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o c to b e r t o d e c e m b e r � � � � � � � ����� � � o c to b e r t o d e c e m b e r � � � � � � � ����� � � Ensinando as Nações Jovem 3 Comentaristas: JOVENS E OBREIROS DA LIDERANÇA DO COMEPE E DA REDE MORADA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS Lições do Quarto Trimestre de 2021 PÁGINADATALIÇÃO TEMA 03/10 10/10 17/10 24/10 31/10 07/11 14/11 21/11 28/11 05/12 12/12 19/12 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 A excelência de Cristo no evangelho Pb. Hermindo Elizeu da Silva A suficiência da cruz Camila Moreira Alves A Igreja perfeita em Cristo Dc. Pedro Henrique S. de Paula Cristo e a igreja Pr. Hugo Leonardo Ribeiro O ministério paulino Daniel Batista Moreira As vãs filosofias Dcª. Andressa Cristina Araújo de Lima Doutrinas humanas Rafael Henrique Carvalheiro Machado A Pureza Pessoal Thalita Cássia Silva Poli A comunhão cristã Aux. Matheus Alexandro Rabelo Abreu Silva A Vida Cristã em Família Denilson Silveira de Souza Lima Trabalhando para a glória de Deus Larissa da Silva Moura Pereira 5313 26/12O testemunho e a prática do cristãoPr. Eberson Diniz Correa Editores: Pr. Elias Garcia Fernandes Pb. Hermindo Elizeu da Silva (colaboração voluntária) O legalismo religioso Pr. Estenyo Bezerra da Silva Ensinando as Nações Jovem 4 ENSINANDO AS NAÇÕES A PALAVRA JOVEM NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL JOVEM O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E CEDIDO À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO. Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” Av. Tiradentes, 615. CEP.: 75.040-010. Fone/Fax: (62)3315-8800. Anápolis, Goiás, Brasil. MESA DIRETORA Presidente: Pr. Sebastião José Inácio 1º Vice: Pr. Moisés José Inácio 2º Vice: Pr. Elismar Veiga da Silva 1º Secretário: Pr. Daniel Ferreira César 2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva 1º Tesoureiro: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo 2º Tesoureiro: Pr. Paulo Sartin CONSELHO CONSULTIVO Presidente: Pr. José Clarimundo César Vices: Pr. Jossele Clauber César e Pr. Claudino Borges CONSELHEIROS Pr. Adilson da Cruz Ribeiro, Pr. André Carlos Boaventura, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Dilson Resplandes dos Santos, Pr. Edson Araújo Bruno, Pr. Evangelino Gomes de Andrade Filho, Pr. Jessé Câmara Braga Frota, Pr. José Maria Gomes, Pr. Lázaro Francisco da Silva, Pr. Luís Carlos Vicente Júnior, Pr. Salvarino Pinto da Silva e Pr. William da Rocha Melo Diretor de Relações Institucionais: Pr. Venâncio Batista do Nascimento Assistentes: Pr. Daniel Ferreira César Atendimento: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo Livraria da Igreja AD de Anápolis: Pb. Aldmir de Macedo Azevedo Júnior Projeto Gráfico e Fotos: Pr. Paulo Sartin IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS Presidente: Pr. José Clarimundo César 1º Vice: Pr. Jossele Clauber César 2º Vice: Pr. Claudino Borges 1º Secretário: Pr. Carlos Marcos da Silva 2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva 1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho 2º Tesoureiro: Ev. João dos Santos Neto Diretor Administrativo: Pr. Ramos de Paula Nascente Vice-Diretor Administrativo: Pr. Israel Osmundo de Miranda Vogais: Pr. Antônio Barbosa Vieira, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Elias Garcia Fernandes, Pr. José Airton Faustino, Ev. Paulo Egídio dos Santos e Pr. Salvarino Pinto da Silva. Conselheiros: Pr. Antônio José Soares, Pr. Guido Pires Borges e Pr. Isaías Graciano de Jesus. Co-pastores da igreja SEDE Pr. Edvaldo Batista Melo e Pr. Rogério Garcia Fernandes. Ensinando as Nações Jovem 5 Oct 03, 20 2101A EXCELÊNCIA DE CRISTO NO EVANGELHO 1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, 2 aos santos e irmãos fiéis em Cristo que estão em Colossos: graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. 3 Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós, 4 porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e da caridade que tendes para com todos os santos; 5 por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, 6 que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade; 7 como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo, 8 o qual nos declarou também a vossa caridade no Espírito. 9 Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; 10 para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus; 11 corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência e longanimidade, com gozo, 12 dando graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz. Colossenses 1.1-12 | ARC a bíblia diz Desde o primeiro momen- to que tivemos contato com o evangelho, já começamos a ter uma noção acerca de seu poder. A partir desse contato, passamos a questionar nossa vida, como temos nos portado na sociedade, enfim, ficamos incomodados. Isso acontece porque, como afirma o apóstolo Paulo, o evangelho é o “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Dessa forma, ao ouvirmos as boas-novas de Cristo, podemos ser salvos. É essa a situação vivencia- da pelos irmãos de Colossos, de acordo com o primeiro capítulo da carta escrita por Paulo. O apóstolo se congratula com a fé apresentada pelos colossenses (v.4), a qual era fruto de evange- lização feita anteriormente não apenas com eles, mas para todo o mundo (v.6). Nesse contexto, precisa- mos refletir sobre o evangelho, de modo a verificar qual é a posição ocupada por Cristo nessa men- sagem, a fim de que aprendamos as verdades que nos conduzem Ensinando as Nações Jovem 6 aos céus. OS FALSOS ENSINAMENTOS EM COLOSSOS Para entendermos um pouco sobre a centralidade de Cristo no evangelho, precisamos pensar sobre o contexto histórico dessa igreja. De início, temos que os colossenses foram alcançados pelas boas-novas de Cristo por intermédio da pregação do após- tolo Paulo, feita em Éfeso. Epafras, que foi um dos auxiliares na obra missionária paulina, reportou ao apóstolo o andamento dos irmãos dessa cidade, de modo a apresen- tar seu progresso e, também, os problemas que os assolavam. Dentre essas vicissitudes estava a ameaça à sã doutrina, praticada pelos judeus que abra- çaram o cristianismo. Alguns destes, além de observarem os preceitos judaicos, ainda se alia- ram ao gnosticismo, uma corrente herética que negava a corporeida- de de Jesus, porquanto dizia que a matéria era má, o que influen- ciava na compreensão da morte de Cristo para salvar os homens. Acreditavam, inclusive, de acordo com William Barclay, que Jesus era uma espécie de fantasma que, por mais que parecesse ter corpo, prescindia dele, de modo que, em suas fantasias, ao caminhar, ele não deixava rastros na terra. Com isso, nessa teoria, era impossível que Jesus fosse o Salvador dos ho- mens, já que carecia de um corpo. Ao juntarem esses ideais às práticas judaicas, que consistiam em observar questões quanto à comida, bebida e a outros aspec- tos da vida cotidiana, teve-se uma perigosa combinação que pode- ria, inclusive, ter transformado o cristianismo em uma filosofia ou em uma teosofia, o que teria destruído a fé cristã, de acordo com Barclay. Essa ideia é corro- borada por Moody, o qual, em seu comentário sobre a epístola aos Colossenses, afirma: “qual- quer ensinamento que se desvia da centralidade de Cristo sob a pretensão de levar os homens à maturidade e perfeiçãoé uma perversão que ameaça a própria essência da fé”. No evangelho, Jesus preci- sa ser o centro, pois foi Ele quem se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14); morreu em uma cruz para cancelar a nossa dívida (Cl 2.14); ressuscitou e está à direita do Pai (Rm 8.34), dando-nos uma esperança vindoura (Cl 1.5). Por conseguinte, se Cristo não for o centro, não existem boas-novas. Ensinando as Nações Jovem 7 O EVANGELHO PRODUZ FRUTOS Em diversas passagens bíblicas há menção aos frutos. Eles, inclusive, são utilizados nas parábolas de Jesus, quando o Mestre quer se referir à obra desenvolvida por seus discípulos, ou quando quer criticar as ações temerárias dos fariseus. Nesse sentido, o Filho de Deus afirma: “não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que dê bom fruto. Porquanto cada árvore é conhe- cida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas” (Lc 6.43,44). Portanto, são os frutos que permitem a identificação do ver- dadeiro servo de Cristo, uma vez que suas ações fazem a separação entre o que é bom e o que é mau (Mt 12.33). Na carta aos Colossenses, a ideia de frutificar também apa- rece relacionada diretamente ao evangelho. No primeiro capítulo é possível ver a menção aos fru- tos duas vezes: uma no versículo seis e outra no versículo dez. Na primeira, o apóstolo os apresen- ta como uma consequência do evangelho, ou seja, uma vez que as boas-novas haviam chegado a todo o mundo, bem como a Co- lossos, elas culminavam em ações. Já na segunda menção, eles apare- cem como o propósito da oração de Paulo e de seus companheiros, que era a de que os Colossenses vivessem “de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1.10). Observem, também, nesses dois versículos, como a ideia dos frutos estão relacionadas às ações e, mais especificamente, às boas obras. Diante dessas questões, podemos compreender que os cristãos, tal como os irmãos de Colossos, são chamados a dar bons