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SEMIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO

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SEMIOLOGIA DO APARELHO
RESPIRATÓRIO
Profº André Falcão - Medicina Ufal
INTRODUÇÃO: RELEMBRANDO ANATOMIA E FISIOLOGIA
Vias respiratórias superiores: conduzem, umidificam e aquecem o
ar. Funcionam como filtro para partículas.
● Fossas nasais
● Orofaringe
● Nasofaringe
● Laringe
Vias respiratórias inferiores: onde a troca gasosa é processada.
● Traqueia
● Árvore brônquica
● Alvéolos
Pleura - membrana que tem duas estruturas: parietal e visceral.
Circulação pulmonar - o tronco arterial leva o sangue venoso e o
sistema venoso-pulmonar traz o sangue oxigenado para as
cavidades esquerdas.
Respiração - ventilação e troca gasosa.
Vias condutoras - narina
● Função condutora do ar
● Aquecimento do ar
● Filtração do ar
● Câmara de ressonância - voz
● Receptores olfatórios
Vias aéreas- faringe
● Naso, oro e laringofaringe
● Abriga as amígdalas (respondem aos antígenos inalados)
● Úvula fecha a nasofaringe durante a deglutição para
evitar que alimentos migre ao nariz
● Epiglote: posterior à língua - evita a aspiração de
conteúdos faríngeo às vias aéreas inferiores.
● A orofaringe e a laringofaringe são passagens comuns
para o alimento e o ar.
● Recobertos por epitélio escamoso estratificado.
Vias aéreas- laringe
● Parte que conduz o ar para as vias aéreas inferiores
● Continuidade com a traqueia.
● Estende-se da 4ª a 6ª vértebra cervical.
● Fixada ao osso hióide superiormente.
● Função de vocalização.
● Mecanismo de proteção contra aspiração: fecha durante
a deglutição e abre durante a respiração.
● Estrutura: 9 cartilagens conectadas por membranas e
ligamentos.
● Cartilagem tireoide com proeminência laríngea (Pomo de
Adão).
● Cartilagem cricoide inferior à cartilagem tireoide.
Vias aéreas inferiores - traqueia
● Desce da laringe através do pescoço até o mediastino.
● Divide-se no tórax nos dois brônquios principais(D e E).
● Possui 16-20 anéis de cartilagem hialina unidas por
tecido conjuntivo fibroelástico.
● Flexível para movimentação mas permanece aberta
apesar das variações de pressão durante a respiração.
Vias aéreas inferiores - carina
● Proeminência interna da última cartilagem traqueal.
● Ponto onde a traqueia se divide (T7).
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
● Mucosa altamente sensível a irritantes: reflexo da tosse.
Vias respiratórias - árvore brônquica
Bifurcação da árvore brônquica:
● Brônquio fonte D (mais suceptível a aspiração).
● Brônquio fonte E.
● Lobares, segmentares, bronquíolos, bronquíolos terminais.
Vias respiratórias finais
Estruturas que proporcionam as trocas gasosas – alvéolos.
Composta por 3 milhões de alvéolos.
Circulação pulmonar
● A barreira alvéolo-capilar (membrana respiratória) é o
local das trocas gasosas.
● O2 : ar para o sangue.
● CO2: sangue para o ar.
Surfactante
● Produzido no pneumócito Tipo II.
● Diminui a tensão alveolar para evitar o colabamento na
expiração.
● Prematuros – Membrana hialina devido à falta do
surfactante.
● A pleura divide a cavidade torácica nas cavidades pleurais
e mediastino.
● Doenças: Pleurite, derrame pleural
Relações anatômicas dos órgãos na cavidade torácica
Hilo
Localizado na superfície mediastinal
Local onde os vasos sanguíneos, brônquios, vasos linfáticos e
nervos entram e saem do pulmão
Pulmão direito - 3 lobos: superior, médio e inferior. Fissura
horizontal.
Pulmão esquerdo - 2 lobos: superior e inferior. Fissura oblíqua.
Músculos da inspiração - Durante a inspiração o diafragma é
contraído – aumentando o tamanho da caixa torácica.
Os músculos intercostais são contraídos elevando as costelas e
aumentando a circunferência do tórax.
