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Doenças hipercinéticas e hipocinéticas

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Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
 
 
 
 
 
Os núcleos da base, como o cerebelo, constituem um sistema motor acessório que funciona, em geral, não por si 
mesmo, mas em estreita associação com o córtex cerebral e com o sistema de controle motor corticoespinal. De fato, 
os núcleos da base recebem a maior parte de seus sinais aferentes do próprio córtex cerebral e, também, retornam 
quase todos os seus sinais eferentes para o córtex. A cada lado do encéfalo, esses núcleos consistem no núcleo 
caudado, no putâmen, no globo pálido, na substância negra e no núcleo subtalâmica. Um dos principais papéis dos 
gânglios da base, no controle motor, é o de funcionar associados ao sistema corticoespinal, para controlar padrões 
complexos de atividade motora. 
→ Determina com que rapidez o movimento deve ser realizado 
→ Controlar qual a dimensão dos movimentos 
Interrelação de vários neurotransmissores: 
→ Vias que contêm DOPAMINA: substância negra → núcleo caudado e putâmen. Quando a dopamina é 
captada por receptores neuronais do tipo D1, a sinapse é excitatória (via direta). Quando a dopamina é 
captada por receptores do tipo D2, a sinapse é inibitória (via indireta). 
→ Vias que contêm o GABA: núcleo caudado e putâmen → globo pálido e substância negra 
→ Vias que contêm ACETILCOLINA: córtex → núcleo caudado e putâmen 
→ Múltiplas vias gerais para o tronco cerebral que secretam NOREPINEFRINA, SEROTONINA, ENCEFALINA e vários 
outros neurotransmissores, nos diversos núcleos dos gânglios da base 
→ Vias que utilizam o GLUTAMATO: sinais excitatórios que contrabalançam o grande número de sinais inibitórios 
transmitidos, especialmente pelos transmissores inibitórios dopamina, GABA e serotonina. As aferências ativam 
o estriado (caudado e putâmen) através de sinapses excitatórias com glutamato. 
As sinapses finais geradas pelo globo pálido interno e pela parte reticulada 
da substância negra são inibitórias e indicam a principal função desses 
núcleos: os núcleos da base facilitam os movimentos voluntários através da 
inibição de movimentos indesejados. Ou seja, os núcleos da base inibem 
todos os movimentos que não devem ser feitos para que o movimento 
desejado seja executado de maneira satisfatória. Sem haver competição, 
o movimento desejado pode ser executado com a localização espacial, a 
extensão e o tônus adequado. 
Os núcleos da base fornecem informação necessária para planejar e 
desencadear os movimentos e também para organizar os ajustes posturais 
associados a estes movimentos. Para essas tarefas, parece que os núcleos 
da base facilitam seletivamente alguns movimentos e, paralelamente, 
suprimem outros. 
Esse comportamento dual de excitação e inibição dos núcleos da base 
ocorrem por meio de duas alças motoras conhecidas como vias de saída estriatal direta e indireta. São duas vias com 
efeitos antagônicos sobre o tálamo, sendo que a via direta excita o tálamo e a via indireta o inibe. 
Como mencionado anteriormente, o circuito motor corticogangliobasal-talamocortical se inicia nas áreas motoras do 
córtex e projeta-se para o putâmen de forma somatotópica (para cada região do córtex há uma região 
correspondente no putâmen). 
Lesões no globo pálido: movimentos 
de contorção espontâneos – atetose 
Lesão no subtálamo: movimentos 
súbitos e em bloco de toda uma 
extremidade – hemibalismo 
Lesões no putâmen: movimentos 
rápidos e abruptos de curta extensão 
nas mãos, face e outras partes do 
corpo – coreia 
Lesões na substância negra: rigidez, 
acinesia e tremores (doença de 
Parkinson) 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
Ao chegar no putâmen, o circuito motor se divide nas vias direta e indireta. 
A via direta é formada por neurônios de projeções que saem do putâmen e chegam até o globo pálido interno (GPi), 
que contém GABA, e o GPi projeta neurônios para os núcleos ventral lateral e ventral anterior do tálamo. Lembre-se que 
o putâmen é uma região predominantemente gabaérgica e que o GABA é um neurotransmissor inibitório. Então, 
perceba o que ocorre: a excitação cortical sobre o putâmen é transformada em inibição para o GPi – o córtex excita 
o putamen, e este por sua vez inibe o GPi; o GPi, região também inibitória, exerce ação sobre o tálamo – o GPi ao ser 
inibido diminui o seu efeito inibitório sobre o tálamo. Portanto, o produto final da via direta com essa dupla ação inibitória 
é um efeito excitatório do tálamo ao córtex, facilitando o início dos movimentos. 
A via indireta é um pouco mais complexa e apresenta efeito oposto ao da via direta. Na via indireta ocorre a ação do 
núcleo subtalâmico, que é uma estrutura excitatória. A via indireta é formada por neurônios inibitórios de projeções do 
putamen que chegam até o globo pálido externo (GPe), que também é uma estrutura inibitória (possui Gaba-
encefalina). Perceba que raciocínio da via indireta, apesar de oposto, é semelhante ao da via direta: o GPe projeta 
fibras e exerce efeito sobre o núcleo subtalâmico, portanto, ao ser inibido pelo putamen, o GPe diminui a utilização do 
GABA e passa a inibir menos o núcleo subtalâmico; o núcleo subtalâmico desinibido aumenta sua ação excitatória 
sobre o globo pálido interno e sobre a pars reticulata da substância negra – dessa forma, é provocada uma forte ação 
inibitória sobre o tálamo. O tálamo mais inibido atua de modo negativo sobre o córtex cerebral (lobo frontal) e suprime 
os movimentos. 
Outro neurotransmissor com papel importante no funcionamento do circuito é a dopamina. Ela pode exercer tanto 
papel excitatório quanto inibitório. Na via direta ela atua na via nigroestriatal (que tem efeito excitatório) atuando nos 
receptores dopaminérgicos D1. Na via indireta ela atua com efeito inibitório nos neurônios estriatais através dos 
receptores dopaminérgicos D2. Então, a dopamina no corpo estriado pode maximizar a ação da via direta (facilitando 
os movimentos) mas também pode maximizar a via indireta (inibindo os movimentos). 
 
 
 
 
 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
 
 
Diminuição do aporte de dopamina 
irá ocasionar uma menor inibição do estriado ao globo pálido interno na via direta, o que irá ocasionar uma maior 
inibição do tálamo. Na via indireta, a diminuição da dopamina irá causar uma maior inibição do globo pálido externo 
pelo estriado e uma menor inibição do núcleo subtalâmico que irá ativar de forma mais intensa o globo pálido interno, 
novamente levando a uma maior inibição talâmica. 
 
