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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Sérgio Lafayete Cerutti COMPOSTO MERCADOLÓGICO VAREJISTA: Análise e proposição estratégica para a Petipé Calç ados Balneário Camboriú 2010 1 SERGIO LAFAYETE CERUTTI COMPOSTO MERCADOLÓGICO VAREJISTA: Análise e proposição estratégica para a Petipé Calç ados Balneário Camboriú 2010 Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador : Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó 2 SERGIO LAFAYETE CERUTTI COMPOSTO MERCADOLÓGICO VAREJISTA: Análise e proposição estratégica para a Petipé Calç ados Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Marketing Balneário Camboriú, 25 de Novembro de 2010. _________________________________ Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó Orientador(a) ___________________________________ Prof. MSc. Manuel Carlos Pinheiro da Gama Avaliador ___________________________________ Prof. MSc. Marcos Aurélio Batista Avaliador 3 EQUIPE TÉCNICA Estagiário(a): Sergio Lafayete Cerutti Área de Estágio: Marketing Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Maria Aparecida Valentini Cerutti Professor(a) orientador(a): Carlos Marcelo Ardigó 4 DADOS DA EMPRESA Razão Social: Comercio de Calçado Petipé LTDA.-ME. Endereço: Rua Hipólito Boiteux, número 10 Setor de Desenvolvimento do Estágio: Comercial Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Administrador Carimbo do CNPJ da Empresa: 5 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 25 de Novembro de 2010. A Empresa Comercio de Calçado Petipé LTDA.-ME., pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Sergio Lafayete Cerutti. ___________________________________ Responsável pela Empresa 6 RESUMO O varejo é um setor da economia extremamente importante, que aproxima as organizações produtoras do consumidor final. As proposições de marketing de varejo visam desenvolver um domínio de planejamento estratégico e utilizar ferramentas de informação para avaliar o retorno sobre a base de investimento e segmentar o mercado, concentrando-se nos alvos, definindo o posicionamento e buscando a expansão do mercado. O presente estudo foi desenvolvido na Loja Petipé de Nova Trento, na cidade de Nova Trento, uma empresa varejista do setor calçadista. Entre as formas de varejo existentes na cidade, o de calçados vem se destacando e crescendo a cada ano. Com o aumento constante da concorrência e consequentemente da exigência dos clientes é preciso estar atento para se adaptar a todo momento às constantes transformações que acontecem no mercado. Com o propósito de colocar isso em prática, o objetivo deste trabalho foi o de analisar quais ações mercadológicas do composto de marketing varejista podem ser definidas para atender e superar as expectativas dos consumidores. Para tanto se faz necessário conhecer o perfil dos clientes, conhecer profundamente o composto mercadológico da loja, conhecer a percepção dos clientes em relação a estes aspectos, e a posição dos concorrentes e consequentemente, propor estratégias para o melhoramento do desempenho da Loja. O estudo quanto a metodologia é classificada quanto aos dados, como qualitativa e quantitativa, quanto aos objetivos como exploratória e descritiva e de procedimento de pesquisa de diagnóstico e survey. Para levantamento dos dados utilizou-se de uma entrevista pessoal semi estruturada feita com a proprietária da loja, técnica de observação estruturada realizada com os principais concorrentes da loja e um questionário em forma de entrevista aplicada aplicado com uma amostra não probabilística de 100 clientes. A partir dos resultados as principais proposições estratégicas foram aumentar a linha de produtos comercializados pela loja, melhorar a forma de precificação aspectos no formato de comunicação, incluindo a comunicação na mídia, a fachada da loja e às ações na internet. PALAVRAS CHAVE: Marketing de varejo, Composto varejista, Varejo de calçado. 7 SUMMARY Retail is an extremely important sector of the economy, which approximates the producing organizations and final consumers. The propositions of retail marketing aim to develop an area of strategic planning and use information tools to evaluate the return on the investment base and segment the market, focusing on the targets, defining the positioning and seeking market expansion. This study was conducted at Loja Petipé in the city of Nova Trento, a retailer of footwear manufacturing. Among the forms of existing retail in the city, the footwear retail has been standing out and growing every year. With the rise in competition and hence the requirement of customers we must be alert to adapt all the time to the constant changes that happen in the market. With the aim of putting this into practice the purpose of this study was to analyze which marketing actions of the compound of retailing can be defined to meet and exceed consumer expectations. For this purpose it is necessary to know the profile of customers, knowledgeable in the shop's marketing compound, meet customers' perceptions regarding these aspects, and the position of competitors and thus to propose strategies for further improving the shop performance. The study on the methodology regarding the same is classified as qualitative and quantitative data as to the objectives as exploratory and descriptive and diagnostic procedural research and survey. For data collection it was used a semi-structured personal interview conducted with the owner of the shop, observation technique structured with the store's main competitors and a questionnaire as an interview applied with a non probabilistic sample of 100 clients. From the results, the key strategic propositions were to increase the product line sold by the store, improve the pricing method aspects of the format of communication, including communication media, the storefront and actions on the Internet. KEYWORDS: Retail Marketing, Composite retailer, Retail of footwear. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fachada do PDV da Loja Petipé de São João Batista ................ 18 Figura 2: Fachada do PDV da Loja Petipé de Nova Trento........................ 19 Figura 3: A visão sistêmica dos 4 A’s.......................................................... 24 Figura 4: Decisões e atividades possíveis do composto mercadológico.... 26 Figura 5: Classificações e formatos varejistas............................................ 30 Figura 6: Análise da concorrência............................................................... 46 Figura 7: Linha de produtos........................................................................ 64 Figura 8: Iluminação, Vitrines, espaço interno e decoração interna........... 66 Figura 9: Localização da Loja..................................................................... 67Figura 10: Fyer.............................................................................................. 69 Figura 11: Vitrines da loja............................................................................. 70 Figura 12: Material de merchandising........................................................... 70 Figura 13: Fachada do PDV da Loja Calcebem............................................ 83 Figura 14: Fachada do PDV da Loja Dalri..................................................... 85 Figura 15: Fachada do PDV da Loja Bottamedi............................................ 86 Figura 16: Fachada do PDV da Loja D Mais................................................. 87 Figura 17: Fachada do PDV dos feirões de calçados de São João Batista.. 89 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição dos clientes por bairro............................................. 57 Tabela 2: Distribuição dos clientes por Grau de Escolaridade.................... 59 Tabela 3: Pessoas além do entrevistado por residência............................. 60 Tabela 4: Distribuição dos clientes por renda familiar mensal.................... 60 Tabela 5: Distribuição dos clientes por classe econômica.......................... 61 Tabela 6: Tempo de Freqüência.................................................................. 62 Tabela 7: Proporção de compra de calçados da loja Petipé por família...... 62 Tabela 8: Benefícios procurados pelos clientes Benefícios procurados...... 63 Tabela 9: Grau de utilização das formas de pagamentos oferecidas pelas lojas de calçados......................................................................... 74 Tabela 10: Avaliação da apresentação da loja Petipé ................................. 75 Tabela 11: Avaliação de pessoas serviços da loja Petipé............................ 78 Tabela 12: Formato de comunicação mais lembrados................................. 80 Tabela 13: Concorrentes freqüentados......................................................... 82 Tabela 14: Possíveis melhoras no desempenho de vendas da loja.............. 91 10 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Tipos de varejo através da amplitude e profundidade da sua linha de produto........................................................................... 32 Quadro 2: Composto mercadológico Varejista 33 Quadro 3: Seleção do objetivo da determinação do preço........................... 35 Quadro 4: Segmentos psicográficos............................................................. 43 Quadro 5: Variáveis da segmentação comportamental................................ 