Durante a respiração profunda ou forçada, músculos adicionais são
recrutados:
● Escalenos
● Esternocleidomastoideo
● Peitoral menor
● Quadrado lombar
Alguns desses músculos acessórios da ventilação são visíveis ao
observador; traduzindo geralmente desconforto respiratório.
Expiração em pessoas normais é geralmente passiva.
● Os músculos inspiratórios relaxam.
● O gradil costal desce de acordo com a força da gravidade.
● O diafragma relaxa e move-se superiormente.
● Papel das fibras elásticas pulmonares.
● Os volumes torácico e pulmonar diminuem
simultaneamente, aumentando a pressão.
● O ar é expelido.
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
ANATOMIA CLÍNICA
LINHAS VERTICAIS
● Médio esternal e médio-espinhal ou espondiléia - coincide
com o plano mediano e divide o tórax em hemitórax
direito e esquerdo.
● Linhas esternais direita e esquerda - a partir da linha
medioesternal.
● Linha paraesternal D e E - equidistante da linha
hemiclavicular e da linha esternal.
● Linha hemiclavicular D e E - desce verticalmente do ponto
médio da clavícula.
● Linhas axilares anteriores (a partir da prega axilar
anterior), médias (equidistante às linhas axilares anterior
e posterior) e posteriores (desce do ápice da axila até a
crista ilíaca) D e E.
● Linha escapular D e E - passa através do ângulo inferior
da escápula na posição anatômica.
● Linha vertebral D e E - passa sobre os processos
espinhosos das vértebras torácicas.
OBS.:Dois pontos em relação às linhas verticais: na linha
hemiclavicular, no segundo espaço intercostal: descompressão de
pneumotórax hipertensivo com agulha.
Linha escapular imediatamente inferior ao ângulo da escápula:
toracocentese.
LINHAS HORIZONTAIS
● Claviculares superiores e inferiores
● Linhas das terceiras e sexta articulações condroesternais
● Escapular superior e inferior - tangenciam as bordas
superiores e inferiores.
REGIÕES DO TÓRAX ANTERIORES
● Supraclaviculares D e E
● Claviculares D e E
● Infraclaviculares D e E
● Mamárias D e E - limitada superiormente pela linha da
terceira articulação condroesternal, medialmente pela
linha esternal lateral, lateralmente pela linha axilar
anterior e inferiormente pela linha da sexta articulação
condroesternal.
● Inframamárias D e E - limitada superiormente pela linha
da sexta articulação condroesternal, inferomedialmente
pela margem costal e lateralmente pela linha axilar
anterior.
● Supra-esternal
● Esternal superior
● Esternal inferior
PROJEÇÃO DOS PULMÕES NA PAREDE TORÁCICA
● Ápices pulmonares - 3cm superiormente às clavículas
● Ângulo de Louis no esterno
● Ângulo de Charpy ou ângulo epigástrico
● Vértebra proeminente 7ª cervical projeção dos ápices na
parede torácica posterior
● Durante a inspiração, os níveis descem no mínimo dois
espaços intercostais.
REGIÕES DO TÓRAX LATERAIS
● Axilar
● Infra-axilar
REGIÕES DO TÓRAX POSTERIORES
● Supra-escapular
● Supra-espinhal
● Infra-espinhal
● Infraescapulovertebral
● Infraescapular
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
ANAMNESE
● Identificação (idade, sexo, raça,procedência, profissão e
ocupação).
● HDA.
● Antecedentes pessoais e familiares.
● Interrogatório sintomatológico.
Sinais e sintomas:
● Dor torácica
● Tosse
● Expectoração
● Hemoptise
● Dispnéia
● Sibilância
● Rouquidão
● Cornagem
IDENTIFICAÇÃO
Idade - muito relacionada com o início/desenvolvimento de
patologias pulmonares.
Início em crianças: asma, síndrome da membrana hialina, fibrose
cística, bronquiolite, aspiração de corpo estranho…
40-60 anos: DPOC, carcinoma brônquico…
Sexo - DPOC/Carcinoma brônquico costumam atingir mais os
homens. Fato muito relacionado ao tabagismo.
Mulheres: doenças pulmonares parenquimatosas associadas às
doenças do tecido conjuntivo, sarcoidose e linfangioleiomiomatose.
Raça - sarcoidose/tuberculose costumam ser mais frequentes em
negros, enquanto a colagenosa atinge mais os brancos.
