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Clínica Médica de ruminantes 1 Lívia Maria Distúrbios do metabolismo do cálcio - Hipocalcemia puerperal Transtorno metabólicos complexos e etiologias multifatoriais Calcio – participa estabilização de membranas, contração muscular (actina/miosina) Baixo consumo nutricional -cálcio é adquirido na alimentação Parto – 1 semana antes do parto ocorre diminuição da ingestão de matéria seca, redução do aporte de cálcio e aumento da demanda Aumento da demanda – formação de colostro e do feto Incapacidade de manter níveis normais da calcemia Epidemiologia Doença metabólica em animais de alta produção – fêmeas leiteiras de alta produção, a partir da segunda lactação (quando o animal começa expressar sua capacidade máxima de produção Desequilíbrio na regulação da concentração de Ca++ no sangue desde -48 até + 72 horas em relação ao parto. Morbidade – 3,5 a 8,8% em vacas adultas susceptíveis / 30% vacas de alto risco (Jersey e Holandesa) Mortalidade – 35% - colapso cardiorrespiratório/lesões musculares Ocorrência: - Pré- parto – 3% dos casos - Parto – 6% dos casos - 24 a 48 h PP – 12% dos casos Etiologia Causas: • Aumento súbito no requerimento de cálcio nas proximidades do parto (+ frequência após o parto) • Período seco – 10 a 12g Ca/dia • Parto – mobilização de mais de 30g Ca/ dia • Os animais têm níveis normais de PTH – atividade reduzida dos osteoclastos (promove reabsorção do cálcio dos ossos) - diminuição da hidroxiprolina (metabolito liberada a partir da mobilização de cálcio nos ossos) em vacas com hipocalcemia. - Doença é causada por uma falha nos receptores de PTH nos enterócitos/ osteoclastos e não tem a mobilização do cálcio dos ossos 1. Perda de cálcio no leite maior que a capacidade de absorção no intestino e de mobilização óssea 2. transtorno intestinal (enterócitos) que comprometa a absorção e cálcio – diminuição da ingestão da matéria seca 3. Mobilização de cálcio ósseo não suficientemente rápida para manter a calcemia Vitamina D – estimula/facilita a liberação de carreador do cálcio intestinal Fatores predisponentes e determinantes da HP Idade – vacas velhas (menor absorção intestinal de cálcio, devido a menor quantidade de enterócitos no intestino e menor ação do PTH nos osteoclastos Raça – Jersey e Holandesa Clínica Médica de ruminantes 2 Lívia Maria Ordenha de colostro – após parto o proprietário faz a ordenha do colostro e ordenha total – mais cálcio é removido da corrente sanguínea Manejo nutricional do pré- parto – animais que recebem alimentação muito energética, tornam obesos, com menor ingestão de matéria seca Níveis de Ca e P dietética no pré-parto – dietas com alto nível aumenta os níveis de calcitonina que determina maior excreção de cálcio e menor absorção intestinal de cálcio e uma fixação de cálcio nos ossos (inverso de mobilizar o cálcio dos ossos) Mecanismo da homeostase da calcemia Período do periparto - O animal que tem o baixo consumo de cálcio na dieta com o passar do tempo – provoca menor absorção de cálcio intestinal – menor concentração plasmático desse mineral – ativação das vias que vão aumentar o cálcio – 1 aumento da secreção de PTH – aumenta maior reabsorção de cálcio nos ossos – maior produção de vitamina D (rins) – vitamina D vai determinar maior absorção de cálcio intestinal. Esse aumento da absorção ocorre devido a uma disponibilidade dietética (consumo) que por fim aumenta os níveis plasmáticos de cálcio. Quando tem altos níveis de cálcio plasmáticos – ocorre redução de paratormônio – redução de alfa hidroxilase – diminui da vitamina D -3 metabolito ativo -diminuição da absorção de cálcio intestinal – diminui PTH e aumenta calcitonina Fisiopatogenia O cálcio participa da condução de impulsos e tem ação na estabilização de membranas. Quando o cálcio está baixo ele vai perder e não vai mais conseguir esse efeito estabilizador das membranas celulares que se tronam excessivamente permeáveis aos íons sódio e mais excitáveis O animal com hipocalcemia ele tem aumento da velocidade de condução do impulso ou permite produção de impulso espontâneo ao longo das fibras nervosas Provocando quadro de hiperestesia e tetania – na fase inicial da hipocalcemia Como o cálcio é importante para ser utilizado no sistema actina miosina a