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20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 1/50 ECOLOGIA E MANEJO DOS SOLOSECOLOGIA E MANEJO DOS SOLOS CONSERVAÇÃO ECONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO SOLOPRESERVAÇÃO DO SOLO Autor: Me. Luiz Henrique Biscaia Ribeiro da Silva Revisor : E l isangela Ronconi Rodr igues I N I C I A R 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 2/50 introduçãoIntrodução Seja bem-vindo(a), caro(a) estudante! Nesta unidade você estudará a composição do solo e as proporções de seus elementos. Também serão vistos os horizontes que formam os solos, assim como a classi�cação dos solos brasileiros de acordo com o sistema brasileiro de classi�cação dos solos, e um pouco das principais características de cada classe de solo presentes nessa classi�cação. Iremos aprender as funções eco�siológicas do solo, e a relação dos solos com as plantas, principalmente voltadas às condições do solo que in�uenciam na absorção de nutrientes. Por �m veremos algumas práticas e tecnologias voltadas à conservação do solo e recuperação de solos degradados, a história da agricultura, impactos ambientais e socioeconômicos dos modelos atuais de agricultura, e modelos de agricultura e produção de alimentos sustentáveis. Esperamos que você aproveite o conteúdo, abordando-no de forma a enriquecer os seus conhecimentos. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 3/50 De um modo geral o solo pode ser considerado o manto super�cial da terra contido nos continentes do nosso planeta, formado pelo processo de degradação das rochas, constituído por partes sólidas, líquidas e gasosas, e composto por alguns elementos como matéria orgânica, minerais e organismos vivos (BRAGA et al., 2005). Composição do SoloComposição do Solo 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 4/50 As proporções dos elementos presentes no solo podem variar de um lugar para o outro, e até mesmo em um mesmo lugar dependendo da estação sazonal. Segundo Braga et al. (2005) em termos médios de grandeza os elementos podem ser encontrados nas seguintes proporções: 45% de elementos minerais; 25% de ar; 25% de água; 5% de matéria orgânica. Figura 3.1 - Solo Fonte: Andreykuzmin / 123RF. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 5/50 A parcela de elementos minerais é proveniente da rocha degradada pela qual ele foi gerado, podendo variar de acordo com a rocha-mãe, e também ser trazida de outro local por meio do ar ou da água. A parte orgânica provém de restos animais, excrementos, folhas, frutos e galhos, entre outros elementos. A parte gasosa é constituída por gases gerados da biodegradação de matéria orgânica e do ar existente na superfície. E, por �m, a parcela líquida é proveniente de precipitações (neve, chuva, neblina, orvalho, sereno etc.). Ao examinarmos o solo percebemos que ele apresenta algumas seções aproximadamente paralelas, também conhecidas como horizontes, o qual vão se distinguindo do material encontrado na superfície conforme aumenta a profundidade de comparação (EMBRAPA, 2006). Figura 3.2 - Horizontes do solo Fonte: Designua / 123RF. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 6/50 Os horizontes do solo podem ser constituídos por: Horizonte O: Horizonte com predominância de restos orgânicos; Horizonte A: camada super�cial onde ocorre a máxima atividade biológica e onde se situa a maior parte da matéria orgânica; Horizonte B: camada de subsolo que recebe o material do horizonte A, rica em argila, carbonatos e outros materiais; Horizonte C: composto por pedras e cascalhos que fazem parte da rocha localizada abaixo do solo. Por ser parte integrante de um ecossistema, em uma escala de tempo geológico, tais horizontes podem ser identi�cados como um processo de “sucessão” do solo, ou seja, estágios pelo qual o solo passa até atingir o seu estado de “clímax”, ou equilíbrio. Classi�icação dos Solos Brasileiros Caro(a) estudante, de acordo com a Embrapa (2006), a classi�cação dos solos é conduzida a partir da avaliação de suas características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas. A Embrapa (2006) classi�ca o solo em 13 classes formadas pela associação de um elemento formativo com a terminação “ssolo”. O Quadro 3.1 apresenta essa classi�cação e algumas características desses solos de acordo com o Sistema Brasileiro de Classi�cação dos Solos (SIBCS). 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 7/50 Classe Elemento formativo Características Argissolo Argi Os solos pertencentes a essa classe apresentam um maior teor de argila entre o horizonte de superfície e o horizonte B. Podem variar sua profundidade possuindo alto grau de in�ltração ou baixo grau de in�ltração. Sua textura pode variar no horizonte A, podendo ser arenosa ou argilosa. São solos predominantemente cauliníticos, porém podem apresentar ou não saturações por bases, e serem de moderados a altamente ácidos. Cambissolo Cambi O cambissolo possui características que variam de um local para outro. No entanto possui locais em que ele se apresenta fortemente drenado, e locais em que se apresenta imperfeitamente drenado. Sua cor varia de cor bruna ou bruno-amarelada até vermelho escuro, podem ser rasos e profundos e apresentar ou não saturação por bases. Chernossolo Cherno São considerados solos mais escuros e pouco coloridos, por possuírem matrizes pouco 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 8/50 Latossolo Lato São