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A vida de Henri Wallon
Os estudos que se tem a respeito da Educação infantil, de maneira particular, almejam abordar as formas específicas do trabalho pedagógico, esta etapa em questão, cresceu em grande escala nos últimos anos. Os diálogos feitos entre a pedagogia e outras disciplinas foram o pilar de contribuição para que isso acontecesses, dentre outras disciplinas se encontram a antropologia, a filosofia, sociologia da infância e também a psicologia. Existem diversos autores-referências a respeito dessas áreas, um dos mais conhecidos é o estudioso russo Vygotsky, outro estudioso que possuí grande importância para a psicologia, e o qual irá ser falado no texto a seguir é Henry Wallon, o mesmo teve grandes contribuições para as práticas pedagógicas da Educação Infantil.
H. Wallon, nascido na França em 1879, viveu lá até sua morte em 1962, atuava como médico, professor e também psicólogo, sua vida foi dedicada a entender de forma mais profunda o psiquismo humano, com o foco no período infantil. Sua teoria é focada na psicogênese do ser humano com completo, o mesmo acreditava que ao estudar a criança ele conseguiria ter acesso ao início dos processos.
Finalizou o curso de medicina em 1908, atuando até 1931 nos âmbitos de psiquiatria, onde seus atendimentos estavam centrados em crianças com problemas neurológicos, ou com algum distúrbio de comportamento. Ele fazia dos comportamentos patológicos uma espécie de laboratório onde podia realizar seus estudos de psicologia. Wallon também atuou como médico no exército francês durante a época da Primeira Guerra Mundial, no período de 1914, na área frontal de combate. Após essa experiência com o exército, o estudioso além de atender crianças que possuíam deficiências neurológicas, passou a atender crianças com lesões cerebrais adquiridas na guerra, a partir de então seu interesse pela psicologia infantil só aumentava. O período em que o estudioso viveu era de grande instabilidade social, onde presenciou duas guerras mundiais, fascismo só avançava, e as revoluções socialista juntamente com guerras para libertação das colônias na África que afetaram a Europa como todo, mas principalmente a França. 
No período da Segunda Guerra Mundial, Wallon atuou em prol da Resistência Francesa, e seu país, a França encontrava abarrotado por alemães que ocupavam suas terras, o estudioso atuou no combate contra o fascismo, movimento autoritário, e acabou se filiando ao Partido Comunista Francês. Acabou por ser perseguido pela GESTAPO (Geheime Staatspolize, polícia secreta da Alemanha), com tal situação, acabou a viver escondido, sendo obrigado de certa forma a ter que dar um tempo em seus estudos, mas mesmo assim não deixou de pesquisar sobre o assunto. De estar tão presentes nesses momentos históricos tão problemáticos, fez com que Wallon visse que o meio social em que a pessoa está inserida, influência de forma fundamental no desenvolvimento do ser humano. De 1920 a 1937 realizou conferências sobre a psicologia da criança na Universidade de Sorbone e também em demais instituições de ensino superior. Em 1925, o estudioso fundou um laboratório com fins de realizar atendimentos a crianças que eram consideradas ou que possuíam alguma anormalidade, o qual teve vigência durante 14 anos em uma escola bem pobre de Paris. No mesmo laboratório foi onde aconteceu seus primeiros contatos com Pedagogia e o âmbito de educação. Ainda em 1925 teve sua tese de doutorado publicada, ao qual se intitulava de “A criança turbulenta”. De 1937 a 1949 deu aulas no Colégio da França onde seu cargo era direcionado a área de psicologia da educação da criança. Em 1948 deu início a revista “Enfance”, a qual usava para divulgar pesquisas do campo da psicologia. Dentre vários feitos, ele também chefiou o grupo francês da Escola Nova de 1946 a 1962, onde participava de debates de maneira ativa, criticando o ensino tradicional que se tinha na época e fazia parte também da Sociedade Francesa de Pedagogia. Wallon considerava que a psicologia e a pedagogia deviam caminhar juntas, onde defendia o fato de ambas deverem ser base da outra. A pedagogia ofertava um campo onde possibilitava não somente a análise da psicologia, mas também a possibilidade de investiga-la. A psicologia, quando construía conhecimentos a respeito do processo do desenvolvimento da criança, acabava por oferecer uma ajuda onde era possível aprimorar as práticas pedagógicas. Wallon chefiou outro comitê que foi responsável pela repaginada do sistema de ensino francês. No qual teve suas ideias pedagógicas expostas nesse projeto, o qual ficou conhecido como Projeto Langevin-Wallon, esse plano de reforma foi elabora junto com o físico Paul Langevin, mas nunca chegou a sem utilizado, sua prioridade era a adequação educacional às necessidades que a sociedade tinha naquela época e também as características individuais de cada um, onde favorecia cada aptidão individualmente e a formação de cidadãos, este trabalho durou três anos, onde o foco era a educação justa, tal projeto ofertava metodologias de ensino, em que sugeria que os professores necessitariam se adequar as capacidades dos alunos, se dividindo em trabalhos individuais ou em grupos, as capacidades sociais deviam ser elevadas, desenvolvendo a responsabilidade com seu entorno. Mesmo que esse trabalho não tenha sido sistematizado por uma teoria de ensino, Wallon deixou em suas escritas maneiras de atingir o aperfeiçoamento de tal prática, onde conheceria a mente e o comportamento da criança. 
