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AT2_ ANA PAULA DE JESUS SOUZA

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM SERVIÇO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL EM AMBIENTE HOSPITALAR E DOMICILIAR
ANA PAULA DE JESUS SOUZA
MÓDULO 2
Atividade 2 da Unidade II
1.Você tem conhecimento se na sua cidade ou estado há o serviço de atendimento educacional hospitalar e domiciliar? Justifique sua resposta.
Não tenho conhecimento se em Cotia-SP, onde resido há serviço de atendimento educacional hospitalarr e domiciliar. Porém, gostaria de relatar que em 2004, realizei o atendimento de um aluno que estudava e residia em São Roque – SP, no 2º ano do Ensino Fundamental e que foi internado no Hospital Nova Vida em Itapevi – SP para tratamento de Leucemia. Ele passou pelo processo de quimioterapia e por inúmeras transfusões de sangue. Ficou internado por quase dois anos, mas meu atendimento pedagógico durou cerca de oito meses, os meses finais da internação. Dr. Lineu Alberto Góes, diretor, ginecologista e obstetra, era um dos fundadores e sócios do Hospital Nova Vida e tomou ciência do caso do menor V.S. de oito anos. Procurou auxílio de uma amiga que era psicóloga e que assumiu o acompanhamento psicológico. Ela me indicou para realizar o trabalho pedagógico hospitalar desse garoto. O foco de aprendizagem no período em questão era a alfabetização e o domínio da operações matemáticas e compreensão das situações-problema. Ia ao hospital três tardes por semana e nos dois dias de intervalo, a psicóloga realizava os atendimentos. Participei de diversas reuniões na escola, tinha contato com a professora, a coordenadora e a diretora, bem como com a psicóloga e demais profissionais de saúde que o atendiam. Três ou quatro amigos da classe vieram até o hospital visitá-lo durante esses oito meses que fiz o acompanhamento pedagógico, e, semanalmente, a turma da classe do 2º ano enviava bilhetes e desenhos. Em relação à documentação hospitalar, não tive acesso a prontuário médico. Recebia notícias do estado de saúde através dos pais e dos médicos que passavam em visita no horário das aulas e pude observar algumas fichas de medicações que ele recebia. Trabalhava com jogos, massinha, lápis, papel, tinta, tesoura, cola, revistas, álbum de figurinhas, livros de contos. Levava meu notebook para que ele desenvolvesse atividades e jogos, e para nossa realização, V.S. se alfabetizou, foi curado e no ano seguinte, conseguiu frequentar a escola presencialmente. Na época esse acompanhamento era privado e a família realizava o pagamento de todo investimento, tanto na área da saúde, como dos atendimentos pedagógicos.
2. Você tem conhecimento se há na sua cidade ou estado, alguma legislação municipal ou estadual que regulamente esses atendimentos? Em caso afirmativo, aponte essa legislação. Em caso do não conhecimento dessa legislação, faça uma pesquisa em sites de busca, sites oficiais do municípios e estado, para verificar a existência dessa legislação.
A equipe do departamento pedagógico da Secretaria da Educação me informou que o município de Cotia não possui classe hospitalar e por este motivo, realizei a pesquisa sobre as classes hospitalares no Estado de São Paulo, onde descobri que a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, a partir de agosto de 2009, colocou em funcionamento quatro novas classes em hospitais da Capital aumentando para 50 o número de espaços em atividade mantidos pela educação paulista. Com a ampliação passam a ser 31 classes hospitalares na Capital e outras 19 em hospitais do interior do Estado. As novas classes vão funcionar nos hospitais São Paulo e Antônio Prudente, sendo duas classes em cada um. 
As unidades garantem o atendimento escolar para crianças e jovens internados para tratamento de saúde em hospitais do Estado. Levantamento feito pela pasta mostra que as classes hospitalares já em funcionamento fazem cerca de 500 atendimentos mensais. Cada uma das novas unidades tem capacidade para atender 15 alunos por período. Os responsáveis pelo atendimento pedagógico oferecido aos pacientes são professores da rede estadual de ensino. Eles dão continuidade ao processo de aprendizagem de alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio matriculados em escolas públicas ou privadas. De acordo com a legislação estadual, as aulas são aplicadas aos alunos cuja permanência hospitalar for superior a 15 dias corridos. Durante o período de internação, será dada continuidade ao conteúdo pedagógico desenvolvido pela escola de origem do aluno. Caso haja necessidade, os professores podem aplicar as provas e avaliações escolares no ambiente hospitalar. 
