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1 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 aul� 12 - farmacologi� Hipoglicemiantes orais Hipoglicemiantes orais Indicação •Pacientes pré-diabéticos •DM 2 com grau leve a moderado •Falha nas medidas em que não houve regularização com a dieta •Pacientes que desenvolveram o diabetes após os 40 anos e têm a doença a menos de 5 anos DM tipo 2 ou pré-diabéticos - SEMPRE orientar quando a necessidade da mudança do estilo de vida: - Hábitos alimentares saudáveis - Prática exercícios �ísicos *Não é indicado iniciar o uso de Hipoglicemiantes Orais em pacienes pré-diabéticos (Glicose < 125), indicar mudanças no estilo de vida. Caso estas não sejam e�icientes para diminuir a glicemia, iniciar uso de HO. - Avaliar início do tratamento em pacientes com fatores de risco para DM. Classi�icação Classe Ação Representantes Secretagogos insulínico dependentes Atuam estimulando a secreção de insulina independente da presença de açúcar no meio. Sulfonilureias Glinidas *Causam mais hipoglicemia Secretagogos insulínicos dependentes Estimulam a secreção de insulina quando há a administração de glicose no corpo. *São + seguros Local de atuação Representantes Fígado (diminuição da produção de glicose) Metformina TZDs Pâncreas (estimulação da secreção de insulina) Sulfoniluréias Meglitinidas Incretinas Insulina Tecido adiposo e músculo (aumento da captação de glicose periférica) TZDs Metformina Intestino (diminui a captação de glicose) Inibidores da a-glicuronidase Sulfonilureias •Secretagogos insulínico dependentes •Possuem alta efetividade no tratamento da hiperglicemia Indicação: pacientes não obesos ou pacientes obesos cuja glicemia não foi controlada por mudanças do estilo de vida e Metformina. Mecanismo de ação - estimulam a liberação basal de insulina do pâncreas por meio da ação inibitória desse fármaco, bloqueando os canais de K+ sensíveis a ATP. Esse bloqueio resulta numa despolarização, repercutindo no in�luxo de Ca2+ e exocitose de insulina. *Também diminui a gliconeogênese e aumenta, discretamente, a sensibilidade periférica insulínica. - Diminuição da produção hepática de glicose Estes fármacos não estimulam a síntese de insulina, apenas promovem sua liberação pelo pâncreas. Além disso, para sua ação, as células β pancreáticas devem estar presentes no organismo, sendo ine�icazes em 2 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 pacientes pancreatectomizados. Insulina basal Consiste no nível sérico de insulina no organismo durante o jejum. Ele se mantém relativamente constante num ciclo diário. Ação • Redução da glicemia em jejum: 60 a 70 mg/dL; • Redução de HbA1c: 1,5 a 2%. Representantes 1 Geração •Tolbutamida - Segura para idosos e pacientes com comprometimento renal • Clorpropamida (Diabinese®)* - Desuso - Administrada em dose única pela manhã - Contraindicado para idosos (hipoglicemia) •Tolazamida •Acetoexamida *Pouco utilizadas na prática clínica 2 Geração •Glipizida (Minidiab®) - Deve ser administrado 30 min antes do desjejum - Mais utilizada no idoso (menor potência e duração de ação mais curta) - Contraindicada para pacientes com comprometimento hepático signi�icativo • Glibenclamida (Daonil®) - Administrada em dose única pela manhã - Potente hipoglicemiante - Contraindicada em pacientes com insu�iciência renal e hepática - Produz metabólitos ativos • Glimepirida (Amaryl®) - Dose única diária - Monoterapia em associação à insulina - Produz metabólitos ativos (fracos) - Indicada para pacientes com doença coronária prévia • Glicazida (Diamicron®) Vantagens •Reduz com maior e�iciência a HbA1c •Redução do risco de complicações microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia) Farmacocinética •Administração VO •Metabolismo hepático - Cautela no uso em pacientes com disfunções hepáticas •Excreção renal •Duração de ação: 12 a 24h - Glibenclamida e Gliclazida: Tomar 1-2x ao dia - Gliclazida MR e Glimepirida: Dose única Efeitos adversos •Hipoglicemia (hiperinsulinemia, principalmente