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MÉTODOS E MEDIDAS DE POSICIONAMENTO

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MÉTODOS E MEDIDAS DE
POSICIONAMENTO
Caro(a) aluno(a),
A Universidade Candido Mendes (UCAM), tem o interesse contínuo em
proporcionar um ensino de qualidade, com estratégias de acesso aos saberes que
conduzem ao conhecimento.
Todos os projetos são fortemente comprometidos com o progresso educacional
para o desempenho do aluno-profissional permissivo à busca do crescimento
intelectual. Através do conhecimento, homens e mulheres se comunicam, têm
acesso à informação, expressam opiniões, constroem visão de mundo, produzem
cultura, é desejo desta Instituição, garantir a todos os alunos, o direito às
informações necessárias para o exercício de suas variadas funções.
Expressamos nossa satisfação em apresentar o seu novo material de estudo,
totalmente reformulado e empenhado na facilitação de um construto melhor para
os respaldos teóricos e práticos exigidos ao longo do curso.
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente
da Universidade Candido Mendes (UCAM).
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese
dos saberes.
Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcançar o
equilíbrio e contribuição profícua no processo de conhecimento de todos!
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
 
Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 3 
SUMÁRIO 
 
CARTOGRAFIA X GEOINFORMAÇÃO .............................................................................................. 5 
INTRODUÇÃO À CARTOGRAFIA E À GEOINFORMAÇÃO............................................................ 5 
CARTOGRAFIA TEMÁTICA, ANALÍTICA E EXPLICATIVA ........................................................ 9 
OS MAPAS TEMÁTICOS ....................................................................................................................... 9 
A QUESTÃO DA DIMENSÃO ............................................................................................................. 15 
ALTIMETRIA ........................................................................................................................................ 15 
MAPAS TEMÁTICOS ........................................................................................................................... 17 
A) MAPAS ZONAIS ........................................................................................................................................... 17 
B) MAPAS DE PONTOS ................................................................................................................................... 18 
C) MAPA DE CÍRCULOS ................................................................................................................................. 19 
PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO .............................................................................................................. 19 
D) MAPA DE ISOLINHAS ................................................................................................................................ 21 
E) MAPAS DE FLUXO ..................................................................................................................................... 23 
PRINCÍPIOS E UTILIZAÇÃO DA CARTOGRAFIA ......................................................................... 25 
ESCALAS ............................................................................................................................................... 25 
ESCALA NUMÉRICA: ...................................................................................................................................... 25 
ESCALA GRÁFICA: .......................................................................................................................................... 26 
ESCALA NOMINAL .......................................................................................................................................... 26 
MAPAS, CARTAS E PLANTAS ........................................................................................................... 31 
CLASSIFICAÇÃO DOS MAPAS DE ACORDO COM OS OBJETIVOS ........................................................... 32 
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ESCALA .......................................................................................... 34 
A COMUNICAÇÃO VIA CARTOGRAFIA ......................................................................................... 39 
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS - SIG.................................................................. 41 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES .............................................................................................................. 41 
FINALIDADE, OBJETIVOS E ÁREAS DE APLICAÇÃO DOS SIG ................................................. 42 
EVOLUÇÃO DOS SIGS ........................................................................................................................ 48 
ELEMENTOS DE UM SIG ..................................................................................................................... 50 
DADO GEOGRÁFICO E INFORMAÇÃO ........................................................................................... 50 
SOFTWARE: .......................................................................................................................................... 53 
RECURSOS HUMANOS: A INTERFACE ENTRE SISTEMA E USUÁRIO ..................................... 59 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................... 60 
ARQUITETURA DOS SIGS ................................................................................................................... 62 
AS POSSIBILIDADES DA TECNOLOGIA DOS SIGS ...................................................................... 62 
GIS DESKTOP .................................................................................................................................................. 63 
 
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FERRAMENTAS SOFISTICADAS DE ANÁLISE ESPACIAL, COMO OS MÓDULOS DE GEOESTATÍSTICA 
DISPONÍVEIS NAS NOVAS VERSÕES DO IDRISI, ARC/INFO E SPRING E FUNÇÕES DE ÁLGEBRA DE 
MAPAS COMO AS DISPONÍVEIS NO MÓDULO SPATIAL ANALYST DO ARC/VIEW; ............................... 64 
A SEGUNDA GERAÇÃO: BANCOS DE DADOS GEOGRÁFICOS ................................................................ 64 
A TERCEIRA GERAÇÃO: BIBLIOTECAS GEOGRÁFICAS DIGITAIS .......................................................... 65 
BIBLIOTECAS DE COMPONENTES SIG........................................................................................................ 65 
SISTEMAS DE GERÊNCIA DE BANCO DE DADOS (SGBD) ......................................................... 66 
ARQUITETURA DOS SIGS ................................................................................................................. 68 
ESTRUTURA DOS DADOS GEOGRÁFICOS .................................................................................... 71 
VETORIAL ........................................................................................................................................................ 72 
MATRICIAL ...................................................................................................................................................... 73 
APLICAÇÕES DOS SIGS ....................................................................................................................... 77 
SIG E MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................77 
CONTROLE DE QUEIMADAS ......................................................................................................................... 80 
DESMATAMENTO E REFLORESTAMENTO .................................................................................................. 80 
AGRICULTURA ................................................................................................................................................ 81 
TURISMO .............................................................................................................................................. 82 
OS SIGS E SUAS APLICAÇÕES COMERCIAIS ................................................................................ 84 
GEOMARKETING ................................................................................................................................ 85 
MERCADO IMOBILIÁRIO .................................................................................................................. 89 
OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA MODELAÇÃO HIDROLÓGICA ............ 89 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 93 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CARTOGRAFIA X GEOINFORMAÇÃO 
 
INTRODUÇÃO À CARTOGRAFIA E À GEOINFORMAÇÃO 
Conforme Aguirre e Mello Filho (2009), a importância da Cartografia depreende-se do 
fato de que o homem aprendeu primeiro a elaborar mapas rudimentares antes de aprender a ler e 
escrever. É evidente que esses mapas não passavam de simples croquis itinerários, porém, 
tinham grandes utilidades para orientação e localização. 
A Cartografia sempre acompanhou o progresso da humanidade, ao modificar 
continuamente sua metodologia, conforme se processa e se disponibiliza a evolução tecnológica. 
Atualmente os mapas estão presentes praticamente em todas as atividades humanas, haja vista 
que é a primeira ferramenta usada para qualquer tipo de planejamento do espaço físico da 
superfície terrestre. 
O objeto da Cartografia consiste em trazer para o gabinete diversas partes da Terra, 
vista de cima, que representam as configurações terrestres de forma convencional, em uma 
determinada escala, e que possibilitam de esta maneira a análise de áreas relativamente grandes 
para o planejamento das mais diversas atividades humanas. 
A Cartografia pode ser definida como um conjunto de ciências, técnicas e artes 
utilizadas para a elaboração de mapas e cartas. 
Noutrossim, sob a ótica de Bakker (2005), Cartografia é a ciência e a arte de expressar 
graficamente, por meio de cartas e mapas, o conhecimento humano da superfície terrestre. 
Diz também que a Cartografia é definida como a arte de levantamento, construção e 
edição de cartas e mapas de qualquer natureza, e a ciência na qual repousa. 
É ciência porque essa expressão gráfica, para alcançar exatidão satisfatória, procura um 
apoio científico que se obtém pela coordenação de determinações astronômicas, geodésicas, 
topográficas, fotogramétricas e de GNSS (sistemas globais de navegação por satélites artificiais - 
GPS, GLONASS, GALILEO e o chinês BEIDOU). 
A definição basilar de Cartografia, hoje aceita sem maiores contestações, foi assim 
estabelecida em 1964 pela Associação Cartográfica Internacional (ACI) e, posteriormente, 
ratificado pela UNESCO, em 1966: “A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e 
operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações 
 