frutos. Por isso, precisamos entender qual é o propósito de Cristo, em seu evangelho, para as nossas vidas. O MODO DIGNO DE VIVER Como foi dito no tópico anterior, os frutos são colocados como um dos propósitos da ora- ção de Paulo, o que é mostrado no versículo 10. O apóstolo pedia a Deus que os irmãos colossenses transbordassem “de pleno conhe- cimento de sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viver[em] de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agra- Ensinando as Nações Jovem 8 PE N SA M EN TO “Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20). do, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1.9,10). Por meio desses versículos, podemos pensar mais um pouco sobre os frutos: • Na oração de Paulo, os frutos surgem como uma conse- quência do transbordar no ple- no conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e entendimento espiritual. • O pleno conhecimento da vontade de Deus nos permite que vivamos de modo digno, de modo a agradar-lhe. • O modo digno de viver exige que frutifiquemos em boas obras e que cresçamos no co- nhecimento de Deus. Diante desses pontos, é possível entendermos que a von- tade de Deus para as nossas vidas é que o conheçamos, para que, dessa forma, possamos viver de modo digno, para agradarmos a Ele por meio de bons frutos. Para tanto, devemos co- locar Jesus no centro de nossas vidas, pois somente Ele tem o cor- reto referencial para nossas ações. O QUE VEM A SEGUIR Já é de conhecimento dos irmãos que nós temos trabalha- do com lições temáticas. Nesta revista abordaremos questões extremamente relevantes sobre a epístola de Paulo aos Colossen- ses, como as questões referentes a Cristo e a sua centralidade, de modo a mostrar sua suficiência, a criação e também seu relaciona- mento com a igreja; o ministério paulino; os problemas observados na igreja de Colossos, como as vãs filosofias; o legalismo religioso e as doutrinas humanas; e, por fim, questões mais práticas, como a pureza pessoal; a vida em famí- lia; a prática do cristianismo no trabalho; o testemunho e a prática cristã. Portanto, amados irmãos, o desejo de nossos corações é que o Senhor nos conceda o es- clarecimento necessário para que possamos frutificar as boas obras que são esperadas, e, dessa forma, o nome de Cristo seja exaltado. Ensinando as Nações Jovem 9 Oct 10, 20 2102 A SUFICIÊNCIA DA CRUZ 13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, 14 no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Colossenses 1.13,14 | ARA a bíblia diz Nessa lição, falaremos a respeito do que o Verbo encarna- do conquistou por nós na cruz, respondendo a questionamentos talvez presentes em sua mente ou na vida de alguém que você conheça, como: Pode haver al- guém que frequenta a igreja desde pequenino, ter experimentado o império das trevas? Não pertenço a nenhuma igreja, mas nunca fiz mal a ninguém, procuro sempre ajudar as pessoas, posso viver ou ter vivido no império das trevas? Como me deixar ser conduzido ao Reino da Luz? O CATIVEIRO Percebemos no versículo 13, a existência de dois reinos opostos entre si: o “império das tre- vas” e “o reino do Filho do seu amor”. Sabemos que todo reino possui um Soberano que o comanda. Desse modo, o império das trevas é governado pelo inimigo antigo, Satanás (Mt 4.10), citado na Bíblia por vários nomes, como: diabo (Mt 4.1), Belzebu (Mt 10.25), Be- lial (2 Co 6.15). Já o reino do Filho amado tem Jesus Cristo como Rei e Senhor (Fp 2.11), o Pão da Vida, a Luz do mundo, a Estrela da ma- nhã (Ap 22.16), o Leão da tribo de Judá (Ap 5.5), a Pedra Angular (1 Pe 2.6), o Todo-poderoso (Ap 1.8). Existe uma frase, cujo au- tor é desconhecido, que diz: “O poder detém cativos relutantes, um reino valoriza súditos”. Em outros termos, a forma de comando de um reino estabelece o valor que é conferido a cada servo, indicando como esse será tratado enquanto Ensinando as Nações Jovem 10 estiver sob o domínio daquele reinado. Um servo conduzido por um péssimo rei viverá revolta- do consigo mesmo, procurando meios de minimizar o vazio de sua existência sem propósito, em um reino governado pelo ódio, pela escravidão e que mantém prisioneiros para a morte eterna. Já um servo que tem o Rei dos reis e Senhor dos senhores (1 Tm 6.15) como comandante, em um reino dominado pelo amor, pela paz e que possibilita a vida eterna, tem uma vida plena na certeza de que tudo faz parte do propósito de Deus. A palavra de Deus diz que todos nós nascemos no império das trevas, sem exceção (Rm 3.23). Portanto, não importa a cor da pele, classe social ou a quantidade de seguidores nas redes sociais, seja padre, pastor, casado, soltei- ro, homem ou mulher. Assim, é possível respon- der aos questionamentos citados no início da lição. Mesmo quem nasceu “dentro da igreja” ou quem nunca fez mal a outras pes- soas, também nasceu no império das trevas. Apesar disso, a boa notícia é que existe uma forma de não permanecer nesse reino. Vejamos a seguir! O RESGATE O verso 13 ainda narra a saída do império das trevas e a en- trada no Reino de Deus, privilégio exclusivo daqueles que creem na morte e na ressurreição de Jesus Cristo. Dessa forma, compreende- mos que essa regalia em passar a viver sob o governo de Deus não é desfrutada por todas as pessoas, mas somente por aqueles que acreditam e reconhecem que nos- sa dívida impagável foi liquidada por Cristo em sua morte na cruz (Cl 2.14; Rm 4.25). No texto original, a palavra usada para transportar é methis- temi, que no contexto da época remete ao costume de, após a vitória em uma guerra, o impé- rio vencedor transportar toda a população do reino vencido para seu território, obtendo o domínio sobre aquele povo. Assim,Paulo relata que Deus transportou o cristão, libertando-o do senhorio em que costumava viver para le- vá-lo a seu próprio reino e poder. Essa condução feita por Jesus na cruz não foi apenas um desloca- Ensinando as Nações Jovem 11 mento, mas um resgate em quatro aspectos, como dito por William Barclay em seu livro Colossenses: • Das trevas à luz: O homem que anda nas trevas não sabe aonde está indo, pois se encon- tra perdido, sem direção (Jo 12.35), vivendo na miséria, na adversidade (Is 8.22), na igno- rância (Mt 6.23) e na morte (Jó 10.21). Já o homem que anda na luz passa a ser guiado por Deus, sabe onde está e aonde vai (Jo 8.12). • Da escravidão à liberdade: O escravo não tem poder sobre suas escolhas, já que vive em função dos prazeres e vonta- des de seu senhor, tornando- -se escravo de seus medos, de seus pecados e de sua própria impotência (Jo 8.34). Em Jesus encontramos a liberdade em servi-lo por amor, não por falta de escolha (Rm 8.14,15). • Da condenação ao perdão: Sem conhecer a Deus, o ho- mem está condenado à morte eterna, devido a sua vida de pecado sem arrependimento e sem mudança de postura (Rm 6.23). Ao comentar sobre esse assunto, o Pastor Hernandes Dias Lopes escreveu: “Em Adão estávamos condenados, mas em Cristo estamos justificados”. Jesus levou sobre si a nossa culpa, morreu a nossa morte, recebeu o nosso castigo e nos justificou diante do trono de Deus, nos proporcionando vida eterna (Rm 8.1,2). DOMINADOS PELA LIBERDADE A liberdade é um dos de- sejos mais profundos da huma- nidade. Em nome da liberdade foram realizados protestos, mani- festações, revoluções e até mesmo guerras, nas quais muito sangue foi derramado. Todavia, todo esse esforço se torna vão, já que o ser humano só pode conhecer a verdadeira liberdade através do derramamento do sangue de Jesus Cristo! O sacrifício perfeito liberta todo aquele que escolhe acreditar (Jo 8.36). Ser livre em Jesus não sig- nifica ter permissão para fazer tudo o que queremos, levando uma vida sem consequências quando pecamos. Em Romanos Ensinando as Nações Jovem 12 PE N SA M EN TO “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão”? (1 Co 15.54b,55). 6.14, Deus nos torna capazes de obedecê-lo: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”. Dessa forma, tornamo-nos livres para escolher a quem servir, se a Deus ou às vontades da nossa carne (Gl 5.13). O mistério da liberdade está em poder escolher de quem ser escravo. No verso 14 vemos que te- mos o perdão de nossos pecados em Cristo. Uma vez que o homem em condição de escravidão não pode se auto libertar, ele precisa de um libertador, um redentor. Unicamente para isso, Jesus, o Filho de Deus, se reduziu à for- ma humana, nascendo do ventre de uma mulher, sendo cuidado quando bebê, e se submeteu a tantas outras circunstâncias hu- manas, com o único intuito de nos resgatar e nos fazer retornar à comunhão e à submissão ao Eterno. Como diz a Escritura em 1 Pe 1.18-20-NTLH: “Pois vocês sabem o preço que foi pago para livrá- -los da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Esse preço não foi uma coisa que perde o seu valor como o ouro ou a prata. Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha. Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês”. Após refletir sobre como sair do cativeiro de Satanás, sen- do resgatado para a liberdade em Cristo Jesus, faça uma análise sobre sua situação atual. Nesta lição descobrimos que o simples fato de frequentar a igreja não nos livra do império das trevas. Por- tanto, coloque em prática o que foi aprendido aqui. Dessa forma, caso se considere resgatado para o Reino da Luz, não deixe de pro- pagar essa mensagem às pessoas com as quais terá contato em sua caminhada terrena, pois assim como você, elas também podem ser resgatadas para uma vida no Reino do Filho amado. Ensinando as Nações Jovem 13 Oct 17, 20 2103A IGREJA PERFEITA EM CRISTO 15 Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito sobre toda a criação, 16 pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos sejam soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. Colossenses 1.15-17 | NVI a bíblia diz Lembro-me da primeira vez que tive o privilégio de visi- tar o mar. Para quem reside no estado de Goiás, estar no litoral demanda uma jornada de, no mínimo, 1000 Km (distância en- tre Goiânia e a praia mais próxi- ma no estado de São Paulo). Ao avistar aquela imensidão azul que se ajuntava com o céu no horizonte, veio à minha mente um pensamento que acredito ser comum a muitos que vivem essa experiência pela primeira vez: “Deus é maravilhoso”! A mesma sensação de ad- miração acontece conosco quan- do presenciamos o nascer e o pôr do sol entre as montanhas, a lua cheia enfeitando a noite, ou o arco-íris que se forma em dias chuvosos. Além das encantadoras belezas que podemos observar no céu, a natureza também nos proporciona experiências mag- níficas. O forte som de uma ca- choeira, o canto dos pássaros que ressoa bem cedo no campo, a dedicação e o carinho de um animal de estimação, até mesmo o simples cair da chuva batendo em nossa janela durante a noite. Estas e outras experiências nos levam a glorificar ao Senhor, re- conhecendo que somente um poder supremo poderia criar ta- manha imensidão, diversidade e beleza. Esse reconhecimento não é por acaso. A criação faz par- te da revelação geral de Deus ao ser humano. Os céus mani- festam sua glória (Sl 19.1). Seus Ensinando as Nações Jovem 14 atributos, poder e divindade são percebidos por meio das coisas criadas: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto en- tre eles, porque Deus lhes manifes- tou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divinda- de, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo perce- bidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1.19,20). NO PRINCÍPIO (Gn 1.1) Uma ideia que busca ex- plicar a origem do Universo, que está presente nos círculos educacionais há muito tempo, é a teoria do big bang. Segundo os defensores desse pensamento, o Universo teria surgido após uma grande explosão cósmica, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás, o que resultou em uma grande li- beração de energia, criando o espaço-tempo. A obra da criação foi o pri- meiro ato de Deus registrado nas Escrituras. O texto de Colossen- ses é uma clara defesa da dou- trina do criacionismo, trazendo a compreensão de que todas as coisas foram criadas por Deus, por meio de Cristo e com um propósito. Dessa forma, o cristão tem uma certeza, ao observar os tex- tos bíblicos: nada é obra do aca- so. Por conseguinte, podemos ter a certeza de que Deus projetou o Universo e tudo o que nele há em todos os aspectos, não haven- do uma situação sequer que foge ao controle de suas mãos. IMAGEM DO DEUS INVISÍVEL Um ponto de primordial importância que devemos me- ditar é a primeira informação trazida por Paulo no trecho que estamos estudando: Cristo é a imagem do Deus invisível. Ao trazer esse assunto, o apóstolo busca fortalecer nos seus leitores a convicção acerca da divindade de Cristo, no senti- do de que ele não é apenas uma criatura ou subproduto de Deus, conforme o gnosticismo ensina- va, mas, sim, o Filho de Deus, igual ao Pai. O sentido da coloca- ção da palavra no texto é de que Cristo é a expressa imagem do Pai, ele é a expressão exata do ser Ensinando as Nações Jovem 15 de Deus (Hb 1.3) e possuidor da totalidade dos atributos de Deus, diferentementedo homem que pode receber apenas uma parte das características de Deus, que são os atributos comunicáveis. Deus é Espírito, portanto, invisí- vel. Cristo é o Verbo que se fez carne e habitou entre os homens, conforme pode ser visto em João: “E o Verbo se fez carne e habitou en- tre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (Jo 1.14). Ele é Deus conosco (Mt 1.23). Olhando para Jesus, pode- mos ver o Pai: “Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tan- to tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai”? (Jo 14.8,9). PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO No contexto do Antigo Testamento, o filho primogênito tinha direitos e honras que a cul- tura e a lei lhe concediam. A ele pertenciam a porção dobrada da herança e o papel de chefe da fa- mília. Quando Paulo fala sobre Cristo ser o primogênito, ele fala sobre a preeminência, a prima- zia, o lugar de destaque em re- lação a toda a criação. Essa pri- mogenitura significa que ele é o herdeiro de todas as coisas (Hb 1.2) e que exerce domínio sobre a criação. Nesse trecho de sua carta aos crentes de Colossos, Paulo discorre sobre a supremacia de Cristo em relação a todo o Uni- verso material e aos seres espiri- tuais. Nesse relato, ele enfatiza a participação de Cristo na criação e como ele exerce desde sempre a supremacia sobre todas as coi- sas criadas, visíveis e invisíveis. NELE, POR ELE E PARA ELE A criação foi realizada com a participação efetiva da Trindade Santa. Pai, Filho e Es- pírito Santo trabalharam junta- mente para que todas as coisas que podemos conhecer hoje vies- sem à existência. Essa atuação conjunta fica ainda mais clara ao observarmos o emprego do ver- bo “façamos” na primeira pessoa do plural no ato da criação do ser humano (Gn 1.26). Ensinando as Nações Jovem 16 PE N SA M EN TO Senhor, meu Deus, quando eu, maravilhado, contemplo a tua imensa cria- ção. A terra e o mar e o céu todo estrelado me vêm fa- lar da tua perfeição. Então minh’alma canta a ti Senhor: Grandioso és tu! (HC - Hino 526) Todas as coisas foram pla- nejadas por Deus e criadas com um propósito. Paulo mostra que Cristo participou ativamente da obra da criação, o que não foi apenas um ato cosmológico, mas a origem da vida ética e espiri- tual, visto que Deus criou o ho- mem e colocou nele princípios éticos, morais e espirituais. No texto, Paulo amplia a história da criação e afirma que não so- mente o Universo no sentido de biodiversidade, mas, também, o mundo angelical foi criado por Deus e seu Filho Jesus Cristo. Robert H. Gundry diz que, naquela época, uma perigosa he- resia estava presente em Colos- sos, que incluía o menosprezo à pessoa de Cristo e a adoração aos anjos, como intermediários, a fim de que o Deus altíssimo fosse conservado incontaminado do contato com o universo físico. Em confronto a esses pensamen- tos, Paulo ensina aos colossenses que até mesmo os anjos foram criados por Cristo e para Cristo. Ele é supremo sobre o universo material e também é supremo sobre o universo espiritual. NELE TUDO SUBSISTE Paulo finaliza o raciocínio acerca da supremacia de Cristo na criação, concluindo que ele é a causa e o propósito de todas as coisas criadas permanecerem existindo. No salmo 24, Davi ensi- na que Deus é o dono de toda a criação. Como Senhor supremo e controlador de todo o Universo, ele estabelece as leis, determina os tempos e controla todos os fa- tores relacionados à sua obra. Je- sus Cristo é a pessoa que exerce esse domínio. Além de estar presen- te com o Pai e o Espírito Santo trazendo à existência todas as coisas, Cristo é o sustentador da criação. Ele mantém todas as coi- sas em existência pelo poder da sua palavra (Hb 1.3). Ensinando as Nações Jovem 17 Oct 24, 20 2104 CRISTO E A IGREJA 18 E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, 19 porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse 20 e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconci- liasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus. 21 A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou 22 no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irre- preensíveis, e inculpáveis, 23 se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperan- ça do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro. Colossenses 1.18-23 | ARC a bíblia diz Quando pensamos em igreja, a primeira coisa que te- mos que ter em mente é que ela não é um ajuntamento formado pelo acaso. Nem mesmo é um grupo de pessoas atraídas por um interesse comum entre si. Para o Pr. Leandro Peixoto, ela foi gestada em todo A.T, conce- bida em Cristo Jesus na Cruz do Calvário e mantida pelo Espírito Santo na história até sua consu- mação. Sendo assim, algumas frases como: “Jesus nunca fundou uma igreja”, “Deus está em todos os lugares, inclusive lá em casa, não preciso ir a uma igreja” ou “eu não preciso de uma igreja para ter um relacionamento com Deus” deve- riam causar aos nossos ouvi- dos a máxima estranheza. Tais frases, embora formem coro na boca de muita gente, estão dia- metralmente opostas à Palavra. De todo modo, incômodas dis- torções doutrinárias, persegui- ções, injúrias e difamações sem- pre fizeram parte do currículo da igreja do Senhor na Terra. É fato ainda que, desde os tempos anti- gos, os capítulos mais nebulosos da história da igreja não foram precedidos pelo sangue dos már- tires, mas por atitudes de falsos Ensinando as Nações Jovem 18 mestres. De igual modo, o con- texto em que foi escrita a carta de Paulo aos Colossenses