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Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Os núcleos da base, como o cerebelo, constituem um sistema motor acessório que funciona, em geral, não por si mesmo, mas em estreita associação com o córtex cerebral e com o sistema de controle motor corticoespinal. De fato, os núcleos da base recebem a maior parte de seus sinais aferentes do próprio córtex cerebral e, também, retornam quase todos os seus sinais eferentes para o córtex. A cada lado do encéfalo, esses núcleos consistem no núcleo caudado, no putâmen, no globo pálido, na substância negra e no núcleo subtalâmica. Um dos principais papéis dos gânglios da base, no controle motor, é o de funcionar associados ao sistema corticoespinal, para controlar padrões complexos de atividade motora. → Determina com que rapidez o movimento deve ser realizado → Controlar qual a dimensão dos movimentos Interrelação de vários neurotransmissores: → Vias que contêm DOPAMINA: substância negra → núcleo caudado e putâmen. Quando a dopamina é captada por receptores neuronais do tipo D1, a sinapse é excitatória (via direta). Quando a dopamina é captada por receptores do tipo D2, a sinapse é inibitória (via indireta). → Vias que contêm o GABA: núcleo caudado e putâmen → globo pálido e substância negra → Vias que contêm ACETILCOLINA: córtex → núcleo caudado e putâmen → Múltiplas vias gerais para o tronco cerebral que secretam NOREPINEFRINA, SEROTONINA, ENCEFALINA e vários outros neurotransmissores, nos diversos núcleos dos gânglios da base → Vias que utilizam o GLUTAMATO: sinais excitatórios que contrabalançam o grande número de sinais inibitórios transmitidos, especialmente pelos transmissores inibitórios dopamina, GABA e serotonina. As aferências ativam o estriado (caudado e putâmen) através de sinapses excitatórias com glutamato. As sinapses finais geradas pelo globo pálido interno e pela parte reticulada da substância negra são inibitórias e indicam a principal função desses núcleos: os núcleos da base facilitam os movimentos voluntários através da inibição de movimentos indesejados. Ou seja, os núcleos da base inibem todos os movimentos que não devem ser feitos para que o movimento desejado seja executado de maneira satisfatória. Sem haver competição, o movimento desejado pode ser executado com a localização espacial, a extensão e o tônus adequado. Os núcleos da base fornecem informação necessária para planejar e desencadear os movimentos e também para organizar os ajustes posturais associados a estes movimentos. Para essas tarefas, parece que os núcleos da base facilitam seletivamente alguns movimentos e, paralelamente, suprimem outros. Esse comportamento dual de excitação e inibição dos núcleos da base ocorrem por meio de duas alças motoras conhecidas como vias de saída estriatal direta e indireta. São duas vias com efeitos antagônicos sobre o tálamo, sendo que a via direta excita o tálamo e a via indireta o inibe. Como mencionado anteriormente, o circuito motor corticogangliobasal-talamocortical se inicia nas áreas motoras do córtex e projeta-se para o putâmen de forma somatotópica (para cada região do córtex há uma região correspondente no putâmen). Lesões no globo pálido: movimentos de contorção espontâneos – atetose Lesão no subtálamo: movimentos súbitos e em bloco de toda uma extremidade – hemibalismo Lesões no putâmen: movimentos rápidos e abruptos de curta extensão nas mãos, face e outras partes do corpo – coreia Lesões na substância negra: rigidez, acinesia e tremores (doença de Parkinson) Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Ao chegar no putâmen, o circuito motor se divide nas vias direta e indireta. A via direta é formada por neurônios de projeções que saem do putâmen e chegam até o globo pálido interno (GPi), que contém GABA, e o GPi projeta neurônios para os núcleos ventral lateral e ventral anterior do tálamo. Lembre-se que o putâmen é uma região predominantemente gabaérgica e que o GABA é um neurotransmissor inibitório. Então, perceba o que ocorre: a excitação cortical sobre o putâmen é transformada em inibição para o GPi – o córtex excita o putamen, e este por sua vez inibe o GPi; o GPi, região também inibitória, exerce ação sobre o tálamo – o GPi ao ser inibido diminui o seu efeito inibitório sobre o tálamo. Portanto, o produto final da via direta com essa dupla ação inibitória é um efeito excitatório do tálamo ao córtex, facilitando o início dos movimentos. A via indireta é um pouco mais complexa e apresenta efeito oposto ao da via direta. Na via indireta ocorre a ação do núcleo subtalâmico, que é uma estrutura excitatória. A via indireta é formada por neurônios inibitórios de projeções do putamen que chegam até o globo pálido externo (GPe), que também é uma estrutura inibitória (possui Gaba- encefalina). Perceba que raciocínio da via indireta, apesar de oposto, é semelhante ao da via direta: o GPe projeta fibras e exerce efeito sobre o núcleo subtalâmico, portanto, ao ser inibido pelo putamen, o GPe diminui a utilização do GABA e passa a inibir menos o núcleo subtalâmico; o núcleo subtalâmico desinibido aumenta sua ação excitatória sobre o globo pálido interno e sobre a pars reticulata da substância negra – dessa forma, é provocada uma forte ação inibitória sobre o tálamo. O tálamo mais inibido atua de modo negativo sobre o córtex cerebral (lobo frontal) e suprime os movimentos. Outro neurotransmissor com papel importante no funcionamento do circuito é a dopamina. Ela pode exercer tanto papel excitatório quanto inibitório. Na via direta ela atua na via nigroestriatal (que tem efeito excitatório) atuando nos receptores dopaminérgicos D1. Na via indireta ela atua com efeito inibitório nos neurônios estriatais através dos receptores dopaminérgicos D2. Então, a dopamina no corpo estriado pode maximizar a ação da via direta (facilitando os movimentos) mas também pode maximizar a via indireta (inibindo os movimentos). Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Diminuição do aporte de dopamina irá ocasionar uma menor inibição do estriado ao globo pálido interno na via direta, o que irá ocasionar uma maior inibição do tálamo. Na via indireta, a diminuição da dopamina irá causar uma maior inibição do globo pálido externo pelo estriado e uma menor inibição do núcleo subtalâmico que irá ativar de forma mais intensa o globo pálido interno, novamente levando a uma maior inibição talâmica. Os transtornos dos núcleos da base, principalmente do corpo estriado, são hipercinéticos, hipocinéticos ou comportamentais e emocionais. Os principais são: hemibalismo, parkinsonismo, coreia de Sydenham, TOC, distonia, mioclonias. Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Definição Caracteriza-se por tremo de repouso, rigidez, bradicinesia e disfunção da marcha com instabilidade postural. Essas manifestações são conhecidas como “manifestações essenciais” da doença. Outros achados clínicos podem incluir: → “Freezing” da marcha → Dificuldade na fala → Comprometimento da deglutição → Distúrbios autonômicos → Características não motoras: alterações sensitivas, transtornos de humor, disfunção do sono, comprometimento cognitivo e demência Etiologia Patogênese As características principais da DP consistem em degeneração dos neurônios dopaminérgicos na parte compacta da substância negra, redução da dopamina estrial e inclusões proteináceas intraneuronais, conhecidas como corpos de Lewy e neuritos de Lewy, que contém principalmente a proteína alfa-sinucleína. A degeneração neuronal com formação de corpúsculos de inclusão também pode afetar os neurônios colinérgicos do núcleo basal de Meynert (NBM), os neurônios noradrenérgico do locus cerúleas (LC), os neurônios serotoninérgicos dos núcleos da rafe do tronco encefálico e neurônio do sistema olfatório, hemisférios cerebrais, medula espinal e sistemanervoso autônomo. Essa patologia “não dopaminérgica” é provavelmente responsável pelo desenvolvimento das manifestações não dopaminérgicas. Vários fatores foram implicados na patogênese da morte celular na DP, incluindo estresse oxidativo, inflamação, excitotoxicidade, disfunção mitocondrial e acúmulo de proteínas mal enoveladas com consequente estresse proteolítico. Com o envelhecimento, os neurônios dopaminérgicos substituem o sódio pelo cálcio para manutenção da sua atividade espontânea através dos canais de cálcio, potencialmente tornando esses neurônios de alta energia A degeneração dopaminérgica com perda do tônus dopaminérgico leva a um aumento da descarga de neurônios do núcleo subtalâmico e globo pálido interno, inibição excessiva do tálamo, redução da ativação dos sistemas motores corticais e desenvolvimento das manifestações parkinsonianas. Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 vulneráveis à neurotoxicidade mediada pelo cálcio. Qualquer que seja o mecanismo patogênico envolvido, a morte celular parece ocorrer, pelo menos em parte, por meio de um processo “suicida” ou apoptótico mediado por sinais. Fatores de risco → A idade é o principal fato de risco, quanto maior a idade, maior a chance de desenvolver a doença → Conta com químicos tóxicos, metais pesados e pesticidas, podem provocar a morte dos neurônios responsáveis pela produção da dopamina → Sexo masculino → Fatores genéticos e história familiar (mutações genéticas no gene SNCA responsável pela codificação da proteína alfa-sinucleína e cinase 2 rica em leucina (LRRK2)) → Trauma → Medicamentos como antipsicóticos → Tabagismo Manifestações Clínicas Geralmente, os sintomas começam em um membro. Essa assimetria com frequência persiste até os últimos estágios da doença. → SINTOMAS MOTORES: tremor de repouso (4 a 6 ciclos por segundo, tipicamente com uma aparência de “rolar pílulas” quando envolve a mão; reduz quando o membro se move e ocupa uma nova posição, embora possa surgir novamente – “tremor reemergente”; pode ser incapacitante e constrangedor; pode apresentar dor ou fadiga do membro; acentua com o estresse), tremor postural e cinético de alta frequência, rigidez (movimentos passivos lentos, rigidez em roda denteada, rigidez em cano de chumbo – ausência de tremor), acinesia ou bradicinesia (lentidão, amplitude reduzida, cansaço e interrupções no movimento em curso, falta de expressão facial ou ato de piscar reduzido, fala baixa e monótona, deglutição alterada resultando em sialorreia, micrografia, redução da movimentação do braço durante a marcha, passos curtos e arrastando os pés, dificuldade de se levantar, bloqueio motor), distúrbios posturais (postura flexionada nos membros e tronco, instabilidade postural, desequilíbrio e quedas, incapacidade de parar por si próprios, de ir para frente ou para trás). → OUTROS SINTOMAS: dor e outros distúrbios sensoriais, problemas disautonômicos (urgência e frequência urinária), hipotensão ortostática, constipação, disfunção erétil, anormalidades do sono, ansiedade, cansaço, depressão, transtornos cognitivos (demência), transtornos motores axiais, disfunção neurocomportamental e cognitivas. Diagnóstico e diagnóstico diferencial Parkinsonismo é um termo genérico empregado para definir uma síndrome manifestada por bradicinesia com rigidez e/ou tremor. O exame de imagem do sistema dopaminérgico do cérebro em pacientes com DP pode ser realizado com tomografia por emissão de pósitrons (PET) ou tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT). Esses exames geralmente revelam uma captação reduzida e assimétrica dos biomarcadores dopaminérgicos estriatais, particularmente na parte posterior do putâmen, com preservação relativa do núcleo caudado. Degeneração dos neurônios dopaminérgicos nigroestriatais e a perda dos terminais estriatais. O exame de imagem pode ser útil em casos de incerteza diagnóstica ou em estudos de pesquisa. O teste genético pode ser útil para estabelecer o diagnóstico, porém não é utilizado de modo rotineiro. Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 → Deve-se considerar uma forma genética de DP em pacientes com história familiar positiva, idade de início precoce (< 40 anos), quadro clínico específico ou origem étnica particular e que estejam participando de estudos de imagem. PARKINSONISMO ATÍPICO E OUTRAS FORMAS: O parkinsonismo atípico refere-se a um grupo de condições neurodegenerativas que habitualmente estão associadas a uma patologia mais disseminada do que a encontrada na DP (potencialmente com degeneração do estriado, globo pálido, cerebelo, sistemas encefálicos, bem como substância negra compacta). Estas incluem atrofia de múltiplos sistemas (MAS), paralisia supranuclear progressiva (PSP) e síndrome corticobasal (SCB). Como o grupo, manifestam-se como parkinsonismo (rigidez e bradicinesia), porém apresentam diferenças clínicas da DP. → Parkinsonismo atípico: comprometimento precoce da fala e da marcha, ausência de tremor de repouso, ausência de assimetria motora, resposta precária ou ausente à levodopa e evolução clínica mais agressiva. Nos estágios iniciais, pode haver um benefício modesto da levodopa, e pode ser difícil diferenciá-los da DP. A neurodegeneração envolve a substância negra compacta sem corpos de Lewy e ocorre mais intensamente do que na DP. Os exames de neuroimagem do sistema dopaminérgico não costuma ser uteis, pois, a depleção de dopamina estriatal pode ser vista tanto na DP como no parkinsonismo atípico. A imagem metabólica das conexões entre núcleos da base e tálamo pode ser útil, demonstrando um padrão de atividade diminuída no globo pálido interno com atividade aumentada no tálamo, ou seja, o inverso do que é observado da DP. → Parkinsonismo secundário: ocorre em consequência de uma variedade de condições primárias, incluindo fármacos, acidente vascular cerebral, tumor, infecção ou exposição a toxinas, como monóxido de carbono ou manganês, que podem causar dano a regiões específicas dos núcleos da base. As manifestações clínicas refletem a região dos núcleos da base que foi lesionada. Agentes bloqueadores da dopamina, como os neurolépticos, são a causa mais comum de parkinsonismo secundário. → Parkinsonismo em distúrbios degenerativos: doença de