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diretas ou da análise de documentação, voltam-se para a elaboração de mapas, cartas e outras 
formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e 
socioeconômicos, bem como o seu estudo e a sua utilização”. 
Gripp; Silva (1994) comungam da mesma opinião, salientando que a Cartografia “é 
ciência porque essa expressão gráfica, para alcançar exatidão satisfatória, procura um apoio 
científico que se obtém pela coordenação de determinações astronômicas e matemáticas com 
topográficas e geodésicas. E é arte quando se subordina às leis estéticas da simplicidade, clareza 
e humana, procurando atingir o ideal artístico da beleza” (conceito de arte coincidente com 
Bakker). 
Pode-se entender, portanto, que a ciência cartográfica compreende o estudo teórico de 
princípios e leis que regem a linguagem gráfica, assim como o estudo e a análise dos dados 
componentes da informação, os quais são obtidos a partir de diferentes fontes, e a pesquisa de 
formas eficientes para a percepção e representação desses dados. 
No que concerne à Geoinformação, buscamos auxílio em Câmara, Monteiro e Medeiros 
(2009), para estabelecer as bases epistemológicas da Ciência da Geoinformação, será preciso –
em primeiro lugar – identificar as fontes de contribuição teórica nas quais poderemos buscar 
bases para a reflexão. Este trabalho propõe tomar o conceito de espaço geográfico como uma 
noção-chave, a partir do qual podemos construir os fundamentos teóricos desta nova disciplina 
científica. Consideramos que, apesar de seu caráter interdisciplinar, o fundamento básico da 
Ciência da Geoinformação é a construção de representações computacionais do espaço. Assim, 
ao revisar as principais concepções da Geografia, na perspectiva da construção de sistemas de 
informação, estaremos contribuindo não apenas para a fundamentação teórica do 
Geoprocessamento, como ainda buscando inspiração para o projeto das novas gerações de GIS. 
Ao fazer uma revisão das diferentes concepções de espaço geográfico, não pretendemos 
estabelecer juízo de valor, mas estabelecer como a tecnologia de GIS permite a expressão 
computacional destes conceitos e o que estas diferentes escolas nos podem ensinar sobre as 
limitações atuais do Geoprocessamento. 
Trabalhar com geoinformação significa, antes de mais nada, utilizar computadores 
como instrumentos de representação de dados espacialmente referenciados. Deste modo, o 
 
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problema fundamental da Ciência da Geoinformação é o estudo e a implementação de diferentes 
formas de representação computacional do espaço geográfico. 
É costume dizer-se que Geoprocessamento é uma tecnologia interdisciplinar, que 
permite a convergência de diferentes disciplinas científicas para o estudo de fenômenos 
ambientais e urbanos. Ou ainda, que “o espaço é uma linguagem comum” para as diferentes 
disciplinas do conhecimento. 
Apesar de aplicáveis, estas noções escondem um problema conceitual: a pretensa 
interdisciplinaridade dos SIGs é obtida pela redução dos conceitos de cada disciplina a 
algoritmos e estruturas de dados utilizados para armazenamento e tratamento dos dados 
geográficos. 
Assim, não há como não falar da Cartografia quando se trata das inter-relações da 
Geoinformação. 
Dentre as principais representações cartográficas destacam-se o globo, os mapas, as 
cartas topográficas, as cartas temáticas, e as plantas. 
O Problema Fundamental da Cartografia é justamente a representação gráfica da 
superfície terrestre, tanto que para resolver este seu problema, é necessário o conhecimento de 
sua forma. Inicialmente, adotou-se a Terra com a Forma Plana, como o homem via o seu 
entorno; posteriormente, o interesse do homem pela terra crescia com a distância dos lugares de 
comércio e com o desenvolvimento das ciências chegou-se à Forma Esférica. 
Portanto, a razão principal da relação interdisciplinar forte entre Cartografiae 
Geoprocessamento é o espaço geográfico. A Cartografia preocupa-se em apresentar um modelo 
de representação de dados para os processos que ocorrem no espaço geográfico. O 
Geoprocessamento representa a área do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e 
computacionais, fornecidas pelos Sistemas de Informação Geográfica (SIG), para tratar os 
processos que ocorrem no espaço geográfico. Isso estabelece de forma clara a relação 
interdisciplinar entre Cartografia e Geoprocessamento. 
Os resultados dos diversos levantamentos possibilitam a elaboração de documentos 
cartográficos, a partir do estabelecimento das correlações espaciais e da observação dos 
fenômenos naturais e sociais que ocorrem na superfície terrestre. 
Vejamos alguns conceitos importantes: 
 
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 mapeamento – processo de construção de um documento cartográfico, que tem seu início 
na organização sistêmica dos dados e informações provenientes de diversos 
levantamentos; 
 Levantamento – caracteriza-se pela realização de medidas e observações, coleta de dados, 
e a seleção de documentos existentes, com o objetivo de elaborar uma informação 
cartográfica. 
Exemplos: Levantamentos topográfico, hidrográfico, climatológico. 
 
Para estas atividades, utilizam-se equipamentos e técnicas da Topografia como 
teodolito, estação total, nível e trena. Sendo que esses equipamentos estão sendo gradativamente 
substituídos e/ou complementados (dependendo do caso) pelo GPS. 
O GPS é um importante aliado nos serviços que exigem informações de posicionamento 
confiáveis, dada a rapidez e segurança nos dados que fornece. Exemplos de aplicações: locação 
de obras na construção civil, como estradas, barragens, pontes, túneis, etc. 
Alguns casos atendidos pelo GPS são impossíveis através da Topografia, como o 
monitoramento contínuo de veículos (automóveis, aviões ou navios). Dentre muitas, outra 
grande vantagem do GPS é a não necessidade de intervisibilidade entre as estações em 
determinadas áreas. 
 Sensoriamento Remoto: processo de medição e obtenção de dados sobre um objeto ou 
fenômeno, ou mesmo alguma propriedade deste, através de sensores que não se 
encontram em contato físico com o objeto ou fenômeno estudado. 
O princípio básico é a transferência de dados do objeto para o sensor, feita através de 
energia – energia eletromagnética ou radiação eletromagnética (REM). 
A energia solar é a base dos princípios que fundamentam essa tecnologia. 
 Aerolevantamento: realização de observações, ou coleta de dados com o emprego de 
equipamentos aerotransportados. Acontece geralmente pelo Sistema suborbital (Avião – 
imagem aérea) ou sistemas Orbitais (satélites como Landsat, Spot, CBERS, IKONOS, 
etc., imagem orbital). 
A obtenção de informações a partir de dados de SR baseia-se no estudo das interações 
entre a energia eletromagnética e os alvos da superfície terrestre (MAIO, 2008). 
 
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CARTOGRAFIA TEMÁTICA, ANALÍTICA E EXPLICATIVA 
 
Enquanto a Cartografia sistemática ou topográfica tradicional trata de um produto 
cartográfico de forma geométrica e descritiva, a Cartografia temática apresenta uma solução 
analítica ou explicativa, como veremos adiante. 
Grosso modo, podemos dizer que a Cartografia temática preocupa-se com o 
planejamento, a execução e a impressão final, ou plotagem de mapas temáticos, que são aqueles 
que possuem um tema principal a ser representado. Para obter-se um bom resultado em um mapa 
temático, alguns preceitos devem ser respeitados e, como esses mapas se baseiam em mapas 
preexistentes, deve-se ter um conhecimento preciso das características da base de origem (FITZ, 
2008). 
 
OS MAPAS TEMÁTICOS 
Os mapas temáticos geralmente utilizam outros mapas como base, tendo como objetivo 
básico fornecer uma representação dos fenômenos existentes sobre a superfície terrestre, por 
meio de uma simbologia específica. De todo modo, qualquer mapa que apresente outra 
informação distinta da mera representação da porção analisada pode ser enquadrado como 
temático, mas deve possuir alguns elementos que são de fundamental importância para o bom 
entendimento do usuário. 
Vamos a esses elementos? 
1) O título do mapa: que deve estar realçado, preciso e conciso. 
2) As convenções utilizadas. 
3) A base de origem (mapa-base, dados, etc.). 
4) As referências (autoria, data de confecção, fontes, etc.). 
5) A indicação da direção norte, no caso da inexistência de um sistema de coordenadas 
geográficas ou plano-retangulares. 
6) A escala. 
7) O sistema de projeção utilizado. 
 
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8) O(s) sistema(s) de coordenadas utilizado(s) que podem ser gratículas1 e/ou 
quadrículas2. 
 
Segundo Fitz (2008), a confecção ou construção de um mapa qualquer deve levar em 
consideração, necessariamente, as seis primeiras características listadas, sob pena de perda da 
qualidade do trabalho. 
Outras recomendações do mesmo autor são as seguintes: 
 os sistemas de projeção e de coordenadas devem constar, sempre que possível, a fim 
de validar cientificamente as informações contidas no mapa; 
 quando existir a representação de um sistema de coordenadas por meio de 
quadrículas/gratículas, a indicação da direção norte torna-se opcional; 
 em se tratando de mapas digitais, todas as informações listadas praticamente se 
tornam indispensáveis, pois sua omissão impedirá trabalhos com a utilização das 
técnicas do geoprocessamento. O geoprocessamento busca realizar, de uma forma 
geral, o armazenamento, o processamento e a análise de dados georreferenciados, ou 
seja, de informações espacialmente localizadas. Para tal, é necessário dispor de 
mapas altamente qualificados. 
 
Os mapas temáticos devem apresentar determinadas características básicas para que 
possam ser facilmente entendidos por qualquer usuário. 
Em um primeiro momento, para que se possa fazer uma leitura correta de determinados 
detalhes, a fim de vinculá-los à realidade vivenciada, necessita-se utilizar alguma imaginação, 
pois se deve lembrar que as cartas são representações do terreno, elaboradas com a finalidade de 
apresentar as características dele o mais fielmente possível. 
Os dados ou informações a serem representados apresentam características específicas 
que devem ser trabalhadas com bastante cuidado. Para que um mapa possa traduzir exatamente o 
que se deseja, é imprescindível o uso preciso de determinadas variáveis visuais. 
 
