Então você tem que estar atento ao paciente depois que você opera, 
se o paciente começar a ficar cansado, alguma alteração tem que estar atento para encaminhar para a terapia 
intensiva que é quem vai manejar esse tratamento. 
Tétano 
Outra complicação que tem prevenção, por isso que nas fraturas expostas vai ter que limpar bastante para evitar 
contaminação e evitar o tétano. 
Clostridium Tetani 
 Estritamente anaeróbio 
Quadro clínico 
• Trismo, riso sardônico, disfagia 
• Em 48h o espasmo pode levar a morte por asfixia 
Profilaxia 
Se o ferimento for limpo e superficial – vacina 
 
 
9 
Se o ferimento for muito contaminado, se o paciente não souber história vacinal tem que 
fazer o soro 
 Eu acho é a mesma coisa que não 
É raro, mas quando acontece o desfecho não é favorável, paciente vem a óbito 
Complicações ortopédicas 
Consolidação viciosa 
O objetivo do traumatologista é garantir o comprimento, o alinhamento e a estabilidade do osso fraturado, porque o 
mal alinhamento, uma deformidade ou incongruência vai levar a uma consolidação viciosa que vai sobrecarregar a 
articulação adjacente com artrose e limitação de arco de movimento. 
 
 
Então quando o paciente cola a fratura de uma forma errada, sobrecarrega a articulação, isso é o que a gente chama 
de consolidação viciosa. Depois tem que fazer uma osteotomia para corrigir essa deformidade. É um procedimento 
muito mais complexo do que tratar a fratura inicialmente. 
Muito importante é você reconhecer a deformidade e agir o mais precocemente possível. 
Tinha uma fratura, você reduziu, vê que não ficou tão alinhada que é um lugar que você acha que não tem a 
possibilidade de remodelamento vai lá e corrige e mantenha o alinhamento desse membro para não gerar uma 
consolidação viciosa. 
Pseudoartrose 
É quando se passa 9 meses de uma fratura e essa não colar, não exibir sinal de consolidação OU durante 3 meses 
consecutivos não haver progressão do calo ósseo (aquela fratura começou a consolidar, mas parou de colar, esse 
calo não evoluiu). 
Tem que ter uma evidência clínica e radiológica de que o processo de consolidação cessou 
O que é que precisa para a fratura consolidar? Estabilidade, vascularização e tempo. Então se falhar uma dessas 3 a 
gente tem a pseudoartrose. 
O fator temporal tá aqui = 9 meses, mas muitas vezes eu não vou esperar esse tempo, quando eu vejo que já tem ¾ 
meses e ainda não consolidou eu vou partir para o tratamento definitivo dessa pseudoartrose. 
É indicada por sinais como: 
• Esclerose das extremidades 
• Hiato- permanece o traço da fratura 
• Calo ausente 
• Persistência ou alargamento do traço 
• Movimento no foco – a placa vai quebrar, os parafusos vão soltar 
• Dor 
• Limitação 
Não existe pseudoartrose sem dor 
Em alguns casos, no próprio trauma o paciente já perde um pedaço do osso. Por falta de 
fragmento. 
Hoje em dia a gente salva muito mais membro do que amputa, antigamente não tinha todo o 
arsenal de material para você salvar umas fraturas extremamente complexas, então esses 
métodos de fixação novos possibilita a gente salvar mais o osso. 
 
 
10 
5% das fraturas diafisárias evoluem para pseudoartrose 
O impacto social e econômico são extremamente negativos 
 Geralmente é um paciente jovem que vai demorar muito a voltar para a sua atividade laboral 
Por definição o termo é controverso e subjetivo em relação ao tempo, o que é pseudoartrose e retardo de 
consolidação 
Etiologia 
• Pode ser congênita (rara) 
• Falha mecânica (instabilidade) 
• Falha biológica (vascularização) 
Fatores predisponentes 
 
Os mais importantes: fraturas expostas, lesão importante de partes moles (você diminui a nutrição do osso, diminui 
a capacidade de regeneração), tabagismo e DM (vasculopatia periférica que diminui a chegada de sangue naquele 
lugar) 
Pseudoartrose congênita 
• É rara 
• Presença de tecido indiferenciado em meio ao tecido ósseo 
• Mais frequentes: tíbia, fíbula e clavícula 
• Causas desconhecidas 
• Relacionas a neurofibromatose 
• Prognóstico muitoruim na tíbia 
*Tumor de células gigantes pode levar a uma fratura patológica. Se essa fratura não consolidar pode levar a uma 
pseudoartrose* 
Quais são os 2 tipos principais de pseudoartrose: pseudoartrose biológica e pseudoartrose mecânica. 
Pseudoartrose por falha mecânica 
• O organismo é capaz de resposta biológica (vascular) 
• Hipervascular, hipertrófica ou viável 
o Tem a vascularização adequada, então você que não deu a estabilidade adequada 
 
