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Modulo de Direito Comercial - VERSAO FINAL FELIX HUO

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Prévia do material em texto

i 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Comercial 
 
Manual do Curso de Licenciatura em 
Direito 
 
 
ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 
 
 ii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
 
 iii 
 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), 
e contém reservados todos os Direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou 
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Coordenação do Programa de Licenciaturas 
Rua Dr. Lacerda de Almeida, N.o 211, Ponta - Gêa 
 
Beira - Moçambique 
Telefone: 23323501 
Cel: +258 823055839 
 Fax:23.324215 
 E-mail: direccao.geral@isced.ac.mz 
 Website: www.isced.ac.mz 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
http://www.isced.ac.mz/
 
 iv 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância − Coordenação do Programa das 
licenciaturas e o autor que elaborou o presente manual, Dra. Isolda da Conceição Guite, 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste 
manual: 
Pelo design e revisão final Prof. Dr. Horácio Emanuel N’Vunga e 
Prof. Dr. Zacarias Medeiro 
Financiamento e Logística SCA – Consultores; com especial destaque à 
pessoa do Dr. Robert Filimon Cambine. 
 
 
Elaborado Por: 
Nelson dos Santos Gonçalves Muzambue, Mestrado em Direito Empresarial. 
 
1ª Revisão: 
Diana Filipa Sousa Pinto, Mestrada em Direito Administrativo. 
 
2ª Revisão, Reelaboração e Restruturação: 
Félix Bernardo Húo, Mestrado em Ciências Jurídico-Forenses. 
 
 
 
 
 
 v 
 
ÍNDICE 
Visão geral 1 
Benvindo ao Módulo de Direito Comercial ...................................................................... 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 2 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 4 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 8 
Avaliação ........................................................................................................................... 8 
PARTE I 11 
INTRODUÇÃO AO DIREITO COMERCIAL 11 
TEMA – I: NOÇÃO, ORIGEM, EVOLUÇÃO, FONTES E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO 
COMERCIAL 11 
UNIDADE Temática 1.1. Noção, Autonomia e Características do Direito Comercial .. 11 
Introdução ....................................................................................................................... 11 
1.1.1. Noção básica e Conceito do Direito Comercial .................................................... 12 
1.1.2. Autonomia do Direito Comercial .......................................................................... 13 
1.1.2.1. A Especialidade do Direito Comercial ................................................................ 15 
1.1.2.2. Direito Comercial ou dos comerciantes ............................................................ 16 
1.1.3. Características do Direito Comercial .................................................................... 16 
Sumário ........................................................................................................................... 19 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 20 
Exercícios ........................................................................................................................ 21 
UNIDADE Temática 1.2. Origem e evolução histórica do Direito Comercial (Direito 
Comparado) .................................................................................................................... 21 
 
 vi 
 
Introdução ....................................................................................................................... 22 
1.2.1. Evolução Histórica do Direito Comercial .............................................................. 22 
1.2.2. Direito Comparado ............................................................................................... 23 
Sumário ........................................................................................................................... 26 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 27 
Exercícios ........................................................................................................................ 28 
UNIDADE Temática 1.3. Fontes do Direito Comercial e Relação com outros Ramos de 
Direito ............................................................................................................................. 28 
Introdução ....................................................................................................................... 28 
1.3.1. Fontes do Direito Comercial ................................................................................. 29 
a) Fontes internas ...................................................................................................... 30 
b) Fontes externas ..................................................................................................... 32 
c) Os usos e costumes ............................................................................................... 33 
1.3.2. Interpretação e integração de lacunas no Direito Comercial ............................... 34 
Sumário ........................................................................................................................... 38 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 39 
Exercícios ........................................................................................................................ 40 
UNIDADE Temática 1.4. Exercícios do Tema ................................................................. 40 
Introdução ....................................................................................................................... 40 
Exercícios ........................................................................................................................ 40 
TEMA – II: O EMPRESÁRIO COMERCIAL E OS ACTOS DE COMÉRCIO 42 
UNIDADE Temática 2.1. Actos de Comércio e sua Classificação .................................. 43 
Introdução ....................................................................................................................... 43 
2.1.1. Noção geral de actos de comércio ....................................................................... 43 
2.1.2. Classificação dosactos de comércio ..................................................................... 44 
a) Actos de comércio subjectivo ..................................................................................... 44 
b) Actos de comércio objectivo ...................................................................................... 45 
c) Acto unilateral ............................................................................................................. 45 
d) Acto Bilateral .............................................................................................................. 46 
e) Actos de comércio absoluto ....................................................................................... 47 
 
 vii 
 
f) Actos de comércio por conexão .................................................................................. 47 
g) Actos de comércios casuais ........................................................................................ 48 
h) Actos de comércio abstratos ...................................................................................... 48 
i) Actos de comércio puro ............................................................................................... 49 
j) Actos de Comércio misto ............................................................................................. 49 
k) Actos de comércio formalmente comerciais .............................................................. 49 
l) Actos Substancialmente comerciais ............................................................................ 49 
Sumário ........................................................................................................................... 50 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 50 
Exercícios ........................................................................................................................ 51 
UNIDADE Temática 2.2. A Empresa no âmbito do Direito Comercial .......................... 51 
Introdução ....................................................................................................................... 51 
2.2.1. Noção geral ........................................................................................................... 52 
2.2.2. Empresa como Sujeito ou Agente Jurídico ........................................................... 53 
2.2.3. Empresa como actividade ..................................................................................... 54 
2.2.4. Empresa como objecto ......................................................................................... 55 
2.2.5. Empresa como conjunto de elementos ................................................................ 55 
2.2.6. O Empresário ........................................................................................................ 56 
2.2.7. Comerciantes em nome individual e sociedades ................................................. 57 
2.2.8. Empresário comercial como sujeito do direito comercial .................................... 58 
Sumário ........................................................................................................................... 59 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 60 
Exercícios ........................................................................................................................ 61 
UNIDADE Temática 2.3. Empresário Comercial ............................................................ 61 
Introdução ....................................................................................................................... 61 
2.3.1. Conceito do empresário comercial ....................................................................... 62 
2.3.2. Empresário comercial como pessoa singular: requisitos ..................................... 63 
2.3.3. Situação particular dos incapazes ......................................................................... 64 
2.3.4. Restrições ou proibições ao exercício da profissão de empresário comercial ..... 66 
2.3.5. Impedimentos e proibições legais ao exercício do comércio ............................... 66 
2.3.6. Situação dos cônjuges ........................................................................................... 69 
2.3.7. Figuras afins do empresário comercial ................................................................. 70 
 
