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Thaiane Barros – Medicina P2 1 Erros Inatos do metabolismo Problema: Um grande susto Tutor: Fabiana Oliveira Relator: Thaiane Barros Coordenador: Nicolas Gabriel PASSO 5- LISTANDO OS OBJETIVOS: 1♡- Entender os erros inatos do metabolismo; 2♡- Analisar o teste do pezinho ( relacionar as doenças analisadas, método de coleta, relação entre prematuridade, diagnóstico); 3♡- Conhecer a PKU (sintomas, fisiopatologia, diagnóstico e exames complementares, tratamentos). PASSO 6- DESCREVENDO OS OBJETIVOS: 1 Erros inatos do metabolismo INTRODUÇÃO A causa dos erros inatos do metabolismo (EIM) foi descrita por Beadle, pela teoria “Um gene- uma enzima”, onde um gene específico está relacionado com a síntese de uma cadeia polipeptídica especifica. E com isso, um defeito genético provocaria um defeito enzimático como, por exemplo, defeitos em genes que fazem a codificação de enzimas envolvidas em algumas rotas metabólicas (SCRIVER, 2001). Ou seja, os bloqueios em vias metabólicas específicas são o resultado de defeitos em determinadas enzimas. CONCEITO Quando falamos no termo “ERROS INATOS DO METABOLISMO” é um termo que já diz muita coisa sobre esse grupo de doenças, onde a palavra ERROS remete a tudo aquilo que é considerado como um defeito, falha ou deficiência, a palavra INATOS remete ao que é genético, ao que é hereditário e a palavra METABOLISMO remete a todos os processos de transformações que ocorrem no organismo e em uma célula, tanto de catabolismo e anabolismo. Outro termo que explica muito bem e que é usado como sinônimo dos EIM, é o de “DOENÇA METABÓLICA HEREDITÁRIA” Então por via de definição, EIM são APENAS as alterações genéticas que levam a alteração de alguma via metabólica específica. Após alguns anos de estudos foi definido ainda, que os erros inatos do metabolismo (EIM) são doenças causadas por distúrbios genéticos que geralmente correspondem a um defeito enzimático, que levam a perda da função de proteínas que participam ali das reações químicas ou do transporte de metabólitos, para o funcionamento normal do organismo, e que são decorrentes da interrupção de uma determinada via metabólica. Por conta disso esses EIM, eles vão ocasionar, portanto, alguma falha na síntese, degradação, armazenamento ou no transporte de moléculas no organismo. São considerados como os causadores das DOENÇAS METABÓLICAS HEREDITÁRIAS (DMH), responsáveis por cerca de 10% de todas as doenças genéticas. Os erros inatos (EIM) podem ser autossômicos (envolvendo um cromossomo diferente de X ou Y) ou ligados ao X, e o defeito genético pode ser dominante ou recessivo. Nos distúrbios dominantes, todos que carregam o gene são afetados pela doença; portanto, todo indivíduo afetado tem obrigatoriamente pelo menos um dos pais afetados. Se o gene defeituoso for recessivo, ficará em silêncio, a menos que ambas as cópias, ou seja a materna e a paterna do gene, carreguem a mutação, ou seja, os indivíduos afetados homozigotos; pais Thaiane Barros – Medicina P2 2 portadores de apenas uma cópia do gene afetado (heterozigotos) são apenas portadores e não são clinicamente afetados. Inclusive as doenças de caráter autossômico recessivo, é que representam a maioria das doenças metabólicas herdadas. OBS: Quando um paciente apresenta manifestações clínicas extremamente sutis ou quase imperceptíveis ao ponto da doença não ser clinicamente detectada, mesmo com o gene defeituoso presente, nós dizemos que a doença é considerada NÃO PENETRANTE. Ou seja, quando não é expressa 100% ( não completamente). A maioria das EIM, são doenças sistêmicas e podem se manifestar em qualquer faixa etária, e os profissionais da saúde devem atentar aos sinais e sintomas de um erro metabólico em qualquer paciente. FISIOPATOLOGIA DA ROTA METABÓLICA: Metabólito A (tenta) Metabólito B ( se não tiver uma enzima + cofator, não consegue transformar o metabólito A em B ). Ou seja, o EIM vai ser uma deficiência em uma determinada enzima ou um cofator, que vai levar a dificuldade de uma entidade se transformar em