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SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 2 UNIDADE 2 – INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL .................................. 4 2.1 CLASSIFICAÇÃO DE INDICADORES AMBIENTAIS ........................................................ 9 2.2 TIPOS DE INDICADORES AMBIENTAIS .................................................................... 11 UNIDADE 3 – ÍNDICE DE INSALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) ........................... 14 3.1 ESTRUTURAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL ................................ 15 UNIDADE 4 – ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO DE RESÍDUOS (IQAR OU IQR) ........................................................................................................................... 18 UNIDADE 5 – INDICADORES PARA QUALIDADE DO SOLO (IQS) ...................... 22 5.1 INDICADORES FÍSICOS ......................................................................................... 23 5.2 INDICADORES QUÍMICOS ...................................................................................... 24 5.3 BIOINDICADORES EDÁFICOS ................................................................................. 25 UNIDADE 6 – INDICADORES DE QUALIDADE DO AR ......................................... 28 UNIDADE 7 – MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL ADOTADO POR MINAS GERAIS..................................................................................................................... 31 UNIDADE 8 – INDICADORES ESPECÍFICOS ......................................................... 41 8.1 PLANTAS BIOINDICADORAS .................................................................................. 41 8.2 GEOINDICADORES .............................................................................................. 43 8.3 OS PEIXES COMO INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS .................................... 52 UNIDADE 9 – MECANISMOS DE CONTROLE DE QUALIDADE ........................... 56 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57 2 Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Terra, água e ar, bens da natureza, são indispensáveis à vida, contudo, foram transformados em mercadorias. De todos eles, talvez aquele pelo qual ainda não pagamos diretamente seja o ar, mas este como os demais sofrem com as constantes e crescentes interferências do homem. Interferências estas que fazem parte do processo de globalização que desde os fins do século XX “bate a nossa porta” insistentemente. Não podemos negar que a globalização trouxe consigo benefícios para grande parte da humanidade (mas não para toda ela), com o desenvolvimento científico, tecnológico, etc., entretanto, também podemos perceber que ela manipula, monopoliza e até mesmo escraviza pessoas e países menos desenvolvidos justamente por estes não terem poderio econômico e financeiro para enfrentar e ser consumidores ávidos como os demais. Desemprego e desigualdade social, favelização, marginalidade, falta de saneamento básico são alguns dos problemas impostos pela globalização. Por outro lado, a preocupação com questões ligadas ao meio ambiente que podemos traduzir na busca por diminuição na emissão de poluentes na atmosfera, o uso racional e o desenvolvimento baseado na sustentabilidade são alguns dos benefícios que vieram com a globalização. Mas, por que estamos falando de globalização quando a apostila objetiva estudar os indicadores de qualidade ambiental? Justamente porque os indicadores surgiram da necessidade de fornecer um retrato da situação da sustentabilidade, de maneira simples, principalmente se entendermos que uma boa qualidade ambiental associa parâmetros físicos, químicos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e culturais, os quais permitem o desenvolvimento harmonioso, pleno e digno de vida (SILVA, 2002). Estudos de Braga e Freitas (2002) apontam que foi no final da década de 1980 o surgimento de propostas de construção de indicadores ambientais e de sustentabilidade. Tais propostas possuem em comum o objetivo de fornecer subsídios à formulação de políticas nacionais e acordos internacionais, bem como à tomada de decisão por atores públicos e privados. Também buscam descrever a Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 3 interação entre a atividade antrópica e o meio ambiente e conferir ao conceito de sustentabilidade maior concretude e funcionalidade. Existem muitos indicadores e muitos trabalhos realizados com o intuito de analisar, avaliar e controlar a qualidade do ar. Além daqueles que estudaremos, deixamos vários estudos nas referências para aprofundamento. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 4 UNIDADE 2 – INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL O vocábulo indicador é proveniente do Latim indicare, cujo significado é destacar, mostrar, anunciar, tornar público, estimar. Assim, os indicadores nos transmitem informações que nos esclarece uma série de fenômenos que não são imediatamente observáveis (MERICO, 1997 apud RUFINO, 2002). A definição de indicadores ambientais tem como objetivo compor um método para a avaliação de desempenho da política pública de meio ambiente. Os Indicadores constituem-se em instrumentos de avaliação, que devem ser adequados às realidades ambiental e socioeconômica da região a ser avaliada (FEAM, 2011). O mesmo documento acima completa que o desenvolvimento de método de avaliação de política pública consiste em buscar objetivar um julgamento de valor para um conjunto de ações governamentais, visando informar a sociedade e subsidiar os tomadores de decisão. Contudo, é importante lembrar que todo método de avaliação é tão somente um instrumento que sinaliza caminhos, em direção a rumos que devem ser estabelecidos com o apoio e inclusão de mecanismos participativos e democráticos. Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas (United Nations Environment Programme) – UNEP – os indicadores podem se transformar em uma importante ferramenta para tornar acessível a informação científica e técnica para os diferentes grupos de usuários.A função dos indicadores é resumir a grande quantidade de dados, tornando acessível o seu entendimento. Os índices são instrumentos que medem cada indicador, atribuindo-lhe valores numéricos, ou são resultados da combinação de várias variáveis ou parâmetros em um só valor, assumindo um peso relativo a cada componente do índice. Eles permitem observar e acompanhar a situação do meio ambiente, o impacto e as consequências dos processos de desenvolvimento sobre os recursos naturais, as funções ecológicas e as inter-relações entre os diferentes fatores do desenvolvimento (MONTEIRO, 2006). A agregação de indicadores para a formação dos índices exige, geralmente, que diferentes medidas sejam transformadas em uma escala. A transformação em escala comum é acompanhada pelo desenvolvimento de um esquema que tenta expressar a distribuição diferencial de cada um dos dados, conforme critérios Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 5 específicos de decisão. Entre os critérios de padronização ou uniformização de indicadores, podem ser mencionadas as funções lineares (contínuas ou segmentadas), funções não lineares (contínuas ou segmentadas) e o método de normalização. Este último é muito empregado por órgãos ambientais, sendo empregado na confecção, por exemplo, do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas. A padronização tem por finalidade expressar os indicadores em unidades comparáveis entre si (GUIMARÃES, 2009). Bossel (1999 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010) enfatiza a importância de indicadores, quando afirma que para saber se uma rota de desenvolvimento está na direção da sustentabilidade, é necessária a aplicação de indicadores apropriados. O indicador permite obter informações sobre uma dada realidade (MITCHELL, 1996 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010). Assim, é possível sintetizar um conjunto complexo de informação que servirão como um instrumento de gestão. Cunha (2003) afirma que os indicadores despontam como instrumentos que analisam e acompanham os processos de desenvolvimento, além disso, servem de subsídios para a formulação de políticas públicas e monitoram a execução dessas. Assim, os indicadores de sustentabilidade mostram-se capazes de mensurar a tendência à sustentabilidade em inúmeras dimensões, apresentada por determinado processo, objeto ou lugar, observando as escalas espaciais e temporais dos acontecimentos. Bouni (1996 apud) ressalta que não há a possibilidade de determinar a sustentabilidade de um sistema considerando apenas um indicador ou indicadores que se referem a apenas um aspecto do sistema. Ou seja, a sustentabilidade é determinada por um conjunto de fatores (social, ambiental e econômico) que devem ser contemplados. Assim, ao avaliar a sustentabilidade, é preciso analisar o conjunto de indicadores. O ideal é que todas as relações (direta ou indiretas) entre os aspectos econômico, social e ambiental sejam consideradas. Portanto, para mensurar a sustentabilidade, é fundamental a integração entre inúmeras informações advindas de uma pluralidade de áreas de conhecimento. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 6 Para sua efetiva utilização, os indicadores devem possuir: características representativas e científicas; ser quantificáveis, ser simples e de fácil interpretação e divulgação; apresentar tendências ao longo do tempo e indicar com antecedência o surgimento das irreversíveis; ser sensíveis a mudanças no ambiente ou na economia; ser referente a dados já existentes ou coletados a custos razoáveis e possibilitar atualizações a intervalos regulares de tempo; ser baseados em dados confiáveis e possuir um parâmetro com que possam ser comparados (GILBERT, FEENSTRA, 1999 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010). Os indicadores são usados pelos planejadores como instrumentos que permitem a avaliação de uma situação e sua possível evolução. Para cada um dos elementos de um fenômeno em particular é preciso identificar os critérios relevantes em sua avaliação, em relação ao seu peso no conjunto e, principalmente, a inter- relação entre um conjunto de indicadores. Quando se tratar da gestão urbana, três pontos importantes devem ser considerados na escolha de indicadores: (1) identificação do plano estratégico proposto e, por conseguinte, os objetivos maiores a serem alcançados; (2) seleção de indicadores relevantes, válidos e objetivos; e, (3) obtenção, manutenção e atualização viáveis, econômica e operacionalmente. Com o desenvolvimento de indicadores que objetivam avaliar a sustentabilidade de um sistema, aumenta a possibilidade de se avançar efetivamente em direção a mudanças consistentes, com o intuito de solucionar os inúmeros problemas ambientais e sociais levantados. Porém, isso será possível se a preocupação com o planeta, em toda sua complexidade, for efetiva (CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010). Falamos em indicadores de uma maneira geral, agora vamos voltar as considerações para os indicadores mais específicos ao meio ambiente. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 7 Estudos de Rocha (2008) mostram que o monitoramento das condições do meio ambiente, sistema natural que envolve um emaranhado de outros complexos sistemas, surgiu como desafio para os atores da sociedade civil e gestores públicos e privados no sentido de garantir as necessidades da geração atual sem comprometer a habilidade de que as futuras gerações possam prover as suas. Para se ter uma ideia ou visão da realidade em que se encontra um determinado sistema, uma das alternativas viáveis e práticas é a mensuração dos níveis de qualidade e quantidade dos seus componentes. Para a implementação do conhecimento do nível de qualidade em que se encontra um dado ambiente natural, os índices e indicadores mostram-se como ferramentas eficazes, no sentido de tornar os dados técnicos mais facilmente utilizáveis e assimiláveis. Segundo Ramos (1996) e Marn (1995), citado por Ramos (1997), é necessária a associação dos seguintes conceitos a indicadores e índices para um melhor entendimento: (i) parâmetro – corresponde a uma grandeza que pode ser medida com precisão ou avaliada qualitativamente, e que considera relevante para a avaliação dos sistemas ambientais; (ii) indicador – parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas condições ambientais (normalmente são utilizados como pré-tratamento, isto é, são efetuados tratamentos aos dados originais, tais como médias aritméticas simples, percentis, medianas, entre outros); (iii) subíndice – constitui uma forma intermédia de agregação entre indicadores e índices; (iv) índice – corresponde a um nível superior de agregação, no qual, após aplicado um método de agregação aos indicadores e/ou aos subíndices é obtido um valor final; os métodos de agregação podem ser aritméticos (e.g. linear, geométrico, mínimo, máximo,aditivo) ou heurísticos (e.g. regras de decisão); os algoritmos heurísticos são normalmente preferidos para aplicações de difícil quantificação, enquanto os restantes algoritmos são vocacionados para parâmetros facilmente quantificáveis e comparáveis com padrões. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 8 Ainda segundo Ramos (1997), os indicadores e os índices são projetados para simplificar a informação sobre fenômenos complexos de modo a melhorar a comunicação. Podem ser aplicados em uma série de situações problemas como: a) atribuição de recursos; b) classificação de locais; c) cumprimento de normas legais; d) análise de tendências; e) informação ao público; f) investigação científica (RAMOS, 1997). A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresenta quatro grandes grupos de aplicações de indicadores: (i) avaliação do funcionamento dos sistemas ambientais; (ii) integração das preocupações ambientais nas políticas setoriais; (iii) contabilidade ambiental; (iv) relato do estado do ambiente (ROCHA, 2008). Segundo Oliveira (2003), os indicadores medem aspectos qualitativos e/ou quantitativos relativos ao meio ambiente, à estrutura, aos processos e aos resultados, podendo ser uma taxa ou coeficiente, um índice, um número absoluto ou um fato. Taxa/coeficiente é o número de vezes que um evento ocorreu dividido pelo número de vezes que ele poderia ter ocorrido, multiplicado por uma base e definido no tempo e no espaço. Índice é a razão entre dois números ou a razão entre determinados valores. Indicador e índice são termos empregados na maioria das vezes, como sinônimos e em outras vezes com significados distintos, seguindo a tendência atual. Bollmann (2001 apud ROCHA, 2008) separa em três fases o desenvolvimento histórico dos indicadores ambientais: a primeira, marcada pela departamentalização do conhecimento – [...] os indicadores ambientais basearam-se quase que exclusivamente em variáveis que, na realidade, consistiam em medidas de grandezas físicas, químicas ou biológicas consideradas importantes para descrever o objeto (indicadores primários); Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 9 em segunda fase, estruturas de agregação de variáveis (somatório, produtório, operadores máximo e mínimo, médias aritméticas, geométricas, harmônicas, etc.) foram utilizadas não apenas para aglutinar informação de mesma natureza, mas já estabelecendo algumas metodologias para congregar variáveis de diferentes espécies (indicadores secundários). [...]; uma terceira fase pode ser caracterizada nessa abordagem, não pela estruturação de indicadores inovadores, mas pela forma de análise dos resultados. Ao contrário das fases anteriores, em que se tem a produção de índices numéricos que permitem uma interpretação unidimensional (considerando apenas um aspecto da realidade), como representantes dessa fase se enquadram os indicadores multinível, que permitem uma apreciação multidimensional dos resultados. A ação de medir reverte-se em uma ferramenta indispensável para se colocar em prática políticas norteadoras do desenvolvimento humano, vindo a ajudar na percepção dos tomadores de decisão e cidadãos quanto aos aspectos analisados no planejamento dos investimentos a serem realizados com base no estado atual do ambiente em que se pretende atuar (BOLLMANN, 2001 apud ROCHA, 2008). Os indicadores sociais e ambientais analisados dentro de uma ótica que os inter-relacionam, permitem uma nova reflexão entre o homem e a natureza mediante a avaliação da qualidade socioambiental, (SANTOS et al., 2005). Esta afirmação reforça a ideia da qualidade ambiental como fruto da interação do homem com seus aspectos econômicos e socioculturais e o ambiente em que vive e que pode ser mensurada através de uma ferramenta indicativa do nível em que se encontra (ROCHA 2008). 