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Tecido Muscular Esquelético

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O tecido muscular é um tecido composto, que consiste 
em células musculares e tecidos conjuntivos 
circundantes. Em todas as suas formas, o tecido 
muscular corresponde à quase metade da massa 
corporal. 
 
O tecido muscular possui quatro propriedades 
funcionais que o distinguem dos demais tecidos: 
1. Contratilidade. O tecido muscular contrai 
vigorosamente. As células musculares contêm 
miofilamentos, que são tipos específicos de 
microfilamentos responsáveis pelo encurtamento das 
células musculares. Existem dois tipos de 
miofilamentos: um contendo a proteína actina e o outro 
contendo a proteína miosina. Essas duas proteínas 
geram força contrátil em cada célula do corpo. Essa 
propriedade contrátil é mais desenvolvida nas células 
musculares. 
2. Excitabilidade. Os sinais nervosos ou outros 
estímulos excitam as células musculares, fazendo que 
impulsos elétricos percorram a membrana plasmática 
das células. Esses impulsos iniciam a contração nas 
células musculares. 
3. Extensibilidade. O tecido muscular pode ser 
esticado. A contração de um músculo esquelético vai 
esticar um músculo oposto. A parede muscular de um 
órgão oco é esticada pelas substâncias contidas dentro 
desse órgão — o bolo alimentar no trato digestório ou 
a urina na bexiga urinária, por exemplo. 
4. Elasticidade. Depois de esticar, o tecido muscular 
recua passivamente e retorna ao tamanho de quando 
estava em repouso. 
 
A função mais óbvia do tecido muscular é produzir 
movimento. O tecido muscular também atua na 
abertura e fechamento de passagens no corpo, na 
manutenção da postura, na estabilização das 
articulações e na geração de calor. 
 Produzir movimento. O músculo esquelético 
conecta-se ao esqueleto e movimenta o corpo 
ao mover os ossos. O músculo, quando existe 
nas paredes dos órgãos ocos, produz 
movimento ao comprimir os fluidos e outras 
substâncias através desses órgãos. 
 Abrir e fechar passagens do corpo. Os 
músculos esfincterianos circundam muitas 
aberturas no corpo e funcionam como 
válvulas: relaxando para deixar passar uma 
substância, contraindo para fechar a passagem. 
Essa função é especialmente visível nos tratos 
digestório e urinário. O tecido muscular em 
volta da boca e dos olhos abre e fecha esses 
orifícios corporais. As fibras musculares na 
íris do olho contraem e relaxam para mudar o 
diâmetro da pupila. 
 Manter a postura e estabilizar as 
articulações. Quando estamos acordados, os 
músculos esqueléticos contraem-se 
continuamente para manter a postura, 
habilitando o corpo a permanecer em pé ou 
sentado. O tônus muscular, que é a contração 
muscular constante e em baixo nível, ajuda a 
estabilizar e fortalecer muitas articulações 
sinoviais. 
 Gerar calor. A contração muscular produz 
calor. Isso exerce um papel vital na 
manutenção da temperatura corporal normal 
em 37ºC. Essa função é clara quando nos 
exercitamos: o excesso de calor gerado durante 
o exercício estimula a sudorese para nos 
resfriar. 
 
Existem três tipos de tecido muscular: estriado 
esquelético, estriado cardíaco e liso. Cada tipo pode ser 
descrito por duas características diferentes: (1) a 
presença ou ausência de estrias claras e escuras nas 
células musculares e (2) se o controle da contração é 
voluntário ou involuntário. 
 Tecido muscular estriado esquelético 
O tecido muscular esquelético está situado nos 
músculos esqueléticos, que são órgãos individuais que 
se conectam ao esqueleto e o movimentam. Esse tecido 
corresponde a 40% do peso corporal. As células 
musculares do tecido muscular esquelético 
representam o músculo estriado, que possui estrias 
escuras e claras que cortam transversalmente essas 
células. Essas estrias são nítidas quando o tecido 
muscular é visualizado histologicamente. As alongadas 
T
 
E C I D O 
Muscular esquelético 
Propriedades do tecido muscular 
 
Funções do tecido muscular 
Tipos de tecido muscular 
e cilíndricas células musculares esqueléticas 
constituem as fibras musculares. O músculo 
esquelético é inervado pela divisão voluntária do 
sistema nervoso e está sujeito ao controle consciente; 
você consegue controlar esse tecido muscular de 
acordo com a sua vontade. 