1 Gratículas são entendidas aqui como conjuntos de linhas que se cruzam perpendicularmente, em ângulos 
quaisquer, formando trapézios esféricos. 
2 Quadrículas são entendidas como pares de linhas paralelas que se cruzam perpendicularmente, estabelecendo 
ângulos retos, com a consequente formação de quadrados ou retângulos. 
 
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A primeira delas relaciona-se ao tamanho do elemento a ser representado. Nesse 
sentido, é fundamental sempre manter uma proporção adequada à escala do mapa e ao tamanho 
final do produto impresso. Deve-se destacar que, na representação de uma estrada, por exemplo, 
muitas vezes o traçado realizado não condiz com a sua real largura. 
Outra característica diz respeito às tonalidades, hachuras – métodos de representação 
que utilizam traços paralelos de igual espaçamento para dar ideia de densidade ou para a 
representação da estruturade um relevo –, ou aos coloridos utilizados que, para uma boa 
representação, devem ser de fácil e imediata compreensão. 
A execução de um mapa com informações quantitativas deve possuir tons 
diferenciados, do mais claro, ou hachuras mais espaçadas, para valores menores, até tons mais 
escuros, ou hachuramento mais denso, para valores maiores. Assim, em um mapa hipsométrico – 
que representa o relevo com utilização de cores para as diferentes altitudes –, utilizam-se duas ou 
três cores básicas e variações tonais intermediárias entre elas (dégradé), a fim de representar 
melhor as diferenças de altitudes. 
Em geral, as áreas baixas são representadas por tons de verde passando a amarelo; as 
médias altitudes, por tons amarelados até avermelhados, e as maiores altitudes por tons de 
vermelho até marrom. Muitas vezes, em tons de cinza-claro, acrescenta-se uma área 
correspondente à linha de neve presente em grandes altitudes. Já em mapas políticos, por 
exemplo, as divisões administrativas deverão apresentar cores bem distintas umas das outras, 
para facilitar a localização das fronteiras. 
A forma do símbolo utilizado é outra característica fundamental para uma informação 
precisa e objetiva. As informações existentes na realidade da superfície devem ser, frisando, de 
fácil compreensão. 
A utilização de diferentes formas de representação em um mapa, passíveis de um 
reconhecimento imediato pelo usuário, é essencial para a satisfação desse requisito básico. São 
elas: 
 a forma linear – utilizada para informações que, ao serem transportadas para um mapa, 
requerem um traçado característico, sob a forma de linha contínua ou não. Na maioria das 
vezes, a largura da linha desenhada não corresponde à largura real do tema. Para 
 
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melhorar a compreensão dos elementos representados, o tracejado pode apresentar cores 
diversas, ou ser descontínuo. Ex.: estradas, rios, etc.; 
 a forma pontual – utilizada para as informações cuja representação pode ser traduzida por 
pontos ou figuras geométricas. Ex.: cidades, casas, indústrias, etc.; 
 a forma zonal – usada para representar as informações que ocupam uma determinada 
extensão sobre a área a ser trabalhada. Essa representação é feita com a utilização de 
polígonos. Ex.: vegetação, solos, clima, geologia, etc. 
 
São princípios que devem ser seguidos para se apresentar os temas de um mapa 
cartográfico de forma clara, objetiva e precisa: 
 
1º) Cada fenômeno deve ser representado por apenas uma simbologia específica; assim, para 
informações qualitativas, há uma mudança na forma dos símbolos utilizados. 
As figuras abaixo apresentam exemplos das situações citadas. No primeiro caso observe 
que é facilmente verificável a distinção entre os produtos a serem descritos e no segundo caso, a 
tonalidade da cor utilizada ou o tamanho da simbologia traduz as diferenciações representadas. 
 
Informações qualitativas Informações quantitativas 
 
 
 
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2º) Os cursos d'água possuem representação na cor azul, com sua nomenclatura mais usual. Os 
rios, de maior porte, possuem, sempre que possível, largura compatível a eles. As nascentes são 
representadas por linhas tracejadas. 
 
3º) A cobertura vegetal e as plantações normalmente se apresentam com colorações esverdeadas, 
existindo uma diferenciação de tonalidades entre os diversos tipos de vegetação e uso da terra. É 
importante observar que essa cobertura poderá apresentar-se bastante modificada, em razão das 
transformações experimentadas pela área desde a elaboração do mapa. 
 
4º) As cidades e vilas, com área urbana significativa, dependendo da escala do mapa, podem ser 
representadas por um arruamento bastante simplificado, com coloração rósea. Conforme a escala 
do mapa vai aumentando, o detalhamento (ruas, avenidas, quarteirões etc.) vai sendo cada vez 
mais aprimorado. 
 
5º) Pequenos quadrados pretos podem representar quaisquer construções existentes. Igrejas e 
escolas geralmente apresentam ícones específicos, e construções como, por exemplo, usinas, 
cemitérios, fábricas e outras, podem receber uma identificação específica ao lado, visando a uma 
localização mais facilitada. 
 
Nos mapas, também são colocados alguns topônimos de lugares de conhecimento geral 
e/ou da população residente nos arredores da região. Ex.: nomes de rios, morros, vilas, etc. 
Alguns mapas temáticos podem exibir um detalhamento maior patrocinado pela sua 
base. Assim, por exemplo, alguns apresentam isoípsas, conhecidas como curvas de nível, que 
podem ser apresentadas como linhas na cor sépia (marrom-claro), com numeração aparente, 
normalmente de 100 m em 100 m. Igualmente, os pontos cotados também podem constar com o 
seu valor e um “X” ao lado, na cor preta, indicando a sua exata localização. Quando o “X” 
estiver na cor sépia, deverá ser interpretado como um ponto cotado obtido por interpolação. Um 
triângulo contendo um ponto em seu centro mostra a localização de um marco geodésico ou 
topográfico existente no terreno. Linhas tracejadas contendo um ponto entre os traços 
 
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representam linhas de transmissão de energia (alta/baixa tensão); linhas tracejadas contendo um 
“x” entre os traços representam cercas. 
Qualquer mapa confiável deve apresentar as convenções utilizadas e suas devidas 
explicações. Normalmente, a legenda é localizada em um canto do mapa, enquadrada em uma 
moldura e contendo o título “legenda” ou “convenções”. A legenda pode ser entendida, portanto, 
como o quadro que apresenta, internamente, as convenções (FITZ, 2008). 
Outra observação a ser verificada diz respeito à fonte das informações e suas 
referências. A qualidade das informações do mapa temático final está diretamente relacionada 
com o mapa-base utilizado e com a origem e a credibilidade dos dados nele representados. 
A autoria, a data de confecção, a base dos dados, assim como todas as demais 
informações que possam contribuir para elucidar qualquer dúvida do usuário, devem constar no 
rodapé do mapa produzido. 
Um mapa desprovido de tais informações torna-se desqualificado em termos técnicos e 
acadêmicos, restringindo-se a usos menos nobres. 
Claro que não podemos nos esquecer do sistema de projeção e escala, afinal de contas, 
para que se possa realizar um bom trabalho, deve-se ter cuidado com a questão da qualidade do 
produto gerado. Quando se deseja um nível maior de precisão nos mapas realizados, deverão ser 
mencionados, além dos itens já citados, outros dois dados imprescindíveis, importados do mapa-
base, a escala e o sistema de projeção não podem ser esquecidos. 
Qualquer produto apresentado sem essas caracterizações deve, necessariamente, incluir 
dizeres como: “Mapa ilustrativo, desprovido de rigor geométrico” (FITZ, 2008, p. 54). 
A geração de mapas em meio digital é, atualmente, a forma mais comum de confecção. 
As facilidades da informática trazem à tona, entretanto, variados problemas que podem ser 
agravados quando a manipulação das informações é executada sem o devido cuidado, ou por 
profissionais não qualificados. 
Os “ajustes” realizados em um mapa para que ele consiga ser enquadrado em 
determinado trabalho podem ocasionar danos irreparáveis ao material produzido. O 
“esticamento” de um mapa, por exemplo, pode alterar, além do sistema de projeção utilizado, a 
escala apresentada. 
 
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Em determinados casos, porém, é possível reduzir a escala em relação ao mapa original. 
Entretanto, ela jamais deverá ser aumentada, sob pena de perder a confiabilidade do trabalho 
desenvolvido. 
 