não foi diferente. INVESTIDAS CONTRA AS FALSAS DOUTRINAS Naquele tempo, as igrejas do Vale de Lico estavam sob ata- que por uma série de perigosas formulações Judaico-gnósticas, que, em resumo, defendiam: a) A matéria como essencial- mente má. Logo, Deus não poderia criar o Universo e nem se relacionar diretamen- te com ele, assim Jesus seria o resultado de uma série de encarnações que esvaziavam a divindade até chegar a um ser mais acessível à criação; b) A superioridade do conhe- cimento em detrimento do evangelho, visto que este pre- cisava ser aperfeiçoado, por meio do conhecimento que detinham, para se tornar per- feito; c) O culto aos anjos com uma forte influência destes em vi- sões, predições e experiências sensoriais; d) Uma forte influência sobre o cosmos e astrologia sobre a vida humana, entre outras. É exatamente sobre este cenário que Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, lança seu ataque, como veremos a seguir. A cabeça da igreja, o prin- cípio da ressurreição (v.18). O Rev. Hernandes Dias Lopes afir- ma que se o tema central de Efé- sios é a igreja, o de Colossenses é Cristo. Sendo assim, por que não falarmos sobre a igreja em Efé- sios? A razão é simples: a partir do momento em que Cristo cons- titui um corpo para si, não faz sentido falar de Cristo, sem ter a igreja em perspectiva. “Cristo é a cabeça do corpo da Igreja” (v.18a) e isso não diz respeito apenas ao seu governo sobre ela, mas tam- bém à sua unidade com ela (Ef 4.15,16). Partindo deste princí- pio, é absolutamente insustentá- vel dizer sobre uma fé em Cristo que não aceite, não incorpore ou não ame o corpo de Cristo (1 Jo 4.20). Assim como no contexto da carta aos Colossenses, é de ex- trema importância combater esta heresia que visa separar Cristo de seu corpo. Jesus proveu, de uma vez por todas, o sacrifício que nos trouxe a paz (Is 53.5). Assim como perguntou à Ensinando as Nações Jovem 19mulher adúltera conforme João 8, ele pergunta à Igreja: onde es- tão seus acusadores? Ainda que igreja contemporânea não apa- rente ser digna de seu redentor e, por isso, tem animado o coração de seus opositores, no meio de tudo isso o Senhor tem comu- nicado o seu amor à humanida- de. Isso ocorre por meio de sua igreja, pois ele diz que ela, apesar de tudo, é seu corpo e que quem quiser se achegar a Ele vai se en- contrar com a igreja Santa que não somente entra, mas vive de- baixo da presença gloriosa todos os dias e em todo o tempo. Todos precisam enxergar o que a igreja é em Cristo, e que mesmo sendo despercebidas por muitos, em breve ela será glorifi- cada e encontrar-se-á com o seu noivo nos ares (1 Ts 4.17). Nele habita a plenitude (v.19). Na contramão do que afir- mavam os gnósticos, Jesus não é um demiurgo, um ser interme- diário, menor que Deus e que, por isso, podia tocar no mal que o Deus santo não pode. A decla- ração de Paulo sobre a Plenitude de Deus no Filho não destoa da Kenosis (Fp 2.5-11), que é o au- toesvaziamento ao qual Jesus aplica a si mesmo, a fim de se ha- bilitar ao nosso resgate. Diferente do conceito gnóstico, Jesus não se abstém de sua essência divina, isto é, ela não o fez menos Deus que o Pai, mas somente lançou a glória que o pertence e o confere o nome que é acima de todo nome para depois da ressurreição. Por con- seguinte, Cristo Jesus é “verdadei- ro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, consubstancial com o Pai” (recorte do credo Niceno). Mas, afinal, o que todos estes termos têm a ver com a relação de Jesus com a Igreja? Tudo! Paulo está afirmando que Jesus cumpre com todos os requisitos não só para conceber (dar à luz) a igreja, mas para mantê-la por meio do Espírito da promessa (Jo 14.16) até que Ele venha. É por esta ra- zão que a igreja pode olhar com confiança o versículo seguinte, como sendo o seu sacrifício na cruz o cartão de entrada nos San- tos dos santos (Hb 10.19,20). Reconciliação cósmica (v.20). Paulo reforça o entendi- mento do Cristo cósmico, que concilia o entendimento da am- plitude da sua obra que não se limita ao tempo e ao espaço, que alcança a criação desde antes de seu princípio e queda (Ap 13.8) Ensinando as Nações Jovem 20 PE N SA M EN TO O lugar ao qual a pa- lavra de Deus se refere é uma condição de consciência e maturidade, e não apenas um endereço e um horário. (Pau- lo Borges Jr) e que lhe confere poder e autori- dade sobre todas as coisas e em todos os tempos. Desta reconci- liação não se furta a igreja; pelo contrário, aqueles que foram lavados e remidos pelo seu san- gue, ele os abrigou em seu corpo e deu-lhes o nome de Eclésia. De separados à reconci- liados e inculpáveis (vv.21,22). Do ponto de vista da merito- cracia, isto é, do sistema de re- compensa segundo o próprio esforço, enfatizado pelo mun- do, não é somente a igreja que é insustentável, mas toda a obra da criação. A condição do criar, assim como o redimir, está no gracioso sacrifício de Jesus. Ele é, segundo João 1, o Logos que se empenhou à morte, que nos trouxe a vida, pois ela estava es- condida nEle. Mesmo sabendo que estaria morrendo por inimi- gos, pessoas cujos pensamentos só aumentavam sua distância até Deus, assim mesmo, Jesus es- colheu a Cruz. Esse ato deveria servir como iluminação, pelo Es- pírito, para nos achegarmos com mais confiança ainda. Apesar de suas eventuais falhas, a igreja não deve se pren- der ao peso decorrente delas, ain- da que deva evitá-las (Lc 17.1), mas ter a ousadia para testemu- nhar que, o mesmo amor que a salvou, redimiu e justificou de toda acusação, é aquele que tam- bém é a resposta para o mundo que não o recebeu. Um desafio (v.23). Sob os desafios que a fé Cristã tem im- posto a nós na pós-modernida- de, endossando as palavras do apóstolo Paulo, desafio o leitor a se cercar de todas as promessas feitas por Jesus à sua igreja. Por- tanto, não desista de crer! Não se afaste da gratidão de pertencer à comunidade da fé. Ela custou muito caro ao Senhor Jesus. Por isso, ore sempre, para que seja mantida em seu coração a ale- gria da salvação. Ademais, não se afaste do Corpo de Cristo, pois é nele que se consuma a nossa es- perança agora e no porvir. Ensinando as Nações Jovem 21 Oct 31, 20 2105 O MINISTÉRIO PAULINO 24 Agora eu me sinto feliz pelo que tenho sofrido por vocês. Pois o que eu sofro no meu corpo pela Igreja, que é o corpo de Cristo, está ajudando a completar os sofrimentos de Cristo em favor dela. 25 E Deus me escolheu para ser servo da Igreja e me deu uma missão que devo cumprir em favor de vocês. Essa missão é anunciar, de modo completo, a mensagem dele. 26 Essa mensagem é o segredo que ele escondeu de toda a humanidade durante os séculos passados, porém que agora ele revelou ao seu povo. 27 O plano de Deus é fazer com que o seu povo conheça esse maravilhoso e glorioso segredo que ele tem para revelar a todos os povos. E o segredo é este: Cristo está em vocês, o que lhes dá a firme esperança de que vocês tomarão parte na glória de Deus. 28 Assim nós anunciamos Cristo a todas as pessoas. Com toda a sabedoria possível, aconselhamos e ensinamos cada pessoa, a fim de levar todos à presença de Deus como pessoas espiritualmente adultas e unidas com Cristo. 29 É para realizar essa tarefa que eu trabalho e luto com a força de Cristo, que está agindo poderosamente em mim. Colossenses 1.24-29 | ARC a bíblia diz A carta de Paulo aos Co- lossenses é focada em reafirmar a centralidade de Cristo e sua dou- trina. O apóstolo enfatiza Cristo na criação, na providência, na redenção e na igreja. Agora, nes- se ponto, Paulo volta a destacar o seu ministério e as marcas que ele deixou na igreja e em sua pró- pria vida. Russell Shedd, quando co- menta sobre este texto, destaca que uma das marcas do ministé- rio de Paulo é que era de “alegre sofrimento”. Ao olharmos para o versículo 24, encontramos a afirmação de Paulo sobre o fato dele se regozijar nos sofrimentos que passava pela causa de Cristo e, também, em função do corpo de Cristo - a igreja. O teólogo e escritor Wiersbe afirma que “o sofrimento de Cristo chegou ao fim, mas seu corpo, a igreja, ain- da sofre ao permanecer firme na fé”. Para os cristãos não é fá- cil entender o termo “alegria nos sofrimentos”, porém quando o apóstolo escreve isto, ele trans- mite a mensagem de que os cris- tãos devem se alegrar por serem considerados dignos de sofrer Ensinando as Nações Jovem 22 afrontas, ou até mesmo ataques físicos, em nome de Jesus. Quan- to a isso, o pastor Hernandes Dias Lopes comenta que “assim como o mundo perseguiu a Cristo, persegue a igreja por causa de Cris- to. Assim as perseguições aos filhos de Deus são inevitáveis”. Paulo entendia e se alegrava por isso, compreendendo que havia um propósito, que era o avanço e de- senvolvimento da igreja. O fato de estar na sua pri- meira prisão em Roma quando escreveu a carta, serve de base e motivação para os irmãos da igreja de Colossos, tendo em vis- ta que há um exemplo prático para aqueles irmãos: o privilégio não apenas de crer em Cristo, mas, também, sofrer por Ele. O MISTÉRIO REVELADO Mesmo considerando que a igreja de Colossos não tenha sido fundada por Paulo, mas, sim, por Epafras, o apóstolo se preocupa em expor que ele se considera um ministro (servo) não só de Cristo, mas da igreja. Ele trata sobre o misté- rio oculto durante séculos, que agora se manifestou