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PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE Esta unidade analisará os princípios do Meio Ambiente. Elencadas estão: a) a legislação vigente, ante a proteção do meio ambiente b) as técnicas e formas de proteção desenvolvidas nos mercados de trabalho c) a educação ambiental d) a responsabilidade socioambiental. Trata-se de um estudo qualitativo, que busca relacionar as questões ambientais ao mercado de trabalho, na tentativa de desenvolver técnicas de produção, ensino e extensão mais sustentáveis e conscientes. O tema da apostila justifica-se por conta da sua real e persistente relevância, dado que o contexto social, econômico e político que a sociedade brasileira tem enfrentado nos últimos anos, claramente impacta nas relações interpessoais e, por conseguinte, no meio ambiente. Os resultados revelam que ações e técnicas mais eficazes já existem, mas há deficiência nas fiscalizações e monitoramento, bem como nas aplicações das leis e penalizações que abrem margem para possíveis comportamentos violáveis e perturbadores ao meio ambiente, consequentemente, a todos que o rodeiam. Palavras-chave: Meio ambiente, proteção, leis ambientais, sustentabilidade. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 6 CAPÍTULO 1 – PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ........................................... 8 1.1 O meio ambiente ............................................................................................ 8 1.2 Histórico sobre a questão ambiental .............................................................. 9 1.2.1 Antropocentrismo ........................................................................................... 9 1.2.2 Ecocentrismo ............................................................................................... 10 1.3 Evolução histórica: preocupação com o meio ambiente .............................. 10 1.4 Meio ambiente e ecologia ............................................................................ 12 1.4.1 Meio ambiente ecologicamente equilibrado ................................................. 13 1.5 Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) ............................................... 15 1.5.1 Instrumentos da PNMA ................................................................................ 16 1.6 O Zoneamento Ambiental ............................................................................ 16 1.7 A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) ...................................................... 17 1.8 O Licenciamento Ambiental ......................................................................... 18 1.9 Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA ........................................ 19 CAPÍTULO 2 – POLUIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL ........................................ 22 2.1 Poluição ....................................................................................................... 22 2.2 Tipos de poluição ......................................................................................... 23 2.2.1 Poluição atmosférica .................................................................................... 23 2.3 Formas de controle de emissão de gases .................................................... 31 2.3.1 Tecnologias integradas ................................................................................ 31 2.3.2 Tecnologias de final de linha ........................................................................ 31 2.4 Tecnologias de Controle de Poluição do Ar ................................................. 32 2.4.1 Ciclones ....................................................................................................... 32 2.4.2 Lavadores de Gases .................................................................................... 33 2.4.3 Filtros de tecido ou de mangas .................................................................... 34 2.4.4 Precipitadores Eletrostáticos ........................................................................ 35 2.5 Poluição Hídrica ........................................................................................... 35 2.5.1 Eutrofização ................................................................................................. 39 2.6 Tipos de Processos de Tratamento.............................................................. 40 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.6.1 Processos Físicos ........................................................................................ 40 2.6.2 Processos químicos ..................................................................................... 41 2.6.3 Processos Biológicos ................................................................................... 42 2.7 Classificação dos Sistemas de Tratamento ................................................. 43 2.7.1 Tratamento Preliminar .................................................................................. 43 2.7.2 Tratamento Primário ..................................................................................... 43 2.7.3 Tratamento Secundário ................................................................................ 44 2.7.4 Tratamento Terciário .................................................................................... 44 2.7.5 Tratamento de Lodos ................................................................................... 44 2.7.6 Tratamento Físico-Químico .......................................................................... 44 CAPÍTULO 3 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ............................................................ 45 3.1 Legislação Ambiental ................................................................................... 45 3.2 Conceito EPIA/RIMA .................................................................................... 48 3.3 Código Florestal ........................................................................................... 51 3.4 Acidentes Ambientais e Planos de Contingência ......................................... 53 CAPÍTULO 4 - RESÍDUOS SÓLIDOS: ABORDAGEM E TRATAMENTO ............... 60 4.1 Objeto e Objetivos ........................................................................................ 60 4.2 Logística Reversa......................................................................................... 61 4.3 Classificação dos Resíduos ......................................................................... 63 4.4 Tratamento de resíduos sólidos ................................................................... 64 4.4.1 Aterros sanitários ......................................................................................... 64 4.4.2 Compostagem ..............................................................................................66 4.4.3 Incineração ................................................................................................... 67 4.4.4 Pirólise ......................................................................................................... 68 4.4.5 Biodigestão anaeróbia .................................................................................. 69 4.5 Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos ............................ 70 CAPÍTULO 5 – NOÇÕES DEGESTÃO AMBIENTAL .............................................. 74 5.1 Introdução à Gestão Ambiental .................................................................... 