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A formação do professor Alfabetizador

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A formação do professor Alfabetizador
APRESENTAÇÃO
Muitas são as pesquisas e as teorias que procuram entender quais fatores devem compor o perfil 
do professor alfabetizador na atualidade. Esse docente deverá apresentar algumas características 
específicas em sua formação, apresentando um rol de saberes que façam com que seja hábil em 
desenvolver os processos de alfabetização com seus alunos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre a importância da formação do 
professor alfabetizador, para que este consiga cumprir a nobre tarefa de alfabetizar. Vai ver 
também que essa formação se desenvolve tendo como principal espaço de ocorrência a escola e 
que a pesquisa também deve ser parte importante das características desse docente e integrante 
de sua formação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar a importância de uma formação específica ao professor alfabetizador para a 
realização de seu trabalho junto às crianças.
•
Identificar a escola como o lócus da formação do professor alfabetizador.•
Reconhecer o professor como um pesquisador de sua prática pedagógica.•
DESAFIO
A formação do professor alfabetizador começa na infância, quando este irá vivenciar pela 
primeira vez o processo de educação escolar a partir de seu professor e de suas práticas e das 
interações propostas com seus colegas de classe. Essa formação continua na busca por uma 
qualificação no ensino superior e se mantém em processo após a formatura no interior da escola, 
a partir da formação continuada e das inúmeras trocas de materiais, técnicas e experiências entre 
os colegas docentes.
Você trabalha em uma escola do município onde reside e foi convidado para participar de um 
grande grupo de professores juntamente com o supervisor educacional da rede pública 
para realizar um diagnóstico da situação em que a escola se encontrava em termos de 
aprendizagem. 
Reunindo-se com os demais gestores dessa instituição de ensino, chegaram ao consenso de que 
o processo de alfabetização, de modo geral, não era satisfatório, uma vez que a escola 
apresentava baixos índices no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), na sua 
última aplicação no município. Dessa forma, será preciso planejar uma forma para que a 
situação possa ser melhorada.
O que você faria para que a alfabetização na escola pudesse melhorar seus índices? Apresente 
algumas ideias que poderiam dar resultados junto aos professores alfabetizadores.
INFOGRÁFICO
Um professor alfabetizador precisa ter uma formação muito específica em termos de 
conhecimentos técnicos sobre os processos de alfabetização e desenvolvimento da criança. 
Além disso, deve ser capaz de realizar reflexões sobre sua prática e compartilhar experiências 
com outros docentes, a fim de constantemente se aperfeiçoar.
Neste Infográfico, conheça as 10 características necessárias ao professor alfabetizador. 
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Nossa sociedade atual proporciona a todos um universo de situações cotidianas que se 
encontram impregnadas pela escrita e que nos exigem habilidades de ler e, da mesma forma, de 
escrever. Podemos afirmar que aqueles que conseguiram desenvolver essas competências no 
início de sua escolarização somente irão se beneficiar, uma vez que sua vida social será 
constantemente permeada por experiências que as exijam. 
A importância de ser alfabetizado fica evidente ao percebermos que nosso sistema de educação 
tem proporcionado investimento em programas de formação continuada voltados aos 
professores que se dedicam à tarefa de alfabetizar. Dessa forma, nos cabe, como futuros 
docentes, perceber a importância do professor alfabetizador nesse processo e conhecer quais 
seriam as características necessárias em sua formação para que possa desenvolver o processo de 
alfabetização de forma eficaz com seus alunos.
Na obra Alfabetização e letramento, leia o capítulo A formação do professor alfabetizador, base 
teórica desta Unidade de Aprendizagem. Você vai identificar quais são as características de um 
bom professor alfabetizador, como a escola contribui com essa formação e, ainda, como a 
pesquisa se articula com a prática pedagógica desse docente.
Boa leitura. 
ALFABETIZAÇÃO
E LETRAMENTO 
Pablo Rodrigo Bes Oliveira
A formação do professor 
alfabetizador
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar a importância de uma formação específica ao professor alfa-
betizador para a realização de seu trabalho junto às crianças.
  Identificar a escola como o lócus da formação do professor alfabetizador.
  Reconhecer o professor como um pesquisador de sua prática 
pedagógica.