 viii 
 
a) Mandatário Comercial ................................................................................................ 71 
b) Gerente ....................................................................................................................... 71 
c) O Comissário ............................................................................................................... 72 
d) O Mediador ................................................................................................................. 73 
Sumário ........................................................................................................................... 74 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 75 
Exercícios ........................................................................................................................ 76 
UNIDADE Temática 2.4. Obrigações do Empresário Comercial.................................... 76 
Introdução ....................................................................................................................... 76 
2.4.1. A Firma do empresário comercial ......................................................................... 77 
a) Conceito ...................................................................................................................... 77 
b) Tipos de firma ............................................................................................................. 79 
c) Princípios relativos à firma do empresário comercial ................................................ 80 
i. Princípio da verdade .............................................................................................. 80 
ii. Princípio da novidade ............................................................................................ 81 
iii. Princípio da exclusividade .......................................................................................... 82 
d) Transmissão da firma ............................................................................................ 84 
e) Alteração da firma ................................................................................................. 85 
f) Caducidade e renúncia da firma............................................................................ 86 
2.4.2. Escrituração mercantil .......................................................................................... 87 
a) Função dos livros obrigatórios .............................................................................. 88 
b) Importância da escrituração mercantil ................................................................. 89 
c) Forma de escrituração ........................................................................................... 90 
d) Registo comercial .................................................................................................. 91 
Sumário ........................................................................................................................... 91 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 92 
Exercícios ........................................................................................................................ 93 
UNIDADE Temática 2.5. Exercíciosdo Tema ................................................................. 94 
Introdução ....................................................................................................................... 94 
Exercícios ........................................................................................................................ 94 
PARTE II 96 
 
 ix 
 
SOCIEDADES COMERCIAIS E TÍTULOS DE CRÉDITO 96 
TEMA – I: SOCIEDADES COMERCIAIS NO GERAL 96 
UNIDADE Temática 1.1. Contrato de Sociedade. .......................................................... 97 
Introdução ....................................................................................................................... 97 
1.1.1. Conceito do contrato de sociedade ............................................................. 97 
1.1.2. Natureza jurídica do contrato de sociedade ............................................... 98 
a) A teoria Contratualista ................................................................................................ 98 
b) Teoria institucionalista ............................................................................................... 99 
1.1.3. A forma do contrato de sociedade ............................................................ 100 
1.1.4. Reconhecimento da sociedade com um só sócio ...................................... 102 
1.1.5. Do contrato plurilateral ao contrato-organização ..................................... 103 
Sumário ......................................................................................................................... 105 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 106 
Exercícios ...................................................................................................................... 107 
UNIDADE Temática 1.2. Sociedades Comerciais 108 
Introdução ..................................................................................................................... 108 
1.2.1. Noções gerais e conceito de sociedade comercial ............................................. 109 
Sociedade Comercial ..................................................................................................... 109 
1º. Elemento pessoal .................................................................................................... 110 
2º. Elemento patrimonial ............................................................................................. 110 
3º. Elemento finalístico ................................................................................................. 111 
4º. Elemento teleológico .............................................................................................. 112 
1.2.2. A Personalidade jurídica ..................................................................................... 114 
1.2.3. Capacidade jurídica ............................................................................................. 115 
Sumário ......................................................................................................................... 115 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 116 
Exercícios ...................................................................................................................... 117 
UNIDADE Temática 2.3. Exercícios do Tema ............................................................... 118 
Introdução ..................................................................................................................... 118 
 
 x 
 
Exercícios ...................................................................................................................... 118 
TEMA – II: SOCIEDADES COMERCIAIS EM ESPECIAL 120 
UNIDADE Temática 2.1. Principais Tipos Societários. ................................................. 120 
Introdução ..................................................................................................................... 120 
2.1.1. Sociedade em Nome Colectivo .................................................................. 121 
a) Enquadramento legal e caracterização ............................................................... 121 
b) Deliberações dos sócios e Administração ........................................................... 122 
c) Breve historial ...................................................................................................... 122 
2.1.2. Sociedades em Comandita ......................................................................... 123 
a) Conceito e enquadramento legal ........................................................................ 123 
b) Espécies de sociedades em comandita ............................................................... 124 
c) Deliberações dos sócios ...................................................................................... 124 
d) Breve historial sobre sociedade em comandita .................................................. 124 
2.1.3. Sociedades de Capital e Indústria .............................................................. 126 
a) Conceito e enquadramento legal ........................................................................ 126 
b) Caracterização ..................................................................................................... 126 
2.1.4. Sociedades por Quotas .............................................................................. 127 
a) Noçãoe enquadramento legal ............................................................................. 127 
b) Caracterização ..................................................................................................... 127 
2.1.5. Sociedades Anónimas ................................................................................ 127 
a) Enquadramento legal e conceito ........................................................................ 127 
b) Espécie ou categorias de acções ......................................................................... 128 
c) Breve historial das sociedades anónimas ........................................................... 128 
2.1.6. Resenha de todas sociedades limitadas .................................................... 130 
Sumário ......................................................................................................................... 131 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 132 
Exercícios ...................................................................................................................... 133 
UNIDADE Temática 2.2: Direito Comparado nas sociedades unipessoais e o caso de 
Moçambique 133 
 
 xi 
 
Introdução ..................................................................................................................... 133 
2.2.1. As sociedades na União Europeia ....................................................................... 134 
2.2.2. No direito francês ............................................................................................... 136 
2.2.3. No Direito português .......................................................................................... 138 
2.2.4. No Direito espanhol ............................................................................................ 141 
2.2.5. Questões levantadas no Direito moçambicano .................................................. 143 
Sumário ......................................................................................................................... 151 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 152 
Exercícios ......................................................................................................................152 
UNIDADE Temática 2.3. Exercícios do Tema ............................................................... 154 
Introdução ..................................................................................................................... 154 
Exercícios ...................................................................................................................... 154 
TEMA – III: TÍTULOS DE CRÉDITO 156 
UNIDADE Temática 3.1: Princípios Gerais sobre os Títulos de Créditos. ................... 156 
Introdução ..................................................................................................................... 156 
3.1.1. Noção e enquadramento legal sobre títulos de crédito ............................ 157 
a) Características dos títulos de créditos ................................................................ 159 
b) Autonomia da posição do portador do título ..................................................... 161 
3.1.2. CLASSIFICAÇÃO .......................................................................................... 163 
Sumário ......................................................................................................................... 164 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 164 
Exercícios ...................................................................................................................... 165 
UNIDADE Temática 3.2: Títulos de crédito em especial 166 
Introdução ..................................................................................................................... 166 
3.2.1. Cheques .............................................................................................................. 167 
a) Noção geral .......................................................................................................... 167 
b) Requisitos do Cheque .......................................................................................... 167 
c) Formas do Cheque ............................................................................................... 168 
d) Endosse ................................................................................................................ 170 
 
 xii 
 
e) Aval ...................................................................................................................... 172 
f) Pagamento, prazos de apresentação .................................................................. 173 
g) Cheques Cruzados ............................................................................................... 174 
h) Cheques a Levar em Conta .................................................................................. 175 
i) Acção Por Falta de Cobertura .............................................................................. 175 
3.2.2. Livrança ............................................................................................................... 178 
a) Conceito .................................................................................................................... 178 
b) Requistitos da livrança .............................................................................................. 179 
c) Efeitos da ausência dos requisitos ...................................................................... 179 
Sumário ......................................................................................................................... 180 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 181 
Exercícios ...................................................................................................................... 181 
UNIDADE Temática 3.3: Exercícios do Tema ............................................................... 182 
Introdução ..................................................................................................................... 182 
Exercícios ...................................................................................................................... 182 
PARTE III 184 
DISPOSIÇÕES FINAIS 184 
EXERCÍCIOS DO MÓDULO 184 
BIBLIOGRAFIA 190 
Obras ............................................................................................................................. 190 
Legislação ...................................................................................................................... 193 
 