às gerações. Segundo D. L. Moody, quando Paulo comenta esse texto ele está trazendo a ideia de “um segredo apenas conhecido através da revela- ção divina”. O mistério revelado àquela igreja “de acordo com a dis- pensação da parte de Deus” tinha o propósito de dar pleno cumpri- mento à palavra de Deus: Jesus Cristo, a própria palavra encar- nada e agora expressa através da vida de Paulo não apenas aos judeus, seguidores da lei ou não, mas tambéma todos aqueles que receberam e aceitaram o chama- do para serem feitos filhos de Deus (Jo 1.12). Segundo William Barclay, “esse mistério estava no fato de que a glória e a esperança do evangelho não eram apenas para os judeus, mas também para todos os homens em todas as partes”. O apóstolo Pau- lo está reafirmando aos irmãos daquela igreja que eles foram alvos da graça de Deus, através da revelação deste mistério, e que os sofrimentos que porven- tura tivessem que enfrentar du- rante sua caminhada de fé não deviam ser motivos para desis- tirem de viver tamanha bênção. Em 2 Coríntios 11.23-28, vemos que o próprio apóstolo lista seus sofrimentos e dificuldades no ministério, mas sem demonstrar arrependimento, ao contrário, utiliza-se disso para encoraja- mento das igrejas. Ensinando as Nações Jovem 23 ANUNCIAR, ADVERTIR E ENSINAR A ideia de Paulo ao apre- sentar seu trabalho parece ter como objetivo central conscienti- zá-los de que o mistério (1 Cl 1.26) e as riquezas da glória (v.27) lhes foram concedidos não para que se considerassem especiais ou merecedores de tamanha graça. Por isso, o apóstolo expõe os so- frimentos por que passou e ain- da passava naquele momento es- tando preso, e ainda demonstra à igreja da região de Colossos a dádiva que eles receberam atra- vés da pregação do evangelho, com consequente arrependimen- to dos pecados e a conversão. Sabemos que o homem natural não discerne as coisas de Deus (1 Co 2.14), de forma que eles jamais poderiam ter compreendido se Deus não lhes tivesse aberto os olhos para que entendessem sobre Cristo e a obra da redenção. Esta “riqueza da glória”, dada aos gentios, não isentava a igreja de Colossos de conhecer a Deus e sua vontade cada dia mais. O apóstolo agora (v.28) utiliza três vezes o termo grego “pasanthropos” para indicar que ninguém, homem ou mulher, ju- deu ou gentio, está livre da obri- gação de conhecer a palavra de Deus, a fim de que possam cami- nhar rumo à perfeição em Cristo. Anunciar a Cristo, advertir e en- sinar sobre a vontade de Cristo era uma obrigação da qual Paulo não se afastava. Anunciar a Cristo signifi- cava para Paulo que ele próprio ou qualquer outro homem não deveria ser o foco. Nesse senti- do, segundo o Pastor Hernan- des Dias Lopes, por onde Paulo passava deixava atrás de si uma verdadeira revolução. Ele, na verdade, não considerava a vida preciosa para si mesmo desde que anunciasse o evangelho da graça de Deus (At 20.24). Ele entendia que, além de anunciar, era necessário também “advertir a todo homem”. O termo grego utilizado “nouthesia” traz a ideia de correção sobre os riscos da vida cristã e das mentiras e he- resias disseminadas no meio da igreja. “Ensinando (gr. didaskein) a todo homem em toda sabedoria”. Este enunciado nos dá a noção de que o apóstolo quis trazer a ideia de que não bastava anun- ciar a Cristo, advertir quanto aos erros cometidos, porém era de extrema importância, também, ensinar as verdades da palavra de Deus. Nessa direção, William Hendriksen afirma que “para Paulo a doutrina abstrata não exis- Ensinando as Nações Jovem 24 PE N SA M EN TO Paulo foi o maior ban- deirante do cristianismo, seu expoente mais ilustre, seu arauto mais eloquente, seu embaixador mais conspícuo. (...) Com a mes- ma motivação pregou quando tinha fartura e também quando passava por privações. Ele enri- queceu a muitos, sem nada pos- suir.” (Hernandes Dias Lopes) tia, tampouco a ética cristã flutuan- do no ar. Para Paulo o cristianismo era uma vida baseada na doutrina”. O propósito final desse compromisso de Paulo com a igreja era a perfeição em Cristo. Paulo indica que aquela igreja, assim como a igreja de nossos tempos, teria que alcançar ma- turidade ao ponto de ter seu ca- ráter mudado e ter Cristo como modelo de vida. UM ESFORÇO EXEMPLAR No texto analisado nesta lição, vemos o apóstolo Paulo sempre deixando em evidência a questão do esforço com o qual ele se empenhava no ministério. Há sempre um ponto chave a ser observado, que é o propósito pelo qual Paulo se esforçava. No versículo 29 ele diz que se “afa- diga” por esse propósito, que é o desenvolvimento do corpo de Cristo, até que este possa ser con- siderado perfeito, não no sentido de não cometer mais pecados, mas no sentido de maturidade ao ponto de entender o novo modelo de vida com o qual de- veriam viver agora. Todavia, o homem que diz se “afadigar” e se “esforçar ao máximo possível” não requer para ele mesmo a honra ou o louvor de todo seu trabalho e esforço. A menção final do capítulo 1 é justamente o contrário disso: o apóstolo diz que tudo o que faz no ministério é o próprio Cris- to, que “opera” (gr. energeo) de maneira eficiente através de sua vida. Esse termo utilizado signi- fica que Cristo é quem o habilita e o capacita a realizar o trabalho. Sem dúvida, há na vida desse homem um grande exem- plo para os cristãos de todas as épocas. O pastor Hernandes Dias Lopes afirma sobre a vida de Paulo: “embora tenha experimen- tado fome e frio, suportado cadeias e tribulações, passado os últimos dias numa masmorra enfrentando o mar- tírio por ordem de um imperador in- sano, sua vida ainda inspira milhões de pessoas em todo o mundo”. Portanto, espelhemo-nos no ministério de Paulo e, dessa forma, nos esforcemos para glo- rificar a Deus. Ensinando as Nações Jovem 25 Nov 07 , 2 02 106 AS VÃS FILOSOFIAS 8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. Colossenses 2.8 | ARA a bíblia diz CUIDADO! CAUTION! ¡PRECAUCIÓN! Os irmãos colossenses pas- savam por um conflito de ideias, pois naquela cidade habitavam também gregos e judeus que ti- nham crenças e valores não com- patíveis aos princípios cristãos en- sinados a esta igreja. Dessa forma, um desvio no entendimento do Mistério de Deus, que é a supre- macia de Cristo, ou seja, Cristo como cabeça da igreja sendo ELE e somente ELE suficiente, poderia ser ocasionado pelo contato com essas diferentes formas de pensar. Ao lermos a epístola aos colossenses, é possível afirmar que os ventos das vãs filosofias não têm poder diante da obra redentora de Cristo, que nos tirou do império das trevas nos transportando para o seu reino de amor (Cl 1.13). Sabendo disto, vamos estudar juntos o que eram, de fato, estas vãs filosofias citadas pelo apóstolo, para que possamos combatê-las. CONFLITO DE IDEIAS Os colossenses eram bom- bardeados por duas linhas de pensamentos geradas pelos gre- gos e judeus. Eles se uniram à igreja, aceitando a Cristo, porém não como o único e suficiente salvador. Com isso, essas pessoas aceitaram fazer parte do corpo de Cristo, mas não o consideravam como cabeça do corpo. Por con- seguinte, estas ideias geravam as vãs filosofias as quais Paulo se referiu, que se subdividiam em duas fortes vertentes de influên- cia dentro da igreja: o Politeísmo Místico defendido pelos gregos, e o Legalismo enfatizado pelos judeus. Politeísmo místico. Den- Ensinando as Nações Jovem 26 tro da cultura religiosa dos gre- gos havia muitos praticantes do politeísmo, ou seja, sua crença, cultos, rituais, dentre outras coisas direcionadas a diversos deuses. Por exemplo: Afrodite era a deusa da beleza e do amor; Ares, o deus da guerra; Atena, a deusa da sa- bedoria etc. Portanto, Jesus Cristo, para os irmãos gregos, era apenas mais uma divindade para a qual deveriam prestar culto. Legalismo. Já na cultura judaica, a Torá regia seus prin- cípios, valores morais e sociais e a sua própria crença (fé) em Deus. Dentro desta perspectiva, os irmãos judeus daquela época acreditavam em Cristo, porém defendiam os mandamentos da- dos por Moisés, revelados pela pessoa de Deus no Monte Sinal (Êx 19.11). Assim, eles queriam continuar vivendo nas práticas re- ligiosas de outrora, preservando os dias sagradose, principalmen- te, a circuncisão. O IDEAL PAULINO NA PESSOA DE CRISTO A pressão era grande, para que a igreja desviasse seu foco central da pessoa de Cristo. O apóstolo a advertiu para tomar cuidado com as palavras persua- sivas (Cl 2.4). A persuasão está relacionada ao ato de convencer através da comunicação simbó- lica, no objetivo de gerar convic- ção e valor em quem está sendo persuadido. Em outras palavras, as pessoas que defendiam estas vãs filosofias persuadiam os ir- mãos através de suas crendices baseadas em tradições de homens e rudimentos do mundo (Cl 2.8) praticadas antes da vida de rela- cionamento com Cristo. A igreja vivia sendo sufocada pelo medo de poderes espirituais e espíritos elementares, como se estas forças malignas tivessem poder sobre eles. Cristo, ao vir à terra, cum- priu toda lei (Mt 5.17). Com isto, os irmãos colossenses não pre- cisavam mais viver conforme as determinações previstas na Lei Mosaica. Assim, Paulo escreve: “Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Cl 2.11). Portanto, o apóstolo os chamava de cristãos livres do legalismo e incentivava que eles vivessem assim. O apóstolo