Introdução
A sociedade atual proporciona a todos um universo de situações co-
tidianas que se encontram impregnadas pela escrita. Portanto, essas 
situações exigem as habilidades de ler e escrever. Você pode considerar 
que aqueles que conseguiram desenvolver essas competências no início 
de sua escolarização somente irão beneficiar-se, uma vez que sua vida 
social será constantemente permeada por experiências que as exigem. A 
importância de ser alfabetizado fica evidente quando você percebe que o 
sistema de ensino tem investido em programas de formação continuada 
voltados aos professores que se dedicam à alfabetização. 
Dessa forma, cabe a você, como futuro docente, conhecer as ca-
racterísticas necessárias nessa formação para que possa desenvolver o 
processo de alfabetização de forma eficaz com seus alunos. A habilidade 
do professor alfabetizador de trabalhar com seus alunos na educação 
infantil e nos anos iniciais será decisiva e determinante para as futuras 
conquistas intelectuais destes durante toda a sua vida escolar, em todas 
as etapas do ensino de que venham a participar. Além disso, precisa 
compreender como a escola contribui com essa formação e, ainda, como 
a pesquisa se articula com a prática pedagógica do docente. 
C12_Alfabetizacao_e_Letramento.indd 1 21/03/2018 15:51:26
O professor alfabetizador e a sua formação 
específica 
A formação de um professor alfabetizador é um processo que se inicia quando 
começa sua busca por educação formal para atuar como docente. Isso pode 
acontecer já no ensino médio, com a frequência a um curso de magistério, 
por exemplo, ou ao buscar uma licenciatura em pedagogia no ensino superior. 
Ainda durante essa formação inicial, ocorre a inserção desse profi ssional no 
universo escolar. Nesse ambiente, por meio dos estágios, ele vai procurar ob-
servar, planejar e desenvolver a sua regência. Além disso, a partir das refl exões 
acerca das teorias que estudou, o futuro professor vai aprimorar os saberes 
que o acompanharão durante a carreira. Logo, você deve compreender que o 
professor, de modo geral, se encontra em constante processo de aprendizagem 
e de renovação de seus saberes e de sua prática, recebendo novas infl uências 
de sua práxis, refl etindo sobre ela e a transformando. Veja o que Tardif (2014, 
p. 11) afi rma sobre o assunto:
[...] o saber é sempre o saber de alguém que trabalha alguma coisa no intuito 
de realizar um objetivo qualquer. Além disso, o saber não é uma coisa que 
flutua no espaço: o saber dos professores é o saber deles e está relacionado 
com a pessoa e a identidade deles, com a sua experiência de vida e com a sua 
história profissional, com as suas relações com os alunos em sala de aula e 
com outros atores escolares na escola, etc.
Você pode acompanhar o raciocínio do autor e realizar uma analogia com 
os saberes que poderiam fazer parte da formação do professor alfabetizador. 
Considere, nesse sentido, que a forma como o professor compreende a impor-
tância da alfabetização de seus alunos e a função social da escola na vida deles 
também vai alicerçar a sua prática. Você pode inferir ainda que a forma como 
o professor vivenciou o seu processo de alfabetização na sua escolarização 
inicial também servecomo parâmetro para o que pode (ou não pode) ser feito 
em sala de aula nessa etapa da educação básica. 
A identidade do professor alfabetizador normalmente é facilmente reco-
nhecida, pois esse docente costuma sentir-se orgulhoso e feliz com o resultado 
de seu trabalho. Esse trabalho docente, por sua vez, foi aprimorando-se, 
aperfeiçoando-se, agregando novas ideias, novos métodos e novas técnicas a 
partir das experiências e das constantes trocas com pais de alunos, colegas pro-
fessores, gestores escolares e, muito intensamente, com os próprios estudantes.
A formação do professor alfabetizador2
C12_Alfabetizacao_e_Letramento.indd 2 21/03/2018 15:51:26
Outro aspecto interessante a ser considerado quando se fala no processo 
formativo do professor alfabetizador diz respeito à sua formação continuada, 
uma vez que:
[...] para se tornar um professor alfabetizador a formação inicial por si só 
não se faz suficiente; é preciso oportunizar (através de formação contínua) 
saberes necessários ao profissional para que este sinta segurança ao lecionar 
e possa de fato contribuir com o processo de ensino-aprendizagem. Vale 
lembrar que o tempo na docência também se configura num dos elementos 
indispensáveis para o exercício da profissão, uma vez que a prática pode ser 
(re)apropriada conforme os diferentes contextos em que o professor atua 
(CARVALHO, 2014, p. 102).