em idosos, etilistas, desnutridos, nefropatas e hepatopatas) •Ganho ponderal (efeito anabólico da insulina) •Reações cutâneas •Sintomas gastrointestinais (náuseas, diarréia) •Alterações hematológicas (raras) - Plaquetopenia, leucopenia, anemia *Explicar ao paciente que NÃO pode tomar o medicamento e �icar em jejum. - Hipoglicemia *Possuem mais ação na glicemia em jejum do que na pós-prandial Clorpropamida: Hiponatremia, Não reduz risco de retinopatia, Nefrotóxica. Contraindicação •Gravidez e lactação (Ultrapassa a barreira placentária) •DM 1 •Cirurgias de grande porte •Infecções severas 3 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 •Insu�iciência renal e hepática* Meglitinidas (Glinidas) •Secretagogos insulínico dependentes - Aumentam a liberação de insulina no sangue - Sua ação depende do funcionamento das células pancreáticas •Hipoglicemiantes •Indicadas para uso no controle da glicose pós-prandial - Possuem um início de ação rápido e duração mais curta Mecanismo de ação - as glinidas se ligam aos canais de potássio e estimulam a secreção de insulina, assim como as sulfonilureias. Contudo, diferentemente destas, as glinidas ligam-se e desligam-se mais rapidamente aos canais, o que garante um rápido início de ação e alta capacidade de desligamento. Portanto, são drogas úteis para simular a secreção de insulina durante as refeições. Deste modo, o indivíduo que faz uso deste medicamento alcança um rápido pico de insulina que, com pouco tempo, volta à normalidade, garantindo um melhor controle de glicemias pós-prandiais. Promovem o controle apenas da glicemia pós-prandial, afetando muito pouco a glicemia em jejum (pouco utilizadas na prática médica) •Evitar monoterapia •Associar a Metformina ou as Glitazonas - Possuem um controle glicêmico mais efetivo •Não devem ser usadas em associação às Sulfonilureias (sobreposição do mecanismo de ação) NUNCA utilizar hipoglicemiantes com o mesmo mecanismo de ação! Representantes •Repaglinida (Posprand® e Novonorm®) - Administrar imediatamente antes da refeição •Nateglinida (Starform® e Starlix®) - Administrar imediatamente antes da refeição *Não são disponibilizadas pelo SUS Ação *Possuem menor efeito que as sulfonilureias (têm início rápido e ação curta) • Redução da glicemia em jejum: 20 a 30 mg/dL; •Redução de HbA1c (hemoglobina glicada): 1 a 1,5%. Vantagens •Maior �lexibilidade das doses •Redução da variabilidade da glicose pós-prandial •Reduz o espessamento médio íntimo carotídeo (menor risco cardiovascular) Farmacocinética •Administração VO (imediatamente antes das refeições) 1 a 30 min antes - Há risco de hipoglicemia se a refeição for adiada ou omitida •Metabolização hepática (CYP3A4, P450) - Interações medicamentosas: Cetoconazol, Itraconazol. Fluconazol, Eritromicina, Azitromicina (esses fármacos potencializam o efeito hipoglicemiante e potencializam a ação desses fármacos) •Excreção biliar Desvantagem - São necessárias a administração de várias doses do medicamento por dia - Diminui a aderência do paciente ao tratamento Efeitos adversos •Hipoglicemia (menor que a sulfa) •Ganho ponderal discreto - utilizar em pacientes obesos Podem ser utilizadas em pacientes idosos e com insu�iciência renal e hepática Contraindicações: Gravidez, lactantes, uso de repaglinida com gen�ibrozila. 4 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 Biguanidas •Diminuem a resistência à insulina em DM 2 •Principal representante: METFORMINA •Euglicemiantes (hipoglicemia é rara) Medicamento de escolha para tratamento de pacientes pré-diabéticos e DM 2 Mecanismo de ação Diminui a resistência hepática à insulina, promovendo a inibição da gliconeogênese por meio do bloqueio da PEPCK e da cadeia respiratória. - Reduz a produção hepática de glicose *O excesso de glicose produzido pelo �ígado é uma das principais fontes da hiperglicemia no DM 2, responsável pela elevação da glicemia ao despertar pela manhã. Aumento da captação periférica e muscular de glicose. A Metformina diminui a resistência insulínica ao