 Tecido muscular estriado cardíaco 
O tecido muscular cardíaco ocorre apenas nas paredes 
do coração. As células musculares do músculo 
cardíaco também são músculo estriado, mas sua 
contração é involuntária. Na verdade, o músculo 
cardíaco consegue contrair sem nenhum estímulo 
nervoso. A divisão involuntária do sistema nervoso 
regula a contração do tecido muscular cardíaco; não 
temos nenhum controle direto e consciente sobre a 
velocidade das batidas do nosso coração. 
 
 Tecido muscular liso 
A maior parte do tecido muscular liso no corpo 
encontra-se nas paredes dos órgãos internos ocos 
(exceto o coração), como o estômago, a bexiga 
urinária, os vasos sanguíneos e as vias respiratórias, 
por exemplo. As células musculares do músculo liso 
não possuem estrias. Assim como as do músculo 
esquelético, essas células são alongadas e conhecidas 
como fibras musculares. Do mesmo modo que no 
músculo cardíaco, a divisão involuntária do sistema 
nervoso inerva o músculo liso. O tecido muscular 
cardíaco e o tecido muscular liso são chamados 
coletivamente de músculo visceral, um termo que 
reflete o fato de ambos ocorrerem nos órgãos e serem 
inervados pela divisão involuntária do sistema 
nervoso. 
 Estrutura e níveis organizacionais do 
músculo estriado esquelético 
 
 
 
 
Cada músculo é um órgão composto de vários tipos de 
tecidos: além do tecido muscular esquelético, um 
músculo também contém tecido conjuntivo, vasos 
sanguíneos e nervos. 
 Tecido conjuntivo e fascículos 
Várias bainhas de tecido conjuntivo mantêm as fibras 
de um músculo esquelético unidas. Essas bainhas, do 
exterior para o interior, são: 
1. Epimísio. Uma camada externa de tecido conjuntivo 
denso não modelado circunda todo o músculo 
esquelético. Essa camada é o epimísio, um nome que 
significa “em cima do músculo”. Algumas vezes, o 
epimísio mistura-se com a fáscia profunda situada 
entre os músculos vizinhos. 
2. Perimísio. Dentro de cada músculo esquelético, as 
fibras musculares são separadas em grupos. Cada 
grupo, que se assemelha a um feixe de varas 
amarradas, chama-se fascículo (“feixe”). Em volta de 
cada fascículo há uma camada de tecido conjuntivo 
fibroso, chamada perimísio. 
3. Endomísio. Dentro de um fascículo, cada fibra 
muscular é circundada por uma bainha fina de tecido 
conjuntivo frouxo consistindo principalmente em 
fibras reticulares. Essa camada é o endomísio (“dentro 
do músculo”). 
Esses tecidos conjuntivos fibrosos unem as fibras 
musculares e as mantêm em alinhamento paralelo para 
que possam trabalhar juntas e produzir força. Essas 
bainhas são contínuas entre si: o endomísio funde-se 
com o perimísio, que por sua vez é contínuo ao 
epimísio. Todas as três bainhas convergem e formam o 
tendão, a estrutura de tecido conjuntivo que une os 
músculos esqueléticos aos ossos. Quando as fibras 
musculares se contraem, elas empurram o endomísio 
circundante. Por causa da continuidade entre as 
bainhas, esse empurrão é exercido também no 
perimísio, no epimísio e no tendão, uma sequência que 
transmite a força de contração para o osso que está 
sendo movimentado. As bainhas também conferem a 
um músculo grande parte de sua elasticidade natural e 
carregam os vasos sanguíneos e nervos que suprem as 
fibras musculares. 