 1 
 
Visão geral 
Benvindo ao Módulo de Direito Comercial 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Direito Comercial, o 
estudante deverá ser capaz de: Compreender as relações entre o 
direito comercial e o direito civil (comum), e os restantes ramos de 
direito; Desenvolver uma visão extensa na área de aplicação do 
direito comercial; Desenvolver habilidades para a resolução 
prática de casos da vida quotidiana através de hipóteses 
académicas; Definir actos de comércio e comerciante; Distinguir 
os diversos títulos de créditos; Distinguir a personalidade jurídica e 
capacidade comercial; Distinguir e caracterizar os diferentes tipos 
legais de sociedades comerciais; Descrever o processo de 
constituição das sociedades comerciais Descrever o processo de 
alteração das sociedades comerciais. E especificamente: 
 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ Determinar o momento da constituição das sociedades e 
respectiva aquisição de personalidade e capacidade jurídicas; 
▪ Conhecer os direitos e deveres dos sócios; 
▪ Compreender a importância do capital social, 
▪ Descrever os procedimentos de aumento e de redução do 
capital social; 
▪ Descrever e compreender as vicissitudes a que estão sujeitas 
as sociedades comerciais; 
 
 
 
 2 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 4º ano do curso de 
licenciatura em Direito. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores 
que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa 
disciplina, esses serão bem vindo, não sendo necessário para tal se 
inscrever. Mas poderá adquirir o manual. 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Direito Comercial, para estudantes do 4º ano do 
curso Direito, à semelhança dos restantes do ISCED, está 
estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
▪ Um índice completo. 
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta 
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como 
componente de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas visualizadas por 
um sumário. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade 
temática ou do próprio tema, são incorporados antes exercícios de 
auto-avaliação, só depois é que aparecem os de avaliação. Os 
exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos, problemas não resolvidos e actividades 
práticas algumas incluído estudo de casos. 
 
 
 3 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED pensando em si, 
num cantinho, mesmo o recôndito deste nosso vasto Moçambique 
e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu 
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na 
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos 
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico 
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital 
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus 
estudos. 
 
Auto-avaliaçãoe Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de 
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de 
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame 
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
 
 4 
 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc. deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que 
graças as suas observações, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 
 5 
 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existir. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando... estudar, como foi 
referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos 
de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para 
si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo 
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da 
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num 
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em 
cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos 
conteúdos de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso 
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos 
das actividades obrigatórias. 
 
 6 
 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Porque o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por 
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, 
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área 
em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
 
 7 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como: falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, fraca visibilidade, páginas trocadas ou 
invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento 
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
SMS, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta 
participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo) é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff 
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
 
 8 
 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do autor/autores. 
Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um 
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja 
uma avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, 
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
 9 
 
conteúdos do seu módulo. Quanto ao tempo de contacto 
presencial conta com um máximo de 10% do total de tempo do 
módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do 
regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira/disciplina ou modulo 
e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os 
objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 
 11 
 
PARTE I 
INTRODUÇÃO AO DIREITO COMERCIAL 
 
TEMA – I: NOÇÃO, ORIGEM, EVOLUÇÃO, FONTES E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO COMERCIAL 
UNIDADE Temática 1.1. Noções, Autonomia e Características 
UNIDADE Temática 1.2. Origem e Evolução Histórica 
UNIDADE Temática 1.3. Fontes do Direito Comercial e a relação com 
outros Ramos de Direito 
UNIDADE Temática 1.4. Exercícios do Tema 
 
UNIDADE Temática 1.1. Noção, Autonomia e 
Características do Direito Comercial 
 
Introdução 
Pretende-se nesta unidade temática que o estudante adquira 
conhecimentos básicos sobre o conceito do Direito Comercial, 
autonomia e suas característica como ramo de direito. 
Para o efeito, especificamente pretende-se que ao completar esta 
unidade, você seja capaz de: 
 
 12 
 
 
Objectivos 
 
 
▪ Saber definir o Direito Comercial; 
▪ Conhecer as suas características que o diferem doutros 
ramos; 
▪ Compreender a autonomia desta disciplina no ramo de 
Direito e saber definir o Contencioso Administrativo. 
 
 
1.1.1. Noção básica e Conceito do Direito Comercial 
 
De acordo com alguns autores, o Direito Comercial regula uma 
certa espécie de normas jurídicas que derivam do exercício do 
comércio e de outras actividades afins. Logo, trata-se de um Direito 
Privado especial, pois afastando-se das regras gerais do Direito Civil, 
vigora só para uma classe específica de relações jurídicas, que o 
legislador destacou em partes para as submeter a um regime 
diferenciado. 
Para o autor moçambicano Manuel Guilherme Júnior, O 
Direito Comercial é um ramo do Direito Privado composto por um 
(sistema) conjunto de normas jurídicas com a função de disciplinar os 
actos do comércio e os empresários comerciais.2 
O objecto do Direito comercial vem definido no artigo 1º do C. Com, e 
segundo o mesmo dispositivo legal, o objecto de regulação do Direito 
Comercial, estabelecendo duas situações: 
• A parte inicial do mesmo artigo 1 define o objecto do direito 
comercial a partir do sujeito, o empresário comercial neste 
 
2 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 27. 
 
 13 
 
caso. A compreensão desta parte, pressupõe antes a 
compreensão da qualificação do sujeito em referência. 
Remetemos por isso a parte relativa ao estudo da matéria 
atinente ao empresário comercial.3 
• Na segunda parte do artigo 1º do C.Com, o legislador ordinário 
usou a terminologia mais importante no âmbito do estudo 
deste ramo de Direito. Com muita razão e logica, o legislador 
não se preocupou em descrever os tipos de actos do comércio, 
pois sob ponto de vista logico esta actividade seria 
inesgotável. 
1.1.2. Autonomia do Direito Comercial 
Quando discutimos a questão da autonomia do direito 
comercial, colocamos a questão que prende-se em perceber se o 
Direito Comercial é um ramo do Direito autónomo, ou se está 
dependente de um outro ramo do Direito. Antes o Direito Comercial 
estava dentro do Direito Civil, que é um ramo do Direito Privado 
Comum, mas com o desenvolvimento da ciência jurídica, e das 
relações jurídicas comerciais, o Direito Comercial autonomizou-se, 
torando-se um ramo do Direito Autónomo. 
São várias posições existentes para discutir a questão da 
autonomia do Direito Comercial. 
Neste sentido, temos uma concepção objectivista, encabeçada 
por autor VIVANTE, e que influenciou alguns autores como 
GUILHERME MOREIRA CUNHA GONCALVES E BARBOSA DE 
MAGALHÃES, sustentou que não se justificaria a tradicional 
autonomização do Direito Comercial e que preferível seria considerar 
o Direito Civil como disciplina jurídica uniforme de todas as relações 
 