Wilson, doença de Huntington, certas formas de ataxia espinocerebelar e distúrbios neurodegenerativos com acúmulo de ferro no cérebro. ] Tratamento Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 FÁRMACOS DISPONÍVEIS Levodopa: A levodopa tem sido a base da terapia para a DP. A dopamina não atravessa a barreira hematoencefálica, de modo que os ensaios clínicos foram iniciados com levodopa, um precursor da dopamina. A levodopa é administrada rotineiramente em associação com um inibidor da descarboxilase periférica para impedir o seu metabolismo periférico à dopamina e evitar o desenvolvimento de náuseas e vômitos, devido à ativação dos receptores de dopamina na área postrema, que não são protegidos pela BHE. A levodopa continua sendo o tratamento sintomático mais efetivo para a DP e o padrão-ouro para comparação com novas terapias. Nenhum tratamento clínico ou cirúrgico atual proporciona benefícios antiparkinsonianos superiores aos que podem ser obtidos com a levodopa. → EFEITOS COLATERAIS: efeitos colaterais dopaminérgicos agudos incluem náusea, vômitos e hipotensão ortostática. São habitualmente transitórios e, em geral, podem ser evitados ao iniciar com baixas doses, com titulação gradual. Caso persistam, podem ser tratados com doses adicionais de um inibidor da descarboxilase periférico, administração com alimento ou adição de um agente bloqueador da dopamina periférico, como domperidona. → COMPLICAÇÕES MOTORAS: as complicações motoras induzidas por levodopa consistem em flutuações da resposta motora (episódios “on”quando o fármaco está atuando e episódios “off” quando as manifestações parkinsonianas retornam) e movimentos involuntários, conhecidos como discinesias, que normalmente complicam os períodos “on”. Ocorre discinesia do pico da dose quando a concentração plasmática de levodopa alcança o seu pico e benefício clínico máximo. Em geral, são coreiformes, mas podem manifestar-se como movimentos distônicos, mioclonia ou outros distúrbios do movimento. Em geral, essas discinesias consistem em movimentos transitórios, estereotípicos e rítmicos, que acometem predominantemente os membros inferiores e que muitas vezes estão associados a parkinsonismo em outras regiões do corpo. A causa das complicações motoras induzidas pela levodopa não é precisamente conhecida. Tem mais tendência a ocorrer em mulheres e jovens com doença mais grave e com o uso de doses mais altas de levodopa. Agentes dopaminérgicos: Atuam diretamente sobre os receptores de dopamina. Não necessitam de conversão metabólica em produto ativo e não sofrem metabolismo oxidativo. Os primeiros fármacos derivados do ergot foram substituídos pela segunda geração de agonistas dopaminérgicos não ergot (pramipexol, ropinirol, rotigotina). Em geral, os agonistas dopaminérgicos não têm eficácia comparável à levodopa. Apresentam menos tendência do que a levodopa de induzir a discinesia, possivelmente devido à sua ação relativamente longa. Por esse motivo, muitos médicos iniciam a terapia com um agonista dopaminérgicos, particularmente em pacientes mais jovens, embora a levodopa seja por fim necessária em quase todos os pacientes. → EFEITOS COLATERAIS: agudos (náuseas, vômitos, hipotensão ortostática) e uso crônico (alucinações e déficit cognitivo). Os agonistas dopaminérgicos podem também estar associados a transtornos do controle de impulso, incluindo jogo patológico, hipersexualidade, compulsão alimentar e compras compulsivas. o Inibidores da MAO-B: Os inibidores da monoaminoxidase tipo B (MAO-B) bloqueiam o metabolismo central da dopamina e aumentam as concentrações sinápticas do neurotransmissor. A selegilina e a rasagilina são inibidores suicidas relativamente seletivos da isoforma MAO-B da enzima. Clinicamente, esses agentes proporcionam benefício antiparkinsonianos quando usados como monoterapia nos estágios iniciais da doença e reduzem o tempo em “off” quando administrados como adjuvantes da levodopa em pacientes com flutuações motoras. Em geral, são seguros e bem tolerados. o Os inibidores da MAO-B também têm o potencial de bloquear o metabolismo oxidativo da dopamina e impedir o estresse oxidativo. Inibidores da COMT: Quando administrada com um inibidor da descarboxilase, a levodopa é principalmente metabolizada na periferia pela enzima catecol-O- metiltransferase (COMT). Os inibidores da COMT aumentam a meia-vida da eliminação da levodopa e a sua disponibilidade no cérebro. A combinação da levodopa com um inibidor da COMT reduz o tempo em “off” e prolonga o tempo em “on” em pacientes com flutuações motoras, enquanto melhoram os escores motores. → EFEITOS COLATERAIS: dopaminérgicos – náuseas, vômitos e aumento da discinesia. Podem ser controlados, geralmente, com a redução da dose de levodopa em 20 a 30%. Agentes anticolinérgicos de ação central: benztropina e triexifenidil. Perderam o lugar para a introdução dos agentes dopaminérgicos. Seu principal efeito clínico é no tremor, embora não seja certeza de que esse efeito benéfico seja superior àquele que pode ser obtido como agentes como a levodopa e os agonistas dopaminérgicos. Podem ser usados em pacientes com tremor intenso. Seu uso é limitado, em particular nos idosos, devido à sua propensão a induzir uma variedade de efeitos colaterais, incluindo disfunção urinária, glaucoma e, sobretudo, comprometimento cognitivo. NEUROPROTEÇÃO: Apesar dos diversos agentes terapêuticos disponíveis para o tratamento da DP, os pacientes continuam progredindo e desenvolvem incapacidade intolerável. Uma terapia neuroprotetora que diminua ou Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 interrompa a progressão da doença permanece sendo a principal necessidade clínica não alcançada na DP. Alguns fármacos, como selegilina, rasagilina, pramipexol e ropinirol apresentaram resultados positivos em estudos. TRATAMENTO CIRÚRGICO: A maioria dos procedimentos cirúrgicos para DP atualmente realizados utiliza a estimulação cerebral profunda (ECP). Nesse procedimento, um eletrodo é implantado na área alvo e conectado a um estimulador inserido no subcutâneo da parede torácica. A ECP pode agir rompendo a sinalização anormal associada com a DP e as complicações motoras. A ECP para a DP tem como principais alvos o NST e o GPi. Produz resultados notáveis, particularmente no que concerne ao tremor e à redução do tempo em “off” e das discinesias; entretanto, não proporciona benefícios clínicos superiores nem melhora as manifestações que não respondem à levodopa, como Freezing, quedas e demência. MANEJO DAS MANIFESTAÇÕES NÃO MOTORAS E NÃO DOPAMINÉRGICAS: Algumas manifestações não motoras, embora provavelmente não reflitam uma patologia dopaminérgica, beneficiam-se mesmo assim dos agentes dopaminérgicos. → Depressão: antidepressivos não devem ser suspensos. → Ansiedade: benzodiazepínicos de ação curta → Psicose: anuncia o desenvolvimento da demência. A primeira abordagem é suspender os agentes menos efetivos do que a levodopa, como anticolinérgicos, amantadina e agonistas dopaminérgicos, seguido de redução da dose de levodopa, se