74 5.2 Processo de planejamento ........................................................................... 75 5.3 Sistema de Gestão Ambiental ...................................................................... 77 5.3.1 Aspectos Ambientais .................................................................................... 80 5.3.2 Auditoria ambiental....................................................................................... 82 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5.3.3 Avaliação de desempenho ambiental (ADA) ................................................ 83 5.3.4 Rotulagem Ambiental ................................................................................... 83 5.3.5 Análise do Ciclo da Vida (ACV) .................................................................... 86 5.4 Responsabilidade socioambiental ................................................................ 86 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 89 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO O meio ambiente é um tema que vem sendo discutido ao longo do tempo em todas as esferas do mundo, mas o seu conceito começou a (re) modificar-se e, com isso, sua totalidade em relação a sua aplicabilidade passou a tomar grandes proporções. Por ser um tema complexo, tem o objetivo de investigá-lo e entendê-lo em todas as partes e dimensões. A partir da modernidade e com a revolução industrial, o meio ambiente tornou- se pauta principal, onde sua discussão a nível mundial girou em torno de sua definição, preservação e proteção. Isto se deu quando estudiosos começaram a perceber que os recursos naturais presentes no meio ambiente são finitos. Diante desta preocupação, grande parte dos estudos voltados ao meio ambiente versam sobre o desenvolvimento sustentável, a conservação das faunas e floras, uso consciente e o consumo reduzido, buscando manter o equilíbrio ecológico e, consequentemente, atuando no impacto da saúde, segurança e bem-estar das comunidades. No primeiro capítulo dessa unidade, alguns conceitos básicos serão tratados, tais como antropocentrismo, ecocentrismo, meio ambiente e ecologia, bem como sua importância no contexto do meio ambiente, objetivando uma visão ampla das transformações, conquistas e movimentos, que versam sobre os diferentes olhares do meio ambiente. No segundo capítulo, trataremos sobre a poluição e seus tipos. Discorreremos sobre as principais formas de poluição existentes e, ao longo da unidade, serão apresentadas de forma detalhada a poluição hídrica e a poluição atmosférica, exibindo dois exemplos de poluição muito recorrentes no Brasil e suas formas de tratamento. Pensando nas dinâmicas legais que regem os conceitos e as definições, iremos, no terceiro capítulo, tratar das normativas e leis, código florestal e suas mudanças no novo modelo, bem como o conceito de EPIA/RIMA. Este capítulo abordará de forma ampla as leis que versam sobre o meio ambiente e tudo o que o compõe, na busca pela sua proteção. 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O quarto capítulo será trabalhado sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, explorando as classificações de resíduos sólidos, seus impactos, bem como algumas formas de tratamento existentes para as finalidades destes. No último capítulo será abordada a Gestão Ambiental, bem como os processos que a regem para um bom funcionamento, atrelada à ideia de responsabilidade ambiental, que buscará trazer a consciência de um cuidado coletivo visto que, como na Lei 6.938 de 1981, o meio ambiente é um bem público e deve ser protegido por todos. A importância da temática ambiental impacta diretamente nas relações de trabalho, por serem as formas mais ativas de vivência em sociedade. A partir do trabalho, são envolvidas as comunidades e sociedades, portanto, buscar novas formas e aplicar métodos eficazes no cuidado coletivo é de extrema importância em um espaço extremamente diversificado e de grande impacto mundial como o mercado de trabalho. Bons estudos! 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 – PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE 1.1 O meio ambiente A definição de meio ambiente é, muitas vezes, complicada de se fazer em poucas palavras, devido ao grau de complexidade do meio ambiente propriamente dito, que envolve muitos aspectos naturais e sociais. Abaixo, seguem-se algumas tentativas de definição do termo meio ambiente propostas por Coimbra (2002), Meio ambiente é o conjunto dos elementos abióticos (físicos e químicos) e bióticos (flora e fauna), organizados em diferentes ecossistemas naturais e sociais em que se insere o homem, individual e socialmente, num processo de interação que atenda ao desenvolvimento das atividades humanas e à preservação dos recursos naturais e das características essenciais do entorno, dentro das leis da natureza e de padrões de qualidade definidos (COIMBRA, 2002). A segunda definição trazida por Coimbra (2002) é mais concisa do que a anterior e sua definição é a seguinte:“Meio ambiente é o conjunto dos elementos físicos, químicos e biológicos e de suas múltiplas relações, ordenados para a perpetuação da vida e organizados em ecossistemas naturais e sociais, constituindo uma realidade complexa e marcada pela ação da espécie humana” (COIMBRA, 2002). A última definição proposta é a mais concisa possível, e define o meio ambiente como sendo a realidade complexa resultante da interação da sociedade humana com os demais componentes do mundo natural, no contexto do ecossistema da Terra (COIMBRA, 2002). Figura 1: O meio ambiente e a humanidade Fonte: Lima, 2015. 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos,inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. IMPORTANTE! A definição de meio ambiente não é uma tarefa fácil pela complexidade envolvida no contexto (existem inúmeros aspectos a serem levados em conta, como os aspectos naturais e sociais). 1.2 Histórico sobre a questão ambiental 1.2.1 Antropocentrismo O Antropocentrismo surgiu na Europa no final da Idade Média, esta é uma visão que considera o homem como o centro do cosmos, sugerindo que ele deve ser o centro das ações, da expressão cultural, histórica e filosófica. Cercado de novas descobertas, a influência do antropocentrismo (homem como o centro do mundo), exacerbou descobertas nas ciências, principalmente nas ciências naturais como a física. Neste tempo de descobrimento, o homem começa a ganhar força, e torna-se o detentor do poder diante do controle da natureza, colocando-a como uma “auxiliar”, podendo ser usada para satisfação das necessidades intrinsecamente humanas. Figura 2- Representação esquemática do antropocentrismo Fonte: Alves, 2012. Considera-se que na passagem da era medieval (tempo em que a igreja e a Bíblia eram mandamentos superiores), para o renascimento (tempo de novas descobertas, o homem se impõe e Deus ganha a qualidade de um ser divino que está sob a terra e não mais no centro das decisões humanas), essa fase é a que se inicia o antropocentrismo. 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.2.2 Ecocentrismo O Ecocentrismo é um movimento que, ao contrário do Antropocentrismo, coloca o homem e a natureza em pesos equivalentes, ou seja, acredita que o ser humano é parte essencial da natureza, assim como a mesma é parte fundamental na vida do homem. Considera todos uma unidade, trazendo consigo a importância de estar sempre em equilíbrio, para o funcionamento correto do ciclo da vida. Figura 3 - Representação esquemática do ecocentrismo Fonte: Alves, 2012. 