solos muito evoluídos, em avançado estágio de avermelhadas. Podem variar seu pH de ácidos a fortemente alcalinos, com alta atividade de argila. A capacidade de troca de cátions desse tipo de solo pode alcançar valores superiores a 100 cmolc/kg de argilo. Variam de bem a imperfeitamente drenados. Espodossolo Espodo Possui um horizonte A com cores pretas ou cinzentas. Sua textura é predominantemente arenosa, podendo ser encontrada uma textura média, porém raramente argilosa. São solos geralmente ácidos, podendo ser encontrados solos fortemente ácidos, inférteis e pobres, ricos em alumínio extraível. Gleissolo Glei São solos bastante úmidos geralmente ou predominantemente saturados por água. A solubilização do ferro no processo de gleização atribui a ele uma cor cinza, azul ou esverdeada. Os minerais de argila permitem o aparecimento de cores neutras ou ainda a precipitação de compostos ferrosos. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 9/50 intemperização. Podem ser encontrados em regiões equatoriais e tropicais. Apresentam um alto grau de drenação, alta profundidade, fortemente ácidos, alumínicos com baixa saturação por bases. Luvissolo Luvi São solos poucos profundos com no máximo 120 cm, podem possuir uma boa drenagem, porém também são encontrados solos dessa classe com drenagem imperfeita. A coloração avermelhada, amarelada e, menos frequentemente, brunada ou acinzentada são características do horizonte B. Podem ser ácidosou alcalinos de forma moderada. Neossolo Neo Essa classe admite diversos tipos de horizontes super�ciais, incluindo horizonte O com menos de 20 cm de espessura quando sobrejacente à rocha, ou horizonte A húmico ou proeminente com mais de 50 cm quando sobrejacente à camada C. O horizonte B também pode ser encontrado, porém não apresenta todos os requisitos necessários para essa classi�cação. Nitossolo Nito Apresenta um horizonte B bem desenvolvido com gradiente de textura menos que 1,5. De forma geral é 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 10/50 um solo com textura argilosa ou muito argilosa, alta profundidade, bem drenado, com uma variação de cor entre vermelho e brunada. Pode apresentar horizonte A de qualquer tipo, e é geralmente ácido. Organossolo Organo Se caracterizam por serem poucos evoluídos, com material orgânico que atribui a eles uma coloração preta, cinza ou brunada. Geralmente são solos fortemente ácidos, com baixa saturação por bases, e alta capacidade de troca de cátions. Podem ser encontrados em área de várzeas, depressões e locais surgentes, sob vegetação hidró�la ou higró�la, quer do tipo campestre ou �orestal. Planossolo Plano São solos que apresentam uma textura mais leve, com horizonte super�cial eluvial. São solos minerais, imperfeitamente ou mal drenados. A textura leve da superfície contrasta com o horizonte B, com acentuada concentração de argila, permeabilidade lenta ou muito lenta. Podem ser encontrados em áreas de relevo plano ou com ondulações suaves, onde as condições ambientais e do próprio solo favorecem vigência periódica anual de excesso de água. Solos dessa classe 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 11/50 podem ou não ter horizonte cálcico, caráter carbonático, duripã, propriedade sódica, solódica, caráter salino ou sálico. Plintossolo Plinto Compreende solos minerais, formados sob condições de restrição à percolação da água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade. Apresentam excessiva plintitização, e não possuem uma boa drenação. Sua coloração pode variar, mas as cores predominantes encontradas são cores pálidas, podendo haver manchas de cores vermelhas e alaranjadas. Podem ser encontrados em zonas quentes e úmidas com relevo plano ou com ondulações suaves. Vertissolo Verti São solos que não apresentam muita variação em sua textura ao longo do per�l, e são constituídos por minerais. Apresentam fendas profundas na época de secas, e evidências de movimentação da massa do solo, sob a forma de superfícies de fricção. A drenagem desses solos varia de mal a imperfeita, e em maioria são profundos, podendo também ser encontrados solos rasos. Quanto à cor, podem ser escuros, acinzentados, amarelados ou avermelhados. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 12/50 Fisicamente, quando úmidos, têm permeabilidade à água muito lenta. São solos de alta capacidade de troca de cátions, alta saturação por bases (>50%) com teores elevados de cálcio e magnésio. O pH desses solos varia de alcalino a neutro e podem ser encontrados em áreas de bacias sedimentares. Quadro 3.1 - Características dos solos brasileiros. Fonte: Embrapa (2006, p. 70-92). 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 13/50 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 14/50 Projetos de Recuperação e Conservação do Solo O processo de degradação do solo, causado por atividades antrópicas, quando atinge níveis muito elevados pode tornar o solo improdutivo ou inapto para agropecuária. Sabendo da importância de preservação do solo, Derisio (2012) a�rma que o controle dos processos de degradação deve estar relacionado com as técnicas mais apropriadas para desenvolvimento das atividades humanas de acordo com o local. Para isso devem ser considerados topogra�a, o uso do solo na região, o tipo de solo, a vegetação, as características do subsolo e a proximidade com cursos- d’água. O manejo e conservação do solo por meio da manutenção de sua qualidade é fundamental, uma vez que garantem o uso desse recurso natural às gerações futuras. De maneira geral, os projetos e práticas de prevenção e recuperação do solo de áreas degradadas devem (UFSM, s.d., on-line): Proporcionar uma cobertura do solo, através das plantas vivas ou de seus resíduos culturais, durante o maior tempo possível; Maximizar o potencial de in�ltração da água da chuva e/ ou irrigação no solo; Evitar o escoamento da água no sentido do declive. Para que os projetos de prevenção e recuperação de solos degradados atinjam seus objetivos, algumas técnicas devem ser colocadas em prática, essas técnicas serão estudadas nas aulas seguintes. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 15/50 praticarVamos Praticar Os elementos presentes no solo variam sua proporção de acordo com o tipo de solo e a estação sazonal do momento. Segundo Braga et al. (2005), em termos médios de grandeza assinale a alternativa que apresenta os elementos do solo que podem de forma geral ser encontrados. a) 45% minerais; 20% ar; 30% água; 5% matéria orgânica. b) 25% minerais; 25% ar; 25% água; 25% matéria orgânica. c) 40% minerais; 20% ar; 20% água; 20% matéria orgânica. d) 45% minerais; 25% ar; 25% água; 5% matéria orgânica. e) 30% minerais; 20% ar; 45% água; 5% matéria orgânica. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 16/50 Caro(a) estudante, como de�nimos na aula anterior o solo é considerado um material que cobre a superfície da terra, constituído de água, ar, material mineral e orgânico, contendo ainda organismos vivos, variação da cor, quantidade e organização das partículas pelas quais são compostos. Além disso, servem ainda como meio natural para o crescimento das plantas. Relações solo x PlantaRelações solo x Planta 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 17/50 Dizemos que o solo apresenta características capazes de de�nir o crescimento das plantas que nele se desenvolvem, além de determinar o tipo de vegetação e o número e tipo de animais capazes de serem sustentados por essa vegetação (COELHO et al., 2002). Funções Eco�isiológicas do Solo A matéria mineral presente no solo é proveniente da decomposição das rochas durante o processo de formação do mesmo, podendo ser variável em tamanho e tipo. Excluindo os grandes fragmentos de rocha que podem fazer parte dos solos, 3 tipos de partículas minerais podem ser encontrados: Figura 3.3 - Relação solo x planta Fonte: Weerapat Kiatdumrong / 123RF. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 18/50 A areia é a mais familiar entre nós pelo fato de conseguirmos vê-la na massa do solo sem ajuda de microscópio. Seu tamanho varia de 2,0 a 0,05 mm e é ela a responsável pela sensação áspera quando esfregamos uma amostra de solo entre os dedos. O silte é menor; seu tamanho varia de 0,05 a 0,002 mm. Não conseguimos vê-lo sem ajuda de microscópioe senti-lo individualmente, como fazemos com a areia. A menor classe de partículas minerais é a de argila, que tem tamanho menor que 0,002 mm. É essa classe de tamanho de partícula mineral responsável pela pegajosidade do solo. A argila é responsável pela terra que adere aos pneus do carro ou aos dedos quando pegamos uma amostra de solo umedecida e a amassamos. À quantidade de cada um desses constituintes minerais no solo, chamamos de textura do solo. (COELHO et al., 2002, p. 52). Já a matéria orgânica do solo é formada pelos restos de animais, microrganismos e plantas, podendo estar presentes na maioria dos solos em pequena quantidade, que varia de 1% a 6%. Mesmo em pequenas quantidades in�uenciam muito nas propriedades do solo e também no crescimento das plantas, apresentando um importante papel no processo de manutenção e formação dos solos, aumento da capacidade de retenção da água da chuva nos solos e aumento do fornecimento de nutrientes minerais como fósforo, nitrogênio e enxofre para as plantas (COELHO et al., 2002). A água do solo é fundamental para seu funcionamento, ocupando os poros e espaços vazios nele presentes, quanto maior o poro em que a água está retida, maior a facilidade de seguir o �uxo e ser absorvida pelas raízes das plantas. Após in�ltrar no solo, a água passa a ser denominada como solução do solo, uma vez que contém substâncias orgânicas e inorgânicas, e é pela absorção dessa 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 19/50 solução que as raízes das plantas absorvem a maioria dos nutrientes necessários para seu desenvolvimento (COELHO et al., 2002). Assim, dentre as funções de natureza ecológica desenvolvidas pelo solo, podemos dizer que ele serve como substrato físico e nutritivo para o sistema radicular das plantas, é capaz de regular o ambiente uma vez que �ltra e acumula diversos compostos que circulam pelo ecossistema, é responsável pelo processo de reciclagem dos materiais, faz parte do processo do ciclo hidrológico e ciclos biogeoquímicos, serve como meio de habitat para uma quantidade enorme de seres vivos, podendo ser considerado uma reserva de biodiversidade. Já para nós, seres humanos, ele pode servir para diversas �nalidades, dependendo da área em que se deseja explorá-lo. Para um agricultor ou agrônomo serão destacados suas características de suporte e produção agrícola. Para um engenheiro civil, o solo desempenha sua função de suportar cargas, ou se transformar em material de construção. Para um engenheiro de minas, o solo é importante como jazida mineral. Para o economista o solo é um fator de produção, já para o ecologista o solo é um componente da biosfera, onde se dão diversos processos que mantêm o equilíbrio dos ecossistemas (BRAGA et al., 2005). Nutrição Mineral das Plantas A fração sólida do solo, tanto mineral como orgânica, é o reservatório de nutrientes que as plantas necessitam para seu desenvolvimento. No entanto, para que seu desenvolvimento seja satisfatório, é necessário que os nutrientes tenham uma atividade adequada na solução do solo. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 20/50 Para que uma planta consiga absorver um nutriente, é preciso que o mesmo esteja na solução do solo, em uma forma passível de absorção pelas plantas, e em contato com a superfície ativa do sistema radicular. Assim sendo, podemos dizer que a nutrição vegetal pode ser afetada pela extensão do sistema radicular das plantas, ou seja, ou o nutriente, junto com a solução do solo, se move em direção à raiz da planta, ou a raiz cresce para um ponto onde se encontra o nutriente. Vale ressaltar que esse crescimento não é proposital e sim aleatório (REICHARDT; TIMM, 2012). Algumas condições físicas do solo podem in�uenciar o transporte de nutrientes, vamos analisar um pouco dessas condições (REICHARDT; TIMM, 2012): Figura 3.4 - Crescimento radicular dos vegetais Fonte: Orlando Rosu / 123RF. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 21/50 1. Umidade do solo: A umidade do solo varia muito durante o ciclo vegetativo, havendo uma diminuição gradual com o passar do tempo. A umidade de forma adequada no solo permite que os nutrientes sejam arrastados por �uxo de massa à superfície radicular, e em muitos casos para dentro das raízes das plantas. Assim pode-se dizer que o �uxo de massa dos nutrientes é diretamente proporcional ao �uxo de água do solo. A condição de umidade do solo afeta o desenvolvimento radicular das plantas e com isso a interceptação radicular dos nutrientes, solos com muitos teores de água diminuem a aeração do solo e atrapalham o crescimento das raízes, porém solos pouco úmidos atrapalham o �uxo de água a ponto de impedir a absorção pelas raízes. 2. Ar do solo: A importância da aeração do solo com a nutrição de forma geral está relacionada com a respiração radicular e com a atividade dos microrganismos presentes. O suprimento de ar do solo é inversamente proporcional ao suprimento de água, tornando o equilíbrio desses suprimentos na área radicular ótimo para as plantas. Em geral a aeração do solo é temporária e de difícil diagnóstico, condições anaeróbias no solo podem promover a disponibilidade de metais como Fe, Cu e Mg, variações de pH e potencial de oxirredução, aumentando a complexidade do problema. 3. Textura do solo: A textura do solo caracteriza a distribuição das partículas sólidas que a ele pertencem. É a distribuição dessas partículas que de�ne sua porosidade e determina suas propriedades hídricas como a condutividade elétrica. São essas propriedades hídricas que afetam direta ou indiretamente o processo de absorção de nutrientes. 4. Temperatura do solo: A disponibilidade de nutrientes e a capacidade de absorção são afetadas pela variação da temperatura, uma vez que ela in�uencia a atividade microbiológica, solubilidade de compostos, absorção radicular, permeabilidade das raízes 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 22/50 e atividade metabólica. De forma geral a atividade biológica no solo aumenta com o aumento de temperatura. Alguns estudos demonstram que para diferentes nutrientes a dependência da temperatura também é diferente em termos de absorção, o que torna essa relação entre a absorção de nutrientes e a temperatura complexa. 5. Sistema radicular: O tipo de sistema radicular e sua extensão ao longo do per�l do solo são fatores que também in�uenciam na absorção de nutrientes. Em geral a distribuição do sistema radicular segue um modelo exponencial que decresce com o aumento da profundidade. Uma vez que a raiz está mergulhada na solução do solo, os nutrientes se difundem nos espaços intercelulares, denominados como “espaço externo”, livres para os processos de difusão entre os íons e os radicais eletricamente carregados das paredes celulares. O espaço interno é separado por barreiras de permeabilidade seletiva (membranas celulares), é acessível apenas por transporte ativo dos nutrientes, o qual exige uma energia metabólica para ocorrer (REICHARDT; TIMM, 2012). praticar V P ti 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 23/50 p Vamos Praticar Algumas condições físicas do solo in�uenciam o transporte de nutrientes até as raízes das plantas. Uma das condições estudadas afeta na capacidade de absorção e disponibilidade de nutrientes, devido à in�uência dessa condição física do solo sob a atividade microbiana, solubilidade decompostos, absorção radicular, permeabilidade das raízes e atividade metabólica. A atividade biológica pode aumentar com o aumento dessa condição. Assinale a alternativa que representa essa condição física. a) A textura do solo. b) O sistema radicular. c) A temperatura do solo. d) O ar do solo. e) A umidade do solo. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 24/50 São muitos os problemas que levam à degradação dos solos ou de um sistema de produção, porém a erosão pode ser considerado o principal processo, uma vez que por meio dela os nutrientes do solo são removidos, acelerando para o processo de degradação �nal. Ao atingir o processo de degradação �nal, a capacidade de produção da biomassa vegetal é quase nula, o solo já se encontra com uma acidez elevada, e passou por processos que o levaram a perder Metodologia e PráticasMetodologia e Práticas para Conservação epara Conservação e Recuperação do SoloRecuperação do Solo 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 25/50 os nutrientes e matéria orgânica antes existentes. No entanto, existem algumas formas de conservar ou recuperar o solo degradado que serão vistas agora. Práticas de Conservação do Solo Algumas estratégias e ações devem ser utilizadas como forma de combate aos processos erosivos e de degradação do solo, evitando seu empobrecimento nas suas diversas fases e formas (CATI, 2014). Nesse contexto as tecnologias que serão apresentadas possuem 3 princípios fundamentais: Aumento da cobertura vegetal, visando reduzir a desagregação do solo, pela redução da energia de impacto das gotas de chuva na superfície; Melhoria da in�ltração da água no per�l do solo, objetivando a diminuição do de�úvio super�cial, aumentando a capacidade de armazenamento, proporcionando um aumento na produtividade vegetal e redução dos riscos durante veranicos; controle do escorrimento super�cial, proporcionando a redução do desgaste do solo pelo processo erosivo, com consequente redução da poluição dos mananciais por sedimentos ou insumos agrícolas e regularização do regime hídrico da bacia hidrográ�ca. Gessagem Promove uma melhor estrutura do solo, melhora as condições químicas e físicas da superfície, além de fornecer nutrientes como cálcio e enxofre. Esse tipo de técnica melhora as condições de in�ltração do solo e o ambiente radicular, uma vez que ele se desenvolve em maior profundidade. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 26/50 Adubação Verde Consiste no cultivo de uma planta leguminosa, devido à sua capacidade de �xação biológica do nitrogênio, com o objetivo de atribuir ao solo uma maior fertilidade. Durante o cultivo deve haver o corte da planta imatura no seu �orescimento, independente da incorporação da �tomassa. Rotação de Culturas Esse sistema consiste em alternar o plantio de diferentes culturas em um mesmo terreno de forma previamente planejada, lembrando sempre de levar em conta as condições do solo, topogra�a e clima. Essa técnica auxilia na manutenção da matéria orgânica e do nitrogênio do solo, redução das perdas por erosão e aumento da produção. Sistema de integração entre Agricultura-Pecuária-Floresta Consiste em sistemas produtivos que interagem as atividades de agricultura, pecuária e �oresta em uma mesma área, tais sistemas podem ser realizados em sucessão, consórcio ou rotação. Por meio do uso desses sistemas, podemos obter um aumento do controle da erosão, conservação e melhoria das propriedades do solo e sustentabilidade de produção. Faixas de Vegetação Permanente São �leiras de plantas perenes de crescimento denso, dispostas em nível, utilizadas nas culturas formando barreiras vivas entre as árvores que evitam o processo erosivo e servem de quebra-vento. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 27/50 Essas faixas de vegetação servem de obstáculos ao escoamento super�cial em épocas de alta pluviosidade, retendo os sedimentos que seriam carregados e aumentando a in�ltração. Terraceamento Agrícola Consiste em procedimento mecânico de controle erosivo, com a adequada deposição de terra de acordo com o declive do terreno. É uma prática bastante disseminada e e�ciente, uma vez que diminui a velocidade do escoamento super�cial, por meio do parcelamento da rampa, e promove uma maior in�ltração de água no solo. O dimensionamento do sistema deve ser bem feito para que ele seja e�ciente. Estratégias de Recuperação de Áreas Degradadas Segundo Wadt (2003, p. 20-27) as estratégias de recuperação de áreas degradadas podem ser de curto, médio ou longo prazo, e depende de qual sistema está explorando a área degradada (agricultura, pecuária, �orestas cultivadas entre outros). Estratégia de Longo Prazo Esse tipo de estratégia visa a recuperação natural da vegetação por meio do abandono da área, também conhecido como “pousio”. É um processo em que a área é abandonada por um período de 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 28/50 5 a 15 anos ou mais, e depois o sistema produtivo é reincorporado, após a queima da vegetação que se desenvolver no local. Essa vegetação que se desenvolve após o abandono é semelhante à sucessão ecológica secundária, que com o passar do tempo será uma área com características de uma �oresta secundária, restabelecendo as funções antigamente existentes na área. Com a formação dessa nova vegetação o gás carbônico da atmosfera passa a ser consumido, a água presente no solo passa a ser absorvida, e os nutrientes que seriam perdidos pelo processo erosivo passam para a biomassa do local. Por meio desse processo a fertilidade do solo é recuperada. A formação dessa vegetação secundária pode ser di�cultada devido a fatores como baixo estoque de sementes nativas, alto nível de compactação do solo, baixa fertilidade do solo, excesso de resíduos de herbicidas e pesticidas no solo. Em áreas mais degradadas há o plantio de leguminosas para acelerar o processo de recuperação, uma vez que essas áreas demandam mais tempo para se recuperarem, exemplo de leguminosas são: mucuna preta (Mucuna pruriens), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) e puerária (Pueraria candollei). É importante ressaltar aqui que a recuperação das matas