queria instruir esta igreja a não andar mais neste viés, pois, contemplar isto e viver Ensinando as Nações Jovem 27 tal situação era invalidar a obra perfeita de Deus, que é o próprio Cristo manifestado em nós e atra- vés de nós, ou seja, como a própria esperança da glória de Deus. Cris- to Jesus, através do seu sacrifício na cruz, nos tira do domínio de qualquer potestade e principado, de modo a nos legitimar como participantes do seu reino de gló- ria e amor. Logo, as leis que regem este reino não são leis humanas, porquanto qualquer dívida possí- vel foi aniquilada. Nesse aspecto, as ordenanças de vida que tínha- mos na antiga humanidade, sem Cristo, não cabem mais na nova humanidade proposta na pessoa de Cristo Jesus. AS VÃS FILOSOFIAS? As vãs filosofias existem ainda hoje. Todavia, quero trocar este termo por outro mais atual, para facilitar ainda mais a nossa compreensão. Quero usar o termo IDEOLOGIA. O mundo está sendo movi- mentado muito mais por ideolo- gias que por dinheiro. Ideologias sociais, econômicas, religiosas, e por que não citar aquelas que mais têm gerado combates, que são as ideologias políticas de di- reita, esquerda, centro, extremis- tas? Quanto às ideologias, pode- -se dizer que tudo aquilo em que você pensa e defende, hoje, pode te definir. Logicamente, se é um pensamento, isto é uma ideia; se é ideia, é ideológico. Dentro disto, quero chamar atenção aqui em como e por que temos de comba- ter estas vãs filosofias. Primeiramente, entenda que a palavra ‘vão’ significa vazio, oco, aquilo que não tem conteúdo. Por sua vez, a palavra filosofia significa amor pelo conhecimen- to. Aqui existe algo especial: o apóstolo quer dizer que não devemos amar conhecimentos vazios, ocos de conteúdo. Assim, o politeísmo grego, com todos os seus deuses, não foi capaz de gerar transformação de vida e o discurso legalista dos judeus só trazia condenação àquele povo. As vãs filosofias de hoje, as ideologias humanas, não são ca- pazes de gerar transformação em nossas vidas. Os astros, os signos, o tarô, o misticismo, o legalismo, a partir da observação da Torá exis- tente até hoje em muitas igrejas e seitas, não são maiores que a su- ficiência presente na supremacia de Cristo (Cl 1.20-23). Paulo orou pedindo: “Por esse motivo, também nós, desde o momento em que soubemos desse fato, Ensinando as Nações Jovem 28 PE N SA M EN TO A urgência em entender- mos a suficiência de Cristo é tão grande quanto o desejo da criação pela manifestação dos filhos de Deus. igualmente, não deixamos de orar por vós e de suplicar que sejais cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e enten- dimento espiritual”. Ele pediu para que os ir- mãos fossem transbordantes em conhecimento, sabedoria e entendimento. Às vezes usamos estas três palavras voltadas para o mesmo sentido. Todavia, elas possuem significados totalmen- te diferentes: a) Conhecimento refere-se à junção de sabedoria e entendimento, que significa aprender algo por meio da ex- periência. Ou seja, Paulo estava desejoso que os irmãos de Co- lossos pudessem crescer através do entendimento do mistério de Deus, Jesus Cristo, através da experiência com ele (Cl 2.2,3); b) Sabedoria denota a qualidade de quem é sábio, do latim “sapere”, que significa “saber” ou “sentir o gosto”; c) Entendimento significa “reforçar” ou mesmo “estender” o conhecimento sobre algo. Queridos, só vamos vencer as vãs filosofias quando sentirmos o gosto do que é a vida com Cris- to, a partir dos ideais celestiais. Por isso, já temos que viver aqui no mundo os padrões do céu, por- que o próprio Cristo, ao ensinar os seus discípulos a orar, disse “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Paulo reforça isso aos colossenses ao dizer: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pen- sai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.1-3). Tudo isto para que possa- mos viver a plenitude da mani- festação do reino de Deus aqui na terra. Este Reino, sendo mani- festado através de nós, vai trans- cender toda vã filosofia, ideologia, cultura, diferenças sociais e étni- cas, pois no Reino dos céus, junto com Cristo nós nos tornamos um com ele. Quando isto acontecer, creio que viveremos um pleno avivamento, partindo da cultura do céu. Aleluia! Ensinando as Nações Jovem 29 Nov 14 , 2 02 107O LEGALISMO RELIGIOSO 11 no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo. 12 Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. 13 E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, 14 havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. 15 E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. 16 Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, 17 que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. Colossenses 2.11-17 | ARC a bíblia diz Esta epístola de Paulo é uma carta bendita. Foi uma men- sagem escrita na asfixia de um ambiente carcerário, na dor da solidão de uma prisão, na penum- bra de um momento pessoal do apóstolo. Ele estava em sua última prisão, em Roma, aguardando corajosamente sua execução. Não obstante a isso, não deixava de se preocupar com o cuidado pastoral das igrejas e ao menor sinal de perigo ele endere- çava suas cartas a elas com a fina- lidade de lhes advertir e ensinar. Assim, numa perspectiva geral, suas epístolas tinham pelo menos quatro propósitos: a) consolar os irmãos ante as perseguições da- queles dias; b) corrigir certos pro- blemas internos que ocorriam; c) empoderar seus pastores e líderes a frente do trabalho; d) defender a fé cristã ante as heresias que surgiam. O AUTOR, A CARTA E A IGREJA Entre os estudiosos não há dúvidas da autoria paulina deste documento, uma vez que o próprio Paulo assume isso (1.1; 4.18). Foi por volta do ano 62 d.C., quando de seu aprisionamento e sentenciamento à morte pelo Ensinando as Nações Jovem 30 famigerado imperador Nero, que ele escreveu esta carta, que ficou conhecida como “cartas da prisão”, juntamente com as cartasaos Efésios, aos Filipenses e a Fi- lemom. Portanto, nada há para se discutir quanto a autoria paulina desta epístola. Quanto à carta em si, per- cebemos claramente alguns as- pectos teológicos interessantes que nos convém mencionar. Den- tre eles, dois podem ser apresen- tados: a) o zelo pastoral de Paulo e sua notável preocupação quanto aos perigos que solapavam a igre- ja em Colossos (1.3,4); b) as várias heresias que atacavam aquela congregação, dentre elas o gnos- ticismo (a arrogância intelectual), o misticismo (culto aos anjos) e o ascetismo (legalismo religioso), que será nosso objeto de análise (2.16-23). Quanto à igreja dos Colos- senses, não está confirmado que tenha sido Paulo que a plantou, ou que, sequer, ele tenha estado nessa cidade. A convicção mais aceita pelos historiadores é que o evangelho de Cristo chegou lá por intermédio de Epafras, um dos discípulos e colaboradores de Paulo e que era natural de Colos- sos. Mas o portador desta epístola foi Tíquico, outro discípulo do apóstolo, uma vez que Epafras e Paulo estavam presos em Roma. A carta fora recebida com grande alegria por aqueles irmãos e muita edificação trouxe àquela igreja. DEFINIÇÃO DO LEGALISMO RELIGIOSO Dentre os problemas que afetavam aquela igreja, o lega- lismo era um dos mais graves e Paulo sabia disso. Mas, o que seria legalismo? Legalismo tem a ver com a prática desequilibrada da religião. É quando a fé é exercida de maneira grotesca e fanatiza- da, na sua forma de pensar, falar e agir (Fp 4.8,9). Assim sendo, quatro coisas estão ligadas dire- tamente ao legalismo: a) O formalismo. Diz respeito apenas à aparência das coi- sas, seu aspecto ritualístico ou litúrgico, sem considerar sua essência (1 Sm 16.7); b) Hipocrisia. É referente a uma aparente espiritualida- de, mas que não correspon- de, de fato, à realidade da pessoa (Mt 23.23-39); c) Antibiblicidade. É concer- nente ao fato de que a fé que estes legalistas queriam Ensinando as Nações Jovem 31 impor não tinha fundamen- to nas Escrituras Sagradas; logo, era um fervor antibí- blico (Gl 4.4,5; Jo 17.21-23); d) Asfixia. Isto significa que o legalismo não apenas abria graves precedentes na igreja, mas, também, a asfixiava espiritualmente. O zelo ex- tremo pelas regras sufocava a piedade e o amor pelo próximo e matava a vida espiritual de muita gente. Nesse sentido, J. Gresham Machen afirma que a ausên- cia da Palavra ou a prática extremista dela sufoca a fé das pessoas levando todo o Corpo à asfixia. EFEITOS DO LEGALISMO NA IGREJA O legalismo possui alguns efeitos negativos na saúde espiri- tual da igreja. Isso ocorre porque ele retira o verdadeiro foco, que é Cristo, de modo a apresentar pontos secundários e, muitas ve- zes, heréticos, como o centro do culto bíblico. Assim, é necessário observarmos alguns efeitos noci- vos que ele pode causar ao Corpo de Cristo: a) Confusão. O legalismo con- funde e engana as pessoas, porque se apresenta como algo bom, correto, saudável, porém é pernicioso e letal (1 Co 14.33); b) Divisão. O legalismo faccio- na, partidariza e fragmenta a igreja. Era o que ocorria entre os Colossenses. Esse mal causa enormes fissuras na unidade da igreja, abrin- do espaço para todo tipo de divisão (1 Co 3.1-10); c) Psicopatias religiosas. O legalismo desenvolve ma- nias, fobias, traumas que podem prejudicar a própria vida da pessoa. Ademais, ele