1.3 Evolução histórica: preocupação com o meio ambiente Os efeitos dos impactos ambientais, advindos das modificações do homem, começaram a preocupar muitos estudiosos, ambientalistas e agências governamentais a partir da década de 1950 em todo o mundo. A busca neste tempo era sobre formas de proteger o meio ambiente. Segundo o Ministério da Educação (2012), tornaram-se hegemônicas na civilização ocidental as interações sociedade/natureza adequadas às relações de mercado. A exploração dos recursos naturais se intensificou muito e adquiriu outras características, a partir das revoluções industriais e do desenvolvimento de novas tecnologias, associadas a um processo de formação de um mercado mundial, que transforma desde a matéria-prima até os mais sofisticados produtos em demandas mundiais. Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000) analisaram e perceberam que o movimento ambientalista ocorre de fato no século XX, com a Conferência Científica 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre a conservação e a utilização de recursos em 1949, e com a Conferência sobre a biosfera, feita em Paris, em 1968. Mas um grande marco sobre o meio ambiente foi a Conferência de Estocolmo, em 1972 (I CNUMAD), que teve por objetivo conscientizar os países sobre a importância da conservação ambiental como fator fundamental à manutenção da espécie humana. A palavra-chave em Estocolmo foi poluição. “Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Através da ignorância ou da indiferença podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, através do maior conhecimento e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas…” “Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futuras gerações se tornou uma meta fundamental para a humanidade.” Trechos da Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente (Estocolmo, 1972). O Relatório Brundtland, conhecido como "Nosso Futuro Comum”, foi elaborado pela Comissão Mundial para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente (CMDM) em 1987. Tal relatório tornou conhecida mundialmente a definição de desenvolvimento sustentável, sendo este documento um marco histórico, buscando enfrentar os problemas ocasionados, garantindo um futuro a todos. Em sua definição, desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades” (Barbieri, 2004, Frey e Camargo, 2003 e Jacobi, 1999). Na década de 90, a II Conferência Nacional da ONU, aconteceu no Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, sediou a Rio 92, que tinha como tema o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida também como Cúpula da Terra, resultando em importantes documentos como a Carta da Terra (conhecida como Declaração do Rio) e a Agenda 21. Em 1997, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas aconteceu no Japão. Neste evento houve a pactuação do tratado conhecido como Protocolo de Kyoto, que exigiu metas para redução da emissão de gases na atmosfera. Nos anos 90, a preocupação com o meio ambiente ganhou espaço, os locais de discussão e escuta, os tratados e a união dos países em busca de um 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. mundo melhor configuraram grandes revoluções no quesito “pensar/ser meio ambiente”. O século XXI também não ficou para trás na busca pela proteção ao meio ambiente, exatos 10 anos após a cúpula da terra acontecer no Rio de Janeiro, com estipulação de metas na agenda 21 para os países, a ONU realizou o RIO+10, em Joanesburgo na África do Sul. Conhecida como a cúpula mundial, teve como discussão central o desenvolvimento sustentável, uma das pautas que mais foram debatidas foram sobre o estabelecimento de medidas para redução de 50 % das pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza, até 2015, uso da água, manejo dos recursos naturais e desenvolvimento sustentável. Rio+20 foi o nome dado à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Ao todo foram 193 países participantes, e o objetivo principal foi a reafirmação e a renovação da participação dos países nas metas. Esta meta teve em debate a economia verde, a erradicação da pobreza e a estrutura para o desenvolvimento sustentável. A partir desse breve contexto histórico, percebe-se que as questões ambientais foram ganhando força e espaço nas discussões mundiais. As conferências tiveram papéis importantes na criação deste vínculo, que buscou integrar uma visão holística para que o homem visse a natureza como sua fonte de vida. Passamos, portanto, pelas fases dereivindicações, definições e nomenclaturas, como o desenvolvimento sustentável, e temos a partir dos anos 90, uma geração mais ativa e consciente das questões ambientais no Brasil e no mundo. FIQUE LIGADO! Para saber mais sobre as conferências mais importantes, bem como o contexto histórico, acesso o link da página da ONU Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/>. 1.4 Meio ambiente e ecologia A palavra "ambiente" vem do latim ambiens, tendo significado de "que rodeia". O termo meio ambiente pode ser percebido de várias formas. Para a definição da 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) brasileira, estabelecida pela Lei 6938 de 1981, o meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Figura 4- Meio Ambiente Fonte: Ambiental, 2018. 1.4.1 Meio ambiente ecologicamente equilibrado Segundo o art.225, caput, da Constituição: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Esse dispositivo pode ser dividido em quatro partes: a) Meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental da pessoa humana (direito à vida com qualidade); b) o meio ambiente é um bem de uso comum do povo, bem difuso, portanto, indisponível; c) o meio ambiente é um bem difuso e essencial à sadia qualidade de vida do homem; d) o meio ambiente deve ser protegido e defendido pelo Poder Público e pela coletividade para as presentes e futuras gerações. 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Ecologia A palavra ecologia foi definida pela primeira vez em 1866 por Ernst Haeckel e, para ele, ecologia era “a ciência capaz de compreender a relação do organismo com seu ambiente”. Ricklefs em 1973, definiu a ecologia como “o estudo do ambiente natural, particularmente as relações entre os organismos e suas adjacências”. A ecologia pode ser considerada uma das ciências mais antigas. A vontade de conhecer e entender tudo o que nos cerca, bem como nosso próprio corpo, vem de tempos mais antigos, contudo, nos últimos anos, o interesse em desvendar estes mistérios vem aumentando, assim como a busca pela conservação do meio ambiente, a preservação dos recursos naturais, fauna e flora. A ecologia humana busca entender a interação entre os atributos naturais e culturais da sociedade dos homens e fazer um paralelo entre a organização social dos seres humanos e a dos outros seres vivos, mostrando maior ou menor capacidade de dominar o meio ambiente. (SILVEIRA; PHILIPPI, 2014). A ecologia humana vai além da demografia, uma vez que lida com fatores externos e com a dinâmica interna das populações humanas, que são parte das comunidades bióticas e dos ecossistemas. Ela estende-se além da ecologia pois aborda a flexibilidade na conduta humana, sua habilidade em controlar o meio e o desenvolvimento cultural, em parte independente do meio ambiente. A cultura, por sua vez, é a maneira como as pessoas vivem em determinadas áreas, em determinados períodos. (SILVEIRA; PHILIPPI, 2014). SAIBA MAIS! Existem algumas variações de meio ambiente ecologicamente equilibrado: Meio ambiente natural: meio ambiente natural é uma das espécies do meio ambiente ecologicamente equilibrado (art.225 da CF). Integram o meio ambiente natural a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora (art° 3°, V, da Lei n.6.938/81). Meio ambiente cultural: O meio ambiente cultural integra o patrimônio cultural nacional, incluindo as relações culturais, turísticas, arqueológicas, paisagísticas e naturais. Meio ambiente artificial: meio ambiente artificial é uma das espécies do meio ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no art.225 da CF. Meio ambiente artificial é gênero, cujas espécies são espaços rurais e urbanos. 