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Indicadores de Qualidade Ambiental

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SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 2 
UNIDADE 2 – INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL .................................. 4 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DE INDICADORES AMBIENTAIS ........................................................ 9 
2.2 TIPOS DE INDICADORES AMBIENTAIS .................................................................... 11 
UNIDADE 3 – ÍNDICE DE INSALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) ........................... 14 
3.1 ESTRUTURAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL ................................ 15 
UNIDADE 4 – ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO DE RESÍDUOS (IQAR OU 
IQR) ........................................................................................................................... 18 
UNIDADE 5 – INDICADORES PARA QUALIDADE DO SOLO (IQS) ...................... 22 
5.1 INDICADORES FÍSICOS ......................................................................................... 23 
5.2 INDICADORES QUÍMICOS ...................................................................................... 24 
5.3 BIOINDICADORES EDÁFICOS ................................................................................. 25 
UNIDADE 6 – INDICADORES DE QUALIDADE DO AR ......................................... 28 
UNIDADE 7 – MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL ADOTADO POR MINAS 
GERAIS..................................................................................................................... 31 
UNIDADE 8 – INDICADORES ESPECÍFICOS ......................................................... 41 
8.1 PLANTAS BIOINDICADORAS .................................................................................. 41 
8.2 GEOINDICADORES .............................................................................................. 43 
8.3 OS PEIXES COMO INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS .................................... 52 
UNIDADE 9 – MECANISMOS DE CONTROLE DE QUALIDADE ........................... 56 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57 
 
 
2 
 
Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos 
autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Terra, água e ar, bens da natureza, são indispensáveis à vida, contudo, 
foram transformados em mercadorias. De todos eles, talvez aquele pelo qual ainda 
não pagamos diretamente seja o ar, mas este como os demais sofrem com as 
constantes e crescentes interferências do homem. Interferências estas que fazem 
parte do processo de globalização que desde os fins do século XX “bate a nossa 
porta” insistentemente. 
Não podemos negar que a globalização trouxe consigo benefícios para 
grande parte da humanidade (mas não para toda ela), com o desenvolvimento 
científico, tecnológico, etc., entretanto, também podemos perceber que ela manipula, 
monopoliza e até mesmo escraviza pessoas e países menos desenvolvidos 
justamente por estes não terem poderio econômico e financeiro para enfrentar e ser 
consumidores ávidos como os demais. 
Desemprego e desigualdade social, favelização, marginalidade, falta de 
saneamento básico são alguns dos problemas impostos pela globalização. Por outro 
lado, a preocupação com questões ligadas ao meio ambiente que podemos traduzir 
na busca por diminuição na emissão de poluentes na atmosfera, o uso racional e o 
desenvolvimento baseado na sustentabilidade são alguns dos benefícios que vieram 
com a globalização. 
Mas, por que estamos falando de globalização quando a apostila objetiva 
estudar os indicadores de qualidade ambiental? Justamente porque os indicadores 
surgiram da necessidade de fornecer um retrato da situação da sustentabilidade, de 
maneira simples, principalmente se entendermos que uma boa qualidade ambiental 
associa parâmetros físicos, químicos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e 
culturais, os quais permitem o desenvolvimento harmonioso, pleno e digno de vida 
(SILVA, 2002). 
Estudos de Braga e Freitas (2002) apontam que foi no final da década de 
1980 o surgimento de propostas de construção de indicadores ambientais e de 
sustentabilidade. Tais propostas possuem em comum o objetivo de fornecer 
subsídios à formulação de políticas nacionais e acordos internacionais, bem como à 
tomada de decisão por atores públicos e privados. Também buscam descrever a 
 
Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos 
autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
3 
 
interação entre a atividade antrópica e o meio ambiente e conferir ao conceito de 
sustentabilidade maior concretude e funcionalidade. 
Existem muitos indicadores e muitos trabalhos realizados com o intuito de 
analisar, avaliar e controlar a qualidade do ar. Além daqueles que estudaremos, 
deixamos vários estudos nas referências para aprofundamento. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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UNIDADE 2 – INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL 
 
O vocábulo indicador é proveniente do Latim indicare, cujo significado é 
destacar, mostrar, anunciar, tornar público, estimar. Assim, os indicadores nos 
transmitem informações que nos esclarece uma série de fenômenos que não são 
imediatamente observáveis (MERICO, 1997 apud RUFINO, 2002). 
A definição de indicadores ambientais tem como objetivo compor um método 
para a avaliação de desempenho da política pública de meio ambiente. Os 
Indicadores constituem-se em instrumentos de avaliação, que devem ser adequados 
às realidades ambiental e socioeconômica da região a ser avaliada (FEAM, 2011). 
O mesmo documento acima completa que o desenvolvimento de método de 
avaliação de política pública consiste em buscar objetivar um julgamento de valor 
para um conjunto de ações governamentais, visando informar a sociedade e 
subsidiar os tomadores de decisão. Contudo, é importante lembrar que todo método 
de avaliação é tão somente um instrumento que sinaliza caminhos, em direção a 
rumos que devem ser estabelecidos com o apoio e inclusão de mecanismos 
participativos e democráticos. 
Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas (United Nations 
Environment Programme) – UNEP – os indicadores podem se transformar em uma 
importante ferramenta para tornar acessível a informação científica e técnica para os 
diferentes grupos de usuários.A função dos indicadores é resumir a grande 
quantidade de dados, tornando acessível o seu entendimento. 
Os índices são instrumentos que medem cada indicador, atribuindo-lhe 
valores numéricos, ou são resultados da combinação de várias variáveis ou 
parâmetros em um só valor, assumindo um peso relativo a cada componente do 
índice. Eles permitem observar e acompanhar a situação do meio ambiente, o 
impacto e as consequências dos processos de desenvolvimento sobre os recursos 
naturais, as funções ecológicas e as inter-relações entre os diferentes fatores do 
desenvolvimento (MONTEIRO, 2006). 
A agregação de indicadores para a formação dos índices exige, geralmente, 
que diferentes medidas sejam transformadas em uma escala. A transformação em 
escala comum é acompanhada pelo desenvolvimento de um esquema que tenta 
expressar a distribuição diferencial de cada um dos dados, conforme critérios 
 
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de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
5 
 
específicos de decisão. Entre os critérios de padronização ou uniformização de 
indicadores, podem ser mencionadas as funções lineares (contínuas ou 
segmentadas), funções não lineares (contínuas ou segmentadas) e o método de 
normalização. Este último é muito empregado por órgãos ambientais, sendo 
empregado na confecção, por exemplo, do Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH) das Nações Unidas. A padronização tem por finalidade expressar os 
indicadores em unidades comparáveis entre si (GUIMARÃES, 2009). 
Bossel (1999 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010) enfatiza a 
importância de indicadores, quando afirma que para saber se uma rota de 
desenvolvimento está na direção da sustentabilidade, é necessária a aplicação de 
indicadores apropriados. 
O indicador permite obter informações sobre uma dada realidade 
(MITCHELL, 1996 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010). Assim, é possível 
sintetizar um conjunto complexo de informação que servirão como um instrumento 
de gestão. 
Cunha (2003) afirma que os indicadores despontam como instrumentos que 
analisam e acompanham os processos de desenvolvimento, além disso, servem de 
subsídios para a formulação de políticas públicas e monitoram a execução dessas. 
Assim, os indicadores de sustentabilidade mostram-se capazes de mensurar a 
tendência à sustentabilidade em inúmeras dimensões, apresentada por determinado 
processo, objeto ou lugar, observando as escalas espaciais e temporais dos 
acontecimentos. 
Bouni (1996 apud) ressalta que não há a possibilidade de determinar a 
sustentabilidade de um sistema considerando apenas um indicador ou indicadores 
que se referem a apenas um aspecto do sistema. Ou seja, a sustentabilidade é 
determinada por um conjunto de fatores (social, ambiental e econômico) que devem 
ser contemplados. 
Assim, ao avaliar a sustentabilidade, é preciso analisar o conjunto de 
indicadores. O ideal é que todas as relações (direta ou indiretas) entre os aspectos 
econômico, social e ambiental sejam consideradas. Portanto, para mensurar a 
sustentabilidade, é fundamental a integração entre inúmeras informações advindas 
de uma pluralidade de áreas de conhecimento. 
 