2.1 Classificação de Indicadores Ambientais A seleção de variáveis ambientais e a síntese e integração de tais variáveis para auxiliar na quantificação do impacto de uma ação, tem sido um dos principais problemas para o processo da avaliação ambiental. A flexibilidade auxilia na compreensão dos critérios adotados para a seleção das variáveis ambientais que serão utilizadas como indicadores, bem como o grau de dependência e influência entre estes parâmetros. Os elementos ambientais apresentam inúmeras inter- Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 10 relações, por esse motivo deve-se tratar o problema partindo do uso de indicadores individuais, depois agregá-los permitindo sua comparação e interação para avaliar o nível de interação no conjunto (GIRALDO, 1999 apud RUFINO, 2002). O Instituto de Recursos Internacionais (WRI) propõe para a escolha dos indicadores a divisão em três tipos: a) os que analisam a oferta ambiental – permitem detectar a existência de recursos; b) os que analisam a sensibilidade ou vulnerabilidade ambiental – acusam os processos de degradação ambiental; c) os que analisam a produção – estabelecem os problemas de rendimento quando são analisados os processos naturais com base em recursos naturais. Devido às singularidades de cada região, as características ecossistêmicas e antrópicas são diferentes, não se pode falar em indicadores universais. Considerando-se as características dos indicadores, pode-se estabelecer uma ordem hierárquica, dividindo-os em níveis distintos: indicadores de terceiro nível – consideram-se como subcomponentes do sistema ambiental. São macroindicadores, os abióticos, bióticos e socioeconômicos; indicadores de segundo nível – estabelecem padrões de importância na área estudada e agrupam indicadores específicos de primeiro nível, sendo conhecidos como os diferentes meios de cada um dos subcomponentes. São indicadores de segundo nível, o meio geológico, meio geomorfológico, meio climático, meio edáfico, meio hidrológico, vegetação, fauna, meio social, meio econômico, meio cultural, meio demográfico, meio paisagístico; indicadores de primeiro nível ou específicos – trata-se de indicadores quantificáveis, que se caracterizam por determinar padrões especiais e funcionais dos ecossistemas, definindo unidades ecológicas e de paisagem. Estes indicadores devem ser submetidos a análise de influência-dependência, a fim de identificar quais são os mais importantes e quais são os mais vulneráveis dentro do ecossistema. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 11 Os indicadores podem ser classificados, também de acordo com o uso que o homem faz do meio natural. Assim, têm-se: indicadores fontes – meio como fonte de bens e serviços. Ex.: reservasde bosques, reservas de água, taxa de extração, reservas minerais; indicadores sumidouros – meio como local de descarga de contaminantes. Ex.: emissão de contaminantes, quantidade de resíduos sólidos, eutrofização, carga de DBO; indicadores de suporte ou de acolhida – meio como local onde se realizam as atividades minerais, agropecuárias e industriais. Ex.: capacidade de renovação, uso potencial do solo, biodiversidade. 2.2 Tipos de Indicadores Ambientais De acordo com Giraldo (1999 apud RUFINO, 2002), o sistema para se fazer a classificação dos indicadores, baseia-se na informação de que um indicador é uma única característica ou uma manipulação matemática de diversas variáveis ambientais. Assim, podem-se citar os seguintes tipos de indicadores ambientais: indicadores geológicos e geomorfológicos – chamados de geoindicadores, são definidos como magnitudes e tendências dos processos geológicos e fenômenos que acontecem num intervalo de tempo de um século, ou menos, na superfície terrestre, sujeitos a variações de importância para compreender as rápidas mudanças ambientais. Os geoindicadores avaliam a influência dos processos geológicos sobre o homem e vice-versa. Podem ser classificados em geoindicadores geológicos, geomorfológicos, geotécnicos e hidrogeológicos; indicadores físico-químicos – são utilizados para avaliar as condições físico- químicas da água, podendo ser utilizadas para algumas medições do solo e do ar. Pode-se citar: DBO, DQO, matéria orgânica, temperatura cor, turbidez, sólidos totais, metais, condutividade, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, entre outros; indicadores hídricos – esses indicadores são variáveis abióticas que indicam um processo ou estado do ecossistema aquático, caracterizando-o através de variáveis físico-químicas e suas variações espaço-temporais. Podem ser de Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 12 correntes, níveo da água, oxigênio, temperatura, profundidade, uso do recurso hídrico, qualidade do rio tratamento de dejetos; indicadores climáticos – indicam variações das condições atmosféricas no que diz respeito à composição e presença de determinadas substâncias contaminantes, além de incluir, também, as variáveis do tipo meteorológicas. Estão incluídos a precipitação, temperatura, umidade relativa, ventos, evapotranspiração, balanço hídrico, classificação climática, emissões atmosféricas, qualidade do ar, variações no nível de ruídos, emissões de CO2, SOx e NOx; bioindicadores – trata-se de variáveis biológicas, ecológicas, espécies, ou populações que ao darem respostas às mudanças de um gradiente físico- químico, mostram um grau de tolerância, ou então, em condições de resistência, stress ou morte. Um organismo indicador é escolhido por sua sensibilidade ou tolerância a várias classes de contaminantes ou a seus efeitos. Podem ser citados os bentos1, fitoplancton, macrófitas aquáticas, peixes, macroinvertebrados litorâneos, biodiversidade, biomassa, espécies raras, espécies endêmicas, espécies em perigo de extinção, indicadores de desmatamento, usos do recurso fauna, áreas protegidas, entre outros; indicadores bacteriológicos – indicam a presença ou a ausência de microrganismos patogênicos. Podem ser os coliformes fecais, coliformes totais, streptococos fecais, mesófilos aeróbios, mesófilos anaeróbios; indicadores edafológicos – indicam as condições ambientais dos solos. Pode- se citar aptidão de uso, classificação agroedafológica, características físico- químicas, cobertura vegetal, superfícies afetadas por qualidade, erosão, uso de fertilizantes; indicadores paisagísticos – indicam o aspecto estético e cultural de um determinado local. Citam-se contrastes cromáticos, vista panorâmica, ângulo de incidência visual; indicadores sociais – indicam o nível de desenvolvimento de uma determinada região. Podem ser citados os núcleos populacionais urbanos e rurais, educação, saúde, moradia, serviços básicos, atividades agrícolas, 1 Bentos são os organismos que vivem no substrato, fixos ou não, em contraposição com os pelágicos, que vivem livremente na coluna de água. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 13 pecuárias, minerais, organizações comunitárias, sítios arqueológicos, população, crescimento econômico, entre outros (RUFINO, 2002). Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 14 UNIDADE 3 – ÍNDICE DE INSALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) Ao longo da história, o aumento das concentrações urbanas reflete a busca pela melhoria qualitativa nas condições de vida da população. Dentre os aspectos relacionados à qualidade de vida, um dos mais importantes é o da preservação da saúde humana. Assim, a salubridade ambiental urbana permite integrar fatores intervenientes na qualidade de vida e do meio ambiente numa visão holística (BATISTA, 2005). A construção de instrumentos para mensurar temas como o de salubridade ambiental, tem levado à utilização de sistemas de indicadores ambientais, visto que sua aplicação tem promovido a melhoria da qualidade de vida em dimensão social e ambiental (BATISTA, 2005). Peres e Mendiondo (2004) relatam que o planejamento ambiental permite definir cenários e indicadores que contribuam para uma avaliação constante do nível de sustentabilidade do processo socioeconômico, com o objetivo de subsidiar a implantação de políticas ambientais públicas. Segundo Piza (2000), a Câmara Técnica de Planejamento, instituída pela Deliberação n° 04/97, do Conselho Estadual de Saneamento — CONESAN – São Paulo, com o objetivo de elaborar o Relatório de Salubridade Ambiental e de propor diretrizes para aplicação de recursos, criou o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) para facilitar as suas ações. Este Indicador, em conjunto com as informações complementares dos Comitês de Bacias Hidrográficas, em especial das Câmaras Técnicas de Saneamento e Planejamento, permitirá a identificação das demandas para melhoria dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos e coleta e disposição final do lixo urbano; a elaboração de programas corretivos e preventivos de controle de vetores; e, a formulação de uma política de investimentos compatível com a capacidade de cada município e de pagamento dos usuários. A medida que se vençam etapas na quantidade e qualidade dos serviços, devem ser incorporadas novas variáveis e novos padrões a serem atingidos, mantendo o setor aquecido, propiciando uma segurança de seus usuários. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 15 O Indicador deve ser lido como uma bateria de exames de laboratório em quea interpretação do resultado é mais importante do que o seu valor numérico, e em muitos casos serão necessários exames complementares para se ter o diagnóstico final de cada município, bem como a indicação dos “tratamentos terapêuticos” recomendados. Calmon, Neumann e Aguiar (2008) utilizaram o ISA, que contempla indicadores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública, drenagem urbana, controle de vetores, recursos hídricos e a situação socioeconômica para um loteamento numa área de preservação ambiental, justificando ser primordial para a avaliação da salubridade ambiental dessa região, visto que condições sanitárias adequadas são necessárias para fornecer segurança, higiene e saúde à população, além de minimizar impactos negativos ao meio ambiente, especialmente em áreas protegidas. 3.1 Estruturação do Indicador de Salubridade Ambiental De acordo com o Manual Básico do ISA (PIZA, 2000), este é calculado pela média ponderada de indicadores específicos e relacionados, direta ou indiretamente, com a salubridade ambiental, através da seguinte fórmula: Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 16 O Quadro abaixo apresenta os componentes, subindicadores e a finalidade da utilização de cada um dos indicadores que compõem o ISA. Componentes, Subindicadores e Finalidade do ISA Fonte: Piza (1999, p. 497). No cálculo do IAB (Indicador de Abastecimento de Água), por exemplo, são utilizados os subindicadores ICA (Indicador de Abastecimento de Água), IQA (Indicador da Qualidade da Água Distribuída), ISA (Indicador de Saturação do Sistema Produtor); e assim sucessivamente (CALMON; NEUMANN; AGUIAR, 2008). O Manual Básico do ISA não estabelece um critério de cálculo específico do IQB (Indicador Qualidade da Água Bruta). Sugere apenas uma pontuação baseada Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 17 na utilização de poços para abastecimento de água, segundo sua necessidade de tratamento. Portanto, para pontuação desse indicador, pode-se adotar o método utilizado por Batista (2005), baseado na Resolução CONAMA Nº 357/2005. A questão da pontuação referente a cada indicador foi alvo de várias discussões realizadas nas reuniões da Câmara Técnica de Planejamento do CONESAN/SP. Como resultado, pode-se concluir que os valores obtidos pelos indicadores são pontuados em uma escala cuja variação seja de 0 (zero) a 100 (cem). Caso os indicadores apresentem questões que envolvam risco para algum morador, a pontuação não será realizada de acordo com uma escala variável de valores, mas sim através do seguinte critério: não há risco de vida (100 pontos), há risco de vida (zero ponto). Critérios e Pontuações para Classificação de Águas de Mananciais Fonte: Batista (2005). Assim, o ISA será calculado pela média ponderada dos indicadores propostos, abrangendo as diferentes variáveis e subindicadores que o compõem. Será possível também reunir e apresentar sinteticamente a situação de salubridade ambiental de cada município por meio de um valor numérico. Por meio do resultado obtido será possível comparar, de um modo equitativo, todos os municípios do Estado de São Paulo (PIZA, 2000). Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 18 UNIDADE 4 – ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO DE RESÍDUOS (IQAR OU IQR) O Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR – é um instrumento criado pelo Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares do Estado de São Paulo e, conforme expresso no Manual de Gerenciamento Integrado, IPT / CEMPRE (2000), é apenas exemplificativo, o que permite alterações (GUIMARÃES, 2009). É composto por quarenta e uma variáveis, sendo essas divididas em três macro conjuntos: características do local, infraestrutura implantada e condições operacionais. É plotado em um formulário, que, quando preenchido, permite alcançar uma nota que enquadra as instalações de destinação final de resíduos urbanos em três condições: inadequadas, controladas ou adequadas. Desta maneira, permite estabelecer um critério único de avaliação em todo o estado. A classificação atingida pelo IQAR padroniza as avaliações das condições ambientais das instalações, o que o torna um importante instrumento de decisão para a continuidade de operação ou o fechamento de um local de disposição de lixo. Auxilia, ainda, no estabelecimento de medidas corretivas, visando à evolução da área para galgar uma avaliação satisfatória e a licença de operação. Em São Paulo, tornou-se um instrumento bem sucedido por contar com apoio jurídico do Termo de Ajuste de Conduta – TAC – estabelecendo um comprometimento entre municípios e estado (MONTEIRO, 2006). Ainda de acordo com o mesmo autor, este trabalho é realizado desde 1997, permitindo comparar e aferir as ações de controle implementadas pela instituição, fornecendo subsídios para os programas desenvolvidos. Os itens e subitens do IQAR estão relacionados da seguinte maneira: O item I, ou o macro conjunto referente às Características do Local, conta com os seguintes subitens: a. capacidade de suporte do solo; proximidade de núcleos habitacionais; b. proximidade de corpos d’água; profundidade do lençol freático; c. permeabilidade do solo; d. disponibilidade de material para recobrimento; e. qualidade do material para recobrimento; f. condições do sistema viário, trânsito, acesso; Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 19 g. isolamento visual da vizinhança; h. legalidade da localização. O item II, macro conjunto da Infraestrutura Implantada, contempla os seguintes subitens: a. cercamento da área; portaria/guarita; b. impermeabilidade da base do aterro; c. drenagem de chorume; d. drenagem de águas pluviais definitiva; e. drenagem de águas pluviais provisória; f. trator de esteiras ou compatível; outros equipamentos; g. sistema de tratamento do chorume; h. acesso à frente de trabalho; i. vigilantes; j. sistema de drenagem de gases; k. controle do recebimento de cargas; l. monitorização de águas subterrâneas; m. atendimento a estipulações de projeto. O terceiro item, referente às condições operacionais, se compõe dos subitens: a. aspecto geral; ocorrência de lixo descoberto; b. recobrimento do lixo; c. presença de urubus, gaivotas; d. presença de moscas em grande quantidade; e. presença de catadores; f. criação de animais (bois, etc.); g. descarga de resíduos do serviço de saúde; h. descarga de resíduos industriais; i. funcionamento da drenagem pluvial