ciliares também é importante na estratégia de longo prazo, em que devem ser utilizadas diferentes espécies e de ocorrência natural, contendo também as de rápido e de lento crescimento. Estratégia de Médio Prazo 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 29/50 Para ecossistemas agrícolas em geral a estratégia é a introdução de sistemas agrícolas �orestais, já para ecossistemas de pastagens estratégias de médio prazo para recuperação de áreas degradadas consistem na integração lavoura-pecuária e introdução de sistemas agrosilvipastoris. O objetivo principal da integração de árvores em áreas de pastagens é recuperar os nutrientes nas partes profundas do solo por meio da ciclagem dos mesmos, uma vez que esses elementos serão absorvidos pelas raízes das árvores. Ainda, a integração lavoura-pecuária consiste no plantio de lavoura de grãos (como o milho), seguido ou não por uma safra de grãos de leguminosa (como a soja). Ao utilizar sistemas agro�orestais na recuperação de áreas degradadas, uma variedade de combinação dos sistemas pode ser utilizada. Osprincipais benefícios são: aumento da absorção de fósforo e diminuição da lixiviação de nutrientes, devido ao desenvolvimento de uma camada densa de raízes com micorrizas; aumento de húmus do solo resultantes da decomposição, devido a uma maior produção de folhagens; absorção de nutrientes das camadas mais profundas dos solos e fonte adicional de nitrogênio devido às espécies �xadoras desse elemento. Estratégia de Curto Prazo Essas estratégias, por serem chamadas de curto prazo, consistem na recuperação imediata da área degradada. Assim sendo, em áreas agrícolas, são utilizados corretivos para a acidez do solo, e fornecimento de cálcio e magnésio às plantas, eliminando os efeitos tóxicos do alumínio. Também são utilizadas plantas leguminosas como fonte de nitrogênio e matéria orgânica, podendo essas serem cultivadas em consórcio, utilizando espécies arbustivas e arbóreas. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 30/50 A utilização de adubo mineral, associado a práticas mecânicas, como subsolagem, torna o processo de recuperação de áreas degradadas mais rápido, uma vez que fornece nutrientes que estejam em níveis insu�cientes no solo recuperando sua fertilidade natural e em algumas das vezes o tornando ainda mais fértil. A recuperação eleva a saturação de bases para valores de�nidos previamente dependendo do tipo de solo e da cultura. Dessa forma, a curto prazo, a recuperação das áreas degradadas objetiva a correção dos fatores que causaram a degradação do meio, incluindo as seguintes práticas: controle de invasoras, adubação de manutenção, melhoria do manejo, plantio de forrageiras, introdução de leguminosas, diversi�cação do pasto e ocupação de nichos especí�cos. praticarVamos Praticar Dentre as tecnologias existentes para conservação do solo, alternar o plantio de culturas em um mesmo terreno auxilia na manutenção da matéria orgânica e do nitrogênio do solo, redução das perdas por erosão e aumento da produção. Assinale a alternativa que representa essa prática de conservação. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 31/50 a) Terraceamento agrícola. b) Faixas de vegetação permanente. c) Sistema de integração entre Agricultura-Pecuária-Floresta. d) Adubação Verde. e) Rotação de culturas. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 32/50 A agroecologia deve ser vista como uma ciência multidisciplinar, com o objetivo de realizar a transição da agricultura tradicional para uma agricultura mais sustentável, por meio de técnicas menos agressivas ao meio ambiente e que proporcione melhores condições econômicas e sociais aos agricultores. Agroecologia eAgroecologia e Desenvolvimento RuralDesenvolvimento Rural SustentávelSustentável 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 33/50 História e Desenvolvimento da Agricultura Acredita-se que a agricultura é praticada pelo homem há aproximadamente 10.000 anos, devido à necessidade de buscar novas alternativas para sua alimentação, e à di�culdade de migração durante a pré-história. Ao pesquisarmos na literatura, iremos encontrar diversos autores que relatam o nascimento da agricultura em lugares diferentes. Alguns dizem que foi na Mesopotâmia há aproximadamente 4 a 5 mil anos. Outros historiadores a�rmam que foi com os egípcios na margem do rio Nilo há 6000 anos. En�m, todos esses povos já praticavam a agricultura por meios de diversas técnicas, algumas delas até difícil de acreditar que puderam ser desenvolvidas naquela época (FELDENS, 2018). No início do surgimento da agricultura, o homem utilizava uma pedra ou galho para rasgar o solo e poder desenvolver sua atividade agrícola, com o tempo essas pedras foram sendo lascadas de propósito e polidas para melhor cortar. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 34/50 Depois de muitos anos, o surgimento de máquinas facilitou o desenvolvimento da agricultura, e seu surgimento em todos os continentes seguiu um parâmetro do crescimento populacional e a necessidade de alimentos (FELDENS, 2018). Assim com o desenvolvimento tecnológico, o surgimento de máquinas a vapor, eletricidade, energia fóssil e até mesmo com a informática, o progresso do desenvolvimento agrícola se espalhou pelo mundo. Podemos dizer que trocamos os arados de ferro com força muscular animal utilizados no passado, por máquinas como modernas colheitadeiras e plantadeiras controladas por comandos eletrônicos e digitais (FELDENS, 2018). 