A QUESTÃO DA DIMENSÃO 
A representação de dados cartográficos é tipificada pela sua distribuição espacial. As 
estruturas dessas informações podem caracterizar-se por diferentes dimensões, a saber: 
 ADIMENSIONAIS (O-D), quando os dados não possuem uma estrutura definida, como, 
por exemplo, um dado meteorológico qualquer situado em um ponto de coordenadas 
conhecidas; 
 UNIDIMENSIONAIS (1-D), quando os dados possuem apenas uma dimensão definida, 
como, por exemplo, uma rodovia. Nesse caso, tem-se uma sequência de pontos com 
coordenadas conhecidas; 
 BIDIMENSIONAIS (2-D), quando os dados possuem duas dimensões definidas (x, y), 
como, por exemplo, a área de uma bacia hidrográfica, em que cada ponto inserido nessa 
superfície possui coordenadas definidas; 
 TRIDIMENSIONAIS (3-D), quando contemplam três dimensões, como, por exemplo, a 
representação altimétrica de uma área. Nessa situação, além das coordenadas planas da 
área, tem-se o valor de sua altura, ou seja, é acrescida uma coordenada “z”. 
 
ALTIMETRIA 
Falamos em levantamento planimétrico, mas não esquecemos da Altimetria, 
consideração fundamental quando se trata de mapas! 
O uso de curvas de nível ou de cores hipsométricas para identificar altitudes é o mais 
aconselhável. 
As curvas de nível ou Isoípsas podem ser conceituadas como linhas imaginárias de uma 
área determinada, as quais unem pontos de mesma altitude, destinadas a retratar no mapa, de 
forma gráfica e matemática, o comportamento do terreno. 
Simplificadamente, pode-se imaginar o traçado das curvas de nível como as seções 
(fatias) retiradas de um relevo, mantendo-se um espaçamento constante entre elas. 
 
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A seguir temos representados, uma forma genérica de concepção da passagem de uma 
representação tridimensional, contendo um secionamento constante do terreno para uma 
representação bidimensional, por meio do desenho das respectivas curvas de nível. 
 
Representação tridimensional do terreno 
 
 
 
 
Representação das curvas de nível (isoípsas) 
 
 
 
 
 
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MAPAS TEMÁTICOS 
Vimos inicialmente que os mapas temáticos necessitam do uso de outros mapas, que 
servem de base para a sua confecção, e qualquer mapa que apresente informação distinta da mera 
representação da porção analisada pode ser classificado como temático. 
Fitz (2008) salienta, mais uma vez, que um melhor ou pior produto final nada mais é do 
que o reflexo dos trabalhos realizados no decorrer de sua construção. A confecção e a decorrente 
qualidade de mapas técnicos dependem inteiramente da origem dos dados obtidos. Assim, a 
qualidade de um mapa de solos, geológico ou geomorfológico, por exemplo, estará diretamente 
vinculada aos trabalhos realizados, desde os primeiros levantamentos feitos em campo, 
objetivando a sua elaboração. Nesse sentido, é interessante relembrar todas as características que 
um mapa temático deve conter. 
Vejamos alguns mapas temáticos e as técnicas básicas para sua execução, lembrando 
que alguns não abrangem a totalidade dos elementos que falamos em tópicos anteriores. 
 
A) MAPAS ZONAIS 
Os mapas que chamamos zonais são utilizados quando se necessita apresentar áreas 
previamente demarcadas, com base em um levantamento de dados. 
Os mapas zonais são construídos com base em mapas preexistentes que contenham, por 
exemplo, a divisão política de um Estado, quando são produzidos mapas de regionalização, de 
concentração populacional, de nível socioeconômico e tantos outros. 
Passos para sua execução: 
1º. Escolher o mapa-base mais adequado para a sobreposição dos dados que irão gerar o 
mapa temático. 
2º. Verificar o padrão de cores, as hachuras ou a simbologia que melhor possam ser 
adaptados ao mapa. 
3º. Determinar as convenções a serem utilizadas. 
4º. Inserir os dados nas áreas predeterminadas. 
 
 
 
 
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B) MAPAS DE PONTOS 
Os mapas de pontos são utilizados quando se necessita apresentar, de forma visualmente 
mais agradável, quantidades de determinados elementos. 
Por causa de suas características, esses mapas demonstram detalhes de localização 
muito mais claros e, às vezes, precisos do que quaisquer outros, possibilitando, ainda, uma visão 
geral de concentração ou de densidade relativa dos dados em função dos pontos representados. 
Alguns cuidados devem ser levados em consideração durante a confecção de mapas de 
pontos, especialmente no que diz respeito à quantidade de pontos a serem representados. Muitos 
pontos podem, ao mesmo tempo, fornecer maior precisão ao mapa, mas, por outro lado, conferir 
um excessivo rigorismo, ocasionando dificuldades para sua compreensão. 
Técnica de execução: 
1º. Atribuir um valor para cada ponto a ser representado. Por exemplo, 1 ponto = 100 
habitantes. 
2º. Determinar o número de pontos a serem desenhados, dado pela divisão do valor do total 
da área pelo valor atribuído a cada ponto. 
3º. Inserir os pontos nos locais determinados. 
 
Abaixo temos um mapa de pontos de uma localidade fictícia de uma vila, que indica 
uma concentração populacional ao longo de determinada estrada. 
 
 
1 ponto = 100 habitantes Escala 1:1000 
 
 
 
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C) MAPA DE CÍRCULOS 
Os mapas de círculos são utilizados quando a representação estatística é de maior 
interesse do que uma representação espacial mais precisa, como no caso dos mapas de pontos. 
Técnica de execução: 
1º. Definir os valores a serem representados, a fim de que se possa ter uma fácil 
interpretação dessas quantidades. 
2º. Calcular o raio (ou diâmetro) do círculo a partir dos valores já definidos, utilizando uma 
proporção entre as raízes quadradas dos valores a serem representados e do menor desses 
valores (utiliza-se a raiz quadrada do valor dado em razão de a área de uma 
circunferência ser dada por A = π R2). 
3º. Definir a unidade do raio (ou diâmetro) do círculo, de acordo com a escala do mapa ou 
do próprio dado a ser representado. 
Veja como funciona a dinâmica, tomando por base os dados da Tabela abaixo: 
 
BRASIL: TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (%0) POR REGIÃO (1990) 
 
Fonte: adaptado de Anuário Estatístico do Brasil, 1996. 
 
PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO 
1º. Utilizando-se a Tabela acima, que apresenta a “taxa de mortalidade infantil no Brasil por 
região”, caracteriza-se o menor valor como o de base, ou seja, 19,6. 
2º. Extrai-se a raiz quadrada de todos os valores envolvidos (os valores já foram indicados 
na própria tabela). 
3º. Determina-se a relação entre as raízes quadradas dos maiores valores da tabela e da raiz 
quadrada do menor: 
 
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4º. Com os valores definidos, calcula-se, a partir do valor de base (nesse caso, 19,6), o 
diâmetro (ou raio) do círculo, de acordo com a escala do mapa. Atribui-se à base, então, 
um valor escalar facilmente identificável (no exemplo, para uma taxa de mortalidade de 
19,6%0, usou-se 1,96 cm). Para as demais taxas, multiplicam-se os valores encontrados 
no passotrês pelo valor tomado por base, estabelecendo-se as seguintes relações: 
 
 
 
O mapa resultante dessa composição pode ser observado na ilustração a seguir. 
 
 
 
 
 
 
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Mapa de círculos contendo o índice de mortalidade infantil no Brasil por região 
 
Fonte: Fitz (2008, p. 61). 
 
D) MAPA DE ISOLINHAS 
Os mapas de isolinhas são fundamentais para a construção de modelos numéricos que 
normalmente são associados a terrenos, como no caso das isoípsas, ou curvas de nível. 
As curvas mestras, normalmente mais precisas, obtidas pela interpolação de pontos 
cotados, possuem numeração aparente de 100 m em 100 m. A equidistância entre as curvas 
intermediárias, em geral resultantes da interpolação das curvas mestras, varia de acordo com a 
escala do mapa utilizado: para uma escala 1:50.000, a equidistância é de 20 m; para uma escala 
1:100.000, é de 40 m, e assim por diante. Para melhorar a visualização, no caso de grandes 
escalas, são utilizadas curvas auxiliares, com tracejado descontínuo e equidistância de 50 m. 
 