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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
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Para sua efetiva utilização, os indicadores devem possuir: 
 características representativas e científicas; 
 ser quantificáveis, 
 ser simples e de fácil interpretação e divulgação; 
 apresentar tendências ao longo do tempo e indicar com antecedência o 
surgimento das irreversíveis; 
 ser sensíveis a mudanças no ambiente ou na economia; 
 ser referente a dados já existentes ou coletados a custos razoáveis e 
possibilitar atualizações a intervalos regulares de tempo; 
 ser baseados em dados confiáveis e possuir um parâmetro com que possam 
ser comparados (GILBERT, FEENSTRA, 1999 apud CORRÊA; GALHARTE; 
OLIVEIRA, 2010). 
Os indicadores são usados pelos planejadores como instrumentos que 
permitem a avaliação de uma situação e sua possível evolução. Para cada um dos 
elementos de um fenômeno em particular é preciso identificar os critérios relevantes 
em sua avaliação, em relação ao seu peso no conjunto e, principalmente, a inter-
relação entre um conjunto de indicadores. 
Quando se tratar da gestão urbana, três pontos importantes devem ser 
considerados na escolha de indicadores: 
(1) identificação do plano estratégico proposto e, por conseguinte, os 
objetivos maiores a serem alcançados; 
(2) seleção de indicadores relevantes, válidos e objetivos; e, 
(3) obtenção, manutenção e atualização viáveis, econômica e 
operacionalmente. 
Com o desenvolvimento de indicadores que objetivam avaliar a 
sustentabilidade de um sistema, aumenta a possibilidade de se avançar 
efetivamente em direção a mudanças consistentes, com o intuito de solucionar os 
inúmeros problemas ambientais e sociais levantados. Porém, isso será possível se a 
preocupação com o planeta, em toda sua complexidade, for efetiva (CORRÊA; 
GALHARTE; OLIVEIRA, 2010). 
Falamos em indicadores de uma maneira geral, agora vamos voltar as 
considerações para os indicadores mais específicos ao meio ambiente. 
 
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Estudos de Rocha (2008) mostram que o monitoramento das condições do 
meio ambiente, sistema natural que envolve um emaranhado de outros complexos 
sistemas, surgiu como desafio para os atores da sociedade civil e gestores públicos 
e privados no sentido de garantir as necessidades da geração atual sem 
comprometer a habilidade de que as futuras gerações possam prover as suas. 
Para se ter uma ideia ou visão da realidade em que se encontra um 
determinado sistema, uma das alternativas viáveis e práticas é a mensuração dos 
níveis de qualidade e quantidade dos seus componentes. Para a implementação do 
conhecimento do nível de qualidade em que se encontra um dado ambiente natural, 
os índices e indicadores mostram-se como ferramentas eficazes, no sentido de 
tornar os dados técnicos mais facilmente utilizáveis e assimiláveis. 
Segundo Ramos (1996) e Marn (1995), citado por Ramos (1997), é 
necessária a associação dos seguintes conceitos a indicadores e índices para um 
melhor entendimento: 
(i) parâmetro – corresponde a uma grandeza que pode ser medida com 
precisão ou avaliada qualitativamente, e que considera relevante para a avaliação 
dos sistemas ambientais; 
(ii) indicador – parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou 
combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas 
condições ambientais (normalmente são utilizados como pré-tratamento, isto é, são 
efetuados tratamentos aos dados originais, tais como médias aritméticas simples, 
percentis, medianas, entre outros); 
(iii) subíndice – constitui uma forma intermédia de agregação entre 
indicadores e índices; 
(iv) índice – corresponde a um nível superior de agregação, no qual, após 
aplicado um método de agregação aos indicadores e/ou aos subíndices é obtido um 
valor final; os métodos de agregação podem ser aritméticos (e.g. linear, geométrico, 
mínimo, máximo,aditivo) ou heurísticos (e.g. regras de decisão); os algoritmos 
heurísticos são normalmente preferidos para aplicações de difícil quantificação, 
enquanto os restantes algoritmos são vocacionados para parâmetros facilmente 
quantificáveis e comparáveis com padrões. 
 
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de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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Ainda segundo Ramos (1997), os indicadores e os índices são projetados 
para simplificar a informação sobre fenômenos complexos de modo a melhorar a 
comunicação. Podem ser aplicados em uma série de situações problemas como: 
a) atribuição de recursos; 
b) classificação de locais; 
c) cumprimento de normas legais; 
d) análise de tendências; 
e) informação ao público; 
f) investigação científica (RAMOS, 1997). 
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) 
apresenta quatro grandes grupos de aplicações de indicadores: 
(i) avaliação do funcionamento dos sistemas ambientais; 
(ii) integração das preocupações ambientais nas políticas setoriais; 
(iii) contabilidade ambiental; 
(iv) relato do estado do ambiente (ROCHA, 2008). 
Segundo Oliveira (2003), os indicadores medem aspectos qualitativos e/ou 
quantitativos relativos ao meio ambiente, à estrutura, aos processos e aos 
resultados, podendo ser uma taxa ou coeficiente, um índice, um número absoluto ou 
um fato. 
 Taxa/coeficiente é o número de vezes que um evento ocorreu dividido pelo 
número de vezes que ele poderia ter ocorrido, multiplicado por uma base e 
definido no tempo e no espaço. 
 Índice é a razão entre dois números ou a razão entre determinados valores. 
Indicador e índice são termos empregados na maioria das vezes, como 
sinônimos e em outras vezes com significados distintos, seguindo a tendência atual. 
Bollmann (2001 apud ROCHA, 2008) separa em três fases o 
desenvolvimento histórico dos indicadores ambientais: 
 a primeira, marcada pela departamentalização do conhecimento – [...] os 
indicadores ambientais basearam-se quase que exclusivamente em variáveis 
que, na realidade, consistiam em medidas de grandezas físicas, químicas ou 
biológicas consideradas importantes para descrever o objeto (indicadores 
primários); 
 
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de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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 em segunda fase, estruturas de agregação de variáveis (somatório, 
produtório, operadores máximo e mínimo, médias aritméticas, geométricas, 
harmônicas, etc.) foram utilizadas não apenas para aglutinar informação de 
mesma natureza, mas já estabelecendo algumas metodologias para 
congregar variáveis de diferentes espécies (indicadores secundários). [...]; 
 uma terceira fase pode ser caracterizada nessa abordagem, não pela 
estruturação de indicadores inovadores, mas pela forma de análise dos 
resultados. Ao contrário das fases anteriores, em que se tem a produção de 
índices numéricos que permitem uma interpretação unidimensional 
(considerando apenas um aspecto da realidade), como representantes dessa 
fase se enquadram os indicadores multinível, que permitem uma apreciação 
multidimensional dos resultados. 
A ação de medir reverte-se em uma ferramenta indispensável para se 
colocar em prática políticas norteadoras do desenvolvimento humano, vindo a ajudar 
na percepção dos tomadores de decisão e cidadãos quanto aos aspectos analisados 
no planejamento dos investimentos a serem realizados com base no estado atual do 
ambiente em que se pretende atuar (BOLLMANN, 2001 apud ROCHA, 2008). 
Os indicadores sociais e ambientais analisados dentro de uma ótica que os 
inter-relacionam, permitem uma nova reflexão entre o homem e a natureza mediante 
a avaliação da qualidade socioambiental, (SANTOS et al., 2005). Esta afirmação 
reforça a ideia da qualidade ambiental como fruto da interação do homem com seus 
aspectos econômicos e socioculturais e o ambiente em que vive e que pode ser 
mensurada através de uma ferramenta indicativa do nível em que se encontra 
(ROCHA 2008). 
 
