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APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 1 APG 7 – Um caso comum 1) REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DO RETO E ÂNUS O reto mede aproximadamente 15cm de comprimento e se situa anteriormente ao sacro e cóccix. Os 2 a 3 cm terminais do intestino grosso são chamados de canal anal. RETO Histologicamente o reto é similar ao restante do intestino grosso, com sua estrutura usual: mucosa, submucosa, muscular e serosa/adventícia. MUCOSA: possui o típico epitélio intestinal com enterócitos colunares (cilíndricos) simples e numerosas células caliciformes = As células caliciformes estão de forma mais abundante do que no restante, secretando grande quantidade de muco, auxiliando na passagem das fezes. Lâmina própria = tecido conjuntivo com vasos sanguíneos e linfáticos; Camada muscular da mucosa. SUBMUCOSA: contém tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos, folículos linfoides e o plexo de Meissner ou submucoso (controla secreção gastrointestinal). MUSCULAR: circular interna e longitudinal externa, e entre elas tem o plexo de Auerbach ou miontérico (controla o peristaltismo). Apesar do nome “reto”, este possui várias curvas fechadas, sendo representadas com três pregas transversais do reto, ou também chamadas de válvulas retais, que evitam que as fezes sejam eliminadas junto com o flato. DEFECAÇÃO: quando as fezes são impulsionadas para o reto, os movimentos peristálticos realizam o estiramento da parede do reto, para que se inicie o reflexo de defecação e relaxamento do esfíncter interno. Esse reflexo é parassimpático, que sinaliza as paredes do colo sigmoide e a do reto se contraírem, e o esfíncter interno do ânus a se relaxar. Durante essa defecação, juntamente com a musculatura do reto, ocorre a contração voluntária do diafragma e dos músculos da parede do abdômen, aumentando a pressão intraabdominal e do músculo levantador do ânus, auxiliando para expelir essas fezes. ÂNUS Na região anal tem-se as colunas retais, que são as dobras longitudinais da camada mucosa (ÚNICA REGIÃO DO INTESTINO GROSSO QUE POSSUI AS DOBRAS). Há o epitélio pavimentoso estratificado 2cm acima da abertura anal que é a transição gradual que existe entre a mucosa intestinal e o epitélio da pele. Além disso, tem-se as glândulas anais na junção retoanal, que são glândulas tubulares ramificadas mucosas. E também, na lâmina própria têm os plexos venosos grandes, os plexos hemorroidários interno (superior) e externo (inferior), situados acima da linha pectinada e na junção do canal anal com o ânus, respectivamente, onde aparece as hemorroidas quando essas vias estão excessivamente dilatadas. A túnica muscular externa anal consiste em uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa de músculo liso. A camada circular interna se espessa na região da linha pectinada, formando o músculo do esfíncter anal interno = composto por músculo liso, realizando a contração involuntariamente, tanto para impedir que essas fezes saiam do ânus entre as defecações, quanto para inibir a defecação durante o estresse emocional. Os músculos esqueléticos do assoalho da pelve formam o músculo do esfíncter anal externo, que envolve a lâmina fibroelástica e o esfíncter anal interno. O esfíncter externo está sob controle voluntário (musculo estriado esquelético) ou reflexa e possui um tônus constante. É inervado pelo nervo pudendo. Normalmente, estes esfíncteres mantêm o ânus fechado, exceto durante a eliminação das fezes. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 2 2) CONHECER A ETIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, FATORES DE RISCO, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL E DOENÇA HEMORROIDÁRIA. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL FISIOPATOLOGIA A constipação intestinal pode ser definida como defecação infrequente, incompleta ou difícil = redução na frequência das evacuações <1 por semana. A constipação não é uma doença, mas meramente um sintoma, em que se pode observar algumas características das fezes: TAMANHO: pacientes constipados relatam fezes finas como um lápis, ou volumosas, ou fragmentadas em vários tamanhos, como fezes de cabra; COMPRIMENTO; PESO FECAL: o peso normal das fezes pode variar de 35 a 450 gramas por evacuação, nos homens e de 5 a 335 gramas, nas mulheres. CONSISTÊNCIA: a consistência das fezes pode ser determinada objetivamente através da força necessária para fazer passá-las por um tubo fino, ou observando- se a profundidade de penetração de um objeto no bolo fecal. FREQUÊNCIA: é o padrão mais fácil de quantificar e o de maior aplicação clínica. A grande maioria das pessoas normais evacua 1 vez por dia e raramente alguém evacua menos de 5 vezes por semana. Porém, essa frequência pode ser alterada por inúmeros fatores: cultura, hábitos alimentares, atividade física, educação, fatores emocionais. Uma maneira prática de avaliar o tempo de trânsito é a Escala de Bristol para o formato das fezes: A constipação intestinal é um dos sintomas mais comuns, sendo a segunda queixa mais frequente na gastroenterologia atrás apenas da dor abdominal. A incidência pode variar na dependência de vários fatores: IDADE: a ocorrência de constipação intestinal aumenta muito após os 60 anos = comorbidades, diminuição da motilidade, defecação e medicamentos; SEXO: meninos em geral apresentam maior incidência do que meninas, sendo invertido na fase adulta, em que é 2x mais frequente na mulher; SEDENTARISMO: pessoas sedentárias tem maior dificuldade para evacuar e fazem com menor frequência. Na etiopatogenia, a constipação é classificada em 3 grupos: Primária: também chamada de constipação simples, é provocada por situações inerentes aos hábitos de vida do paciente ou por outras circunstâncias. Ingesta alimentar inadequada: alimentação reduzida em fibras (a presença de fibras vegetais na dieta acelera o trânsito colorretal, aumenta o peso das fezes e a frequência das evacuações) e ingesta de quantidade inadequada de líquidos; Sedentarismo: os músculos diafragmáticos, abdominais e pélvicos atuam na fase expulsiva da evacuação, e a inatividade debilita esses músculos; Gravidez: alterações hormonais e compressão extrínseca que o útero gravídico faz sobre o intestino pode gerar constipação; Perda do reflexo da evacuação: em pacientes com a síndrome do cólon irritável, podem ocorrer alterações do limiar de sensibilidade à pressão provocada pela distensão retal, e, portanto, apresentam hipoatividade do reflexo da defecação. Posição: a posição ereta adotada pelo homem na sua evolução reduziu a velocidade de progressão do bolo alimentar = obstáculo mecânico; Viagens: é comum a mudança do hábito intestinal durante viagens; Pouca disponibilidade de sanitários. Secundária ou orgânica: nesse caso, a constipação intestinal é causada por uma DOENÇA SISTÊMICA ou PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS. As situações mais frequentes são: As doenças do cólon geram o estreitamento anatômico ou bloqueio mecânico intestinal. As doenças neurológicas, como as lesões do sistema nervoso central ou periférico, geram a constipação. A doença de Chagas constitui uma das causas mais frequentes de constipação pela destruição dos plexos neuronais da musculatura lisa do intestino. Nos distúrbios endócrinos e metabólicos, a constipação é uma das queixas mais presentes, pois os distúrbios metabólicos geram a diminuição da água, além da redução do peristaltismo, dessa forma, evoluem para a constipação. Medicamentos: um grande número de drogas (analgésicos, anestésicos, antiácidos à base de cálcio APG – SOI IVEmilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 3 e alumínio, anticolinérgicos, bloqueadores do canal de cálcio, etc.), por diversos mecanismos, pode induzir a constipação intestinal, até mesmo o uso abusivo de laxativos, por lesionar as estruturas nervosas do cólon. Distúrbios psiquiátricos: pacientes com depressão, ansiedade, anorexia nervosa (baixa ingestão de água e alimentos), entre outros, queixam-se de constipação. Idiopática ou funcional: aqui, não há nenhuma alteração estrutural ou metabólica, nem qualquer alteração na rotina diária do paciente que possa justificar os sintomas. Do ponto de vista fisiopatológico, pode ser dividido em 3 subgrupos: Constipação intestinal com trânsito normal: é a forma mais comum na prática clínica. Neste caso, o trânsito colônico e a frequência são normais, porém, os pacientes consideram-se constipados = sentem-se dificuldade para evacuar e/ou fezes endurecidas. Geralmente melhora com o aumento