Os transtornos dos núcleos da base, principalmente do corpo estriado, são hipercinéticos, hipocinéticos ou 
comportamentais e emocionais. Os principais são: hemibalismo, parkinsonismo, coreia de Sydenham, TOC, distonia, 
mioclonias. 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
Definição 
Caracteriza-se por tremo de repouso, rigidez, bradicinesia e disfunção da marcha com instabilidade postural. Essas 
manifestações são conhecidas como “manifestações essenciais” da doença. 
Outros achados clínicos podem incluir: 
→ “Freezing” da marcha 
→ Dificuldade na fala 
→ Comprometimento da deglutição 
→ Distúrbios autonômicos 
→ Características não motoras: alterações sensitivas, transtornos de humor, disfunção do sono, comprometimento 
cognitivo e demência 
 
Etiologia 
 
Patogênese 
As características principais da DP consistem em degeneração dos neurônios dopaminérgicos na parte compacta da 
substância negra, redução da dopamina estrial e inclusões proteináceas intraneuronais, conhecidas como corpos de 
Lewy e neuritos de Lewy, que contém principalmente a proteína alfa-sinucleína. A degeneração neuronal com 
formação de corpúsculos de inclusão também pode afetar os neurônios colinérgicos do núcleo basal de Meynert (NBM), 
os neurônios noradrenérgico do locus cerúleas (LC), os neurônios serotoninérgicos dos núcleos da rafe do tronco 
encefálico e neurônio do sistema olfatório, hemisférios cerebrais, medula espinal e sistemanervoso autônomo. Essa 
patologia “não dopaminérgica” é provavelmente responsável pelo 
desenvolvimento das manifestações não dopaminérgicas. Vários 
fatores foram implicados na patogênese da morte celular na DP, 
incluindo estresse oxidativo, inflamação, excitotoxicidade, disfunção 
mitocondrial e acúmulo de proteínas mal enoveladas com 
consequente estresse proteolítico. Com o envelhecimento, os 
neurônios dopaminérgicos substituem o sódio pelo cálcio para 
manutenção da sua atividade espontânea através dos canais de 
cálcio, potencialmente tornando esses neurônios de alta energia 
A degeneração dopaminérgica com 
perda do tônus dopaminérgico leva a 
um aumento da descarga de neurônios 
do núcleo subtalâmico e globo pálido 
interno, inibição excessiva do tálamo, 
redução da ativação dos sistemas 
motores corticais e desenvolvimento das 
manifestações parkinsonianas. 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
vulneráveis à neurotoxicidade mediada pelo cálcio. Qualquer que seja o mecanismo patogênico envolvido, a morte 
celular parece ocorrer, pelo menos em parte, por meio de um processo “suicida” ou apoptótico mediado por sinais. 
Fatores de risco 
→ A idade é o principal fato de risco, quanto maior a idade, maior a chance de desenvolver a doença 
→ Conta com químicos tóxicos, metais pesados e pesticidas, podem provocar a morte dos neurônios responsáveis 
pela produção da dopamina 
→ Sexo masculino 
→ Fatores genéticos e história familiar (mutações genéticas no gene SNCA responsável pela codificação da 
proteína alfa-sinucleína e cinase 2 rica em leucina (LRRK2)) 
→ Trauma 
→ Medicamentos como antipsicóticos 
→ Tabagismo 
Manifestações Clínicas 
Geralmente, os sintomas começam em um membro. Essa assimetria com frequência persiste até os últimos estágios da 
doença. 
→ SINTOMAS MOTORES: tremor de repouso (4 a 6 ciclos por 
segundo, tipicamente com uma aparência de “rolar pílulas” 
quando envolve a mão; reduz quando o membro se move e 
ocupa uma nova posição, embora possa surgir novamente – 
“tremor reemergente”; pode ser incapacitante e 
constrangedor; pode apresentar dor ou fadiga do membro; 
acentua com o estresse), tremor postural e cinético de alta 
frequência, rigidez (movimentos passivos lentos, rigidez em roda 
denteada, rigidez em cano de chumbo – ausência de tremor), 
acinesia ou bradicinesia (lentidão, amplitude reduzida, 
cansaço e interrupções no movimento em curso, falta de 
expressão facial ou ato de piscar reduzido, fala baixa e 
monótona, deglutição alterada resultando em sialorreia, 
micrografia, redução da movimentação do braço durante a 
marcha, passos curtos e arrastando os pés, dificuldade de se 
levantar, bloqueio motor), distúrbios posturais (postura 
flexionada nos membros e tronco, instabilidade postural, 
desequilíbrio e quedas, incapacidade de parar por si próprios, 
de ir para frente ou para trás). 
→ OUTROS SINTOMAS: dor e outros distúrbios sensoriais, problemas 
disautonômicos (urgência e frequência urinária), hipotensão 
ortostática, constipação, disfunção erétil, anormalidades do 
sono, ansiedade, cansaço, depressão, transtornos cognitivos (demência), transtornos motores axiais, disfunção 
neurocomportamental e cognitivas. 
Diagnóstico e diagnóstico diferencial 
Parkinsonismo é um termo genérico empregado para definir uma síndrome manifestada por bradicinesia com rigidez 
e/ou tremor. 
O exame de imagem do sistema dopaminérgico do cérebro em pacientes com DP pode ser realizado com tomografia 
por emissão de pósitrons (PET) ou tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT). Esses exames 
geralmente revelam uma captação reduzida e assimétrica dos biomarcadores dopaminérgicos estriatais, 
particularmente na parte posterior do putâmen, com preservação relativa do núcleo caudado. 
Degeneração dos neurônios dopaminérgicos nigroestriatais e a perda dos terminais estriatais. O exame de imagem 
pode ser útil em casos de incerteza diagnóstica ou em estudos de pesquisa. O teste genético pode ser útil para 
estabelecer o diagnóstico, porém não é utilizado de modo rotineiro. 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
→ Deve-se considerar uma forma genética de DP em pacientes com história familiar positiva, idade de início 
precoce (< 40 anos), quadro clínico específico ou origem étnica particular e que estejam participando de 
estudos de imagem. 
PARKINSONISMO ATÍPICO E OUTRAS FORMAS: O parkinsonismo atípico refere-se a um grupo de condições 
neurodegenerativas que habitualmente estão associadas a uma patologia mais disseminada do que a encontrada na 
DP (potencialmente com degeneração do estriado, globo pálido, cerebelo, sistemas encefálicos, bem como 
substância negra compacta). Estas incluem atrofia de múltiplos sistemas (MAS), paralisia supranuclear progressiva (PSP) 
e síndrome corticobasal (SCB). Como o grupo, manifestam-se como parkinsonismo (rigidez e bradicinesia), porém 
apresentam diferenças clínicas da DP. 
→ Parkinsonismo atípico: comprometimento precoce da fala e da marcha, ausência de tremor de repouso, 
ausência de assimetria motora, resposta precária ou ausente à levodopa e evolução clínica mais agressiva. Nos 
estágios iniciais, pode haver um benefício modesto da levodopa, e pode ser difícil diferenciá-los da DP. A 
neurodegeneração envolve a substância negra compacta sem corpos de Lewy e ocorre mais intensamente 
do que na DP. Os exames de neuroimagem do sistema dopaminérgico não costuma ser uteis, pois, a depleção 
de dopamina estriatal pode ser vista tanto na DP como no parkinsonismo atípico. A imagem metabólica das 
conexões entre núcleos da base e tálamo pode ser útil, demonstrando um padrão de atividade diminuída no 
globo pálido interno com atividade aumentada no tálamo, ou seja, o inverso do que é observado da DP. 
→ Parkinsonismo secundário: ocorre em consequência de uma variedade de condições primárias, incluindo 
fármacos, acidente vascular cerebral, tumor, infecção ou exposição a toxinas, como monóxido de carbono ou 
manganês, que podem causar dano a regiões específicas dos núcleos da base. As manifestações clínicas 
refletem a região dos núcleos da base que foi lesionada. Agentes bloqueadores da dopamina, como os 
neurolépticos, são a 
causa mais comum de 
parkinsonismo 
secundário. 
→ Parkinsonismo em 
distúrbios 
degenerativos: 
doença de Wilson, 
doença de 
Huntington, certas 
formas de ataxia 
espinocerebelar e 
distúrbios 
neurodegenerativos 
com acúmulo de ferro 
no cérebro. 
] 
 