2.1 Classificação de Indicadores Ambientais 
A seleção de variáveis ambientais e a síntese e integração de tais variáveis 
para auxiliar na quantificação do impacto de uma ação, tem sido um dos principais 
problemas para o processo da avaliação ambiental. A flexibilidade auxilia na 
compreensão dos critérios adotados para a seleção das variáveis ambientais que 
serão utilizadas como indicadores, bem como o grau de dependência e influência 
entre estes parâmetros. Os elementos ambientais apresentam inúmeras inter-
 
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relações, por esse motivo deve-se tratar o problema partindo do uso de indicadores 
individuais, depois agregá-los permitindo sua comparação e interação para avaliar o 
nível de interação no conjunto (GIRALDO, 1999 apud RUFINO, 2002). 
O Instituto de Recursos Internacionais (WRI) propõe para a escolha dos 
indicadores a divisão em três tipos: 
a) os que analisam a oferta ambiental – permitem detectar a existência de 
recursos; 
b) os que analisam a sensibilidade ou vulnerabilidade ambiental – acusam os 
processos de degradação ambiental; 
c) os que analisam a produção – estabelecem os problemas de rendimento 
quando são analisados os processos naturais com base em recursos 
naturais. 
Devido às singularidades de cada região, as características ecossistêmicas 
e antrópicas são diferentes, não se pode falar em indicadores universais. 
Considerando-se as características dos indicadores, pode-se estabelecer uma 
ordem hierárquica, dividindo-os em níveis distintos: 
 indicadores de terceiro nível – consideram-se como subcomponentes do 
sistema ambiental. São macroindicadores, os abióticos, bióticos e 
socioeconômicos; 
 indicadores de segundo nível – estabelecem padrões de importância na área 
estudada e agrupam indicadores específicos de primeiro nível, sendo 
conhecidos como os diferentes meios de cada um dos subcomponentes. São 
indicadores de segundo nível, o meio geológico, meio geomorfológico, meio 
climático, meio edáfico, meio hidrológico, vegetação, fauna, meio social, meio 
econômico, meio cultural, meio demográfico, meio paisagístico; 
 indicadores de primeiro nível ou específicos – trata-se de indicadores 
quantificáveis, que se caracterizam por determinar padrões especiais e 
funcionais dos ecossistemas, definindo unidades ecológicas e de paisagem. 
Estes indicadores devem ser submetidos a análise de influência-dependência, 
a fim de identificar quais são os mais importantes e quais são os mais 
vulneráveis dentro do ecossistema. 
 
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Os indicadores podem ser classificados, também de acordo com o uso que o 
homem faz do meio natural. Assim, têm-se: 
 indicadores fontes – meio como fonte de bens e serviços. Ex.: reservasde 
bosques, reservas de água, taxa de extração, reservas minerais; 
 indicadores sumidouros – meio como local de descarga de contaminantes. 
Ex.: emissão de contaminantes, quantidade de resíduos sólidos, eutrofização, 
carga de DBO; 
 indicadores de suporte ou de acolhida – meio como local onde se realizam as 
atividades minerais, agropecuárias e industriais. Ex.: capacidade de 
renovação, uso potencial do solo, biodiversidade. 
 
2.2 Tipos de Indicadores Ambientais 
De acordo com Giraldo (1999 apud RUFINO, 2002), o sistema para se fazer 
a classificação dos indicadores, baseia-se na informação de que um indicador é uma 
única característica ou uma manipulação matemática de diversas variáveis 
ambientais. Assim, podem-se citar os seguintes tipos de indicadores ambientais: 
 indicadores geológicos e geomorfológicos – chamados de geoindicadores, 
são definidos como magnitudes e tendências dos processos geológicos e 
fenômenos que acontecem num intervalo de tempo de um século, ou menos, 
na superfície terrestre, sujeitos a variações de importância para compreender 
as rápidas mudanças ambientais. Os geoindicadores avaliam a influência dos 
processos geológicos sobre o homem e vice-versa. Podem ser classificados 
em geoindicadores geológicos, geomorfológicos, geotécnicos e 
hidrogeológicos; 
 indicadores físico-químicos – são utilizados para avaliar as condições físico-
químicas da água, podendo ser utilizadas para algumas medições do solo e 
do ar. Pode-se citar: DBO, DQO, matéria orgânica, temperatura cor, turbidez, 
sólidos totais, metais, condutividade, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, entre 
outros; 
 indicadores hídricos – esses indicadores são variáveis abióticas que indicam 
um processo ou estado do ecossistema aquático, caracterizando-o através de 
variáveis físico-químicas e suas variações espaço-temporais. Podem ser de 
 
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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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correntes, níveo da água, oxigênio, temperatura, profundidade, uso do 
recurso hídrico, qualidade do rio tratamento de dejetos; 
 indicadores climáticos – indicam variações das condições atmosféricas no 
que diz respeito à composição e presença de determinadas substâncias 
contaminantes, além de incluir, também, as variáveis do tipo meteorológicas. 
Estão incluídos a precipitação, temperatura, umidade relativa, ventos, 
evapotranspiração, balanço hídrico, classificação climática, emissões 
atmosféricas, qualidade do ar, variações no nível de ruídos, emissões de 
CO2, SOx e NOx; 
 bioindicadores – trata-se de variáveis biológicas, ecológicas, espécies, ou 
populações que ao darem respostas às mudanças de um gradiente físico-
químico, mostram um grau de tolerância, ou então, em condições de 
resistência, stress ou morte. Um organismo indicador é escolhido por sua 
sensibilidade ou tolerância a várias classes de contaminantes ou a seus 
efeitos. Podem ser citados os bentos1, fitoplancton, macrófitas aquáticas, 
peixes, macroinvertebrados litorâneos, biodiversidade, biomassa, espécies 
raras, espécies endêmicas, espécies em perigo de extinção, indicadores de 
desmatamento, usos do recurso fauna, áreas protegidas, entre outros; 
 indicadores bacteriológicos – indicam a presença ou a ausência de 
microrganismos patogênicos. Podem ser os coliformes fecais, coliformes 
totais, streptococos fecais, mesófilos aeróbios, mesófilos anaeróbios; 
 indicadores edafológicos – indicam as condições ambientais dos solos. Pode-
se citar aptidão de uso, classificação agroedafológica, características físico-
químicas, cobertura vegetal, superfícies afetadas por qualidade, erosão, uso 
de fertilizantes; 
 indicadores paisagísticos – indicam o aspecto estético e cultural de um 
determinado local. Citam-se contrastes cromáticos, vista panorâmica, ângulo 
de incidência visual; 
 indicadores sociais – indicam o nível de desenvolvimento de uma 
determinada região. Podem ser citados os núcleos populacionais urbanos e 
rurais, educação, saúde, moradia, serviços básicos, atividades agrícolas, 
 
1 Bentos são os organismos que vivem no substrato, fixos ou não, em contraposição com os 
pelágicos, que vivem livremente na coluna de água. 
 
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pecuárias, minerais, organizações comunitárias, sítios arqueológicos, 
população, crescimento econômico, entre outros (RUFINO, 2002). 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
14 
 
UNIDADE 3 – ÍNDICE DE INSALUBRIDADE AMBIENTAL 
(ISA) 
 
Ao longo da história, o aumento das concentrações urbanas reflete a busca 
pela melhoria qualitativa nas condições de vida da população. Dentre os aspectos 
relacionados à qualidade de vida, um dos mais importantes é o da preservação da 
saúde humana. Assim, a salubridade ambiental urbana permite integrar fatores 
intervenientes na qualidade de vida e do meio ambiente numa visão holística 
(BATISTA, 2005). 
A construção de instrumentos para mensurar temas como o de salubridade 
ambiental, tem levado à utilização de sistemas de indicadores ambientais, visto que 
sua aplicação tem promovido a melhoria da qualidade de vida em dimensão social e 
ambiental (BATISTA, 2005). 
Peres e Mendiondo (2004) relatam que o planejamento ambiental permite 
definir cenários e indicadores que contribuam para uma avaliação constante do nível 
de sustentabilidade do processo socioeconômico, com o objetivo de subsidiar a 
implantação de políticas ambientais públicas. 
Segundo Piza (2000), a Câmara Técnica de Planejamento, instituída pela 
Deliberação n° 04/97, do Conselho Estadual de Saneamento — CONESAN – São 
Paulo, com o objetivo de elaborar o Relatório de Salubridade Ambiental e de propor 
diretrizes para aplicação de recursos, criou o Indicador de Salubridade Ambiental 
(ISA) para facilitar as suas ações. 
Este Indicador, em conjunto com as informações complementares dos 
Comitês de Bacias Hidrográficas, em especial das Câmaras Técnicas de 
Saneamento e Planejamento, permitirá a identificação das demandas para melhoria 
dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos e coleta e 
disposição final do lixo urbano; a elaboração de programas corretivos e preventivos 
de controle de vetores; e, a formulação de uma política de investimentos compatível 
com a capacidade de cada município e de pagamento dos usuários. 
A medida que se vençam etapas na quantidade e qualidade dos serviços, 
devem ser incorporadas novas variáveis e novos padrões a serem atingidos, 
mantendo o setor aquecido, propiciando uma segurança de seus usuários. 
 
Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos 
autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
15 
 
O Indicador deve ser lido como uma bateria de exames de laboratório em 
quea interpretação do resultado é mais importante do que o seu valor numérico, e 
em muitos casos serão necessários exames complementares para se ter o 
diagnóstico final de cada município, bem como a indicação dos “tratamentos 
terapêuticos” recomendados. 
Calmon, Neumann e Aguiar (2008) utilizaram o ISA, que contempla 
indicadores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública, 
drenagem urbana, controle de vetores, recursos hídricos e a situação 
socioeconômica para um loteamento numa área de preservação ambiental, 
justificando ser primordial para a avaliação da salubridade ambiental dessa região, 
visto que condições sanitárias adequadas são necessárias para fornecer segurança, 
higiene e saúde à população, além de minimizar impactos negativos ao meio 
ambiente, especialmente em áreas protegidas. 
 
3.1 Estruturação do Indicador de Salubridade Ambiental 
De acordo com o Manual Básico do ISA (PIZA, 2000), este é calculado pela 
média ponderada de indicadores específicos e relacionados, direta ou indiretamente, 
com a salubridade ambiental, através da seguinte fórmula: 
 
 
 
Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos 
autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
16 
 
O Quadro abaixo apresenta os componentes, subindicadores e a finalidade 
da utilização de cada um dos indicadores que compõem o ISA. 
Componentes, Subindicadores e Finalidade do ISA 
 
Fonte: Piza (1999, p. 497). 
 
No cálculo do IAB (Indicador de Abastecimento de Água), por exemplo, são 
utilizados os subindicadores ICA (Indicador de Abastecimento de Água), IQA 
(Indicador da Qualidade da Água Distribuída), ISA (Indicador de Saturação do 
Sistema Produtor); e assim sucessivamente (CALMON; NEUMANN; AGUIAR, 2008). 
O Manual Básico do ISA não estabelece um critério de cálculo específico do 
IQB (Indicador Qualidade da Água Bruta). Sugere apenas uma pontuação baseada 
 
Todos os direitos são reservados à Facige, de acordo com a convenção internacional de direitos 
autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
17 
 
na utilização de poços para abastecimento de água, segundo sua necessidade de 
tratamento. Portanto, para pontuação desse indicador, pode-se adotar o método 
utilizado por Batista (2005), baseado na Resolução CONAMA Nº 357/2005. 
A questão da pontuação referente a cada indicador foi alvo de várias 
discussões realizadas nas reuniões da Câmara Técnica de Planejamento do 
CONESAN/SP. Como resultado, pode-se concluir que os valores obtidos pelos 
indicadores são pontuados em uma escala cuja variação seja de 0 (zero) a 100 
(cem). 
Caso os indicadores apresentem questões que envolvam risco para algum 
morador, a pontuação não será realizada de acordo com uma escala variável de 
valores, mas sim através do seguinte critério: não há risco de vida (100 pontos), há 
risco de vida (zero ponto). 
Critérios e Pontuações para Classificação de Águas de Mananciais 
 
 
Fonte: Batista (2005). 
 
Assim, o ISA será calculado pela média ponderada dos indicadores 
propostos, abrangendo as diferentes variáveis e subindicadores que o compõem. 
Será possível também reunir e apresentar sinteticamente a situação de salubridade 
ambiental de cada município por meio de um valor numérico. Por meio do resultado 
obtido será possível comparar, de um modo equitativo, todos os municípios do 
Estado de São Paulo (PIZA, 2000). 
 
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18 
 
UNIDADE 4 – ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO DE 
RESÍDUOS (IQAR OU IQR) 
 
O Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR – é um instrumento 
criado pelo Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares do Estado de São 
Paulo e, conforme expresso no Manual de Gerenciamento Integrado, IPT / CEMPRE 
(2000), é apenas exemplificativo, o que permite alterações (GUIMARÃES, 2009). 
É composto por quarenta e uma variáveis, sendo essas divididas em três 
macro conjuntos: características do local, infraestrutura implantada e condições 
operacionais. É plotado em um formulário, que, quando preenchido, permite 
alcançar uma nota que enquadra as instalações de destinação final de resíduos 
urbanos em três condições: inadequadas, controladas ou adequadas. Desta 
maneira, permite estabelecer um critério único de avaliação em todo o estado. 
A classificação atingida pelo IQAR padroniza as avaliações das condições 
ambientais das instalações, o que o torna um importante instrumento de decisão 
para a continuidade de operação ou o fechamento de um local de disposição de lixo. 
Auxilia, ainda, no estabelecimento de medidas corretivas, visando à 
evolução da área para galgar uma avaliação satisfatória e a licença de operação. 
Em São Paulo, tornou-se um instrumento bem sucedido por contar com apoio 
jurídico do Termo de Ajuste de Conduta – TAC – estabelecendo um 
comprometimento entre municípios e estado (MONTEIRO, 2006). 
Ainda de acordo com o mesmo autor, este trabalho é realizado desde 1997, 
permitindo comparar e aferir as ações de controle implementadas pela instituição, 
fornecendo subsídios para os programas desenvolvidos. Os itens e subitens do 
IQAR estão relacionados da seguinte maneira: 
O item I, ou o macro conjunto referente às Características do Local, conta 
com os seguintes subitens: 
a. capacidade de suporte do solo; proximidade de núcleos habitacionais; 
b. proximidade de corpos d’água; profundidade do lençol freático; 
c. permeabilidade do solo; 
d. disponibilidade de material para recobrimento; 
e. qualidade do material para recobrimento; 
f. condições do sistema viário, trânsito, acesso; 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
19 
 
g. isolamento visual da vizinhança; 
h. legalidade da localização. 
O item II, macro conjunto da Infraestrutura Implantada, contempla os 
seguintes subitens: 
a. cercamento da área; portaria/guarita; 
b. impermeabilidade da base do aterro; 
c. drenagem de chorume; 
d. drenagem de águas pluviais definitiva; 
e. drenagem de águas pluviais provisória; 
f. trator de esteiras ou compatível; outros equipamentos; 
g. sistema de tratamento do chorume; 
h. acesso à frente de trabalho; 
i. vigilantes; 
j. sistema de drenagem de gases; 
k. controle do recebimento de cargas; 
l. monitorização de águas subterrâneas; 
m. atendimento a estipulações de projeto. 
O terceiro item, referente às condições operacionais, se compõe dos 
subitens: 
a. aspecto geral; ocorrência de lixo descoberto; 
b. recobrimento do lixo; 
c. presença de urubus, gaivotas; 
d. presença de moscas em grande quantidade; 
e. presença de catadores; 
f. criação de animais (bois, etc.); 
g. descarga de resíduos do serviço de saúde; 
h. descarga de resíduos industriais; 
i. funcionamento da drenagem pluvial definitiva; 
j. funcionamento da drenagem pluvial provisória; 
k. funcionamento da drenagem do chorume; 
l. funcionamento do sistema de tratamento do chorume; 
m. funcionamentodo sistema de monitoramento das águas subterrâneas; 
 