Músculo esquelético 
 Nervos e vasos sanguíneos 
Em geral, cada músculo esquelético é suprido por um 
nervo, uma artéria e uma ou mais veias — todos eles 
entrando ou saindo do músculo aproximadamente na 
metade do seu comprimento. Os nervos e vasos 
ramificam-se repetidamente no tecido conjuntivo 
intramuscular, com os ramos menores suprindo cada 
fibra muscular. Esse rico suprimento sanguíneopara os 
músculos reflete a alta demanda de nutrientes e 
oxigênio decorrente da contração das fibras 
musculares. Os capilares no endomísio formam uma 
rede. Esses capilares longos tornam-se ondulados 
quando as fibras musculares se contraem e retificados 
quando o músculo se alonga. 
 Conexões musculares 
Uma conexão muscular é o local em que um músculo 
se conecta a um osso. Cada músculo esquelético 
estende-se de um osso a outro, atravessando pelo 
menos uma articulação móvel. Quando o músculo se 
contrai, ele faz que um dos ossos se movimente, 
enquanto o outro osso normalmente continua fixo. A 
conexão de um músculo ao osso menos móvel chama-
se origem (inserção proximal) do músculo, enquanto a 
conexão ao osso mais móvel se chama inserção 
(inserção distal) do músculo. 
Assim, quando o músculo se contrai, sua inserção é 
empurrada na direção da origem desse músculo. Nos 
músculos dos membros, a origem é, por convenção, a 
conexão mais proximal do músculo e a inserção é a 
conexão mais distal. No entanto, é importante perceber 
que as funções da origem e da inserção podem mudar, 
dependendo da posição do corpo e do movimento 
produzido quando o músculo se contrai. 
Por exemplo, as conexões convencionais do músculo 
braquial no braço são a origem na diáfise do úmero e 
inserção na parte proximal da ulna. Esses termos são 
precisos quando se referem à posição usual do membro 
e à função desse músculo, que é flexionar o antebraço, 
como acontece quando você levanta um objeto, por 
exemplo. Porém, considere a posição do membro 
superior e seu movimento quando você fica pendurado, 
se exercitando em uma barra. Nessa situação, é o 
úmero que se movimenta, não a ulna. Assim, a origem 
convencional do braquial é a inserção, que se 
movimenta, sendo a inserção estável. 
Os músculos conectam-se às suas origens e inserções 
por meio de tecido conjuntivo fibroso e forte que se 
estende até o periósteo fibroso do osso. Nas conexões 
diretas, ou carnosas, os cordões de fixação do tecido 
conjuntivo são tão curtos que os próprios fascículos 
musculares parecem se conectar diretamente ao osso. 
Nas conexões indiretas, o tecido conjuntivo estende-se 
bem além do final das fibras musculares, formando um 
tendão semelhante a uma lâmina plana chamada 
aponeurose. 
As conexões indiretas são mais comuns do que as 
conexões diretas e a maioria dos músculos possui 
tendões. As proeminências ósseas quase sempre estão 
presentes quando os tendões encontram os ossos. Essas 
proeminências incluem os tubérculos, os trocanteres e 
as cristas. Embora a maioria dos tendões e aponeuroses 
se conecte aos ossos, alguns se conectam à pele, à 
cartilagem, às lâminas da fáscia ou a uma linha de 
tecido fibroso chamada rafe (“costura”). 
Muitos músculos abrangem duas articulações ou mais. 
Esses músculos chamam-se biarticulares (“duas 
articulações”) ou multiarticulares. Por exemplo: 
imagine um músculo que se origina no úmero, percorre 
o antebraço sem se conectar ao rádio ou à ulna e se 
insere nos ossos carpais. A contração desse músculo 
provocaria movimentos nas duas articulações: do 
cotovelo e do punho. 
 
Anatomia microscópica e funcional do tecido 
muscular esquelético 
 Fibra muscular esquelética 
As fibras musculares esqueléticas são constituídas por 
células cilíndricas longas. Como as fibras se 
desenvolvem dessa maneira, elas contêm muitos 
núcleos, que estão situados na periferia de cada fibra, 
logo abaixo do sarcolema. 
 
 Miofibrilas e sarcômeros 
No microscópio de luz, as estrias claras e escuras nas 
fibras musculares esqueléticas são claramente visíveis. 
As estrias resultam da estrutura interna de organelas 
longas em forma de bastão, chamadas miofibrilas, que 
são cilindros não ramificados que estão presentes em 
grandes quantidades, correspondendo a mais de 80% 
do sarcoplasma. São organelas contráteis 
especializadas e exclusivas do tecido muscular. 