deficiência de cálcio provoca paresia. Em seguida como tem redução no sistema de contração muscular e o animal acaba evoluindo para uma paralisia flácida com Hiposfofatemia e hipermagnesemia (PPH clássica) – paralisia flácida mais evidente O aumento de magnésio na junção neuromuscular prejudica a liberação de acetilcolina – paralisia flácida Achados clínicos Fase 1 • Breve período de excitação e tetania • Ranger de dentes e protusão de língua • Movimentos pendulares da cabeça, tremores de orelhas e espamos no flanco e dorso • Rigidez muscular nos membros pélvicos • Temperatura normal ou aumentada Fase 2 • Decúbito esternal prolongado • Diminuição do nível de consciência • Desvio lateral do pescoço • Paralisia flácida • Extremidades frias e temperatura retal subnormal • Taquicardia com hipofonese Clínica Médica de ruminantes 3 Lívia Maria • Reflexo pupilar diminuído, anisocoria • Estase ruminal e timpanismo secundário Fase 3 • Decúbito lateral • Estado semi-comatoso • Completa flacidez muscular • Diminuição do pulso, das bulhas cardíacas e aumento da frequência cardíaca • Morte por colapso circulatório Achados clínicos – ovinos/caprinos • Marcha com membros em posição de cavalete – periparto • Tremores dos músculos das escapulas • Decúbito external • Morte dentro de 8 a 12 horas Achados laboratoriais Calcio ionizado Hipocalcemia – abaixo de 6 mg/dL Hipofosfatemia – 1,5 a 3 mg/dL Hipermagnesemia – 4 a 5 mg/dL Hiperglicemia - ??? pode estar alto ou baixa Complicações e Prejuízos econômicos • 15 a 30% dos animais são refratários a uma ou duas aplicações parenterais de borogluconato de Ca – medicamento que utiliza para tratar • Pode predispor a prolapso uterino ( 3,1x) • Distocias (7,2x) • Retenção de membranas fetais (5,7x) – antes ou imediatamente após o parto • Mastite – animal fica em decúbito, a gland fica mais vulnerável a infecção por patógeno ambiental • Deslocamento de abomaso e cetose • Custo com tratamento – valor do tratamento, risco de morte, redução da produção de leite, aumento do intervalo de parto Diagnostico/ Prognostico • Anamnese – vida reprodutiva • Aspectos epidemiológicos – 48hrs antes do parto e 72 horas após o parto • Sinais clínicos - • Achados laboratoriais • Prognostico – reservado, por que muitos animais podem morrer por serem refratários ao tratamento ou porque não houve tratamento em tempo hábil, podendo levar a óbito Diagnostico diferencial • Mastite • Peritonite – relacionada com ruptura uterina • Metrite aspirativa • Injuria musculo- esquelética Tratamento Animais que estão deitados na hipocalcemia quando acaba de aplicar medicamento ele já levanta. Recuperação instantânea • Sais de cálcio I.V = 9,0 gramas podendo ser obtida em soluções de 400 a 800 ml de borogluconato de cálcio na concentração de 25% Se é uma solução a 20% e eu preciso fazer 9gramas Clínica Médica de ruminantes 4 Lívia Maria Gluconato de cálcio – 16,6g (fornece 8% apenas de cálcio ativo) 1,32 está em 100 ml Quantas ml eu vou precisar para fornecer 9gramas – 682 ml Fazer como base a maior concentração Prevenção - Dietas pobres em cálcio - final da gestação estimularia a liberação de paratormônio (mobilizar cálcio dos ossos) - Bom manejo nutricional no pré-parto (30a 40dias antes do parto) – volumoso, sal mineral (animal em período seco) - Dieta aniônica: fornecida 30 dias antes do parto (utilização de amônia, enxofre – 30 a -100 mEq/kg MS) - 150g de cloreto de cálcio (gel – 24 a 48 horas antes do parto) - Propionato de cálcio VO no momento do parto - 20 milhões de UI de vitamina D2/dia/5 dias Equação – quanto você adiciona ânions na dieta e a torna negativa ( Cl e enxofre) Fornecimento de cloreto e sulfato de amônia em dietas pré-parto -100g de cloreto de amônio ou 100 g de sulfato de amônio – 15 dias pré parto (rebanho com chance de haver hipocalcemia) Aniônica: Dietas levemente acidas ativam sistema enzimático que determina a reabsorção óssea, para liberar CO3 tampão sanguínea, e a consequência e a liberação de cálcio e de fosforo. Dietas alcalinas – reabsorção e excreção de H+ e carbonato pela urina, níveis normais de PTH, níveis baixa de vitamina D3 (compromete a absorção intestinal de cálcio) , diminuição da reabsorção óssea – leva uma homeostase deficiente de cálcio
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