da ingestão de líquidos e fibras. Constipação intestinal com trânsito lento: também chamada inércia colônica, caracteriza-se por um prolongado tempo no trânsito das fezes através do cólon. A lentidão do trânsito pode ser devida a uma disfunção da musculatura colônica (miopatia), ou na inervação intrínseca (neuropatia) = essas alterações acarretam na diminuição da peristalse normal, que resulta na permanência do bolo fecal no interior do cólon. Defecação obstrutiva: existe uma falência do mecanismo de coordenação da evacuação. Ocorre uma contração da musculatura da pelve, em vez de relaxamento, durante a evacuação, resultando em acúmulo do bolo fecal na região retossigmoidiana. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pacientes constipados apresentar, uma constelação de sintomas: Sensação de evacuação incompleta; Necessidade de esforço para evacuar; Fezes endurecidas; Necessidade de manobras manuais para facilitar a evacuação. Referem-se diminuição na frequência das evacuações; Desconforto abdominal ou retal; Meteorismo (acúmulo excessivo de gases) e flatulência (eliminação de gases); Estufamento; Dor abdominal (+ comum nos quadrantes inferiores do abdômen e frequentemente melhora com a evacuação ou com a eliminação de gases). Em casos de constipação intestinal crônica, o paciente apresenta queixas gerais, como cefaleia, irritabilidade, distensão abdominal, anorexia e desânimo. O exame do abdômen pode revelar distensão, hernias, massas palpáveis ou sinais de fecaloma. A ausência de sensações cutâneas ao redor do ânus pode indicar lesão neurológica. A inspeção da região perianal permite identificar escoriações na pele, hemorroidas, fístulas, fissuras, IST’s. O toque retal fornece informações sobre o tônus dos esfíncteres, o calibre do canal anal e a presença de lesões como abscessos, tumores e fístulas. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de pacientes portadores de constipação intestinal deve ser realizado em 3 planos: ORGÂNICO: consiste em: Quadro clínico: anamnese; Exame físico; Exames bioquímicos e microbiológicos: o hemograma, glicemia de jejum e testes para avaliar a função da tireoide devem ser realizados rotineiramente para a exclusão de doenças orgânicas. Há uma frequente associação entre constipação intestinal e infecção do trato urinário, sendo assim, exame do sedimento urinário e urocultura também deve ser solicitado. Retossigmoidoscopia: observa a mucosa retal e é indicada com o intuito de afastar doenças orgânicas. Colonoscopia: indicada nos casos em que há suspeita de malignidade. Enema opaco (raio-x+contraste): procedimento que avalia o cólon e o reto. O exame é indicado para pesquisa de megacólon, constipação crônica, sangramento nas fezes, doença inflamatória intestinal. Defecografia (radiografia): permite avaliar a anatomia e a dinâmica da evacuação. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 4 FUNCIONAL: Determinação do tempo de trânsito colônico: permite entender melhor o movimento do bolo fecal através do cólon, uma vez que as informações fornecidas pelo paciente não são acuradas. A técnica mais usada consiste na administração, via oral, de um marcador radiopaco e segue-se radiografias seriadas diariamente. O estudo pode revelar 3 padrões: 1) Trânsito normal: quando ao final do 5º dia restaram <20% dos marcadores no cólon; 2) Trânsito lento ou inércia colônica: após o 5º dia tem >20% dos marcadores espalhados pelo cólon ou concentrados no cólon ascendente; 3) Padrão obstrutivo: retenção >20% dos marcadores na região retossigmoidiana com trânsito praticamente normal no restante do cólon. PSICOLÓGICO: detectar traumas emocionais. TRATAMENTO A melhor estratégia de tratamento é levar em conta a história clínica, a causa e aspectos emocionais. É necessária uma reeducação dos hábitos evacuatórios, ou seja, procurar manter um horário para evacuar, de preferência após uma refeição, mesmo que ainda não tenha o desejo, assim, com o passar do tempo passa a ser um reflexo condicionado. Essa medida é tão eficaz quanto o uso de laxantes. Sempre que possível, não deixar de atender ao desejo de evacuar; Adequar a ingestão de líquidos e aumentar a ingestão de fibras na dieta; Simular uma posição agachada enquanto o indivíduo está sentado no vaso sanitário, com a elevação dos