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 35/50 Portanto, durante a história de evolução desse maquinário agrícola, à medida que essas máquinas foram sendo aperfeiçoadas, obtendo cada vez mais um melhor desempenho no processo produtivo, maior também foi sendo sua ação agressiva sobre o meio ambiente, e é nesse momento que entramos no paradoxo, cabendo às gerações atuais e futuras encontrar os caminhos adequados para sustentabilidade na agricultura. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 36/50 Impactos Ambientais, Sociais e Econômicos do Modelo Agrícola Atual O processo de modernização da agricultura, o qual levou ao modelo atual agrícola, criou um novo padrão de desenvolvimento econômico que tem afastado o homem da área rural, levando a uma menor geração de emprego, diminuição de renda e outros fatores provenientes da competitividade do capitalismo, responsável pela desordem no espaço do campo (BALSAN, 2006). 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 37/50 Para Balsan (2006, p. 132), a modernização da agricultura no Brasil é responsável pelo aumento da pobreza no campo: As condições econômicas, sociais e políticas brasileiras indicam disparidade entre diferentes classes sociais que marginaliza diretamente as classes menos favorecidas, como os agricultores com baixo poder aquisitivo, pequenos proprietários e agricultores reflitaRe�ita A modernização da agricultura aumentou a e�ciência e velocidade de produção, será que esses benefícios compensam o aumento da pobreza e desemprego na área rural, devido a substituição da mão de obra pelas máquinas? Fonte: Elaborado pelo autor. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 38/50 familiares com área restrita. A modernização da agricultura brasileira tendeu a favorecer o aumento da participação relativa das camadas mais ricas na apropriação da renda total. Assim, o aumento generalizado da pobreza no campo pode ser visto como resultado do processo de modernização, pois a expansão da grande propriedade com a mecanização e utilização de agroquímicos diminui a necessidade de mão de obra permanente, ao mesmo tempo em que os trabalhadores volantes (boias-frias) veem sua oferta de trabalho diminuir cada vez mais e acabam se sujeitando a duros turnos no campo por diárias cada vez mais irrisórias. As relações econômicas e sociais dos mercados e empresas estão cada vez mais integradas e capitalistas,guiando a produção a um processo de centralização, uma vez que elas exigem o que produzir e como produzir (BALSAN, 2006). Como podemos observar, a modernização atual da agricultura levou a algumas mudanças no emprego da área rural, diminuindo a necessidade da mão de obra permanente, levando trabalhadores permanentes a serem dispensados e substituídos por máquinas, liberando assim os proprietários de pagamentos de encargos sociais. O aumento da produtividade das lavouras gerado pela modernização agrícola levou a impactos ambientais como destruição de �orestas devido à necessidade de uma maior área de cultivo, perda da biodiversidade, erosão dos solos, contaminação dos recursos naturais e alimentos (BALSAN, 2006). Podemos constatar que o recurso natural mais afetado pelo processo de agricultura moderna é o solo, principalmente em locais em que é praticada a monocultura. O fato de apenas um tipo de 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 39/50 cultura ser praticada em uma determinada região obriga o produtor a aumentar o uso de fertilizantes, adubos inorgânicos e agrotóxicos, uma vez que ocorre o empobrecimento dos nutrientes do solo, aumentando ainda mais os impactos negativos na região. A água subterrânea e super�cial são recursos naturais que também sofrem contaminação. A questão ambiental se torna um fator complexo multidisciplinar que deve ser levado em consideração, quando o assunto é agricultura, pois os impactos ambientais negativos provenientes dessa atividade podem ser enormes quando praticada de forma insustentável. Modelos Sustentáveis de Produção de Alimentos Iremos tratar de 3 modelos de agricultura e produção de alimentos sustentáveis que são: agroecologia, produção orgânica e produção integrada. Agroecologia A agroecologia é um sistema de produção que aplica conceitos e práticas junto ao desenho e manejo de ecossistemas autossustentáveis. Pode-se dizer que a agroecologia é a integração de agroecossistemas que abrangem conhecimentos das áreas de agricultura, ecologia, economia e sociologia. Um agrossistema desse tipo de produção é composto pelo equilíbrio entre plantas, solo, nutrientes, luz solar, umidade e outros organismos coexistentes. Todos esses elementos citados 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 40/50 interagem entre si, gerando alguns efeitos bené�cos ao sistema, como criação de uma cobertura vegetal contínua para proteção do solo, asseguramento de produção constante de alimentos, fechamento dos ciclos de nutrientes e garantia do uso e�caz dos recursos locais, contribuição para a conservação do solo e dos recursos hídricos, e intensi�cação do controle biológico de pragas fornecendo habitat para os inimigos naturais (MANCINI, 2017). Produção Orgânica A agricultura orgânica de�ne o solo como um sistema vivo, que deve ser nutrido, porém essa renutrição do solo não pode atrapalhar na vida dos seres vivos que reciclam seus nutrientes e produzem húmus, nem alterar suas funções. A unidade de produção agrícola