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Semiologia Torácica Exame físico do tórax • Inspeção; • Palpação; • Percussão; • Ausculta. → Caixa torácica: • Pele, tecido celular subcutâneo, linfonodos, tecido adiposo, ossos, cartilagens; • Ângulo de Louis: na altura do segundo espaço intercostal e à bifurcação da traqueia. Posteriormente, está ao mesmo nível da 4ª vértebra torácica; • Ângulo de Charpy: entre o término do arco costal e o fim do processo xifoide do esterno, variando com o biótipo (Longelíneo à fechado e Brevelíneo à aberto) • A traqueia tem seu início pouco acima do ângulo de Louis; • Posteriormente, quando o pescoço está flexionado, a vértebra mais saliente é a C7. Logo abaixo, estão as vértebras torácicas (T1 – T12) • A ausculta deve ser feita em região que não tem contato ósseo. Linhas do tórax: • Face anterior: linha paraesternal (direita e esquerda), linha medioesternal/esternal e linha hamiclavicular (direita e esquerda); • Face posterior: linha escapular e linha medioespinal; • Face lateral: linha axilar posterior, linha axilar médio e linha axilar anterior. Regiões do tórax: • Região anterior: supraclavicular (1), clavicular (2), infraclavicular (3), mamária Marianne Barone (15A) Disciplina – Prof. Marianne Barone (15A) Semiologia e Propedêutica Médica II – Prof. Kleber P. Pellucci (4), inframamária (5), supraesternal (6), esternal superior (7) e esternal inferior (8); • Região posterior: supraescapular (1), supraespinhosa (2), infraespinhosa (3), interescapulovertebral (4) e infraescapular (5), supraesternal (6); • Região posterior: axilar (1) e infra-axilar (2). Exame dos pulmões • Inspeção; • Palpação; • Percussão; • Ausculta. → Inspeção: • Estática: forma do tórax, abaulamentos, depressões, manchas, lesões, cicatrizes, • Dinâmica: tipo respiratório, ritmo da respiração, frequência respiratória, amplitude, presença de tiragem e expansibilidade dos pulmões. Estática: • Tórax normal: diâmetro lateral > diâmetro anteroposterior; • Tórax em funil (pectus excavatum): escavação na frente do tórax, muitas vezes genética e óssea; • Tórax em barril: • Tórax em peito de pombo (pectus carinatum): protuberância óssea na frente do corpo; • Cifoescoliose torácica: tortuosidade da coluna que pode afetar o desenvolvimento pulmonar; • Raquitismo: rosário raquítico (falta de vitamina = protuberâncias na caixa torácica) e sulco de Harrison (projeção interna e mais acentuada mais perto do ângulo de Charpy). Dinâmica: • Tipo respiratório: observar o movimento do tórax e abdome. Homens respiram mais com o abdome e mulher com o tórax - Costal ou torácica: sentado ou em pé; - Diafragmática: decúbito dorsal à fadiga ou paralisia do diafragma; • Ritmo respiratório: observar por no mínimo 2 minutos; - Normal: movimentos respiratórios regulares; - Dispneia: desconforto e dificuldade para respirar; - Ortopneia: dificuldade para respirar quando deita; - Platipneia: dificuldade para respirar em posição ereta; - Trepopneia: desconfortável em decúbito lateral; - Respiração de Cheyne-Stokes: dispneia periódica; - Respiração de Biot: “arritmia respiratória”; - Respiração de Kussmaul: inspiração/expiração amplas intercaladas com apnéia; - Respiração suspirosa: suspiros/ansiedade; • Frequência respiratória: Idade Frequência respiratória Recém-nascidos 40 a 45 IRPM Lactentes 25 a 35 IRPM Pré-escolares 20 a 35 IRPM Escolares 18 a 35 IRPM Adultos 16 a 20 IRPM • Amplitude respiratória: - Respiração profunda: aumento da amplitude; - Respiração superficial: diminuição da amplitude; • Frequência respiratória anormal: - Taquipneia: aumento da frequência respiratória; - Bradipneia: diminuição da frequência respiratória; - Apneia: ausência de frequência respiratória; • Tiragem: depressão dos espaços intercostais à inspiração à fúrcula à músculo platisma. Força para inspirar; • Expansibilidade dos pulmões: inspeção/palpação; • Inspeção do pescoço: uso de musculatura acessória (sinal precoce de obstrução das vias aéreas). → Palpação: • Estrutura da parede torácica: dor, edema, enfisema subcutâneo e gânglios axilares e supraclaviculares; • Expansibilidade ou mobilidade: - Paciente sentado: avaliação posterior; - Paciente em decúbito dorsal ou sentado: avaliação anterior; - Solicitar que o paciente respire fundo; • Frêmito toracovocal: sensação tátil do som; - Vibrações palpáveis da árvore broncopulmonar; - Usar a parte óssea da palma da mão (parte tenar) ou a superfície ulnar; - Peça para o paciente falar 33; - Compare regiões simétricas dos pulmões. → Percussão: • Deve-se iniciar a percussão do tórax pela face posterior, de cima para baixo e evitando a parte óssea. Percute-se: - Separada cada hemitórax; - Posteriormente deve-se percutir comparativamente e simetricamente; • Tonalidades de som obtidos: - Som claro pulmonar; - Som claro timpânico no espaço de Traube; - Som submaciço na região inferior do esterno; - Som maciço na região inframamária direita (macicez hepática) e na região precordial (redução da relação ar/sólido nos pulmões); • Interferências no som: obesidade, massas musculares e edema, que fazem o som se tornar maciço ou submaciço; • Derrame pleural: tendem a se localizar nas regiões mais baixas do tórax, sendo reconhecido pela macicez na percussão, diminuindo o frêmito; - Hidropneumotórax: quando além de líquido houver ar. Acima da área de macicez encontra-se timpanismo; • Enfisema: tórax em barril com hipersonoridade até timpanismo pela retenção aérea no pulmão; • Neoplasia pulmonar: redução de ar nos alvéolos = macicez a percussão. → Ausculta: • Pré-requisito: - Silêncio; - Posição cômoda do paciente e do médico; - Tórax desnudo; • Feito com a ajuda do estetoscópio, respira-se pausadamente e profundamente, evitando a área óssea; • É iniciada com ausculta na face posterior do tórax, em seguida lateral e anterior; • A ausculta deve ser simétrica. Sons pulmonares: • Sons normais: - Som traqueal: auscultado na área de projeção da traqueia. Origina-se da passagem do ar através da fenda glótica e na traqueia; - Respiração brônquica: corresponde ao som traqueal audível na projeção de brônquios de maior calibre; - Murmúrio vesicular: são ouvidos na maior parte do tórax. As principais modificações são a diminuição ou aumento da sua intensidade; Ex: Aumento: vicariância do pulmão; Diminuição: pneumotórax, hidrotórax ou enfisema; - Respiração broncovesicular: auscultada na região esternal superior. Em outras regiões pode significar: condensação pulmonar, atelectasia, presença de caverna. É necessário que haja, na área lesada, alvéolos mais ou menos normais; • Sons anormais: ruídos curtos (descontínuos. São estertores finos e grossos) ou ruídos longos (contínuos. São roncos, sibilos e estridor, de origem pleural-atrito pleural); - Estertores finos ou creptantes: ocorrem no final da inspiração. São agudos e de duração curta. Não se modifica com a tosse. Compara-se com o atrito de cabelo, ou “o abrir” do velcro; - Estertores grossos ou bolhosos: tem duração maior, sofrem alteração com a tosse e ocorrem na inspiração e durante toda a expiração; - Roncos: sons graves, aparecem na inspiração e expiração e desaparecem em curto espaço de tempo; - Sibilos: aparecem na inspiração e expiração. São múltiplos e disseminados por todo o tórax. Quando aparece em uma determinada região do tórax –indicam a presença de uma semi-obstrução por neoplasia ou corpo estranho. - Estridor: é causado pela semi- obstrução da laringe ou da traquéia. Aumenta com a respiração forçada; - Sopro: ocorre na perda da textura normal do pulmão, como nas cavernas, pneumonias bacterianas. Chamado de sopro tubário, cavitários e anfóricos;- Atrito pleural: ocorre nos casos de pleurite, onde não ocorre derrame pleural. Há um ruído irregular, mais intenso na inspiração comparado com ranger do couro atritado. Ausculta da voz: • Ressonância vocal: - Normal; - Diminuída: espessamento pleural, derrames pleurais; - Aumentada: condensação, neoplasia; • Broncofonia: ausculta da voz sem nitidez (normal); • Ausculta da voz nitidamente pronunciada: pterilóquia fônica (aumento nas condensações, neoplasias); • Ausculta da voz cochichada: pterilóquia afônica; • Egofonia: broncofonia nasalada (parte superior do DP).
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