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Meio ambiente do trabalho: meio ambiente do trabalho é uma das espécies do meio ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no art.225 da CF, estando intimamente relacionado com a segurança do empregado em seu local de trabalho. 1.5 Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) A Política Nacional do Meio Ambiente é uma lei que define os instrumentos de proteção do meio ambiente no Brasil. A Lei 6.938 de 31 de agosto 1981, dispõe as regras, mecanismos e demandas que buscam minimizar os problemas ambientais no território brasileiro. A política tem como finalidade prevista no artigo 2°, a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. Para isso, a lei considera o meio ambiente um bem público, a ser assegurado e protegido por todos. Em seus princípios, ela destaca a racionalização do uso do solo, o planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais, a proteção ao meio ambiente, assim como sua biodiversidade, o controle dos zoneamentos das atividades poluidoras. A lei tece definições precisas, são elas: Degradação ambiental: “alteração adversa das características do meio ambiente”. Recursos ambientais: “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora”. A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) traz como objetivos, em seu art. 4º, os seguintes: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilizaçãoracional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. A política em sua criação, contemplou a todas as esferas governamentais, sociais e políticas, e define que o meio ambiente, por ser um bem coletivo, deve ser cuidado por todos. 1.5.1 Instrumentos da PNMA No Brasil a Lei 6.938/81, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente corroborou para um maior reconhecimento sobre as questões ambientais existentes. Com a política, começou-se a vigorar pelo país instrumentos de avaliações, parâmetros regulatórios e padrões de exigência rigorosos, que foram de grande importância às questões ambientais atuantes. Entre vários instrumentos, estão estabelecidos pela Lei n° 6.938/81, em seu art. 9º: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de relevante interesse ecológico, pelo Poder Público Federal. IMPORTANTE! É necessário distinguir os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) dos instrumentos, pois, estes são frequentemente objetos de prova de concursos. 1.6 O Zoneamento Ambiental É uma delimitação de áreas, em que um determinado espaço territorial é dividido em zonas de características comuns e, com base nesta divisão, são estabelecidas as áreas previstas nos projetos de expansão econômica ou urbana. 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Embora o Estado e a União tenham poder para executá-lo, muitas vezes são feitos pelos municípios. 1.7 A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) Pode ser definida como uma série de procedimentos legais, institucionais e técnico-científicos, com o objetivo caracterizar e identificar impactos potenciais na instalação futura de um empreendimento, ou seja, prever a magnitude e a importância desses impactos (Bitar & Ortega, 1998). A figura abaixo ilustra as etapas desta avaliação: Figura 5- Análise dos Impactos Ambientais Fonte: Adaptado de Unesp, p. 02/12. O Estudo de Impacto Ambiental é previsto, segundo a Constituição Federal, para os casos de licenciamento de atividades que envolvam significativo impacto ambiental. Antonio Inagê, citado por Philippi et. al (2014), define a Avaliação de Impacto Ambiental como sendo: “Conjunto de métodos e procedimentos que, aplicados a um caso concreto, permite avaliar as consequências ambientais de um determinado Plano, Programa, Política (ou até mesmo de empreendimentos pontuais), aproveitando ao máximo suas consequências benéficas e diminuindo, também ao máximo possível, seus efeitos deletérios do ponto de vista ambiental e social. [...] Os métodos e procedimentos do AIA, portanto, nada mais são do que instrumentos colocados à disposição do empreendedor, público ou privado, para o apoio de sua decisão sobre a execução ou não de um empreendimento, assim como, no caso positivo, a melhor maneira de ele ser implementado. (OLIVEIRA, 2005 apud PHILIPPI et al., 2014). 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. IMPORTANTE! O roteiro mínimo a ser seguido por aqueles que devem realizar um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), pode ser visto abaixo, de acordo com o art.6º da Resolução Conama n. 1/86, (PHILIPPI et al, 2014). Diagnóstico ambiental da área: meio físico, meio biótico, meio socioeconômico Análise dos impactos e alternativas Medidas mitigatórias Programas de monitoramento e acompanhamento Sendo considerado: Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrográfico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas. Meio biótico: fauna, flora, destacando espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente. Meio socioeconômico: uso e ocupação do solo, usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. Fonte: PHILIPPI et al. 2014. 1.8 O Licenciamento Ambiental É o processo administrativo complexo que tramita perante a instância administrativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, e que tem como objetivo assegurar a qualidade de vida da população, por meio de um controle prévio e de um continuado acompanhamento das atividades humanas capazes de gerar impactos sobre o meio ambiente. SAIBA MAIS! O que significa Licenciamento Ambiental? 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. É o procedimento no qual o poder público, representado por órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, que utilizam recursos naturais ou que sejam consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. É obrigação do empreendedor, prevista em lei, buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais de seu planejamento e instalação, até a sua efetiva operação. Leia o Manual de Licenciamento Ambiental: Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf> 1.9 Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA Na edição da Lei 6.938/81, foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). A finalidade deste órgão é o de estabelecer padrões que viabilizem o desenvolvimento sustentável, a partir de mecanismos próprios, visando uma amplitude e eficiência na proteção do meio ambiente. A atuação desse conselho se fará por uma articulação coordenada dos órgãos e entidades, colhendo informações dos setores interessados, incluindo-se a opinião pública, para a formulação de uma posição comum ou de maioria. O destino fim dos órgãos é de cumprir o princípio maior presente da Constituição Federal e nas normas infraconstitucionais, nas diversas esferas da Federação. (SIRVINSKAS ,2008). Ao poder executivo, está designado apreciar o pedido de licenciamento e exercer o controle das atividades que se utilizam dos recursos naturais. Ao poder legislativo, cabe elaborar leis, fixar orçamentos para os órgãos ambientais e exercer o controle das atividades do executivo. Para o judiciário, cabe fazer a revisão dos atos administrativos praticados pelo executivo e exercero controle da constitucionalidade das normas. Ao ministério público, promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do meio ambiente. (art.129, III, da Constituição Federal). Os órgãos que compõem o SISNAMA, estão previstos na Lei 6.938/81, art. 6°: a) Conselho de Governo (órgão superior); b) CONAMA (órgão consultivo, deliberativo e normativo); c) Ministério do Meio Ambiente-MMA (órgão central); 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. d) IBAMA (órgão executor); e) Órgãos da Administração federal direta, indireta ou fundacional, encarregados de proteger o meio ambiente (órgãos setoriais); f) Órgãos e entidades estaduais ambientais: SEMA, CONAMA, CETESB, DEPRN, Polícia Militar Ambiental etc. (órgãos seccionais); g) Órgãos que entidades municipais ambientais (órgãos locais). Mediante as organizações destacam-se as funções principais competidas a cada órgão existente no SISNAMA: Figura 6 - SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente Fonte: Brenny, 2010. ATENÇÃO Estudante, atente-se aos objetivos e princípios da Política Nacional do Meio Ambiente, bem como o SISNAMA, a servidão ambiental e toda sua composição, estes são assuntos que caem com frequência nos mais variados concursos brasileiros. 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SAIBA MAIS! As diretrizes que compõem o zoneamento, as taxas de licenciamento, e a competência a fundo dos órgãos, além de toda explicação dos instrumentos do SISNAMA se encontram no site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm> E para complementar o estudo, o artigo: “Breve análise dos instrumentos da Política de Gestão Ambiental Brasileira”, apresenta uma introdução boa sobre os instrumentos presentes na Lei 6.938 de 1981. IMPORTANTE! Bom pessoal, chegamos ao fim deste capítulo e, para reforçar os seus estudos, deixarei algumas recomendações bibliográficas relevantes: PHILIPPI, Jr., ROMÉRO, M., BRUNA, G. Curso de Gestão Ambiental 2ed. Atual. eampl. Barueri-SP: Manole, 2014 (Coleção ambiental, v.13). RUPPENTHAL, Janis. Gestão Ambiental. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, Rede e-TEC, Brasil 2014. 128 p. 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 – POLUIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL 2.1 Poluição Como vimos ao longo do capítulo, a concepção, definição e estruturação de meio ambiente e ecologia, passaram por várias (re)modificações através dos séculos, e o que os tornaram evidentes e pautas de grandes estudos. A causa disso foi exatamente a sua escassez. E porque isso aconteceu? Com os rápidos avanços da sociedade, observamos o crescente aumento pelos bens de consumo, enquanto que os bens de reposição dos recursos naturais têm se tornado cada vez mais escassos, isso advém um problema grande desencadeado por muitos fatores, dentre eles, a poluição. A poluição no meio do trabalho é tão grande, que o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (2016), revelou um número grande de intoxicações exógenas (causadas por agentes químicos, como poluentes no ar, compostos orgânicos voláteis, solventes, gases e líquidos inflamáveis, explosivos, tóxicos), este levantamento revelou que no território brasileiro acontece cerca de 4,8 milhões de casos a cada ano e, aproximadamente, 0,1 a 0,4% das intoxicações resultam em óbito. (Zambolim; Oliveira,2008) Este número grandioso, ainda não revela os casos que acometem a população em geral e o meio ambiente, fato este que amplia ainda mais os casos ocultos de poluição por intoxicações. IMPORTANTE! O entendimento sobre a poluição e seus modos de acometimento, designam uma atenção específica à importância de se pensar em modos saudáveis de trabalho, produção e consumo. A partir desta breve introdução, responda: O que é poluição para você? Segundo Braga, poluição “é uma alteração indesejável nas características do meio ambiente que pode levar direta ou indiretamente a danos à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e a outras espécies ou ainda deteriorar materiais” (BRAGA et al., 2005). 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A Lei 6.938 de 1981, que regulamenta a Política Nacional do Meio Ambiente, aborda poluição como poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem- estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. O poluidor, apresenta-se como “poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”. A degradação da qualidade ambiental também reitera este artigo no PNMA, expondo que a mesma se caracteriza como “a alteração adversa das características do meio ambiente”. Poluente segundo a lei 6.938/81,"é toda e qualquer forma de matéria ou energia liberada no meio ambiente em desacordo com as normas ambientais existentes, colocando em risco a saúde, a segurança ou o bem-estar comum". 2.2 Tipos de poluição A poluição possui diversas espécies, e se divide em linhas grandes e amplas como: a poluição atmosférica; a poluição hídrica; a poluição do solo; a poluição da fauna e flora; a poluição da biodiversidade; a poluição do patrimônio genético; a poluição de zonas costeiras, entre outros. No decorrer do capítulo, iremos discorrer sobre as (poluições atmosféricas e hídricas), adiante, deixaremos endereços e dicas de leituras que irão trazer mais detalhes para cada processo e para cada tipo de poluição. 2.2.1 Poluição atmosférica Atmosfera é a camada de ar que envolve a terra, nela há uma composição de aproximadamente 20% de oxigênio, 79% de nitrogênio e 1% de quantidades variáveis de vapor de água, dióxido de carbono entre outros gases nobres. A principal função desta é proteger a terra da radiação ultravioleta, funcionando 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. basicamente como uma (peneira), onde filtra os raios mais fortes, evitando o superaquecimentoda terra, consequentemente, evitando a morte na vida terrestre. A poluição atmosférica pode ser entendida como a modificação da sua constituição, exposta acima, estas mudanças provocam “buracos na camada de ozônio”, facilitando a entrada de uma quantidade excessiva de raios ultravioletas advindos do sol, isso pode e coloca em risco a saúde, a segurança e o bem-estar social. Há diversas fontes que podem ocasionar a sua modificação, entre elas listamos: a) pelas indústrias (fontes estacionárias); b) pelos transportes (fontes móveis); c) pelas queimadas (agropastoris e queima da palha da cana de açúcar); d) pelas usinas nucleares (advindo dos seus rejeitos e acidentes), pelas termelétricas (movidas a combustíveis fósseis, como óleo, carvão e ou gás natural) e por ondas eletromagnéticas (radiação por radiofrequência). Podemos classificar os poluentes em duas categorias: primários e secundários: Os poluentes primários são aqueles originados diretamente das fontes de emissão. Eles são o resultado de processos industriais, gases de exaustão de motores de combustão interna, entre outros. Podemos citar como exemplos os óxidos sulfurosos, óxidos nitrosos e materiais particulados (RUPPENTHAL ,2014). Os poluentes secundários são aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e constituintes naturais da atmosfera. Por exemplo, formação de ozônio, ácido sulfúrico, ácido nítrico. (RUPPENTHAL ,2014). 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 7 - Principais poluentes atmosféricos Fonte: Ruppenthal, 2014. A medição da qualidade do ar é realizada para um número restrito de poluentes que são definidos devido a sua importância, assim como pelos recursos disponíveis para seu acompanhamento. Esses poluentes medidos são utilizados como indicadores de qualidade do ar e usados globalmente. Eles foram escolhidos por causa da frequência de ocorrência e dos efeitos adversos resultantes e são: material particulado, óxidos de nitrogênio, dióxidos de enxofre, monóxidos de carbono, oxidantes fotoquímicos e compostos orgânicos voláteis. (RUPPENTHAL,2014). 