outra, comprometendo uma determinada via metabólica, e o excesso ou a falta dessa entidade vai levar a uma consequência, como tentativa de compensação da falta ou o excesso desse elemento. Quando se tem o acúmulo de concentrações elevadas do substrato que não está sendo metabolizado corretamente como deveria, pode acabar sendo tóxico pro organismo e como consequência disso pode- se ter uma deficiência de um produto, então não vai ter a formação desse produto que é essencial pro funcionamento celular e além disso, o acumulo desse substrato pode levar a ativação de algumas rotas metabólicas diferentes, que normalmente não seriam ativadas, além do desvio para rotas alternativas levando a produção de metabólitos secundários que normalmente não são produzidos em grandes concentrações levando a possibilidade de mais compostos tóxicos. Exemplo: Glicogênio glicose-6-fosfatase (precisa da enzima glicogênio fosforilase para realizar a glicogenólise, e em uma situação de jejum sem glicose, ocorreria uma hipoglicemia, por falta do metabólito B. Thaiane Barros – Medicina P2 3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Os erros inatos do metabolismo (EIM) podem se manifestar clinicamente de várias formas: Acumulação de substrato (de uma reação enzimática); - Que podem envolver enzimas mutantes responsáveis por processos de degradação= ou seja a reação enzimática; - Ou o acúmulo de metabólitos geralmente hidrossolúveis. - Esse acúmulo de substrato se reflete em rápidos depósitos sobre o plasma sanguíneo e/ ou também na urina; - O acúmulo de lipídeos complexos hidrofóbicos se limitam aos tecidos do SNC e devido a isso possuem um diagnóstico mais difícil; Acúmulo de metabólito menos: - Normalmente é um produto que está em excesso, participante de uma reação extremamente trivial para o organismo. - Exemplo, a galactosemia que pode provocar a catarata, resultante do acúmulo de galactitol no sangue, pela falha no processamento do açúcar galactose. Redução/deficiência de um produto; - Nesse caso, a doença depende da importância do produto da reação. - Exemplo, uma deficiência do produto hormônio tireoidiano, causador do HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO. - A deficiência de um produto estar associada ao acúmulo de substrato tóxico (seria um duplo mecanismo fisiopatológico): - Exemplo, a Acidúria arginino- succínica – UCD (que pode acontecer por uma deficiência da conversão de ácido succínico em arginina, pode ser pela deficiência de arginina e de ornitina, pela depleção de ornitina na mitocôndria, pelo acúmulo de carbamil-fosfato e NH3 ou pela hiperamonemia e encefalopatia) Desvio de intermediários; Falha da retroalimentação negativa; Falha dos mecanismos de transporte. CLASSIFICAÇÃO – POR GRUPOS: Existem 3 grupos que classificam a EIM. Dois deles envolvendo o metabolismo intermediário: doenças por “Intoxicação” e por “defeito energético”, e um terceiro grupo que se refere aos defeitos enzimáticos da síntese ou degradação das moléculas complexas que ocorrem em distintas organelas celulares (Saudubray et al., 2006). GRUPO 1: Está relacionado a um defeito de síntese ou de catabolismo de moléculas complexas (doenças de depósito). - Possui um conjunto de sintomas e sinais que são gradativos e permanentes. Responsável pelas doenças lisossômicas, as quais são um grupo em que se há o acúmulo gradativode substancias que não foram metabolizadas no interior da organela celular, lisossomo, por possível deficiência enzimática. Entre essas doenças estão as Mucopolissacaridoses Esfingolipidoses Glicoproteinoses Distúrbios do transporte da membrana Responsáveis pelas doenças Peroxissomais, que provoca um defeito na biogênese e/ou função do peroxissoma resultando no acumulo de AGCML, que são citotóxicos para as células neuronais, além de ser responsável também pelo acumulo de intermediários dos ácidos biliares = ou seja, os hepatócitos e também pela diminuição da síntese do ácido docosahexanóico e plasmalógenios que danifica as membranas celulares. As doenças peroximais são responsáveis ainda, pelas alterações