45 Quadro 6: Estratégia por linha de produto.................................................... 51 Quadro 7: Abrangência do mix de Produtos................................................. 65 Quadro 8: Resumo do composto varejista da concorrência......................... 89 11 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição dos clientes por sexo............................................. 58 Gráfico 2: Distribuição dos clientes por estado civil dos entrevistados...... 58 Gráfico 3: Distribuição dos clientes por tipo de moradia............................ 59 Gráfico 4: Freqüência de compra de calçados........................................... 61 Gráfico 5: Grau de atendimento com relação ao sortimento de produtos.. 72 Gráfico 6: Sortimento de marcas................................................................ 72 Gráfico 7: Qualidade e garantia dos produtos............................................ 73 Gráfico 8: Preços em relação a concorrência............................................ 73 Gráfico 9: Grau de satisfação em relação às formas de recebimento....... 74 Gráfico 10: Grau de satisfação em relação ao prazo................................... 75 Gráfico 11: Localização................................................................................ 77 Gráfico 12: Grau de conhecimento dos meios de comunicação da Petipé.. 80 Gráfico 13: Avaliação da comunicação........................................................ 81 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 14 1.1 Tema de estágio .................................................................................... 14 1.2 Problema de pesquisa .......................................................................... 15 1.3 Objetivos de Pesquisa.......................................................................... 16 1.3.1 Objetivo Geral.......................................................................................... 16 1.3.1 Objetivos Específicos............................................................................... 16 1.4 Justificativa da pesquisa ...................................................................... 16 1.5 Contextualização do ambiente de estágio .......................................... 17 1.6 Organização do trabalho ....................................................................... 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ................. 20 2.1 Marketing................................................................................................ 20 2.1.1 Conceitos e aspectos centrais................................................................ 20 2.1.2 Administração de marketing.................................................................... 23 2.2 Marketing de varejo ................................................................................ 26 2.2.1 Conceito de varejo.................................................................................... 27 2.2.2 Tipos de negócios varejistas.................................................................... 28 2.2.3 Composto de Marketing Varejista............................................................. 32 2.3 Segmentação do Mercado....................................................................... 40 2.4 Análise da concorrência.......................................................................... 45 2.4.1 Identificação dos concorrentes................................................................ 46 2.4.2 Análise dos concorrentes......................................................................... 48 2.4.3 Estratégias competitivas.......................................................................... 48 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA .......................... ..................... 52 3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 52 3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 53 3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 53 3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 54 3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 54 13 4 RESULTADOS ...................................... ................................. 55 4.1 Perfil dos clientes da loja Petipé.............................................................. 56 4.2 Análise do composto mercadológico varejista atual da loja..................... 63 4.3 Análise da percepção dos clientes em relação ao composto mercadológico.......................................................................................... 71 4.4 Avaliação do composto mercadológico dos concorrentes........................81 4.5 Ações para a melhoria de desempenho de vendas da loja..................... 90 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ....................... 95 REFERÊNCIAS ...................................................................... 98 APÊNDICES ........................................................................ 100 14 1 INTRODUÇÃO A história da troca de mercadorias começa quando o homem percebe as desvantagens da autosuficiência de querer produzir todos os produtos de que precisava para, a partir disto, começar a buscar no comércio uma forma de desenvolver especialidades específicas e trocá-las com outros especialistas (LAS CASAS 2000). O comércio e o varejo são à base deste estudo que se inicia neste capítulo, que apresenta o tema, o problema, os objetivos e a justificativa de pesquisa, bem como a contextualização da empresa de estágio. 1.1 Tema de pesquisa A aplicação do conhecimento é indispensável para o sucesso. Mas se engana quem imagina que o conhecimento obtido no passado seja suficiente para garantir a perenidade do sucesso no presente ou futuro. O comportamento das pessoas se altera. Muito do que se considerava certo há décadas simplesmente caiu por terra diante dos novos acontecimentos. A mudança rápida, repentina e de grande repercussão virou o cerne da sociedade. Como essas alterações estão presentes e disseminadas por toda a sociedade, todos os tipos de negócios precisam estar envolvidos com a incorporação dessa nova dinâmica. Essas mudanças de comportamento afetam diretamente a administração, e consequentemente o marketing. A própria área, conforme Richers (2000) menciona, já passou por uma série de mudanças em suas definições que se conflitavam com o tempo. Durante muito tempo a Associação Americana de Marketing definia que a área era responsável pelas atividades envolvendo fluxo de bens e serviços. Mais tarde essa definição deu lugar a uma interpretação mais ampla, voltada para dois aspectos, responsabilidade das funções da administração e a abordagem sistêmica. Este autor afirma ainda que atualmente o marketing ultrapassou os limites da atuação comercial das empresas para se tornar atividade irmã das funções sociais e culturais, em apoio a todas as ações humanas que procuram ampliar e fortalecer as 15 suas estruturas, as quais podem, por conseguinte, ser usadas para promover um produto, uma marca ou a própria organização. Essas mudanças também, como não poderiam ser diferentes, são percebidas no setor de varejo. Se considerar o fato do grande número de pessoas que estão conectadas à internet fazendo uso da rede como canal de compra e consulta, desfaz-se uma enorme quantidade de barreiras entre as negociações. Quando se pretende comprar um produto, pode-se negociar com o varejo mais próximo de casa, ou com qualquer loja do mundo que venda através da internet. Pode-se ainda pedir a opinião de um vendedor, ou se preferir, discutir através das mídias sociais com pessoas de qualquer lugar do mundo as suas experiências. Certamente, diante de tantas mudanças, a empresa varejista não pode estar alheia a esse novo cenário. Nesse contexto em que a concorrência aumenta significativamente, deve-se procurar um aperfeiçoamento continuo para satisfazer o cliente, perpetuando-se no mercado. O objetivo de um varejo não deve ser apenas conquistar novos clientes, mas também os manter (PARENTE 2000). O autor descreve também que depois de as empresas varejistas se aperfeiçoam, os clientes se acostumam com os melhores padrões, e a partir disso as expectativas aumentam. E para que se supere a concorrência é preciso superar a expectativa do consumidor e assim o manter satisfeito. Kotler e Keller (2006) descrevem que o mercado varejista se vê preocupado na tomada de decisão com questões relacionadas com seus mercados-alvos, sortimento de produtos e serviços, preços, promoção e localização, no entanto é impossível definir os outros aspectos sem antes considerar os mercados-alvos. A partir disto, neste trabalho é aprofundado o estudo do comportamento do cliente no mercado varejista e como as ferramentas do marketing influenciam em suas decisões no momento da compra, analisando a área de marketing, aprofundada para o varejo, analisando as percepções do mercado em relação às ações de varejo contidas no composto mercadológico varejista. 