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Salienta-se, igualmente, a existência de outras formas de representação de mapas de 
isolinhas. Tem-se, dessa forma, isotermas (linhas com mesmas temperaturas), isóbaras (linhas 
com mesmas pressões), isoietas (linhas com mesmas precipitações pluviais), isópagas (linhas 
com mesmos índices de geadas), e assim por diante. 
Vejamos as técnicas para sua construção: 
1º. Fazer um levantamento de dados pontuais com coordenadas conhecidas. 
2º. Transferir os dados coletados para um mapa (veja ilustração abaixo). 
3º. Estabelecer a amplitude máxima entre os valores dos dados. 
4º. Determinar as classes a serem representadas. 
5º. Traçar, por algum método de interpolação, a isolinha estabelecida pela classe calculada 
(também ilustrado na sequência). 
Pontos distribuídos em uma área determinada 
 
 
 
Isolinhas construídas por meio da interpolação dos pontos apresentados acima 
 
 
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O método de construção, mostrado aqui, de forma bastante simplificada, também é 
utilizado por alguns programas que trabalham com computação gráfica e geoprocessamento. 
Fitz (2008) lembra que em se tratando de um exemplo fictício, desconsiderou-se a 
inclusão dos elementos obrigatórios constituintes de um mapa temático. 
Tais mapas são amplamente utilizados em geoprocessamento pela possibilidade de se 
produzir Modelos Numéricos de Terreno (MNT) ou Modelos Digitais do Terreno (MDT). 
 
E) MAPAS DE FLUXO 
Os mapas de fluxo são empregados quando o objetivo principal é a identificação de 
movimentos em uma região. Assim, deslocamentos de população, fluxos de turismo, rotas de 
modais de transporte, migração de animais e tantas outras movimentações podem bem ser 
representadas nessa modalidade de mapas. 
A representação gráfica utilizada se dá sob a forma de linhas – em geral, setas – com 
espessura variada, para determinar os fluxos realizados entre diferentes locais e suas proporções. 
Em boa parte das vezes, como mapa-base, utilizam-se mapas com a divisão política para 
essa forma de representação. Entretanto, podem ser utilizados diagramas esquemáticos, em vez 
de mapas, propriamente. 
Fluxos de trens metropolitanos, por exemplo, utilizam-se muitas vezes desse tipo de 
representação. 
Técnica de execução: 
1º. Verificar o maior e o menor valor dos dados disponíveis. 
2º. Atribuir um valor para cada linha a ser representada. Uma linha com espessura de 1mm, 
por exemplo, pode equivaler a 10 unidades; uma linha com espessura de 5 mm pode 
equivaler a 50 unidades, e assim por diante. 
3º. Verificar, no mapa-base, os pontos de saída e de chegada dos fluxos a serem 
representados, tendo o cuidado de produzir o menor número de cruzamentos possível. 
4º. Desenhar as linhas no mapa respectivo. 
 
A figura abaixo apresenta uma simulação do fluxo de exportação/ importação entre os 
países fictícios A e B. O destino da seta indica o unitário de importação pelo país representado. 
 
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Assim, o país A exporta 3 milhões em unidades monetárias para o país B e importa deste 1 
milhão. Observa-se que a representação utilizada não se vincula necessariamente a um mapa, 
mas pode apresentar-se de forma esquemática, conforme o exemplo. 
 
Fluxo de comércio, em unidades monetárias, entre os países A e B – 2008 
 
Fonte: Fitz (2008, p. 63). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS E UTILIZAÇÃO DA CARTOGRAFIA 
 
ESCALAS 
Ao longo dos tempos, a Cartografia veio experimentando diferentes utilizações em 
função de suas diversas aplicabilidades e conforme o nível de exigência aumentava, cada vez 
mais necessitava-se de elementos que pudessem ser extraídos dos mapas com precisões 
adequadas aos interesses dos usuários. Assim, por exemplo, a precisão e o detalhamento dos 
mapas que foram sendo aprimorados a partir do século XVII serviram para aumentar o poder de 
domínio dos países colonizadores. Principalmente Portugal que teve um período de grandes 
conquistas, mas soma-se também a Espanha, Inglaterra, França, Holanda quando do período das 
grandes navegações, expandiram seus impérios para além-mar. 
Entre os diversos componentes de um mapa, um dos elementos fundamentais para o seu 
bom entendimento e uso eficaz é a escala. 
Pode-se definir escala como a relação ou proporção existente entre as distâncias lineares 
representadas em um mapa e aquelas existentes no terreno, ou seja, na superfície real. 
Em geral, as escalas são apresentadas em mapas nas formas numérica, gráfica ou 
nominal. 
 
ESCALA NUMÉRICA: 
É representada por uma fração em que o numerador é sempre a unidade, designando a 
distância medida no mapa, e o denominador representa a distância correspondente no terreno. 
Essa forma de representação é a maneira mais utilizada em mapas impressos. 
Exemplos: 
1 : 50.000 
1 / 50.000 
 
Em ambos os casos, a leitura é feita da seguinte forma: A ESCALA É DE UM PARA 
CINQUENTA MIL, ou seja, cada unidade medida no mapa corresponde a cinquenta mil 
unidades, na realidade. Assim, por exemplo, cada centímetro representado no mapa 
corresponderá, no terreno, a cinquenta mil centímetros, ou seja, quinhentos metros. 
 
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ESCALA GRÁFICA: 
A escala gráfica é representada por uma linha ou barra (régua) graduada, contendo 
subdivisões denominadas talões. Cada talão apresenta a relação de seu comprimento com o valor 
correspondente no terreno, indicado sob forma numérica, na sua parte inferior. 
O talão, preferencialmente, deve ser expresso por um valor inteiro. 
Normalmente utilizada em mapas digitais, a escala gráfica consta de duas porções: a 
principal, desenhada do zero para a direita, e a fracionária, do zero para a esquerda, que 
corresponde ao talão da fração principal subdividido em dez partes. 
A aplicação prática dessa maneira de representação ocorre de forma direta, bastando 
utilizá-la como uma régua comum. Para isso, basta copiá-la num pedaço de papel, a fim de 
relacionar as distâncias existentes no mapa e na realidade. 
Exemplo:ESCALA NOMINAL 
A escala nominal ou equivalente é apresentada nominalmente, por extenso, por uma 
igualdade entre o valor representado no mapa e sua correspondência no terreno. 
Exemplos: 
1 cm = 10 km 
1 cm = 50 m 
 
Nesses casos, a leitura será: UM CENTÍMETRO CORRESPONDE A DEZ 
QUILÔMETROS e UM CENTÍMETRO CORRESPONDE A CINQUENTA METROS, 
respectivamente. 
Observe que no exemplo da escala nominal utilizamos grandezas diferentes dentro de 
um mesmo sistema de unidades de medidas, no caso, o Sistema métrico. Na tabela abaixo estão 
algumas das conversões de medidas utilizadas, tendo como base o metro, com valor igual à 
unidade. 
 
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Conversão de medidas do sistema métrico decimal 
 
 
Mas qual é a importância e aplicabilidade prática da escala contida em um mapa? 
Simples: diz respeito às medições possíveis a serem realizadas nesse mapa. 
Assim, as distâncias entre quaisquer localidades podem ser facilmente calculadas por 
meio de uma simples regra de três, a qual pode ser montada como segue: 
 
D= N x d 
em que: 
D = distância real no terreno 
N = denominador da escala (escala = 1/N) 
d = distância medida no mapa 
 
Exemplo 1: 
Medindo-se uma distância em uma carta, acharam-se 44 cm. Sendo a escala da carta 1 : 
50.000, ou seja, cada centímetro, na carta, representando 50.000 cm (ou 500 m) na realidade, a 
distância no terreno será: 
D=N x d 
D = 50.000 x 44 cm = 2.200.000 em = 22.000 m = 22 km 
 
Exemplo 2: 
Você encontrou um mapa geográfico antigo, cuja escala aparece pouco visível, mediu-
se a distância entre duas cidades, tendo sido encontrado o valor de 30 cm. Sabendo que a 
distância real entre ambas é de, aproximadamente, 270 km em linha reta, pergunta-se: 
Qual era a verdadeira escala do mapa? 
D= N x d  N= D / d 
N = 270 km /30 cm 
 
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N = 27.000.000 cm / 30 cm = 900.000, ou seja, 
escala = (1/N) = 1:900.000 
 
Para qualquer trabalho que implique a utilização de um mapa, a primeira preocupação 
deve ser com relação à escala a ser adotada. A escolha da escala mais adequada deve seguir dois 
preceitos básicos que dizem respeito: 
a) Ao fim a que se destina o produto obtido, ou seja, à necessidade ou não de precisão e 
detalhamentos do trabalho efetuado. 
b) À disponibilidade de recursos para impressão, ou seja, basicamente com relação ao 
tamanho do papel a ser impresso. Na Tabela abaixo temos alguns tamanhos de papel utilizados 
para impressão. 
 