2.2.1.1 Material particulado Partículas de material sólido ou líquido suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre outros. O tamanho destas partículas está associado à sua grandeza quanto aos problemas de saúde, quanto menor for a partícula, mais grave será os danos, pois, elas possuem a capacidade de se fixarem nas paredes do trato respiratório mais facilmente. O material particulado pode ser dividido em: Partículas Totais em Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis (MP10), Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) e Fumaça (FMC). Partículas inaláveis (MP10), são partículas de material sólido ou líquido suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. outros, com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 10 micrômetros. Partículas Inaláveis Finais (MP 2,5), são partículas de material sólido ou líquido suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre outros, com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 2,5 micrômetros, devido ao seu pequeno tamanho apresentam potencial para penetrar mais profundamente no sistema respiratório, podendo atingir os alvéolos pulmonares. Partículas Totais em Suspensão - PTS, são partículas de material sólido ou líquido suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre outros, com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 50 micrômetros; Fumaça (FMC), resulta da combustão incompleta de combustíveis orgânicos e está associada ao material particulado suspenso na atmosfera proveniente desses processos. O método de determinação da fumaça é baseado na medida de refletância da luz que incide na poeira (coletada em um filtro), o que confere a este parâmetro a característica de estar diretamente relacionado ao teor de fuligem na atmosfera. (RUPPENTHAL, 2014). Como definido acima, poluente é toda e qualquer forma de matéria ou energia liberada no meio ambiente que possa causar danos à saúde, a segurança e ao bem estar comum. Entre os poluentes que podem contaminar o ar, temos o dióxido de carbono (CO2), que permanece no ar por até 200 anos, o óxido nitroso (N2O, que tem um tempo de 114 anos de permanência, o metano (CH4), liberado principalmente pelo gado, que pode permanecer por 12 anos e o tetracloridro de carbono (CCI4), que tem um tempo de 85 anos presente no ar. Dentre os compostos nitrogenados, incluem-se N2O, NO NO2, NH3, sais de NO3–, NO2–, NH4, que são resultantes, em pequena parte, de processos industriais. Na maioria dos casos, estes são oriundos da combustão da gasolina e diesel em transporte e queima estacionário de combustíveis. 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Esses compostos são precursores do ozônio troposférico e, também, participam no processo de formação da chuva ácida. Também são imunotóxicos, agindo no trato respiratório e causando fibrose e enfisema. Também causam necrose em plantas e agem retardando seu crescimento. (RUPPENTHAL, 2014) Os componentes sulfurosos: o enxofre encontra-se nas seguintes formas: COS (carbonil sulfeto), CS2 (sulfeto de carbono), (CH3)2S (dimetil sulfeto), H2S (sulfeto de hidrogênio), SO2 (dióxido de enxofre), SO4 –2 (sulfatos). São gases incolores de odor pungente. As fontes naturais destes compostos do enxofre estão ligadas a degradação biológica, evaporação das águas oceânicas. Os solos ricos em enxofre constituem também, uma fonte natural de H2S. As fontes antrópicas são: combustão de madeiras, óleo diesel, petróleo bruto. O SO2 é um gás incolor com um odor irritante e azedo. Esse gás é altamente solúvel em água, sendo essa propriedade a base dos sistemas de separação úmida do SO2 e da formação de ácido sulfúrico no contato com a água ou vapor d’água (RUPPENTHAL ,2014). Ozônio e oxidantes fotoquímicos:O ozônio é um gás incolor e inodoro, normalmente encontrado na estratosfera onde age como um filtro para a radiação ultravioleta nociva do sol. Porém, quando é encontrado na troposfera, passa a ser um importante poluente por ser o principal componente da névoa fotoquímica. Esse gás é formado pela reação fotoquímica do óxido nitroso e compostos orgânicos voláteis na presença da radiação ultravioleta do sol. Trata-se de um oxidante fitotóxico (causa danos para as plantas) e citotóxico (causa danos nas células animais, inclusive o homem). (RUPPENTHAL, 2014) Com o aumento da emissão de partículas poluidoras na atmosfera, têm-se os eventuais acontecimentos, que versam desta falta de equilíbrio entre a emissão da poluição, alguns exemplos a serem citados são: a diminuição da camada de ozônio, a chuva ácida, o efeito estufa e o smog. 2.2.1.2 Diminuição da camada de ozônio Ozônio é umgás naturalmente presente na atmosfera. Cada molécula contém três átomos de oxigênio e é quimicamente designado por O3. (INPE/DGE, 2014) 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 8 - Formação do Ozônio Fonte: INPE/DGE. O ozônio pode ser encontrado em duas regiões da atmosfera: cerca 10% do ozônio atmosférico encontra-se na troposfera, região mais próxima da superfície da terra (entre 10 e 16 quilômetros) e os restantes 90% encontram-se na estratosfera, a uma distância entre 10 e 50 quilômetros. A sua maior concentração está presente na estratosfera, apelidada, “camada de ozônio”. (INPE/DGE, 2014) Figura 9 - Formação do Ozônio Fonte: INPE/DGE. A etapa inicial do processo de destruição do ozônio estratosférico pelas atividades humanas se dá por meio da emissão de gases contendo cloro e bromo. Por não serem reativos e por não serem rapidamente removidos pela chuva, nem pela neve, esses gases, em sua maioria ficam acumulados na baixa atmosfera. Quando sobem à estratosfera sofrem ação da radiação ultravioleta – radiação UV 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. liberando radicais livres que reagem com a molécula de ozônio, formando uma molécula de oxigênio, O2 e uma molécula de óxido de cloro, ClO, provocando a destruição do O3. O ClO tem vida curta e rapidamente reage com um átomo do oxigênio livre, liberando o radical livre que volta a destruir outra molécula de O3. Um único radical livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de ozônio, o que provoca a diminuição da camada de ozônio e prejudica a filtração da radiação UV (INPE/DGE,2014). Figura 10 - Destruição camada de ozônio. Fonte: Ambiente. Acesso em 2019. 2.2.1.3 Chuva ácida A chuva ácida é resultado da reação do dióxido de enxofre (SO2 ) e os óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), gases esse que são emitidos na atmosfera e transportados pelas correntes de ar. O SO 2 e o NO reagem com água, oxigênio e outros produtos químicos para formar ácidos sulfúrico e nítrico. Os processos que podem corroborar para a chuva ácida estão associados aos vulcões, mas em grande parte, as maiores fontes são: A queima de combustíveis fósseis; Veículos e equipamentos; https://planetabiologia.com/poluicao-do-ar-e-gases-poluentes-da-atmosfera/ 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Fabricação, refinarias de petróleos e outras indústrias. O ph natural da chuva, geralmente está em 06, na chuva ácida, este valor varia de 2 a 5. Os efeitos que a chuva ácida pode fazer ao meio ambiente pode ser a alteração do pH de lagos e prejudicando o ecossistema presente ali, como a fauna, a flora, tornando o solo mais ácido e com isso improdutivo. Esta também pode influenciar na corrosão de estruturas, muros, grades, entre outros. Figura 11- Formação Chuva Ácida. Fonte: Coelho, 2013. 