Procedência - áreas endêmicas, profissão. Importante saber com
qual material o paciente lida no ambiente de trabalho, se a
atividade é ao ar livre ou em ambiente fechado.
Antecedentes pessoais - agressões pulmonares prévias
(sarampo/coqueluche/tuberculose), passado alérgico (asma/rinite),
uso de drogas imunossupressoras/corticoide (infecções), viagens
(HIN1, COVID-19); tabagismo e etilismo.
Infecções pulmonares graves na infância podem reduzir as reservas
respiratórias no futuro devido a proliferação do tecido cicatricial.
Antecedentes traumáticos, episódios de perdade consciência,
anestesias…
Passado alérgico, eczema, dermatites podem estar relacionados
com patologias do sistema respiratório.
Uso de medicamentos.
Câncer
Antecedentes familiares - história familiar (asma, tuberculose,
rinite alérgica, fibrose cística, deficiência alfa-1-antitripsina)
OBSERVAÇÃO: TABAGISMO
Sempre perguntar a quantidade de cigarros que o paciente fuma
por dia. Com quantos anos começou a fumar e se já interrompeu o
uso e por quanto tempo.
Verificar tentativas de interrupção do hábito, bem como
tratamentos anteriores, recaídas, abstinência…
Cálculo da carga tabágica: nº de maços fumados por dia x anos de
tabagismo e divide por 20. Para cigarros artesanais, 6 cigarros
artesanais = 20 cigarros industrializados.
Consumo de 20 anos/maço é um forte indicativo de DPOC.
Hábitos de vida - tabagismo - muito relacionado com ASMA,
DPOC, Carcinoma brônquico…
Alcoolismo: PN aspirativa - anaeróbicos/klebsiella…
Superdose de heroína - edema pulmonar
Nebulização em excesso
Uso de sonda nasoenteral - broncoaspiração…
História epidemiológica - visita a cavernas, minas, galinheiros:
histoplasmose
Pós enchente: leptospirose
Contato com bacilíferos de tuberculose…
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
HDA - QUEIXAS
Tosse
Inspiração rápida e profunda e expiração forçada. Resulta de
estimulação dos receptores da mucosa das vias respiratórias. Os
estímulos podem ser inflamatórios, mecânicos, alteração da
pressão pleural, químicos e térmicos. O objetivo é reagir aos
irritantes ou eliminar secreções anormais.
Ela pode ser danosa - ↑ da pressão na árvore brônquica →
distensão dos septos alveolares. Pode provocar hemorragias,
hérnias, fraturas de arcos costais e desconforto.
Paciente tabagista costuma tossir muito pela manhã.
Sempre perguntar:
● Frequência
● Intensidade
● Tonalidade
● Presença de expectoração
● Relação com o decúbito
● Período do dia em que a intensidade é maior
OBS.: A tosse seca pode ter origem em áreas fora da árvore
brônquica - faringe, seios paranasais, palato mole etc. Inibidores da
ECA também podem causar tosse seca.
Duração:
● Aguda - <3 semanas
● Sub aguda - 3 - 8 semanas
● Crônica - >8 semanas - “Sintomático respiratório”
Período:
● Diurno/noturno - toilete matinal (bronquite crônica)
Fase de melhora/piora
Tosse seca (pleura, ICC, traqueítes) x tosse com secreção
(infecções, tumores) OBS.: Secreção rósea abundante - edema
agudo de pulmão.
Expectoração
Volume, cor, odor, transparência e consistência.
● Quantidade (colher de sopa/ + 1 copo = “vômica”
abscesso pulmonar)
● Aspecto
● Cheiro
Expectoração do edema pulmonar: bem característica: aspecto
seroso, rico em espuma. Ocasionalmente, apresenta coloração
rósea.
Hemoptise
● Eliminação de sangue vermelho vivo (leve ou maciça
(>400mL/24h)
● Hemoptóicos - escarro com raios de sangue
● Diagnóstico diferencial com hematêmese?
● Podem ser decorrentes de hemorragias brônquicas ou
alveolares.
Dispneia
Respiração feita com esforço ou desconforto - subjetiva ou
objetiva.
Pode ser devido aos grandes, médios e pequenos esforços. Ou em
repouso.