Como o professor alfabetizador está em constante aperfeiçoamento de sua 
prática pedagógica, encontra na formação continuada a oportunidade de buscar 
novos conhecimentos teóricos, novas leituras, discussões e compartilhamento 
de experiências significativas de colegas. Tudo isso pode contribuir para que 
ele melhore ainda mais seus processos de ensino e aprendizagem. Claro que 
essa formação continuada deve se adaptar à realidade em que o docente se 
encontra. Além disso, deve ser endereçada ao perfil de seus alunos, estar 
próxima às dificuldades e necessidades destes e ter o intuito de preencher 
lacunas de conhecimento, habilidades ou atitudes que se façam necessárias aos 
professores. Ainda sobre esses aspectos da formação docente, você deve ter 
cuidado para não reduzir o conceito de formação do professor alfabetizador, 
uma vez que:
A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou 
de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as 
práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso 
é tão importante investir a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência 
(NÓVOA, 1992, p. 13).
Dessa maneira, você pode retomar aqui a seguinte ideia: é característica 
importante do professor alfabetizador a capacidade de refletir sobre os seus 
conhecimentos, as técnicas e as metodologias adotadas e experienciadas no 
cotidiano. Assim, ele pode sempre aperfeiçoar o que realiza em sala de aula 
e a própria afirmação de sua identidade docente.
3A formação do professor alfabetizador
C12_Alfabetizacao_e_Letramento.indd 3 21/03/2018 15:51:26
A escola e suas implicações na formação do 
professor alfabetizador
Ao analisar a formação do professor alfabetizador, você não pode desconectá-
-la da instituição social onde esse professor vai atuar durante todas as fases 
de sua carreira docente: a escola. E, como as escolas fazem parte de um 
sistema nacional que as organiza e regulamenta, você vai verifi car como elas 
são referidas, em relação à formação docente, nas Diretrizes Curriculares 
Nacionais Gerais para a Educação Básica (BRASIL, 2013). Esse documento 
tem caráter normativo e deve ser aplicado por todas as escolas em território 
nacional. Segundo tal documento:
Para a formação inicial e continuada dos docentes, portanto, é central levar 
em conta a relevância dos domínios indispensáveis ao exercício da docência, 
conforme disposto na Resolução CNE/CP nº 1/2006, que assim se expressa: 
I – o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função 
de promover a educação para e na cidadania; 
II – a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de 
interesse da área educacional; 
III – a participação na gestão de processos educativos e na organização e 
funcionamento de sistemas e instituições de ensino. Além desses domínios, 
o professor precisa, particularmente, saber orientar, avaliar e elaborar pro-
postas, isto é, interpretar e reconstruir o conhecimento. Deve transpor os 
saberes específicos de suas áreas de conhecimento e das relações entre essas 
áreas, na perspectiva da complexidade; conhecer e compreender as etapas de 
desenvolvimento dos estudantes com os quais está lidando. O professor da 
Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental é, ou deveria 
ser, um especialista em infância [...] (BRASIL, 2013, p. 58). 
Dessa forma, você pode notar que é no interior da escola que o professor 
alfabetizador vai colocar em prática seus saberes. Esses saberes são constru-
ídos junto aos alunos e o professor deve ser um especialista, desenvolvendo 
as aprendizagens necessárias para que o aluno conheça, valorize e exercite 
sua cidadania. Se você considerar o conceito de cidadania, pode afirmar que 
na sociedade atual, para que um indivíduo consiga minimamente reconhecer 
seus direitos e deveres sociais e participar ativamente da vida social em seu 
cotidiano, é necessário que seja alfabetizado. Logo, a escola, por meio da 
realização dos afazeres do professor alfabetizador, poderá conduzir esse aluno 
à possibilidade de se instrumentalizar por meio da leitura e da escrita para 
tornar-se cidadão de fato. 