1.2 Problema de pesquisa Os estudos provenientes do marketing auxiliam em larga escala na tomada de decisões nas grandes organizações, tornando-as mais competitivas e eficientes. Entretanto muitas das organizações de varejos são fundadas por pequenos 16 empreendedores que conseguem atingir um crescimento constante de seu negócio sem levar em consideração as ferramentas do marketing para a tomada de decisão. Todavia, chega-se em um momento nas pequenas organizações quando as tomadas de decisão começam a ser mais arriscadas e erros podem acarretar em prejuízo elevado ou até o fechamento da empresa. Sabendo-se que o cerne do marketing é voltado para descobrir os desejos e aspirações do cliente, diminuindo as incertezas do negócio, este estudo tem como problema de pesquisa a seguinte questão: Quais ações mercadológicas do composto de marketing varejista podem ser definidas para atender e superar as expectativas dos consumidores da Petipé na filia l de Nova Trento? 1.3 Objetivos de pesquisa Baseado no problema de pesquisa, a seguir são dispostos o objetivo geral e os específicos deste estudo. 1.3.1 Objetivo Geral Identificar as ações do composto de marketing varejista que podem ser definidas para atender e superar as expectativas dos consumidores da loja Petipé - filial Nova Trento. 1.3.2 Objetivos Específicos • Identificar o perfil dos clientes da loja Petipé; • Diagnosticar o atual arranjo do composto mercadológico varejista; • Analisar a percepção dos clientes em relação ao composto mercadológico; • Avaliar o composto mercadológico dos concorrentes; 17 1.4 Justificativa de pesquisa Muitas vezes as ações de uma empresa são tomadas ao acaso, ou copiando os concorrentes e isso normalmente não é suficiente para coexistir em um mercado cada vez mais competitivo. Assim este trabalho visa esclarecer fatores que podem ser importantes para um típico comércio familiar, no qual os fundadores, também são gestores e sempre tiveram um domínio pleno das funções administrativas. A importância dos recursos do composto do marketing varejista para avaliar a real importância das suas ações diante da compreensão do cliente. As ações tomadas ao acaso comumente geram um desperdício de recursos, pois se a ação de marketing não atinge o resultado esperado, pode gerar um não reconhecimento ou até uma rejeição do cliente para determinado bem ou serviço. Quando a empresa toma suas decisões para as ações de marketing imitando a concorrência ela corre o risco de o cliente não perceber a diferenciação da empresa em relação aos concorrentes além de que se as decisões de marketing da concorrência são tomadas ao acaso corre-se o risco de cometer os mesmos erros dos concorrentes assumindo assim grandes prejuízos. O estudo também cria oportunidade ao acadêmico de experimentar todos os conhecimentos adquiridos ao longo do curso na prática, analisando a eficiência do composto de marketing varejista e estimulando-o a encarar diferentes óticas administrativas. Possibilitando assim um aumento da experiência profissional do mesmo. O mesmo também deve ser considerado de grande valia para o meio cientifico mostrando de maneira prática como a visão do composto de marketing varejista pode influenciar em varejos estabelecidos em pequenos municípios. 1.5 Contextualização do ambientede estágio A Loja Petipé foi fundada no dia 18 de junho de 1991 em uma garagem localizada a Rua Benjamin Duarte, número 352, em São João Batista. Com objetivo de escoar a produção de uma pequena fábrica de calçados infantis da região. Com o passar do tempo os clientes da loja foram aumentando, exigindo uma linha mais completa de produtos. E como o pequeno comércio ainda não possuía meios de investir pesadamente em estoques, o primeiro passo da gestora foi 18 conseguir grades de produtos em consignação com pequenas fábricas de calçados da região. O resultado disto foi um sucesso, em pouco tempo com o aumento da clientela na loja e com um acréscimo no capital da empresa foi possível começar a investir em linhas de estoques mais completas e em reformas para melhoria do visual da loja. Atualmente continua no mesmo local, mas contando com um espaço de 120 m², cinco funcionárias e uma linha de calçados e acessórios sociais e esportivos completo, atendendo o público masculino e feminino adulto e infantil. Tendo fornecedores das marcas Ferracini, Democrata, Olympikus, Mizuno, Dakota, Via Marte, Klin, Pampili e etc. Figura 1: Fachada do PDV da Loja Petipé de São João Batista. Fonte: Dados da pesquisa. Percebeu-se com tempo que uma quantidade significativa de clientes que se locomovia do município de Nova Trento para fazer suas compras na Loja Petipé de São João Batista. Para melhor atender estes clientes em maio de 2004 foi fundada a Loja Petipé em uma pequena sala comercial localizada na Rua Marechal Deodoro, número 58, da referida cidade. O resultado foi tão positivo que no período de quatro anos constatou-se que a sala era pequena demais para atender devidamente a clientela da região. Em maio 19 de 2010 foi reinaugurada a Loja Petipé na Rua Hipólito Boiteux, número 10, em um espaço de 212 m², contando com três funcionárias, atuando com uma linha de calçado de acessórios completo, como a de São João Batista. Portanto para fins de pesquisa o trabalho abordara somente o ambiente da Loja Petipé de Nova Trento, onde o estágio será realizado. Figura 2: Fachada do PDV da Loja Petipé de Nova Trento. Fonte: Dados da pesquisa. 1.6 Organização do trabalho O presente trabalho é dividido em cinco capítulos e partes complementares. Inicia-se pela introdução, no qual é apresentado o tema, problema e objetivos do trabalho assim como a contextualização de estágio. O segundo capítulo é a fundamentação teórica, que tratou da revisão de literatura utilizando-se de diferentes autores para basear a pesquisa e a análise do trabalho. No terceiro capítulo abordou-se a metodologia. Neste são explicitados os métodos utilizados para pesquisa, análise e apresentação do trabalho. O resultado da pesquisa é apresentado e analisado no quarto capítulo. As considerações finais são discutidas no quinto capítulo. 20 Após isso são apresentadas as referências, onde são expostas as obras e sites utilizados para a confecção do trabalho e por último os apêndices onde são apresentados os materiais utilizados na coleta de dados usados na pesquisa. 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA São apresentados neste capítulo temas que fundamentam a pesquisa proposta como: marketing, e os seus conceitos centrais, administração de marketing, marketing de varejo, composto de marketing varejista, varejo, tipos de varejo, segmentação do mercado, ambiente e estratégias competitivas. Como fontes para essa pesquisa foram utilizados autores como: Kotler; Keller; Parente; Dias; Hair; Lamb; MCDaniel; Helsen; Kotabe; Hooley; Saunders; Piercy; Las Casas; Boone; Kurtz; Cobra; Churchill; Peter; Luck; Lucas; Hartline; Ferrel; Armstrong, entre outros. 2.1 Marketing O marketing está em toda parte, formal ou informalmente estabelecido pelas organizações. A boa utilização das ferramentas de marketing pode trazer benefícios imensuráveis para as empresas que o utilizam, bem como para a própria sociedade. A seguir são apresentados os conceitos centrais de marketing e posteriormente a administração de marketing. 2.1.1 Conceitos e aspectos centrais Nos Estados Unidos, berço do desenvolvimento do marketing, seu significado já teve vários conceitos distintos e por vezes até conflitantes entre si. Em algumas épocas as definições eram concentradas em aspectos legais, relacionando transferências de posse, compra e venda de bens. Em outros momentos dando ênfase a aspectos de distribuição principalmente quando surgiram conflitos entre grandes produtores e distribuidores de bens. Durante algum tempo a Associação Americana de Marketing (AMA), caracterizou a área como abrangendo todas as atividades que envolvem o fluxo de produtos, sejam eles bens ou serviços, entre os produtores e os distribuidores de bens. Mais tarde essa definição deu lugar a uma interpretação mais ampla que é voltada para dois aspectos primordiais, responsabilidade das funções administrativas e a abordagem sistêmica (RICHERS, 2000). 22 Bennet (1995 apud LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004, p. 6) definem marketing como “o processo de planejamento e a execução da concepção, do preço, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e das organizações”. Richers (2000) menciona ainda que desde então marketing tornou-se atividade irmã das funções sociais e culturais em apoio a todas as ações humanas, que no meio ambiente, procuram maneiras de fortalecer suas estruturas e consequentemente ser promotora de um produto, marca ou até mesmo da própria organização. Kotler e Armstrong (1993, p. 2) dizem que “marketing é o processo social e gerencial através do qual indivíduos e grupos obtém aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores”. O marketing é, portanto, em essência o processo de trocas em que duas ou mais partes oferecem algo de valor para o outro a fim de satisfazer necessidades e desejos. No começo a aplicação do marketing tinha como principal objetivo melhorar o processo de trocas e transações. O centro do marketing se encontra na troca de valores, o que acontece sempre que duas partes estão em processo de negociação (COBRA 2009). Kotler e Armstrong (1993) explicam que o conceito mais básico do marketing esta ligado com a necessidade que constitui um estado de privação do ser humano. Quando uma necessidade não é satisfeita, pode gerar o desejo de um objeto que a satisfaça. Para isso as empresas podem desenvolver produtos e serviços que satisfaçam os desejos das pessoas. Os autores complementam afirmando que existe também outro conceito básico do marketing que é o desejo humano que é divergente de acordo com a cultura de cada pessoa e muitas vezes as pessoas podem ter desejos diferentes para atender a mesma necessidade. Quanto mais uma sociedade evolui, maior é a exposição de produtos diferenciados aumentando assim o numero de desejos. Contudo, [...] as pessoas tem desejos quase infinitos porem tem recursos limitados, portanto, elas procuram escolher produtos que proporcionem o máximo de satisfação possível em troca de seu dinheiro. Quando viabilizados pelo poder de compra de cada um os desejos se tornam demandas (KOTLER; ARMSTRONG, 1993, p. 3). 