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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
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20 
 
n. eficiência da equipe de vigilância; 
o. manutenção dos acessos internos (GUIMARÃES 2009). 
Diversos estudos foram realizados sobre a qualidade ambiental em aterros 
sanitários, entre eles cita-se: 
Barros Júnior et al. (2004) realizaram um diagnóstico sobre a disposição final 
dos resíduos sólidos urbanos na cidade de Maringá, no estado do Paraná, 
concluindo a necessidade urgente de uma manipulação adequada para a disposição 
final dos resíduos urbanos da cidade, a qual foi observada pela avaliação qualitativa 
dos impactos ambientais, causados pela disposição final inadequada e confirmada 
por meio do Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR (2,85). 
Guizard et al. (2006) realizaram um diagnóstico ambiental no aterro sanitário 
na cidade de Limeira/SP, com o objetivo de verificar o desempenho da implantação 
de medidas de controle para melhoria da qualidade ambiental. Os IQARs foram 7,6; 
7,4; 8,5; 6,8; 7,8; 7,9; 9,0 para os respectivos anos 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 
2002 e 2003, sendo considerado adequado e controlado na classificação da 
CETESB. 
Rowe Júnior (2007) realizou o diagnóstico ambiental do aterro sanitário do 
município de Cascavel – PR, com objetivo de obter dados referentes à 
contaminação, proveniente da disposição dos resíduos sólidos urbanos, 
monitorando o fluxo de contaminantes originados do aterro sanitário, com base num 
diagnóstico conjugado utilizando-se de análise de solo (feitas por meio de 
perfurações localizadas ao longo da área do aterro), qualidade do percolado, e 
monitoramento do lençol freático. Os resultados demonstraram os locais em que o 
percolado teve influência na qualidade do solo e maiores níveis de variação no pH 
do solo nas áreas próximas ao aterro e menores variações nas áreas próximas ao 
sistema de monitoramento. Quanto às águas subterrâneas, o sistema de 
monitoramento do aterro estava possivelmente comprometido devido à 
contaminação por águas superficiais. 
Com relação a trabalhos de poluição/contaminação de águas subterrânea e 
superficial provenientes de aterro sanitário segundo Sisinno & Moreira (1996 apud 
SANTOS 2008), os resultados encontrados no aterro controlado do Morro do Céu no 
município de Niterói no Estado do Rio de Janeiro, apresentaram que a qualidade das 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
21 
 
águas superficiais e subterrâneas é ruim, destacando-se a presença de coliformes 
nas amostras analisadas, além da evidência – nas águas superficiais – de grande 
carga de compostos orgânicos expressos pelos valores de DQO2 e DBO5,20 e das 
concentrações de Fe, Mn, Ni e Zn acima dos limites permissíveis pela legislação 
ambiental. 
Nas águas do córrego Mata-Paca na área de influência do aterro controlado 
do Morro do Céu as concentrações de Fe e Mn dissolvidos, Ni (ambas coletas) e Zn 
(segunda coleta) observadas, encontram-se acima daquelas recomendadas como 
valores máximos permissíveis, que estabelece a classificação das águas de acordo 
com seus usos preponderantes (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS, 2008). 
As águas subterrâneas do aterro controlado do Morro do Céu estão em 
desacordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 36 do 
Ministério da Saúde, vigente no período do estudo, uma vez que todas as amostras 
analisadas mostravam-se contaminadas com organismos do grupo coliforme. Esta 
contaminação, entretanto, não pode ser atribuída exclusivamente à ação do 
chorume, uma vez que foi constatada também a possibilidade de influência de águas 
de infiltração (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS 2008). 
Os estudos apresentados acima mostram a importância dos indicadores 
para atestar a qualidade dos aterros, mantê-los, modificá-los ou até mesmo proceder 
ao seu fechamento. 
 
2
 DQO – Demanda Química de Oxigênio / DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio 
 
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22 
 
UNIDADE 5 – INDICADORES PARA QUALIDADE DO SOLO 
(IQS) 
 
Estudos de Cordeiro et al (2004) nos alertam que o uso inadequado e 
intensivo de áreas exploradas pelas atividades antrópicas, tem proporcionado um 
declínio importante da fertilidade natural dos solos. 
Os sistemas naturais modificados pela ação humana dão origem a áreas 
alteradas, podendo ter sua capacidade melhorada, conservada ou diminuída, em 
relação ao sistema. Quando essa alteração se associa a processos que ocasionam 
a perda da capacidade produtiva do agrossistema, diz-se que as áreas estão 
degradadas. 
Silva et al (2011) citando Zalamena (2008) elenca como principais 
responsáveis pela degradação das terras, as práticas agropecuárias inadequadas, 
como o pastoreio intensivo, sistema de culturas anuais e o desmatamento. A 
utilização e tráfego de máquinas agrícolas também alteram substancialmente a 
estrutura dos solos, com modificações nas condições que determinam o ambiente 
de crescimento radicular. A degradação se acentua após a remoção da vegetação 
nativa, em consequência da remoção de nutrientes e da matéria orgânica sem a 
devida reposição, levando, em algum momento, à inviabilidade da produção 
agrícola, o que caracteriza um avançado estágio de degradação. 
Para medirmos as condições do solo e entendermos como um processo, 
uma reação ou um comportamento o modifica, para na sequência agirmos, ou seja, 
responder às atividades antrópicas, temos os indicadores da qualidade do solo 
(IQS). Estes podem ser físicos, químicos ou edáficos. 
Como dizem Araújo, Goedert e Lacerda (2007, p. 1099), os impactos 
ambientais podem ser avaliados através do estabelecimento de índices de qualidade 
do solo, quando biomas são incorporados ao processo produtivo, de maneira 
extensiva ou intensiva. Assim, pode-se ter um importante instrumento no controle, 
fiscalização e monitoramento de áreas destinadas à proteção ambiental. Estabelecer 
um indicador simples e confiável para a avaliação dos atributos do solo é um dos 
desafios atuais das pesquisas. Portanto, esta qualidade pode ser quantificada 
através de alguns de suas características como as propriedades físicas, químicas e 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
23 
 
biológicas, que permitam o monitoramento das mudanças no estado de qualidade do 
solo, a médio e longo prazo. 
 
5.1 Indicadores físicos 
O monitoramento da qualidade do solo pelos indicadores físicos é importante 
para manutenção e para avaliação de sua sustentabilidade. Vários atributos do solo 
foram estudados para avaliação de sua qualidade em relação à erosão hídrica, entre 
eles, a quantidade de matéria orgânica, a densidade do solo,sua porosidade, 
resistência à penetração e permeabilidade do solo à água, em diferentes sistemas 
de manejo de solo na região dos cerrados. Beutler (2000), estudando um solo 
latossolo vermelho distrófico típico verificou que a densidade do solo apresentou 
implicações diretas sobre a porosidade e infiltração de água no solo. Os valores de 
densidade do solo, naquele experimento, variaram de 0,83 a 1,19 Mg/m3 para o 
cerrado nativo e plantio direto, respectivamente. 
A densidade do solo é calculada pela relação entre a massa do solo seco e 
o volume total, sendo afetada pela cobertura vegetal, teor de matéria orgânica, uso e 
manejo do solo (CORSINE; FERRAUDO,1999; SILVA et al., 2000 apud SILVA et al., 
2011). 
A densidade aparente ‘Da’ pode ser calculada a partir da expressão abaixo, 
conforme Embrapa (1997): 
Da=massa de solo seco (g)/volume de solo seco (cm³) ou 
Da=massa de solo seco (Mg)/volume de solo seco (m³) 
Densidade com valor entre 1,27 e 1,57 Mg/m3 é restritiva ao crescimento 
radicular e à infiltração de água no solo, conforme Alvarenga e Davide (1999 apud 
SILVA et al., 2011); Corsine e Ferraudo (1999 apud SILVA et al., 2011). Entretanto, 
o limite crítico para densidade é de 1,40 Mg/m3 que aumenta com a diminuição do 
teor de argila do solo, como pesquisou Arshad et al (1996 apud SILVA et al., 2011). 
Zalamena (2008 apud SILVA et al., 2011), trabalhando em áreas de 
Argissolos Vermelhos, Nitossolos, Argissolos, Cambissolos e Neossolos, verificou 
que a porosidade total (Pt) se comportou da mesma maneira que os valores da 
macroporosidade do solo e inversamente proporcional a densidade do solo (Ds), 
sendo influenciada significativamente pelos diferentes sistemas de manejo, nas duas 
 
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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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profundidades e nos três locais avaliados, com os maiores valores sendo 
encontrados nas áreas de mata nativa. 
Araújo, Goedert e Lacerda (2007) definiram porosidade como sendo a 
proporção do volume do solo que não é ocupada por partículas sólidas e esse 
espaço poroso é por onde a água e o ar fluem. 
 