esqueléticas, dismorfirmos craniofaciais, alterações neurológicas, hepáticas e Thaiane Barros – Medicina P2 4 gastrointestinais. EX: DOENÇA DE Zellweger, Adrenoleucodistrofia, etc Manifestações clínicas das doenças do Grupo 1: em todas as faixas etárias Hidropsia fetal, ascite; Achados dismórficos; Hepato-esplenomegalia; Discrasias sanguíneas; Alterações esqueléticas; Alterações oculares; Hipotonia e convulsões; Alterações de pele Limitação articular; Neurodegeneração aguda; Mieloneuropatias subagudas; Deficiência auditiva. Tratamento: É feito por meio de terapia de reposição enzimática. OBS: Vários desses erros inatos do grupo 1 podem ter manifestações mais para a fase adulta, devido ao caráter gradativo em que os sintomas tendem a se acentuar apenas com o passar do tempo. GRUPO 2: Representa o grupo de defeitos no metabolismo intermediário. Os quais são caracterizados por apresentarem intervalos livres de sintomas e relação evidente com o aporte alimentar. Inclusive as manifestações levam, a INTOXICAÇÃO AGUDA E RECORRENTE OU CRÔNICA E PROGRESSIVA. Responsável pelas Aminoacidopatias, as quais se caracterizam pelo acumulo de aminoácidos em diversos tecidos diferentes e clinicamente pelo retardo mental, convulsões, encefalopatias progressivas, distúrbios de comportamento entre outros distúrbios neurológicos. Grande exemplo é a FENILCETONÚRIA e TIROSINEMIAS. Responsável pelas Acidemias Orgânicas; Responsável pelas Doenças do ciclo da uréia; Responsável pela intolerância de alguns açúcares, como a frutose e a galactose. Manifestações clínicas de intoxicação aguda das doenças do Grupo 2: Acidose metabólica; Desidratação Alcalose respiratória; Vômitos Hiperamonemia; Letargia e coma Hipoglicemia; Cetose Hiperglicemia; Icterícia Insuficiência hepática; Hepatomegalia Complicações tromboembólicas; Odor anormal São doenças que podem ser tratadas com dietas específicas. GRUPO 3: Está relacionado com a deficiência na produção ou na utilização de energia. Geralmente são decorrentes de distúrbios do hepáticos, miocárdicos, músculares e cerebrais. Manifestam-se, comumente, em todas as faixas etárias, através de: hipoglicemia; hipotonia generalizada, Hepatomegalia; Hiperlacticemia; Diabetes; Cardiomiopatias; AVE; IC; Déficit de crescimento; Odor anormal; Alterações renais; Abortos repetidos; Morte súbita. EIM: Classificação Clínica Síndrome Neurológico Acidose Metabólica Síndrome Hepático Síndrome Cardíaco Síndrome de Depósito e Dimorfismo Doença Metabólica do Recém-Nascido; Thaiane Barros – Medicina P2 5 Diagnóstico: Geralmente muitos dos erros inatos do metabolismo são detectados através da triagem neonatal. Ainda, assim, ainda que se apresente sintomas inexplicáveis, somados com Um resultado negativo da triagem neonatal, não exclui o fato de ter o diagnóstico de doença metabólica, porque podem acontecer os achados falso- negativos, possivelmente por uma triagem muito precoce, ou uso de medicamentos, de transfusões, problemas na coleta ou o manuseio incorreto das amostras. Exames de triagem (teste do pezinho) + complementares: Teste do pezinho COMPLETO Cromatografia de aminoácidos e Acilcarnitinas; Galactose total/ GALT – Triagem ou diagnóstico de GALACTOSEMIA; TREC/KREC – imunodeficiências; Painel energético – se exames anteriores não trouxerem resultado efetivo, é um grupo de genes que se analisa para a doença específica. Exoma – análise de todos os genes do corpo, todos os ÉXONS (demoram cerca de 1 mês para sair o resultado, ou duas semana em estado de urgência, e custa entre 4-5 mil reais); Genoma – quando a deficiência pode estar nos INTRONS, diretamente no DNA. Tratamento: A maioria dos EIM, podem ser solucionados, atenuados ou controlados se forem diagnosticados e tratados precocemente. O foco dos tratamentos contra EIM, são a prevenção de acúmulo adicional das substâncias nocivas ao organismo, correção de anormalidades metabólicas e eliminação de metabólitos com poder de toxidade. Geralmente é feito uma combinação entre fármacos e dietoterapia, onde os pacientes podem se recuperar completamente sem sequelas, diminuindo sintomas e melhorando a qualidade de vida. Geralmente, o tratamento com terapia médica específica para o erro inato do metabolismo precisa ser contínuo por toda a vida, devido a própria falha genética do metabolismo. Pacientes com EIM, diagnosticados devem evitar estressores fisiológicos, como doenças intercorrentes, traumas, cirurgias e mudanças na dieta, para que não corra o risco de provocar uma descompensação metabólica. 