23 Para usufruir o disputado recurso dos consumidores, Lamb, Hair e McDaniel (2004) descrevem que é preciso que o cliente veja o valor nesse produto ou serviço, valor este que é a taxa de benefícios em relação ao esforço que terá de ser feito para alcançar este beneficio. O consumidor não enxerga uma mera questão de qualidade ou um produto de qualidade que só pode ser obtido a um alto preço, ou mesmo um produto de baixa qualidade a um preço razoável.Os clientes valorizam mercadorias e serviços que esperam no preço que eles desejam pagar. Os mesmo autores observam também que “satisfazer as necessidades dos clientes, ou seja, compreender até que ponto o produto atende ou excede a expectativa do cliente é útil para manter os clientes atuais e mais barato que atrair novos clientes” (2004, p. 12). Cobra (2009) salienta que com a concorrência cada vez mais globalizada, não permite deixar de lado a qualidade dos produtos e serviços disponibilizados. Sendo que para se construir valor para os consumidores é o ponto chave para o novo pensamento mercadológico e este pensamento é premissa de que os consumidores compraram da empresa que conseguir entregar um maior valor. O dever de qualquer negócio é fornecer valor ao cliente mediante ao lucro. Em uma economia extremamente competitiva, com compradores cada vez mais racionais diante de uma abundância de opções uma empresa só pode vencer ajustando o processo de entrega de valor e selecionando, proporcionando e comunicando um valor superior (KOTLER; KELLER, 2006, p. 34). Para Rust, Zeithaml e Lemon (2001) a base para um relacionamento entre a empresa e o cliente é o valor. Se o cliente não consegue perceber o valor da na empresa mesmo as melhores estratégias de retenção e de marca surtirão pouco efeito. A concepção do valor começa a partir daquilo que o consumidor espera do produto ou serviço consumido. Porém, Lamb, Hair e McDaniel (2004) defendem que não basta que a organização se preocupe em atender os desejos e necessidades de um cliente para atingirem seus objetivos. Também é necessário preservar e aprimorar os melhores interesses de longo prazo dos indivíduos que compõem a sociedade. Confirmando isso, 24 [...] a AMA (2003 apud KELLER; KOTLER, 2006, p. 4) define marketing como uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para o cliente bem como a administração do relacionamento com eles de modo que beneficie a organização e seu publico interessado. O conceito de marketing esta sempre em constante evolução considerando se que o conceito evolui radicalmente em um curto espaço de tempo da mesma forma que a sociedade também evoluiu através do advento da tecnologia da informação e da globalização. A seguir serão abordados os conceitos de administração de marketing. 2.1.2 Administração de marketing Keller e Kotler (2006) observam que há uma visão tradicional do processo de marketing onde primeiro preocupa-se em produzir algum bem ou serviço e posteriormente usa-se a comunicação com o cliente para promover as vendas. No entanto os autores notam que com o aumento da competitividade em determinadas economias os clientes passaram a ter mais opções. Desta forma o mercado de massa se dissolveu em vários micromercados, cada um com seus próprios desejos, percepções, preferências, critérios de compra. O concorrente perspicaz compreende a necessidade de utilizar o marketing desde o início do seu processo de planejamento levando em consideração a seleção de mercados-alvo bem definidos. Segundo Churchill e Peter (2000) as empresas que trabalham orientadas para o marketing tem, mas chances de êxito em seus empreendimentos no longo prazo. Para tanto é preciso compreender as necessidades e desejos do cliente e construir bens ou serviços capazes de satisfazê-los. Para satisfazer o cliente é necessário construir valor, e para construir valor é preciso reconhecer o cliente como foco principal do negócio. Isso quer dizer, que as empresas devem conhecer seus clientes, saber o que eles pensam o que sentem, e como usam e compram os serviços. Porém não basta apenas se concentrar nos clientes, é preciso criar valor para os mesmos. Entender e atender o consumidor da melhor forma pode ser feito através de dois caminhos. Na maneira operacional que se resume em delegar e executar tarefas que são passadas por níveis mais altos da hierarquia. Ou pelo caminho sistêmico, que vem substituindo o operacional, pois o seu objetivo é que equipes 25 que procedem de maneira de que cada membro pode exercer varias funções voltando-se sempre a um desejo especifico de um consumidor da empresa (RICHERS 2000) O autor ainda afirma que para atender a esta necessidade é possível utilizar o sistema dos quatro A’s, que inclui a (1) Análise, que visa compreender as forças vigentes no mercado; a (2) Adaptação, que significa ajustar a oferta da empresa, as suas linhas de bens ou serviços às forças externas destacadas pela análise; a (3) Ativação, que é o conjunto de medidas no qual se objetiva atender mercados definidos em que os consumidores recebem o produto na quantidade e frequência desejada; e a (4) Avaliação, que tem como objetivo controlar os processos e interpretar seus resultados e dar um feedback para a empresa a fim de permitir futuros ajustes nos processos de marketing. A Figura 3 representa o funcionamento sistêmico do processo de marketing baseado nos 4A’s. Figura 3: A visão sistêmica dos 4 A’s Fonte: Richers (2000, p. 153) Já Keller e Kotler (2006) mencionam que o processo de marketing consiste em três partes. A primeira etapa, selecionar o valor, representa o que o marketing deve fazer antes que qualquer produto exista. Ou seja, segmentar o mercado, A visão sistêmica dos 4 As Análise Adaptação Ativação Feedback Avaliação Mix M e r c a d o 26 selecionando o mercado alvo adequado e descrever o posicionamento do valor da oferta. A segunda etapa corresponde ao fornecimento do valor, o marketing deve determinar características especificas o preço e a distribuição do produto. E Finalmente na terceira etapa, Comunicar Valor. O marketing informa ao mercado sobre o produto. Sendo que cada uma dessas etapas acarreta custos. A segunda e terceira etapa compreende as decisões do composto de marketing. Churchill e Peter (2000) afirmam que as quatro ferramentas primárias no composto de marketing são: o produto, que se refere ao que os profissionais de marketing oferecem aos clientes; preço, que esta relacionada com a quantidade de dinheiro ou outros recursos que define o valor do produto; praça ou distribuição, que se preocupa com as maneiras pelas quais os bens e serviços serão entregues ao mercado para se tornarem disponíveis para a troca; e a promoção, que se destina a comunicar, informar, convencer e lembrar o consumidor sobre os bens e serviços disponibilizados. As decisões estratégicas para o composto de marketing envolvem uma combinação de preço, praça, promoção e produto atendendo na maior extensão possível a necessidade e os desejos de seus respectivos segmentos-alvo escolhidos (FERRELL, et al. 2000). As decisões do composto mercadológico, segundo os autores, são apresentadas na Figura 4. Para Keller e Kotler (2006) a estrutura da comunicação para o marketing deve ser baseada em seu mercado alvo de forma que mostre ao consumidor final a imagem de um produto que atraia de fato os consumidores desejados. Alinhado com o mercado alvo o produto oferecido pela empresa pode ser mais do que um bem tangível na tentativa de não só atender as necessidades do consumidor como também seus desejos. Já para a determinação de preço a empresa deve levar em consideração os vários fatores como a seleção do objetivo da determinação de preço; a determinação da demanda; estimativas de custo e análise de custos; preços e ofertas dos concorrentes; seleção de um método de determinação de preço; e a seleção do preço final. Finalmente as decisões de praça ou dos canais de marketing, que são conjuntos de organizações interdependentes no processo de disponibilizar o produto, bem ou serviço, ao consumidor final. Para um desenvolvimento de canal eficiente é preciso considerar as reais necessidades do consumidor, sendo possível utilizarcanais de marketing tradicionais ou conforme a necessidade a utilização de canais híbridos. 27 Figura 4: Decisões e atividades possíveis do composto mercadológico Fonte: Ferrel et al. (2000, p. 95) Para poder alcançar os melhores resultados junto aos clientes de determinado negócio não basta usar as ferramentas de marketing como complemento da oferta determinado produto, é preciso ter o marketing como base do desenvolvimento das estratégias. Considerando também que de acordo com o tipo de empresa é preciso considerar elementos específicos de marketing como no caso do varejo, abordado na próxima seção. 