3 Vide o artigo 1º do Código Comercial, aprovado pelo Decreto-Lei n°2/2009 de 29 de 
Abril. 
 
 14 
 
de direito privado, ou seja, daquelas que se baseiam na igualdade de 
posições de sujeitos das relações jurídicas (critério da posição dos 
sujeitos).4 
Esta orientação negadora da autonomia do Direito Comercial 
baseou-se essencialmente no argumento de que este teria já 
desempenhado e esgotado o seu papel de catalisador da evolução do 
Direito privado, pois os princípios e regras que ele foi gerando ao 
longo dos tempos, acabaram por cada vez mais rapidamente ser 
absorvidos pelo Direito Civil. 
Entendia-se que os interesses e valores que historicamente 
explicariam a autonomia do Direito Comercial a tutela de credito, da 
confiança, da boa-fé, da rapidez dos negócios, teriam generalizado o 
seu alcance a todos os domínios da actividade humana, em especial 
de todos os ramos da economia, não havendo já motivos para os 
considerar exclusivamente enformadores do regime-jurídico privado 
do comercio e de algumas outras actividades a este assimiladas. 
Apesar de alguns ordenamentos jurídicos integrarem a 
matéria do Direito Comercial no Código Civil (CC), Este não perde a 
sua autonomia. O facto de este ser tratado dentro do código civil não 
perde a sua autonomia. Isto sucede com vários ramos do Direito 
Privado, que apesar de serem tratados no código Civil não perderam a 
sua autonomia, o que acontece com o Direito das Sucessões cujo 
tratamento jurídico-legal tem a sua sede no livro V do Código Civil, 
mas isto não poe em causa a sua autonomia científica, pedagógica ou 
formal.5 
Na ordem jurídica Moçambicana, o tratamento da matéria 
atinente ao Direito Comercial ocorre em legislação específica, que é o 
 
4 CORREIA, Miguel J.A. Pupo, Direito Comercial - Direito da Empresa, 10ª Edição 
revista e actualizada, Ediforum, Lisboa, 2007, p 121. 
5 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, EscolarEditora, Maputo, 2012, p 27. 
 
 15 
 
Código Comercial, o principal instrumento normativo (Diploma) 
regulador da actividade comercial e dos empresários Comerciais em 
Moçambique, o referido diploma foi actualizado pelo Decreto – Lei 
n°2/2009 de 24 de Abril. 
 
1.1.2.1. A Especialidade do Direito Comercial 
O Direito Comercial é considerado Direito especial, assim de 
distinguiria do Direito Civil: Direito Comum. A relação de 
especialidade ocorre, quando perante um (conjunto de normas) ou 
complexo normativo que se dirigia a uma generalidade de situações 
jurídicas, um segundo sistema de normas, mas restrito, mas mais 
intenso, contemple uma situação que, de outro modo respeitaria ao 
primeiro (Direito Civil), dispensando-lhe um tratamento 
particularmente adequado.6 
A adequação pode resultar de normas diferenciadas que 
estabeleçam situações diversas ou de regras complementadoras que 
precisem, num ou noutro sentido, soluções deixadas em aberto pelo 
Direito comum. A Especialidade é relativa, impõe quando perante 
duas (2) áreas normativas, seja possível estabelecer uma relação 
geral/especial. O Direito Comercial seria especial em relação ao civil, 
mas surgira geral em relação ao Direito bancário, ainda mais especial. 
A afirmação da natureza especial do Direito Comercial permite 
justificar a aplicação subsidiária do Direito Civil que é o Direito 
privado comum, perante o especial, que é o Direito Comercial. A 
especialidade resulta então de níveis reguladores mais gerais, e 
sobretudo da propiá materialidade das regras consideradas. 
 
 
6 CORREIA, Miguel J.A. Pupo, Direito Comercial - Direito da Empresa, 10ª Edição 
revista e actualizada, Ediforum, Lisboa, 2007, p 122. 
 
 16 
 
1.1.2.2. Direito Comercial ou dos comerciantes 
O Direito Comercial é na verdade o Direito do Comercio ou dos 
comerciantes7, alguns usam a designação, direito Comercial, outros 
Direitos dos comerciantes, mas não existe qualquer diferença, pois 
trata-se de uma questão meramente terminológica. Trata-se do 
comércio que em Direito engloba a actividade lucrativa da produção, 
distribuição e venda de bens. O termo “Comércio” pode, com 
paridade aplicar-se a qualquer dos seguimentos do circuito que une 
os produtores e consumidores finais, e ainda, as actividades conexas e 
acessórias. De acordo com a doutrina, a expressão Direito do 
Comercio enquadra-se na concepção objectiva, e por sua vez a 
expressão “Direito dos Comerciantes” que também é alargada as 
empresas, corresponde a concepção subjectiva, esta solução foi 
encontrada pela doutrina nos anos 30 do Seculo XX, pois qualquer 
ramo jurídico, por mais especial que seja, pode ser sempre 
configurado num sistema subjectivo, regulando não só o comércio, 
mas também os comerciantes. 
 
1.1.3. Características do Direito Comercial 
O Direito Comercial tem um conjunto de características 
peculiares que o fazem especial, são algumas dessas características:8 
 
1. Cosmopolitismo – É um ramo tendencialmente universal, se 
assumirmos a funcionalidade do exercício do comércio. No 
entanto, tem-se actualmente a ideia de considera-lo um 
regime de comércio interno uma vez que surge ao lado dele 
 
7 CORREIA, Miguel J.A. Pupo, Direito Comercial - Direito da Empresa, 10ª Edição 
revista e actualizada, Ediforum, Lisboa, 2007, p 126. 
8 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 42. 
 
 17 
 
um regime internacional aplicável ao comércio internacional. 
O Direito Comercial sofre influências dos mercados e se realiza 
entre povos, adopta institutos e convenções estrangeiras e 
para uniformizar seus padrões de realização, e acompanhando 
os progressos tecnológicos, que estimulam sua continuada 
renovação;9 
 
2. Cosmopolitismo – É um ramo tendencialmente universal, se 
assumirmos a funcionalidade do exercício do comércio. No 
entanto, tem-se actualmente a ideia de considera-lo um 
regime de comércio interno uma vez que surge ao lado dele 
um regime internacional aplicável ao comércio internacional. 
O Direito Comercial sofre influências dos mercados e se realiza 
entre povos, adopta institutos e convenções estrangeiras e 
para uniformizar seus padrões de realização, e acompanhando 
os progressos tecnológicos, que estimulam sua continuada 
renovação;10 
 
3. Dinamismo – É um direito de rápida evolução, Esta 
característica e de facto intrínseca a natureza da actividade que 
a lei comercial regula. O exercício do comércio de per si, não se 
compadece com o estaticismo. O dinamismo afigura-se ainda 
como uma das características do Direito Comercial para 
acompanhar o movimento das relações económicas, já que 
seus actos são praticados com rapidez e em massa. Os 
mecanismos de exercício do comércio têm tendências de 
modernizarem-se com muita frequência e rapidez. Prova disso, 
e o surgimento de novas formas de contratação comercial, ou 
 
9 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 42. 
10 Idem. 
 