diminuir a glicemia.Dessa forma, ela melhora a resposta da célula-alvo à insulina sem aumentar sua secreção pancreática. Ação •Redução da glicemia em jejum: 60 a 70 mg/dL; •Redução de HbA1c (hemoglobina glicada): 1,5 a 2%. Apresentação •Metformina convencional (liberação imediata) •Metformina XR (liberação prolongada) Vantagens •Redução relativamente maior da HbA1c •Diminuição dos eventos cardiovasculares (reduz discretamente a PA) •Prevenção do DM2 •Melhora o per�il lipídico (reduz LDL, VLDL, Triglicerídeos e aumenta o HDL) •Diminuição do peso •Não provoca hipoglicemia* •Não promove a secreção de insulina *É uma opção terapêutica em casos de Síndrome dos ovários policísticos (resistência à insulina, perda de peso, auxilia na ovulação) Farmacocinética •Administrada VO •Não se liga a proteínas séricas •Não sofre transformação •Excreção renal (urina) •Meia vida: 2-5 h •Reduz o apetite Dose máxima: até 2550 mg/ dia Efeitos adversos •Desconforto abdominal, diarréia, náuseas, vômitos •De�iciência de vitamina B12 •Hepatotoxicidade •Acidose láctica (raro) •Hipoglicemia somente se associada a insulina ou a secretagogo de insulina *A ingestão após as refeições reduz esses eventos. - Cerca de 5% dos pacientes não conseguem utilizar o medicamento Se a ingestão calórica não é adequada ou se a atividade �ísica não compensa as calorias ingeridas (hipoglicemia). Contraindicação: gravidez, insu�iciência renal, cardíaca, pulmonar e hepática graves, acidose grave, alcoolismo crônico, uso recente de contraste iodado EV. *Usar com cautela em pacientes com + de 80 anos Pode ser utilizada em monoterapia ou em tratamento combinado. SEMPRE iniciar tratamento com Hipoglicemiantes orais com a menor dose possível, seguido de aumento progressivo. - Dose inicial: 500 mg/ dia - Aumento progressivo da dose (de acordo com a necessidade do paciente): 500 mg/ dia a cada 1 a 2 semanas *Esses fármacos possuem muitos efeitos 5 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 colaterais que podem diminuir ou interromper a adesão ao tratamento. TODO MEDICAMENTO QUE ESTIMULA A LIBERAÇÃO DE INSULINA PODE LEVAR A HIPOGLICEMIA (hiperinsulinemia). Tiazolidinedionas •Atua na sensibilização periférica de insulina (diminui a captação de glicose) - Principalmente nos tecidos muscular, hepático e adiposo •Principal representante: Pioglitazona Indicação: pacientes com diabetes tipo 2 com resistência à insulina não totalmente controlados ou com eventos colaterais à metformina. Mecanismo de ação - Promovem aumento da transcrição de genes responsivos à insulina que atuam estimulando a proliferação de adipócitos sensíveis à insulina (nas regiões da pernas, quadril, braços e glúteos). Esse mecanismo atua também na estimulação de GLUT4, promovendo maior captação de glicose nos músculos, adipócitos e hepatócitos. *Não estimula a produção de insulina Ação •Redução da glicemia em jejum: 35 a 65 mg/dL; •Redução de HbA1c (hemoglobina glicada): 0,5 a 1,4%. Vantagens •Prevenção de DM2 em pacientes pré-diabéticos •Melhora o per�il lipídico •Redução da gordura hepática •Raramente causa hipoglicemia •Redução relativamente maior de Hb1Ac *É uma opção terapêutica em casos de Síndrome dos ovários policísticos (resistência à insulina, auxilia na ovulação) Farmacocinética •Administração VO •Metabolização hepática (CYP450) - Metabólitos ativos •Excreção fecal e biliar *Interação medicamentosa com ACO Efeitos adversos •Retenção hídrica (edema) - Insu�iciência cardíaca •Anemia •Ganho ponderal* - Há uma diminuição do tecido adiposo visceral e aumento do tecido adiposo periférico •Hepatotoxicidade •Osteopenia •Aumenta o risco de neoplasia vesical Contraindicações •Insu�iciência cardíaca NYHA III ou IV •Insu�iciência hepática •Gestação Inibidores da Alfa-glicuronidase 2 Droga de escolha para DM 2 •Pode ser associada a Metformina (quando o paciente apresenta picos hiperglicêmicos pós-prandial) •Retarda a absorção intestinal de carboidratos - Menor elevação pós-prandial da glicemia •Indicada para controle da glicemia