possível. → Demência: interromper o uso de agentes dopaminérgicos (agravam a função cognitiva) ou ter sua dose reduzida. Os fármacos em geral são suspensos na seguinte sequência: anticolinérgicos, amantadina, agonistas dopaminérgicos, inibidores da COMT e inibidores da MAO-B. → Déficit cognitivo: menor dose de levodopa padrão que força efeitos antiparkinsonianos significativos e não piores a função mental. → Distúrbios autonômicos: hipotensão ortostática – adição de sal à dieta e a elevação da cabeceira da cama para evitar natriurese noturna. O uso de baixas doses de fludrocortisona ou midodrina controla a maioria dos casos. A vasopressina e a eritropoetina podem ser usados em casos mais graves ou refratários. → Disfunção sexual: sildenafila ou tadalafila. → Problemas urinários: avaliação pelo urologista + agentes colinérgicos → Distúrbios do sono (sono fragmentado e sonolência excessiva diurna): clonazepam em doses baixas Prognóstico A DP progride inexoravelmente através de um período de muitos anos; a rapidez e o curso da progressão variam consideravelmente de um paciente a outro. Alguns pacientes mantêm uma resposta excelente ao tratamento e parecem mudar muito pouco durante o acompanhamento prolongado, mas na maioria das vezes observa-se aumento da incapacidade, com o desenvolvimento de muitos sintomas que são pouco responsivos às medicações. Definição Pacientes com < 65 anos, cognitivamente intactos e desprovidos de outros problemas médicos: inibidor da MAO-B e/ou agonista dopaminérgico Jovens com incapacidade funcional significativa: agonistas dopaminérgicos para reduzir o risco de complicações motoras Estágios mais avançados: Levodopa Complicações motoras: Levodopa ou Levodopa em doses menores + agonista dopaminérgico, um inibidor da COMT ou um inibidor da MAO-B Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Os distúrbios do movimento hipercinéticos caracterizam-se por movimentos involuntários não acompanhados de fraqueza. Porém, distúrbios hipercinéticos, como a distonia, podem manifestar movimentos lentos, devido à contração muscular intensa. Manifestações clínicas e abordagem diagnóstica • Localização no sistema nervoso – exame neurológico + natureza do início + progressão dos sintomas • Avaliação da origem • Definição do tipo de distúrbio do movimento que melhor descreve o quadro clínicoDefinição É um distúrbio autossômico dominante, progressivo/neurodegenerativo, fatal e de alta penetrância, caracterizado por disfunção motora, comportamental, oculomotora e cognitiva. O início é geralmente observado entre 25 e 45 anos de idade (faixa de 3 a 70 anos), mas 5 a 10% dos pacientes têm início antes dos 20 anos de idade (DH juvenil). A DH caracteriza-se por movimentos coreiformes involuntários, aleatórios, migratórios, rápidos, não estereotipados e semipropositais. Entretanto, a disartria, o distúrbio da marcha, anormalidades oculomotoras, distúrbios comportamentais e comprometimento cognitivo com demência também são características comuns. Nos estágios iniciais, a coreia tende a ser focal ou segmental, porém evolui com o passar do tempo, acometendo diversas regiões do corpo. Com a progressão da doença, tende a haver redução da coreia e aparecimento de distonia, rigidez, bradicinesia e mioclonias. A perda de peso progressiva apesar do aporte calórico adequado prediz o surgimento do declínio funcional. Por fim, os pacientes com DH desenvolvem transtornos comportamentais e cognitivos, e a maioria evolui para demência. As manifestações psiquiátricas incluem mudanças de personalidade, impulsividade, comportamento agressivo e psicose paranoide. Esses sintomas psiquiátricos podem preceder as manifestações motoras. Alguns pacientes, especialmente aqueles com início juvenil, têm uma forma rígido-acinética/distônica mais rapidamente progressiva (variante de Wesphal). Etiologia É o resultado de uma mutação no gene huntingtin (HTT) (no cromossoma 4), causando repetição anormal da sequência CAG do DNA, que codifica o aminoácido glutamina. Degenerativa e hereditária – afeta o SNC (estriado, córtex, hipotálamo). Fisiopatologia Na doença de Huntington ocorre atrofia do núcleo caudado, degeneração dos neurônios espiculados inibitórios médios no corpo estriado e diminuição das concentrações de ácido gama-aminobutírico (GABA) e da substância P. A doença de Huntington é resultado de uma mutação no gene huntingtin (HTT) (no cromossoma 4), causando repetição anormal da sequência CAG do DNA, que codifica o aminoácido glutamina. O produto do gene, uma proteína grande, denominada huntingtina, apresenta um alongamento expandido de resíduos de poliglutamina, que se acumulam dentro dos neurônios e levam à doença por um mecanismo desconhecido. Quanto mais repetições CAG, mais precocemente a doença se inicia e mais grave é sua expressão (fenótipo). A quantidade de repetições da sequência CAG pode aumentar em gerações sucessivas quando o pai transmite a mutação e, ao longo do tempo, levar a fenótipos cada vez mais graves na árvore familiar (chamado antecipação). Fatores de risco Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Quadro clínico Os sinais e sintomas da doença de Huntington se desenvolvem de forma insidiosa, começando por volta dos 35 a 40 anos de idade, dependendo da gravidade do fenótipo. Demência ou anormalidades psiquiátricas (p. ex., depressão, apatia, irritabilidade, anedonia, comportamento antissocial, doença bipolar completa ou transtorno esquizofreniforme) desenvolvem-se anterior ou simultaneamente ao distúrbio do movimento. Esses sintomas predispõem os pacientes à ideação suicida e suicídio, que são muito mais comuns em pacientes com doença de Huntington do que na população em geral. Aparecem movimentos anormais; eles incluem coreia, atetose, reflexos mioclônicos e pseudo-tiques (uma das causas de touretismo). Touretismo refere-se a sintomas do tipo Tourette que resultam de outro transtorno neurológico ou do uso de fármacos; o touretismo também inclui. Os movimentos gestuais repetitivos e/ou sons fonatórios que os pacientes com coreia produzem. Ao contrário dos tiques verdadeiros, os pseudo-tiques na doença de Huntington não podem ser suprimidos. Os sintomas típicos incluem marcha bizarra semelhante a marionetes, caretas, incapacidade de mover deliberadamente os olhos rápido o suficiente e sem piscar ou estender a cabeça (apraxia oculomotora) e incapacidade de manter um ato motor (impersistência motora), como protrusão da língua ou agarrar. A doença de Huntington evolui, impossibilitando a marcha e provocando dificuldade de deglutição; resulta em demência grave. A maioria dos pacientes eventualmente necessita de internação. A morte ocorre de 13 a 15 anos após o início dos sintomas. Diagnóstico e diagnóstico diferencial → Diagnóstico clínico → Histórico familiar positivo → Confirmação diagnóstica: testes genéticos → Ressonância magnética: atrofia progressiva das cabeças dos núcleos caudados, sendo que o putâmen também pode ser afetado de maneira igual ou mais grave. Tratamento → Medidas de suporte → Aconselhamento genético