Tratamento 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
FÁRMACOS DISPONÍVEIS 
Levodopa: A levodopa tem sido a base da terapia para a DP. A dopamina não atravessa a barreira hematoencefálica, 
de modo que os ensaios clínicos foram iniciados com levodopa, um precursor da dopamina. A levodopa é administrada 
rotineiramente em associação com um inibidor da descarboxilase periférica para impedir o seu metabolismo periférico 
à dopamina e evitar o desenvolvimento de náuseas e vômitos, devido à ativação dos receptores de dopamina na área 
postrema, que não são protegidos pela BHE. A levodopa continua sendo o tratamento sintomático mais efetivo para a 
DP e o padrão-ouro para comparação com novas terapias. Nenhum tratamento clínico ou cirúrgico atual proporciona 
benefícios antiparkinsonianos superiores aos que podem ser obtidos com a levodopa. 
→ EFEITOS COLATERAIS: efeitos colaterais dopaminérgicos agudos incluem náusea, vômitos e hipotensão 
ortostática. São habitualmente transitórios e, em geral, podem ser evitados ao iniciar com baixas doses, com 
titulação gradual. Caso persistam, podem ser tratados com doses adicionais de um inibidor da descarboxilase 
periférico, administração com alimento ou adição de um agente bloqueador da dopamina periférico, como 
domperidona. 
→ COMPLICAÇÕES MOTORAS: as complicações motoras induzidas por levodopa consistem em flutuações da 
resposta motora (episódios “on”quando o fármaco está atuando e episódios “off” quando as manifestações 
parkinsonianas retornam) e movimentos involuntários, conhecidos como discinesias, que normalmente 
complicam os períodos “on”. Ocorre discinesia do pico da dose quando a concentração plasmática de 
levodopa alcança o seu pico e benefício clínico máximo. Em geral, são coreiformes, mas podem manifestar-se 
como movimentos distônicos, mioclonia ou outros distúrbios do movimento. Em geral, essas discinesias consistem 
em movimentos transitórios, estereotípicos e rítmicos, que acometem predominantemente os membros inferiores 
e que muitas vezes estão associados a parkinsonismo em outras regiões do corpo. A causa das complicações 
motoras induzidas pela levodopa não é precisamente conhecida. Tem mais tendência a ocorrer em mulheres 
e jovens com doença mais grave e com o uso de doses mais altas de levodopa. 
Agentes dopaminérgicos: Atuam diretamente sobre os receptores de dopamina. Não necessitam de conversão 
metabólica em produto ativo e não sofrem metabolismo oxidativo. Os primeiros fármacos derivados do ergot foram 
substituídos pela segunda geração de agonistas dopaminérgicos não ergot (pramipexol, ropinirol, rotigotina). Em geral, 
os agonistas dopaminérgicos não têm eficácia comparável à levodopa. Apresentam menos tendência do que a 
levodopa de induzir a discinesia, possivelmente devido à sua ação relativamente longa. Por esse motivo, muitos médicos 
iniciam a terapia com um agonista dopaminérgicos, particularmente em pacientes mais jovens, embora a levodopa 
seja por fim necessária em quase todos os pacientes. 
→ EFEITOS COLATERAIS: agudos (náuseas, vômitos, hipotensão ortostática) e uso crônico (alucinações e déficit 
cognitivo). Os agonistas dopaminérgicos podem também estar associados a transtornos do controle de impulso, 
incluindo jogo patológico, hipersexualidade, compulsão alimentar e compras compulsivas. 
o Inibidores da MAO-B: Os inibidores da monoaminoxidase tipo B (MAO-B) bloqueiam o metabolismo 
central da dopamina e aumentam as concentrações sinápticas do neurotransmissor. A selegilina e a 
rasagilina são inibidores suicidas relativamente seletivos da isoforma MAO-B da enzima. Clinicamente, 
esses agentes proporcionam benefício antiparkinsonianos quando usados como monoterapia nos 
estágios iniciais da doença e reduzem o tempo em “off” quando administrados como adjuvantes da 
levodopa em pacientes com flutuações motoras. Em geral, são seguros e bem tolerados. 
o Os inibidores da MAO-B também têm o potencial de bloquear o metabolismo oxidativo da dopamina 
e impedir o estresse oxidativo. Inibidores da COMT: Quando administrada com um inibidor da 
descarboxilase, a levodopa é principalmente metabolizada na periferia pela enzima catecol-O-
metiltransferase (COMT). Os inibidores da COMT aumentam a meia-vida da eliminação da levodopa e 
a sua disponibilidade no cérebro. A combinação da levodopa com um inibidor da COMT reduz o tempo 
em “off” e prolonga o tempo em “on” em pacientes com flutuações motoras, enquanto melhoram os 
escores motores. 
→ EFEITOS COLATERAIS: dopaminérgicos – náuseas, vômitos e aumento da discinesia. Podem ser controlados, 
geralmente, com a redução da dose de levodopa em 20 a 30%. Agentes anticolinérgicos de ação central: 
benztropina e triexifenidil. Perderam o lugar para a introdução dos agentes dopaminérgicos. Seu principal efeito 
clínico é no tremor, embora não seja certeza de que esse efeito benéfico seja superior àquele que pode ser 
obtido como agentes como a levodopa e os agonistas dopaminérgicos. Podem ser usados em pacientes com 
tremor intenso. Seu uso é limitado, em particular nos idosos, devido à sua propensão a induzir uma variedade 
de efeitos colaterais, incluindo disfunção urinária, glaucoma e, sobretudo, comprometimento cognitivo. 
NEUROPROTEÇÃO: Apesar dos diversos agentes terapêuticos disponíveis para o tratamento da DP, os pacientes 
continuam progredindo e desenvolvem incapacidade intolerável. Uma terapia neuroprotetora que diminua ou 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
interrompa a progressão da doença permanece sendo a principal necessidade clínica não alcançada na DP. Alguns 
fármacos, como selegilina, rasagilina, pramipexol e ropinirol apresentaram resultados positivos em estudos. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: A maioria dos procedimentos cirúrgicos para DP atualmente realizados utiliza a estimulação 
cerebral profunda (ECP). Nesse procedimento, um eletrodo é implantado na área alvo e conectado a um estimulador 
inserido no subcutâneo da parede torácica. A ECP pode agir rompendo a sinalização anormal associada com a DP e 
as complicações motoras. A ECP para a DP tem como principais alvos o NST e o GPi. Produz resultados notáveis, 
particularmente no que concerne ao tremor e à redução do tempo em “off” e das discinesias; entretanto, não 
proporciona benefícios clínicos superiores nem melhora as manifestações que não respondem à levodopa, como 
Freezing, quedas e demência. 
MANEJO DAS MANIFESTAÇÕES NÃO MOTORAS E NÃO DOPAMINÉRGICAS: Algumas manifestações não motoras, embora 
provavelmente não reflitam uma patologia dopaminérgica, beneficiam-se mesmo assim dos agentes dopaminérgicos. 
→ Depressão: antidepressivos não devem ser suspensos. 
→ Ansiedade: benzodiazepínicos de ação curta 
→ Psicose: anuncia o desenvolvimento da demência. A primeira abordagem é suspender os agentes menos 
efetivos do que a levodopa, como anticolinérgicos, amantadina e agonistas dopaminérgicos, seguido de 
redução da dose de levodopa, se possível. 
→ Demência: interromper o uso de agentes dopaminérgicos (agravam a função cognitiva) ou ter sua dose 
reduzida. Os fármacos em geral são suspensos na seguinte sequência: anticolinérgicos, amantadina, agonistas 
dopaminérgicos, inibidores da COMT e inibidores da MAO-B. 
→ Déficit cognitivo: menor dose de levodopa padrão que força efeitos antiparkinsonianos significativos e não 
piores a função mental. 
→ Distúrbios autonômicos: hipotensão ortostática – adição de sal à dieta e a elevação da cabeceira da cama 
para evitar natriurese noturna. O uso de baixas doses de fludrocortisona ou midodrina controla a maioria dos 
casos. A vasopressina e a eritropoetina podem ser usados em casos mais graves ou refratários. 
→ Disfunção sexual: sildenafila ou tadalafila. 
→ Problemas urinários: avaliação pelo urologista + agentes colinérgicos 
→ Distúrbios do sono (sono fragmentado e sonolência excessiva diurna): clonazepam em doses baixas 
 