5.2 Indicadores químicos 
O modelo agroquímico adotado em larga escala no contexto de 
desenvolvimento agrícola no cerrado brasileiro, por exemplo, como base para 
implantação de monoculturas e extensas pastagens, tem por base a aplicação de 
adubos, corretivos e outras práticas de manejo para a obtenção de produções 
economicamente viáveis. Esta adubação e correção trazem alterações químicas na 
camada superficial do solo, geralmente com intensidade proporcional ao emprego de 
máquinas nos sistemas. 
Esta intensidade de mecanização, aplicada nas áreas sob o cerrado, atua 
promovendo alterações na estrutura do solo, interferindo nos mecanismos 
responsáveis pelo transporte de nutrientes e por consequência, em sua 
disponibilidade (ALVARENGA e DAVIDE, 1999 apud SILVA et al., 2011). Segundo o 
mesmos autores, vários elementos químicos podem ser úteis como indicadores da 
qualidade do solo, como as determinações de pH, Alumínio, Cálcio, Magnésio, 
Potássio, Enxofre, Carbono orgânico, boro e Manganês, de várias áreas estudadas 
Segundo Reichert et al. (2003 apud SILVA et al., 2011) outro indicador 
importante na determinação da qualidade do solo é a matéria orgânica (MO), porque 
mantém relação com várias propriedades físicas, químicas e biológicas. A MO é 
considerada como um eficiente indicador para determinar a qualidade do solo 
modificada por sistemas de manejo. Além da influência do manejo de culturas e 
preparo do solo, a MO é influenciada pela adição de fertilizantes químicos e 
materiais orgânicos, que atuam melhorando os processos biológicos de 
decomposição e mineralização da matéria orgânica do solo (LEITE et al., 2003). 
Para Bayer e Mielniczuk (1997), na formação de agregados do solo, a MO é 
de fundamental importância, pois estabiliza os agregados formados pela 
aproximação das partículas minerais. Por este motivo, sistemas agrícolas que 
 
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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
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25 
 
menos revolvem o solo e adicionam mais resíduos podem deter a degradação da 
qualidade estrutural de solos cultivados e também promover a recuperação daqueles 
que já foram degradados. 
 
5.3 Bioindicadores edáficos 
Baretta (2007 apud SILVA et al., 2011), pesquisando os atributos edáficos 
como indicadores da qualidade ambiental, com Araucária angustifolia, verificou que 
o estudo dos indicadores biológicos da qualidade do solo é importante para entender 
os processos ecológicos envolvidos naqueles sistemas, posto que a fauna edáfica 
atua na decomposição e mineralização da matéria orgânica e nos atributos físicos, 
químicos e biológicos do solo. 
Em seu trabalho, o autor estudou vários organismos edáficos utilizados 
como bioindicadores, entre os quais algumas espécies de colêmbolos, cupins 
(Isóptera), tatuzinhos (Isopoda), aranhas (Arachnida), centopéias (Chilopoda), 
piolhos-de-cobra (Diplopoda), minhocas (Oligochaeta), moluscos (Mollusca) e 
algumas formigas (Hymenoptera), entre outros, com menor frequência. Nos 
ecossistemas, as minhocas têm sido consideradas como excelentes bioindicadores 
de distúrbios no ambiente. 
Conforme Andrade (2000), as partes das plantas caem no solo e são 
decompostas em seguida pelas comunidades edáficas, como Isópoda, Diplópoda, 
Oligachaeta e Isóptera. Esta fauna edáfica se alimenta dos detritos, de modo direto, 
atuando em sua fragmentação e na mineralização dos compostos mais simples. Os 
microartrópodes, em geral, têm nos microrganismos sua fonte de carbono e regulam 
as populações microbianas. Diferentemente, Araneae, Opilionida, Chilopoda e 
Pseudoscorpionida atuam como predadores sobre os saprófagos e micrófagos, 
exercendo desta maneira o controle populacional destes invertebrados. A 
decomposição é o resultado da sinergia das atividades entre os animais e 
microrganismos. 
 
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Abaixo temos um esquema didático dos fatores e causas que determinam a 
sustentabilidade do solo. 
Fatores e causas que determinam a sustentabilidade do solo 
 
Fonte: LAL (1999 apud SILVA et al., 2011, p. 07) 
 
As ações antrópicas, como o manejo e uso do solo, promovem alterações na 
densidade do solo, em sua porosidade e na infiltração de água. O tráfego de 
máquinas agrícolas provoca a compactação do solo, com diminuição da porosidade 
e degradação de sua estrutura. Como consequência das práticas agropecuárias 
ocorre redução da biodiversidade da fauna edáfica. 
Assim, a avaliação e o monitoramento dos impactos ambientais podem ser 
realizados através do estabelecimento de indicadores físicos, químicos ou biológicos 
da qualidade do solo. 
Novas pesquisas deverão surgir para o estudo das interações entre os 
atributos do solo anteriormente citados, tornando possível o estabelecimento de um 
conjunto de indicadores da sustentabilidade para o uso e recuperação de solos 
degradados, haja vista a complexidade intrínseca dos ecossistemas naturais. 
Mudanças no modelo deagronegócio se fazem necessárias para a 
preservação dos solos. Neste sentido, várias perspectivas se abrem para a 
 
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27 
 
agricultura sustentável, como a possibilidade de adoção de manejos 
conservacionistas, incluindo o cultivo mínimo, o plantio direto, os sistemas 
agroflorestais e o reflorestamento. 
Alternativas à adubação química como o uso frequente e intensivo de 
diferentes tipos de adubos orgânicos e de biofertilizantes, associados à rotação de 
culturas, adubação verde, cultivos de cobertura e a eliminação do uso de 
agrotóxicos, podem contribuir para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. 
Porém, é preciso ter em mente que apenas a substituição de agroquímicos por 
adubos orgânicos manejados de modo incorreto pode não ser a solução, podendo 
inclusive contaminar o solo e limitar o desenvolvimento e funcionamento dos ciclos 
naturais. 
É importante levar em conta as ações químico-biológicas combinadas, 
resultantes dos processos ativos do solo, que se intercalam entre as atividades 
antrópicas e o crescimento das plantas. 
Além disso, é necessário considerar que o manejo da agricultura envolve a 
interação social, integrada a sistemas econômicos. Portanto, qualquer enfoque 
fundamentado simplesmente na tecnologia ou na alteração do manejo da agricultura 
pode resultar no aparecimento de novas relações sociais, de um novo tipo de 
relação entre homens e o meio ambiente, alterando, em diferentes intensidades, a 
autonomia e capacidade de exercer a cidadania (CAPORAL et al., 2009 apud SILVA 
et al., 2011). 
Neste contexto, a agricultura deverá ser norteada pela agroecologia que 
possui fundamentos científicos e metodológicos para promover a sustentabilidade 
dos sistemas agrícolas e também por ter uma base epistemológica que reconhece a 
interdependência existente entre o sistema social e o sistema ecológico, ou seja, a 
cultura antrópica em evolução com o ambiente natural (SILVA et al., 2011). 
 