As aulas diárias podem acontecer nas classes ou mesmo nos leitos hospitalares, a duração das aulas depende das condições clínicas apresentadas por cada paciente. “A classe hospitalar permite que o aluno dê continuidade ao seu processo de aprendizagem mesmo durante o período de internação, contribuindo assim para facilitar seu retorno e sua reintegração ao grupo escolar após sua alta médica”, afirma o secretário de Estado da Educação, Paulo Renato Souza. 
Classes hospitalares existentes na Capital: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – 04 classes; Hospital auxiliar do Cotoxó – 01 classe; Hospital Darcy Vargas – 08 classes; Hospital do Servidor Público Estadual – 02 classes; Hospital de Clínicas de São Paulo – 04 classes; Hospital Emílio Ribas – 03 classes; Incor – 02 classes; Hospital A C Camargo - 02 classes; Hospital Cândido Fontoura- 01 classe; Hospital Antônio Prudente – 02 classes; Hospital São Paulo – 02 classes. 
Classes hospitalares no interior: Jaú: Hospital Amaral Carvalho -02 classes, Botucatu: Hospital UNESP- Botucatu – 02 classes; Lins: Hospital CAIS Clemente Ferreira – 02 classes; Araçatuba: Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba – 01 classe; Marília: Hospital de Clinicas – UNESP – Marília – 01 classe; Barretos: Fundação Pio XII – 01 classe; Ribeirão Preto: Hospital das Clínicas – 10 classes.
 
3. A partir das legislações e reflexões apresentadas nesse módulo, construa um texto argumentativo dissertativo, com no mínimo 20 linhas, explicitando a importância das políticas públicas para o atendimento educacional hospitalar e domiciliar e a importância do reconhecimento desses serviços.
Os primeiros registros da educação em ambientes hospitalares no Brasil datam da década de 1950, mas só a partir dos anos 1990 que se desenvolvem os debates em torno da necessidade de oferecer atendimento educacional especializado em ambientes hospitalares e de acatar as determinações legais que procuram assegurar o direito à educação escolar das crianças e adolescentes hospitalizadas, embora ainda em nossos dias os esforços políticos pela implantação de classes hospitalares sejam insatisfatórios. 
As reflexões suscitadas pela Constituição Brasileira e pela Declaração de Salamanca demonstram claramente a necessidade de redimensionar as políticas públicas educacionais, a fim de criar as possibilidades de acesso e permanência de crianças e adolescentes com deficiências à educação escolar, vista como direito social de todos. 
Com base nesse estudo, defendo que as Secretarias de Saúde e Educação precisam lutar juntas, pois esse trabalho requer reestruturação física como por exemplo a abertura de espaços físicos adequados no ambiente hospitalar, bem como a reestruturação pedagógica com a formação e contratação de professores bem qualificados que contribuam significativamente para o bom funcionamento da classe hospitalar. As práticas educativas estabelecem relações e interações sociais e, por isso, o professor terá que analisar o contexto de sua atuação e refletir sobre o currículo, teorias, metodologias, recursos e outros aspectos que embasam o trabalho dos docentes nos processos sociais aos quais estão inseridos. Os professores que atuam na classe hospitalar precisam ter o direito de redimensionar as perspectivas da educação escolar e repensar os saberes e as práticas educativas que constituirão os espaços e tempos dessa cena educacionalsensível, inclusive contando com o auxílio da equipe hospitalar. O processo é longo e corre às margens do conhecimento público, mas se faz necessário ajustes e avanços. Temos excelentes profissionais na área da educação e da saúde, temos a Constituição à nosso favor, o que falta são as políticas públicas agirem e fazerem essa roda girar, porque o processo educacional, onde quer que seja necessário, precisa acontecer para que haja garantia do direito à educação para crianças, jovens e adultos em estado de hospitalização, promovendo a conscientização do governo sobre a importância desse serviço.
4. Como o poder público vem se mobilizando para a implementação de políticas públicas frente ao atendimento educacional hospitalar? Na sua opinião está sendo suficiente essa mobilização? Justifique.