As miofibrilas contêm miofilamentos, proteínas 
contráteis. As miofibrilas, em uma fibra, são separadas 
umas das outras por outros componentes do 
sarcoplasma. Entre esses componentes estão as 
mitocôndrias e os glicossomos, ambos fornecedores de 
energia para a contração muscular. É difícil distinguir 
cada miofibrila em uma fotomicrografia, pois as estrias 
das miofibrilas adjacentes se alinham quase 
perfeitamente. 
Uma miofibrila é composta de segmentos repetidos, 
chamados sarcômeros. O sarcômero é a unidade básica 
de contração no músculo esquelético. As fronteiras nas 
duas extremidades de cada sarcômero chamam-se 
bandas (linhas) Z. Existem muitos miofilamentos 
conectados a cada banda Z, estendendo-se para o 
centro do sarcômero, chamados filamentos finos (de 
actina), que consistem, principalmente, em proteína 
actina, embora também contenham outras proteínas. 
No centro do sarcômero e por cima das extremidades 
internas dos filamentos finos, existe um feixe 
cilíndrico de filamentos espessos (de miosina), que 
consistem praticamente em moléculas de miosina. Eles 
também contêm enzimas ATPase que quebram o ATP 
(moléculas armazenadoras de energia) para liberar a 
energia necessária para a contração muscular. Ambas 
as extremidades de um filamento espesso são 
ornamentadas com botões chamados cabeças da 
miosina. 
A estrutura do sarcômero explica o padrão das estrias 
nas fibras musculares esqueléticas. As faixas escuras 
são criadas pelo comprimento total dos filamentos 
espessos nos sarcômeros, junto com as extremidades 
internas dos filamentos finos que sobrepõem os 
filamentos espessos. A região de cada sarcômero 
chama-se banda A. 
A parte central de uma banda A, que nenhum 
filamento fino alcança, é a banda (zona) H. A linha M 
no centro da banda H contém bastonetes minúsculos 
que unem os filamentos espessos. As duas regiões em 
ambos os lados da banda A, que contêm apenas 
filamentos finos, são chamadas banda I. São essas 
bandas dos sarcômeros que criam as partes claras do 
padrão claro-escuro das estrias observadas ao longo do 
comprimento de qualquer fibra muscular esquelética. 
Cada banda I faz parte de dois sarcômeros adjacentes e 
possui uma banda Z passando pelo seu centro. 
Lembre-se de que as estrias das miofibrilas adjacentes 
se alinham perfeitamente, permitindo-nos ver as várias 
faixas em uma fibra muscular. Essas notações referem-
se a como essas regiões refratam a luz polarizada: as 
bandas A são anisotrópicas e as bandas I são 
isotrópicas. 
 Titina e outras proteínas da miofibrila 
A titina é uma molécula espiralada nos sarcômeros que 
resiste ao estiramento excessivo. As moléculas de 
titina em um sarcômero são encontradas nos 
filamentos elásticos e estendem-se desde a banda Z até 
o filamento espesso e seguem por dentro do filamento 
espesso, conectando-se à linha M. Quando foi 
identificada pela primeira vez, a titina gerou muita 
empolgação, já que é a maior proteína já descoberta. 
Além disso, tem duas funções básicas: (1) mantém os 
filamentos espessos em seus lugares no sarcômero, 
mantendo assim a organização da banda A, e (2) 
desdobra-se quando o músculo é alongado e depois 
retoma a sua forma quando a força de estiramento é 
liberada, contribuindo assim para a elasticidade 
muscular. A titina não resiste ao estiramento na faixa 
de extensão comum, mas se torna mais rígida quanto 
mais for desdobrada; portanto, ela resiste bastante ao 
estiramento excessivo que tenta separar o sarcômero. 