para parentes Como a doença de Huntington é progressiva, deve-se discutir cedo os cuidados no final da vida. O tratamento da doença de Huntington é de suporte e sintomático. Entretanto, os pesquisadores continuam procurando maneiras para desacelerar e interromper a progressão da doença. Antipsicóticos podem suprimir parcialmente a coreia e agitação. Os antipsicóticos incluem → Clorpromazina, 25 a 300 mg. por via oral 3 vezes ao dia → Haloperidol, 5 a 45 mg por via oral 2 vezes/dia → Risperidona, 0,5 a 3 mg por via oral 2 vezes/dia → Olanzapina, 5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia → Clozapina 12,5 a 100 mg por via oral 1 ou 2 vezes/dia Em pacientes tomando clozapina, a contagem de leucócitos deve ser feita com frequência porque a agranulocitose é um risco. A dose antipsicótica é aumentada até os efeitos adversos intoleráveis (p. ex., letargia, parkinsonismo) se desenvolverem ou quando os sintomas estão controlados. Alternativamente, um inibidor da monoamina vesicular tipo 2 (VMAT-2) (tetrabenazina, deutetrabenazina) pode ser usado. Esses fármacos depletam a dopamina e visam diminuir a coreia e discinesias. Inicia-se a tetrabenazina a 12,5 mg por via oral uma vez ao dia, aumentada para 12,5 mg duas vezes ao dia na 2ª semana, e 12,5 mg 3 vezes ao dia na 3ª semana. Pode-se aumentar a dose em mais 12,5 mg na 4ª semana. Administram-se doses > 12,5 mg por via oral 3 vezes ao dia (resultando em uma dose total de 37,5 mg ao dia); aumenta-se a dose total em 12,5 mg ao dia semanalmente. A dose máxima é 33,3 mg por via oral 3 vezes ao dia (dose total de 100 mg/dia). As doses são aumentadas sequencialmente conforme necessário para controlar os sintomas ou até que ocorram efeitos adversos intoleráveis. Os efeitos adversos podem incluir sedação excessiva, acatisia, parkinsonismo e depressão. A depressão é tratada com antidepressivos. A deutetrabenazina agora está disponível para o tratamento da coreia na doença de Huntington. A dose recomendada é 6 a 48 mg/dia, administrada por via oral em 2 doses. A dose inicial é de 6 mg uma vez ao dia, então aumentada em 6 mg/dia a cada semana (p. ex., para 6 mg 2 vezes/dia) até o máximo de 24 mg 2 vezes/dia (48 mg/dia). (Administram-se doses ≥ 12 mg divididas em 2 doses.) Os efeitos adversos são similares àqueles da tetrabenazina, mas são mais bem tolerados. Entretanto, os inibidores do VMAT-2 são caros. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/coreia-atetose-e-hemibalismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/paciente-terminal/paciente-terminal Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Os tratamentos atualmente sob estudo visam reduzir a neurotransmissão glutamatérgica via receptor de NMDA e aumentar a produção de energia mitocondrial. O tratamento que visa aumentar a função GABA enérgica no cérebro não foi eficaz. Pessoas com parentes de 1º grau com a doença de Huntington, especialmente mulheres em idade fértil e homens pensando em ter filhos, deve receber aconselhamento genético e devem fazer exames genéticos. O aconselhamento genético deve ser oferecidoantes dos exames genéticos porque as ramificações da doença de Huntington são muito profundas. OUTRAS COREIAS → COREIA-ACANTOCITOSE (NEUROACANTOCITOSE): distúrbio autossômico recessivo progressivo e fatal que se caracteriza por coreia associada a anormalidades eritrocitárias no esfregaço de sangue periférico (Acantócitos). A coreia pode ser grave e estar associada a comportamento automultilante, distonia, tiques, convulsões e polineuropatia. → COREIA DE SYDENHAM: mais comum no sexo feminino e observada na infância (5-15 anos). Desenvolve-se em associação à exposição prévia à infecção por estreptococos do grupo A (componente tardio da febre reumática) e acredita-se que seja de natureza imune. Início agudo de movimentos coreiformes e distúrbios do comportamento. A coreia responde a agentes bloqueadores de dopamina, ao ácido valproico e à carbamazepina, porém é autolimitada, e o tratamento costuma ser restrito àqueles com coreia grave. → HEMIBALISMO: o balismo é uma forma violenta de movimento coreiforme, que consiste em movimentos violentos de arremesso e grande amplitude, que acometem mais frequentemente os músculos proximais dos membros em um lado do corpo (hemibalismo). Os movimentos podem ser graves a ponto de causar exaustão, desidratação, lesão local e, nos casos extremos, morte. Os fármacos bloqueadores de dopamina podem ser muito úteis. É autolimitado e tende a melhorar espontaneamente durante semanas ou meses. As causas mais comuns consistem em lesão parcial (infarto ou hemorragia) no NST. Definição Consiste em contrações alternadas de músculos agonistas e antagonistas de maneira oscilante e rítmica. Pode ser mais proeminente em repouso (tremor de repouso), ao assumir uma postura (tremor postural), ao alcançar ativamente um alvo (tremor cinético) ou ao executar um movimento (tremor de ação). Cecil: O tremor é um movimento rítmico, sinusoidal de uma parte do corpo, é causado por contrações regulares, síncronas ou alternantes, de músculos reciprocamente inervados. Inicialmente um tremor pode ser evidente apenas quando alguém tenta realizar tarefas delicadas e habilidosas. Tremores mais graves podem interferir em atividades como caligrafia, fechar botões, fazer a própria barba, entre outros. Os pacientes com frequência se adaptam ou usam medidas compensatórias. TREMOR ESSENCIAL: • Distúrbio do movimento mais comum, afetando cerca de 5% da população após os 60 anos de idade. • TREMOR DE REPOUSO: tremor que normalmente ocorre quando o indivíduo procura manter uma postura acoplada a um tremor de ação. Tipicamente visto em doença de Parkinson • TREMORES DE AÇÃO: pioram com o estresse. • TREMORES DA CABEÇA: podem ser de um lado para o outro, de cima e para baixo, ou variados, raramente são incapacitantes. • TREMOR DE LARINGE: provoca voz entrecortada. • TREMORES TAREFA-ESPECÍFICOS: afetam uma única tarefa isoladamente • TREMOR CINÉTICO (cerebelar): tremor + hipotonia + dismetria • TREMOR FISIOLÓGICO: tremor postural ou de ação leve e de alta frequência (10 a 12 Hz), que habitualmente afeta os membros superiores • TREMOR FISIOLÓGICO EXACERBADO: associação entre ansiedade, fadiga, distúrbio metabólico, fármacos ou toxinas; tremor de 7-12 Hz. • TREMOR ORTOSTÁTICO: aparente nas pernas e nos músculos antigravitários quando o paciente está em pé e parado e melhora ou até desaparece durante a marcha ou apoiando-se contra a parede. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/aconselhamento-gen%C3%A9tico-e-avalia%C3%A7%C3%A3o-pr%C3%A9-natal/aconselhamento-gen%C3%A9tico-pr%C3%A9-natal Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 • Pode apresentar-se na infância, porém sua prevalência aumenta acentuadamente em indivíduos > 70 anos de idade • Definição: tremor de alta frequência (6-10 Hz) que afeta predominantemente os membros superiores. Se manifesta mais como tremor postural ou de ação. Em geral, é bilateral e simétrico, mas pode começar em um dos lados e permanecer assimétrico. Os pacientes com TE grave podem ter tremor de intenção, com dismetria e lentidão de movimentos, sugerindo origem cerebelar. O tremor melhora com a ingestão de álcool e piora com o estresse • Exame neurológico normal, com exceção do tremor • Diferencia entre DP: o tremor da DP cessa no início da ação voluntária e normalmente está associada a bradicinesia, com lentidão progressiva dos movimentos sequenciais (efeito de sequência), rigidez, instabilidade postural e da marcha e outras manifestações parkinsonianas. Os pacientes com DP podem ter tremor postural, enquanto aqueles com TE podem desenvolver tremor de repouso. • Etiologia e fisiopatologia: desconhecidas. Cerca de 50% dos casos apresentam história familiar positiva. • Tratamento: muitos casos são leves e não exigem tratamento além de tranquilização do paciente. Em caso de tremores intensos podem ser usados betabloqueadores e primidona. O propranolol 20-120. mg/dia em geral é efetivo quando usado em doses relativamente baixas. O tremor das mãos tende a melhorar acentuadamente, enquanto o tremor da cabeça é, com frequência, refratário. Injeção de toxina botulínica podem ser uteis no tremor dos membros ou da voz, porém o tratamento deve estar associado a fraqueza muscular. Definição É um distúrbio do movimento caracterizado por contrações musculares sustentadas ou intermitentes de músculos antagonistas, causando movimentos e posturas anormais frequentemente repetitivos. Os movimentos distônicos tipicamente seguem um padrão e tendem a contorcer o segmento afetado. Com frequência, a distonia é iniciada ou agravada por ação voluntária e está associada a uma atividade muscular de transbordamento (overflow). Pode afetar apenas um grupo muscular ou, em casos mais graves e incapacitantes, múltiplos grupos musculares. Movimentos distônicos de contorção lenta e sinuosos, particularmente presentes nas porções distais dos membros, são referidos como atetose. Costuma aparecer com movimentos voluntários (distonia de ação) ou tarefa-específica e pode se estender e envolver grupos musculares e regiões do corpo (distonia crescente) não necessárias para determinar a ação. Pode ser agravada pelo estresse e por fadiga e atenuada pelo relaxamento e truques sensitivos (geste antagoniste). Classificação De acordo com a idade de início, distribuição corporal (focal, segmentar, multifocal e generalizada), padrão temporal (estática ou progressiva, ação-específica, diurna e paroxística) e associação a outras características. Além disso, podem ser classificadas em primárias (única expressão fenotípica) e secundária (resultam de lesões adquiridas). • Distonia primária ou idiopática: representa 90% dos pacientes com síndrome distônica pura. Nenhuma alteração neurológica consistente foi encontrada. Frequentemente começa na primeira década de vida e pode progredir para incapacidade grave. Exame genético é recomendado para casos < 26 anos. • Distonia idiopática de início na vida adulta: tipo mais comum de distonia vista na prática neurológica geral. Começa na face, pescoço, ou braço e pode permanecer focal e não progressiva ou se espalhar apenas aos músculos contíguos após muitos anos. Causa desconhecida. • Distonia isolada: única manifestação da doença, com exceção do tremor. A de início na idade adulta é a mais frequente e mais presente nas mulheres (2x). Os principais fenótipos são: distonia cervical (laterocolo, torcicolo, anterocolo e retrocolo), blefarospasmo (contrações distônicas das pálpebras), oromandibular (parte inferior da face, lábios, língua e mandíbula), disfonia espasmódica (pregas vocais) e dos membros (desencadeada por atividades específicas) • Distonia combinada: ocorre concomitantemente com outro distúrbio do movimento, como parkinsonismo ou mioclonia. • Distonia complexa: é apenas uma das várias manifestações clínicas e podeser uma característica menos proeminente ou até mesmo inconsciente. • Distonia plus ou dopa-responsiva: Caracteriza-se por uma combinação de distonia com outros sinais neurológicos resultante de um defeito genético conhecido ou pressuposto sem um processo neurodegenerativo progressivo. Geralmente resulta em distonia começando na primeira década de vida, mais frequentemente nos membros inferiores, às vezes pode ser confundida com paraplegia espástica hereditária ou paralisia cerebral. Resulta na produção reduzida de dopamina. Apresenta em 75% dos casos flutuação diurna (piora conforme o Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 dia passa). Muitas vezes agravada pelo exercício. Os sintomas são extremamente sensíveis a doses baixas de levodopa. • Distonia generalizada: com frequência, de natureza hereditária e, diferentemente da distonia focal, geralmente surge na infância ou na adolescência. • Distonia mioclônica: habitualmente começa na primeira década de vida, combina distonia com abalos mioclônicos multifocais distintos. Envolve mais frequentemente o pescoço ou os membros superiores. O efeito melhora acentuadamente com o etanol. Etiologia Refere principalmente anormalidades genéticas e pode haver outras causas, como traumatismo e AVC. Fisiopatologia A base fisiopatológica não é completamente conhecida. Se caracteriza por disparos sincrônicos de contração simultânea de grupos musculares agonistas e antagonistas com recrutamento de grupos musculares que não são necessários para o determinado movimento (overflow). É um desarranjo do princípio fisiopatológico básico de ação- seleção, levando ao recrutamento anormal de músculos inapropriados para uma determinada ação com inibição inadequada dessa atividade motora não desejada. As lesões dos núcleos da base (particularmente o putâmen) podem induzir a distonia, e a ablação cirúrgica ou ECP de regiões específicas do globo pálido pode melhorar a distonia. Tratamento O tratamento é em sua maior parte sintomático, exceto em que há possibilidade de correção do distúrbio subjacente primário. Deve-se tentar levodopa em todos os casos de distonia de início na infância. Os neurolépticos podem melhorar, como induzir distonia, porém não são recomendados, devido ao seu potencial de induzir parkinsonismo e outros distúrbios de movimento, como distonias tardias. A toxina botulínica tornou-se o tratamento preferido para pacientes com distonia focal, atuando como bloqueador da acetilcolina na junção neuromuscular e reduzindo as contrações musculares distônicas. O tratamento cirúrgico constitui uma alternativa para pacientes com distonia grave que não responde a outros tratamentos. As medidas de suporte, como fisioterapia e educação, devem constituir parte do esquema de tratamento. Definição É uma contração motora estereotipada breve, rápida, recorrente e aparentemente despropositada, “resposta a um impulso interno e irresistível” com alívio associado à produção do tique. Os tiques motores podem ser simples, quando o movimento afeta apenas um grupo muscular, ou complexos, com comprometimento coordenado de múltiplos grupos musculares. Os tiques fônicos (ou vocais) também podem ser simples (gemidos) ou complexos (ecolalia, palilalia – repetição das próprias palavras, coprolalia – expressão de palavras obscenas). Podem apresentam tiques sensitivos, compostos de sensações focais desagradáveis na face, na cabeça ou no pescoço. A maioria dos tiques são primários ou idiopáticos e não têm nenhuma causa identificável. Os tiques secundários são causados por uma doença cerebral subjacente definida ou fator ambiental. Injeção de toxina botulínica podem ser eficazes para os tiques motores simples da face e do pescoço e podem reduzir o impulso que desencadeia o tique. SÍNDROME DE TOURETTE (ST) A ST é um distúrbio neurocomportamental que acomete mais o sexo masculino. Caracteriza-se por múltiplos tiques motores que costumam ser acompanhados de vocalizações (tiques fônicos). Os pacientes podem suprimir voluntariamente os tiques por curtos períodos de tempo, mas, em seguida, têm um impulso irresistível de expressá-los. Tendem a surgir 2 e 15 anos de idade (média de 7 anos) e diminuem ou até mesmo desaparecem na idade adulta, particularmente nos homens. Os transtornos comportamentais associados incluem ansiedade, depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtorno obsessivo-compulsivo, além de apresentar transtornos de personalidade. → Etiologia e fisiopatologia: é um distúrbio genético e com fisiopatologia desconhecida. Porém, foram sugeridas alterações na neurotransmissão da dopamina, opioides e sistemas de segundos mensageiros. → Tratamento: doença leve – aconselhamento e orientação; tratamento farmacológico em tiques incapacitantes e que interferem a qualidade de vida – alfa agonista clonidina em doses baixas e aumenta gradualmente ou neurolépticos clássicos (haloperidol, flufenazina, pimozida ou tiaprida). Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Definição É um movimento involuntário, súbito, breve, rápido (< 100 ms), brusco e semelhante a um choque que consiste em descargas musculares únicas ou repetitivas, podem ser espontâneas (em repouso), induzidas por ação (movimento intencional) e/ou reflexos (estímulos visuais, auditivos ou somestésicos); podem ser intermitentes ou repetitivas e às vezes rítmicas. Os abalos mioclônicos podem ser focais, multifocais (quando envolvem mais de uma área do corpo podem ser síncronos ou assíncronos), segmentares ou generalizados e podem ocorrer de modo espontâneo, em associação a movimentos voluntários (mioclonia de ação) ou em resposta a um estímulo externo (mioclonia reflexa). A mioclonia negativa consiste em uma perda breve de atividade muscular (curta inibição da atividade muscular em curso). As contrações mioclônicas podem ser graves e interferir com o movimento normal, ou benignas e sem consequência clínica. São comumente observadas em pessoas normais ao acordar ou adormecer (abalos hipnogógicos). Não costumam ser repetitivos e podem gravemente interferir nos movimentos normais e não são suprimíveis. A mioclonia essencial é um distúrbio familiar relativamente benigno, caracterizado por movimentos multifocais muito rápidos semelhantes a raios e que costumam ser sensíveis ao álcool. Fisiopatologia Geralmente se origina do SNC, embora causas periféricas raras sejam descritas. Pode ser classificada de acordo com a sua origem, incluindo as formas fisiológicas (abalos hipnogógicos), essenciais (esporádica ou herdada, frequentemente possuem tremor postural adicional ou distonia), epilépticas e sintomáticas. Podem surgir em associação a descargas neuronais anormais em regiões corticais, subcorticais, do tronco encefálico e da medula espinal, em associação a hipoxemia, encefalopatia e neurodegeneração. A mioclonia reversível pode ser observada com distúrbios metabólicos, toxinas e muitos medicamentos. Tratamento O tratamento consiste principalmente em terapia do distúrbio subjacente ou remoção do agente agressor. Envolve uma combinação de agentes GABAérgicos, como ácido valproico, piracetam, clonazepam, levetiracetam, ou primidona e pode estar associada a uma notável melhora clínica nos casos crônicos. O precursor da serotonina 5-hidroxitriptofano administrado com carbidopa pode ser útil em alguns casos de mioclonia pósanóxica. Definição Desordem relacionada com mioclonia, conhecida como hiperexplexia, manifesta-se como resposta excessiva ao startle (susto). Ela pode ser herdada (“doença de Startle”). Alguns pacientes demonstram apenas abalamento generalizado do corpo ou uma resposta exagerada ao startle, e mal se habituam após estímulos repetidos, enquanto outros podem apresentar enrijecimento incapacitante. Tratamento Boa resposta à terapia com clonazepam (1,5 a 15 mg/dia) Definição Este grupo de distúrbios está associadoprincipalmente a fármacos que bloqueiam os receptores dopaminérgicos (neurolépticos) ou a transmissão dopaminérgica central. Podem ser divididos em apresentação aguda, subaguda ou após exposição prolongada (síndromes tardias). Os fármacos bloqueadores da dopamina também podem estar associados a uma síndrome parkinsoniana reversível. Agudos → Distonia é a reação mais comum → Mais frequentemente vistas em pacientes jovens que estão recebendo potentes agentes antipsicóticos → Generalizada em crianças e focal em adultos (p. ex., blefarospasmo, torcicolo ou DOM) Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 → Os sintomas frequentemente variam de hora em hora e podem aumentar com a ansiedade, e melhorar com relaxamento ou reforço positivo. São autolimitadas. → Não há perda da consciência, automatismos ou achados pós-ictais típicos da epilepsia → Pode se desenvolver em minutos após a exposição → Tratamento (geralmente de sucesso): administração parenteral anticolinérgico (boa resposta a benztropina), agentes anti-histamínicos (boa resposta a difenidramina), benzodiazepínicos ou agonistas dopaminérgicos → Podem ser vistos coreia, comportamentos estereotipados e tiques após exposição a estimulantes do SNC, como metilfenidato, cocaína ou anfetaminas Subagudos → Acatisia é a reação mais comum – inquietação motora, com necessidade de mover-se, que é aliviada pelo movimento. O paciente realiza uma variedade de movimentos intencionais ou semi-intencionais, muitas vezes complexos, em resposta a uma inquietude subjetiva desconfortável. → É mais frequentemente um efeito colateral de medicações, especialmente os neurolépticos e os inibidores seletivos da recaptação da serotonina. → Tratamento: remoção do agente agressor ou quando não possível, alívio por meio de benzodiazepínicos, anticolinérgicos, beta bloqueadores ou agonistas dopaminérgicos Tardias → Desenvolvem-se dentro de meses a anos após o início do agente neuroléptico, ocorrendo frequentemente após um mínimo de 6 semanas de tratamento. Os antipsicóticos atípicos (p. ex., clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e aripiprazol) estão associados a um menor risco de DT em comparação com os antipsicóticos tradicionais. → Maior risco em idosos, mulheres e pacientes com disfunção cerebral orgânica subjacente. → As discinesias tardias são mais comuns e, em geral, manifestam-se como movimentos coreiformes e/ou distônicos envolvendo