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Semiologia Proctológica Introdução • Observação de sinais do segmento final do intestino grosso, desde o colo final até a borda anal e a margem do ânus (5cm radiais ao orifício anal. Sinais e sintomas → Dor: • Início, duração, fator desencadeante, características clínicas (melhora, piora, associados), evolução e como o paciente está durante a anamnese; • Proctalgia fugaz: o paciente relata dor anal ou no reto, que tem efeito fugaz (não durando mais que 1-2min) e recorre em intervalos irregulares, assim, na maioria das vezes, o paciente não busca auxílio médico. A maioria dos pacientes são mulheres perfeccionistas, tensos, ansiosos e hipocondríacos; • Coccigodínea: dor no cóccix, com pior aos movimentos ao se sentar ou faz movimentos, além disso, tem como fator desencadeante um trauma local (muito sentadas, lutadores). Ocorre principalmente em mulheres; • Abscesso perianal (“furúnculo”): principal urgência proctológica, ocorrendo em homens jovens e obesos. Resulta em dor ao redor do ânus, com presença de abaulamento, associado a hiperemia (calor, rubor, hiperemia e dor à sinais flogísticos). Pode ocorrer nas regiões perianal, fundo de saco (pélvico), supra- elevador, isquianal/isquiretal, isquoesfincteriano; • Fissura anal: ferida na região mucocutânea, com presença de sangramento (no papel higiênico) e dor após defecar. Ocorre com 1/3 das mulheres pós-parto ou gravidez e com 11% das pessoas ao longo da vida. → Sangramento anal: • Inicio, duração, evolução, características, sangra no papel ou vaso, alteração de hábito intestinal, perda de peso e dor; • Hemorroida: doença hemorroidária. Hemorroida todo mundo tem, a doença hemorroida não. Ocorre principalmente em indivíduos acima de 50 anos. Pode ser externa (abaulamento anal irredutível) e interna (tem outras classificações); - 1: não exterioriza; - 2: redução espontânea depois de evacuar; - 3: redução manual, piora ao evacuar e para reduzir tem que fazer uma compressão manual; - 4: não reduz. → Alteração de hábito intestinal: • Início, duração, evolução, características, fatores associados, perda de peso, dor, história familiar de câncer. → Incontinência anal: • Não contém fezes ou flatos; • Ocorre muito em idosos; • Função mental; • Volume e consistência das fezes; • Trânsito colônico; • Distensibilidade retal; • Função esfincteriana; • Sensibilidade e reflexos anorretais; • Fatores de risco: idoso acima de 60 anos, mulheres, diabetes miellitus, Marianne Barone (15A) Disciplina – Prof. Marianne Barone (15A) Semiologia e Propedêutica Médica II – Prof. Isaac J. F. Corrêa Neto gestação, menopausa, cirurgias orificais prévias, radioterapia e obesidade. Nunca Raramente As vezes Geralmente Sempre Gás 0 1 2 3 4 Fezes líquidas 0 1 2 3 4 Fezes sólidas 0 1 2 3 4 Uso de proteção 0 1 2 3 4 Alteração na qualidade de vida 0 1 2 3 4 Exame físico • É necessária privacidade, respeito, confiança, iluminação, silêncio e redução da ansiedade. → Inspeção: • Estática: - Exposição suave das nádegas; - Coaptação do ânus; - Observar se há fezes residuais e, na presença, questionar o motivo (não pôde fazer a higiene correta ou há incontinência?); - Patologias; - Cicatrizes; - Alteração na coloração; • Dinâmica: - Exposição suave das nádegas; - Manobra de Valsava: exalar forçadamente o ar contra os lábios fechados e nariz tapado, o que aumenta a pressão intra-abdominal e causa protusão da hérnia, se existente; - Contração esfincteriana: pedir pro paciente realizar a contração voluntária. → Palpação: • A palpação adequada no exame proctológico deve ser realizada nas regiões sacrococcígea, perineal e perianal e tem como objetivos principais identificar áreas enduradas, amolecidas ou dolorosas; • Reflexo músculo-cutâneo: ocorre quando a pele perianal é tocada, havendo uma contração transitória do esfíncter externo do ânus, sendo uma elevação na pressão anal ou aumento da atividade elétrica esfinctérica externa em resposta ao estímulo cutâneo. O reflexo testa a integridade do nervo pudendo e do plexo nervoso sacral e pode estar ausente em pacientes com incontinência fecal; • Toque retal: colocar luva de procedimento, lubrificante no dedo e com o indicador introduzir no ânus fazendo uma pressão suave e constante com os objetivos de verificar a próstata, paredes do canal anal e reto distal, anismus, esfíncteres anais e aspecto das fezes. As posições devem ser: • Anuscopia: permite a avaliação direta do ânus, canal anal e ampola reto distal a fim de diagnosticar tumores, lesões, prolapsos mucoso, hemorróidas e realizar biópsias; • Retossigmoidoscopia rígida: parte do exame proctológico que exige mais profissionalismo e habilidades para a realização. Permite a visualização direta da superfície da mucosa do reto e do cólon distal em diversas extensões a fim de visualizar sangramentos, lacerações, perfuração, etc. Conclusão • O exame proctológico deve ser sempre realizado quando o paciente apresenta queixas relacionadas ao cólon distal, reto e ânus, tais como sangramento, alteração do hábito intestinal, dor abdominal ou perineal, mucorréia, tenesmo, puxo, incontinência anal, procidência ou tumoração anal.
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