Pode ser acompanhada de taquipneia ou hiperpneia (amplitude
aumentada).
Ortopneia: impede o paciente de ficar deitado. Ele precisa sentar ou
ficar em pé para conseguir um alívio.
Trepopneia: aparece em determinado decúbito lateral.
Principais causas: atmosféricas, obstrutivas, pleurais,
toracomusculares, diafragmáticas, teciduais ou ligadas ao SNC.
● Aguda (asma, pneumonia, pneumotórax, embolia
pulmonar) x crônica (mais de 30 dias, DPOC,
pneumoconiose, neoplasias)
● Mensuração (pequenos/médios/grandes esforços)
● Crises x progressiva
● Postural (trepopneia/ortopneia)
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
Dor torácica
Uma das queixas mais importantes na clínica.
Localização, irradiação e referência.
● Pleurítica (dor ventilatório dependente) - aguda, intensa e
em pontada. Não se irradia. Aumenta com a tosse. Em
muitos casos de pleurite, quando a dor desaparece, é um
indicativo de derrame.
● Pleurites diafragmáticas - posição antálgica,
comprimindo o hemitórax oposto com uma das mãos. O
local da dor não é preciso - torácica ou abdominal. Podem
acompanhar um quadro de falso abdome agudo.
● Pleurites apicais - dor no pescoço e ombro.
● Pneumotórax benigno espontâneo - dor súbita, aguda e
intensa. Acompanha dispneia.
● Dor da doença coronariana - angina pectoris e IAM
● Referida/irradiada (digestiva = esofagite)
EXAME FÍSICO
● Inspeção
● Palpação
● Percussão
● Ausculta
EXAME FÍSICO - INSPEÇÃO
Somatoscopia, cabeça e pescoço:
● Crânio
● Face
● Nariz
● Ouvido
● Boca, garganta e laringe
● Olho
● Pescoço
● Gânglios
● Abdômen
● Membros superiores e inferiores
● Circulação colateral no tórax
TÓRAX
Estática: morfologia do tórax (normal ou patológica) partes moles
e ósseas (cicatrizes, atrofia, edema, abaulamentos e retrações,
circulação colateral).
Ângulo de Charpy - ângulo formado pelas últimas costelas.
Coloração - cianose ou palidez. Pesquisar na pele, unhas, lábios e
mucosa oral.
Sinal de Lemos Torres: caracterizado pelo abaulamento dos
espaços intercostais durante a expiração. É sinal fidedigno de
derrame pleural.
Tipos de tórax:
● Normal
● Tonel (enfisema)
● Funil (peito escavado)
● Tórax de pombo
● Escoliótico
● Cifótico
Dinâmica:
Como está o paciente? Ortopneia? Taqui, bradi ou trepopneia?
Batimentos de asas nasais?
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
● Movimentos respiratórios: frequência e ritmo.
● Tipo respiratório: torácico, toraco-abdominal.
● Alterações do ritmo.
● Retrações inspiratórias : tiragem e sinal de Hoover
(respiração paradoxal – abdômen para fora e tórax para
dentro).
● Cornagem.
● Uso de musculatura acessória.
1. Tipo respiratório: observar a movimentação do tórax e do abdome
- reconhecer regiões em que o movimento é mais amplo. Para
homens e mulheres predomina respiração torácica ou costal.
Decúbito dorsal: predomínio da respiração diafragmática. Em
determinadas situações, outros músculos podem ser requisitados.
2. Frequência respiratória: 16 a 20 rpm.
3. Padrão respiratório: eupnéia, dispnéia, taquipnéia, bradipnéia,
hiperpnéia, respiração suspirosa, dispnéia de decúbito, trepopnéia,
agônico, apnéia.
4. Ritmo respiratório: normal, Kussmaul, Cheyne-Stoks,
Biot.Normalmente, a inspiração dura quase o mesmo tempo da
expiração. Movimentos com a mesma amplitude, intercalados por
leve pausa.
● Cheyne-Stokes: dispneia + resp superficial + apneia +
aumento amplitude + diminuição amplitude - insuficiência
cardíaca, hipertensão intracraniana, AVC, traumatismos
cranioencefálicos. É “ouvida” melhor que vista.
● Biot: respiração de amplitude variável + períodos de
apneia. As causas são as mesmas da respiração de
Cheyne-Stokes. Quase sempre indica grave
comprometimento cerebral.