2.2 Marketing de varejo Segundo Keller e Kotler (2006) marketing de varejo significa ter domínio de um planejamento estratégico e utilizar ferramentas de informação para avaliar o retorno sobre a base de investimento e segmentar o mercado concentrando-se nos alvos e definir um posicionamento e buscar agressivamente a expansão do mercado e as estratégias de diversificação. Antigamente os varejistas tinham poucas ferramentas e conhecimento para alavancar seus esforços de marketing com eficiência. Através da necessidade de Produto Praça Promoção Preço Inovação Linhas de produto Extensão de linhas Mudanças nos produtos existentes Reposicionamento Redução de custos Descarte de produtos Analise dos canais de distribuição Desenho de canais Formulação de procedimentos Controle de Estoque Métodos de transporte Custo de distribuição Objetivo de promoção Tipos de promoção Seleção de mídias Criação de mensagens Mensuração do resultado de promoção Publicidade Comunicações promocionais Analise da concorrência Políticas de Preços Definição de concessão de descontos Condições de vendas Decisões e atividades possíveis no composto mercado lógico 28 identificar novos segmentos e nichos, o desenvolvimento da atividade passou a contar cada vez mais com sistemas de gestão mais elaborados (LEVY; WEITZ 2000). Progressivamente as empresas varejistas precisarão cada vez mais dedicar esforços em satisfazer seus clientes (PARENTE 2000). Neste sentido, o varejo e o marketing orientado para empresas varejistas passaram a ganhar mais importância tanto na economia quanto no próprio desenvolvimento de sua gestão. Para que isso seja discutido, neste item são abordados os tópicos: conceito de varejo, tipos de negócios varejistas e o composto de marketing varejista. 2.2.1 Conceito de varejo Varejo consiste em todas as atividades que englobam o processo de vendas para atender a necessidade pessoal do consumidor final. O varejista é qualquer organização que tem como principal atividade o varejo, ou seja, venda de produtos ou serviços para o consumidor final (PARENTE, 2000). Keller e Kotler (2006) descrevem o varejo incluindo todas as atividades relacionadas a vendas de produtos ou serviços diretamente para o consumidor final, sendo que o mesmo deve ter uso pessoal e não comercial. O varejo é qualquer empreendimento no qual o faturamento provém essencialmente da venda de pequenos lotes no varejo. A Associação Americana de Marketing (AMA, s.a apud LAS CASAS, 2000), por sua vez define o varejo como sendo uma unidade de negócios que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros fornecedores, e posteriormente efetua vendas em quantidades menores para o consumidor final. Cobra (2009) por sua vez conceitua que varejo é aquele que representa as vendas de uma ou mais organizações. Assumindo estoque, expondo e vendendo produtos de marcas diversificadas quase sempre se mantendo em uma linha de comércio: alimentos, roupas, eletrônicos, automóveis, sapatos, perfumes e cosméticos entre outros. É responsável por sua própria promoção assim como políticas de preço, prazo e garantias, e pode prestar informações para fabricantes entre outras atividades adicionais. Para Levy e Weitz (2000, p. 26) “um varejista é um negociante que vende produtos e serviços de uso pessoal ou familiar aos consumidores. Um varejista é o 29 último canal de distribuição que liga fabricantes a consumidores”. Para Las Casas (2000) independente da forma ou maneira que se conceitue ou apresente o varejo, sempre se trata da comercialização de bens ou serviços para o consumidor final. Lamb, Hair e McDaniel (2004) retratam uma natureza social do varejo e mencionam que os negócios de varejo assumem as atividades que se relacionam com a venda de bens e serviços para o consumidor final, fazendo com que seu uso pessoal melhore a qualidade de vida no seu dia a dia. Varejo significa atender no processo de venda o consumidor final diretamente sendo que, mesmo atividades de vendas realizadas através do telefone, correio, internet ou mesmo atendimento na casa do consumidor, caracterizam formas de atendimento no varejo. E mesmo atacadistas ou fabricantes quando atuam diretamente com o consumidor final estão desempenhando atividades de varejo, porém, não são considerados assim porque suas receitas não se constituem principalmente desta função (PARENTE, 2000). Partindo desses conceitos, em geral Levy e Weitz (2000) definem quatro funções exercidas por empresas varejistas: fornecer uma variedade de produtos ou serviços - todos os varejos oferecem variedades de produtos ou serviços, no entanto, se especializam na variedade que oferecem. Por sua vez o consumidor sabe qual a variedade de produtos oferecidas pelo varejista; dividir lotes grandes em pequenas quantidades - ou seja, transformar a compra de atacadistas e fornecedores que só vendem em grandes quantidades, em pequenas quantidades que podem ser melhor adaptada as necessidades do consumidor final; manter estoque - significa manter um nível de estoque que permita ao consumidor final a liberdade de não precisar ter uma grande reserva de determinado produto, pois o mesmo pode ser encontrado no varejo; e fornecer serviços – assim, facilitar a compra e uso de determinado produto oferecendo credito, exibindo e anunciando produtos, oferecendo um atendimento pessoal para atender ao consumidor. Efetuar estas funções que aumentam o valor dos produtos e serviços vendidos ao consumidor. De forma semelhante, Las Casas (2000) define como principais funções de um varejo: a atividade de vendas, a qual promover o produto junto aos potenciais clientes; compras, pois como um revendedor é necessário comprar uma variedade de produtos a fim de usualmente vendê-los; a seleção, ou seja, fazer sortimento de produtos, comumente relacionados, para os clientes potenciais; financiar e oferecer 30 crédito aos potenciais clientes para facilitar a transação; Armazenar e proteger o produto, mantendo estoques; distribuir, transformando grandes lotes de um único produto em quantidades desejadas pelos consumidores finais; transportar, desenvolvendo a movimentação física do produto ao consumidor final; gerenciar informações de marketing, oferecendo subsídios sobre as condições do mercado aos fabricantes do produto oferecido; gerenciar riscos, observados na manutenção de estoque, e obsolescência de produto. Contudo, nem todos os negócios varejistas operam todas essas funções, o que os diferencia uns dos outros. Essa distinção é abordada no próximo item, quando são destacadas suas tipologias. 2.2.2 Tipos de negócios varejistas Os varejos são parte de um sistema de marketing complexo sendo assim componentes importantes para o fluxo de mercadorias, porem não são únicos e podem ser classificados de varias formas (PARENTE, 2000). Levy e Weitz (2000) explicam que pode ser considerado varejo desde fornecedores de rua que vendem cachorro-quente, até grandes empresas como Sears, que se tornam parte integral da cultura de um país. Cadavarejo prospera satisfazendo um grupo de necessidades especifica de seus consumidores. Diferentes tipos de varejos surgem ao longo do tempo, pois os mesmo conseguem atrair e manter uma base de cliente. Segundo Lamb, Hair e McDaniel (2004) um estabelecimento varejista pode ser classificado conforme sua propriedade, nível de serviço, sortimento de produtos e preço. Especificamente estas três últimas variáveis são consideradas como forma de diferenciação da empresa varejista, a partir do que o posicionamento pode ser definido. Quanto à classificação em função da forma de propriedade, segundo os autores, o varejo pode ser independente, parte de uma rede ou franquia. Parente (2000) também menciona classificação similar. Dependendo do tipo de propriedade os varejos podem ser classificados em: independentes, ou seja varejo constituído apenas por uma loja e normalmente são empresas pequenas de administração familiar; redes, quando se opera mais de uma loja sob a mesma direção. A medida que uma rede aumenta, isto lhe compete um maior poder de barganha junto aos seus fornecedores; as franquias, pequenos empresários se beneficiam por serem parte de uma grande instituição de cadeia de varejo, no qual 31 um franqueador oferece ao franqueado uma série de formatações e desenho de negócio em troca de royalties; departamentos alugados, são departamentos dentro de uma loja de varejo que são gerenciados por outra empresa; sistema de marketing vertical, que significa trabalhar como um sistema integrado procurando eliminar desperdícios e retrabalhos, para otimizar os resultados do canal. O autor classifica também os varejos com loja e sem lojas. No primeiro estão os bares, padarias, mercados entre outros (alimentícios); varejo não alimentícios com loja, como lojas de departamentos, minilojas, etc.; e varejo de serviço, em que a atividade principal consiste na prestação de serviços, como salões de beleza, clinicas médicas etc. No segundo grupo, os varejos sem loja, os mesmos se concentram em atividades como marketing direto, venda direta ou máquinas automáticas de venda entre outros. A referida classificação das instituições varejistas é apresentada na Figura 5. Figura 5: Classificações e formatos varejistas Fonte: Parente (2000, p. 25) Instituição Varejista Classificação de acordo com a propriedade Independente Redes Franquias Departamentos alugados Sistema de marketing Vertical Alimentícios Não Alimentícios Serviços Marketing direto Vendas diretas Maquinas de venda Varejo Virtual Instituição com loja Instituição sem loja 32 Quanto aos níveis de serviço que classificam os varejos, Kotler e Keller (2006) definem-nos de uma forma