 Retículo sarcoplasmático e sistema de 
túbulos transversos 
Cada fibra muscular esquelética contém dois conjuntos 
de túbulos que participam da regulação da contração 
muscular: o retículo sarcoplasmático e o sistema de 
túbulos transversos. O retículo sarcoplasmático (RS) é 
um retículo endoplasmático liso elaborado, cujos 
túbulos interconectados circundam cada miofibrila. A 
maioria dos túbulos do RS segue longitudinalmente ao 
longo da miofibrila.Outros túbulos do RS, chamados 
cisternas terminais, formam grandes e perpendiculares 
canais cruzados sobre a junção entre cada banda A em 
uma miofibrila e suas bandas I adjacentes (junções A-
I). O retículo sarcoplasmático e as cisternas terminais 
armazenam grandes quantidades de íons cálcio (Ca
2+
), 
que são liberados quando o músculo é estimulado a se 
contrair. 
O sistema de túbulos transversos (túbulos T) são 
invaginações profundas do sarcolema localizadas entre 
cada par de cisternas terminais. O complexo dos 
túbulos T, ladeado por duas cisternas terminais na 
junção A-I, chama-se tríade. A contração no músculo 
esquelético é controlada por impulsos gerados pelos 
nervos que percorrem o sarcolema da fibra muscular. 
Como os túbulos T são continuações do sarcolema, 
eles conduzem cada impulso até as regiões mais 
profundas da fibra muscular, garantindo assim que as 
miofibrilas profundas contraiam simultaneamente com 
as superficiais. Os impulsos que chegam aos túbulos T 
estimulam a liberação de cálcio pela cisterna terminal. 
O cálcio se difunde pelo citosol até os filamentos finos 
e dispara a contração muscular. Após a contração, o 
cálcio é bombeado de volta para o retículo 
sarcoplasmático, onde é armazenado. 
 Mecanismo da contração 
Existem dois tipos de contração muscular envolvidos 
na produção do movimento: contração concêntrica e 
contração excêntrica. A contração concêntrica é o tipo 
mais familiar, no qual o músculo se encurta e funciona. 
A contração excêntrica ocorre quando um músculo 
gera força à medida que se alonga. 
Contração excêntrica. Quando se contrai 
excentricamente, um músculo gera força enquanto se 
alonga. Esse tipo de contração é essencial para o 
movimento controlado e para a resistência à gravidade. 
O mecanismo da contração excêntrica é menos 
compreendido do que o mecanismo da contração 
concêntrica. Ambos os tipos ocorrem durante as 
flexões. Durante a parte de subida do exercício, as 
contrações concêntricas nos músculos peitorais do 
tórax elevam o tronco do chão. Durante a parte de 
descida do movimento, esses mesmos músculos 
contraem-se excentricamente e, ao fazê-lo, resistem à 
gravidade e controlam o movimento de descida do 
tronco. A contração excêntrica ocorre em muitos 
movimentos que resistem à gravidade: descer escadas, 
correr ladeira abaixo, apoiar os pés no solo após um 
salto são alguns exemplos. Sempre que os músculos 
agem como um freio, eles estão se contraindo 
excentricamente. 
Contração concêntrica. Quando se contrai 
concentricamente, um músculo gera força enquanto 
encurta. A contração concêntrica do músculo 
esquelético é explicada pelo mecanismo de filamentos 
deslizantes. A contração ocorre à medida que as 
cabeças da miosina dos filamentos espessos se 
conectam aos filamentos finos em ambas as 
extremidades do sarcômero e empurram os filamentos 
finos para o centro do sarcômero ao girarem para 
dentro. Depois que uma cabeça da miosina gira em sua 
“dobradiça”, ela relaxa, volta à sua posição original, 
liga-se ao filamento fino mais ao longo do seu 
comprimento e gira novamente. Esse ciclo similar ao 
movimento de uma catraca repete-se muitas vezes 
durante uma única contração. É importante ressaltar 
que os próprios filamentos espessos e finos não 
encurtam: o filamento fino simplesmente desliza sobre 
o filamento espesso. 
O mecanismo de filamentos deslizantes é iniciado pela 
liberação de íons cálcio pelo retículo sarcoplasmático e 
pela ligação desses íons aos filamentos finos. A 
energia para esse processo provém do ATP. A 
contração afeta o padrão das estrias do músculo 
esquelético. Em um sarcômero totalmente relaxado, os 
filamentos finos sobrepõem-se parcialmente aos 
filamentos espessos. Repare no comprimento da banda 
A, da banda I e na posição das bandas Z no sarcômero 
relaxado. 