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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
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28 
 
UNIDADE 6 – INDICADORES DE QUALIDADE DO AR 
 
A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 03/90 
considerando o previsto na Resolução CONAMA nº 05/89, que instituiu o Programa 
Nacional de Controle da Qualidade do Ar “PRONAR”, estabeleceu os padrões de 
qualidade do ar, como as concentrações de poluentes atmosféricos que, 
ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, 
bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em 
geral (Art. 1º). 
Estes padrões são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos 
por poluentes específicos e foram fixados em níveis de forma a propiciar uma 
margem de segurança adequada. Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo 
IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – e aprovados pelo CONAMA – 
Conselho Nacional de Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº 03/90. 
Dessa forma, foram estabelecidas quatro categorias que classificam a 
qualidade do ar, em função das quantidades e concentrações dos níveis de 
poluentes atmosféricos encontrados em determinadas áreas. Assim, o ar foi 
classificado como: 
I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; 
II - inconveniente ao bem-estar público; 
III - danoso aos materiais, à fauna e flora; 
IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades 
normais da comunidade. 
O enquadramento dessas categorias é definido pelo limite máximo para a 
concentração de um poluente na atmosfera, com o objetivo de garantir a proteção da 
saúde e do meio ambiente. Os parâmetros regulamentados são os seguintes: 
partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, 
monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio (Cetesb 2013) 
A Resolução CONAMA nº 03/90 estabeleceu dois tipos de padrões de 
qualidade do ar: os primários e os secundários. São padrões primários de qualidade 
do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da 
população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração 
de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. São 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes 
atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar 
da população, assim, mais restritivo, preveem o mínimo dano à fauna e à flora, aos 
materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis 
desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo. 
O estabelecimento de padrões secundários objetiva a criação de políticas de 
prevenção da degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às áreas de 
preservação e não se aplicam, pelo menos em curto prazo, a áreas de 
desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões primários. A mesma 
resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas, 
os padrões aplicáveis serão os primários. 
A determinação sistemática da qualidade do ar se dá pela medição dos 
Indicadores da Qualidade do Ar: 
 partículas totais em suspensão (PTS), fumaça e partículas inaláveis – estes 
Indicadores representam materiais sólidos e líquidos em suspensão na 
atmosfera, como poeira, pó e fuligem. O tamanho das partículas é o critério 
utilizado para a classificação destes materiais. Partículas mais grossas ficam 
retidas no nariz e na garganta, provocando incômodo e irritação, além de 
facilitar que doenças como gripe se instalem no organismo. Poeiras mais finas 
podem causar danos ao aparelho respiratório e carregar outros poluentes “de 
carona” para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como 
doenças respiratórias, cardíacas e câncer; 
 dióxido de enxofre - SO2 – a emissão de dióxido de enxofre está 
principalmente relacionada com o uso de combustíveis de origem fóssil, 
contendo enxofre, tanto em veículos quanto em instalações industriais. Por 
ser um gás altamente solúvel nas mucosas do trato aéreo superior, pode 
provocar irritação e aumento na produção de muco, desconforto na 
respiração e o agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares. 
Outro efeito relacionado ao SO2 refere-se ao fato de ser um dos poluentes 
precursores da chuva ácida, efeito global de poluição atmosférica, 
responsável pela deterioração de diversos materiais, acidificação de corpos 
d'água e destruição de florestas; 
 
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de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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 monóxido de carbono - CO – a emissão de monóxido de carbono está 
relacionada diretamente com o processo de combustão tanto em fontes 
móveis, motores à gasolina, dieselou álcool, quanto de fontes fixas 
industriais. Esse gás é classificado como um asfixiante sistêmico, pois é uma 
substância que prejudica a oxigenação dos tecidos. Os efeitos da exposição 
dos seres humanos ao CO estão associados à diminuição da capacidade de 
transporte de oxigênio na combinação com hemoglobina do sangue. Uma vez 
que a afinidade da hemoglobina com CO é 210 vezes maior que com o 
oxigênio, a carboxihemoglobina formada no sangue pode trazer graves 
consequências como confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, 
parada das funções cerebrais e, em casos extremos, morte aos seres 
humanos; 
 Ozônio - O3 – o ozônio é um gás composto por três átomos de oxigênio, 
invisível, com cheiro marcante e altamente reativo. Quando presente nas 
altas camadas da atmosfera (estratosfera) nos protege dos raios ultravioletas 
do sol. Quando formado próximo ao solo (troposfera) comporta-se como 
poluente tóxico. É o principal representante do grupo de poluentes 
designados genericamente por oxidantes fotoquímicos, sendo formado pela 
reação dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio presentes no ar, sob ação 
da radiação solar. Pode causar irritação dos olhos e redução da capacidade 
pulmonar, agravar doenças respiratórias, diminuir a resistência contra 
infecções e ser responsável por disfunções pulmonares, como a asma. O 
ozônio interfere na fotossíntese e causa danos às obras de arte e estruturas 
metálicas; 
 dióxido de nitrogênio - NO2 – é formado pela reação do óxido de nitrogênio e 
do oxigênio reativo presentes na atmosfera. Pode provocar irritação da 
mucosa do nariz, manifestada através de coriza, e danos severos aos 
pulmões, semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar. Além dos 
efeitos diretos à saúde, o NO2 também está relacionado à formação do ozônio 
e da chuva ácida. 
 
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UNIDADE 7 – MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL 
ADOTADO POR MINAS GERAIS 
 
Como vimos, a definição de indicadores ambientais tem como objetivo 
compor um método para a avaliação de desempenho da política pública de meio 
ambiente. Os Indicadores constituem-se em instrumentos de avaliação, que devem 
ser adequados às realidades ambiental e socioeconômica da região a ser avaliada. 
O desenvolvimento de método de avaliação de política pública consiste em 
buscar um julgamento de valor para um conjunto de ações governamentais, visando 
informar a sociedade e subsidiar os tomadores de decisão. Contudo, é importante 
lembrar que todo método de avaliação é tão somente um instrumento que sinaliza 
caminhos, em direção a rumos que devem ser estabelecidos com o apoio e inclusão 
de mecanismos participativos e democráticos. 
O presente método foi desenvolvido para a realidade de países em 
desenvolvimento e aplicado ao Estado de Minas Gerais. O marco referencial para o 
método desenvolvido contemplou os principais aspectos e impactos ambientais 
observados em Minas Gerais, que foram analisados segundo o método 
Pressão/Estado/Resposta, validado por experiências nacionais e internacionais. 
Os indicadores identificados foram agregados em seis temas – Ar, Água, 
Solo, Biodiversidade, Institucional e Socioeconomia – e submetidos a um processo 
de escolha e priorização por meio do método Delphi, painel de especialistas, 
levantando opiniões de 150 especialistas e tomadores de decisão na política pública 
de meio ambiente, em âmbito nacional. 
Esse processo, além de reduzir a subjetividade implícita ao tema, permitiu a 
definição e atribuição de pesos aos indicadores, em função das prioridades a eles 
conferidas, para fundamentar a composição de um índice ambiental, mantendo a 
agregação segundo os temas previamente definidos. 
O modelo foi testado no Estado de Minas Gerais, para o período de 1977 a 
2003, sendo aplicado anualmente a partir de 2004. Os resultados encontrados no 
estudo de caso e anos subsequentes, indicam que ele é satisfatório, coerente e de 
fácil aplicação, permitindo a identificação de pontos críticos decorrentes da 
implementação da política de meio ambiente. 
 
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ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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Verifica-se que os sistemas água e biodiversidade representam mais de 50% 
do índice, confirmando a sua importância estratégica na implementação da política 
pública de meio ambiente em Minas Gerais, que detém as maiores reservas de água 
no Brasil, fora da bacia amazônica. Por outro lado, a priorização da dimensão 
ambiental, propriamente dita, pode ser observada pela representação dos sistemas 
Ar, Água, Solo e Biodiversidade, com valores superiores a 80% do índice. O modelo 
também prioriza os indicadores de qualidade ambiental evidenciando avaliações de 
efetividade, e não apenas eficiência e eficácia, para as políticas implementadas. 
Sugerimos a leitura do documento completo para analisarem os resultados 
obtidos pelo Estado de Minas Gerais. Ele se encontra disponível na internet: 
http://www.semad.mg.gov.br/images/stories/indicadores/2009/indicadores-
ambientais-2009-publicado-junho-2011.pdf 
 
1) AR 
1.1) Ar-1 Partículas Inaláveis – PM10 - As partículas inaláveis, também denominadas 
de PM10, são partículas de diâmetro inferior a 10 mícrons, que penetram no aparelho 
respiratório, podendo atingir os brônquios e os alvéolos pulmonares e causar 
alergias, asma, irritação crônica das mucosas, bronquite, enfisema pulmonar e 
pneumoconiose, definida como o acúmulo de pó nos pulmões e as reações do 
tecido pulmonar à presença deste pó. 
O indicador AR-1 é calculado, anualmente, pela porcentagem do número de 
amostras em atendimento ao padrão de 50 µg/m³ de ar, em relação ao número total 
de amostras para o parâmetro PM10. A metodologia adotada para o Estado 
considera a qualidade do ar Boa quando as concentrações médias, durante um 
período de 24 horas, não ultrapassam o padrão estabelecido para a média anual, 
que é de 50 µg/m³ de ar. 
1.2) Índice Ar - O Índice Ar é composto apenas pelo indicador AR-1, ponderado pelo 
coeficiente 0,131, valor do peso relativo desse indicador. Assim, tem-se IAR = 0,131 
AR-1, sendo: 
AR-1 = % medições com valores < 50 µg/m³, para PM10 
AR-1 = % medições com valores < 80 µg/m³, para PTS. 
AR-1 = % medições com valores < 10 µg/m2/30 dias, para PS. 
 