● Kussmaul: inspirações profundas seguidas de pausas +
expirações curtas seguidas de pausa. Principal causa:
acidose metabólica.
● Suspirosa: inspiração de amplitude crescente +
expiração breve e rápida + suspiros isolados ou
agrupados. Principais causas: tensão emocional,
ansiedade.
● Dispneia: movimentos respiratórios amplos e rápidos.
5. Retração ou abaulamentos respiratórios: tiragens, uso de
musculatura acessória, sinal de Lemos Torres (abaulamento
expiratório intercostal).
Baqueteamento digital
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS
● Cheyne-Stokes
● Biot
● Kussmaul
● Suspirosa
EXAME FÍSICO - PALPAÇÃO
● Condições das partes moles e arcabouço torácico
● Estrutura óssea, sensibilidade, enfisema subcutâneo
● Contratura e atrofia muscular - sensibilidade superficial e
profunda/dor provocada ou espontânea ou qualquer outra
manifestação dolorosa.
● Examinação de lesões superficiais quanto a sua forma,
volume e consistência. Verificar temperatura cutânea.
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
● Lesões do ápice podem provocar contratura dos músculos
dessa região.
EXPANSIBILIDADE TORÁCICA
● Expansibilidade dos ápices pulmonares - ambas mãos
espalmadas,bordas internas tocam o pescoço, polegares
apoiados na coluna vertebral e demais dedos nas fossas
supraclaviculares.
● Expansibilidadedas bases pulmonares: polegares nas
linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem
os últimos arcos intercostais.
O paciente precisa respirar profunda e pausadamente.
Manobra de Ruaut
FRÊMITO TÓRACO VOCAL (FTV)
Corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas à parede
torácica.
● Sensação tátil na parede da transmissão da voz grave
(33).
● Mais nítido em homens e em pessoas com a parede
torácica delgada.
● Colocar a mão espalmada sobre a superfície do tórax,
comparando a intensidade das vibrações em regiões
homólogas.
● Mais intenso no HTD e nas bases.
● Melhor transmitido em meio sólido.
● Derrames pleurais líquidos ou gasosos afastam o pulmão
da parede, dificultando a transmissão das vibrações até a
superfície, com redução ou abolição do FTV.
● FTV ↑ = CONDENSAÇÃO, pois a consolidação do
parênquima facilita a transmissão da voz.
● Com os brônquios obstruídos (atelectasias), o som não se
propaga. Nesses casos, apesar de ser uma afecção
parenquimatosa, o FTV está diminuido.
● FTV = Barreira de transmissão como nas doenças pleurais
(derrame pleural, pneumotórax, espessamento pleural).
● Frêmito brônquico: equivalente tátil dos estertores.
● Frêmito pleural: sensação tátil do ruído de atrito
provocado pelas duas superfícies rugosas dos folhetos
pleurais. Muitas vezes precede os derrames.
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
EXAME FÍSICO - PERCUSSÃO
● Tórax é uma caixa de ressonância: ossos, partes moles e
ar.
● Início: face posterior, de cima para baixo. O médico fica
atrás e à esquerda do paciente.
● Percute-se separadamente cada hemitórax e, em uma
segunda etapa, percutir comparativa e simetricamente
várias regiões.
● Som claro pulmonar: som normal da ressonância.
Som nas áreas de projeção dos pulmões.
● Som timpânico - espaço de Traube.
● Som submaciço: região inferior do esterno.
● Som maciço: região inframamária direita - 5º EID
(macicez hepática).
● Macicez Cardíaca : região precordial.
● Hipertimpanismo: pneumotórax.
● Macicez em um HT: derrame pleural.
● Pacientes com enfisema: os limites da macicez hepática
são mais inferiores na inspiração e na expiração.
● Percutir regiões infraescapulares direita e esquerda em
vários níveis.
● Obstrução brônquica total → atelectasia →
condensação = som maciço.
● Afecções parenquimatosas → reduz quantidade de ar
noas alvéolos → macicez.
● Aumento da quantidade de ar = hipersonoridade e até
mesmo timpanismo. Enfisema, crise de asma, cistos
aéreos…
OBS.: Derrame líquido nas cavidades pleurais livres → regiões de
maior declive. Macicez na região infraescapular, área de projeção
dos seios diafragmáticos costovertebrais posteriores.