Quando o músculo é estimulado a contrair, a ação dos 
filamentos espessos empurra vigorosamente as duas 
bandas Z para mais perto uma da outra, fazendo que 
cada sarcômero encurte. À medida que as bandas Z se 
aproximam uma da outra, as bandas I encurtam e as 
bandas H desaparecem completamente. Repare que a 
diminuição no comprimento da bandas I e a perda da 
banda H se devem à maior quantidade de sobreposição 
dos filamentos finos e espessos. O comprimento do 
filamento fino não mudou. As bandas A mantêm o 
mesmo comprimento, já que o comprimento dos 
filamentos espessos também não muda. Quando um 
músculo se alonga, em vez de se contrair, a quantidade 
de sobreposição entre os filamentos finos e espessos 
diminui: as bandas I e as bandas H alongam-se 
enquanto as bandas Z se distanciam. Mais uma vez, 
não há mudança na largura das bandas A. 
 Extensão muscular 
Sabemos que o tecido muscular é extensível e que as 
fibras musculares são estiradas (estendidas) de volta 
para o seu comprimento original após se contraírem. A 
que se deve esse estiramento? Basicamente, um 
músculo esquelético — e as fibras nele contidas — é 
alongado por um movimento oposto ao movimento 
produzido normalmente pelo músculo. Por exemplo, 
um músculo que normalmente abduz o braço no ombro 
é alongado pela adução do braço nessa articulação. 
 Comprimento da fibra muscular e força de 
contração 
O comprimento ideal das fibras musculares 
esqueléticas em repouso é o comprimento que vai 
gerar a maior força de tração quando o músculo estiver 
contraído. Esse comprimento ideal ocorre quando uma 
fibra é ligeiramente alongada, de modo que seus 
filamentos finos e espessos se sobreponham apenas até 
um ponto moderado. Nessas condições, as cabeças da 
miosina podem se mover e puxar todo o comprimento 
dos filamentos finos. 
Em outras condições, a contração é abaixo do ideal: se 
uma fibra muscular estiver tão alongada que os 
filamentos espessos e finos não se sobreponham em 
nenhum ponto, as cabeças da miosina não têm nenhum 
lugar para se conectarem e nenhuma força de tração 
pode ser gerada. Por outro lado, se os sarcômeros 
estiverem tão comprimidos a ponto de os filamentos 
espessos tocarem as bandas Z, muito pouco 
encurtamento adicional pode ocorrer. 
O que vale para uma fibra muscular também vale para 
um músculo inteiro. Os músculos esqueléticos inteiros 
têm um intervalo de comprimento operacional ideal, 
que vai de aproximadamente 80% do seu comprimento 
normal em repouso até cerca de 120% desse 
comprimento. Os locais de conexão muscular tendem a 
manter os músculos dentro do intervalo ideal; ou seja, 
normalmente as articulações não permitem que 
qualquer osso se movimente com tamanha amplitude 
que os músculos a ele conectados consigam encurtar 
ou alongar além do intervalo ideal. 
 Inervação do músculo esquelético 
A liberação de íons cálcio pelo retículo 
sarcoplasmático e a subsequente contração do músculo 
esquelético são iniciadas através de estimulação 
nervosa. As células nervosas que inervam as fibras 
musculares se chamam neurônios motores. Um 
neurônio possui dois tipos de processos celulares que 
se estendem do corpo celular: os dendritos, que são 
regiões receptoras no neurônio, e um axônio, que é um 
processo celular longo e único que inicia e transmite 
impulsos nervosos. 
Placa motora. Cada fibra muscular em um músculo 
esquelético é suprida por uma terminação nervosa que 
estimula a fibra para que ela se contraia. O ponto em 
que a terminação nervosa e a fibra se encontram se 
chama placa motora ou junção neuromuscular. A parte 
neural da placa é um conjunto de expansões na 
extremidade do axônio que armazena moléculas 
químicas mensageiras, os neurotransmissores. Essas 
expansões chamam-se terminais axônicos ou botões 
terminais. 