A formação do professor alfabetizador4
C12_Alfabetizacao_e_Letramento.indd 4 21/03/2018 15:51:26
Quando as Diretrizes citam a escola como uma “organização complexa”, 
você deve entender que essa instituição apresenta uma diversidade cultural que 
vai se fazer presente tanto entre os docentes quanto entre os alunos. Além disso, 
entre os docentes existirão várias tendências pedagógicas que irão pautar as 
práticas cotidianas, que podem aproximar-se ou afastar-se daquilo que a escola 
e a comunidade escolar propuseram em seus projetos político-pedagógicos. 
Lidar com essa complexidade e multiplicidade de relações e interações não é 
tarefa simples e desafia os gestores escolares no seu cotidiano.
A escola está implicada diretamente na formação do professor alfabeti-
zador. Suas primeiras experiências, ainda como aluno na sua escolarização 
inicial, contribuem para esse processo. Os exemplos que traz consigo em suas 
lembranças de professores e práticas utilizadas para alfabetização no interior 
da escola também constituem esse docente. Já na formação inicial, quando 
o professor busca os conhecimentos teóricos e práticos para tornar-se um 
docente, a escola será o palco de inúmeros estágios de observação, entrevistas 
com docentes e gestores escolares e regências de classe. 
Acesse o link a seguir e assista a uma entrevista sobre a formação do professor alfa-
betizador no Brasil com a professora Delia Lerner:
https://goo.gl/fxJ7h3
Uma interessante pesquisa realizada por Utsumi (2004) revelou que, no 
interior das escolas analisadas pela autora, são destacados alguns aspectos 
que caracterizam um professor considerado bem-sucedido em suas práticas 
docentes. Essas características são:
  tempo de casa;
  tempo de atuação na mesma turma;
  ações bem-sucedidas.
Como você pode perceber, essas características apontadas pela autora estão 
presentes na escola, onde o tempo de casa irá relacionar-se com a vivência que 
o docente possui no espaço escolar. O tempo de atuação na turma refere-se 
à permanência do professor em um mesmo ano, em que pode se apropriar 
5A formação do professor alfabetizador
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das especificidades de cada turma e, assim, aprimorar suas práticas com o 
passar dos anos. E as ações bem-sucedidas referem-se a todas as atividades 
planejadas e colocadas em práticas com os alunos e que trouxeram resultados 
satisfatóriose contribuíram significativamente para a aprendizagem. Como 
você viu, não é possível falar da formação docente de um professor alfabeti-
zador sem considerar o local, o espaço, o “laboratório” onde ele vai se propor 
a tornar-se alfabetizador de fato: a escola.
No projeto político-pedagógico (PPP) da escola, são definidas as posições filosóficas 
da instituição em relação ao modelo de educação que será ofertado, ao tipo de aluno 
que será formado, entre outros questionamentos sobre a função social da escola e 
seus objetivos. Esse documento, para que seja legitimado pela comunidade escolar, 
deve ser construído de forma participativa, por meio de plenárias que permitam a 
participação de todos os professores, gestores da escola, pais, funcionários, membros 
das associações de pais e mestres e demais conselhos e representantes da sociedade 
que se encontram no entorno da escola.
O professor alfabetizador e a pesquisa
Na atualidade, muitos são os estudos acadêmicos que recaem sobre os profes-
sores e seus saberes e afazeres no interior da escola. Esses estudos mapeiam 
e analisam suas práticas, seus sucessos e suas implicações no insucesso dos 
resultados inerentes aos seus alunos durante a escolarização. Você deve notar, 
porém, se observar esse cenário com uma visão um pouco mais apurada e 
crítica, que, na sua grande maioria, essas pesquisas e essa produção acadêmica 
que ocorrem no interior das academias pelo mundo afora normalmente não 
são um espaço em que o professor alfabetizador se faça presente. Ou, ainda, 
quando isso acontece, a sua presença é minoritária. Ao refl etir sobre esse fato, 
Nóvoa (1992, p. 6) faz a seguinte constatação:
Não deixa de ser estranho que, numa época em que tanto se fala de “autonomia 
profissional” ou de “professores reflexivos”, se assista a um desaparecimento 
dos movimentos pedagógicos, no sentido que este termo adquiriu na primeira 
metade do século XX, isto é, coletivos de professores que se organizam em 
torno de princípios educativos ou de propostas de ação, da difusão de métodos 
de ensino ou da defesa de determinados ideais. A pobreza atual das práticas 
A formação do professor alfabetizador6
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pedagógicas, fechadas numa concepção curricular rígida e pautadas pelo 
ritmo de livros e materiais escolares concebidos por grandes empresas, é 
a outra face do excesso do discurso científico-educacional, tal como ele se 
produz nas comunidades acadêmicas e nas instituições de ensino superior.
