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Geovanna Carvalho T30 - UFCA 1 EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO . ANATOMIA . → Eixo vertical: - ângulo esternal ou de Louis → inserção da 2º costela no esterno → lateralmente encontra-se o 2ª espaço intercostal - Chanfradura supraesternal - Posterior: - Apófise espinhosa de T1 - Apófise espinhosa de C7 - Ângulo inferior da escápula → 7º costela → Linhas da circunferência torácica: - linha axilar anterior - linha axilar posterior - linha axilar média - linha escapular - linha vertebral - linha hemiclavicular - linha médio-esternal LOCALIZAÇÃO NO TÓRAX . - Supraclavicular - Infraclavicular - Interescapular - Infraescapular - Linha hemiclavicular - Linha clavicular anterior - Bases pulmonares - Campos pulmonares superior, médio e inferior Geovanna Carvalho T30 - UFCA 2 OBS.: Posteriormente na caixa torácica os pulmões acabam em 4 cm abaixo da escápula em uma expiração total OBS: - Pulmão Direito: anterior (lobo superior e médio); Lateral (lobo superior, médio e inferior); posterior (lobo inferior) - Pulmão Esquerdo: anterior (lobo superior); posterior (lobo superior e inferior) ORGANIZANDO DO EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO . 1. Inspeção estática 2. Inspeção dinâmica 3. Palpação 4. Percussão 5. Ausculta - Sentado → Tórax posterior - Deitado → Tórax anterior → Achados do exame físico respiratório: 1. Consolidação → alvéolos pulmonar em meio semi sólido com a presença de fluído → normalmente é infecciosa (pneumonia) 2. Atelectasia → colapso reversível do tecido pulmonar que fica sem ar devido à uma obstrução → ex.: obstrução dos brônquios, hipoventilação e um tubo endotraqueal mal posicionado. 3. Derrame pleural → entrada de fluido no espaço pleural 4. Pneumotórax → rompimiento de alvéolos e entrada do o ar no espaço pleural AVALIAÇÃO INICIAL DA RESPIRAÇÃO . - Frequência respiratória → não avisar o paciente que irá contar as incursões respiratórias para que não haja viesses - Esforço respiratório → tiragem intercostal - Coloração → cianótico - Ruídos audíveis → ex.: sibilo em caso de asma grave ou DPOC exacerbada - Utilização de musculatura acessória → retrações dos espaços intercostais, supraclaviculares ou na fúrcula esternal INSPEÇÃO ESTÁTICA . → Observa-se a caixa torácica do paciente sem camisa, analisando os seguintes itens: 1. Posição da traqueia → está relacionada a achados patológicos e pode estar desviada. ● Desvio p/ mesmo lado da lesão → consolidação e atelectasia ● Desvio p/ o lado contrário da lesão → derrame pleural e pneumotórax 2. Biotipo (ângulo de Charpy) → longilíneo (ângulo < 90°), brevilíneo (ângulo > 90°) e normolíneo (ângulo = 90°). 3. Deformidades → depressão, abaulamento, cicatrizes, lesões e assimetrias 4. Diâmetro ântero-posterior → o diâmetro lateral é duas vezes maior que o Geovanna Carvalho T30 - UFCA 3 ântero-posterior (vai do esterno até a coluna vertebral). Em doenças que cursam com obstrução crônica ao fluxo aéreo, há aumento do diâmetro torácico ântero-posterior. 5. Tipos de tórax → Normal ou Patológico: ● Chato: reduzido diâmetro anteroposterior, comum em longilíneos. ● Em sino ou piriforme: porção inferior do tórax é alargada, relacionada às grandes hepatoesplenomegalia ou na ascite volumosa . ● Tonel ou em barril: diâmetro ântero posterior aumentado, relacionado a enfisema pulmonar ou em pessoas idosas livres de doenças pulmonares. ● Infundibuliforme (pectus excavatum): depressão acentuada no nível do terço inferior do esterno, relacionado ao raquitismo. ● Cariniforme: saliência em forma de peito de pombo no nível do esterno, relacionado ao raquitismo infantil sem comprometer a ventilação. ● Escoliótico: tórax assimétrico devido ao desvio lateral do segmento torácico da coluna. ● Cifótico: devido encurtamento da porção posterior da coluna torácica. ● Cifoescoliótico: cifótico e com desvio lateral da coluna, relacionado a anomalias congênitas. Obs.: A identificação das formas anormais do tórax é fundamental para interpretar corretamente as imagens obtidas pela radiografia, ultrassonografia e ressonância magnética. INSPEÇÃO DINÂMICA . 1. Frequência respiratória: conta-se quantos inspirações ou expirações a paciente executou em 30 seg e multiplique por 2. - Normal em adultos: 12 - 20 irpm - Taquipneia (fisiológica ou patológica) - Bradipneia ( freq inferiores) - Eupneia (normal) - Apneia (parada respiratória) 2. Tipo respiratório: torácico (+ em mulheres), abdominal (+ em homens) ou toraco abdominal. 