a boca, os lábios e a língua, porém não são aleatórios como na verdadeira coreia. Nos casos mais graves, o tronco, os membros e os músculos ventilatórios também pode ser afetado. → Em cerca de 1/3 dos pacientes, a DT sofre remissão dentro de 3 meses após a interrupção do fármaco, e a maioria dos pacientes melhora de modo gradual no decorrer de vários anos. → Tratamento: interrupção do agente agressor. Se o antipsicótico tradicional não puder ser suspendido, pode-se tentar substituí-lo por um antipsicótico atípico. A abstinência abrupta deve ser evitada, pois pode induzir agravamento. A valbenazina atua como inibidor do transportador de monoaminas vesicular tipo 2 (VMAT-2) e bloqueia o armazenamento da dopamina. Em alguns casos, os movimentos anormais são refratários ao tratamento. → A exposição crônica a neurolépticos também podem estar associadas a distonia tardia, com comprometimento preferencial dos músculos axiais e movimentos oscilantes característicos de tronco e da pelve. Pode ser mais problemática do que a discinesia tardia e costuma persistir apesar da suspensão do movimento (refratários ao tratamento clínico) → Síndrome neuroléptica maligna (SNM): início agudo ou subagudo de rigidez muscular, temperatura elevada, alteração do estado mental, hipertermia, taquicardia, pressão arterial instável, insuficiencia renal e elevação pronunciada dos níveis de creatina-cinase e leucocitose. Em geral, os sintomas evoluem dentro de dias ou semanas após o início do fármaco. O tratamento envolve a suspensão imediata do agente antipsicótico ofensivo e a introdução de um agente dopaminérgico, dantroleno (reduzir a contração muscular) ou benzodiazepínico. → Síndrome serotoninérgica rara (bloqueadores da recaptação de serotonina): confusão, hipertermia, taquicardia e coma, bem como rigidez, ataxia e tremor; a mioclonia é proeminente. Tratamento com propranolol, Diazepam, difenidramina, clorpromazina ou ciproeptadina, além de medidas de suporte. Definição É um distúrbio neurológico que afeta cerca de 10% da população adulta, acometendo mais mulheres do que homens e pode causam morbidade significativa. Os quatro sintomas essenciais necessários para o diagnóstico são: desejo de movimentar as pernas, em geral causado ou acompanhado de sensação desagradável nas pernas; sintomas que começam ou pioram com o repouso; alívio parcial ou completo com o movimento; agravamento no final do dia ou à noite. Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Quadro clínico Os sintomas começam mais comumente nas pernas, mas podem disseminar-se para os membros superiores ou até mesmo surgir neles. A sensação costuma ser descrita como arrepio e formigamento, parestesia, coceiras, sensação de algo se rastejando ou andando nas pernas, dor, pontadas, sensação de peso, tensão, sensação de frio ou queimação. Geralmente são experimentados durante períodos de inatividade prolongada, especialmente ao deitar-se à noite. Geralmente acompanha um padrão circadiano, atingindo seu ponto máximo entre meia noite e 4 horas da manhã. Costumam ser breves, durando não mais do que alguns segundos e recorrendo a cada 5 a 90 segundos. São causa importante de distúrbios do sono, causando má qualidade do sono e sonolência diurna. Etiologia e patogênese A SPI primária tem forte componente genético na forma autossômica dominante. A SPI secundária pode ser associada a gravidez ou a diversos distúrbios subjacentes, incluindo anemia, deficiência de ferritina, insuficiencia renal e neuropatia periférica. A patogênese provavelmente envolve comprometimento da função dopaminérgica, que pode ser periférica ou central, em associação a uma anormalidade do metabolismo do ferro (a desregulação central de ferro pode alterar de alguma forma as vias dopaminérgicas no SNC). Diagnóstico Estabelecido em bases clínicas, mas pode ser reforçado por polissonografia e demonstração de movimentos períodos das pernas. O exame neurológico é normal. As causas secundárias devem ser excluídas e níveis de ferritina, glicose e função renal devem ser determinados. Na ausência de evidência de uma causa secundária, o único teste rotineiro útil é um nível sérico de ferritina. Tratamento A maioria dos indivíduos com SPI tem sintomas discretos, que não exigem tratamento específico. Em primeiro lugar, devem-se tentar medidas gerais para melhorar a higiene e a qualidade do sono. Se os sintomas permanecerem intrusivos, baixas doses de agonistas dopaminérgicos, como pramipexol, ropinirol ou adesivos de rotigotina antes de se deitar, geralmente são efetivos. A levodopa também pode ser efetiva, porém tem mais tendência a estar associada a um aumento ou rebote. Outros fármacos que podem ser efetivos incluem anticonvulsivantes, analgésicos e opiáceos. A reposição de ferro é indicada em pacientes com níveis séricos de ferritina diminuídos. Os pacientes tipicamente se queixam de uma dor profunda de distensão ou queimação nos membros inferiores, associada à agitação ou contorção dos artelhos de maneira involuntária contínua. DOENÇA DE WILSON DEFINIÇÃO É um distúrbio de herança autossômica recessiva do metabolismo do cobre, que se manifesta com distúrbios neurológicos, psiquiátricos e hepáticos, isoladamente ou em combinação. Cerca de 50% dos pacientes com DW (em particular pacientes mais jovens) manifestam anormalidades hepáticas. O restante apresenta doença neurológica (com ou sem anormalidades hepáticas subjacentes)e uma pequena proporção tem problemas hematológicos ou psiquiátricos no início da doença. Quadro clínico O início da doença habitualmente é na segunda década, com tremor, rigidez e distonia. O tremor é bilateral e assimétrico, em geral acomete os membros superiores. O tremor pode ser de intenção ou, em certas ocasiões, de repouso e, na doença avançada, pode assumir uma característica de batimento em asa (movimentos oscilantes quando os braços são estendidos com os dedos em oposição). Outras manifestações: parkinsonismo com bradicinesia, distonia (careta facial), disartria e disfagia. Exame físico: anéis de Kayser-Fleischer – depósitos de cobre na membrana de Descemet ao redor da córnea (exame com lâmpada de fenda) – tendem a diminuir depois de 3 a 6 meses e desaparecer em 2 anos. Patologia Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 Neurodegeneração e astrogliose nos núcleos da base, particularmente no estriado. Diagnóstico → Níveis sanguíneos baixos de cobre e ceruloplasmina e níveis elevados de cobre urinário → Neuroimagem: atrofia cerebral generalizada, hipointensidade de sinal na RM ponderada em T2 na cabeça do caudado, putâmen, globo pálido, substância negra e núcleo rubro → Biópsia: níveis elevados de cobre → Teste genético: padrão ouro para diagnóstico TRATAMENTO → Redução dos níveis teciduais de cobre – a penicilamina é frequentemente usada para aumentar a excreção de cobre → Terapia de manutenção para evitar o reacúmulo – trientina e o zinco são fármacos úteis para terapia de manutenção • Doença hepática avançada: transplante de fígado
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