diferente. Para eles o varejo pode se posicionar das seguintes formas: auto-serviço onde a base de todas as operações é o desconto; seleção, quando os próprios clientes encontram o produto que procuram, embora possa pedir ajuda; serviço limitado, as mercadorias são expostas aos clientes, porém a empresa fornece atendimento e outros serviços como crédito privilegiado e garantia; serviço completo acontece em empresas que oferecem um serviço de atendimento pessoal em todas as fases da compra, os clientes que preferem um atendimento pessoal procuram essas lojas mesmo tendo que pagar um preço mais auto por isso. Os autores explicam também que à medida que determinados tipos de varejos atingem a maturidade, normalmente ampliam seus serviços. Portanto, se seu custo ficar maior, cria-se a oportunidade para outros varejos com menos serviços e consequentemente menores preços entrarem nesse mercado. Observando a variável preço, Kotler e Keller (2006) afirmam que a classificação de varejo por suas políticas pode ser realizada resultando em lojas de departamento que utilizam do preço sugerido ou lojas onde o preço mais baixo é o principal chamariz para atenção do consumidor final. Levy e Weitz (2000) explicam que uma loja de descontos é um varejo que oferece uma ampla variedade de mercadorias, somados a um serviço limitado o que resulta no final em preços mais baixos, enquanto outras formas de varejo com um nível de serviço maior acabam tendo mais custos e consequentemente preços mais altos. Segundo Keller e Kotler (2006), pode se classificar um varejo também através de sua amplitude e profundidade de linha de produtos (Quadro 1). podem existir formas de varejo que trabalham com uma linha de produtos super restrita chegando até o nível de se vender apenas um único produto, até varejos que tem uma linha de produtos tão extensa que pode-se dizer que é possível encontrar quase todo tipo de produto. Percebendo-se os conceitos de tipos de negócios varejistas percebe-se a necessidade do desenvolvimento de estratégias mercadológicas p ara garantir-se a sobrevivência do varejo, as quais podem estar reunidas no chamado composto de marketing de varejo. 33 Tipos de varejo Linha de produtos Loja de especialidades Possui linha de produtos restrita Loja de departamentos Possui varias linhas de produtos Super mercados Linha de produtos de higiene, alimentação e limpeza doméstica. Loja de conveniências Linha limitada de produtos de conveniência de alta rotatividade, além de lanches e bebidas. Loja de descontos Possui mercadorias padrão ou especialidades vendidas a um preço mais baixo. Varejo de liquidação Possui sobras de mercadorias ou pontas de estoque. Superloja Oferece ampla linha de produtos e serviços Showroom de vendas por catálogo Ampla seleção de mercadorias de preço elevado, alta rotatividade e marcas vendidas com desconto. Quadro 1: Tipos de varejo através da amplitude e profundidade da sua linha de produto Fonte: Adaptado de Keller e Kottler, (2006) 2.2.3 Composto de Marketing Varejista Boone e Kurtz (2009) definem que o composto mercadológico de varejo como uma estratégia que inclui decisões de mercadorias, padrões de serviço ao consumidor, formas de determinação do preço, análise do mercado-alvo, objetivos de promoção, decisões a respeito do local ou forma de distribuição e as escolhas da apresentação da loja. A maneira como se combinam estes elementos refletem a forma como o varejo deseja ser visualizado. Day (1990 apud PARENTE, 2000) ressalta que para varejistas que buscam vantagens competitivas, estes devem começar a sua análise procurando identificar quem são seus clientes, suas expectativas, o grau de satisfação dos consumidores em relação aos mesmos e seus respectivos concorrentes, as possíveis fontes de insatisfação e a partir disto identificar preços, linhas de produtos e serviços que podem se tornar vantagens competitivas. De forma semelhante, Keller e Kotler (2006) mencionam que a decisão mais importante de um varejista é a definição de um mercado alvo. Somente a partir disto é possível tomar decisões a cerca de sortimento de produtos, decoração da loja, propaganda, a mídia, os preços e os serviços, os quais compõem junto com a definição do mercado alvo, as decisões varejistas. Segundo Parente (2000) o composto de marketing varejista trata de um conjunto de variáveis que formam o esforço de marketing no varejo. Considera todos os fatores controláveis que o varejo articula como linha de produtos, preços, 34 promoções, apresentação, pessoal e ponto de venda. Essas variáveis, bem como os exemplos de decisões que as compõem são apresentadas no Quadro 2. Posteriormente essas variáveis são apresentadas utilizando-se também outros autores em suas discussões. Variáveis do composto varejista Exemplos de decisões P- Mix de Produtos Variedade da linha, Qualidade, Serviços P- Preços Preços, Créditos, Benefícios e Custos P- Promoção Propaganda, Ofertas, Sinalização P- aPresentação Loja, Departamentalização, Planograma P- Pessoal Atendimento, Rapidez, Serviço P-Ponto Localização, Acesso, Vizibilidade Quadro 2: Composto mercadológico Varejista Fonte: Parente (2000, p. 61) a) Variável produto As decisões sobre mix de produtos consistem em uma das decisões fundamentais para um varejista. Obter mercadorias que satisfaçam suas necessidades é o principal motivo pelo qual os clientes compram. Uma seleção adequada não deverá conter um aspecto de diferenciação e vantagem, mas também estar alinhada com os outros itens do composto mercadológico varejista. A composição do mix de produtos traz como desafio equilibrar dois objetivos distantes, ter uma grande quantidade de estoque possibilitando atender um maior número de seguimentos de clientes e, ter um giro mais rápido diminuindo assim os custos operacionais (PARENTE, 2000). As várias funções da atividade de aquisição de mercadorias envolvem estimativas e avaliação da demanda, ou seja, avaliar as necessidades dos consumidores antes de determinar o que adquirir; determinar tipo de mercadoria e quantidade a ser vendida; com base na avaliação feita acerca das necessidades do cliente determinar os tipos de mercadorias necessárias para o seu negócio; selecionar fornecedores, para tanto é preciso escolher os fornecedores que tenham reputação, localização conveniente, serviços adequados, políticas de trabalho interessantes, disponibilidade e experiência (LAS CASAS 2000). Para Levy e Weytz (2000) a principal meta de um varejo é vender mercadorias e nada é mais central na estratégia de varejo do que decidir o que 35 comprar e o quanto comprar. Varejistas pequenos e grandes precisam tomar decisões a respeito de milhares de itens individuais. Se o processo de compra não for organizado e sistemático isso pode resultar num completo caos. Parente (2000) ressalta ainda a importância na aquisição de produtos pelo varejo. O autor menciona que se deve levar em conta uma série de fatores relacionados ao mix de produtos e que formará a composição da linha de produtos da empresa. Esses fatores são a: amplitude - que se refere ao número de categorias, subcategorias e segmentos de produtos que uma loja comercializa; profundidade - número de marcas uma mesma categoria ou subcategoria; preço e qualidade - relação existente entre o preço e qualidade do produto em contrapartida ao segmento de clientes; papel da categoria - cada categoria de produto dentro de um varejo pode ter papéis diferentes em relação ao consumidor, sendo que as categorias que tem o papel de atrair mais cliente, por serem mercadorias mais rotineiras de compras precisam ter uma maior quantidade do que aquelas que são vendidas mais ocasionalmente. b) Variável preço: Um dos principais objetivos de um empresário é fazer lucro. Por meio de um preço justo e adequado é possível atingir este objetivo. Adicionalmente os preços são expressivos componentes do composto de marketing para a formação da imagem (LAS CASAS 2000). Na maioria dos setores, o preço afeta rápida e diretamente a atratividade da loja para os consumidores e conseqüentemente o seu volume de venda. As políticas de preço usadas pelos varejistas costumam ter normalmente três objetivos: vendas - ou seja, motivar a venda apoiado na justificativa de um preço melhor; imagem - onde se busca passar uma imagem de liderança ou de igualdade de preço; e o lucro – em que se busca como objetivo principal para o empreendimento varejista (PARENTE, 2000). Os clientes, hoje, procuram um bom valor no que compram e mesmo que para algumas pessoas preço baixo seja sinônimo de bom preço, há outras pessoas que preferem pagar um pouco mais, contanto que vejam um valor maior com seu dinheiro em termos de qualidade e serviço (LEVY; WEITZ, 2000). Para Kotler e Keller (2006) a empresa, primeiro precisa determinar quais os seus objetivos para depois determinar o preços de forma mais objetiva. Uma 36 empresa pode determinar seus preços baseado em um destes cinco objetivos mostrados no Quadro 3. Objetivos Situação Sobrevivência Quando assolados por uma intensa concorrência, ou por mudança no comportamento dos consumidores. As empresas utilizam preços que cubram seus custos variáveis e fixos. Maximização do lucro atual As empresas estimam demanda e custos relacionados a preços alternativos e escolhem preços que aumentem seus lucros. Maximização da participação do mercado Maximizar o volume de vendas para assim conquistar um custo unitário maior e lucro em longo prazo. Desnatamento