Se além de líquido, tiver ar: acima da área de macicez encontra-se
timpanismo.
EXAME FÍSICO - AUSCULTA
O paciente deve estar com o tórax despido e respirar pausada e
profundamente, com boca entreaberta, sem fazer ruído.
A ausculta se inicia pela face posterior das costas, passando para
as faces laterais e anterior. É feita de forma simétrica. Geralmente,
é solicitado ao paciente que respire profundamente e tussa várias
vezes.
Sons normais:
● Som traqueal - componente inspiratório e expiratório.
Audível na região da projeção da traqueia. Passagem do
ar da fenda glótica e na própria traqueia.
● Som brônquico - audível na zona de projeção de brônquios
de maior calibre - face anterior, próximo ao externo.
● Som broncovesicular - características do som brônquico
com as do murmúrio vesicular. Auscultado na região
esternal superior. Este som em outras regiões pode
indicar condensação pulmonar, atelectasia por
compressão… alvéolos mais ou menos normais capazes
de originar som do tipo vesciular.
● Murmúrio vesicular
Sons anormais:
● Descontínuos: estertores finos e grossos.
● Contínuos: roncos, sibilos e estridor.
● Atrito pleural
Sons vocais:
● Broncofonia, egofonia, pectorilóquia fônica e afônica.
Murmúrio vesicular - MV = som suave, sem pausa entre ins e
expiração. Ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax,
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
produzidos pela turbulência do ar circulando e se chocando contra
as bifurcações brônquicas.
Componente inspiratório mais intenso e duradouro que o
componente expiratório.
Principais modificações: aumento ou diminuição da intensidade e
prolongamento do componente expiratório.
Não tem intensidade homogênea - mais forte na parte ântero
superior, nas axilas e nas regiões infra escapulares.
Mais débil em pessoas musculosas ou obesas.
Pacientes portadores de afecções pulmonares unilaterais:
murmúrio vesicular se torna mais intenso no lado não afetado.
Principais causas da diminuição do murmúrio vesicular:
pneumotórax, hidrotórax, tecido sólido (espessamento pleural),
enfisema pulmonar, dor torácica que impeça movimentação do
tórax, obstrução VR superiores, oclusão parcial ou total de
brônquios/bronquíolos.
Paciente fala 33
Normal : ausculta de som abafado e palavras não distintas
Consolidação pulmonar : som aumentado ou distinto
Obstrução brônquica proximal e/ou traqueal: ausculta da voz
diminuída
RUÍDOS ADVENTÍCIOS
Contínuos:
Roncos: ins e expiratórios, grosseiros, correspondem a obstrução
de brônquios maiores. Sons graves.
Sibilos: Obstrução de pequenos brônquios ou bronquíolos, podem
aparecer na ins , ex ou ambos. Também conhecidos como “chiado”.
Sons agudos. Em geral, são múltiplos e disseminados por todo o
tórax. Em determinado local, pode indicar a presença de corpo
estranho.
Descontínuos:
Estertores: som semelhante à fricção de cabelos. Crepitantes
(finos): presentes apenas na inspiração. São agudos e de curta
duração. Presença de líquido ou secreção nos alvéolos. Pneumonia
e congestão pulmonar. São homogêneos. Sub-crepitantes:
presentes na ins e expiração. Indica secreção ou líquido em
pequenos brônquios e bronquíolos.
Grossos (bolhosos): podem ser ouvidos em todas as regiões do
tórax. São audíveis durante toda expiração. Comuns na bronquite
crônica e bronquiectasias.
Atrito pleural – maior amplitude que os estertores semelhante à
fricção de faixas de couro. Comumente se acompanham de dor
pleurítica. Comum nas regiões laterais do tórax. Pleurite.
Atualmente sugere-se uma simplificação dos termos
(broncofonia/pectorilóquia/egofonia). Diz apenas se a transmissão
e palpação da voz estão normais, aumentadas ou diminuídas.
Egofonia: derrames pleurais e condensação pulmonar.
Broncofonia: aumento da ressonância vocal.
Pectorilóquia fônica = é quando a voz é ouvida com nitidez.