Tamanhos de papel 
Tipo de papel Tamanho (em polegadas) Tamanho (em milímetro) 
Carta 8,5 x 11,0 215,9 mm x 279,4 mm 
Ofício 8,5 x 14,0 215,9 mm x 355,6 mm 
Tabloide 11,0 x 17,0 279,4 mm x 431,8 mm 
A0 33,11”x 46,811” 841,0 mm x 1.189,0 mm 
A1 23,386” x 33,11” 594,0 mm x 841,0 mm 
A2 16,535” x 23,386” 420,0 mm x 594,0 mm 
A3 11,693” x 16,536” 297,0 mm x 420,0 mm 
A4 8,268” x 11,693” 210,0 mm x 297,0 mm 
A5 5,827” x 8,268” 148,0 mm x 210,0 mm 
A6 4,134” x 5,827” 105,0 mm x 148,0 mm 
B1 (ISO) 27,835” x 39,37” 707,0 mm x 1.000,0 mm 
B4 (ISO) 9,843” x 13,898” 250,0 mm x 353,0 mm 
B5 (ISO) 6,929” X 9,843” 176,0 mm x 250,0 mm 
 
No caso de mapas armazenados em arquivos digitais, essa situação tende a ser relegada 
a um segundo plano, pois, em princípio, a escala pode ser facilmente transformada para 
quaisquer valores. Entretanto, isso pode gerar uma série de problemas. Deve-se ter muito 
 
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cuidado ao lidar com esse tipo de estrutura, pois o que realmente condiz com a realidade é a 
origem das informações geradas. Assim, um mapa criado em meio digital, originalmente 
concebido na escala 1:50.000, NUNCA terá uma precisão maior do que a permitida para essa 
escala. 
A conversão de unidades é um ponto que merece atenção! 
Uma ocorrência bastante frequente diz respeito ao uso de unidades de medidas fora do 
Sistema Internacional (SI). Um exemplo dessa situação diz respeito à digitalização de cartas e 
imagens. A resolução de uma imagem digital é dada pelo seu número de PIXELS (picture 
elements), ou seja, cada ponto que forma a imagem, e pela sua densidade, medida em DPI (dots 
per inch), isto é, pontos por polegada. 
Outras conversões de unidades são, em geral, pouco empregadas, salvo quando se 
utiliza material de origem anglo-saxônica. 
Veja na tabela abaixo algumas unidades de comprimento e área mais frequentemente 
utilizadas. 
 
Conversão de unidade de medidas 
Unidade de medida Equivalência 1 Equivalência 2 
Polegada (inch/inches – in ou “) 1 in 25,4 mm 
Pé (foot/feet – ft ou ‘) 12 in 304,8 mm 
Jarda (Yard – yd) 3 ft 914,4 mm 
Braça (fathom – fm) 2 yd 1.828,8 mm 
Milha terrestre (statue mile – m) 1.760 yd 1.609,3 km 
Hectare 1 ha 10.000 m2 
Hectare 1 ha 2,47 acres 
 
Outra questão pontual em relação às escalas relaciona-se com os erros em Cartografia. 
Um problema importante a ser considerado, no momento da escolha da escala, diz 
respeito às possibilidades de existência de erros nos mapas comumente utilizados. 
 
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Esses erros estão relacionados às formas de confecção e à qualidade do material 
impresso. Além da incerteza advinda da origem das informações, da qualidade da mão de obra e 
dos equipamentos que geraram o produto final, tem-se a possibilidade de deformação da folha 
impressa. 
Entre as várias ocorrências possíveis, uma que deve ser respeitada é o erro gráfico. 
Esse tipo de erro, que pode ser definido como o aparente deslocamento existente entre a posição 
real teórica de um objeto e sua posição no mapa final, é potencialmente desenvolvido durante a 
confecção do desenho. 
O erro gráfico não deve ser inferior a 0,1 mm, independentemente do valor da escala. 
Entretanto, em certos casos, é aceitável um valor compreendido entre 0,1 mm e 0,3 mm. 
Assim, pode-se trabalhar a questão do erro gráfico da seguinte forma: 
Ɛ= e x N 
em que: 
e = erro gráfico, em metros 
Ɛ = erro correspondente no terreno, em metros 
N = denominador da escala (E = 1/N) 
O erro gráfico reduz sua intensidade com o aumento da escala. 
Dessa forma, quando se fizer uma linha de 0,5 mm (o diâmetro do grafite de uma 
lapiseira comum) em um mapa numa escala 1:50.000, em que um milímetro corresponde a 
cinquenta metros, um erro de 0,5 mm no mapa corresponderá a vinte e cinco metros, na 
realidade. 
Em uma escala 1:100.000, para esse mesmo traçado, o erro ficaria em cinquenta metros. 
Para um traço de 0,25 mm, quando o olho humano quase já não consegue mais distinguir 
diferentes feições, o erro cometido em uma escala 1:50.000 seria de 12,5 m, e em uma escala 
1:100.000, de 25 m. 
 
Exemplificando... 
Deseja-se realizar o mapeamento de uma área com precisão gráfica de 0,1 mm, cujo 
detalhamento exige a distinção de feições de mais de 2,5 m de extensão. Que escala deverá ser 
utilizada? 
 
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Da expressão Ɛ = e x N, tem-se que: 
N= Ɛ / e 
então: 
N = Ɛ / e = 2,5 m / 0,0001 m = 25.000 
Assim, E = 1:25.000. 
Observa-se que essa seria a escala mínima para perceber os detalhes requeridos (feições 
de mais de 2,5 m, com precisão gráfica de 0,1 mm). 
 
MAPAS, CARTAS E PLANTAS 
De acordo com alguns pesquisadores, a provável origem da palavra mapa parece ser 
cartaginesa3, com o significado de “toalha de mesa”. Essa conotação teriaderivado das conversas 
de comerciantes que, desenhando sobre as ditas toalhas, os mappas, identificavam rotas, 
caminhos, localidades e outros tantos informes gráficos auxiliares aos seus negócios. 
Com o passar dos tempos, diversas terminologias foram agregadas para definir tais 
representações, cada uma com a sua especificidade. 
Os termos cartas e plantas, além dos já citados mapas, são usados, muitas vezes, como 
sinônimos, o que deve ser encarado com certos cuidados. 
Por causa de suas próprias características, a terminologia de mapa ou carta é utilizada 
diferentemente, de acordo com o país e o idioma correspondente. No caso do Brasil, Oliveira 
(2003) diz que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) confere as seguintes 
definições: 
 mapa – representação gráfica, em geral uma superfície plana e numa determinada escala, 
com a representação de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra, ou de um 
planeta ou satélite. 
 carta – representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos 
da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a 
localização plana, geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da Terra, 
subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecendo a um plano nacional ou 
internacional. 
 
3 Original de Cartago – atual Cartagena, região da península Ibérica onde desde 200 a.C. exércitos e reinados se 
embatiam rumo a conquistas do mundo conhecido até então. 
 
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Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mapa é a representação no 
plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais 
de toda a superfície (Planisfério ou Mapa Mundi), de uma parte (Mapas dos Continentes) ou de 
uma superfície definida por uma dada divisão político-administrativa (Mapa do Brasil, dos 
Estados, dos Municípios) ou por uma dada divisão operacional ou setorial (bacias hidrográficas, 
áreas de proteção ambiental, setores censitários). 
Mapeamento é o conjunto de operações geodésicas, fotogramétricas, cartográficas e de 
sensoriamento remoto, visando à edição de um ou de vários tipos de cartas e mapas de qualquer 
natureza, como cartas básicas ou derivadas, cadastrais, topográficas, geográficas, especiais, 
temáticas, etc. Ele pode ser básico ou sistemático, ou seja, é o conjunto de operações de 
mapeamento regular, e que se destina à edição de cartas para a cobertura sistemática de um país 
ou região, e das quais outras cartas ou mapas podem derivar-se. 
Mapa Índice, por sua vez, é o Cartograma (esquema representativo de uma superfície ou 
parte dela, sobre a qual são apresentadas informações quantitativas e qualitativas, de eventos 
geográficos, cartográficos e socioeconômicos) que contém informações sobre o recobrimento 
cartográfico do país nas diversas escalas do mapeamento sistemático. 
Os mapas e/ou cartas podem ser classificados de diversas maneiras, conforme suas 
características. Em geral, as classificações usuais apresentam determinadas características 
específicas de um mapa ou carta. 
Elas devem ser encaradas, porém, apenas como indicações da aplicabilidade para cada 
solução apresentada. Há uma tendência de superposição das características mencionadas. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MAPAS DE ACORDO COM OS OBJETIVOS 
Em razão dos objetivos a que se destinam, os mapas podem ser classificados em: 
 
a) Mapas genéricos ou gerais – não possuem uma finalidade específica, servindo 
basicamente para efeitos ilustrativos. São, em geral, desprovidos de grande precisão. 
Apresentam alguns aspectos físicos e obras humanas, visando a um usuário leigo e 
comum. Ex.: mapa com a divisão política de um Estado ou país. 
 
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b) Mapas especiais ou técnicos – elaborados para fins específicos, com uma precisão bastante 
variável, de acordo com a sua aplicabilidade. 
Ex.: mapa astronômico, meteorológico, turístico, zoogeográfico, etc. 
 