O poder público vem se mobilizando de maneira lenta e contraditória para a implementação de políticas públicas frente ao atendimento educacional hospitalar, pois o direito de receber o atendimento escolar hospitalar enquanto o aluno se encontra em situação de hospitalização ou em tratamento de saúde é garantido por lei, como também pode ser verificado na Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), que traz a educação como um direito de todos, sem exceções. No entanto, ressalta-se a importância de políticas públicas específicas voltadas para esse serviço educacional, considerando que nas legislações vigentes atuais, não é posto como esse serviço deve ser organizado, quem é o público que deve ser atendido. No Artigo. 4º-A da Lei nº 13.716/2018 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, Lei 9.394/96) assegura o “atendimento educacional, durante o período de internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de sua competência federativa” (BRASIL, 2018, p.1). Mas, como é possível analisar, a lei cita acerca dos alunos internados em tempo prolongado, porém, não é estabelecido esse período e também se questiona como é estabelecido o direito para aqueles alunos atendidos em ambulatórios ou centros especializados e que não permanecem internados, mas em decorrência do tratamento ficam impossibilitados de frequentar a escola. 
A realidade brasileira frente ao atendimento escolar hospitalar caminha para uma maior consolidação, porém ainda enfrenta muitos percalços. A consequência da falta de um direcionamento para o atendimento ao escolar em tratamento de saúde em território nacional brasileiro gera barreiras para todos os alunos que necessitam do atendimento das classes hospitalares e que possam dele desfrutar. No ano de 2002, a Secretaria de Educação Especial por meio do Ministério da Educação (MEC) publicou um documento orientador denominado: “Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações”, sobre o atendimento escolar hospitalar e domiciliar, abordando fatores que circundam esses atendimentos e sobre o profissional que atua nesse serviço. O documento é também um marco por apontar a possibilidade de articulação entre a classe hospitalar e a escola de origem do alunado doente. É importante ressaltar que esse documento foi o único publicado até o momento e com as especificidades sobre o atendimento educacional hospitalar e domiciliar, porém, trata-se de um documento orientador e não de uma legislação que, de fato, garanta este serviço. 
Em 2013, com a publicação da atualização da Lei de Diretrizes e Bases (Lei n°12796 de 4 de abril de 2013) o público alvo da Educação Especial passa a ser redefinido, se restringido aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e, não mais aqueles com necessidades educacionais especiais, onde se inseriam as crianças e jovens doentes, visto que quando o indivíduo se encontra enfermo, hospitalizado ou não, necessita de serviços e apoios específicos (FONSECA, 2008). Assim, percebe-se uma contradição legal, uma vez que, a Resolução Nº 4, de 2 de outubro de 2009, que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, na modalidade Educação Especial, traz que o atendimento educacional hospitalar se enquadra na modalidade de Educação Especial, na qual, “Art. 6º - Casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação Especial de forma complementar ou suplementar” (BRASIL, 2009, p. 4). Discute-se que haja uma razão política, social e econômica para essa modificação no público alvo da Educação Especial. Ao se restringir o público atendido, consequentemente, os locais de atendimento também são reduzidos, havendo assim um corte de gastos públicos. Observa-se que as políticas públicas deveriam ser elaboradas incorporando todos os sujeitos, considerando a diversidade social de um país multiculturalista e com necessidades regionais singulares. Desse modo, percebe-se a invisibilidade desse serviço, por falta de viabilização pelos órgãos oficiais.
5. Você acredita que os professores e pesquisadores da área, por meio de suas mobilizações, influenciam na execução dos serviços de atendimento educacional hospitalar e domiciliar? De que forma?
Professores e pesquisadores da área, por meio de suas mobilizações, influenciam na execução dos serviços de atendimento educacional hospitalar e domiciliar através de seus trabalhos e projetos em eventos científicos, bem como, em publicações acadêmicas, pois através de divulgações tomamos conhecimento das leis que asseguram, mesmo que de forma precária, os direitos dos estudantes em situação de classe hospitalar.
 6. Quais as contribuições esse módulo pode proporcionar para a sua formação continuada?
Apesar de ainda existir um longo caminhar na questão da gestão pública, compreendi que apenas a boa vontade do educador não basta. Fatores sociais e econômicos, bem como formação adequada fazem parte do processo. O mais importante, é que estamos, mesmo que lentamente avançando e não podemos deixar o que já foi conquistado retroceder. É necessário avançar nos estudos e aprimorar as leis e principalmente, divulgá-las porque a informação fará toda a diferença.

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