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Marianna Lopes – 6° semestre FTC DEFINIÇÃO Doença comum, prevenível e tratável, com sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo devido a anormalidades em vias aéreas e/ou alvéolos (inflamação com destruição), que é usualmente causada pela exposição significativa a partículas nocivas ou gases • GOLD: A percepção de queda das doenças cardiovasculares e aumento da DPOC de 1970 a 1990 fez com que a OMS criasse um grupo para traçar estratégias contra a DPOC o Ação coordenada com estratégias para diagnóstico, manejo e prevenção • Epidemiologia: 3ª causa de morte no mundo, atrás de IAM e AVE Inflamação na DPOC Existe um padrão de resposta inflamatória ao cigarro, mas quem desenvolve DPOC (pessoas geneticamente imunomediadas) produz uma inflamação muito mais intensa para se proteger da fumaça e isso leva à destruição do parênquima pulmonar • A inalação da fumaça, que é considerada um corpo estranho, induz macrófagos alveolares a fagocitarem essas partículas agressivas e a liberarem fatores quimiotáticos (IL-8, LTB4) para atrair neutrófilos e linfócitos • O neutrófilo é o principal responsável pela destruição pulmonar, pois é capaz de sintetizar proteases (ex. catepsinas, elastase neutrofílica, metaloproteinases de matriz, etc) o As proteases tentam destruir elementos da fumaça e, na pessoa com genética de inflamação exacerbada, destrói também as paredes alveolares (enfisema) e de brônquios (hipersecreção de muco e bronquite crônica) → Os inibidores de proteases, que também são produzidos, não são suficientes para bloquear a quantidade de proteases Espécies reativas de oxigênios (ROS) Quando em contato com proteínas (eletricamente estáveis), os radicais livres de oxigênio (moléculas com elétrons extra) as desestabilizam eletricamente, tornando-as instáveis para serem destruídas • Doenças com produção excessiva de ROS são muito agressivas o Ativação do NF-kappaβ, o qual estimula a produção de TNF-α e mais IL-8 para recrutamento neutrofílico o Proteólise com antiproteases (SLPI α1AT), aumentando a secreção de muco pelas glândulas submucosas Para desenvolver DPOC, é necessário o fator de risco associado a um perfil genético favorável a inflamação intensa (anos ou décadas) Marianna Lopes – 6° semestre FTC CONSEQUÊNCIAS DA DPOC Bronquite crônica Síndrome clínica de tosse produtiva por, pelo menos, 3 meses, por 2 anos sucessivos após exclusão de outras causas de tosse Enfisema pulmonar Aumento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, acompanhado de destruição de paredes alveolares SINTOMATOLOGIA Os sintomas (tosse crônica, expectoração e dispneia) são apresentados no paciente de médio a grave, enquanto pacientes leves são assintomáticos • O GOLD recomenda que, se houver queixa de dispneia, se use a escala do MRC para medir essa falta de ar (nota de corte 2) ÍNDICE DE DISPNEIA MODIFICADO DO MRC 0 Dispneia ao realizar exercício intenso 1 Dispneia ao andar rápido e subir escada/ladeira 2 Dispneia ao andar normalmente (precisa parar ou andar mais devagar que outras pessoas) 3 Dispneia ao andar cerca de 100m ou poucos minutos de caminhada no plano (precisa parar) 4 Dispneia ao se vestir ou tomar banho sozinho (impede sair de casa) Teste de avaliação da DPOC - CAT Escala like-it de 0 a 40 pontos (para cada pergunta, pontua-se uma nota), sendo 20 a nota de corte Exacerbação Piora dos sintomas habituais do paciente (alteração do tratamento regular), que é mais comumente causada por infecções bacterianas, viroses e fatores ambientais e cursa com piora da dispneia, aumento da expectoração e aumento da purulência do escarro (sugere exacerbação por infecção bacteriana) • Exacerbador frequente: Em 2x/ano ou mais, levando a 1 ou mais internações por ano Exame físico Se o paciente não for grave, encontra-se normal, mas se for tem algumas características típicas • Tórax em tonel/barril • Tempo expiratório prolongado • Uso de musculatura acessória • Frenação labial • Aumento anteroposterior do tórax • Redução de FTV • Hipersonoridade pulmonar • Redução do murmúrio vesicular • Ruídos adventícios (roncos e sibilos) DIANGÓSTICO Marianna Lopes – 6° semestre FTC A espirometria deve ser solicitada antes mesmo dos sintomas, até com a presença de fatores de risco • Manifestações clínicas sugestivas • Exposição à fatores de risco, especialmente tabagismo • Exame físico sem sinais de limitação ao fluxo aéreo até piora significante da função pulmonar • Espirometria pós-broncodilatador VEF1/CVF < 0,7 Exames complementares • RX de tórax (PA e perfil): Hiperinsuflação pulmonar (afasta esterno, retifica diafragma) • TC de tórax: Bolhas escuras (enfisema) • Espirometria (diagnóstico) • Volumes pulmonares • Resistência • Capacidade de difusão • Hemogasometria arterial Classificação da gravidade Feita a partir da espirometria, com um aspecto sobre prognóstico e outro que orienta o tratamento Gravidade da limitação severa ao fluxo de ar Em pacientes com FEV1/FVC < 0,7 GOLD 1 Leve FEV1 ≥ 80% GOLD 2 Moderado 50% ≤ FEV1 < 80% GOLD 3 Grave 30% ≤ FEV1 < 50% GOLD 4 Muito grave FEV1 > 30% TRATAMENTO Tratamento não farmacológico • Cessação do tabagismo • Vacinação contra Influenza e Pneumococo, além de coqueluche • Atividade física (reabilitação pulmonar) Broncodilatadores • B2-agonistas o Curta ação: Fenoterol, salbutamol e terbutalina o Longa ação (LABA): Formoterol, indacaterol, olodaterol, salmeterol e vilanterol • Anticolinérgicos o Curta ação: Ipratrópio o Longa ação (LAMA): Tiotrópio, glicopirrônio e umeclidínio Primeiro, aplica-se a escala MRC ou CAT para saber sobre os sintomas (A/C ou B/D) e depois pergunta sobre a história de exarcebações
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