2 Analisar o teste do pezinho (relacionar as doenças analisadas, método de coleta, relação entre prematuridade, diagnóstico); CONCEITO: O teste do pezinho é um dos testes que compõem a triagem neonatal, a qual faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), que tem como objetivo identificar os distúrbios no recém-nascido em tempo hábil para uma intervenção adequada. A triagem neonatal é realizada entre o 0 e 28 dias de vida. A triagem neonatal não engloba apenas o teste do pezinho, que é o mais conhecido e também o responsável por identificar de diversas doenças genéticas, endócrinas, metabólicas, e enzimáticas; Como também possui os testes: TESTE DO PEZINHO; TESTE DO CORAÇÃOZINHO; TESTE DO REFLEXO VERMELHO; TRIAGEM AUDITIVA; AVALIAÇÃO DO FRÊNULO LINGUAL Thaiane Barros – Medicina P2 6 TESTE DO PEZINHO/NEONATAL BIOLÓGICO: Também conhecido como triagem neonatal biológica. É o primeiro teste de triagem neonatal criado pelo SUS em 2001. O teste do pezinho AVALIA os seguintes marcadores (6 doenças): Fenilcetonúria: dosagem da fenilalanina; Hipotireoidismo Congênito: dosagem de TSH; Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias: eletroforese de hemoglobina; Fibrose Cística: dosagem da tripsina imunorreativa; Deficiência de Biotinidase: teste qualitativo de atividade enzimática; Hiperplasia Adrenal Congênita: dosagem da 17 – hidroxiprogesterona. OBS: Toda criança com resultado positivo tem direito a continuidade de atenção, direito a reteste quando indicado, tratamento e/ou reabilitação. O teste do pezinho é um teste é universal, a recomendação da realização do teste é que ele deve ser realizado entre o 3° e 5° de vida, sem ultrapassar 30 dias, porque com a identificação precoce, se consegueevitar o aparecimento de sintomas e evita futuras sequelas, através do tratamento apropriado. Salve a exceção dos casos de doença grave neonatal, prematuridade, transfusão sanguínea. A implantação do PNTN foi dividido de acordo com as seguintes fases: Fase I – Fenilcetonúria e Hipotireoidismo congênito; Fase II – Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias; Fase III – Fibrose Cística; Fase IV – Deficiência de biotinidase e Hiperplasia Adrenal Congênita. REALIZAÇÃO DA COLETA: PROCEDIMENTOS: O profissional deve usar; realizar a assepsia do calcanhar do bebê com algodão ou gaze umedecidos com álcool a 70%. Identificar o local correto de punção; Colocar o pé do bebê abaixo do nível do coração, para que haja maior circulação de sangue; Na hora de puncionar, deve-se usar lancetas adequadas (autorretrateis preferência para evitar acidentes), estéreis, descartáveis, e com profundidade e largura determinadas. O local de punção deve ser em uma das laterais da região plantar do calcanhar (onde há menor possibilidade de atingir o osso); Após a punção, aguardar a formação da primeira gota de sangue; Desprezar a primeira gota, limpando-a pois ela pode conter outros fluídos teciduais. As demais gotas devem ser encostadas no verso do papel filtro, até o preenchimento de todo o círculo delimitado. São 5 círculos presentes no papel filtro e todos precisam ser preenchidos de forma homogênea. Realizar a hemostasia, ou seja, o controle da saída de sangue com uma gaze ou algodão seco sobre o local da punção. Deve se assegurar da qualidade da amostra antes de envio ao laboratório; OBS: Não se deve virar o papel-filtro para fazer a coleta dos dois lados: é preciso que o sangue atravesse a camada e seja absorvido de forma homogênea! A superposição de camadas de sangue interfere nos resultados do teste. TESTE DO PEZINHO EM PREMATUROS: Realiza a coleta de sangue venoso periférico, com três amostras diferentes. 