Conforme fala a teoria de Wallon, o fator orgânico tem grande influência no desenvolvimento do pensamento, sendo uma das primeiras condições para que haja a evolução da capacidade e ir além no crescimento, não somente isso, mas o entorno em que a criança vive influência de certa forma, moldando a primeira competência. A partir de suas pesquisas, sua teoria relata que o homem é resultado de uma combinação de influências, tanto sociais como fisiológicas, não podendo invalidar nenhuma das partes ao realizar a avaliação e a pesquisa do psiquismo. Wallon diz que as capacidades psicológicas dependem do aspecto sócio-cultural em que a criança está inserida, sendo assim o desenvolvimento do sistema nervoso não bastaria para o crescimento total das competências cognitivas.
A teoria do estudioso, tem o conceito de que o desenvolvimento do aprendizado é composto pela dialética. Nesse aspecto, é necessário não se ter verdades absolutas a respeito da maneira que se aprende. Dessa forma, a renovação dos direcionamentos e de possibilidades é o mais indicado para realizar a partir desse olhar.
Como resultado, essa visão acaba de certa forma criticando as idealizações que reduzem esse tipo de trabalho. Wallon mostra o estudo da criança por completo, fazendo junção de todas as partes motoras, cognitivas e afetivas, reconhecendo a grande importância que tem a cognição, mas que a motricidade e a afetividade não ficam atrás.
A proposta de sua tua teoria vê o desenvolvimento como uma passagem através da completa imersão na sociedade. Onde não há distinções sobre o meio ou estados em que sua própria razão é identificada, sendo assim, o desenvolvimento está ligado com a oposição do mundo externo. 
Wallon afirmava que o desenvolvimento aparecia por meio de uma série de estágios, de forma contínua e assistemática, onde a criança oscila entre a afetividade e a inteligência.
A ideia sobre a dialética do desenvolvimento infantil é fundamentada por conflitos, esses que auxiliam na hora de assimilar e equilibrar a teoria de Piaget, por exemplo. Toda via, indo contra Piaget, Wallon fala sobre a constância sem impor limites e também que pode haver regressão. Mesmo que cada estágio ao ser alcançado passa ser irreversível, não significa que a criança não possa retornar a um momento anterior ao que está. Sendo assim, um estágio novo não descarta o antigo e os comportamentos que foram adquiridos, eles vão sem complementando, como se fossem uma integração, surgindo então um acúmulo de diversos comportamentos. 
O estágio se divide em 5 etapas,sendo elas: impulsivo-emocial, sensório-motor e projetivo, personalismo, categorial, puberdade e adolescência.
Dando ênfase ao estágio do personalismo, ele acontece dos 3 anos até por volta dos 6 anos. É nesse estágio que se tem a primeira aparição do “Eu psíquico”, não sendo um período onde encontra-se atividade cognitiva, mas sim de relações consigo mesmo, construindo o “Eu”. Tal estágio é apresentado por Wallon como estágio que se tem “momentos” diversificados, marcos por uma junção de comportamentos que os expressam, e também pelos conflitos internos que se encontro no próprio estágio, momentos conhecidos como: oposição, sedução e imitação. O estudioso diz, que próximo aos três anos as crianças iniciam os comportamentos de se opor aos outros que convivem junto com a criança, tendo crises que não encontra motivo aparente. Essa contradição e confronto dos demais tem o intuito de afirmar a criança de si mesma, para que ela construa o seu “Eu” ela faz negação aos adultos, se achando de certa forma, autônoma. Após esses conflitos consigo mesma, com sua autoimagem mais evoluída e formada, a criança entra em período “narcisista”, que ela precisa ser admirada pelos demais. O próximo momento é a sedução, conhecida como “idade da graça”, onde a criança é exibicionista e procura aceitação do seu próximo, é caracterizado pela extrema necessidade que a criança tem de atenção, pois sente necessidade de ser admirada, para que ela mesma possa se admirar. Por último momento desse estágio, ela chega a fase da imitação, onde é tendenciosa a imitar pessoas nas quais ela se inspira e admira, ao fazer isso ela cria seu próprio jeito de ser, transformando a si mesma. A criança passa ampliar suas relações socias e a visão que ela tem sobre o mundo, pois a mesma não imita somente os pais, ou familiares, ela irá imitar qualquer um que chame sua atenção. Nesse estágio a principal função é a afetividade, sua relação com o próximo, e consciência que tem de si mesma.

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