Esse trecho de Antonio Nóvoa reafirma a importância e a implicação da 
pesquisa científica na formação do professor alfabetizador. Você deve ter 
notado que os professores de turmas de alfabetização algumas vezes acabam 
por desenvolver suas práticas somente a partir dos livros que a escola adquire 
para serem aplicados. Não que os livros não sejam bons e não sirvam de apoio 
para as práticas; o errado seria reduzir as práticas somente ao que os livros 
propõem. Essa atitude dá a entender que não é necessária reflexão nem pes-
quisa, simplesmente aplicação do conhecimento, o que você já viu que não é 
considerado formação. Ao professor cabe desconfiar, manter seu olhar e sua 
mente aguçados ao receber um material a ser utilizado. Deve, ao utilizá-lo, 
possuir um olhar atento e, muitas vezes, realizar as adaptações necessárias 
para que atinja com seus alunos os objetivos que considera importantes. Além 
disso, após a aplicação de quaisquer atividades, ele precisa analisar e registrar 
os resultados, apontando possíveis melhorias futuras na sua aplicação.
Aqui, é importante que você se lembre de que o conceito de pesquisa tam-
bém é muito abrangente e passou por reconfigurações. Na atualidade, aquela 
ciência que buscava definir a verdade sobre as coisas é substituída pelos mais 
variados campos discursivos das ciências, em que inúmeras são as verdades 
produzidas a partir das pesquisas. Essas mudanças afetaram diretamente as 
pesquisas na área das ciências humanas, em que a educação se encaixa. Nesse 
caso, a pesquisa pode ser considerada como:
(...) um trabalho esforçado, persistente e diferenciado para reduzir os riscos 
do “senso comum” e para transformá-lo em um “consenso” que, mesmo 
provisório, discutível e substituível por melhores hipóteses e explicações, 
constitui o patamar mais seguro para orientar nossas ações coletivas e indi-
viduais (PONTES, 1995, p. 48).
Acompanhando o pensamento da autora, você pode entender que a pesquisa 
científica voltada para a área da educação é capaz de fornecer um caminho 
mais seguro para pautar as práticas cotidianas em sala de aula. Logo, o docente 
deverá assumir uma postura curiosa e investigativa nas práticas pedagógicas 
que diariamente aplica. No interior da sua classe escolar, onde irá colocar seus 
saberes em funcionamento para que consiga desenvolver a aprendizagem da 
leitura e da escrita, a pesquisa deve pautar tanto a sua postura como docente 
7A formação do professor alfabetizador
C12_Alfabetizacao_e_Letramento.indd 7 21/03/2018 15:51:27
quanto estimular os próprios alunos a possuírem esse interesse por novas 
descobertas e novos achados, iniciando-se na pesquisa científica. 
Marques (2006, p. 95) acrescenta: “[...] pesquisar é buscar um centro de 
incidência, uma concentração, um polo preciso das muitas variações ou modu-
lações de saberes que se irradiam a partir de um mesmo ponto”. Você deve se 
lembrar de que o professor pesquisador que tem interesse em fazer da pesquisa 
um instrumento na realização de suas aulas estará enxergando o aluno como 
o sujeito da educação. É desse sujeito que partem as dúvidas, curiosidades e 
indagações. Além disso, como o centro do processo de ensino e aprendizagem, 
ele deve ser estimulado a desenvolver também essa atitude de pesquisador.
É necessário que os professores alfabetizadores encontrem na escola o 
apoio necessário e os espaços onde refletir sobre suas metodologias, técnicas, 
recursos e teorias a respeito da alfabetização. Eles devem realizar testagens 
e experimentações em suas turmas, mapear e analisar os resultados destas 
e promover novos caminhos a trilhar para o futuro. Da mesma forma, essas 
pesquisas precisam ser divulgadas, publicadas em periódicos da área da 
educação e em revistas interdisciplinares. Assim, o campo discursivo dessa 
ciência pode evoluir e se renovar quanto a esses objetos de conhecimento e 
suas aproximações.