1° AMOSTRA: Ao nascimento á admissão na UTI neonatal. 2° AMOSTRA: Entre 48-72hs de vida; Thaiane Barros – Medicina P2 7 3° AMOSTRA: Á alta hospitalar ou aos 28 dias de vida. OBS: Todos os recém-nascidos prematuros, de baixo peso, ou hospitalizados, devem ser testados, inicialmente, como recomendado para recém-nascidos a termo sadios, entre > 48h e 7 dias de vida. Sobre as recomendações específicas para cada triagem: Para triagem da Fenilcetonúria A triagem para fenilcetonúria (PKU) só é válida se o recém-nascido estiver recebendo leite materno, fórmula infantil ou outra forma de dieta enteral adequada (pelo menos 75 calorias/kg/dia) há 24h ou mais, caso contrário deve ser anotado no envelope de coleta "insuficiente ingesta protéica", e uma nova amostra deverá ser obtida 24 -36h após o estabelecimento de ingesta protéica apropriada. Para triagem de Hipotireoidismo congênito Em recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer, especialmente os prematuros, deve-se repetir a triagem de hipotireoidismo congênito (dosagem de TSH) algumas semanas depois para detectar aqueles recém-nascidos cuja imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-tireóide possa mascarar o hipotireoidismo congênito primário. Recomendações: recém-nascidos com 1000-1500g - coleta de uma segunda amostra duas semanas após o nascimento; recém-nascidos com peso menor que 1000g - coleta de uma segunda amostra quatro semanas após o nascimento, independente da idade gestacional; recém-nascidos prematuros com peso maior que 1500g, mas com menos de 32 semanas de idade gestacional - coleta de uma segunda amostra duas semanas após o nascimento. Para caso de Transfusão / nutrição parenteral total / terapia com corticosteróides ou dopamina As condutas em relação aos prematuros que necessitam de transfusão também são as mesmas dos recém-nascidos a termo. Deve-se também colher uma amostra, mesmo que precoce (com menos de 48h), antes da instituição de nutrição parenteral total (NPT) ou da terapia com corticosteróides ou dopamina. Uma segunda amostra deverá ser obtida entre o 3º e o 7º dia de vida. Uma vez que mesmo pequenas quantidades de NPT podem invalidar os resultados da triagem, especialmente gerando resultados falsos positivos para PKU. Recomenda-se para crianças que foram submetidas à NPT sem coleta prévia, a coleta de duas amostras: a primeira 3 ou mais dias após a mais recente NPT e a segunda 3 meses após a NPT final, sempre indicando no envelope de coleta "NPT". Para casos de Triagem alterada Um teste de triagem alterado num recém- nascido prematuro com sinais clínicos compatíveis com a doença em questão, deve ser feito imediatamente a coleta de amostra biológica para testes confirmatórios. Mas, se a criança não apresentar sinais clínicos da doença, a amostra de reconvocação deverá ser obtida com 4 semanas de idade, ou na alta hospitalar ou quando o recém-nascido atingir um peso de 2500g, sempre considerando o primeiro evento a ocorrer." ANALISANDO MARCADORES PATOLÓGICOS: FENILCETONÚRIA Conceito: É tida como um erro inato do metabolismo, com característica de herança autossômica recessiva, marcada por um defeito na enzima Fenilalanina Hidroxilase. Esse defeito leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL). Sem o diagnóstico e tratamento antes dos 3 meses de vida, a Thaiane Barros – Medicina P2 8 doença se caracteriza clinicamente por atraso global do desenvolvimento neopsicomotor, deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões e odor característico na urina. Diagnóstico: é realizado a contagem da dosagem de Fenilalanina na amostra sanguínea ( com valor superior a 10 mg/ dL em pelo menos 2 amostras distintas). Como o aumento da FAL só consegue ser detectado se a criança tiver ingerido quantidade suficiente de proteína, se recomenda que a coleta seja feita após 48 horas do nascimento. Tratamento: É feito por meio de uma dietoterapia, com baixo teor de FAL por toda a vida, que consegue controlar e atenuar os sintomas, evitar possíveis sequelas e permite o