Prognóstico 
A DP progride inexoravelmente através de um período de muitos anos; a rapidez e o curso da progressão variam 
consideravelmente de um paciente a outro. Alguns pacientes mantêm uma resposta excelente ao tratamento e 
parecem mudar muito pouco durante o acompanhamento prolongado, mas na maioria das vezes observa-se aumento 
da incapacidade, com o desenvolvimento de muitos sintomas que são pouco responsivos às medicações. 
Definição 
Pacientes com < 65 anos, cognitivamente intactos e desprovidos 
de outros problemas médicos: inibidor da MAO-B e/ou agonista 
dopaminérgico 
Jovens com incapacidade funcional significativa: agonistas 
dopaminérgicos para reduzir o risco de complicações motoras 
Estágios mais avançados: Levodopa 
Complicações motoras: Levodopa ou Levodopa em doses 
menores + agonista dopaminérgico, um inibidor da COMT ou um 
inibidor da MAO-B 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
 Os distúrbios do movimento hipercinéticos caracterizam-se por movimentos involuntários não acompanhados de 
fraqueza. Porém, distúrbios hipercinéticos, como a distonia, podem manifestar movimentos lentos, devido à contração 
muscular intensa. 
Manifestações clínicas e abordagem diagnóstica 
• Localização no sistema nervoso – exame neurológico + natureza do início + progressão dos sintomas 
• Avaliação da origem 
• Definição do tipo de distúrbio do movimento que melhor descreve o quadro clínicoDefinição 
É um distúrbio autossômico dominante, progressivo/neurodegenerativo, fatal e de alta penetrância, caracterizado por 
disfunção motora, comportamental, oculomotora e cognitiva. O início é geralmente observado entre 25 e 45 anos de 
idade (faixa de 3 a 70 anos), mas 5 a 10% dos pacientes têm início antes dos 20 anos de idade (DH juvenil). A DH 
caracteriza-se por movimentos coreiformes involuntários, aleatórios, migratórios, rápidos, não estereotipados e 
semipropositais. Entretanto, a disartria, o distúrbio da marcha, anormalidades oculomotoras, distúrbios comportamentais 
e comprometimento cognitivo com demência também são características comuns. Nos estágios iniciais, a coreia tende 
a ser focal ou segmental, porém evolui com o passar do tempo, acometendo diversas regiões do corpo. Com a 
progressão da doença, tende a haver redução da coreia e aparecimento de distonia, rigidez, bradicinesia e mioclonias. 
A perda de peso progressiva apesar do aporte calórico adequado prediz o surgimento do declínio funcional. Por fim, os 
pacientes com DH desenvolvem transtornos comportamentais e cognitivos, e a maioria evolui para demência. As 
manifestações psiquiátricas incluem mudanças de personalidade, impulsividade, comportamento agressivo e psicose 
paranoide. Esses sintomas psiquiátricos podem preceder as manifestações motoras. Alguns pacientes, especialmente 
aqueles com início juvenil, têm uma forma rígido-acinética/distônica mais rapidamente progressiva (variante de 
Wesphal). 
Etiologia 
É o resultado de uma mutação no gene huntingtin (HTT) (no cromossoma 4), causando repetição anormal da sequência 
CAG do DNA, que codifica o aminoácido glutamina. Degenerativa e hereditária – afeta o SNC (estriado, córtex, 
hipotálamo). 
Fisiopatologia 
Na doença de Huntington ocorre atrofia do núcleo caudado, degeneração dos neurônios espiculados inibitórios 
médios no corpo estriado e diminuição das concentrações de ácido gama-aminobutírico (GABA) e da substância P. 
A doença de Huntington é resultado de uma mutação no gene huntingtin (HTT) (no cromossoma 4), causando 
repetição anormal da sequência CAG do DNA, que codifica o aminoácido glutamina. O produto do gene, uma 
proteína grande, denominada huntingtina, apresenta um alongamento expandido de resíduos de poliglutamina, que 
se acumulam dentro dos neurônios e levam à doença por um mecanismo desconhecido. Quanto mais repetições 
CAG, mais precocemente a doença se inicia e mais grave é sua expressão (fenótipo). A quantidade de repetições 
da sequência CAG pode aumentar em gerações sucessivas quando o pai transmite a mutação e, ao longo do 
tempo, levar a fenótipos cada vez mais graves na árvore familiar (chamado antecipação). 
Fatores de risco 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
Quadro clínico 
Os sinais e sintomas da doença de Huntington se desenvolvem de forma insidiosa, começando por volta dos 35 a 40 
anos de idade, dependendo da gravidade do fenótipo. 
Demência ou anormalidades psiquiátricas (p. ex., depressão, apatia, irritabilidade, anedonia, comportamento 
antissocial, doença bipolar completa ou transtorno esquizofreniforme) desenvolvem-se anterior ou simultaneamente 
ao distúrbio do movimento. Esses sintomas predispõem os pacientes à ideação suicida e suicídio, que são muito mais 
comuns em pacientes com doença de Huntington do que na população em geral. 
Aparecem movimentos anormais; eles incluem coreia, atetose, reflexos mioclônicos e pseudo-tiques (uma das causas 
de touretismo). Touretismo refere-se a sintomas do tipo Tourette que resultam de outro transtorno neurológico ou do 
uso de fármacos; o touretismo também inclui. Os movimentos gestuais repetitivos e/ou sons fonatórios que os 
pacientes com coreia produzem. Ao contrário dos tiques verdadeiros, os pseudo-tiques na doença de Huntington 
não podem ser suprimidos. 
Os sintomas típicos incluem marcha bizarra semelhante a marionetes, caretas, incapacidade de mover 
deliberadamente os olhos rápido o suficiente e sem piscar ou estender a cabeça (apraxia oculomotora) e 
incapacidade de manter um ato motor (impersistência motora), como protrusão da língua ou agarrar. 
A doença de Huntington evolui, impossibilitando a marcha e provocando dificuldade de deglutição; resulta em 
demência grave. A maioria dos pacientes eventualmente necessita de internação. A morte ocorre de 13 a 15 anos 
após o início dos sintomas. 
Diagnóstico e diagnóstico diferencial 
→ Diagnóstico clínico 
→ Histórico familiar positivo 
→ Confirmação diagnóstica: testes genéticos 
→ Ressonância magnética: atrofia progressiva das cabeças dos núcleos caudados, sendo que o putâmen 
também pode ser afetado de maneira igual ou mais grave. 
Tratamento 
→ Medidas de suporte 
→ Aconselhamento genético para parentes 
 