2.2.1.4 Efeito estufa O efeito estufa é responsável pela manutenção da vida na terra. Este fenômeno natural acontece devido à absorção pelos oceanos e pela superfície terrestre da energia solar que chega ao planeta, resultando em um aquecimento, em que uma parte deste calor, irradiada ao espaço, é bloqueada pelos gases do efeito estufa. Sem a existência deste fenômeno a temperatura média na Terra seria mais baixa (-18°C). Essa troca de energia que ocorre entre a superfície e a atmosfera e faz com que a temperatura global chegue a 14°C. As emissões antrópicas de gases poluidores podem contribuir para a mudança do funcionamento deste fenômeno e 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. colaborar para mudanças climáticas grandes. Alguns gases que podem interferir neste processo são: O dióxido de carbono (CO2), gás metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), entre outros. 2.2.1.5 Smog O Smog pode ser conhecido como os efeitos secundários de poluentes formados por processos fotoquímicos, que são resultantes de emissões de NO e Hidrocarbonetos reativos de automóveis. 2.3 Formas de controle de emissão de gases As formas de controles de emissões de gases poluentes, compostos de gases ácidos (SOx), compostos orgânicos voláteis, NOx, HF e CO, evolvem técnicas fisico- químicas variadas. Existem algumas variedades de tecnologias que atuam no controle das emissões de gases, que se subdividem em dois grupos: tecnologias integradas e tecnologias de final de linha. 2.3.1 Tecnologias integradas Com a evolução da tecnologia e a partir de um melhor entendimento dos mecanismos de formação das emissões é possível retardar a formação das emissões in situ, através da oxidação e outras reações químicas.Vários processos de combustão podem ser empregados objetivando o controle integrado, incluindo a substituição ou reformulação dos compostos utilizados, temperaturas de reação mais baixas, utilização de catalisadores que interferem na formação de poluentes e ainda recuperação e reuso de solventes (RUPPENTHAL, 2014). 2.3.2 Tecnologias de final de linha Tecnologias de final de linha, como o próprio nome diz, são tecnologias de controle das emissões no final do processo, sendo geralmente, muito simples em termos de princípios físicos e/ou químicos. Os processos desenvolvidos para o controle das emissões variam, desde um simples lavador de um estágio, até sistemas complexos de múltiplos estágios com opção de reciclagem dos gases. 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Os fatores que devem ser considerados na seleção de equipamentos são: eficiência, padrões de emissão, consumo de energia, custo do investimento, custos de operação e manutenção, natureza física e química dos particulados e sua periculosidade. 2.4 Tecnologias de Controle de Poluição do Ar Existem diferentes equipamentos empregados no controle de particulados para purificação do ar. Os mais utilizados são separadores mecânicos (câmaras de sedimentação e ciclones), os filtros de manga, os precipitadores eletrostáticos e os lavadores de gases. As câmaras de sedimentação são simplesmente seções de dutos onde a velocidade do gás é diminuída, permitindo a sedimentação das partículas pela ação da gravidade. (RUPPENTHAL ,2014). 2.4.1 Ciclones São coletores centrífugos, nos quais os gases são injetados de modo a sofrer ação da forçacentrífuga obtida pela rotação de um cilindro gigante. As partículas (mais densas) caem para a parte inferior do cilindro, em função da gravidade, e são coletadas. Os gases por serem menos densos ascendem e saem pela parte superior (MOURA, 2011). 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 12 – Ciclones Fonte: UFES. Acesso em Setembro de 2020. 2.4.2 Lavadores de Gases Caracterizados por possuírem um tubo de entrada do gás com uma contração (ponto em que a velocidade aumenta e a pressão se reduz, pulverizando as partículas do líquido). O fluxo gasoso é utilizado para quebrar as partículas do líquido de lavagem (geralmente água). As partículas caem para a parte inferior do lavador e são coletadas para tratamento, enquanto os gases limpos saem pela parte superior (MOURA, 2011). 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 13 – Lavadores de gases Fonte: Ruppenthal, 2014. 2.4.3 Filtros de tecido ou de mangas Esse processo é utilizado na remoção de particulados de gases secos, característica das indústrias siderúrgicas de cerâmicas, e outros. Assemelha-se a um aspirador de pó, no qual os gases são induzidos a passar por um tecido, ficando retidas as partículas e formando uma camada de filtro (que posteriormente é removida por agitação ou refluxo), liberando os gases limpos. (RUPPENTHAL, 2014). Figura 14 – Filtro de tecido ou de mangas Fonte: Ruppenthal, 2014. 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.4.4 Precipitadores Eletrostáticos Neste equipamento, bem comum em indústrias de cimento e siderúrgicas, as partículas dos gases recebem carga elétrica, ficando portanto com cargas elétricas negativas, e quando os gases passam através de placas mantidas em um potencial positivo, as partículas são retidas nessa placa (por atração) e são removidas periodicamente através do batimento da placa com um “martelo” ( as partículas caem para um recipiente de coleta). (MOURA, 2011). 2.5 Poluição Hídrica A água se configura no elemento mais presente da terra, 97,5% do globo terrestre é coberto por água salgada, enquanto de 2,5 % é água doce proveniente de nascentes e geleiras, sendo no Brasil o clima tropical, a vegetação nos coloca em posição de vantagem, com abundância de água doce em nosso território. Mesmo com estes dados, a água está entre um dos elementos mais poluídos do mundo. A pesquisa da Agência Nacional de Água (ANA), em seus estudos, constatou que em sete estados, num total de 96 rios, córregos, cachoeiras e nascentes, 40% destes são ruins, ou seja, são impróprias para o consumo. A água é constituída por moléculas de hidrogênio e oxigênio (H2O), portanto, a sua poluição é considerada uma degradação da qualidade deste meio, sendo resultado da ação direta ou indireta com o despejo de matérias ou energias (sólido, líquido, gasosa) nas fontes. A água se apresenta de várias formas, elas podem estar no estado gasoso, líquido ou sólido, estando presente no subsolo, na superfície terrestre e na atmosfera, distribuindo-se tanto no subsolo, na superfície da Terra, bem como na atmosfera. Pela sua variabilidade de estados e locais presentes, a água é um elemento que está em constante circulação, passando de um estado para o outro, sem perder sua massa. O ciclo hidrológico, nos mostra como ocorre esta troca de estados, mantendo-se estáveis sua composição, seguindo a ordem de evaporação, transpiração, precipitação, escoamento superficial, infiltração e escoamento subterrâneo. O ciclo se inicia com a evaporação, a água evapora a partir dos oceanos e corpos d’água, formando as nuvens, que, em condições favoráveis, dão origem à precipitação, seja na forma de chuva, neve ou granizo. Após este acontece a precipitação, ao atingir o solo, pode escoar superficialmente até atingir os corpos d’água ou infiltrar até atingir o lençol freático. Além disso, a água, interceptada pela vegetação e outros seres vivos, retorna ao estado gasoso através da transpiração. A água retorna ao 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. mar através do escoamento superficial pelos rios, do escoamento subterrâneo pela descarga dos aquíferos na interface água doce/água salgada e, também, através da própria precipitação sobre a área dos oceanos. (Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS, 2014). Figura 15 - Ciclo Hidrológico Fonte: Ruppenthal, 2014. Portanto, percebe-se que