O professor alfabetizador é um pesquisador, analista constante de boas práticas 
a serem desenvolvidas em sala de aula e que poderá contribuir para o sucesso na 
aprendizagem de seus alunos. Da mesma forma, um bom professor alfabetizador tem 
sua formação lapidada no interior da escola, nos embates do dia a dia, nos avanços, 
paradas, retrocessos e surpresas que a sala de aula lhe apresenta, lhe desafiando a 
conhecer novos caminhos, corrigir sua rota, planejar diferente, enfim, tornar-se outro.
A formação do professor alfabetizador8
C12_Alfabetizacao_e_Letramento.indd 8 21/03/2018 15:51:27
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais gerais da educação 
básica. Brasília: DICEI, 2013.
CARVALHO, T. K. P. O perfil do professor alfabetizador: formação, concepções e práticas 
docentes. Temporis, v. 14, n. 2, jul./dez. 2014.
MARQUES, M. O. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. 5. ed. rev. Ijuí: Unijuí, 2006. 
NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. 1992. Disponível em: <http://re-
positorio.ul.pt/bitstream/10451/4758/1/FPPD_A_Novoa.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2018.
PONTES, E. F. A insatisfação dos professores: conseqüências para a profissionalização. 
In: PONTES, E. F. (Org.). A causa dos professores. Campinas: Papirus, 1995.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Porto Alegre: Vozes, 2012.
UTSUMI, L. M. S. Professoras bem-sucedidas são professoras reflexivas?! A prática da re-
flexividade nas ações pedagógicas de professoras nos anos iniciais de escolaridade. 
2004. 242 f. Dissertação (Mestradoem Educação) - Universidade Metodista de São 
Paulo, São Bernardo do Campo, 2004.
Leitura recomendada
LERNER, D. Formação do professor alfabetizador: grandes diálogos. Youtube, 29 out. 
2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YLIRcUNGxMQ>. Acesso 
em: 20 mar. 2018.
9A formação do professor alfabetizador
C12_Alfabetizacao_e_Letramento.indd 9 21/03/2018 15:51:27
DICA DO PROFESSOR
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer sobre um dos programas governamentais que foi 
criado para melhor instrumentalizar os docentes alfabetizadores no exercício de suas funções na 
escola, o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Assista.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Marque a alternativa que se relaciona corretamente com o processo de formação do 
professor alfabetizador.
A) O professor alfabetizador apresenta como fase principal deste processo a formação inicial.
B) A formação do professor alfabetizador é determinada pelas experiências que teve com a 
sua escolarização inicial.
C) O professor alfabetizador está em constante processo de formação por meio da sua 
formação continuada e da reflexão sobre suas práticas.
D) A formação do professor alfabetizador é a mesma dos demais docentes, não requerendo 
nenhum aspecto específico a ser ampliado.
E) A formação do professor alfabetizador se dá no interior da escola em que irá exercer a 
docência, exclusivamente.
“(...) para se tornar um professor alfabetizador, a formação inicial por si só não se faz 
suficiente; é preciso oportunizar (através de formação contínua) saberes necessários 
ao profissional para que este sinta segurança ao lecionar e possa de fato contribuir 
2) 
com o processo de ensino-aprendizagem. Vale lembrar que o tempo na docência 
também se configura num dos elementos indispensáveis para o exercício da profissão, 
uma vez que a prática pode ser (re)apropriada conforme os diferentes contextos que 
o professor atua" (CARVALHO, 2014, p. 102). 
De acordo com a citação, podemos entender que:
A) os saberes necessários para lecionar são adquiridos na formação inicial do professor.
B) somente o professor “seguro” contribui com o processo de ensino-aprendizagem.
C) o tempo de docência de um professor faz com que este se acomode e não exerça a 
docência como deveria.
D) as formações inicial e continuada, somadas com as experiências docentes que o tempo 
proporciona, são indispensáveis ao professor alfabetizador.
E) na formação do professor alfabetizador, os contextos em que atua não são relevantes, pois 
sua formação já está estabelecida.