 
11 
o Origem mecânica ⤏ Movimento no foco (instabilidade) ⤏ não forma tecido ósseo 
Pata de elefante 
• Fragmentos viáveis e reduzidos 
• Calo ósseo-cartilaginoso hipertrófico (não evolui para o calo 
duro) 
• Fixação/imobilização inadequada 
• Típica do fêmur 
Pata de cavalo 
• Fragmentos viáveis e reduzidos 
• Calo ósseo-cartilaginoso moderado 
• Moderada esclerose óssea 
• Típica de osteossíntese com fixação instável 
• TTO: tirar a haste, debridar o foco de fratura, remover o tecido fibroso que tiver, ou colocar uma haste mais 
grossa ou colocar placa e parafuso para dar mais estabilidade 
Oligotrófica 
• Viabilidade presente, mas pequena 
• Calo ósseo pobre: há remodelação no foco 
• Diástase entre os fragmentos 
• Típica em osteossíntese com redução e fixação inadequada 
Esses 3 tipos o organismo é capaz de responder, tem vascularização a falha está na 
estabilidade 
Pseudoartrose por falha biológica 
• Incapaz de resposta biológica (vascular) 
• Avascular, atrófica ou inviável 
Cunha de torção (fratura triangular) 
• Fragmento intermediário (3° fragmento) 
• Consolidação de um lado 
• Vascularização precária 
• Típica em diáfise de tíbia 
Cominutiva 
• Fragmentos intermediários necróticos 
• Ausência de sinais de consolidação 
• Típica após intensa manipulação e agressão para osteossíntese 
Com defeito 
• Perda de fragmento ósseo em diáfise 
• Extremos ósseos são viáveis 
• Consolidação é impossível 
 
 
12 
• Na evolução os extremos ficarão atróficos 
Atrófica 
• Fragmentos atróficos, avasculares 
• Formação de tecido fibroso cicatricial, sem potencial osteogênico 
• Típico em infecções após osteossíntese 
Tratamento 
• Nunca deve ser menosprezado 
• Sempre é um procedimento difícil 
• Potencial de resposta biológica 
• Condições para estabilização 
• Presença de infecção 
• Condições do paciente 
• Condições da equipe 
• Tratar o paciente e não a radiografia 
Medidas extremas como artrodese (fusão da articulação), artroplastia (substituição do segmento ósseo articular por 
uma prótese) e amputação hoje em dia está praticamente proscrito como tratamento para pseudoartrose. 
Hipertrófica 
• Fixação + estável 
• Remover a fibrose, fazer uma decortição óssea, você raspando o osso isso leva um sangramento que auxilia 
a consolidação 
Atrófica 
• Decorticação 
• Fixação estável 
• Enxerto ósseo da crista ilíaca, porque temos osso esponjoso em abundância 
o Ele é osteogênico (ele estimula a produção de células osseas), ele é osteoindutor (chama novas 
células) e ele é osteocondutor (forma tipo um arcabouço para que haja a formação do calo ósseo) 
Exigências comuns 
• Redução 
• Estabilidade 
Métodos de fixação vai depender da fratura que você tiver 
• Placa e parafusos de compressão 
• Placa em onda 
• Haste intramedular 
• Fixação externa 
Pseudoartrose hipertrófica pata de elefante: decortição + trocou a placa e tirou os 
parafusos de dentro do foco = evoluiu para consolidação 
 
 
Haste intramedular 
 
 
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Placa onda: diminui o estresse e a sobrecarga evoluindo 
 
Fixador externo (Ilizarov) ele é usado para pseudoartrose com defeito ósseo, como ele 
funciona? Você faz uma osteotomia, você quebra aqui em cima porque você vai 
regulando esse fixador, essa parte da tíbia vai descendo para encostar na outra 
enquanto a outra você vai abrindo lentamente, movimentos milímetros diários para 
que vá ocorrendo a consolidação. Consolida em cima e consolida embaixo. Transporte 
ósseo. 
Estimulação elétrica: 3h/dia 80% consolidação, sem diferença quanto a cronicidade, 
infectadas = não infectadas, 1cm diástase, melhores se associadas a enxerto + fixação 
Avanços: BMP- Proteina morfogenética óssea, concentrado de células-tronco da MO, concentrado de fator de 
crescimento plaquetário 
Prognóstico: quando tratada de forma adequada tem cerda de 90% de sucesso

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