cria veneração ou aversão às coisas. Por fim, as pessoas sacralizam ou demonizam tudo. Nesses casos ocorre a “espiritualidade doentia”. Temos muitos exemplos disso em nosso meio, infe- lizmente; d) Desequilíbrio espiritual. O legalismo gera balbúr- dia, “espetaculismo”, gera uma visão absolutamente distorcida da fé cristã que mais aliena do que edifica o crente; e) Heresias. O legalismo, em si mesmo, já é uma virulenta heresia. Todavia, ele gera Ensinando as Nações Jovem 32 PE N SA M EN TO Em Cristo não existe nenhuma barreira capaz de nos distanciar nem arrefecer o fervor que caracteriza a nossa fé. outras heresias que afetam toda a igreja; f) Morte espiritual. Por fim, o legalismo religioso pode matar um cristão e mesmo uma igreja. Os legalistas podem matar a fé de mui- tas pessoas, porque querem impor seus achismos e suas práticas, sempre alegando razão e, às vezes, ameaçan- do com dizeres do tipo: “Jeo- vá pode pesar a mão” (Tg 5.12). COMO SE COMBATE O LEGALISMO Uma vez que sabemos quais são os efeitos prejudiciais do legalismo, podemos pensar nas formas de combatê-lo, uma vez que, caso ele se instale, po- demos ter a morte até mesmo de uma igreja. Assim, ele pode ser combatido através de: a) Do ensino da palavra de Deus. Nesse sentido, nossa querida EBD tem um papel fundamental (Hb 4.12); b) Da oração constante. Dessa forma, as portas do legalismo são fechadas e as portas da graça são abertas (Tg 5.16); c) Da piedade cristã. Dessa ma- neira, devemos agir com amor para com os legalistas, a fim de que mudem a mente e re- tornem ao equilíbrio sadio da fé (Gl 3.1-14); d) Da unidade koinônica da igreja. Quando estamos real- mente imbuídos do amor de Cristo, nada pode nos separar, nem mesmo o legalismo com suas sutilezas (Rm 8.38,39). Ao realizarmos essas ações, seremos capazes de aplacar os da- nos do legalismo. Dessa forma, teremos uma igreja sadia que é capaz de produzir excelentes frutos para Cristo. Apeguemo-nos, portanto, à verdadeira doutrina e aos ver- dadeiros ensinamentos, de modo que Cristo sempre seja o centro. Ensinando as Nações Jovem 33 Nov 21 , 2 02 108 DOUTRINAS HUMANAS 18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, 19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. 20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: 21 não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, 22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. 23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade. Colossenses 2.18-23 | ARA a bíblia diz No decorrer deste texto, o apóstolo Paulo faz críticas a algumas doutrinas humanas que estavam sendo implantadas na igreja de Colossos por falsos mestres judaizantes. Esses mes- tres ensinavam a necessidade da intermediação dos anjos na ado- ração, pregavam a prática da lei, dos costumes, das tradições e de- monstravam uma falsa humilda- de espiritual. O apóstolo, por sua vez, expõe a suficiência de Cristo, a importância da graça e faz uma crítica àqueles que praticavam a hipocrisia. A verdadeira doutrina é anunciada como uma forma de rebater os falsos ensinamentos. O ÚNICO INTERMEDIADOR No primeiro capítulo da carta aos Colossenses, o apóstolo Paulo fala sobre a suficiência da cruz (Cl 1.13,14). Isto é, o homem é salvo unicamente pela obra de Jesus na cruz do Calvário. Cristo é o único caminho (1 Tm 2.5) e ninguém pode se achegar ao Pai se não for por ele (Jo 14.6). Agora, no segundo capí- tulo da carta, o apóstolo critica Ensinando as Nações Jovem 34 duramente aqueles que tentam, por meio do legalismo, tornarem- -se próximos de Deus. Os falsos mestres pregavam doutrinas que diziam que os anjos deveriam ser venerados (Cl 2.18), pois estes eram intermediadores da adoração e que, através deles, os homens chegariam ao trono do Senhor. Diante disso, mais uma vez, Paulo faz uma defesa da suficiência de Cristo. Ele é o úni- co caminho. É verdade que na Antiga Aliança um véu separava o homem da presença do Senhor (Is 59.2). Nesse contexto, apenas o sumo sacerdote, uma vez por ano,podia chegar ao trono de Deus. Todavia, a morte de Jesus mudou tal cenário. O véu que outrora fazia separação rasgou-se de alto a baixo, no momento da crucifica- ção (Mt 27.51), dando aos homens a liberdade de livre acesso a Deus, fazendo com que não dependesse mais de um sumo sacerdote ou de sacrifícios que são humanos. Portanto, a liberdade para adoração não depende dos anjos, como os mestres de Colossos en- sinavam. Tampouco depende dos santos e padroeiros, como ensina a igreja romana. Outrossim, não depende de nada, exceto de Jesus Cristo. Quanto a isso, o autor aos Hebreus (10.19), declarou: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus”. O sangue dele garante o acesso de todos que quiserem se aproximar do Pai. O caminho para o Santo dos Santos está aber- to. GRAÇA VERSUS LEI Além de falsos ensinamen- tos sobre adoração, os mestres judaizantes também insistiam em falar das tradições da lei para os crentes de Colossos. Eles diziam: “não toque nisso, não coma disso, não use aquilo”! Paulo, entretanto, salienta que todas essas coisas não passam de meros preceitos e doutrinas que perdem a validade com o tempo (Cl 2.20). Os mestres declaravam que estes rituais eram úteis e necessários para a salva- ção, quando, na verdade, apenas Cristo é suficiente. O homem é salvo pela graça de Cristo, mediante a fé em Deus (Ef 2.8). Não pelas obras, para que ninguém se glorie (v.9). Isso porque todos pecaram e, por conseguinte, carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Ademais, a lei dizia: o salário do pecado é Ensinando as Nações Jovem 35 a morte (Rm 6.23). Sendo assim, todos mereciam a condenação, a morte eterna. Entretanto, o livro de Romanos também declara que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1), porquanto nele há salvação. Logo, a lei veio para mostrar a necessidade da graça (Gl 3.24,25). Os mestres ensinavam que a obediência à lei era o caminho para a salvação. Um ensino equi- vocado porque, segundo as Es- crituras, o único caminho é Jesus. Após ser salvo por ele, o homem pratica as boas obras. Nesse sen- tido, o apóstolo Tiago mostra na sua carta que o homem não deve obedecer para ser salvo; o homem já é salvo e, por isso, obedece. Abraão foi justificado pelas obras (Tg 2.21), porque elas mostravam em quem ele acreditava. Ele en- tregou o seu filho (obra) porque de antemão já acreditava (fé) que Deus o salvaria. A FALSA HUMILDADE ESPIRITUAL Os legalistas que prati- cavam atos falsos de humilda- de espiritual foram duramente exortados. Eles tinham aparência de devoção e sabedoria, mas não eram capazes de controlar os seus instintos carnais (Cl 2.23). Suas práticas eram semelhantes às dos fariseus, que em praça pública rasgavam as suas vestes e fingiam santidade. Sobre estes, declarou Je- sus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27). Em outras palavras, eles eram bonitos e espirituais perante os homens, mas Deus conhecia os seus interiores e os considerava hipócritas. Nos tempos atuais não tem sido muito diferente. Na verdade, pode ter mudado a forma de pra- ticar a hipocrisia, mas ela ainda permanece em diversos aspectos da vida religiosa. Os fariseus da atualidade não rasgam as roupas para aparecerem em praça públi- ca, mas fingem rasgar os corações para aparecerem em uma foto do Instagram. Nesse contexto, supõe-se que até mesmo os fotó- grafos da igreja sejam capazes de despertar a espiritualidade, visto que basta eles chegarem perto do fariseu moderno que as mãos co- meçam a se levantar e as lágrimas Ensinando as Nações Jovem 36 PE N SA M EN TO Cristo não exige do homem pequenos momentos de emoção, mas toda uma vida de devoção. descem. Devemos nos lembrar do que recomendou Jesus: “Guardai- -vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vis- tos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai Celeste” (Mt 6.1). Assim, todo aquele que quiser exercer uma espiritualida- de alinhada à vontade de Deus deve abandonar a hipocrisia e a autoexposição, a fim de alcançar o galardão celestial. A VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE Clive Staples Lewis, mais conhecido como C. S. Lewis, es- creveu: “A intensidade emocional não é, em si mesma, prova da profun- didade espiritual”. A emoção tem tomado conta de alguns cultos. Muitos são os que choram condu- zidos por recursos psicológicos. Não obstante, essa emoção nada tem a ver com a espiritualidade. Paulo diz aos hipócritas de Colos- sos que de nada adianta demons- trar devoção e não controlar os desejos carnais. Aqueles, portanto, que não controlam a carne no cotidiano, vivem durante o culto a mais pura emoção. Por outro lado, os que são espirituais, que prestam cultos espirituais, conservam a santidade no dia a dia. O pregador David Wilker- son explicou que o verdadeiro cristão não é um foguete, que por pouco tempo, em um culto, é bonito, faz barulho e experimenta explosões, mas logo acaba, pois tudo é mera emoção. O verda- deiro cristão tem um fogo que arde continuamente no altar do coração. A espiritualidade, dife- rente da falsa devoção, não dura apenas uma noite de domingo, mas dura uma vida toda. Dessa forma, Cristo não é um “ficante” que quer te ver uma vez por se- mana, mas é seu noivo e, por isso, quer se relacionar todos os dias, continuamente. A espiritualidade tem que ser constante! Ensinando as Nações Jovem 37 Nov 28 , 2 02 109 A PUREZA PESSOAL 1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. 