Maximo do mercado Empresas que lançam tecnologias preferem determinar preços mais altos para destacaram-se do mercado. Liderança na qualidade do produto Uma empresa pode ter como objetivo ser líder de mercado em qualidade de produto e para isso lança produtos caracterizados alto nível de qualidade e conseqüentemente com um preço elevado. Quadro 3: seleção do objetivo da determinação do preço Fonte: adaptado de Keller e Kottler (2006) c) Variável promoção: O composto promocional do varejo não tem só intuito de atrair os consumidores, mas também motivá-los a compra. Lewison (1997 apud PARENTE, 2000) ressalta que muitos consumidores não têm a livre iniciativa de comprar em um varejo a não ser que este seja anunciado dando informações como a sua localização, os produtos que vende, termos de venda e hora de abertura da loja. E ainda se faz necessário convencê-lo de que há um custo/beneficio de se consumir neste lugar. Para Shaffer (1976 apud LAS CASAS, 2000) os principais objetivos de uma promoção são formar uma personalidade clara, gerar um fluxo de clientes, refletir a mercadoria comercializada pela loja e aumentar o lucro bruto. Com base nesses objetivos as promoções devem ser focadas nos produtos mais necessários para cada época. Da mesma forma que ocorre em outros setores empresariais o composto promocional do varejo é uma combinação de três programas básicos de promoção: propaganda – comunicação indireta e impessoal transmitida por meio de mídia massificada; promoção de vendas – ferramenta de comunicação impessoal direta ou indireta envolvendo o uso de mídia ou marketing que oferece um valor extra ao consumidor; e publicidade – definida como a comunicação indireta veiculada por 37 alguma mídia de informação sobre determinado produto ou varejo, sem custo algum. Parente (2000) alude que a propaganda pode ser impressa, eletrônica e interativa. A impressa pode ser apresentada em formato de revista, jornal e outdoor; A eletrônica por meio de televisão e rádio; e a propaganda interativa através da internet. A propaganda pode ter diversos objetivos como gerar um grau lembrança da marca, criar um estimulo para o consumidor experimentar o produto, promover a imagem de uma determinada empresa, comparar qualidades e benefícios com marcas concorrentes ou produtos substitutos e promover venda de determinado produto (LIMEIRA, 2006). Limeira (2006) define que promoção de vendas pode ser feita diretamente ao consumidor através de amostras grátis, cupons de desconto ofertas especiais, brindes, concursos e sorteios. A promoção de venda pode ocorrer diretamente no canal de vendas usando-se de bonificação em produto, desconto de preço de compra, desconto no preço de venda ao consumidor, prêmios e serviços adicionais oferecidos pelos canais. Além de poder ser realizada através do marketing direto, ou seja, um conjunto de atividades impessoais, sem intermediários entre o cliente e a empresa, como é o caso do database marketing, o marketing de fidelização ou o marketing de relacionamento. Já a publicidade no varejo, Lewison (1997 apud PARENTE, 2000) a define como uma ferramenta de relações públicas comunicada de forma positiva ou negativa relacionada à atividade varejista feita de forma impessoal e indireta veiculada por uma mídia de massa não paga e nem creditada a nenhum responsável. Parente (2000)ressalta que a publicidade quando positiva pode gerar credibilidade para os consumidores principalmente quando alcança audiência de massa. A grande preocupação do varejista em relação à publicidade é a falta do controle do que é informado. Para estimular a divulgação de notícias positivas, os varejistas procuram manter relações cordiais com a imprensa. Keller e Kotler (2006) acrescentam ainda a utilização do marketing direto e da força de vendas como integrantes do composto promocional do marketing. Sendo que o marketing direto atua utilizando canais diretos com o consumidor sem intermediários de marketing como o uso da mala direta, catálogos, telemarketing, quiosques, sites e telefones. Já a força de venda tem a função de promover o produto em contato direto com o consumidor utilizando da sua argumentação. 38 Segundo Limeira (2006) para que a comunicação apresente os benefícios desejados deve-se organizá-la de forma integrada. O desenvolvimento de um plano de comunicação de marketing é parte importante do composto mercadológico da empresa, portanto deve estar intrínseca com os objetivos da mesma. E para que isso seja feito de maneira eficaz deve se levar em conta as nove etapas de comunicação de marketing: • Análise do problema ou da oportunidade: identificar possíveis oportunidades ou riscos e ameaças para o desenvolvimento de uma posição competitiva em relação a imagem da marca, ao público alvo e as atitude e percepções do consumidor; • Definição dos objetivos de comunicação: baseando-se na análise anterior, deve definir os objetivos de comunicação visando identificar que resposta do consumidor se quer alcançar como – criar uma lembrança de marca, criar conhecimento, criar mudança em atitudes, criar mudança de comportamento, reforçar decisões, comportamentos e atitudes; • Seleção do público alvo: que pode ser diferente do público alvo do produto dependendo do objetivo da comunicação podendo ter simultaneamente mais de um público alvo; • Seleção dos elementos do composto de comunicação: após a definição dos públicos alvos, se faz necessário definir quais as ferramentas ou atividades de comunicação são mais adequadas; • Definição estratégia da mensagem: qual o conteúdo a ser comunicado para cada público; • Definição dos meios de comunicação: ou seja, quais ou meios de comunicação mais adequados para gerar a resposta esperada, se mídia de massa, mídia segmentada, mídia dirigida, mídia eletrônica, mídia impressa, mídia exterior e mídia em pontos de vendas; • Definição do orçamento de comunicação: decidir o volume de recursos necessário para atingir os objetivos de venda; • Implementação do plano: o resultado da atuação de vários profissionais especialistas que desempenham funções como desenvolvimento de folhetos, filmes, músicas, fotografias, ilustrações e etc; 39 • Avaliação dos resultados: o plano de comunicação deve incluir share of voice, share of mind, grau de lembrança da marca, índice de lembrança do anúncio, frequência em dia de exposição dos anúncios, taxa de consumidores fiéis, grau de intenção de compra do publico alvo e/ou atitudes do público em relação a empresa. d) Variável apresentação: Nenhuma outra variável do composto de marketing varejista apresenta tanto impacto ao cliente como a loja em si. As decisões sobre apresentação interna, layout, exposição dos produtos e o tamanho da loja podem ter peso imensurável para o consumidor, pois é nela que o consumidor manifesta e desenvolve o seu comportamento de compra (PARENTE, 2000). Antes de induzir os clientes ao estabelecimento é preciso uma cuidadosa elaboração da imagem que a empresa deseja projetar. Essa imagem é o resultado das decisões de layout, ou seja, como as partes essenciais, ou elementos que ajudam a loja para uma produtividade máxima são definidos, e vitrines, que tem a responsabilidade de induzir o cliente a entrar na loja (LAS CASAS, 2000). Para se projetar um bom layout de loja os designers precisam equilibrar muitos objetivos. Primeiramente o layout da loja deve instigar o cliente a mover-se por ela a fim de comprarem mais produtos. Outro objetivo importante é dar ao consumidor espaço necessário para que o mesmo possa fazer as compras. Dentro da apresentação do varejo é preciso levar consideração também a forma como se expões as mercadorias de forma efetiva ao cliente que pode ser por classificação de tamanho, pela natureza do produto, tamanho de embalagem, ou potencial lucro do produto (LEVY; WEITZ, 2000). Para Limeira (2006) merchandising é o conjunto de instrumentos de comunicação do produto diretamente no ponto de vendas onde é possível gerar um impulso de compra no consumidor final e para isso se faz a exposição do produto utilizando-se de displays, stands, prateleiras, pilhas de produto. Pode se fazer comunicação através de folhetos, cartazes ou pôsteres. Ou ainda promover o produto junto a demonstradores, degustadores, sorteios e distribuição de brindes. e) Variável ponto: Parente (2000) menciona que a localização da loja consiste em uma das decisões mais críticas para o varejista, pois diferentemente das outras variáveis, a localização não pode ser mudada ao longo do tempo. A localização de uma loja irá 40 influenciar em sua atratividade junto aos consumidores de sua área de influência, portanto torna-se um fator determinante para o seu futuro volume de vendas. Las Casas (2000) acrescenta a importância da localização de um varejo, pois proporciona utilidade de tempo, e lugar aos consumidores. Portanto, o varejista deve localizar-se convenientemente para atender o seu consumidor. Além disso, é preciso salientar que a localização do estabelecimento deve levar em consideração um estudo do local e uma análise do mercado para determinar se a área é viável. Para se tomar a decisão de localização do varejo precisa-se levar em consideração a demanda de mercado, ou seja, o tamanho do mercado de determinada região para o setor varejista. Analisando-se os segmentos não atendidos de consumidores, os limites da região geográfica o tipo de varejo que será ou já é implantado. Outro fator importante para decisão