os recursos hídricos abrangem as águas superficiais, as águas subterrâneas, os estuários e o mar territorial. Segundo a resolução 396/2008 do CONAMA, águas subterrâneas são águas que ocorrem naturalmente ou artificialmente no subsolo. A Agência Nacional de Águas (ANA) classifica as águas superficiais como aquelas que não penetram no solo, acumulam-se na superfície, escoam e dão origem a rios, riachos, lagoas e córregos. Por esta razão, elas são consideradas uma das principais fontes de abastecimento de água potável do planeta. Para Pritchard (1967) como corpos d’água costeiros, semiconfinados, onde ocorre a mistura de água doce, proveniente do continente, com água salgada do oceano. A Convenção das Nações Unidas, que versa no Direito do Mar, considera Mar territorial como uma faixa marítima de largura igual a doze milhas marítimas, 37 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. medidas a partir de uma linha de base, sendo linhas de base definida como a linha de baixa-mar (linha da maré mais baixa) ao largo da costa. A problemática do uso da água, versa sobre o seu consumo, sabemos que a água é necessária para o consumo humano e animal, para a geração de produtos e materiais, que geram economia. O uso sem racionalização e indiscriminado pela sociedade civil, desencadeia fatores como a escassez deste bem natural, no Brasil e no mundo. Para se ter uma ideia, no Brasil 62% da água é utilizado na agricultura, enquanto 20% no abastecimento de casas e 18% nas indústrias. Ou seja, a distribuição maior se encontra nos meios e modos de produção. Além do uso inadequado, bem como sua distribuição deturpada, temos a poluição de nossos afluentes, sendo mais uma forma de contaminação, não somente das águas superficiais, mas como vimos, das águas subterrâneas. E porqueesta preocupação? As águas subterrâneas compõem o equivalente a 96% da água no mundo, como exemplifica o esquema abaixo: Figura 16 - Porcentagem água subterrânea Fonte: Possas, 2011. As estratégias que compõem a luta no território brasileiro, para manutenção e qualidade da água, estão previstas na Lei n° 9433, de 8 de janeiro de 1997, conhecida como lei das águas, instituindo a Política Nacional de Recursos Hídricos. São objetivos desta política, conforme seu art. 2º: I - Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; II - A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; 38 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. IV - Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais. No art 5° segue os instrumentos utilizados: I - Os Planos de Recursos Hídricos; II - O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; III - A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; IV - A cobrança pelo uso de recursos hídricos; V - A compensação a municípios; VI - O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é uma forma de descentralizar o poder e as estratégias de avaliação, análise e monitoramento dos recursos hídricos brasileiros. Este sistema perante a Lei 9433/1997, tem como objetivos: I - Coordenar a gestão integrada das águas; II - Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos; III - Implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos; IV - Planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos; V - Promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos. Compõe este sistema, como previsto no art. 33: I – O Conselho Nacional de Recursos Hídricos; I- A Agência Nacional de Águas; II – Os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; III – Os Comitês de Bacia Hidrográfica; IV – Os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; V – As Agências de Água. Classificação da poluição hídrica Para classificação da poluição hídrica temos as seguintes alternativas: Poluição sedimentar: esta é resultado da acumulação de partículas em suspensão, tais como partículas de solo e de produtos químicos orgânicos ou inorgânicos insolúveis. Exemplos a serem citados são: os sedimentos contaminados com agrotóxicos. Poluição química: A poluição química é ocasionada por produtos químicos que possam afetar a fauna e a flora aquática, e pode ser dividida em dois 39 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. segmentos: Biodegradáveis – este que são decompostos por bactérias, como exemplo os detergentes, os inseticidas, fertilizantes, entre outros. E os persistentes, estes poluentes que se mantêm ao longo do tempo no meio ambiente e nos organismos, causando a contaminação de alimentos. Exemplo deste pode ser o mercúrio. Poluição térmica: Esta é relacionada aos despejos em rios de processos de refrigerações de refinarias e indústrias, estes causam aumento da temperatura da água e compromete a vida dos organismos vivos presentes naquele espaço. Poluição biológica: Esta se dá pela infecção por organismos patogênicos, sendo bactérias, vírus, protozoários entre outros que estão presentes no esgoto. 2.5.1 Eutrofização Este processo, a eutrofização, é um fenômeno que se dá pela proliferação excessiva das plantas aquáticas, estas causam interferência do copo d’água. Tal crescimento geralmente é iniciado ou estimulado por um volume grande de Nitrogênio e Potássio, que advêm de dejetos como adubos, fertilizantes, detergentes e esgotos. A camada criada por este excesso de plantas aquáticas forma uma “proteção” contra a luz solar na água, o que impede o processo de fotossíntese nas partes mais profundas, ocasionalmente, interfere no abastecimento de oxigênio para as formas de vida existentes nesta porção hídrica. 40 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 17 - Eutrofização Fonte: Fonseca, 2016. 2.6 Tipos de Processos de Tratamento O processo de tratamento dos efluentes, consiste na remoção de poluentes, sendo cada método, dependente das condições físicas, químicas e biológicas, alinhada a cada caso. IMPORTANTE Conceito de efluentes: Efluentes são rejeitos resultantes de processos produtivos ou mesmo do consumo humano. Saiba mais:<https://www.infoescola.com/ecologia/efluentes/> 2.6.1 Processos Físicos São assim definidos devido aos fenômenos físicos que ocorrem na remoção ou transformação de poluentes das águas residuárias. Tais processos são utilizados para separar sólidos em suspensão nas águas residuárias. Também são empregados par equalizar e homogeneizar um efluente. Estão inclusos: (PHILIPPI et al., 2014). Remoção de sólidos grosseiros 41 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Remoção de sólidos sedimentáveis Remoção de sólidos flutuantes Remoção da umidade de lodo Homogeneização e equalização de efluentes Diluição de águas residuárias Os processos físicos utilizados às finalidades listadas acima envolvem dispositivos ou unidades de tratamento, tais como: Grades Peneiras estáticas, vibratórias ou rotativas Caixas de areia Tanques de retenção de materiais flutuantes Decantadores Leitos de secagem de logo Filtros prensa e a vácuo Centrífugas Adsorção em carvão ativado As grades e peneiras são utilizadas geralmente na remoção de sólidos grosseiros; as caixas de areia visam a remoção de partículas de areia; os tanques de retenção de materiais flutuantes são, muitas vezes, utilizado para remoção de gorduras, óleos e graxas e outras substâncias com densidade menor que a da água; os decantadores objetivam remover sólidos sedimentáveis em suspensão na água residuária; os leitos de secagem de lodos e as centrífugas são unidades de desidratação parcial, ao ar livre ou cobertas utilizadas para pequenos volumes; a adsorção em carvão ativado é destinada para remoção de sólidos orgânicos ou inorgânicos dissolvidos nas águas residuárias. (PHILIPPI et al., 2014). 2.6.2 Processos químicos