Como a doença de Huntington é progressiva, deve-se discutir cedo os cuidados no final da vida. 
O tratamento da doença de Huntington é de suporte e sintomático. Entretanto, os pesquisadores continuam 
procurando maneiras para desacelerar e interromper a progressão da doença. 
Antipsicóticos podem suprimir parcialmente a coreia e agitação. Os antipsicóticos incluem 
→ Clorpromazina, 25 a 300 mg. por via oral 3 vezes ao dia 
→ Haloperidol, 5 a 45 mg por via oral 2 vezes/dia 
→ Risperidona, 0,5 a 3 mg por via oral 2 vezes/dia 
→ Olanzapina, 5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia 
→ Clozapina 12,5 a 100 mg por via oral 1 ou 2 vezes/dia 
 
Em pacientes tomando clozapina, a contagem de leucócitos deve ser feita com frequência porque a 
agranulocitose é um risco. A dose antipsicótica é aumentada até os efeitos adversos intoleráveis (p. ex., letargia, 
parkinsonismo) se desenvolverem ou quando os sintomas estão controlados. 
Alternativamente, um inibidor da monoamina vesicular tipo 2 (VMAT-2) (tetrabenazina, deutetrabenazina) pode ser 
usado. Esses fármacos depletam a dopamina e visam diminuir a coreia e discinesias. 
Inicia-se a tetrabenazina a 12,5 mg por via oral uma vez ao dia, aumentada para 12,5 mg duas vezes ao dia na 2ª 
semana, e 12,5 mg 3 vezes ao dia na 3ª semana. Pode-se aumentar a dose em mais 12,5 mg na 4ª semana. 
Administram-se doses > 12,5 mg por via oral 3 vezes ao dia (resultando em uma dose total de 37,5 mg ao dia); 
aumenta-se a dose total em 12,5 mg ao dia semanalmente. A dose máxima é 33,3 mg por via oral 3 vezes ao dia 
(dose total de 100 mg/dia). As doses são aumentadas sequencialmente conforme necessário para controlar os 
sintomas ou até que ocorram efeitos adversos intoleráveis. Os efeitos adversos podem incluir sedação excessiva, 
acatisia, parkinsonismo e depressão. A depressão é tratada com antidepressivos. 
A deutetrabenazina agora está disponível para o tratamento da coreia na doença de Huntington. A dose 
recomendada é 6 a 48 mg/dia, administrada por via oral em 2 doses. A dose inicial é de 6 mg uma vez ao dia, 
então aumentada em 6 mg/dia a cada semana (p. ex., para 6 mg 2 vezes/dia) até o máximo de 24 mg 2 vezes/dia 
(48 mg/dia). (Administram-se doses ≥ 12 mg divididas em 2 doses.) Os efeitos adversos são similares àqueles da 
tetrabenazina, mas são mais bem tolerados. Entretanto, os inibidores do VMAT-2 são caros. 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/coreia-atetose-e-hemibalismo
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/paciente-terminal/paciente-terminal
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Os tratamentos atualmente sob estudo visam reduzir a neurotransmissão glutamatérgica via receptor de NMDA e 
aumentar a produção de energia mitocondrial. O tratamento que visa aumentar a função GABA enérgica no 
cérebro não foi eficaz. 
Pessoas com parentes de 1º grau com a doença de Huntington, especialmente mulheres em idade fértil e homens 
pensando em ter filhos, deve receber aconselhamento genético e devem fazer exames genéticos. O 
aconselhamento genético deve ser oferecidoantes dos exames genéticos porque as ramificações da doença de 
Huntington são muito profundas. 
 
OUTRAS COREIAS 
→ COREIA-ACANTOCITOSE (NEUROACANTOCITOSE): distúrbio autossômico recessivo progressivo e fatal que se 
caracteriza por coreia associada a anormalidades eritrocitárias no esfregaço de sangue periférico 
(Acantócitos). A coreia pode ser grave e estar associada a comportamento automultilante, distonia, tiques, 
convulsões e polineuropatia. 
→ COREIA DE SYDENHAM: mais comum no sexo feminino e observada na infância (5-15 anos). Desenvolve-se em 
associação à exposição prévia à infecção por estreptococos do grupo A (componente tardio da febre 
reumática) e acredita-se que seja de natureza imune. Início agudo de movimentos coreiformes e distúrbios do 
comportamento. A coreia responde a agentes bloqueadores de dopamina, ao ácido valproico e à 
carbamazepina, porém é autolimitada, e o tratamento costuma ser restrito àqueles com coreia grave. 
→ HEMIBALISMO: o balismo é uma forma violenta de movimento coreiforme, que consiste em movimentos violentos 
de arremesso e grande amplitude, que acometem mais frequentemente os músculos proximais dos membros 
em um lado do corpo (hemibalismo). Os movimentos podem ser graves a ponto de causar exaustão, 
desidratação, lesão local e, nos casos extremos, morte. Os fármacos bloqueadores de dopamina podem ser 
muito úteis. É autolimitado e tende a melhorar espontaneamente durante semanas ou meses. As causas mais 
comuns consistem em lesão parcial (infarto ou hemorragia) no NST. 
 