3. Ritmo respiratório : é determinado pela sucessão regular de movimentos respiratórios, de profundidade mais ou menos constante. - ritmo respiratório normal → regular - ritmos respiratórios patológicos: ● Dispneia: movimentos respiratórios amplos e desconfortáveis para o paciente. → IC, enfisema pulmonar, bronquite, pneumonias, atelectasia, pneumotórax, derrame pleural e anemias graves. ● Platipneia: dificuldade de respirar em posição ereta. ● Ortopneia: dificuldade para respirar mesmo na posição deitada ● Trepopneia: o paciente respira melhor em decúbito lateral. → ICC ou derrame pleural ● Cheyne-Stokes: dispneia periódica → incursões respiratórias que evoluem em amplitude e depois reduzem até a apneia --> insuficiência respiratória, AVC que lesa o centro respiratório ● Biot: respiração de amplitude variável (anárquica) → mesmas causas da cheyne-stokes ● Kaussmaul: inspirações profundas seguidas de pausas e expirações curtas seguidas de pausa → acidose metabólica causada por diabetes Geovanna Carvalho T30 - UFCA 4 ● Suspiroso: movimento respiratório seguido de suspiro → ansiedade e emoção 4. Tiragem intercostal e supra-clavicular → depressão dos espaços intercostais → indicativo de esforço respiratório por obstrução Obs.: Baqueteamento digital → CA de pulmão, DPOC, pneumoconiose, fibrose. PALPAÇÃO 1. Mobilidade/expansão 2. Palpação de gânglios, tumoração, mamas, sensibilidade. 3. Frêmitos tóraco-vocal → Inicialmente, é feita a palpação geral de toda a caixa torácica, locais de dor, de flutuação de costelas e sinais de enfisema subcutâneo (entrada de ar sob a pele na região torácica e no pescoço, caracterizada por inchaço indolor) → Expansão: a avaliação da expansão pulmonar é feita apenas nas bases de ambos os pulmões na região anterior e posterior do tórax. - Expansibilidade → nas bases pulmonares, posteriores (10º costela) e anteriores, com as mãos cria-se uma prega cutânea que no ato da inspiração profunda é desfeita → denota uma boa expansibilidade → Frêmito tóraco-vocal: é avaliado em três pontos do tórax anteriores e 4 pontos do tórax posterior, sendo necessário o afastamento das escápulas na região posterior → pedir para o paciente falar 33 (palavras com muitas consoantes para provocar vibração). - A pesquisa do FTV é feito bilateralmente com as mãos avaliando a percepção vibratória; - O som é uma onda que se propaga melhor em meios mais densos, como nos fluidos, logo pacientes com consolidações terão o FTV aumentado; - Quando existe algo na pleura como no caso dos derrames pleurais e pneumotórax o contato do pulmão com a parede torácica é diminuído gerando um FTV abolido ou diminuído. Obs.: Fisiologicamente o FTV é mais intenso no HTD (hemitórax direito) → no local de bifurcação da traqueia do lado direito por ter um brônquio principal de maior diâmetro. - Redução da FTV → obstrução brônquica e barreiras - Aumento da FTV → consolidação → locais da caixa torácica para palpação do frêmito toracovocal Geovanna Carvalho T30 - UFCA 5 PERCUSSÃO . → Procurar durante a avaliação o som claro pulmonar (normal - resultante da ressonância dos ossos, partes moles e ar) ou o patológico (maciço e timpânico) - Na área de projeção do coração, fígado e do baço obtém-se som maciço ou submaciço ● Macicez hepática: 5° EID ● Macicez cardíaca: 3° EIE - Na área de projeção de fundo do estômago (espaço de Traube) → som timpânico fisiológico - percussão entre as costelas (claro pulmonar) , em cima do esterno (maciço), nabolha de ar (timpânico) - sempre se inicia a percussão abaixo da clavícula entre duas costelas em ambos os hemitórax. → A percussão deve ser feita comparando ambos hemitórax e verticalmente no mesmo pulmão. - importante pedir para o paciente cruzar os braços para afastar as escápulas - som normal do pulmão → som atimpânico → Alterações da percussão do tórax - Hipersonoridade pulmonar → não é o mesmo que som timpânico → aumento do ar nos alvéolos faz com que o som seja mais claro e intenso → enfisema pulmonar - Macicez → desaparecimento ou redução da sonoridade pulmonar (som maciço)→ indicativo de consolidação ou derrame pleural - Hipertimpanismo → indica ar aprisionado no espaço pleural ou em alguma cavidade intrapulmonar (caverna tuberculosa) → pneumotórax Obs.: - Derrame pleural, atelectasia ou consolidada → som maciço à percussão - Pneumotórax → som timpânico à percussão AUSCULTA . → Usa-se o diafragma do estetoscópio → O paciente deve estar, preferencialmente, sentado com o tórax total ou parcialmente descoberto. - solicitar ao paciente que respire um pouco mais profundamente com os lábios entreabertos. - são avaliados 6 pontos anteriormente no tórax e 7 pontos posteriormente. (pedir para o paciente abraçar-se) Geovanna Carvalho T30 - UFCA 6 1. Sons normais → Som traqueal: ausculta em cima da traqueia → Respiração brônquica: é auscultado sobre o manúbrio do esterno e brônquios principais → na região da bifurcação da traquéia no lado direito → Respiração broncovesicular: ausculta na região esternal e interescapular → na região da bifurcação da traquéia no lado esquerdo → Murmúrio vesicular: são os ruídos respiratórios produzidos pela turbulência do ar circulante e ouvidos na maior parte do tórax. (Pode estar ausente ou diminuído, mas nunca aumentado) - Causas da diminuição do MV: pneumotórax, hidrotórax, enfisema pulmonar, obstrução das vias aéreas, oclusão total ou parcial dos brônquios. 