2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; 3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. Colossenses 3.1-4 | ARA a bíblia diz Paulo adverte a igreja de Colossos contra as doutrinas humanas que a todo tempo se opunham à fé em Cristo Jesus. Nesse sentido, no terceiro capí- tulo, o apóstolo nos deixa um manual para uma vida pessoal pura, exortando-nos a ter uma fé fundamentada em Cristo Jesus, com toda sorte de boas obras uns para com os outros. O caminho para se atingir a maturidade espiritual não é uma via de relações secretas ou de disciplinas que punem, mas um caminho que consiste em compreendermos e em vivermos, tendo a morte na cruz e a ressur- reição de Cristo (3.1) como base da vida cristã. Esse, no entanto, não era o trilho perseguido pelos colos- senses, já que eles possuíam uma noção falsa da realidade celestial, o que os conduzia a fazer esforços inúteis e a professar uma doutrina falsa (Cl 2.20-23). UMA VIDA RESSUSCITADA O primeiro versículo deste capítulo, que diz: “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo” (Cl 3.1), faz menção ao batismo nas águas. Quando as águas cobrem o cristão é como se enterrassem um corpo morto. Dessa forma, há uma morte para o mundo, e para as coisas que nele há, ao passo que, ao ressurgir, tem-se uma ressurreição para uma nova Ensinando as Nações Jovem 38 vida escondida em Cristo Jesus (v.3). Por conseguinte, o mundo não pode reconhecer o cristão, já que sua verdadeira grandeza, que é a salvação e a vida juntamente com o Pai em glória (v.4), está escondida para o mundo. Quando decidimos descer às águas do batismo, nós renun- ciamos a quem nós somos, às nos- sas vontades, aos nossos desejos da carne, às nossas amizades que nos levam afastar dos propósitos e dos desígnios que Deus tem para nossa caminhada cristã. Assim, é preciso entender que nossos pensamentos, vontades e desejos não estão nas coisas e nos anseios terremos, mas, sim, naquele que morreu emuma cruz e está à direita do Pai nos altos céus (v.2). A partir do momento em que somos batizados, passa a ha- ver uma diferença na forma como nós, cristãos, vemos as coisas, pois nossa perspectiva deve partir da eternidade com Cristo. Desse modo, já não vivemos como se o mundo fosse tudo o que importa e interessa, mas fazemos a dife- rença nele, por meio de ações. Como extensão a isso, passamos a dar antes de receber; servir antes de ser servido; perdoar antes de pedir perdão. Portanto, o cristão não vê como os homens veem, mas vê pela ótica de Deus. Somos a diferença neste mundo! Nesse sentido, pergunto: você tem sido essa diferença onde está? Ou ape- nas tem sido mais um em meio à multidão? CRISTO, NOSSA VIDA O versículo quatro diz: “Quando Cristo, que é a nossa vida...” (v.4). A esse respeito, em outro texto o apóstolo, ao escrever aos filipenses, disse: “Para mim o viver é Cristo” (Fp 1.21). Já aos gálatas, ele afirmou: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Logo, segundo Paulo, para o cristão, Jesus Cristo é o que há de mais importante na vida, pois Ele é a própria vida. Apesar disso, nem sempre o consideramos dessa forma, visto que lhe entregamos, em alguns momentos, um culto e uma vida fora de seus propósitos. Quanto à vida ou ao viver, algumas vezes dizemos: “A músi- ca é sua vida... O esporte é sua vida... Vive para seu trabalho... Aquela ami- zade é sua vida... Aquele relaciona- mento é sua vida”. Dessa forma, em muitos momentos, associamos a vida ao trabalho, aos esportes e a outras situações, como se fossem Ensinando as Nações Jovem 39 sinônimos, o que destitui o real significado dela, que é Cristo. Para o cristão, portanto, Cristo é a vida. É ele que domina seus pensamentos, vontades, de- sejos. É ele que enche e preenche a sua vida. Esta é a razão pela qual o cristão deve colocar sua mente, coração e sentimento nas coisas de cima e não nas deste mundo (Cl 3.2). O QUE DEVO DEIXAR PARA TRÁS O versículo cinco diz: “Fa- zei, pois, morrer a vossa natureza terrena” (v.5). Essa natureza ter- rena diz respeito aos pecados e contrasta com o viver para Deus (Rm 6.1-14). Em Colossenses, Paulo lista cinco vícios: “prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria” (Cl 3.5b). Para Char- les Francis Digby: “a idolatria é uma tentativa de usar a Deus para o propósito do homem, antes que entregar-se a si mesmo ao serviço de Deus”. As vicissitudes elencadas pelo apóstolo fazem parte do comportamento humano externo, porquanto são visíveis. Elas são provenientes das inclinações e dos mais profundos pensamentos íntimos, que são incompatíveis com a vida em Cristo. Assim, é ne- cessário um rigoroso afastamento desta vida de desobediência, de maneira a abandonar tudo o que nos afasta de Deus, tudo que nos faz deixá-lo em segundo plano em nossas vidas, pois, sobre todas es- sas coisas, a ira de Deus cairá (v.6). Paulo, no versículo oito, diz: “Mas agora, abandonem todas estas coisas (v.8)”. A palavra usa- da neste texto pode ser aplicada “a despir-se”. Quando descemos às águas, os vestidos velhos são tirados e somos revestidos de vestes novas ao emergir. Por con- seguinte, o cristão deve se despir dos vícios, pois, fazendo assim estará colocando Deus como o centro da sua vida. Se estas prá- ticas são recorrentes e acabam se tornando o centro dos desejos e dos valores, tirando Deus do centro, o cristão precisa entregar a sua vida por inteiro a Cristo para ter sua vida renovada (Rm 12.2,3). A Bíblia apresenta prin- cípios que capacitam o crente. Por meio da orientação do Es- pírito Santo, é possível saber como devo: falar (Pv 10.19); agir (Pv 15.24); ter uma vida pura (Sl 119.9); obter o perdão dos pecados (2 Cr 7.14); ajudar ao próximo (Gl 6.10); estudar a Palavra (Cl 3.16). Ensinando as Nações Jovem 40 PE N SA M EN TO A eternidade não pode ser preenchida com o tempo- ral, nem o infinito pode ser sa- tisfeito pelo finito. O coração do homem foi feito para a me- dida plena da glória de Deus. Sem isso o homem é pobre, miserável e vazio. (Paul Wa- sher) Com isso, é possível observar que a Bíblia é uma fonte inesgotável de princípios para uma conduta cristã. Diante de tudo isso pode- mos dizer: nada, nem ninguém podem ser colocados em igualda- de ao nosso relacionamento com Deus e com sua Palavra. À IMAGEM DO CRIADOR No versículo 10, Paulo diz: “E se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador” (Cl 3.10). A metáfora da mudança de revestir de algo novo fala de uma altera- ção visível de comportamento do cristão, uma mudança completa de personalidade. Dizer que não tem como mudar, que nasceu assim e que vai morrer assim (síndrome de Gabriela), é semelhante a dizer que Deus não existe. Essa compa- ração é forte, mas, se somos seres mutáveis, é possível nos adaptar- mos às mais difíceis condições. Então, por que não mudarmos, conforme a palavra de Deus nos ensina? (2 Co 5.17). Corroboran- do esta ideia de mudança, vários outros versículos nos convidam a experimentar a substituição do velho pelo novo (Mt 3.8; Rm 12.2; At 3.19). No versículo 11, Paulo diz: “Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos”. No Antigo Testamento, havia uma divisão étnica e social. Com a Nova Aliança, não há mais esta divisão, pois somos um só corpo em Cristo Jesus (Rm 12.4,5). Nele, toda a diferença é removida, qualquer que seja ela. Isso porque Cristo é tudo em todos sem distin- ção, porquanto o amor e a graça de Deus são infinitos. Isto mostra expressamente o amor de Deus por nós, os gentis. É um amor que ultrapassa bar- reiras e fronteiras. Por isso, não menospreze quem não é do seu nível social ou não está na mesma “categoria” que você na igreja. Lembre-se de que somos parte de um Corpo onde a cabeça é Cristo. Ensinando as Nações Jovem 41 Dec 05 , 2 02 110 A COMUNHÃO CRISTà 12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, 13 suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. 14 E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição. 15 E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. 16 A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. 17 E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. Colossenses 3.12-17 | ARC a bíblia diz A comunhão fraternal é algo muito importante para o cris- tão. Jesus, em seus ensinamentos, e na formação de seus discípulos, os orientava a viver uma vida de unidade e de comunhão, pois ele sabia que o espírito de Deus não age por meio do egoísmo, sentimento faccioso, enfim, da desunião. Nesse sentido, o Mestre chegou a dizer, de forma bastan- te incisiva, que o mundo saberá que nós somos seus discípulos quando amamos uns aos outros. Por isso, ele ensina: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39b). Quando agirmos assim, estaremos perfeitamente unidos em sua comunhão (Jo 17.20,21). A forma como expressa- mos nossa comunhão com ou- tros cristãos demonstra o amor de Deus. Assim, a maneira de nos portarmos é um poderoso testemunho do poder de Jesus, porquanto nenhuma outra força nesse mundo consegue unir tan- tas pessoas diferentes em um úni- co propósito, ligados pelo amor. Diante da importância dessa temática, Paulo instrui a igreja de Colossos a
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