Definição 
Consiste em contrações alternadas de músculos agonistas e antagonistas de maneira oscilante e rítmica. Pode ser mais 
proeminente em repouso (tremor de repouso), ao assumir uma postura (tremor postural), ao alcançar ativamente um 
alvo (tremor cinético) ou ao executar um movimento (tremor de ação). 
Cecil: O tremor é um movimento rítmico, sinusoidal de uma parte do corpo, é causado por contrações regulares, 
síncronas ou alternantes, de músculos reciprocamente inervados. Inicialmente um tremor pode ser evidente apenas 
quando alguém tenta realizar tarefas delicadas e habilidosas. Tremores mais graves podem interferir em atividades como 
caligrafia, fechar botões, fazer a própria barba, entre outros. Os pacientes com frequência se adaptam ou usam 
medidas compensatórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TREMOR ESSENCIAL: 
• Distúrbio do movimento mais comum, afetando cerca de 5% da população após os 60 anos de idade. 
• TREMOR DE REPOUSO: tremor que normalmente ocorre quando o indivíduo procura manter uma postura acoplada a 
um tremor de ação. Tipicamente visto em doença de Parkinson 
• TREMORES DE AÇÃO: pioram com o estresse. 
• TREMORES DA CABEÇA: podem ser de um lado para o outro, de cima e para baixo, ou variados, raramente são 
incapacitantes. 
• TREMOR DE LARINGE: provoca voz entrecortada. 
• TREMORES TAREFA-ESPECÍFICOS: afetam uma única tarefa isoladamente 
• TREMOR CINÉTICO (cerebelar): tremor + hipotonia + dismetria 
• TREMOR FISIOLÓGICO: tremor postural ou de ação leve e de alta frequência (10 a 12 Hz), que habitualmente afeta 
os membros superiores 
• TREMOR FISIOLÓGICO EXACERBADO: associação entre ansiedade, fadiga, distúrbio metabólico, fármacos ou toxinas; 
tremor de 7-12 Hz. 
• TREMOR ORTOSTÁTICO: aparente nas pernas e nos músculos antigravitários quando o paciente está em pé e parado 
e melhora ou até desaparece durante a marcha ou apoiando-se contra a parede. 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/aconselhamento-gen%C3%A9tico-e-avalia%C3%A7%C3%A3o-pr%C3%A9-natal/aconselhamento-gen%C3%A9tico-pr%C3%A9-natal
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• Pode apresentar-se na infância, porém sua prevalência aumenta acentuadamente em indivíduos > 70 anos de 
idade 
• Definição: tremor de alta frequência (6-10 Hz) que afeta predominantemente os membros superiores. Se 
manifesta mais como tremor postural ou de ação. Em geral, é bilateral e simétrico, mas pode começar em um 
dos lados e permanecer assimétrico. Os pacientes com TE grave podem ter tremor de intenção, com dismetria 
e lentidão de movimentos, sugerindo origem cerebelar. O tremor melhora com a ingestão de álcool e piora 
com o estresse 
• Exame neurológico normal, com exceção do tremor 
• Diferencia entre DP: o tremor da DP cessa no início da ação voluntária e normalmente está associada a 
bradicinesia, com lentidão progressiva dos movimentos sequenciais (efeito de sequência), rigidez, instabilidade 
postural e da marcha e outras manifestações parkinsonianas. Os pacientes com DP podem ter tremor postural, 
enquanto aqueles com TE podem desenvolver tremor de repouso. 
• Etiologia e fisiopatologia: desconhecidas. Cerca de 50% dos casos apresentam história familiar positiva. 
• Tratamento: muitos casos são leves e não exigem tratamento além de tranquilização do paciente. Em caso de 
tremores intensos podem ser usados betabloqueadores e primidona. O propranolol 20-120. mg/dia em geral é 
efetivo quando usado em doses relativamente baixas. O tremor das mãos tende a melhorar acentuadamente, 
enquanto o tremor da cabeça é, com frequência, refratário. Injeção de toxina botulínica podem ser uteis no 
tremor dos membros ou da voz, porém o tratamento deve estar associado a fraqueza muscular. 
Definição 
 É um distúrbio do movimento caracterizado por contrações musculares sustentadas ou intermitentes de músculos 
antagonistas, causando movimentos e posturas anormais frequentemente repetitivos. Os movimentos distônicos 
tipicamente seguem um padrão e tendem a contorcer o segmento afetado. Com frequência, a distonia é iniciada ou 
agravada por ação voluntária e está associada a uma atividade muscular de transbordamento (overflow). Pode afetar 
apenas um grupo muscular ou, em casos mais graves e incapacitantes, múltiplos grupos musculares. Movimentos 
distônicos de contorção lenta e sinuosos, particularmente presentes nas porções distais dos membros, são referidos como 
atetose. Costuma aparecer com movimentos voluntários (distonia de ação) ou tarefa-específica e pode se estender e 
envolver grupos musculares e regiões do corpo (distonia crescente) não necessárias para determinar a ação. Pode ser 
agravada pelo estresse e por fadiga e atenuada pelo relaxamento e truques sensitivos (geste antagoniste). 
Classificação 
De acordo com a idade de início, distribuição corporal (focal, segmentar, multifocal e generalizada), padrão temporal 
(estática ou progressiva, ação-específica, diurna e paroxística) e associação a outras características. Além disso, podem 
ser classificadas em primárias (única expressão fenotípica) e secundária (resultam de lesões adquiridas). 
• Distonia primária ou idiopática: representa 90% dos pacientes com síndrome distônica pura. Nenhuma alteração 
neurológica consistente foi encontrada. Frequentemente começa na primeira década de vida e pode 
progredir para incapacidade grave. Exame genético é recomendado para casos < 26 anos. 
• Distonia idiopática de início na vida adulta: tipo mais comum de distonia vista na prática neurológica geral. 
Começa na face, pescoço, ou braço e pode permanecer focal e não progressiva ou se espalhar apenas aos 
músculos contíguos após muitos anos. Causa desconhecida. 
• Distonia isolada: única manifestação da doença, com exceção do tremor. A de início na idade adulta é a mais 
frequente e mais presente nas mulheres (2x). Os principais fenótipos são: distonia cervical (laterocolo, torcicolo, 
anterocolo e retrocolo), blefarospasmo (contrações distônicas das pálpebras), oromandibular (parte inferior da 
face, lábios, língua e mandíbula), disfonia espasmódica (pregas vocais) e dos membros (desencadeada por 
atividades específicas) 
• Distonia combinada: ocorre concomitantemente com outro distúrbio do movimento, como parkinsonismo ou 
mioclonia. 
• Distonia complexa: é apenas uma das várias manifestações clínicas e podeser uma característica menos 
proeminente ou até mesmo inconsciente. 
• Distonia plus ou dopa-responsiva: Caracteriza-se por uma combinação de distonia com outros sinais 
neurológicos resultante de um defeito genético conhecido ou pressuposto sem um processo neurodegenerativo 
progressivo. Geralmente resulta em distonia começando na primeira década de vida, mais frequentemente nos 
membros inferiores, às vezes pode ser confundida com paraplegia espástica hereditária ou paralisia cerebral. 
Resulta na produção reduzida de dopamina. Apresenta em 75% dos casos flutuação diurna (piora conforme o 
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dia passa). Muitas vezes agravada pelo exercício. Os sintomas são extremamente sensíveis a doses baixas de 
levodopa. 
• Distonia generalizada: com frequência, de natureza hereditária e, diferentemente da distonia focal, geralmente 
surge na infância ou na adolescência. 
• Distonia mioclônica: habitualmente começa na primeira década de vida, combina distonia com abalos 
mioclônicos multifocais distintos. Envolve mais frequentemente o pescoço ou os membros superiores. O efeito 
melhora acentuadamente com o etanol. 
Etiologia 
Refere principalmente anormalidades genéticas e pode haver outras causas, como traumatismo e AVC. 
Fisiopatologia 
A base fisiopatológica não é completamente conhecida. Se caracteriza por disparos sincrônicos de contração 
simultânea de grupos musculares agonistas e antagonistas com recrutamento de grupos musculares que não são 
necessários para o determinado movimento (overflow). É um desarranjo do princípio fisiopatológico básico de ação-