2. Sons anormais → Ruídos adventícios: sempre que perceber algum ruído adventício é importante caracterizar bem o som quanto ao timbre, se é inspiratório, expiratório ou ambos, e a sua localização. - estertores crepitantes → sons semelhantes ao atrito entre chumaço de cabelo → pequenos estalidos devido o quadro de hiperinsuflação alveolar ou secreção em vias aéreas inferiores. obs.: estertores: “plástico bolha estourando” → o som dos alvéolos colabados devido a presença de líquido abrindo de uma vez - roncos → sons graves que ocorrem na asma brônquica, nas bronquiectasias (dilatação irreversível de porções do tubo respiratório) e obstruções localizadas - sibilos → “chiado ou piado” no peito → múltiplos e disseminados por todo o tórax, ocorre no estreitamento das vias aéreas → causado por broncoespasmo, pneumonia com catarro e asma - atrito pleural → ocorre na pleurite, onde os folhetos parietais e viscerais não deslizam e gera atrito → ruído descontínuo e mais intenso na inspiração obs.: Sibilo expiratório é o início de um processo de obstrução que normalmente trata-se de asma. Quando evolui para um sibilo expiratório e inspiratório o quadro está mais grave. Se não há som algum (silêncio respiratório) é um quadro de obstrução quase completa e o ar não consegue passar. 3. Sons vocais → normal: ressonância vocal → percebe-se sons na caixa torácica mas não se distingue a voz → Broncofonia: entende alguma palavras entrecortadas → Ecofonia: presença de som metalizado → Pecterilóquio: entende-se toda a frase - Pecterilóquio fônico: consegue se distinguir as diferenças nos tons de voz (aumento da voz ou redução) - Pecterilóquio afônico: não é possível distinguir a diferença no tom da voz, se foi aumentado ou diminuído obs.: Parênquima pulmonar quando está consolidado (pneumonia ou infarto pulmonar) a transmissão vocal é facilitada e as palavras ficam mais nítidas. Já na atelectasia e nos derrames há diminuição da ressonância vocal. EXAME FÍSICO NORMAL . - Inspeção estática: tórax de forma normal, sem alterações de partes moles e ósseas, sem abaulamentos e retrações. - Inspeção dinâmica: FR= 16 irpm; ritmo regular e sincrônico com os movimentos abdominais, expansibilidade preservada e simétrica. ausência de retrações. - Palpação: sensibilidade conservada, ausência de contratura ou atrofia musculares, ausência de enfisema subcutâneo e calos ósseos. Geovanna Carvalho T30 - UFCA 7 expansibilidade conservada e simétrica. FTV normodistribuído. ausência de frêmitos brônquicos e pleurais. - Percussão: SCP presente e simétrico. submacicez hepática a partir do 5º EICD. mobilidade dos limites pulmonares preservadas. - Ausculta: MV presentes, normodistribuído. ausência de ruídos adventícios. ausculta da voz normal EXEMPLOS DE EXAMES . RX 1 - Regiões brancas no RX→ hipotransparência → consolidação - FTV aumentado em HTD e expansibilidade reduzida no mesmo local - consolidação → som maciço no HTD - traqueia desviada para o mesmo lado da lesão (consolidação) - ressonância vocal é aumentada na consolidação - Regiões escurecidas do RX denotam a presença de ar. RX 2 - Não pode ser pneumotórax pq não tem ar - FTV reduzido→ derrame ou atelectasia - traqueia desviada para o lado direito - derrame desvia para o contrária da lesão, logo é atelectasia (pulmão é obstruído e murcha, não entra ar) - o rx seria igual no caso de derrame mas a desvio da traqueia seria para o lado da lesão RX 3 - Se tem macicez não é pneumotórax - FTV reduzido → atelectasia ou derrame - derrame pleural pq a traqueia e o coração estão desviado para o lado contrário da lesão → curva de demossier Geovanna Carvalho T30 - UFCA 8 RX4 - Um lado mais escurecido que o outro - Do direito os espaços intercostais estão aumentados - Timpanismo do lado direito → pneumotórax - traqueia desviada para o mesmo lado da lesão - “RISQUINHOS” → Trama broncovascular - a voz é melhor transmitida em meios mais sólidos
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