crescimento e desenvolvimento normal do indivíduo. O RN também deve ser acompanhado na clínica médica juntamente com a realização frequente de exames laboratoriais, até o primeiro ano de vida, para controle dos exames. Hipotireoidismo congênito: Doença considerada como uma emergência pediátrica, causada pela incapacidade da tireoide em produzir suficientemente os hormônios, resultando em redução geral do metabolismo. A doença pode ser primária (na qual a forma mais comum é a disgenesia tireoidiana); secundária, com deficiência de TSH hipofisário; terciária, com deficiência do TRH hipotalâmico; e por resistência periférica à ação dos hormônios tireoidianos. As manifestações clínicas incluem hipotonia, dificuldades respiratórias, cianose, icterícia prolongada, constipação, bradicardia, sonolência excessiva, choro rouco, mixedema, déficit de crescimento e outros. As crianças que têm o diagnóstico precoce geralmente não apresentam os sintomas, desde que a reposição hormonal seja iniciada. Após o resultado inicial positivo, deve-se dosar o T4 (total e livre) e TSH de sangue venoso, para confirmação do diagnóstico. O tratamento é baseado na reposição hormonal, promovendo a normalização do estado metabólico. O acompanhamento deve ser feito com dosagem hormonal, além das avaliações de crescimento e desenvolvimento físico e neopsicomotor, para ajustes das doses.- RESTANTE DAS DOENÇAS OUTRO PDF- 3 INTRODUÇÃO PKU: Phenylketonuria (fen-ul-key-toe-NU-ree- uh), também chamada PKU, é uma doença herdada rara que faz com que um aminoácido chamado fenilalanina se acumule no corpo. PKU é causado por um defeito no gene que ajuda a criar a enzima necessária para quebrar a fenilalanina. Sem a enzima necessária para processar fenilalanina, um acúmulo perigoso pode se desenvolver quando uma pessoa com PKU come alimentos que contêm proteína ou como aspartame, um adoçante artificial. Isso pode eventualmente levar a sérios problemas de saúde. Para o resto de suas vidas, pessoas com PKU — bebês, crianças e adultos — precisam seguir uma dieta que limita a fenilalanina, que é encontrada principalmente em alimentos que contêm proteínas. A gravidade da PKU varia conforme o tipo. PKU clássico. A forma mais grave da doença é chamada de PKU clássico. A enzima necessária para converter fenilalanina está faltando ou severamente reduzida, resultando em altos níveis de fenilalanina e danos cerebrais graves. Formas menos severas de PKU. Em formas leves ou moderadas, a enzima Thaiane Barros – Medicina P2 9 mantém alguma função, de modo que os níveis de fenilalanina não são tão altos, resultando em um menor risco de danos cerebrais significativos. Gravidez e PKU: Mulheres que têm PKU e engravidam correm o risco de outra forma da condição chamada PKU materno. Se as mulheres não seguirem a dieta especial de PKU antes e durante a gravidez, os níveis de fenilalanina sanguínea podem se tornar altos e prejudicar o feto em desenvolvimento ou causar um aborto. Mesmo mulheres com formas menos severas de PKU podem colocar seus filhos não nascidos em risco por não seguirem a dieta PKU. Bebês nascidos de mães com altos níveis de fenilalanina não herdam pku. Mas podem ter sérias consequências se o nível de fenilalanina estiver alto no sangue da mãe durante a gravidez. As complicações ao nascer podem incluir: Baixo peso ao nascer Desenvolvimento atrasado Anormalidades faciais Cabeça anormalmente pequena Defeitos cardíacos e outros problemas cardíacos Deficiência intelectual Problemas comportamentais Fatores de risco: Ter ambos os pais com um gene defeituoso que causa PKU. Dois pais devem passar uma cópia do gene defeituoso para que seu filho desenvolva a condição. Sendo de certa descendência étnica. O defeito genético que causa PKU varia de acordo com grupos étnicos e é menos comum em afro-americanos do que em Thaiane Barros – Medicina P2 1 0 3 Conhecer a PKU (sintomas, fisiopatologia, diagnóstico e exames complementares, tratamentos). Thaiane Barros – Medicina P2 1 1 Thaiane Barros – Medicina P2 1 2
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