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sobre o filme Cidada~o Kane

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Pontifícia Universidade Católica – PUC-Rio
COM 1570 – Cinema Mundial I – turma 2IA
Professor: Antonio Carlos
Aluna: Leila Marina Cardoso Camilotti Maciel de Lourenço
G2 - junho 2011
Sobre o filme Cidadão Kane
 O filme Cidadão Kane de 1941, dirigido e estrelado por Orson Welles é um marco na história do Cinema. A sua importância é inegável. Ele detém o primeiro lugar da lista dos 100 melhores filmes do AFI (American Film Institute) e da revista Sight and Sound. O filme foi feito qundo Welles tinha apenas 25 e por mais que ele fosse novato na sétima arte teve total liberdade e poder de decisão. As técnicas de filmagem consolidadas pelo filme se tornaram o padrão hollywoodiano.
 George J. Shaefer foi quem fez o acordo com Welles para a produção de Cidadão Kane. Ele chefiava os estúdios da RKO. Sua proposta ao futuro cineasta inclua produzir, escrever, dirigir e atuar em pelo menos dois filmes como bem entendence e no tempo que lhe fosse conveniente. Orson e a sua produtora Mercury Theatre receberiam U$100 mil, além de 20% nos lucros, depois que o estúdio recuperasse o dinheiro investido. O estúdio acabou tendo prejuízo devido as ações de William Randolph Hearst.
 Hearst foi um dos maiores magnatas da mídia dos Estados Unidos e fez de tudo para que Cidadão Kane fosse banido, já que a obra é vista como uma biografia velada do milionário. O filme conta a estória de Charles Foster Kane, sua ascensão e queda como imperador dos meios de comunicação norte americanos e a busca de um repórter para descobrir o significado de sua última palavra: Rosebud.
 “Rosebud” permeia todo o mistério da morte do magnata. Os personagens do filme nunca descobrem o seu significado, mas os espectadores recebem a resposta em forme de metáfora. O fim do filme não é óbvio e pressupõe a ação de quem vê para interpretar a linguagem de Welles. O treinó Rosebud de Kane é perdido e também é, de acordo com a interpretação mais corrente, o amor paterno. 
 Tal interpretação da obra tem relação com o complexo de Édipo freudiano. Tal fato mostra a inteligência Orson Welles para utilizar a psicanálise como estratégia cinematográfica. Mas não é apenas o talento de Welles a razão para a excelência deste filme. O roteiro foi escrito juntamente com Herman J. Mankiewicz, que já tinha 13 anos de experiência em Hollywood e quem assina a fotografia é Gregg Toland, conhecido no meio por ser um fotógrafo inovador e audacioso.
 Nem tudo feito no filme era original, mas por ter sido colocado tão magistralmente numa obra só, a maioria dos espectadores da época teve a sensação de estar vendo alguns dos truques pela primeira vez. Dentro das técnicas cinematográficas ousadas podemos encontrar o uso inovador de lentes de ângulo aberto e foco profundo (deep focus), cenários com tetos baixos e visíveis, tomadas frontais de luzes, recursos de flashback e transições de cena que logo se transformaram no padrão hollywoodiano. Apesar de ter recebido 10 indicações ao Oscar, ganhou apenas uma estatueta, no quesito melhor roteiro original. Alguns críticos consideram isso o maior erro da história da Academia.
 Welles tinha enorme experiência artística no teatro e no rádio. A famosa transmissão radiofônica de Guerra dos Mundos que fez muios ouvintes acreditarem na invasão alienígena na Terra é de sua autoria. Mas depois de ser Kane no cinema, nunca mais fez sucesso e morreu na decadência. Como parte mais importante de seu legado ficou para nós Cidadão Kane. Filme que não apenas consolidou técnicas da dramaturgia cinematográfica mas que também inventou o cinema moderno.
Bibliografia
AUGUSTO, Sérgio, Cidadão Kane in LABAKI, Amir (org.), Folha conta 100 anos de cinema, Imago, RJ.
BERGAN, Ronald, Guia Ilustrado Zahar de Cinema, Jorge Zagar Editor.

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