Os terminais são separados do sarcolema da fibra 
muscular por um espaço chamado fenda sináptica e 
contêm vesículas que liberam o neurotransmissor 
quando um impulso nervoso alcança os terminais. O 
neurotransmissor na placa motora — aacetilcolina — 
difunde-se através da fenda sináptica e se liga às 
moléculas receptoras no sarcolema, onde induz um 
impulso que inicia a contração muscular. 
A placa motora possui várias características 
exclusivas. Cada terminal está assentado em uma 
depressão similar a uma calha, no sarcolema, que por 
sua vez possui suas próprias invaginações. As 
invaginações do sarcolema são cobertas com uma 
lâmina basal. Essa lâmina contém a enzima 
acetilcolinesterase, que decompõe a acetilcolina 
imediatamente após o neurotransmissor sinalizar para 
uma única contração. Isso assegura que cada impulso 
nervoso para a fibra muscular produza apenas uma 
contração rápida da fibra, evitando quaisquer outras 
contrações indesejáveis que resultariam se a 
acetilcolina permanecesse na fenda sináptica. 
Unidade motora. O axônio de um neurônio motor 
ramifica-se e inerva uma série de fibras no músculo 
esquelético. Um neurônio motor e todas as fibras 
musculares que ele inerva se chamam unidade motora. 
Quando um neurônio motor dispara, todas as fibras 
musculares esqueléticas na unidade motora contraem-
se de uma só vez. Embora a quantidade média de 
fibras musculares em uma unidade motora seja igual a 
150, as quantidades podem chegar a até várias 
centenas ou podem ser tão poucas quanto quatro fibras 
musculares. Os músculos que exigem controle muito 
preciso (como os músculos que movimentam os dedos 
das mãos ou os olhos) possuem poucas fibras 
musculares por unidade motora, enquanto os músculos 
volumosos que suportam peso, cujos movimentos são 
menos precisos (como os músculos do quadril), 
possuem muitas fibras por unidade motora. As fibras 
musculares de uma única unidade motora simples não 
são agrupadas, mas estão espalhadas por todo o 
músculo. Em consequência, a estimulação de uma 
única unidade motora provoca uma contração fraca do 
músculo inteiro. 
Os diferentes músculos contêm unidades motoras de 
tamanhos variados e em grande quantidade cada um. A 
adição de unidades motoras para obter um movimento 
chama-se recrutamento. Ou seja, quando pouca força é 
exigida para determinado movimento, poucas unidades 
motoras são estimuladas; já em caso de muita força, 
outras unidades motoras são recrutadas. 
 Tipos de fibras musculares esqueléticas 
Os vários tipos de fibras musculares esqueléticas são 
categorizados de acordo com duas características: (1) 
como produzem energia (ATP) e (2) com que 
velocidade se contraem. Algumas fibras musculares 
produzem predominantemente ATP de modo aeróbico 
(utilizando oxigênio) e, portanto, são chamadas fibras 
oxidativas. Outras produzem o ATP de modo 
anaeróbico (sem oxigênio) via glicólise, sendo 
chamadas fibras glicolíticas. A velocidade da 
contração, rápida versus lenta, depende da rapidez com 
que uma fibra decompõe o ATP para obter a energia 
necessária para essa contração. Com base nessas 
características, as fibras musculares são divididas em 
três classes gerais: fibras lentas oxidativas (LO), fibras 
rápidas glicolíticas (RG) e fibras rápidas oxidativas 
(RO). A maioria dos músculos no corpo contém os três 
tipos de fibra, mas as proporções variam de um 
músculo para outro. 
Fibras lentas oxidativas (LO). As fibras lentas 
oxidativas obtêm sua energia a partir de reações 
metabólicas aeróbicas; assim, elas possuem uma 
quantidade relativamente grande de mitocôndrias e um 
rico suprimento de capilares. Essas fibras 
relativamente finas são vermelhas por causa do seu 
conteúdo abundante de mioglobina, um pigmento para 
ligação ao oxigênio, em seu sarcoplasma. As fibras 
lentas oxidativas contraem-se lentamente, são 
extremamente resistentes à fadiga, contanto que haja 
uma quantidade suficiente de oxigênio presente, e 
produzem contrações prolongadas. Existem muitas 
dessas fibras nos músculos posturais da região lombar, 
músculos que se contraem continuamente para manter 
a coluna vertebral ereta e, assim, manter a postura. 