Mapa climático 
 
 
c) Mapas temáticos – neles são representados determinados aspectos ou temas sobre outros 
mapas já existentes, os denominados mapas-base. Utiliza-se de simbologias diversas para a 
representação dos fenômenos espacialmente distribuídos na superfície. Qualquer mapa que 
apresente informações diferentes da mera representação do terreno pode ser classificado como 
temático. 
Ex.: mapa geomorfológico, geológico, de solos, etc. 
 
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d) Mapa ou carta imagem – imagem apresentada sobre um mapa-base, podendo abranger 
objetivos diversos. Utilizado para complementar as informações de uma maneira mais ilustrativa, 
a fim de facilitar o entendimento pelo usuário. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ESCALA 
Outra maneira de classificar a representação cartográfica é de acordo com a escala, a 
saber: 
 
a) Planta – ao se trabalhar com escalas muito grandes, maiores do que 1:1.000. As plantas são 
utilizadas quando há a exigência de um detalhamento bastante minucioso do terreno, como, por 
exemplo, redes de água, esgoto, etc. 
 
b) Carta cadastral – bastante detalhada e precisa, para grandes escalas, maiores do que 1:5.000, 
utilizadas, por exemplo, para cadastro municipal. Essas cartas são elaboradas com base em 
levantamentos topográficos e/ou aerofotogramétricos. 
 
c) Carta topográfica – compreende as escalas médias, situadas entre 1:25.000 e 1:250.000, e 
contém detalhes planimétricos e altimétricos. As cartas topográficas normalmente são elaboradas 
com base em levantamentos aerofotogramétricos, com o apoio de bases topográficas já 
existentes. 
 
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d) Carta geográfica – para escalas pequenas, menores do que 1:500.000. Apresenta simbologia 
diferenciada para as representações planimétricas (exagera os objetos) e altimétricas, por meio de 
curvas de nível ou de cores hipsométricas. 
Não há regras rígidas quanto à classificação da “grandeza” de uma escala. Assim, para 
um estudo de uma bacia hidrográfica com área de 500 km2, uma escala 1:50.000 pode ser 
considerada “grande”. 
Curvas de nível, isoípsas ou curvas hipsométricas são definidas aqui como as linhas, 
apresentadas em uma carta ou mapa, que ligam pontos com igual altitude no terreno, com o 
objetivo de representação da altimetria da região mapeada. 
 
Curva de nível 
 
 
Cores hipsométricas são um sistema de coloração sequencial, de tons mais claros para 
escuros, utilizado em mapas para representação do relevo de uma superfície, desde o nível do 
mar até as maiores altitudes. 
Normalmente, utilizam-se tons azuis para as porções alagadas e variações entre o verde, 
para regiões mais baixas, até o marrom, passando por tons amarelados e avermelhados, para as 
porções mais elevadas. Muitas vezes, utilizam-se tons de cinza-claro para as linhas de neve. 
A necessidade de uniformizar a Cartografia internacional, muitas vezes com vistas a 
fins militares, gerou a CARTA INTERNACIONAL DO MUNDO AO MILIONÉSIMO (CIM). 
Essa carta, destinada a servir de base para outras dela derivadas, possuidora de um bom 
detalhamento topográfico, é originária da divisão do globo terrestre em sessenta partes iguais. 
Cada uma dessas partes, denominada fuso, possui seis graus de amplitude. Por outro lado, desde 
 
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o equador terrestre, no sentido dos polos, procedeu-se a uma divisão em zonas, espaçadas de 
quatro em quatro graus. 
A ClM, portanto, trata-se de uma carta na escala 1:1.000.000, distribuída em folhas de 
mesmo formato, de 4° de latitude por 6° de longitude, com características topográficas, apesar de 
sua escala, que cobre toda a Terra. 
Cada uma das folhas ao Milionésimo pode ser acessada por um conjunto de três 
caracteres: 
1º) Letra N ou S indica se a folha está localizada ao Norte ou a Sul do Equador. 
2º) Letras A até V cada uma destas letras se associa a um intervalo de 4º de latitude se 
desenvolvendo a Norte e a Sul do Equador e se prestam a indicação da latitude limite da folha. 
3º) Números de 1 a 60 indicam o número de cada fuso que contém a folha. 
A CIM utiliza a Projeção de Lambert até as latitudes de 80º S e 84º N. Para as regiões 
polares, é utilizada a Projeção Estereográfica Polar. 
Ao lado temos um esboço, desprovido de reais proporções, que segue essa sistemática, 
tomando como exemplo o fuso 22. 
Os fusos da CIM são numerados de 1 a 60, a partir do antimeridiano de Greenwich, no 
sentido oeste-leste. 
O valor da longitude do meridiano central de cada fuso é 
dado por: 
MC = 6F - 183° 
em que: 
MC = meridiano central 
F = fuso considerado 
 
Veja como calcular o valor do meridiano central o fuso 22. 
Sabendo que MC = 6F - 183°, tem-se que: MC = 6 x 22 - 
183° 
MC = 132°- 183° 
MC = - 51° ou 51°W 
A CIM pode ser desdobrada em outras cartas com escalas 
maiores, buscando-se manter a proporção do tamanho da folha 
impressa. 
 
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Assim, por exemplo, uma folha na escala 1:1.000.000, com 6° de longitude por 4° de 
latitude, pode ser dividida em quatro partes de 3° de longitude por 4° de latitude. Da mesma 
maneira, pode-se desdobrar as cartas até a escala 1:25.000. 
A tabela abaixo e as ilustrações que se seguem apresentam esse desdobramento, 
partindo, como exemplo, da folha SH-22. 
A nomenclatura das folhas da CIM obedece a uma codificação básica na qual a primeira 
letra representa o hemisfério (N para Norte e S para Sul), a segunda, a zona considerada e a 
terceira, o fuso considerado. 
Na tabela na nomenclatura da carta 5H.22, a letra “5” representa o hemisfério sul, a letra 
“H”, a zona compreendida entre as latitudes 28°S e 32°S e o valor “22”, o fuso, cujo meridiano 
central é 51°W, conforme foi calculado. 
 
DESDOBRAMENTO DA CIM 
 
 
Torna-se interessante a caracterização do desdobramento das folhas de uma carta 
topográfica a partir da escala 1:1.000.000. 
Vejamos a seguir um possível desdobramento da folha SH.22 (escala 1:1.000.000) até a 
folha SH.22-Z-A-I-3 (escala 1:50.000), e o desdobramento desta para a escala 1:25.000 (folhas 
SH.22-Z-A-I-3-NO, SH.22-Z-A-I-3-NE, SH.22-Z-A-I-3-SE e SH.22-Z-A-I-3-SO). 
 
 
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A) Folha SH.22; 
B) Desdobramento da Folha SH.22; 
C) Desdobramento da Folha SH.22-Z; 
D) Desdobramento da Folha SH.22-Z-A-I; 
E) Desdobramento da Folha SH.22-Z-A-I-3 
 
Por fim, lembremos que existem situações que necessitam do Croqui, ou seja, uma 
representação esquemática do terreno, isto é, um desenho que apresenta um esboço da topografia 
de uma determinada região. Essa forma de representação deve ser encarada e enquadrada como 
um levantamento expedito, com pouca precisão. 
Chama-se a atenção, entretanto, para que não se confundam alguns desses 
levantamentos expeditos com os realizados com o uso de receptores GPS. Os dados obtidos com 
essa tecnologia podem apresentar grande precisão, e seus resultados podem ser transferidos e 
retrabalhados em um computador, gerando mapas precisos, de extrema utilidade, sempre 
compatíveis com a qualidade dos aparelhos e o treino o operador (FITZ, 2010). 
 
A COMUNICAÇÃO VIA CARTOGRAFIA 
Para Anderson et al. (2002), a Cartografia pode ser definida em duas palavras: 
comunicação e análise. 
A “análise” nos leva a pensar na Cartografia Geográfica que se concentra no estudo 
espacial dos fenômenos a serem mapeados, antecedendo o mapa ou utilizando cartas para 
determinar conteúdos de outras cartas novas. 
Cartografia como “comunicação” concentra mais na carta existente: como foi feita e 
como pode ser lida e interpretada. Não é a única forma de comunicação. É uma forma 
especializada que dá ênfase ao visual (Existem também outras formas de comunicação visual, 
tais como através de fotografia, diagramas e gráficos, filmes ou mesmo gesticulação com as 
mãos tal como na linguagem de sinais usadas pelas pessoas ‘mudas’). 
Embora Cartografia também envolva desenho, topografia, fotogrametria, a ênfase dada 
à comunicação se justifica porque estes itens são componentes da Cartografia que lhe dão a 
característica ou condição de ser veículo comunicador. 
 