3) Analise as afirmativas que relacionam a escola e suas implicações na formação do 
professor alfabetizador e marque a alternativa correta.
A) A formação do professor alfabetizador se relaciona diretamente com a escola, pois em seu 
interior é que a formação se completa e se aprimora constantemente.
B) A escola é o espaço onde o professor alfabetizador atua, porém, sua formação se faz fora 
desta.
C) No interior da escola o professor poderá visualizar as teorias que aprendeu na formação 
inicial, em que se tornou docente de fato.
D) A escola é o espaço onde a formação docente do professor alfabetizador irá terminar seu 
processo.
E) A escola é a instituição social criada para que os alunos se formem, e não o docente, que 
tem sua formação no ensino superior.
4) Analise as afirmativas a respeito das características que, segundo Utsumi (2004), 
definem um professor alfabetizador bem-sucedido no interior das escolas e marque a 
alternativa correta. 
A) Para se tornar um professor alfabetizador bem-sucedido, o tempo de serviço não é 
determinante.
B) As práticas bem-sucedidas realizadas pelo professor alfabetizador em sala de aula são 
pertinentes para que seja considerado eficaz.
C) Professores alfabetizadores bem-sucedidos são aqueles recém-chegados na escola e sem 
vícios em sua atuação.
D) Professores bem-sucedidos no processo de alfabetização apresentam postura distante da 
realidade cultural da escola.
E) Para que um professor alfabetizador seja considerado bem-sucedido basta que se relacione 
bem com a comunidade escolar.
5) Analise as afirmativas sobre a relação da pesquisa com a formação do professor 
alfabetizador e marque a alternativa correta.
A) Ao professor alfabetizador cabe uma postura investigativa, de pesquisador, em suas 
práticas, bem como de preocupação em desenvolver em seus alunos essa qualidade.
B) O professor alfabetizador deve optar em ser ou não um pesquisador, pois nem todos 
gostam de pesquisar.
C) A atitude de pesquisador auxilia a descobrir a verdade e o caminho correto a utilizar em 
sala de aula.
D) A pesquisa auxilia na formação do professor alfabetizador, porém, deve ser incentivada 
aos alunos exclusivamente.
E) A atitude de pesquisador é, por vezes, enfadonha e, para garantir um bom clima de 
trabalho na escola, não deve ser incentivada. 
NA PRÁTICA
Falar sobre a formação do professor alfabetizador é entender que esta está sempre em processo, 
ou seja, é dinâmica e mutável, reconfigurando-se por meio das experiências vividas, da 
pesquisa, das trocas e dos processos reflexivos e autocríticos sobre aquilo que se faz em sala de 
aula durante o processo de alfabetização. 
Também convém considerar que as vivências culturais relacionadas com a escola e com a 
educação que capturaram o docente quando criança/aluno também merecem atenção nesse 
contexto de formação.
Fernanda exerce a função de orientadora educacional em uma escola pública estadual, onde 
estudam em torno de 1.000 alunos, compondo a educação infantil, os anos iniciais e os 
anos finais da educação básica. De uns cinco anos para cá, Fernanda percebeu que os resultados 
obtidos pelos alunos dos anos iniciais, quanto a sua alfabetização, decaíram significativamente, 
o que o preocupou, pois aumentaram muito as situações em que ele precisava mediar conflitos 
entre alunos e seus colegas e entre alunos e seus docentes, o que era incomum. 
Percebeu, ainda, que esses registros que exigiam intervenção do orientador educacional eram 
gerados nas turmas de alguns docentes que hoje desempenhavam a função de alfabetizadores na 
escola e que haviam realizado o último concurso público cinco anos atrás.
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Após essa formação continuada ser realizada, muitos professores procuraram ajustar e renovar 
sua postura e as práticas que realizavam com seus alunos.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Formação do professor alfabetizador | Grandes Diálogos com Delia Lerner
Assista a esta interessante entrevista sobre a formação do professor alfabetizador no Brasil.
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Formação continuada de professores alfabetizadores
Neste artigo, leia sobre a formação continuada de professores alfabetizadores de uma rede 
pública municipal, que procurou verificar a compatibilidade entre as práticas desses professores 
e os procedimentos preconizados pelo curso de formação continuada.
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