orgânica permite um manejo que promove a agrobiodiversidade e a ocorrência de ciclos biológicos de tal forma que estimule a sustentabilidade ambiental, econômica e social da unidade (MANCINI, 2017). Produtos orgânicos são cultivados sem a utilização de fertilizantes, agrotóxicos e transgênicos, o que os torna mais saudáveis e seguros para o consumo. O fato desses auxílios sintéticos não serem utilizados requer uma atenção e trabalho dobrado para obter produtos de qualidade, uma das razões para a agricultura familiar ser mais adequada para esse tipo de agricultura (MANCINI, 2017). Produção Integrada A produção integrada é um sistema agrícola que utiliza recursos e mecanismos naturais para produção de alimentos, eliminando práticas de produção prejudiciais ao meio ambiente, assegurando uma agricultura viável (MANCINI, 2017). 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 41/50 Alguns princípios são de�nidos pela OILB/SROP (1979) (Secção Regional Oeste Paleártica da Organização Internacional de Luta Biológica e Protecção Integrada): A produção integrada visa à regulação dos ecossistemas, à conservação e preservação dos recursos naturais, e o bem-estar dos animais; Minimizar alguns impactos ambientais causados aos recursos naturais como erosão do solo e contaminação das águas subterrâneas e super�ciais; A área em que a produção agrícola for implantada é a exploração agrícola em seu conjunto; Assegurar que o produtor agrícola se mantenha atualizado e informado sobre as práticas de produção integrada; Evitar impactos ecológicos provenientes de atividades agrícolas que possam alterar a estabilidade de ecossistemas ou afetar seus componentes de regulação natural; Garantir por meio de fertilizações fundamentadas a reciclagem da matéria orgânica do solo, assim como o equilíbrio dos ciclos de nutrientes com redução de suas perdas; A biodiversidade dos ecossistemas deve ser mantida, uma vez que garante os fatores de regulação natural, a estabilidade e a qualidade da paisagem do mesmo. praticar 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 42/50 praticarVamos Praticar Dentro dos modelos sustentáveis de produção de alimentos podemos destacar aqueles que utilizam recursos e mecanismos naturais para produção de alimentos e apresentam princípios que visam à regulação dos ecossistemas, preservação dos recursos naturais, garantir o bem-estar animal, manter a biodiversidade e reduzir impactos ambientais. Assinale a alternativa que representa modelos sustentáveis de produção com essas características. a) Produção orgânica e monocultura. b) Produção orgânica e Produção integrada. c) Produção integrada e agricultura moderna. d) Agroecologia e monocultura. e) Monocultura e agricultura moderna. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 43/50 indicações Material Complementar 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 44/50 LIVRO O Homem, a Agricultura e a História Leopoldo Feldens Editora: Univates ISBN: 978-85-8167-241-0 Comentário: Durante a leitura do livro você irá se deparar com a história do homem primitivo, o nascimento da agricultura assim como o seu desenvolvimento que envolve todas as suas revoluções, reformas agrárias, práticas agrícolas em diversos países, assim como os modelos sustentáveis de agricultura aqui estudados. 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 45/50 FILME Documentário Terra e Sustentabilidade Ano: 2012 Comentário: O documentário Terra e Sustentabilidade apresenta os benefícios de um dos sistemas agrícolas mais e�cientes do ponto de vista da sustentabilidade e da produtividade no campo, o sistema de manejo agrícola Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), que tem como objetivo integrar produção de alimentos, �bras, energia e madeira, realizados na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação. T R A I L E R 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 46/50 conclusão Conclusão Como pudemos aprender durantea leitura do material, o solo é um recurso natural de fundamental importância para vida de todos os seres vivos, composto por elementos que podem variar de acordo com o local, estação do ano e a rocha responsável pela sua formação. Porém, o uso inadequado desse recurso pode trazer consequências econômicas, sociais e ambientais que comprometem o seu futuro. A aplicação de técnicas e práticas de conservação do solo e recuperação de áreas degradadas é essencial para garantir esse recurso às gerações futuras. Assim o desenvolvimento de uma agricultura sustentável é o caminho para redução de impactos negativos nesse setor, uma vez que o modelo atual de agricultura é responsável por causar impactos negativos no meio ambiente. referências 20/04/2021 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666634_1&PARENT_ID=_16537273_1&CONTENT_ID=_16537289_1 47/50 Referências Bibliográ�cas BALSAN, R. Impactos decorrentes da modernização da agricultura brasileira. Revista de Geogra�a Agrária, v. 1, n. 2, p. 123-151, 2006. BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desa�o do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. COELHO, M. R. et al. Solos: tipos, suas funções no ambiente, como se formam e sua relação com o crescimento das plantas. In: MANZATTO, C. V. et al. Uso agrícola dos solos brasileiros. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2002. p. 45-62. COMISSÃO TÉCNICA DE CONSERVAÇÃO DO SOLO (CATI). 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