 18 
 
seja, novos contratos comerciais que muitas vezes o legislador 
não acompanha com a devida regulamentação.11 
 
 
4. Flexibilidade – Esta característica esta associada a anterior. E 
um Direito flexível, um direito que admite margens de 
manobra dos seus actores.12 
 
 
5. Informalismo – que equivale a dizer que o direito comercial e 
tendencialmente um direito informal, no sentido de que não 
obedece no processo da sua aplicação requisitos rigorosos tal 
como acontece no Direito Civil;13 
 
6. Presunção de Solidariedade – Em direito comercial, vigora a 
presunção de solidariedade entre os sócios, tem em vista a 
maior segurança no fluxo comercial;14 
 
7. Onerosidade – O direito comercial envolve em regra actos não 
gratuitos, a gratuidade não é norma em Direito comercial. Pois, 
o objecto do Direito Comercial é a actividade que sempre 
busca lucro. Por exemplo o mandato civil pode ser gratuito ou 
oneroso nos termos do artigo 1158º do C. Civil. O mandato 
comercial é sempre oneroso;15 
 
 
 
11JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 43. 
12 Idem 
13 Idem 
14 Idem 
15 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 43. 
 
 19 
 
8. Liberdade de Concorrência – É uma característica do Direito 
Comercial, associada ao modelo económico em vigor, do qual 
resulta a liberdade de exercício do comércio;16 
 
9. Protecção do Credito e da Boa-fé- exactamente pelo facto de 
ser um ramo tendencialmente informal e flexível, preocupa-se 
com a protecção do crédito, e da boa-fé entre os operadores 
comerciais, permitem as negociações e a contratação corra 
com maior fluidez; 
 
10. Facilidade da prova – a matéria da prova em direito comercial 
não é tao forte tanto quanto o Direito Civil. O simples recibo de 
compra de mercadoria constante da escritura mercantil do 
empresário comercial prova a existência do contrato de 
compra e venda mercantil; 
 
11. Instrumentalidade – Pois, o Direito Comercial se presta a dar 
forma jurídica à realização de negócios e relações comerciais, 
que se concretiza sem excesso de formalismos; 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática estudamos o Direito Comercial como 
ramo de Direito que regula uma certa espécie de normas jurídicas que 
derivam do exercício do comércio e de outras actividades afins. Logo, 
trata-se de um Direito Privado especial, pois afastando-se das regras 
gerais do Direito Civil, vigora só para uma classe específica de relações 
jurídicas, que o legislador destacou em partes para as submeter a um 
regime diferenciado. 
 
16 Idem 
 
 20 
 
Quando discutimos a questão da autonomia do direito 
comercial, colocamos a questão que prende-se em perceber se o 
Direito Comercial é um ramo do Direito autónomo, ou se estádependente de um outro ramo do Direito. Neste sentido, percebemos 
que para falarmos da autonomia do Direito Comercial temos uma 
concepção objectivista, encabeçada por autor VIVANTE, e que 
influenciou alguns autores como GUILHERME MOREIRA CUNHA 
GONCALVES E BARBOSA DE MAGALHÃES. 
Também estudamos que O Direito Comercial tem um conjunto 
de características peculiares que se resumem em: Cosmopolitismo; 
Dinamismo; Flexibilidade; Informalismo; Presunção de Solidariedade; 
Onerosidade; Liberdade; Protecção do Credito e da Boa-fé; Facilidade 
da prova; e a Instrumentalidade. 
 
Exercícios de Auto-Avaliação 
1. O Direito Comercial regula uma certa espécie de normas 
jurídicas que não derivam do exercício do comércio e de outras 
actividades afins. 
▪ Certo 
▪ Errado 
Resposta: Errado. 
2. Trata-se de um Direito Privado especial, pois afastando-se das 
regras gerais do Direito Civil, vigora só para uma classe 
específica de relações jurídicas, que o legislador destacou em 
partes para as submeter a um regime diferenciado. 
 
 21 
 
▪ Certo? 
▪ Errado? 
Resposta: Certo. 
3. De acordo com a doutrina, a expressão Direito do Comercio 
enquadra-se na concepção objectiva, e por sua vez a expressão 
“Direito dos Comerciantes” que também é alargada as 
empresas, corresponde a concepção subjectiva. 
▪ Certo? 
▪ Errado? 
Resposta: Certo 
 
Exercícios 
1. O que entende por Direito Comercial? 
2. Quais são as características do Direito Comercial? 
3. Quais são as concepções doutrinárias que podemos enquadrar 
o Direito Comercial? 
4. É certo afirmarmos que o Direito Comercial é um Direito 
privado especial? 
5. Em que se resume a especialidade do Direito Comercial? 
 
 
 
UNIDADE Temática 1.2. Origem e evolução histórica do 
Direito Comercial (Direito Comparado) 
 
 
 22 
 
Introdução 
Nesta unidade temática que o estudante adquira 
conhecimentos suficientes sobre a evolução do Direito Comercial 
tendo em atenção aos mecanismos legais, ou seja, atendendo a 
dinâmica da legislação moçambicana. 
Efectivamente, ao completar esta unidade, você será capaz de: 
1.2.1. Evolução Histórica do Direito Comercial 
Para o autor VIVANTE, a formação do Direito comercial4 foi 
justificada pela convicção, triunfante no início do sec. XIX de que a vida 
comercial exige um ramo autónomo de Direito a desintegrar-se do 
Direito Civil. As condições de exercício, nomeadamente a celeridade 
por este requerida, eram incompatíveis com a rigidez que caracteriza o 
Direito Civil, por isso, o movimento de autonomização se apresentou 
como obvio.17 
No Egipto antigo, cerca de 3000 a. C., o comércio era 
monopólio do Estado, ou seja, do Faraó e seus parentes. Não existia o 
comércio difundido entre os do povo. Entre eles se praticava a troca, 
como também ocorria entre os fenícios, troianos, cretenses, sírios, 
 
17 C. VIVANTE, Elementi di Diritto Commerciale, Milano, Ulrico Hoepli, 1936, p. 1. 
 
Objectivos 
 
 
▪ Saber explicar o seu surgimento e evolução histórica do 
Direito Comercial; 
▪ Identificar as principais mudanças ocorridas ao nível da 
legislação moçambicana 
▪ Identificar os contornos do Direito Comercial ao longo 
dos tempos; 
 
 
 
 23 
 
cartagineses, babilónicos. Os romanos, embora não possuíssem uma 
legislação comercial específica, contribuíram com o Direito 
Comercial:18 
a) O costume da escrituração doméstica, difundido em todas as 
casas, que deu origem aos livros comerciais; 
b) As regras sobre contratos e obrigações que deram alicerce às 
transacções mercantis; os institutos da falência e da acção 
pauliana; 
c) O comércio sendo realizado pelos escravos em nome de seus 
senhores, o que deu origem à representação comercial. Este 
período foi fértil no aparecimento de institutos importantes 
para o nosso ramo de estudo, como: os títulos de crédito, os 
bancos, a falência se restringindo apenas aos devedores 
comerciantes, os contratos mercantis como transporte, 
comissão, sociedades. As Cruzadas ajudam a alargar os centros 
comerciais, já que seus participantes, além de lutarem, 
também faziam o papel de mercadores. 
 