seleção, levando ao recrutamento anormal de músculos inapropriados para uma determinada ação com inibição 
inadequada dessa atividade motora não desejada. As lesões dos núcleos da base (particularmente o putâmen) podem 
induzir a distonia, e a ablação cirúrgica ou ECP de regiões específicas do globo pálido pode melhorar a distonia. 
Tratamento 
O tratamento é em sua maior parte sintomático, exceto em que há possibilidade de correção do distúrbio subjacente 
primário. Deve-se tentar levodopa em todos os casos de distonia de início na infância. Os neurolépticos podem melhorar, 
como induzir distonia, porém não são recomendados, devido ao seu potencial de induzir parkinsonismo e outros 
distúrbios de movimento, como distonias tardias. A toxina botulínica tornou-se o tratamento preferido para pacientes 
com distonia focal, atuando como bloqueador da acetilcolina na junção neuromuscular e reduzindo as contrações 
musculares distônicas. O tratamento cirúrgico constitui uma alternativa para pacientes com distonia grave que não 
responde a outros tratamentos. As medidas de suporte, como fisioterapia e educação, devem constituir parte do 
esquema de tratamento. 
Definição 
 É uma contração motora estereotipada breve, rápida, recorrente e aparentemente despropositada, “resposta a um 
impulso interno e irresistível” com alívio associado à produção do tique. Os tiques motores podem ser simples, quando o 
movimento afeta apenas um grupo muscular, ou complexos, com comprometimento coordenado de múltiplos grupos 
musculares. Os tiques fônicos (ou vocais) também podem ser simples (gemidos) ou complexos (ecolalia, palilalia – 
repetição das próprias palavras, coprolalia – expressão de palavras obscenas). Podem apresentam tiques sensitivos, 
compostos de sensações focais desagradáveis na face, na cabeça ou no pescoço. A maioria dos tiques são primários 
ou idiopáticos e não têm nenhuma causa identificável. Os tiques secundários são causados por uma doença cerebral 
subjacente definida ou fator ambiental. Injeção de toxina botulínica podem ser eficazes para os tiques motores simples 
da face e do pescoço e podem reduzir o impulso que desencadeia o tique. 
SÍNDROME DE TOURETTE (ST) 
 A ST é um distúrbio neurocomportamental que acomete mais o sexo masculino. Caracteriza-se por múltiplos tiques 
motores que costumam ser acompanhados de vocalizações (tiques fônicos). Os pacientes podem suprimir 
voluntariamente os tiques por curtos períodos de tempo, mas, em seguida, têm um impulso irresistível de expressá-los. 
Tendem a surgir 2 e 15 anos de idade (média de 7 anos) e diminuem ou até mesmo desaparecem na idade adulta, 
particularmente nos homens. Os transtornos comportamentais associados incluem ansiedade, depressão, transtorno de 
déficit de atenção e hiperatividade e transtorno obsessivo-compulsivo, além de apresentar transtornos de 
personalidade. 
→ Etiologia e fisiopatologia: é um distúrbio genético e com fisiopatologia desconhecida. Porém, foram sugeridas 
alterações na neurotransmissão da dopamina, opioides e sistemas de segundos mensageiros. 
→ Tratamento: doença leve – aconselhamento e orientação; tratamento farmacológico em tiques incapacitantes 
e que interferem a qualidade de vida – alfa agonista clonidina em doses baixas e aumenta gradualmente ou 
neurolépticos clássicos (haloperidol, flufenazina, pimozida ou tiaprida). 
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Definição 
É um movimento involuntário, súbito, breve, rápido (< 100 ms), brusco e semelhante a um choque que consiste em 
descargas musculares únicas ou repetitivas, podem ser espontâneas (em repouso), induzidas por ação (movimento 
intencional) e/ou reflexos (estímulos visuais, auditivos ou somestésicos); podem ser intermitentes ou repetitivas e às vezes 
rítmicas. Os abalos mioclônicos podem ser focais, multifocais (quando envolvem mais de uma área do corpo podem 
ser síncronos ou assíncronos), segmentares ou generalizados e podem ocorrer de modo espontâneo, em associação a 
movimentos voluntários (mioclonia de ação) ou em resposta a um estímulo externo (mioclonia reflexa). A mioclonia 
negativa consiste em uma perda breve de atividade muscular (curta inibição da atividade muscular em curso). As 
contrações mioclônicas podem ser graves e interferir com o movimento normal, ou benignas e sem consequência 
clínica. São comumente observadas em pessoas normais ao acordar ou adormecer (abalos hipnogógicos). Não 
costumam ser repetitivos e podem gravemente interferir nos movimentos normais e não são suprimíveis. A mioclonia 
essencial é um distúrbio familiar relativamente benigno, caracterizado por movimentos multifocais muito rápidos 
semelhantes a raios e que costumam ser sensíveis ao álcool. 
Fisiopatologia 
Geralmente se origina do SNC, embora causas periféricas raras sejam descritas. Pode ser classificada de acordo com a 
sua origem, incluindo as formas fisiológicas (abalos hipnogógicos), essenciais (esporádica ou herdada, frequentemente 
possuem tremor postural adicional ou distonia), epilépticas e sintomáticas. Podem surgir em associação a descargas 
neuronais anormais em regiões corticais, subcorticais, do tronco encefálico e da medula espinal, em associação a 
hipoxemia, encefalopatia e neurodegeneração. A mioclonia reversível pode ser observada com distúrbios metabólicos, 
toxinas e muitos medicamentos. 
Tratamento 
O tratamento consiste principalmente em terapia do distúrbio subjacente ou remoção do agente agressor. Envolve uma 
combinação de agentes GABAérgicos, como ácido valproico, piracetam, clonazepam, levetiracetam, ou primidona e 
pode estar associada a uma notável melhora clínica nos casos crônicos. O precursor da serotonina 5-hidroxitriptofano 
administrado com carbidopa pode ser útil em alguns casos de mioclonia pósanóxica. 
Definição 
 Desordem relacionada com mioclonia, conhecida como hiperexplexia, manifesta-se como resposta excessiva ao startle 
(susto). Ela pode ser herdada (“doença de Startle”). Alguns pacientes demonstram apenas abalamento generalizado 
do corpo ou uma resposta exagerada ao startle, e mal se habituam após estímulos repetidos, enquanto outros podem 
apresentar enrijecimento incapacitante. 
Tratamento 
 Boa resposta à terapia com clonazepam (1,5 a 15 mg/dia) 
Definição 
Este grupo de distúrbios está associadoprincipalmente a fármacos que bloqueiam os receptores dopaminérgicos 
(neurolépticos) ou a transmissão dopaminérgica central. Podem ser divididos em apresentação aguda, subaguda ou 
após exposição prolongada (síndromes tardias). Os fármacos bloqueadores da dopamina também podem estar 
associados a uma síndrome parkinsoniana reversível. 
Agudos 
→ Distonia é a reação mais comum 
→ Mais frequentemente vistas em pacientes jovens que estão recebendo potentes agentes antipsicóticos 
→ Generalizada em crianças e focal em adultos (p. ex., blefarospasmo, torcicolo ou DOM) 
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→ Os sintomas frequentemente variam de hora em hora e podem aumentar com a ansiedade, e melhorar com 
relaxamento ou reforço positivo. São autolimitadas. 
→ Não há perda da consciência, automatismos ou achados pós-ictais típicos da epilepsia 
→ Pode se desenvolver em minutos após a exposição 
→ Tratamento (geralmente de sucesso): administração parenteral anticolinérgico (boa resposta a benztropina), 
agentes anti-histamínicos (boa resposta a difenidramina), benzodiazepínicos ou agonistas dopaminérgicos 
→ Podem ser vistos coreia, comportamentos estereotipados e tiques após exposição a estimulantes do SNC, como 
metilfenidato, cocaína ou anfetaminas 
Subagudos 
→ Acatisia é a reação mais comum – inquietação motora, com necessidade de mover-se, que é aliviada pelo 
movimento. O paciente realiza uma variedade de movimentos intencionais ou semi-intencionais, muitas vezes 
complexos, em resposta a uma inquietude subjetiva desconfortável. 
→ É mais frequentemente um efeito colateral de medicações, especialmente os neurolépticos e os inibidores 