pés, pode facilitar a defecação. Praticar exercícios físicos regularmente, sobretudo os abdominais. Coibir o uso abusivo de laxantes. DOENÇA HEMORROIDÁRIA É uma afecção das mais frequentes, em que incide em ambos os sexos, em todas as raças e idades, com maior incidência na 4ª década de vida, ocorrendo raramente na infância e adolescência. A vascularização da região anorretal é constituída por uma rica rede de arteríolas e vênulas que se comunicam diretamente, formando os corpos cavernosos e chamados de plexos hemorroidários do canal anal: Plexo hemorroidário interno: localiza-se no espaço submucoso do canal anal, acima da linha pectínea, sendo formado por uma rede de vasos sanguíneos calibrosos. Plexo hemorroidário externo: situa-se no espaço subcutâneo do canal anal, abaixo da linha pectínea. FISIOPATOLOGIA A doença hemorroidária surge quando há congestão, dilatação e aumento dos corpos cavernosos do canal anal formando grandes emaranhados vasculares, submucosos, e/ou cutâneos, flexíveis, que se enchem de sangue, constituindo os mamilos hemorroidários. Vários fatores são importantes na sua etiopatogenia: Veia varicosa: representada pela dificuldade do esvaziamento sanguíneo do canal anal no ato defecatório, com congestão e dilatação dos corpos cavernosos. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 5 Degenerativa: presença de prolapso anormal do plexo hemorroidário interno, durante a evacuação, por deficiência de sua fixação pela musculatura longitudinal da submucosa; Mecânica: caracterizada pelo excessivo esforço defecatório e/ou dieta pobre em resíduos (fibras) e pouca ingestão de líquidos, que pode culminar o endurecimento das fezes e aumentar ainda o esforço evacuatório. Hiperplasia vascular: a presença de hiperplasia dos corpo cavernosos do canal anal pode ocasionar sua dilatação e aumento. Hemodinâmica: pela presença das comunicações arterio- venosas, muitos calibrosas, na submucosa do canal anal, facilita o aumento e dilatação dos corpos cavernosos. Disfunção do esfíncter anal interno: hiperatividade do esfíncter anal interno do ânus com hipertonia ocasiona distensão dos corpos cavernosos. Os fatores agravantes estão relacionados com hábitos defecatórios errôneos: Insistência em evacuar todos os dias; Esforçar-separa defecar em um determinado horário por conveniência; Forçar o esvaziamento total do conteúdo retal de uma só vez. Os fatores desencadeantes são: Constipação intestinal; Abuso de laxativos; Diarreia crônica; Gravidez (aumento da pressão intra-abdominal); Posição bípede do ser humano; Na doença hemorroidária não há remissão, uma vez manifestada e sem tratamento, sua evolução é progressiva. A classificação mais utilizada está relacionada com a localização do mamilo hemorroidário no canal anal e com a presença ou não de seu prolapso. Os mamilos apresentam consistência amolecida e forma abaulada e podem ser: MAMILO HEMORROIDÁRIO INTERNO: situado acima da linha pectínea, na parte interna ou proximal do canal anal. É subclassificado de acordo com a presença ou não de seu prolapso para o exterior do canal anal: 1º GRAU: mamilo hemorroidário interno que não prolaba pelo canal anal quando da evacuação ou aos esforços. 2º GRAU: prolaba através do canal anal durante o esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo ânus, e retraindo-se quando cessa o esforço; 3º GRAU: mamilo que prolaba à evacuação e/ou aos esforços e não retorna espontaneamente, necessitando ser recolocado digitalmente para o interior do canal anal. 4º GRAU: mamilo interno permanentemente prolabado pelo canal anal (lado externo) sem possibilidade de ser recolocado. MAMILO HEMORROIDÁRIO EXTERNO: localizado abaixo da linha pectínea, no anoderma (porção externa ou distal do canal anal). Caracteriza-se por dilatações dos vasos subcutâneos no anoderma, formando um abaulamento de consistência mole, indolor, e às vezes, de coloração vinhosa. MAMILO HEMORROIDÁRIO MISTO: na existência, concomitante, de mamilos internos e externos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A doença hemorroidária pode ser assintomática e só diagnosticada ao exame físico. Porém, a maioria dos enfermos apresenta diferentes sinais e sintomas, com vários graus de intensidade: APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 6 SANGRAMENTO: é o principal sinal, mais frequente e às vezes, o primeiro a manifestar-se. O sangue pode ser observado somente no papel higiênico e/ou gotejando ou ocorrendo em jato no vaso sanitário durante e/ou imediatamente após a evacuação. Está associado à passagem de fezes endurecidas que podem traumatizar o mamilo hemorroidário ou pelo tipo de higiene anal utilizado pelo enfermo. A perda sanguínea, discreta e contínua, quando frequente, pode acarretar anemia ferropriva. PROLAPSO: caracteriza-se pela exteriorização do mamilo hemorroidário interno, para fora do canal anal, durante o ato evacuatório ou durante atividades físicas. EXSUDAÇÃO PERIANAL: corresponde à umidade da pele perianal causada pela presença de muco nessa região, decorrente da irritação da mucosa dos mamilos hemorroidários internos prolabados. Pode ter acompanhado dermatite e prurido anal. DESCONFORTO ANAL: durante ou após a evacuação, pode haver uma pressão anal que vai causar um desconforto, sem dor, pois a simples presença de doença hemorroidária não dói. A presença de dor no canal anal concomitante à doença hemorroidária é causa pelas suas complicações (trombose vascular, hematoma) ou pela presença concomitante de outras enfermidades doloroas dessa região (fissura anal, infecção perianal, lesões inflamatórias ou tumorais). DIAGNÓSTICO O diagnóstico é realizado por meio da anamnese atenta dos sintomas e sinais, além da avaliação dos hábitos evacuatórios e alimentares dos pacientes, do uso de laxativos, da existência de doenças anteriores ou de cirurgias no TGI e história familiar de doenças do TGI. No exame físico: Começa com uma inspeção cuidadosa da borda anal e da área perianal em busca de: hemorroidas externas, hemorroidas internas, prolapso, marcas de pele, fissura, fístulas, abscessos, neoplasias e condiloma. O exame retal digital deve ser realizado na posição prona ou lateral esquerda em repouso e com esforço. Além disso, esse exame também deve incluir: palpação de massas, flutuação, sensibilidade e caracterização do tônus do esfíncter anal. Hemorroidas internas geralmente não são palpáveis no exame digital na ausência de trombose . Uma hemorroida trombosada é extremamente sensível à palpação e um trombo pode ser palpável dentro da hemorroida. Nos pacientes com sangue vermelho brilhante por reto ou com suspeita de hemorroida trombosada, nos quais não foram detectadas hemorroidas no exame retal digital, realiza-se anuscopia para avaliar o canal anal e o resto distal. É um procedimento rápido, relativamente indolor e barato. Os feixes hemorroidas internos aparecem como veias azuis arroxeadas salientes. Hemorroidas internas prolongadas aparecem como rosa escuro, reluzente e às vezes macias massas na margem anal. As hemorroidas externas trombosadas são extremamente sensíveis e têm um tom arroxeado. TRATAMENTO O tratamento da doença hemorroidária depende de haver sintomas e de seu tipo e gravidade. A que não ocasiona sintomas ao paciente não necessita de tratamento específico, somente cuidados higiênico-dietéticos. TRATAMENTO CLÍNICO: pode ser indicado quando a doença hemorroidária acarreta sintomas discretos e esporádicos ao paciente, gestante com doença hemorroidária não complicada, doentes terminais, cirróticos, cardiopatas graves ou com importante comprometimento do estado geral. Compreende os seguintes cuidados: Medidas higiênico-dietéticas: evacuar sempre que sentir desejo, provocar amolecimento das fezes e diminuição do tempo de trânsito intestinal, proibição do uso de laxativos, orientar a utilização de uma dieta rica em fibras e líquidos. Cuidados locais: proibir uso de papel higiênico para limpeza anal, substituindo por banhos de assento com água morna. Medicação tópica: aliviar o desconforto local, fazendo uso de pomadas e/ou supositórios à base de anestésicos e anti-inflamatórios. Drogas vasoativas. TRATAMENTO CIRÚRGICO: Pacientes com hemorroidas de grau III ou IV, e aqueles com doença externa grave, parecem se beneficiar mais da cirurgia. REFERÊNCIAS DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo F. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição. Grupo GEN, 2011. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Manual de medicina de Harrison. 20ª ed. Grupo A, 2021.
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