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É verdade que os mapas podem distorcer a realidade, mas é através deles que muitos 
leigos e, claro, os especialistas se fazem entender, se comunicam onde quer que estejam no 
planeta. 
Também é verdade que a informação mapeada alcança um significado somente quando 
o usuário é capaz e deseja estudar o mapa. Mesmo que o elaborador de mapas prime pela pureza 
da comunicação, sua meta deve ser a de informar – não a de seduzir. Ambos, o leitor e o autor do 
mapa, exercem papéis ativos na comunicação cartográfica; devem tentar entender o processo da 
comunicação; devem lutar para fazer isto efetivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS - SIG 
 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
O termo Sistemas de Informação Geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que 
realizam o tratamento computacional de dados geográficos e recuperam informações não apenas 
com base em suas características alfanuméricas, mas também através de sua localização espacial; 
oferecem ao administrador (urbanista, planejador, engenheiro) uma visão inédita de seu ambiente 
de trabalho, em que todas as informações disponíveis sobre um determinado assunto estão ao seu 
alcance, inter-relacionadas com base no que lhes é fundamentalmente comum – a localização 
geográfica. Para que isto seja possível, a geometria e os atributos dos dados num SIG devem 
estar georreferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre e representados numa projeção 
cartográfica. 
O requisito de armazenar a geometria dos objetos geográficos e de seus atributos 
representa uma dualidade básica para SIGs. Para cada objeto geográfico, o SIG necessita 
armazenar seus atributos e as várias representações gráficas associadas. Devido a sua ampla 
gama de aplicações, que inclui temas como agricultura, floresta, cartografia, cadastro urbano e 
redes de concessionárias (água, energia e telefonia), há pelo menos três grandes maneiras de 
utilizar um SIG: 
 como ferramenta para produção de mapas; 
 como suporte para análise espacial de fenômenos; 
 como um banco de dados geográficos, com funções de armazenamento e recuperação 
de informação espacial. 
 
Estas três visões do SIG são antes convergentes que conflitantes e refletem a 
importância relativa do tratamentoda informação geográfica dentro de uma instituição. Para 
esclarecer ainda mais o assunto, apresentam-se a seguir algumas definições de SIG: 
“Um conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para armazenar e 
manipular dados georreferenciados” (ARONOFF, 1989); (CÂMARA; QUEIRÓZ, 2005). 
“Conjunto poderoso de ferramentas para coletar, armazenar, recuperar, transformar e 
visualizar dados sobre o mundo real” (BURROUGH; McDONELL 1986); 
 
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“Um sistema de suporte à decisão que integra dados referenciados espacialmente num 
ambiente de respostas a problemas” (COWEN, 1988 apud CÂMARA; QUEIRÓZ; 2005); 
“Um banco de dados indexados espacialmente, sobre o qual opera um conjunto de 
procedimentos para responder a consultas sobre entidades espaciais” (SMITH et al., 1987 apud 
CÂMARA; QUEIRÓZ; 2005). 
Estas definições de SIG refletem, cada uma à sua maneira, a multiplicidade de usos e 
visões possíveis desta tecnologia e apontam para uma perspectiva interdisciplinar de sua 
utilização. A partir destes conceitos, é possível indicar as principais características de SIGs: 
 inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de 
dados cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, 
redes e modelos numéricos de terreno; 
 oferecer mecanismos para combinar as várias informações, através de algoritmos de 
manipulação e análise, bem como para consultar, recuperar, visualizar e plotar o 
conteúdo da base de dados georreferenciados. 
 
FINALIDADE, OBJETIVOS E ÁREAS DE APLICAÇÃO DOS SIG 
Até o advento da informática, a manipulação de dados geográficos era feita através de 
mapas e outros documentos impressos ou desenhados em uma base. Esta característica impunha 
algumas limitações, como (a) na análise combinada de mapas oriundos de diversas fontes, temas 
e escalas e (b) na atualização dos dados, neste caso era necessária a reimpressão/redesenho em 
outra base. A partir da segunda metade do século XX, os dados geográficos passam a serem 
tratados por um conjunto de técnicas matemáticas e computacionais, denominadas de 
Geoprocessamento. Para Câmara et al. (2005), uma nova ciência estaria surgindo, denominada 
de Ciência da Geoinformação, que teria como objetivo “o estudo e a implementação de 
diferentes formas de representação computacional do espaço geográfico”, pois trabalhar com a 
geoinformação “significa, antes de mais nada, utilizar computadores como instrumentos de 
representação de dados espacialmente referenciados”. Este tema é bastante controverso, pois há 
outros que consideram o Geoprocessamento como a automatização de processos de tratamento e 
manipulação de dados geográficos que antes eram feitos manualmente. Um exemplo desta 
 
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discussão aconteceu na Lista de Discussão de Geoprocessamento Fator GIS ocorrida em janeiro 
de 2001. 
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) correspondem às ferramentas 
computacionais de Geoprocessamento, que permitem a realização de “análises complexas, ao 
integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados” (Câmara et al., 
2005). 
Para Aronoff (1989), os SIG, projetados para a entrada, o gerenciamento 
(armazenamento e recuperação), a análise e a saída de dados, devem ser utilizados em estudos 
nos quais a localização geográfica seja uma questão fundamental na análise, apresentando, 
assim, potencial para serem utilizados nas mais diversas aplicações (vejam a tabela abaixo). 
 
Finalidade, objetivo e áreas de aplicação dos SIG. 
Finalidade Objetivo Área de aplicação 
Projetos Definir as características do projeto Projeto de loteamentos 
Projeto de irrigação 
Planejamento 
territorial 
Delimitar zoneamentos e 
estabelecimento de normas e 
diretrizes de uso 
Elaboração de planos de manejo de unidades de 
conservação 
Elaboração de planos diretores municipais 
Modelagem Estudar processos e comportamento Modelagem de processos hidrológicos 
 
Gerenciamento Gerir serviços e recursos naturais Gerenciamento de serviços de utilidade pública 
Gerenciamento costeiro 
Banco de Dados Armazenar e recuperar dados Cadastro urbano e rural 
 
Avaliação de riscos 
e potenciais 
Identificar locais susceptíveis à 
ocorrência de um determinado evento 
ou fenômeno 
Elaboração de mapas de risco 
Elaboração de mapas de potencial 
Monitoramento Acompanhar a evolução dos 
fenômenos através da comparação de 
mapeamentos sucessivos no tempo 
Monitoramento da cobertura florestal 
Monitoramento da expansão urbana 
Logístico Identificar pontos e rotas Definição da melhor rota 
Identificação de locais para implantação de 
atividades econômicas 
 
 
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Burrough e McDonell (1986) consideram que estes sistemas não apresentam apenas a 
função de manipulação de dados geográficos, mas, dentro de um SIG, os dados estruturados 
representam um modelo do mundo real. 
 
Representação do mundo real no ambiente computacional 
 
Fonte: Adaptado de Câmara et al. (2005 apud FRANCISCO, 2005). 
 
As múltiplas operações apresentadas por um SIG podem ser classificadas em três 
grupos, de acordo com o fim a que se destinam: 
a) Gerenciamento de banco de dados geográficos – armazenamento, integração e 
recuperação de dados de diferentes fontes, formatos e temas dispostos em um único 
banco de dados. 
b) Análises espaciais – a partir de um banco de dados geográficos, são efetuadas 
combinações e cruzamentos de dados por meio de operações geométricas e 
topológicas cujo resultado é a geração de novos dados. 
c) Produção cartográfica – operação de edição e configuração da representação gráfica 
dos dados visando a visualização através da tela ou na forma impressa (adaptado de 
INPE, 2004). 
 
Diferentemente dos sistemas de informação, os sistemas aplicativos utilizados em 
geoprocessamento não desempenham funções de banco de dados, mas tarefas específicas sobre a 
base de dados. Entre estes sistemas, podemos destacar: 
a) CAD (computer aided design - projeto auxiliado por computador) – sistemas criados 
para facilitar a elaboração de projetos de engenharia e arquitetura, são utilizados em 
 
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cartografia digital. Podem ser empregadas para a digitalização das bases cartográficas 
através da vetorização de um documento cartográfico em formato raster diretamente na 
tela ou em papel utilizando uma mesa digitalizadora. Estes sistemas apresentam recursos 
para apresentação com recursos sofisticados de edição gráfica, exibição e impressão. 
b) PDI (Processamento Digital de Imagens) – sistemas que executam operações de 
tratamento através da análise estatística em imagens de sensoriamento remoto, visando à 
melhoria da qualidade para extração de informações pelo analista humano e à 
classificação das imagens. Entre as funções disponíveis, podem ser destacadas as técnicas 
de realce, as filtragens, as operações algébricas e a transformação por componentes 
principais. Salientamos que com o advento de Satélites de Alta Resolução e de técnicas 
de Fotogrametria Digital, as imagens de satélite e aerotransportadas estão se 
transformando cada vez mais úteis para estudos ambientais e cadastrais. Entre as funções 
necessárias estão: 
 realce por modificação de histograma; 
 filtragem espacial; 
 classificação estatística por máxima

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