definitiva; j. funcionamento da drenagem pluvial provisória; k. funcionamento da drenagem do chorume; l. funcionamento do sistema de tratamento do chorume; m. funcionamentodo sistema de monitoramento das águas subterrâneas; Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 20 n. eficiência da equipe de vigilância; o. manutenção dos acessos internos (GUIMARÃES 2009). Diversos estudos foram realizados sobre a qualidade ambiental em aterros sanitários, entre eles cita-se: Barros Júnior et al. (2004) realizaram um diagnóstico sobre a disposição final dos resíduos sólidos urbanos na cidade de Maringá, no estado do Paraná, concluindo a necessidade urgente de uma manipulação adequada para a disposição final dos resíduos urbanos da cidade, a qual foi observada pela avaliação qualitativa dos impactos ambientais, causados pela disposição final inadequada e confirmada por meio do Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR (2,85). Guizard et al. (2006) realizaram um diagnóstico ambiental no aterro sanitário na cidade de Limeira/SP, com o objetivo de verificar o desempenho da implantação de medidas de controle para melhoria da qualidade ambiental. Os IQARs foram 7,6; 7,4; 8,5; 6,8; 7,8; 7,9; 9,0 para os respectivos anos 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003, sendo considerado adequado e controlado na classificação da CETESB. Rowe Júnior (2007) realizou o diagnóstico ambiental do aterro sanitário do município de Cascavel – PR, com objetivo de obter dados referentes à contaminação, proveniente da disposição dos resíduos sólidos urbanos, monitorando o fluxo de contaminantes originados do aterro sanitário, com base num diagnóstico conjugado utilizando-se de análise de solo (feitas por meio de perfurações localizadas ao longo da área do aterro), qualidade do percolado, e monitoramento do lençol freático. Os resultados demonstraram os locais em que o percolado teve influência na qualidade do solo e maiores níveis de variação no pH do solo nas áreas próximas ao aterro e menores variações nas áreas próximas ao sistema de monitoramento. Quanto às águas subterrâneas, o sistema de monitoramento do aterro estava possivelmente comprometido devido à contaminação por águas superficiais. Com relação a trabalhos de poluição/contaminação de águas subterrânea e superficial provenientes de aterro sanitário segundo Sisinno & Moreira (1996 apud SANTOS 2008), os resultados encontrados no aterro controlado do Morro do Céu no município de Niterói no Estado do Rio de Janeiro, apresentaram que a qualidade das Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 21 águas superficiais e subterrâneas é ruim, destacando-se a presença de coliformes nas amostras analisadas, além da evidência – nas águas superficiais – de grande carga de compostos orgânicos expressos pelos valores de DQO2 e DBO5,20 e das concentrações de Fe, Mn, Ni e Zn acima dos limites permissíveis pela legislação ambiental. Nas águas do córrego Mata-Paca na área de influência do aterro controlado do Morro do Céu as concentrações de Fe e Mn dissolvidos, Ni (ambas coletas) e Zn (segunda coleta) observadas, encontram-se acima daquelas recomendadas como valores máximos permissíveis, que estabelece a classificação das águas de acordo com seus usos preponderantes (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS, 2008). As águas subterrâneas do aterro controlado do Morro do Céu estão em desacordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 36 do Ministério da Saúde, vigente no período do estudo, uma vez que todas as amostras analisadas mostravam-se contaminadas com organismos do grupo coliforme. Esta contaminação, entretanto, não pode ser atribuída exclusivamente à ação do chorume, uma vez que foi constatada também a possibilidade de influência de águas de infiltração (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS 2008). Os estudos apresentados acima mostram a importância dos indicadores para atestar a qualidade dos aterros, mantê-los, modificá-los ou até mesmo proceder ao seu fechamento. 2 DQO – Demanda Química de Oxigênio / DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 22 UNIDADE 5 – INDICADORES PARA QUALIDADE DO SOLO (IQS) Estudos de Cordeiro et al (2004) nos alertam que o uso inadequado e intensivo de áreas exploradas pelas atividades antrópicas, tem proporcionado um declínio importante da fertilidade natural dos solos. Os sistemas naturais modificados pela ação humana dão origem a áreas alteradas, podendo ter sua capacidade melhorada, conservada ou diminuída, em relação ao sistema. Quando essa alteração se associa a processos que ocasionam a perda da capacidade produtiva do agrossistema, diz-se que as áreas estão degradadas. Silva et al (2011) citando Zalamena (2008) elenca como principais responsáveis pela degradação das terras, as práticas agropecuárias inadequadas, como o pastoreio intensivo, sistema de culturas anuais e o desmatamento. A utilização e tráfego de máquinas agrícolas também alteram substancialmente a estrutura dos solos, com modificações nas condições que determinam o ambiente de crescimento radicular. A degradação se acentua após a remoção da vegetação nativa, em consequência da remoção de nutrientes e da matéria orgânica sem a devida reposição, levando, em algum momento, à inviabilidade da produção agrícola, o que caracteriza um avançado estágio de degradação. Para medirmos as condições do solo e entendermos como um processo, uma reação ou um comportamento o modifica, para na sequência agirmos, ou seja, responder às atividades antrópicas, temos os indicadores da qualidade do solo (IQS). Estes podem ser físicos, químicos ou edáficos. Como dizem Araújo, Goedert e Lacerda (2007, p. 1099), os impactos ambientais podem ser avaliados através do estabelecimento de índices de qualidade do solo, quando biomas são incorporados ao processo produtivo, de maneira extensiva ou intensiva. Assim, pode-se ter um importante instrumento no controle, fiscalização e monitoramento de áreas destinadas à proteção ambiental. Estabelecer um indicador simples e confiável para a avaliação dos atributos do solo é um dos desafios atuais das pesquisas. Portanto, esta qualidade pode ser quantificada através de alguns de suas características como as propriedades físicas, químicas e Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 23 biológicas, que permitam o monitoramento das mudanças no estado de qualidade do solo, a médio e longo prazo. 5.1 Indicadores físicos O monitoramento da qualidade do solo pelos indicadores físicos é importante para manutenção e para avaliação de sua sustentabilidade. Vários atributos do solo foram estudados para avaliação de sua qualidade em relação à erosão hídrica, entre eles, a quantidade de matéria orgânica, a densidade do solo,sua porosidade, resistência à penetração e permeabilidade do solo à água, em diferentes sistemas de manejo de solo na região dos cerrados. Beutler (2000), estudando um solo latossolo vermelho distrófico típico verificou que a densidade do solo apresentou implicações diretas sobre a porosidade e infiltração de água no solo. Os valores de densidade do solo, naquele experimento, variaram de 0,83 a 1,19 Mg/m3 para o cerrado nativo e plantio direto, respectivamente. A densidade do solo é calculada pela relação entre a massa do solo seco e o volume total, sendo afetada pela cobertura vegetal, teor de matéria orgânica, uso e manejo do solo (CORSINE; FERRAUDO,1999; SILVA et al., 2000 apud SILVA et al., 2011). A densidade aparente ‘Da’ pode ser calculada a partir da expressão abaixo, conforme Embrapa (1997): Da=massa de solo seco (g)/volume de solo seco (cm³) ou Da=massa de solo seco (Mg)/volume de solo seco (m³) Densidade com valor entre 1,27 e 1,57 Mg/m3 é restritiva ao crescimento radicular e à infiltração de água no solo, conforme Alvarenga e Davide (1999 apud SILVA et al., 2011); Corsine e Ferraudo (1999 apud SILVA et al., 2011). Entretanto, o limite crítico para densidade é de 1,40 Mg/m3 que aumenta com a diminuição do teor de argila do solo, como pesquisou Arshad et al (1996 apud SILVA et al., 2011). Zalamena (2008 apud SILVA et al., 2011), trabalhando em áreas de Argissolos Vermelhos, Nitossolos, Argissolos, Cambissolos e Neossolos, verificou que a porosidade total (Pt) se comportou da mesma maneira que os valores da macroporosidade do solo e inversamente proporcional a densidade do solo (Ds), sendo influenciada significativamente pelos diferentes sistemas de manejo, nas duas Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 24 profundidades e nos três locais avaliados, com os maiores valores sendo encontrados nas áreas de mata nativa. Araújo, Goedert e Lacerda (2007) definiram porosidade como sendo a proporção do volume do solo que não é ocupada por partículas sólidas e esse espaço poroso é por onde a água e o ar fluem. 