Como são finas, as fibras lentas oxidativas não geram 
muita potência. 
Fibras rápidas glicolíticas (RG). As fibras rápidas 
glicolíticas são pálidas porque contêm pouca 
mioglobina. Elas têm aproximadamente o dobro do 
diâmetro das fibras lentas oxidativas, contêm mais 
miofilamentos e, portanto, geram muito mais potência. 
Uma vez que essas fibras dependem das vias 
anaeróbicas para produzir ATP, elas contêm poucas 
mitocôndrias ou capilares, mas têm muitos 
glicossomos contendo glicogênio como fonte de 
combustível. As fibras rápidas glicolíticas contraem-se 
rapidamente, mas também se “cansam” rapidamente e 
são comuns nos músculos dos membros superiores que 
erguem objetos pesados por breves períodos de tempo. 
Fibras rápidas oxidativas (RO). As fibras musculares 
rápidas oxidativas são intermediárias em muitas de 
suas características, em comparação com os outros 
dois tipos de fibra. Assim como as fibras rápidas 
glicolíticas, elas contraem-se rapidamente; como as 
fibras lentas oxidativas, elas dependem do oxigênio e 
possuem um alto teor de mioglobina, uma grande 
quantidade de mitocôndrias e um rico suprimento 
capilar. Como as fibras rápidas oxidativas dependem 
muito do metabolismo aeróbico, elas são resistentes à 
fadiga, porém menos do que as fibras lentas oxidativas. 
A velocidade de contração das fibras rápidas 
oxidativas está entre a dos dois outros tipos de fibras. 
O diâmetro da fibra também é intermediário; assim, 
essas fibras são mais poderosas do que as fibras lentas 
oxidativas, mas não tão poderosas quanto às fibras 
rápidas glicolíticas. Elas são abundantes nos músculos 
dos membros inferiores, que precisam mover o corpo 
por longos períodos de tempo durante a locomoção. 
Uma vez que cada músculo contém uma mistura dos 
três tipos de fibra, este pode realizar tarefas diferentes 
em momentos diferentes. Um músculo na panturrilha, 
por exemplo, utiliza suas fibras glicolíticas para 
impelir o corpo em uma corrida curta, suas fibras 
rápidas oxidativas na corrida de longa distância e suas 
fibras lentas oxidativas na manutenção da postura 
ereta. 
 O tecido muscular esquelético ao longo da 
vida 
Com raras exceções, todos os tecidos musculares 
desenvolvem-se a partir das células mesodérmicas 
embrionárias chamadas mioblastos, que se fundem e 
formam fibras musculares esqueléticas. Essa fusão das 
células embrionárias é o motivo para as fibras 
musculares esqueléticas serem multinucleadas. As 
fibras musculares começam a produzir miofilamentos 
espessos e finos e adquirem capacidade para se 
contrair. Geralmente, os músculos esqueléticos iniciam 
contração na 7ª semana, quando o embrião tem apenas 
2 cm de comprimento. Os nervos crescem nas massas 
musculares a partir da medula espinal, trazendo os 
músculos esqueléticos para o controle do sistema 
nervoso. 
As fibras musculares esqueléticas nunca sofrem mitose 
após terem se formado. Durante a infância e a 
adolescência, essas células ficam mais longas e 
espessas para acompanhar o crescimento do corpo. 
Além disso, durante o final do período fetal (e a partir 
de então) as fibras musculares esqueléticas são 
circundadas por células satélite dispersas, que são 
células imaturas semelhantes à mioblastos não 
diferenciados. Durante a juventude, as células satélite 
fundem-se com as fibras musculares existentes para 
ajudá-las a crescer. 
Após uma lesão muscular, as células satélite 
proliferam no tecido muscular danificado e começam a 
produzir proteínas para reparar a lesão. Algumas 
células satélite fundem-se com as fibras musculares 
circundantes; outras permanecem como satélites. No 
entanto, a capacidade de regeneração do tecido 
muscular esquelético não é completa e o tecido 
gravemente danificado é substituído principalmente 
por tecido cicatricial.

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