Modernamente, a tendência é que as regras do Direito 
Comercial tenham por base o exercício profissional e organizado de 
uma actividade económica, excepto a intelectual e as de extracção, o 
que ocorre sempre em uma empresa, por isso este período se 
denomina período subjectivo da empresa (teoria da empresa).19 
Empresa, segundo o Dicionário Aurélio, é a organização 
económica destinada à produção ou venda de mercadoria ou serviços, 
tendo como objectivo o lucro. Por isso, a teoria da empresa é utilizada 
para delimitar as regras do Direito Comercial. 
 
1.2.2. Direito Comparado 
 
18 Idem 
19 C. VIVANTE, Elementi di Diritto Commerciale, Milano, Ulrico Hoepli, 1936, p 2. 
 
 24 
 
Olhando para o direito comparado, no Brasil, o comércio 
existe, praticamente, desde seu descobrimento. Madeira, pedras 
preciosas, ouro, escravos, açúcar.20 
Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, houve a 
abertura dos portos brasileiros às nações amigas, através da Carta 
Régia, dando origem às primeiras normas nacionais que disciplinaram 
o nosso comércio.21 
Foram usadas até 1850 as legislações portuguesas (Ordenações 
Filipinas, 1603). Dessa época, datam a criação da Real Junta de 
Comércio e do Banco do Brasil.22 
Com a promulgação do Código Comercial em 1850, em vigor 
até hoje, com muitas alterações, o Brasil passou a ter seu diploma 
legal especial para a matéria. Note-se que a importância da actividade 
económica tem sido tão grande através dos tempos, que o Brasil teve 
um Código Comercial muito antes de ter seu Código Civil (1916). Por 
isso, muitas questões civis estavam nele reguladas, como o mandato, a 
locação, a fiança, a hipoteca, o modo de extinção das obrigações 
através do pagamento, da novação e da compensação.23 
A redação do Código Comercial foi iniciada em 1809, 
terminando em 1834, ocupando um período de nove anos, portanto. A 
demora de dezasseis anos na promulgação do Código foi tão sentida, 
que no mesmo ano de 1850 e em 1851, outros regulamentos surgiram 
para aperfeiçoá-lo. Com a Proclamação da República, a modernidade 
reclamava novas leis Assim, interessam directamente ao Direito 
Comercial o comércio interno e exterior, as importações e 
exportações, o comércio de coisas corpóreas e incorpóreas, de 
serviços, de riscos, a circulação de produtos, por via aérea, rodoviária, 
 
20 Idem, p 2. 
21 Idem 
22 Idem 
23 Idem 
 
 25 
 
ferroviária, de cabotagem, marítima, o comércio fixo e o ambulante, 
as actividades de produção e transformação de bens, em geral.24 
Ficam de fora as actividades do sector extractivo (mineração, 
agricultura, pecuária), desde que não exploradas por pessoas jurídicas, 
e as actividades intelectuais, exercidas por profissionais liberais.25 
Por esse alargamento na matéria regulada pelo Direito 
Comercial é que se utiliza hoje a terminologia Direito Empresarial, 
conforme a teoria da empresa. O Direito Comercial pode ser 
conceituado em nossos tempos como o conjunto de regras que 
disciplinam a actividade dos empresários, das sociedades empresariais 
e os actos de comércio, mesmo quando praticados por não-
empresários.26 
Em jeito de conclusão, entende o autor Manuel Guilherme que 
a história do Direito Comercial se subdivide em três épocas, 
nomeadamente:27 
➢ A antiguidade; 
➢ A Idade Média 
➢ Os temos modernos 
Relativamente ao Direito Comercial em Moçambique: 
O primeiro do Moçambique independente é o Código 
Comercial de 2005, aprovado pelo Decreto-Lei nº 2/2005, de 27 de 
Dezembro que substituiu o Código Português de 1888, pois, esta 
reforma e a preocupação em ter um novo código prendeu-se com a 
ideia de viabilizar e dinamizar a vida dos operados económico no pais, 
com os fundamentos de que o anterior código se encontrava 
ultrapassadoe não acompanhava o desenvolvimento registado ao 
nível comercial e, o desenvolvimento do sector privado, o dinamismo 
 
24 C. VIVANTE, Elementi di Diritto Commerciale, Milano, Ulrico Hoepli, 1936, p 2. 
25 Idem 
26 Idem 
27 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 34 e 35. 
 
 26 
 
socio-económico e a necessidade de responder às exigências ditadas 
pela integração regional.28 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática, em resumo ficamos a conhecer que que: 
 
• O Direito Comercial surgiu pela convicção triunfante no 
início do sec. XIX de que a vida comercial exige um 
ramo autónomo de Direito a desintegrar-se do Direito 
Civil. As condições de exercício, nomeadamente a 
celeridade por este requerida era incompatíveis com a 
rigidez que caracteriza o Direito Civil, por isso, o 
movimento de autonomização se apresentou como 
obvio. 
 
• Se percebeu que no Egipto antigo, cerca de 3000 a. C., o 
comércio era monopólio do Estado, ou seja, do Faraó e 
seus parentes. Não existia o comércio difundido entre 
os do povo. Entre eles se praticava a troca, como 
também ocorria entre os fenícios, troianos, cretenses, 
sírios, cartagineses, babilónicos. 
 
• Efectivamente a história do Direito Comercial se 
subdivide em três, nomeadamente: A antiguidade; a 
Idade Média; e os temos modernos. 
 
• Já em Moçambique o primeiro Código Comercial é o de 
2005, aprovado pelo Decreto-Lei nº 2/2005, de 27 de 
Dezembro que substituiu o Código Português de 1888. 
 
28 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 34 e 35. 
 
 27 
 
• Fundamentalmente foram as seguintes razões que 
ditaram a reforma: 
- Viabilizar e dinamizar a vida dos operados económicos; 
- O anterior código se encontrava ultrapassado e não 
acompanhava o desenvolvimento registado ao nível comercial; 
- O desenvolvimento do sector privado, o dinamismo 
socioeconómico e a necessidade de responder às exigências 
ditadas pela integração regional. 
 
 
 
 
 
Exercícios de Auto-Avaliação 
1. O Primeiro Código de Moçambique Independente é o Código 
Comercial de 1888. 
▪ Certo? 
▪ Errado? 
Resposta: Errado. 
2. Um dos fundamentos para a reforma em Moçambique tem a 
ver com a dinamização da economia e o desenvolvimento do 
sector privado. 
▪ Certo? 
▪ Errado? 
Resposta: Certo. 
3. O Direito Comercial surgiu pela convicção triunfante no início 
do sec. XX de que a vida comercial exige um ramo autónomo 
de Direito a desintegrar-se do Direito Civil. 
 