5.2 Indicadores químicos O modelo agroquímico adotado em larga escala no contexto de desenvolvimento agrícola no cerrado brasileiro, por exemplo, como base para implantação de monoculturas e extensas pastagens, tem por base a aplicação de adubos, corretivos e outras práticas de manejo para a obtenção de produções economicamente viáveis. Esta adubação e correção trazem alterações químicas na camada superficial do solo, geralmente com intensidade proporcional ao emprego de máquinas nos sistemas. Esta intensidade de mecanização, aplicada nas áreas sob o cerrado, atua promovendo alterações na estrutura do solo, interferindo nos mecanismos responsáveis pelo transporte de nutrientes e por consequência, em sua disponibilidade (ALVARENGA e DAVIDE, 1999 apud SILVA et al., 2011). Segundo o mesmos autores, vários elementos químicos podem ser úteis como indicadores da qualidade do solo, como as determinações de pH, Alumínio, Cálcio, Magnésio, Potássio, Enxofre, Carbono orgânico, boro e Manganês, de várias áreas estudadas Segundo Reichert et al. (2003 apud SILVA et al., 2011) outro indicador importante na determinação da qualidade do solo é a matéria orgânica (MO), porque mantém relação com várias propriedades físicas, químicas e biológicas. A MO é considerada como um eficiente indicador para determinar a qualidade do solo modificada por sistemas de manejo. Além da influência do manejo de culturas e preparo do solo, a MO é influenciada pela adição de fertilizantes químicos e materiais orgânicos, que atuam melhorando os processos biológicos de decomposição e mineralização da matéria orgânica do solo (LEITE et al., 2003). Para Bayer e Mielniczuk (1997), na formação de agregados do solo, a MO é de fundamental importância, pois estabiliza os agregados formados pela aproximação das partículas minerais. Por este motivo, sistemas agrícolas que Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 25 menos revolvem o solo e adicionam mais resíduos podem deter a degradação da qualidade estrutural de solos cultivados e também promover a recuperação daqueles que já foram degradados. 5.3 Bioindicadores edáficos Baretta (2007 apud SILVA et al., 2011), pesquisando os atributos edáficos como indicadores da qualidade ambiental, com Araucária angustifolia, verificou que o estudo dos indicadores biológicos da qualidade do solo é importante para entender os processos ecológicos envolvidos naqueles sistemas, posto que a fauna edáfica atua na decomposição e mineralização da matéria orgânica e nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Em seu trabalho, o autor estudou vários organismos edáficos utilizados como bioindicadores, entre os quais algumas espécies de colêmbolos, cupins (Isóptera), tatuzinhos (Isopoda), aranhas (Arachnida), centopéias (Chilopoda), piolhos-de-cobra (Diplopoda), minhocas (Oligochaeta), moluscos (Mollusca) e algumas formigas (Hymenoptera), entre outros, com menor frequência. Nos ecossistemas, as minhocas têm sido consideradas como excelentes bioindicadores de distúrbios no ambiente. Conforme Andrade (2000), as partes das plantas caem no solo e são decompostas em seguida pelas comunidades edáficas, como Isópoda, Diplópoda, Oligachaeta e Isóptera. Esta fauna edáfica se alimenta dos detritos, de modo direto, atuando em sua fragmentação e na mineralização dos compostos mais simples. Os microartrópodes, em geral, têm nos microrganismos sua fonte de carbono e regulam as populações microbianas. Diferentemente, Araneae, Opilionida, Chilopoda e Pseudoscorpionida atuam como predadores sobre os saprófagos e micrófagos, exercendo desta maneira o controle populacional destes invertebrados. A decomposição é o resultado da sinergia das atividades entre os animais e microrganismos. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 26 Abaixo temos um esquema didático dos fatores e causas que determinam a sustentabilidade do solo. Fatores e causas que determinam a sustentabilidade do solo Fonte: LAL (1999 apud SILVA et al., 2011, p. 07) As ações antrópicas, como o manejo e uso do solo, promovem alterações na densidade do solo, em sua porosidade e na infiltração de água. O tráfego de máquinas agrícolas provoca a compactação do solo, com diminuição da porosidade e degradação de sua estrutura. Como consequência das práticas agropecuárias ocorre redução da biodiversidade da fauna edáfica. Assim, a avaliação e o monitoramento dos impactos ambientais podem ser realizados através do estabelecimento de indicadores físicos, químicos ou biológicos da qualidade do solo. Novas pesquisas deverão surgir para o estudo das interações entre os atributos do solo anteriormente citados, tornando possível o estabelecimento de um conjunto de indicadores da sustentabilidade para o uso e recuperação de solos degradados, haja vista a complexidade intrínseca dos ecossistemas naturais. Mudanças no modelo deagronegócio se fazem necessárias para a preservação dos solos. Neste sentido, várias perspectivas se abrem para a Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 27 agricultura sustentável, como a possibilidade de adoção de manejos conservacionistas, incluindo o cultivo mínimo, o plantio direto, os sistemas agroflorestais e o reflorestamento. Alternativas à adubação química como o uso frequente e intensivo de diferentes tipos de adubos orgânicos e de biofertilizantes, associados à rotação de culturas, adubação verde, cultivos de cobertura e a eliminação do uso de agrotóxicos, podem contribuir para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Porém, é preciso ter em mente que apenas a substituição de agroquímicos por adubos orgânicos manejados de modo incorreto pode não ser a solução, podendo inclusive contaminar o solo e limitar o desenvolvimento e funcionamento dos ciclos naturais. É importante levar em conta as ações químico-biológicas combinadas, resultantes dos processos ativos do solo, que se intercalam entre as atividades antrópicas e o crescimento das plantas. Além disso, é necessário considerar que o manejo da agricultura envolve a interação social, integrada a sistemas econômicos. Portanto, qualquer enfoque fundamentado simplesmente na tecnologia ou na alteração do manejo da agricultura pode resultar no aparecimento de novas relações sociais, de um novo tipo de relação entre homens e o meio ambiente, alterando, em diferentes intensidades, a autonomia e capacidade de exercer a cidadania (CAPORAL et al., 2009 apud SILVA et al., 2011). Neste contexto, a agricultura deverá ser norteada pela agroecologia que possui fundamentos científicos e metodológicos para promover a sustentabilidade dos sistemas agrícolas e também por ter uma base epistemológica que reconhece a interdependência existente entre o sistema social e o sistema ecológico, ou seja, a cultura antrópica em evolução com o ambiente natural (SILVA et al., 2011). Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 28 UNIDADE 6 – INDICADORES DE QUALIDADE DO AR A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 03/90 considerando o previsto na Resolução CONAMA nº 05/89, que instituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar “PRONAR”, estabeleceu os padrões de qualidade do ar, como as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral (Art. 1º). Estes padrões são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e foram fixados em níveis de forma a propiciar uma margem de segurança adequada. Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – e aprovados pelo CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº 03/90. Dessa forma, foram estabelecidas quatro categorias que classificam a qualidade do ar, em função das quantidades e concentrações dos níveis de poluentes atmosféricos encontrados em determinadas áreas. Assim, o ar foi classificado como: I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; II - inconveniente ao bem-estar público; III - danoso aos materiais, à fauna e flora; IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. O enquadramento dessas categorias é definido pelo limite máximo para a concentração de um poluente na atmosfera, com o objetivo de garantir a proteção da saúde e do meio ambiente. Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio (Cetesb 2013) A Resolução CONAMA nº 03/90 estabeleceu dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os secundários. São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. São Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 29 padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim, mais restritivo, preveem o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo. O estabelecimento de padrões secundários objetiva a criação de políticas de prevenção da degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às áreas de preservação e não se aplicam, pelo menos em curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões primários. A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas, os padrões aplicáveis serão os primários. A determinação sistemática da qualidade do ar se dá pela medição dos Indicadores da Qualidade do Ar: partículas totais em suspensão (PTS), fumaça e partículas inaláveis – estes Indicadores representam materiais sólidos e líquidos em suspensão na atmosfera, como poeira, pó e fuligem. O tamanho das partículas é o critério utilizado para a classificação destes materiais. Partículas mais grossas ficam retidas no nariz e na garganta, provocando incômodo e irritação, além de facilitar que doenças como gripe se instalem no organismo. Poeiras mais finas podem causar danos ao aparelho respiratório e carregar outros poluentes “de carona” para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer; dióxido de enxofre - SO2 – a emissão de dióxido de enxofre está principalmente relacionada com o uso de combustíveis de origem fóssil, contendo enxofre, tanto em veículos quanto em instalações industriais. Por ser um gás altamente solúvel nas mucosas do trato aéreo superior, pode provocar irritação e aumento na produção de muco, desconforto na respiração e o agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares. Outro efeito relacionado ao SO2 refere-se ao fato de ser um dos poluentes precursores da chuva ácida, efeito global de poluição atmosférica, responsável pela deterioração de diversos materiais, acidificação de corpos d'água e destruição de florestas; Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 30 monóxido de carbono - CO – a emissão de monóxido de carbono está relacionada diretamente com o processo de combustão tanto em fontes móveis, motores à gasolina, dieselou álcool, quanto de fontes fixas industriais. Esse gás é classificado como um asfixiante sistêmico, pois é uma substância que prejudica a oxigenação dos tecidos. Os efeitos da exposição dos seres humanos ao CO estão associados à diminuição da capacidade de transporte de oxigênio na combinação com hemoglobina do sangue. Uma vez que a afinidade da hemoglobina com CO é 210 vezes maior que com o oxigênio, a carboxihemoglobina formada no sangue pode trazer graves consequências como confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais e, em casos extremos, morte aos seres humanos; Ozônio - O3 – o ozônio é um gás composto por três átomos de oxigênio, invisível, com cheiro marcante e altamente reativo. Quando presente nas altas camadas da atmosfera (estratosfera) nos protege dos raios ultravioletas do sol. Quando formado próximo ao solo (troposfera) comporta-se como poluente tóxico. É o principal representante do grupo de poluentes designados genericamente por oxidantes fotoquímicos, sendo formado pela reação dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio presentes no ar, sob ação da radiação solar. Pode causar irritação dos olhos e redução da capacidade pulmonar, agravar doenças respiratórias, diminuir a resistência contra infecções e ser responsável por disfunções pulmonares, como a asma. O ozônio interfere na fotossíntese e causa danos às obras de arte e estruturas metálicas; dióxido de nitrogênio - NO2 – é formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera. Pode provocar irritação da mucosa do nariz, manifestada através de coriza, e danos severos aos pulmões, semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar. Além dos efeitos diretos à saúde, o NO2 também está relacionado à formação do ozônio e da chuva ácida. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 31 UNIDADE 7 – MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL ADOTADO POR MINAS GERAIS Como vimos, a definição de indicadores ambientais tem como objetivo compor um método para a avaliação de desempenho da política pública de meio ambiente. Os Indicadores constituem-se em instrumentos de avaliação, que devem ser adequados às realidades ambiental e socioeconômica da região a ser avaliada. O desenvolvimento de método de avaliação de política pública consiste em buscar um julgamento de valor para um conjunto de ações governamentais, visando informar a sociedade e subsidiar os tomadores de decisão. Contudo, é importante lembrar que todo método de avaliação é tão somente um instrumento que sinaliza caminhos, em direção a rumos que devem ser estabelecidos com o apoio e inclusão de mecanismos participativos e democráticos. O presente método foi desenvolvido para a realidade de países em desenvolvimento e aplicado ao Estado de Minas Gerais. O marco referencial para o método desenvolvido contemplou os principais aspectos e impactos ambientais observados em Minas Gerais, que foram analisados segundo o método Pressão/Estado/Resposta, validado por experiências nacionais e internacionais. Os indicadores identificados foram agregados em seis temas – Ar, Água, Solo, Biodiversidade, Institucional e Socioeconomia – e submetidos a um processo de escolha e priorização por meio do método Delphi, painel de especialistas, levantando opiniões de 150 especialistas e tomadores de decisão na política pública de meio ambiente, em âmbito nacional. Esse processo, além de reduzir a subjetividade implícita ao tema, permitiu a definição e atribuição de pesos aos indicadores, em função das prioridades a eles conferidas, para fundamentar a composição de um índice ambiental, mantendo a agregação segundo os temas previamente definidos. O modelo foi testado no Estado de Minas Gerais, para o período de 1977 a 2003, sendo aplicado anualmente a partir de 2004. Os resultados encontrados no estudo de caso e anos subsequentes, indicam que ele é satisfatório, coerente e de fácil aplicação, permitindo a identificação de pontos críticos decorrentes da implementação da política de meio ambiente. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 32 Verifica-se que os sistemas água e biodiversidade representam mais de 50% do índice, confirmando a sua importância estratégica na implementação da política pública de meio ambiente em Minas Gerais, que detém as maiores reservas de água no Brasil, fora da bacia amazônica. Por outro lado, a priorização da dimensão ambiental, propriamente dita, pode ser observada pela representação dos sistemas Ar, Água, Solo e Biodiversidade, com valores superiores a 80% do índice. O modelo também prioriza os indicadores de qualidade ambiental evidenciando avaliações de efetividade, e não apenas eficiência e eficácia, para as políticas implementadas. Sugerimos a leitura do documento completo para analisarem os resultados obtidos pelo Estado de Minas Gerais. Ele se encontra disponível na internet: http://www.semad.mg.gov.br/images/stories/indicadores/2009/indicadores- ambientais-2009-publicado-junho-2011.pdf 1) AR 1.1) Ar-1 Partículas Inaláveis – PM10 - As partículas inaláveis, também denominadas de PM10, são partículas de diâmetro inferior a 10 mícrons, que penetram no aparelho respiratório, podendo atingir os brônquios e os alvéolos pulmonares e causar alergias, asma, irritação crônica das mucosas, bronquite, enfisema pulmonar e pneumoconiose, definida como o acúmulo de pó nos pulmões e as reações do tecido pulmonar à presença deste pó. O indicador AR-1 é calculado, anualmente, pela porcentagem do número de amostras em atendimento ao padrão de 50 µg/m³ de ar, em relação ao número total de amostras para o parâmetro PM10. A metodologia adotada para o Estado considera a qualidade do ar Boa quando as concentrações médias, durante um período de 24 horas, não ultrapassam o padrão estabelecido para a média anual, que é de 50 µg/m³ de ar. 1.2) Índice Ar - O Índice Ar é composto apenas pelo indicador AR-1, ponderado pelo coeficiente 0,131, valor do peso relativo desse indicador. Assim, tem-se IAR = 0,131 AR-1, sendo: AR-1 = % medições com valores < 50 µg/m³, para PM10 AR-1 = % medições com valores < 80 µg/m³, para PTS. AR-1 = % medições com valores < 10 µg/m2/30 dias, para PS. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 33 2) ÁGUA 2.1) AG-1 Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO A DBO é definida como a quantidade de oxigênio consumida na oxidação biológica de matéria orgânica presente nas águas, constituindo-se no parâmetro mais utilizado para medir a poluição de origem orgânica. A matéria orgânica ocorre naturalmente nas águas, em nível reduzido, em razão da decomposição de folhas, fezes e animais mortos de origem silvestre. O aumento da concentração de matéria orgânica nas águas é provocado principalmente por despejos de esgotos de natureza orgânica de origem doméstica ou industrial O indicador AG-1 é calculado pela porcentagem do número de amostras de DBO em atendimento aos padrões estabelecidospela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,047. Para o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução CONAMA n° 20/86, enquanto que de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e em 2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008. 2.2) AG-3 Coliformes termotolerantes As bactérias do grupo coliformes são ainda consideradas os principais indicadores de contaminação fecal, tendo grande importância para relacionar qualidade de água com a saúde da população. Este indicador é de grande significado para as políticas públicas de saúde, uma vez que no país ainda é muito relevante a incidência de doenças de veiculação hídrica, transmitidas pela via feco- oral. O indicador AG-3 é calculado pela porcentagem do número de amostras de Coliformes termotolerantes em atendimento aos padrões estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,06. O parâmetro coliformes fecais pode ser substituído por Escherichia coli, conforme previsto na Resolução CONAMA 357/05 de 18 de março de 2005. 2.3) AG-4 Oxigênio dissolvido – OD Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 34 O oxigênio encontrado dissolvido nas águas provém naturalmente de processos cinéticos de transferências gasosas e fotossintéticas, sendo fundamental para a sobrevivência das comunidades aquáticas aeróbicas, que necessitam do oxigênio para seus mecanismos de respiração. O teor de oxigênio dissolvido nas águas varia em função da temperatura da água e da pressão atmosférica – diretamente proporcional à pressão e inversamente à temperatura. O indicador AG-4 é calculado pela porcentagem do número de amostras de Oxigênio dissolvido em atendimento aos padrões estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,0047. Para o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução CONAMA n° 20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e em 2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008. 2.4) AG-5 Toxidez alta O índice de contaminação por toxidez, considerado no Índice de Qualidade das Águas – IQA desenvolvido pela agência ambiental norte americana (EPA) e adaptado pelo CETEC, considera as seguintes substâncias: amônia, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cianetos, cobre, cromo hexavalente, fenóis, mercúrio, nitritos, nitratos e zinco. A violação do padrão de uma única substância que compõe o índice é o suficiente para se verificar a desconformidade. A metodologia para a conceituação do nível de toxidez se dá a partir dos seguintes critérios: alta toxidez – valores superiores a duas vezes o padrão de referência; média toxidez – valores entre 1,5 a 2 vezes o padrão de referência; baixa toxidez – valores entre 1,2 a 1,5 vezes o padrão de referência; nenhuma – até 1,2 vezes o valor do padrão de referência. O indicador AG-5 é calculado pela porcentagem do número de amostras de índice de contaminação por toxidez alta, em atendimento aos padrões estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,047. Para o período até 2004, a referência adotada foi Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 35 a Resolução CONAMA n° 20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e em 2008 a Resolução Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008. 2.5) AG-12 Porcentagem de população com esgotos tratados ou dispostos adequadamente Um dos aspectos mais importantes da poluição das águas, em países em desenvolvimento, está relacionado com o lançamento de esgotos domésticos “in natura” nos corpos de água, sem nenhum tipo de tratamento, representando elevado potencial de transmissão de doenças de veiculação hídrica. O indicador AG-12 é calculado, anualmente, pela porcentagem da população urbana com tratamento de esgoto em relação à população urbana total, devendo ser ponderado pelo coeficiente 0,081. O padrão de referência é 100% de população urbana com tratamento. O Índice Água é composto pelos indicadores AG-1, AG-3, AG-4, AG-5 e AG- 12, ponderados pelos respectivos pesos, sendo calculado, anualmente pela expressão: IÁGUA = 0,047 (AG-1 + AG-4 + AG-5) + 0,060 AG-3 + 0,081 AG-12, sendo: AG-1 = % medições com valores < padrão da classe; AG-3 = % medições com valores < padrão da classe; AG-4 = % medições com valores > padrão da classe; AG-5 = % medições com valores < duas vezes os padrões da classe; AG-12 = % de população urbana com esgoto tratado. 3) SOLO 3.1 SL-2 Porcentagem de população com disposição adequada de lixo Os resíduos sólidos urbanos, comumente denominados lixo, lançados indiscriminadamente no solo, constituem-se também em um dos maiores problemas ambientais nos países em desenvolvimento. Os depósitos a céu aberto – lixões – são focos de proliferação de vetores como moscas, baratas e ratos, que podem transmitir doenças como amebíases, diarréias, helmintoses, febre tifoide e paratifoide, peste bubônica e leptospirose, além de provocar poluição do solo e das águas. Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 36 O cálculo deste indicador é realizado apenas para a população urbana, a exemplo do cálculo para tratamento de esgotos, e o padrão de desempenho estabelecido é de 100% para a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos. O indicador SL-2 é calculado, anualmente, pela porcentagem da população urbana com disposição adequada de lixo em relação à população urbana total, ponderado pelo coeficiente 0,1291, valor do peso relativo desse indicador. 3.2) SL- 5 Quilograma de agrotóxico/hectare de área cultivada Os agrotóxicos são substâncias químicas, herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, bactericidas, vermífugos, hormônios e adubos químicos, usados na lavoura, pecuária e mesmo no ambiente doméstico. A utilização de agrotóxicos teve início na década de 1920 para proteger a agricultura contra as pragas que atacavam as plantações, mas foi após a segunda guerra mundial que sua utilização teve grande expansão. No Brasil, a sua utilização tornou-se mais intensa a partir da década de 1960. Na ausência de padrões ou referências bibliográficas para definição de padrão de desempenho, considerou–se a taxa de 1,5 kg de produto/ha como uma meta de referência desejada, levando-se em conta as menores taxas de aplicação de agrotóxico no mundo. O indicador SL-5 é calculado pela razão entre a quantidade de agrotóxico comercializado, pela área cultivada no Estado de Minas Gerais. Os agrotóxicos comercializados
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