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Direito Comercial no Brasil e no Mundo

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Breve histórico sobre o Direito Comercial no Mundo:
Fases:
a) Fase subjetiva: corporações de ofício.
b) Fase objetiva: atos de comércio.
c) Fase subjetiva moderna: teoria da empresa
O comércio é mais antigo que o Direito Comercial, existindo desde a mais remota Idade Antiga. Os fenícios já contavam com leis esparsas que regulavam o comércio, apesar de não existir na época propriamente um direito comercial. 
Fase subjetiva:
Baixa Idade Média: a vida urbana na Europa renasce com o expressivo crescimento de sua população, resultante da cessação das invasões dos bárbaros. Surgiram os novos burgos e os antigos foram ampliados. 
Houve também a ampliação das corporações comerciais, que adquiriram poder e autonomia. 
Aqui surgiu o capitalismo comercial e um novo ramo do direito privado: o direito comercial. As corporações comerciais surgiram com as organizações destinadas a defender os seus integrantes, dirimir conflitos entre os seus membros e auxiliá-los nas adversidades. 
O Direito Comercial surgiu às margens do Direito Civil, estando ligado principalmente aos senhores feudais, e só se aplicava àqueles inscritos nas corporações – caráter subjetivo. 
Fase objetiva:
Revolução Francesa: trouxe o Código Comercial francês (1808), inaugurando a fase Objetiva do Direito Comercial. O diploma contém uma lista taxativa com Atos de Comércio. 
As atividades que não estivessem na lista, não eram consideradas atividades comerciais, logo, eram regidas pelo Código Civil. Como não havia um critério científico para definir o que era ou deixava de ser um ato de comércio, a teoria recebeu muitas críticas, e foi substituta.
Fase subjetiva moderna: 
Código Civil italiano: foi quem substituiu a fase objetiva trazendo a Teoria da Empresa, criada pelo Código, marcando o retorno do aspecto subjetivo do Direito Comercial. 
Direito Comercial no Brasil:
· Código Comercial: 1850 – seguiu a orientação do Código Comercial Napoleônico (1808). Nossa primeira fase foi a objetiva, com base na Teoria dos Atos de Comércio. Os atos vieram enumerados no Regulamento 737/1850. 
· Código Civil de 2002: segue a orientação italiana da Teoria da Empresa, a teoria subjetiva. Importante destacar que o CC/02 revogou somente a primeira parte do Código Comercial (comércio terrestre), restando em vigor até hoje a segunda parte, que trata do comércio marítimo (CC, art. 2.045).
· Teoria da empresa: segundo essa teoria, qualquer atividade pode ser considerada empresária. Tudo vai depender da forma como ela é exercida. Não há mais um rol de atividades consideradas comerciais ou não. Esta teoria também abandona o conceito de comerciante e passa a usar o de empresário. 
Direito Comercial e a CF/88
CF/88, art. 1º, incisos III e IV:
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;”
Os postulados são também fundamentos da ordem constitucional econômica, que se encontra prevista e regulamentada no art. 170: 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípio”.
Esse tratamento conferido à ordem econômica demonstrou a preocupação com o equilíbrio entre a exploração da atividade econômica e a proteção dos direitos e garantias constitucionalmente assegurados. 
Apresenta-se mais adequado à realização da justiça social.
A CF/88 contempla um sistema econômico capitalista, no qual são detentores dos meios de produção os agentes econômicos privados, que podem se utilizar destes para fins lucrativos, porém, sempre voltados à promoção da dignidade da pessoa humana.
Livre iniciativa: o Estado, por meio da liberdade de iniciativa econômica, atribuiu aos particulares a exploração dos meios de produção. Os agentes econômicos usufruem de autonomia no exercício da atividade empresarial. 
Ao Estado incumbe fazer-se presente em determinadas circunstâncias para reestabelecer o equilíbrio das relações, uma vez que a CF não consagra o liberalismo infenso à justiça social, mas sim o social-liberalismo, segundo o qual o Estado também atua como agente normativo e regulador da atividade econômica. 
Ao assegurar o direito de propriedade e a livre iniciativa, a Constituição Federal de 1988, ao mesmo, contemplou a função social desta propriedade, a dignidade da pessoa humana, a busca do pleno emprego e a valorização do trabalho humano. Conquanto conflitantes, estes postulados não se excluem, ao revés, se complementam.
À empresa é garantido o desenvolvimento com base na livre iniciativa desde que atenda uma função social, uma vez que toda finalidade individual deve reverenciar uma finalidade social. Como se encontra inserida no espaço social, necessita contribuir para harmonização deste. Assim, a empresa pode exercer livremente suas atividades, porém atendo-se aos princípios constitucionais limítrofes existentes. A pessoa jurídica empresarial é, antes mesmo, instituição social.
Por conseguinte, que a atividade econômica é impulsionada pela livre iniciativa, que, todavia, deve atender aos princípios gerais da ordem constitucional econômica, previstos no art. 170 e imprescindíveis à organização e funcionamento da economia:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;        
 VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.         
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Funcionalização do direito privado: tema introduzido pela Constituição Federal de 1988, por meio do princípio da função social, as relações privadas foram redefinidas sob a ótica constitucional, a fim de se promover a dignidade da pessoa humana. 
Há predomínio e sobreposição dos valores sociais sobre os individuais.
A atividade empresarial não pode estar dissociada da realidade social e deverá ser exercida em consonância com os interesses sociais e informada pelos princípios constitucionais, a partir de ajustes às distorções de uma vontade que não mais corresponde à visão tradicional dos ideais de uma sociedade individualista e liberal. Eis o reflexo da preocupação com a reconstrução do ordenamento jurídico, mais sensível aos problemas e desafios da sociedade contemporânea.
· A ideia de constitucionalização do Direito aqui explorada está associada a um efeito expansivo das normas constitucionais, cujo conteúdo material e axiológico se irradia, com força normativa, por todo o sistema jurídico.
· A empresa necessita, portanto, ser funcionalizada a partir dos valores existenciais, como o é a dignidade da pessoa humana, para que possa contemplar seus fins sociais.
A livre iniciativa representa estímulo à atividade econômica e é fator determinante das relações de mercado, todavia a autonomia da empresa deve observar os princípios da ordem econômica constitucional.
Na ordem econômica, compreende a liberdade de instalação e investimento, competição e administração. Ressalta-se que a liberdade de iniciativa não é absoluta, sofrendo limitações jurídicas e socioeconômicas.
Sua efetividade apresenta-se vinculada aos demais princípios e valores constitucionalmenteprevistos.
Incumbe ao Estado a intervenção na ordem econômica para regular e normatizar a atividade econômica toda vez que excessos forem cometidos pela iniciativa privada, pois a liberdade de iniciativa não é absoluta, uma vez que está condicionada a prover justiça social.
Com efeito, somente será legítima quando conciliar os meios utilizados para buscar o lucro com a função social que deve desempenhar. Por essa razão, para que o exercício da atividade privada, possibilitado pela livre iniciativa, assegure os ditames da justiça social e promova a existência digna a todos.
Não pode visar o lucro a qualquer custo, deve agir para promover e valorizar a dignidade da pessoa humana, como prevê CF/88.

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