 28 
 
▪ Certo? 
▪ Errado? 
Resposta: Errado. 
 
Exercícios 
1. Quais são os fundamentos da reforma da legislação comercial 
moçambicana? 
2. Quando é que surgiu o Direito Comercial? 
3. Qual é o primeiro Código Comercial de Moçambique depois da 
independência? 
4. Faça um resumo sobre a evolução histórica do Direito 
Comercial. 
5. Identifique os períodos da evolução do Direito Comercial. 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 1.3. Fontes do Direito Comercial e 
Relação com outros Ramos de Direito 
 
Introdução 
Para esta unidade temática, pretende-se que o estudante 
conheça as formas de revelação do Direito Comercial, desde a lei até a 
doutrina como fontes de direito e que também no Direito Comercial é 
aplicável. De igual modo deve ser capaz de interpretar as normas que 
regulam a actividade dos comerciantes enquanto estiverem no 
 
 29 
 
exercício de uma empresa e por fim conhecer a sua relação com 
outros ramos de Direito. 
Para tal, concretamente ao completar esta unidade, você será 
capaz de: 
 
 
 
 
1.3.1. Fontes do Direito Comercial 
Interessa saber, primeiramente, que fontes segundo o autor 
Manuel Guilherme são “modos de formação e revelação das normas 
jurídicas”29. 
Para Pupo Correia, fontes de Direito são os modos de criação e 
revelação das normas jurídicas, portanto o Direito Comercial tal como 
qualquer outro ramo do Direito há-de encontrar os seus modos de 
criação, ou seja, as formas de criação das normas jurídicas 
 
29 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 38. 
 
Objectivos 
 
▪ Identificar as fontes do Direito Comercial; 
▪ Conhecer todas as formas de revelação das normas que 
regulam a actividade comercial; 
▪ Separar as fontes internas das fontes externas e a 
relação com outros Ramos de Direito. 
▪ Saber interpretar as normas do Direito Comercial. 
▪ Identificar as principais mudanças ocorridas ao nível da 
legislação moçambicana 
▪ Identificar os contornos do Direito Comercial ao longo 
dos tempos; 
 
 30 
 
comerciais30, ou os modos em que estas normas se revelam na ordem 
jurídica moçambicana. 
A doutrina aborda as seguintes fontes do Direito Comercial: A 
lei, a doutrina, a jurisprudência e as fontes internacionais. Os usos e 
costumes serão objecto de discussão mais adiante, o que vai nos 
permitir tomar uma posição, se são ou não fontes do Direito 
Comercial.31 
Para melhor compreensão, as fontes de Direito Comercial 
podem ser internas e externas. 
a) Fontes internas 
As fontes internas são compostas por um conjunto de normas 
emanadas pelos órgãos estaduais competentes para o efeito, dentre 
os referidos órgãos podemos destacar a Assembleia da Republica e o 
Governo, através da aprovação das leis, Decretos e Decretos-Leis. 
 
 
 
 
 A Constituição 
Primeiro a constituição. A Constituição é a lei suprema de um 
sistema jurídico. A Constituição da Republica contém um conjunto de 
normas que prevalecem sobre todas as demais em vigor no 
ordenamento jurídico. 
Deste modo, torna-se infalível que esta seja fonte de Direito 
Comercial. No entanto, existem na constituição normas com alcance 
directo sobre o exercício da actividade comercial, a que alguma 
 
30 CORREIA, Miguel J.A. Pupo, Direito Comercial - Direito da Empresa, 10ª Edição 
revista e actualizada, Ediforum, Lisboa, 2007, p 148. 
31 Idem 
 
 31 
 
doutrina chamaria de constituição comercial para distinguir a 
constituição fiscal, constituição económica, etc. 
Contudo, podemos concluir que na constituição da república 
existem disposições de alcance directo na vida comercial. A esse 
propósito podem-se citar os artigos 96º, 97º, 99º, 106 e 
particularmente o artigo 107º todos da CRM.32 
 
 O Código Comercial 
A segunda fonte é o código Comercial aprovado pelo Decreto – 
Lei n° 2/2005, de 27 de Dezembro, constitui o principal instrumento de 
regulação da actividade comercial em Moçambique e nos termos do 
seu artigo 1º a lei comercial regula a actividade dos -empresários 
comerciais, bem como os actos considerados comerciais.33 
Depois dessas fontes, temos como terceira fonte interna as 
diversas leis ordinárias que efectivamente não podemos elencar por 
serem várias, mas que fica a ideia de que são fontes do Direito 
Comercial no ordenamento jurídico. 
 
 A Lei 
Como é natural no nosso sistema jurídico, a lei é a principal 
fonte do Direito, e consequentemente do Direito Comercial. A Lei deve 
ser entendida no seu mais sentido amplo, isto é, abrangendo a lei 
constitucional, a lei ordinária e também as normas regulamentares.34 
Evidentemente estamos a referirmo-nos a lei comercial, isto é, 
aquelas normas legais que tiveram sido ditadas pela solução ou tutela 
dos interesses específicos das actividades mercantis ou comerciais. 
 
32 JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar 
Editora, Maputo, 2012, p 38. 
33 Idem, p 39. 
34 GONÇALVES NETO, Alfredo, Lições de Direito Comercial, Vol. 1, São Paulo: Juarez 
de Oliveira, 2004 
 
 32 
 
O seu núcleo fundamental é ainda hoje constituído pelo Código 
Comercial actualizado pelo Decreto-lei n° 2/2009 de 24 de Abril. Toda 
via, a este código acresce uma abundantíssima legislação extravagante 
de grande importância. 
Para Manuel Guilherme35, entrevarias leis comerciais 
extravagantes, em que podemos exemplificar a lei 9/79 de 10 de Julho 
que define a constituição tipo e forma de organização cooperativa em 
Moçambique, Lei 10/2006 de 23 de Dezembro, que visa adequar o 
código Comercial ao imperativo da modernidade, segurança e eficácia 
da justiça, lei 7/79 de 03 de Julho, que cria a base legal para 
licenciamento e funcionamento do sector privado em Moçambique, 
Lei 8/79 de 03 de Julho que estabelece o regime jurídico do 
arrendamento de imoveis, do parque imobiliário do Estado para 
habilitação, industria, comercio e serviços, com as alterações 
introduzidas pela lei 17/91 de 03 de Agosto, Decreto- lei n° 2/2009 de 
24 de Abril que introduz alterações em alguns artigos do Código 
Comercial, Decreto 1/2006 de 03 de Maio, que vem adoptar um 
instrumento moderno e consentâneo com o processo de simplificação 
de procedimentos de revisão da respectiva orgânica, Decreto n° 
4/2006 de 12 de Abril, que tem em vista aprovar o código de 
propriedade industrial aprovado pelo Decreto n° 18/99 de 04 de Maio. 
 
b) Fontes externas 
Segundo os autores que tem sido referência neste ramo, não 
são apenas de considerar as fontes de direito interno, pois o direito 
comercial, é particularmente sensível as normas do Direito 
Internacional atinente as relações económicas. 36 
Relactivamente as fontes externas, compreende um conjunto 
de instrumentos internacionais assinados e ratificados por 
 
35 Ob. Cit. P 39. 
36 GONÇALVES, Neto Alfredo, Lições de Direito Comercial, Vol. 1, São Paulo: Juarez de 
Oliveira, 2004. 
 