da localização é o índice de saturação do mercado, que significa o quanto a demanda de determinada região já esta sendo atendida por outros comércios. Para isso é preciso avaliar o grau de equilíbrio entre a oferta e a demanda de determinada região (PARENTE, 2000). Rojo (2006) complementa afirmando que a localização do varejo deve estar relacionada com um conhecimento amplo da região onde a loja será aberta. Levando em consideração um estudo de dados como: perfil dos clientes da região, poder aquisitivo, o número de habitantes, concorrentes, hábitos de compra e lojas que costumam freqüentar. f) Variável pessoas: Segundo Parente (2000), os serviços de atendimento dizem respeito a todas as atividades em que se apresenta um relacionamento pessoal entre varejista e consumidor. Se desempenhado de forma eficiente o varejista consegue desenvolver um relacionamento de longo prazo com o seu consumidor. Com o aumento da oferta de lojas e conseqüentemente, com o acirramento da concorrência os varejistas se habituam a imitar em muitas variáveis do mix varejista. Para sobreviver neste mercado é preciso conseguir desenvolver relacionamentos de longo prazo para com os seus consumidores, oferecendo sempre um serviço de qualidade em conjunto com as outras variáveis do composto mercadológico varejista. Levy e Weitz (2000) explicam que abordagem ao cliente pode ocorrer de forma personalizada/padronizada e a utilização de cada uma dessas opções implica no objetivo do varejo em relação ao consumidor final. Uma abordagem padronizada 41 baseia-se no fornecimento de um serviço mediante a um cumprimento rígido de regras estabelecidas tornando os custosmenores. O atendimento personalizado força o varejo a adaptar o atendimento de acordo com a necessidade do cliente, que apesar de custos mais elevados costuma produzir melhores resultados. Miguel (2006) define que a venda relacionamento consiste no desenvolvimento de uma série de atividades desenvolvidas pelo vendedor com o seu cliente para gerar benefícios mútuos em longo prazo. Uma das tarefas do vendedor é identificar a estrutura do poder de compra do consumidor e seu processo decisório que conta com: iniciador - a pessoa que identifica um determinado problema e procura resolvê-lo através da compra; deliberadores - são as pessoas que decidem se o processo de compra irá se iniciar; influenciadores - são pessoas que tem algo a dizer em relação ao produto no processo de compra; selecionadores - são as pessoas que identificam possíveis soluções para determinado problema; e compradores e usuários - que estão relacionados a compra e uso do produto, ressaltando que nem sempre o comprador e usuário são a mesma pessoa. Como já mencionado anteriormente, a base para as definições das variáveis do composto de marketing varejista até aqui discutidas é o mercado alvo. Para que o mesmo possa ser estabelecido, a segmentação de mercado deve ser realizada. Esse é o tema da próxima seção. 2.3 Segmentação do Mercado O mundo é muito grande e repleto de pessoas diferentes, portanto um único composto mercadológico não seria o suficiente para atrair todas as pessoas. A divisão de um mercado total em grupos relativamente homogêneos é um processo chamado de segmentação de mercado. Essa decisão requer identificar fatores que afetam a decisão de compra e consequentemente, os grupos de consumidores (BOONE; KURTZ, 1998). Segmentação de mercado é dividir o mercado em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepção de valores ou comportamento de compra. Os indivíduos de um mesmo segmento costumam responder de forma parecida diante de uma estratégia de marketing. Para decidir quais segmentos de mercado serão atendidos, as empresas usam informações com o fim de poderem atendê-los de forma lucrativa. O segmento especifico de mercado 42 que uma organização seleciona é chamado de mercado alvo (CHURCHILL; PETER, 2000). Segundo Parente (2000) segmentar o mercado significa entender a importância individual de cada consumidor do varejo para assim conseguir tomar as medidas estratégicas certas para atender os anseios de cada consumidor. Nessa lógica varejista Kotler e Keller (2006) explicam que atualmente as empresas buscam cada vez mais segmentar o mercado avaliando as características locais de áreas comerciais ou bairros para tomar melhores decisões de marketing. A segmentação acontece quando a empresa determina bases para identificar os mercados, classificando as características dos potenciais consumidores. A idéia é que segmentos contenham grupos homogêneos que tenham uma reação semelhante a determinado composto mercadológico (BOONE, KURTZ, 1998). Kotabe e Helsen (2000) afirmam que a partir da segmentação do mercado é possível que a empresa desenvolva um composto de marketing para cada segmento e, a partir disso possa realizar um melhor trabalho de satisfação das necessidades dos segmentos-alvos. Há varias formas possíveis de segmentação de mercados de consumo. Para avaliar as possibilidades pode ser útil agrupar as bases de segmentação em categorias amplas. Os principais tipos de segmentação para mercado de consumo são: base geográfica, base demográfica, base psicográfica e base comportamental (CHURCHILL; PETER, 2000), apresentadas na sequência: a) Base geográfica: Dias (2006) explica que segmentação geográfica é o processo de identificar segmentos baseando-se em aspectos geográficos como densidade populacional e localização. Os critérios de segmentação podem ser: cidades, estados, países, comarcas, bairros e microrregiões dos bairros, dependendo do objetivo de penetração ou ocupação. Além disso, os profissionais de marketing têm oportunidade de comparar os desejos e necessidades de diferentes segmentos geográficos e assim assumir estratégias diferentes para cada público (CHURCHILL; PETER, 2000). Kotler e Keller (2006) afirmam que a segmentação geográfica é mais fácil de ser percebida e que atingir bons resultados. Nesta área é possível dividir as regiões levando em conta critérios como: localidades onde se encontram os clientes mais 43 valiosos, em que medida este segmento já foi penetrado, quais lugares e meios de promoção geram melhores oportunidades de crescimento, e se a análise geodemográfica consegue capturar a crescente diversidade da população. b) Base demográfica: Segundo Boone e Kurtz (1998) segmentar o mercado significa isolar fatores que distinguem certo grupo de consumidores do mercado global. Podendo analisar características como sexo, idade, renda e padrão de despesas, entre outros. Churchill e Peter (2000) definem que a segmentação baseada em idade, sexo, etnia, nível de renda, ocupação, nível de instrução e tamanho da composição da família são fatores que tem como base as características da população e, portanto esta é uma maneira demográfica de segmentar o mercado. O sexo é uma variável obvia para a segmentação com, vista que certos produtos relacionados a um determinado sexo, no entanto, varias indústrias só perceberam esta oportunidade recentemente. Através do desenvolvimento de produtos e campanhas publicitárias voltadas especialmente para um sexo especifico. (BOONE, KURTZ, 1998). Para Churchill e Peter (2000) é apropriada quando um produto pode agradar mais um sexo do que outro, ou quando os membros de cada sexo respondem de forma diferente aos aspectos do composto mercadológico. Da mesma forma que os gostos e necessidades das pessoas mudam com o seu amadurecimento, muitos profissionais de marketing vêem uma oportunidade de segmentar o mercado baseando-se na faixa etária do individuo. Boone e Kurtz (1998) afirmam que é possível segmentar levando em consideração a faixa etária de um mercado sendo fato que vários produtos são consumidos apenas por um grupo exclusivo de determinada faixa etária. Outra maneira de se segmentar o mercado é analisar o estágio do ciclo de vida familiar. O processo de formação e dissolução das famílias. Churchill e Peter (2000) ressaltam que pode haver vários modos de categorizar famílias por tamanho, composição ou estágio de vida. Por exemplo, famílias grandes costumam ser atraídas por produtos em embalagens maior que ofereçam uma quantidade maior por um preço menor. Já pessoas que moram sozinhas preferem porções menores de produtos, principalmente se forem perecíveis. Segundo Boone e Kurtz (1998) não é de se surpreender que os mercados possam ser segmentados baseando-se na renda como base para a segmentação. 44 Podendo-se desenvolver o composto mercadológico que se adeque melhor a pessoas de baixa, média ou alta renda. A segmentação por nível de renda ajuda os profissionais de marketing a determinar quais consumidores estarão aptos a consumir os seus produtos, em relação à combinação de preço, estilo e qualidade. Consumidores com poder aquisitivo menor se interessam mais por produtos em liquidação ou saldos. Já consumidores com uma renda mais alta preferem pagar mais por produtos de prestigio ou alta qualidade (CHURCHILL, PETER, 2000). c) Base psicográfica: Churchill e Peter (2000) explicam que embora a segmentação demográfica seja relativamente simples ela não leva em consideração de fato as necessidades e desejos do consumidor. Para identificar os consumidores que estariam interessados em algum produto, desenvolveu-se a segmentação psicográfica. Para Boone e Kurtz (1998) pode-se ainda fazer uma segmentação psicográfica do mercado, ou seja, dividir o mercado
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