pós-prandial •Possui pouco efeito sobre a glicemia em jejum O uso da Acarbose está restrito para aqueles indivíduos que apresentam glicemia de jejum razoável e que apresentam uma boa resposta ao MEV, mas que continuam apresentando glicemia pós-prandial elevada. Mecanismo de ação - esses fármacos atuam na inibição de enzimas localizadas na borda em escova das microvilosidades intestinais: as alfa-glicosidase. Essas estruturas são capazes de 6 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 hidrolisar carboidratos mais complexos em monossacarídeos, como a glicose. Assim, a inibição atrasa a digestão do carboidrato após a refeição, liberando, aos poucos, glicose na corrente sanguínea. - Diminuição da absorção de glicose O retardo na absorção de carboidratos resulta em níveis glicêmicos mais baixos pós-prandiais *Esses fármacos não estimulam a liberação de insulina nem aumentam a ação da insulina nos tecidos-alvo. Representantes •Acarbose - Tomar junto com a refeição •Miglitol •Voglibose Se o paciente que faz uso de Acarbose tem hipoglicemia induzida por insulina ou secretagogo de insulina, tratar paciente com GLICOSE e não com sacarose ou outros carboidratos complexos. *Lembrar que esse fármaco inibe as enzimas responsáveis por quebrar carboidratos em glicose, dessa forma, não adianta administrar carboidratos complexos para esse paciente. Ação (intermediária) •Redução da glicemia em jejum: 20 a 30 mg/dL; •Redução de HbA1c (hemoglobina glicada): 0,5 a 1%. Vantagens •Prevenção de DM 2 em pré-diabéticos •Melhora o per�il lipídico •Reduz a glicemia pós-prandial •Raramente causa hipoglicemia •Diminui os efeitos cardiovasculares Farmacocinética •Administração VO •Não é absorvida pela mucosa intestinal •Utilizar no início das refeições •Monoterapia - não causam hipoglicemia Efeitos adversos •Distúrbios do TGI (�latulências, distensão abdominal, cólicas intestinais, diarréia) - Má absorção dos carboidratos •Se utilizados com insulinas e sulfonilureias podem causar hipoglicemia Contraindicação: gestantes, transtornos digestivos, doença in�lamatória intestinal, lactação, insu�iciência renal grave, doença intestinal associada a má-absorção Inibidores de DPP-IV (Gliptinas) •Incretinomiméticos/secretagogos insulínicos dependente de glicose •Não são encontradas no SUS Mecanismo de ação - esses fármacos atuam na inibição da enzima DPP-IV, que regula a ação das incretinas, como GLP-1 e GIP. Assim, há um prolongamento na ação das incretinas, estimulando as células betas a produzirem insulina e inibindo a produção de glucagon pelas alfas. Assim, quando a glicose é ingerida, a incretinas entra em ação por conta dos secretagogos dependentes de glicose, evitando alteração no peso. As incretinas (GLP-1 e GIP) são hormônios, liberados por células enteroendócrinas responsáveis pela estimulação de insulina em nosso organismo, quando há administração de glicose por via oral. Ao chegarem no trato gastrointestinal, esses hormônios aumentam e diminuem, respectivamente, a liberação de insulina e glucagon. A enzima responsável pela inativação dessas incretinas são as DPP-IV, regulando o feedback da glicemia. Em pacientes DM2, há um aumento relativo nos níveis de DPP-IV por conta da diminuição absoluta das GLP-1, inativando rapidamente a ação da incretinas. Representantes •Sitagliptina •Vildagliptina 7 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 •Saxagliptina •Linagliptina •Alogliptina Ação (intermediária) •Redução da glicemia em jejum: 20 mg/dL; •Redução de HbA1c (hemoglobina glicada): 0,6 a 0,8%. Vantagens •Alta segurança e tolerabilidade •Raramente causa hipoglicemia Farmacocinética •Administração VO •Metabolismo hepático - Saxagliptina (metabólito ativo) •Excreção renal (Saxagliptina, gliptina e sitagliptina) •Excreção enterohepática (linagliptina) Efeitos adversos •Angioedema e urticárias •Nasofaringite •Cefaléia, náuseas, tontura •Pancreatite aguda (raro) Contraindicações: Hipersensibilidade ao medicamento
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