 33 
 
Moçambique, nos referimos aos protocolos e tratados internacionais 
em matéria comercial.37 
São pois de ter em conta importantíssimas convenções 
internacionais, que são recebidas no nosso ordenamento jurídico 
desde que sejam satisfeitos os requisitos postos pelo artigo 18º da 
constituição. São exemplos significativos no que toca ao Direito 
Comercial convenções que aprovam as Leis uniformes sobre Letras, e 
Livranças e sobre Cheques, Convenção sobre a propriedade Industrial 
outras convenções pertinentes a esta matéria, poemos destacar ainda 
a carta constitutiva da Organização Mundial do Comercio (OMC), 
organização na qual Moçambique é Membro.38 
Igualmente são de ter em conta normas emanadas das 
instituições internacionais e a jurisprudência dos tribunais 
internacionais, que forem vinculativas nos termos dos respectivos 
estatutos. E ainda o costume internacional, a doutrina em matéria 
internacional e os princípios gerais de Direito reconhecidos pelas 
nações civilizadas.39 
 
 
 
c) Os usos e costumes 
O artigo 480º n° 1 do C. Comercial refere-se aos usos e 
costumes como fontes do Direito Comercial, e o elemento histórico de 
interpretação permite-nos convencer-nos de que inspirou-se da 
(fonte) do artigo 1º do código Comercial de 1882, o qual considerava 
os usos e costumes como fontes do Direito Comercial. 
E certo que por vezes o próprio código comercial remete para 
os usos comercias como sucede no artigo 480º n° 2 do C. Comercial. A 
 
37 Idem 
38 Idem 
39 Idem 
 
 34 
 
este propósito, convém distinguir como faz Diogo Leite Campos os 
usos dos costumes. Uns e outros são praticas constantes e reiteradas 
dos sujeitos de direito, mas ao passo que os usos emanam na pratica 
negocial, na qual se difundem e mantem por acção repetitiva das 
partes, já os costumes provindo da mesma origem, são a partir de 
dado momento, socialmente revestidos de opinio Júris da convicção 
generalizada de que o seu acatamento é juridicamente vinculativo e 
entram na ordem jurídica, normalmente através de acção dos 
tribunais, como regras gerais e abstractas. 
O código Civil admite em certas disposições os usos como 
fontes, mas quando a lei civil para o efeito remeta, tal como vem 
previsto no artigo 560º n° 3 do código Civil (CC) aplicável por forca do 
artigo 7 do código Comercial, a lei civil é aplicável subsidiariamente 
nas relações comerciais desde que as normas a aplicar não sejam 
contrárias ao Direito Comercial. 
Nota-se que deve-se dar uma atenção muito especial a 
expressão “Princípios do Direito Comercial” e não normas do Direito 
Comercial, pois salvo opinião em contrário, o legislador quis dar 
relevância aos princípios norteadores da vida empresarial e não 
somente as normas do Direito Comercial. Posicionando-se, as normas 
do Direito Comercial só serão aplicáveis, estarão em vigor se as 
mesmas se conformarem com os princípios deste ramo. 
 
1.3.2. Interpretação e integração de lacunas no Direito Comercial 
Para o autor Pupo Correia, o Direito Civil é um direito privado 
geral ou comum, que regula genericamente as relações entre as 
pessoas situadas numa posição jurídica equivalente. O Direito 
comercial regula uma certa espécie dentro desse género de relações: 
as que derivam do exercício do comércio e de outras actividades afins. 
Logo, trata-se de um Direito Privado especial, pois afastando-se das 
regras gerais do Direito Civil, vigora só 
 
 35 
 
para uma classe específica de relações jurídicas, que o legislador 
destacou em partes para as submeter a um regime diferenciado.40 
Em resumo, este autor entende que: 
❖ A caracterização jurídica não reduz o direito comercial a um 
aglomerado de normas excepcionais. Como sabemos, a norma 
excepcional é aquela que para determinado caso, (ou tipo de 
casos) estabelece uma disciplina não apenas diferente da que 
resulta do princípio ou norma geral, mas que está em conflito 
com a regra geral. 
❖ Ora, se é certo que no Direito comercial nos surgem normas 
que realmente constituem excepções as regras e princípios 
gerais do direito civil, todavia o direito comercial, como 
conjunto organizado de normas e princípios que é, não 
apresenta um caracter excepcional em face do Direito Civil. O 
que ocorre é que o Direito Comercial estabelece sob certos 
aspectos e para certos e para certos institutos um regime 
próprio para certas classes de pessoas e de relações jurídicas. 
❖ Esse regime pode estar ou não em contradição com os 
princípios e regras do Direito Civil, com o qual apresenta 
pontos de contacto e outros de divergência, não se desviando, 
todavia, de forma essencial dos caracteres e princípios do 
Direito privado. 
❖ Estamos pois perante um ramo de direito especial, o que não 
tem pequena importância para a dilucidação do problema da 
interpretação e integração de lacunas na lei (código) comercial. 
O preceito fulcral para a analise desta questão é o artigo 7º do 
código Comercial, em cujos termos: os casos que o presente 
código não preveja são regulado segundo as normas desta lei 
aplicáveis aos casos análogos, e, na sua falta, pelas normas do 
 
40 CORREIA, Miguel J.A. Pupo, Direito Comercial - Direito da Empresa, 10ª Edição 
revista e actualizada, Ediforum, Lisboa, 2007, p 158 
 
 36 
 
Direito Civil que não forem contrárias aos princípios do Direito 
Comercial. 
❖ Diga-se desde já que a questão da interpretação das normas do 
Direito comercial não coloca nenhum problema específico, 
pelo que haverá, quanto a ela, quer em conta o artigo 9º do 
código Civil (CC). 
❖ Já a questão de integração de lacunas na lei comercial 
necessita de algum esclarecimento, na verdade, por um lado, 
as normas do Direito comercial formam um corpo autónomo, 
como vimos, o que torna possível a sua aplicação análoga 
dentro do próprio corpo comercial (mercantil), que não 
sucederia se não fossem normas especiais (artigo 11º do CC). 
❖ O próprio artigo 7º do C. Com prescreve a extensão análoga 
das normas jurídico-comerciais a casos nelas não previstas. 
Alias, nada exclui que delas faça o uso, para analogia, suprir 
lacunas do próprio direito civil, se for o caso. 
 
 
 
1.3.3. Relação entre Direito Comercial com ouros Ramos de Direito 
 
▪ Com o Direito Civil 
Seguindo a doutrina que tem sido referência

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