EXAME FÍSICO NORMAL
1. INSPEÇÃO
Estática: Tórax de forma normal, sem alterações de partes moles e
ósseas, sem abaulamentos ou retrações.
Dinâmica: FR = 16 rpm; ritmo regular, sincrônico com movimentos
abdominais, tipo predominantemente torácico, sem uso de
musculatura acessória, sem alterações visíveis da expansibilidade.
2. PALPAÇÃO
Sensibilidade conservada, ausência de contratura ou atrofia
musculares, ausência de enfisema subcutâneo.
Expansibilidade conservada e simétrica.
FTV simétrico.
Ausência de frêmitos brônquico e pleural
3. PERCUSSÃO
Som claro pulmonar simétrico. Submacicez hepática a partir do 5º
EICD.
4. AUSCULTA
MV presente em ambos HTs, ausência de ruídos adventícios.
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
GRANDES SÍNDROMES PULMONARES
● Insuficiência respiratória – saturação periférica baixa,
repercussão sistêmica, alteração do ritmo e/ou
frequência respiratórias, cianose.
● Hiperinsuflação - enfisema
● Condensação - pneumonia
● Atelectasia
● Barreira pleural – derrame e pneumotórax
Asma:
● Inspeção e palpação podem estar normais.
● Ausculta: sibilos, roncos e ou estertores grossos.
● Aumento da FR e redução da expansibilidade.
● Redução do FTV e do murmúrio vesicular.
Hiperinsuflação:
● Inspeção: tórax globoso com aumento de diâmetro
antero-posterior.
● Palpação: expansibilidade simetricamente reduzida, FTV
reduzido simetricamente.
● Percussão: hipersonoridade difusa
● Ausculta: MV ↓ simetricamente
Bronquite crônica da DPOC:
● Ausculta: estertores grossos disseminados em ambos os
hemitórax.
● Redução do FTV e MV em pacientescom enfisema
associado.
Condensação:
● Principais causas: pneumonias, infarto pulmonar e
tuberculose.
● Caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por
células e exsudato.
● Dispneia e tosse - seca ou produtiva
● Inspeção: forma normal sem demais alterações.
Expansibilidade diminuida.
● Palpação: expansibilidade ↓ no hemitórax acometido, FTV
↑ no hemitórax acometido.
● Percussão: macicez no HT acometido
● Ausculta: MV ausente ou reduzido no HT acometido,
ausculta da voz ↑ e presença de estertores crepitantes no
HT acometido.
Atelectasia:
● Desaparecimento do ar, sem que o espaço alveolar seja
ocupado por células ou exsudato.
● Causas mais comuns: neoplasias e corpos estranhos.
● Dispneia e tosse seca.
● Inspeção: forma normal, retração no HT acometido,
tiragem intercostal.
● Palpação: expansibilidade ↓, FTV ↓ no HT acometido.
● Percussão: submacicez ou macicez no HT acometido.
● Ausculta: MV ausente, ausculta da voz ↓ no HT
acometido.
Enfisema pulmonar::
● Principal característica: dispneia.
● Inspeção: ↓expansibilidade e tórax em tonel nos casos
mais avançados.
● Palpação: ↓FTV
● Percussão: sonoridade pulmonar normal no início e
hipersonoridade à medida que enfermidade se agrava.
● Ausculta: ↓MV, fase expiratória prolongada. Ressonância
vocal diminuída.
Derrame pleural:
● Inspeção: forma normal, sinal de Lemos Torres (muito
raro)
● Palpação: expansibilidade ↓, FTV ↓ no HT acometido
● Percussão: macicez no HT acometido.
● Ausculta: MV ↓ ou ausente, ausculta da voz ↓ no HT
acometido. Estertores finos.
Pneumotórax:
● Inspeção: forma normal, dispneia, trepopneia, etc.
● Palpação: expansibilidade reduzida, FTV ↓ no HT
acometido.
● Percussão: timpanismo no HT acometido.
● Ausculta: MV ausente ou diminuído, ausculta da voz ↓ no
HT acometido.
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A
EXAMES COMPLEMENTARES
● Exame de escarro
● Espirometria
● Gasometria arterial
● Tomografia computadorizada
REFERÊNCIAS
Aula do profº André Falcão
Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora
Guanabara Koogan.
Semiologia 2021 Adriely Blandino 82 A

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