seletivos da recaptação da serotonina. 
→ Tratamento: remoção do agente agressor ou quando não possível, alívio por meio de benzodiazepínicos, 
anticolinérgicos, beta bloqueadores ou agonistas dopaminérgicos 
Tardias 
→ Desenvolvem-se dentro de meses a anos após o início do agente neuroléptico, ocorrendo frequentemente após 
um mínimo de 6 semanas de tratamento. Os antipsicóticos atípicos (p. ex., clozapina, risperidona, olanzapina, 
quetiapina, ziprasidona e aripiprazol) estão associados a um menor risco de DT em comparação com os 
antipsicóticos tradicionais. 
→ Maior risco em idosos, mulheres e pacientes com disfunção cerebral orgânica subjacente. 
→ As discinesias tardias são mais comuns e, em geral, manifestam-se como movimentos coreiformes e/ou distônicos 
envolvendo a boca, os lábios e a língua, porém não são aleatórios como na verdadeira coreia. Nos casos mais 
graves, o tronco, os membros e os músculos ventilatórios também pode ser afetado. 
→ Em cerca de 1/3 dos pacientes, a DT sofre remissão dentro de 3 meses após a interrupção do fármaco, e a 
maioria dos pacientes melhora de modo gradual no decorrer de vários anos. 
→ Tratamento: interrupção do agente agressor. Se o antipsicótico tradicional não puder ser suspendido, pode-se 
tentar substituí-lo por um antipsicótico atípico. A abstinência abrupta deve ser evitada, pois pode induzir 
agravamento. A valbenazina atua como inibidor do transportador de monoaminas vesicular tipo 2 (VMAT-2) e 
bloqueia o armazenamento da dopamina. Em alguns casos, os movimentos anormais são refratários ao 
tratamento. 
→ A exposição crônica a neurolépticos também podem estar associadas a distonia tardia, com comprometimento 
preferencial dos músculos axiais e movimentos oscilantes característicos de tronco e da pelve. Pode ser mais 
problemática do que a discinesia tardia e costuma persistir apesar da suspensão do movimento (refratários ao 
tratamento clínico) 
→ Síndrome neuroléptica maligna (SNM): início agudo ou subagudo de rigidez muscular, temperatura elevada, 
alteração do estado mental, hipertermia, taquicardia, pressão arterial instável, insuficiencia renal e elevação 
pronunciada dos níveis de creatina-cinase e leucocitose. Em geral, os sintomas evoluem dentro de dias ou 
semanas após o início do fármaco. O tratamento envolve a suspensão imediata do agente antipsicótico 
ofensivo e a introdução de um agente dopaminérgico, dantroleno (reduzir a contração muscular) ou 
benzodiazepínico. 
→ Síndrome serotoninérgica rara (bloqueadores da recaptação de serotonina): confusão, hipertermia, taquicardia 
e coma, bem como rigidez, ataxia e tremor; a mioclonia é proeminente. Tratamento com propranolol, 
Diazepam, difenidramina, clorpromazina ou ciproeptadina, além de medidas de suporte. 
Definição 
 É um distúrbio neurológico que afeta cerca de 10% da população adulta, acometendo mais mulheres do que homens 
e pode causam morbidade significativa. Os quatro sintomas essenciais necessários para o diagnóstico são: desejo de 
movimentar as pernas, em geral causado ou acompanhado de sensação desagradável nas pernas; sintomas que 
começam ou pioram com o repouso; alívio parcial ou completo com o movimento; agravamento no final do dia ou à 
noite. 
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Quadro clínico 
 Os sintomas começam mais comumente nas pernas, mas podem disseminar-se para os membros superiores ou até 
mesmo surgir neles. A sensação costuma ser descrita como arrepio e formigamento, parestesia, coceiras, sensação de 
algo se rastejando ou andando nas pernas, dor, pontadas, sensação de peso, tensão, sensação de frio ou queimação. 
Geralmente são experimentados durante períodos de inatividade prolongada, especialmente ao deitar-se à noite. 
Geralmente acompanha um padrão circadiano, atingindo seu ponto máximo entre meia noite e 4 horas da manhã. 
Costumam ser breves, durando não mais do que alguns segundos e recorrendo a cada 5 a 90 segundos. São causa 
importante de distúrbios do sono, causando má qualidade do sono e sonolência diurna. 
Etiologia e patogênese 
 A SPI primária tem forte componente genético na forma autossômica dominante. A SPI secundária pode ser associada 
a gravidez ou a diversos distúrbios subjacentes, incluindo anemia, deficiência de ferritina, insuficiencia renal e neuropatia 
periférica. A patogênese provavelmente envolve comprometimento da função dopaminérgica, que pode ser periférica 
ou central, em associação a uma anormalidade do metabolismo do ferro (a desregulação central de ferro pode alterar 
de alguma forma as vias dopaminérgicas no SNC). 
Diagnóstico 
 Estabelecido em bases clínicas, mas pode ser reforçado por polissonografia e demonstração de movimentos períodos 
das pernas. O exame neurológico é normal. As causas secundárias devem ser excluídas e níveis de ferritina, glicose e 
função renal devem ser determinados. Na ausência de evidência de uma causa secundária, o único teste rotineiro útil 
é um nível sérico de ferritina. 
Tratamento 
 A maioria dos indivíduos com SPI tem sintomas discretos, que não exigem tratamento específico. Em primeiro lugar, 
devem-se tentar medidas gerais para melhorar a higiene e a qualidade do sono. Se os sintomas permanecerem 
intrusivos, baixas doses de agonistas dopaminérgicos, como pramipexol, ropinirol ou adesivos de rotigotina antes de se 
deitar, geralmente são efetivos. A levodopa também pode ser efetiva, porém tem mais tendência a estar associada a 
um aumento ou rebote. Outros fármacos que podem ser efetivos incluem anticonvulsivantes, analgésicos e opiáceos. A 
reposição de ferro é indicada em pacientes com níveis séricos de ferritina diminuídos. 
Os pacientes tipicamente se queixam de uma dor profunda de distensão ou queimação nos membros inferiores, 
associada à agitação ou contorção dos artelhos de maneira involuntária contínua. 
DOENÇA DE WILSON DEFINIÇÃO 
É um distúrbio de herança autossômica recessiva do metabolismo do cobre, que se manifesta com distúrbios 
neurológicos, psiquiátricos e hepáticos, isoladamente ou em combinação. Cerca de 50% dos pacientes com DW (em 
particular pacientes mais jovens) manifestam anormalidades hepáticas. O restante apresenta doença neurológica (com 
ou sem anormalidades hepáticas subjacentes)e uma pequena proporção tem problemas hematológicos ou 
psiquiátricos no início da doença. 
Quadro clínico 
 O início da doença habitualmente é na segunda década, com tremor, rigidez e distonia. O tremor é bilateral e 
assimétrico, em geral acomete os membros superiores. O tremor pode ser de intenção ou, em certas ocasiões, de 
repouso e, na doença avançada, pode assumir uma característica de batimento em asa (movimentos oscilantes 
quando os braços são estendidos com os dedos em oposição). Outras manifestações: parkinsonismo com bradicinesia, 
distonia (careta facial), disartria e disfagia. Exame físico: anéis de Kayser-Fleischer – depósitos de cobre na membrana 
de Descemet ao redor da córnea (exame com lâmpada de fenda) – tendem a diminuir depois de 3 a 6 meses e 
desaparecer em 2 anos. 
Patologia 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa de Rezende – T1 
Neurodegeneração e astrogliose nos núcleos da base, particularmente no estriado. 
Diagnóstico 
→ Níveis sanguíneos baixos de cobre e ceruloplasmina e níveis elevados de cobre urinário 
→ Neuroimagem: atrofia cerebral generalizada, hipointensidade de sinal na RM ponderada em T2 na cabeça do 
caudado, putâmen, globo pálido, substância negra e núcleo rubro 
→ Biópsia: níveis elevados de cobre 
→ Teste genético: padrão ouro para diagnóstico 
TRATAMENTO 
→ Redução dos níveis teciduais de cobre – a penicilamina é frequentemente usada para aumentar a excreção 
de cobre 
→ Terapia de manutenção para evitar o reacúmulo – trientina e o zinco são fármacos úteis para terapia de 
manutenção • Doença hepática avançada: transplante de fígado

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