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de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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2) ÁGUA 
2.1) AG-1 Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO 
A DBO é definida como a quantidade de oxigênio consumida na oxidação 
biológica de matéria orgânica presente nas águas, constituindo-se no parâmetro 
mais utilizado para medir a poluição de origem orgânica. 
A matéria orgânica ocorre naturalmente nas águas, em nível reduzido, em 
razão da decomposição de folhas, fezes e animais mortos de origem silvestre. O 
aumento da concentração de matéria orgânica nas águas é provocado 
principalmente por despejos de esgotos de natureza orgânica de origem doméstica 
ou industrial 
O indicador AG-1 é calculado pela porcentagem do número de amostras de 
DBO em atendimento aos padrões estabelecidospela Deliberação Normativa 
Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso de água 
amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente 
0,047. Para o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução CONAMA n° 
20/86, enquanto que de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e 
em 2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008. 
2.2) AG-3 Coliformes termotolerantes 
As bactérias do grupo coliformes são ainda consideradas os principais 
indicadores de contaminação fecal, tendo grande importância para relacionar 
qualidade de água com a saúde da população. Este indicador é de grande 
significado para as políticas públicas de saúde, uma vez que no país ainda é muito 
relevante a incidência de doenças de veiculação hídrica, transmitidas pela via feco-
oral. 
O indicador AG-3 é calculado pela porcentagem do número de amostras de 
Coliformes termotolerantes em atendimento aos padrões estabelecidos pela 
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do 
trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras, 
ponderado pelo coeficiente 0,06. O parâmetro coliformes fecais pode ser substituído 
por Escherichia coli, conforme previsto na Resolução CONAMA 357/05 de 18 de 
março de 2005. 
2.3) AG-4 Oxigênio dissolvido – OD 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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O oxigênio encontrado dissolvido nas águas provém naturalmente de 
processos cinéticos de transferências gasosas e fotossintéticas, sendo fundamental 
para a sobrevivência das comunidades aquáticas aeróbicas, que necessitam do 
oxigênio para seus mecanismos de respiração. O teor de oxigênio dissolvido nas 
águas varia em função da temperatura da água e da pressão atmosférica – 
diretamente proporcional à pressão e inversamente à temperatura. 
O indicador AG-4 é calculado pela porcentagem do número de amostras de 
Oxigênio dissolvido em atendimento aos padrões estabelecidos pela Deliberação 
Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso 
de água amostrado, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo 
coeficiente 0,0047. Para o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução 
CONAMA n° 20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e em 
2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008. 
2.4) AG-5 Toxidez alta 
O índice de contaminação por toxidez, considerado no Índice de Qualidade 
das Águas – IQA desenvolvido pela agência ambiental norte americana (EPA) e 
adaptado pelo CETEC, considera as seguintes substâncias: amônia, arsênio, bário, 
cádmio, chumbo, cianetos, cobre, cromo hexavalente, fenóis, mercúrio, nitritos, 
nitratos e zinco. A violação do padrão de uma única substância que compõe o índice 
é o suficiente para se verificar a desconformidade. 
A metodologia para a conceituação do nível de toxidez se dá a partir dos 
seguintes critérios: 
 alta toxidez – valores superiores a duas vezes o padrão de referência; 
 média toxidez – valores entre 1,5 a 2 vezes o padrão de referência; 
 baixa toxidez – valores entre 1,2 a 1,5 vezes o padrão de referência; 
 nenhuma – até 1,2 vezes o valor do padrão de referência. 
O indicador AG-5 é calculado pela porcentagem do número de amostras de 
índice de contaminação por toxidez alta, em atendimento aos padrões estabelecidos 
pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da classe 
do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número total de amostras, 
ponderado pelo coeficiente 0,047. Para o período até 2004, a referência adotada foi 
 
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a Resolução CONAMA n° 20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 
357/05 e em 2008 a Resolução Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008. 
2.5) AG-12 Porcentagem de população com esgotos tratados ou dispostos 
adequadamente 
Um dos aspectos mais importantes da poluição das águas, em países em 
desenvolvimento, está relacionado com o lançamento de esgotos domésticos “in 
natura” nos corpos de água, sem nenhum tipo de tratamento, representando elevado 
potencial de transmissão de doenças de veiculação hídrica. 
O indicador AG-12 é calculado, anualmente, pela porcentagem da população 
urbana com tratamento de esgoto em relação à população urbana total, devendo ser 
ponderado pelo coeficiente 0,081. O padrão de referência é 100% de população 
urbana com tratamento. 
O Índice Água é composto pelos indicadores AG-1, AG-3, AG-4, AG-5 e AG-
12, ponderados pelos respectivos pesos, sendo calculado, anualmente pela 
expressão: IÁGUA = 0,047 (AG-1 + AG-4 + AG-5) + 0,060 AG-3 + 0,081 AG-12, 
sendo: 
 AG-1 = % medições com valores < padrão da classe; 
 AG-3 = % medições com valores < padrão da classe; 
 AG-4 = % medições com valores > padrão da classe; 
 AG-5 = % medições com valores < duas vezes os padrões da classe; 
 AG-12 = % de população urbana com esgoto tratado. 
 
3) SOLO 
3.1 SL-2 Porcentagem de população com disposição adequada de lixo 
Os resíduos sólidos urbanos, comumente denominados lixo, lançados 
indiscriminadamente no solo, constituem-se também em um dos maiores problemas 
ambientais nos países em desenvolvimento. Os depósitos a céu aberto – lixões – 
são focos de proliferação de vetores como moscas, baratas e ratos, que podem 
transmitir doenças como amebíases, diarréias, helmintoses, febre tifoide e 
paratifoide, peste bubônica e leptospirose, além de provocar poluição do solo e das 
águas. 
 
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autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos 
ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação 
de dados – sem o consentimento por escrito da Facige. 
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O cálculo deste indicador é realizado apenas para a população urbana, a 
exemplo do cálculo para tratamento de esgotos, e o padrão de desempenho 
estabelecido é de 100% para a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos. 
O indicador SL-2 é calculado, anualmente, pela porcentagem da população 
urbana com disposição adequada de lixo em relação à população urbana total, 
ponderado pelo coeficiente 0,1291, valor do peso relativo desse indicador. 
3.2) SL- 5 Quilograma de agrotóxico/hectare de área cultivada 
Os agrotóxicos são substâncias químicas, herbicidas, inseticidas, fungicidas, 
acaricidas, nematicidas, bactericidas, vermífugos, hormônios e adubos químicos, 
usados na lavoura, pecuária e mesmo no ambiente doméstico. A utilização de 
agrotóxicos teve início na década de 1920 para proteger a agricultura contra as 
pragas que atacavam as plantações, mas foi após a segunda guerra mundial que 
sua utilização teve grande expansão. No Brasil, a sua utilização tornou-se mais 
intensa a partir da década de 1960. 
Na ausência de padrões ou referências bibliográficas para definição de 
padrão de desempenho, considerou–se a taxa de 1,5 kg de produto/ha como uma 
meta de referência desejada, levando-se em conta as menores taxas de aplicação 
de agrotóxico no mundo. 
O indicador SL-5 é calculado pela razão entre a quantidade de agrotóxico 
comercializado, pela área cultivada no Estado de Minas Gerais. Os agrotóxicos 
comercializados

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