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Espectro esquizofrenico

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1 Luana Paixão (P6) 
Espectro esquizofrênico 
CONCEITO 
O espectro inclui: esquizofrenia, outros transtornos psicóticos e transtorno (da personalidade) esquizotípica. 
Esses transtornos são definidos por anormalidades em um ou mais dos cinco domínios a seguir: delírios, 
alucinações, pensamento (discurso) desorganizado, comportamento motor grosseiramente desorganizado 
ou anormal (incluindo catatonia) e sintomas negativos. 
DELÍRIOS 
Crenças fixas, frequentemente implausíveis, não passíveis a mudança frente evidências concretas. Podem 
ser bizarros ou não-bizarros. 
 Delírios persecutórios: medo do indivíduo ser prejudicado ou atacado por grupo ou organização 
 Delírios de referência: medo que gestos e comentários são direcionados ao indivíduo 
 Delírios de grandeza: ‘’god syndrome’’ 
 Delírios erotomaníacos: indivíduo interpreta erroneamente que outra está apaixonada por ele 
 Delírios somáticos: preocupações referente a saúde e objetos 
 Delírio niilista: relativo a niilismo, ponto de vista que considera não haver sentido na existência 
o Síndrome de Cotard: ‘’síndrome do cadáver ambulante’’, rara doença mental em que a 
pessoa afetada detém a crença delirante de que ela já está morta, não existe, está em 
putrefação ou que perdeu seu sangue ou órgãos internos 
ALUCINAÇÕES 
Experiências semelhantes à percepção que ocorrem sem um estímulo externo, vívidas e claras, altamente 
semelhantes a experiências reais, podendo acontecer em qualquer modalidade sensorial. Na maioria, são 
frequentemente manifestadas as alucinações auditivas, com vozes familiares ou não. 
DESORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO/DISCURSO 
 Descarrilamento ou afrouxamento das associações: rápida mudança de tópico 
 Tangencialidade: respostas sem relação a pergunta 
 Incoerência ou “salada de palavras”: incompreensível 
DESORGANIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO MOTOR / CATATONIA 
Ainda que a catatonia seja historicamente associada à esquizofrenia, os sintomas catatônicos são 
inespecíficos, podendo ocorrer em outros transtornos mentais e em condições médicas. 
 
SINTOMAS NEGATIVOS 
 
 Expressão emocional diminuída 
 Avolia (ausência de querer) 
 Alogia (deficiência comunicativa e nos pensamentos) 
 Anedonia (incapacidade de sentir prazer) 
 Falta de sociabilidade 
 
PARANOIA: psicose caracterizada pelo desenvolvimento de um pensamento delirante crônico, lúcido e 
sistemático, provido de uma lógica interna própria, sem apresentar alucinações. 
OBSESSÃO: pensamentos involuntários, intrusivos e obsessivos que podem se prolongar por períodos 
indefinidos. 
 
2 Luana Paixão (P6) 
SUBTIPOS 
 
ESQUIZOFRENIA 
Caracterizada por delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento 
desorganizado ou catatônico e sintomas negativos. Pelo menos um mês de 
sintomas ativos e seis meses de prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou 
no autocuidado. 
 
− Não exige período de prejuízo no funcionamento social ou 
ocupacional. 
 
ESQUIZOAFETIVO 
Episódios de humor (maníaco ou depressivo) na maior parte da duração total da 
doença (fase ativa ou residual), com dois períodos distintos de apresentação: um 
com ocorrência simultânea de episódio de humor e de critérios completos para 
esquizofrenia, e outro de pelo menos duas semanas de delírios ou alucinações na 
ausência de episódio de humor. 
 
− Pode existir intervalo de poucos dias entre o episódio de humor e a 
psicose. 
 
ESQUIZOFRENIFORME 
Mesmos critérios de sintomas da esquizofrenia, porém, com duração entre um e 
seis meses de sintomas ou prejuízo no funcionamento social/ocupacional. 
 
− Não inclui este diagnóstico, sendo classificado atualmente em 
“Outros transtornos psicóticos primários”. 
 
TRANSTORNO 
PSICÓTICO BREVE 
Critérios de sintomas semelhantes aos da esquizofrenia, porém, com menos de um 
mês de duração de sintomas e retorno completo ao nível de funcionamento 
anterior ao do transtorno. 
 
− Considera que o episódio não se estende além de três meses, mas 
que a duração comum é de até um mês, com pico de gravidade 
em duas semanas. 
 
DELIRANTE 
Presença de delírios com duração de um mês ou mais, sem prejuízo significativo 
no funcionamento (exceto pelos impactos dos delírios) ou comportamento 
desorganizado. Podem ocorrer alucinações não proeminentes ou episódios de 
humor breves. 
 
− Exige período mínimo de três meses de sintomas, na ausência de 
episódios de humor. 
 
INDUZIDO 
Presença de delírios e/ou alucinações durante ou logo após a 
exposição/intoxicação ou abstinência de substância ou medicamento 
sabidamente capaz de produzir tais sintomas. 
 
 
TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME 
EPIDEMIOLOGIA 
 Igualmente prevalente em homens e mulheres (homens com início mais precoce) 
 Pacientes tem mais alta taxa de mortalidade 
 Estudos indicaram complicações gestacionais e do parto, exposição a influenza durante várias 
epidemias da doença, inanição materna durante a gravidez, incompatibilidade do fator Rhesus e 
um excesso de nascimentos no inverno na etiologia do transtorno, abuso de substâncias... 
 
3 Luana Paixão (P6) 
ETIOPATOGENIA 
FATORES GENÉTICOS 
 Existe uma contribuição genética a algumas, talvez todas, formas de esquizofrenia, e uma alta 
proporção da variação na suscetibilidade ao transtorno se deve a efeitos genéticos cumulativos 
o A herdabilidade da esquizofrenia é uma das mais altas entre os transtornos psiquiátricos, com 
estimativas normalmente em torno de 80% 
 Parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia (🡑proximidade familiar) 
 Genes de receptores nicotínicos: α-7, DISC 1, GRM 3, COMT, NRG 1, RGS 4 e G 72 
o Relacionados a sintomas negativos: mutações dos genes distrobrevina (DTNBP1) e 
neurregulina 1 
TEORIA DOPAMINÉRGICA 
 Disfunção da via dopaminérgica mesolímbica (preferencialmente por um aumento da atividade, 
acreditando-se decorrente a eficácia dos antipsióticos) 
o Liberação excessiva da dopamina 
o Excesso de receptores dopaminérgicos 
o Hiperssensibilidade dos receptores dopaminérgicos 
 SINTOMAS POSITIVOS  🡑Receptores D2 (regiões subcorticais) 
o Não está ligado a adenilciclase e tem alta afinidade tanto por agonistas como por 
antagonistas 
 SINTOMAS NEGATIVOS  🡓Receptores D1 (regiões pré-frontais) 
o Está ligado à enzima adenilciclase e tem maior afinidade por antagonistas do que por 
agonistas dopaminérgicos 
Outros neurotransmissores 
 TEORIA GLUTAMINÉRGICA 
o Glutamato: NT excitatório rápido (receptor = NMDA) 
o Medicamentos: fenciclidina (PCP – ‘’póde a anjo’’ ou ‘’pó de lua’’ ) e cetamina 
 Na teoria, 🡓ativação de NMDA 
 Os medicamentos bloqueiam o poro  efeitos comportamentais 
o Alguns autores sugerem que a indução de sintomas psicóticos via antagonismo de receptores 
NMDA, na verdade, produz um aumento da liberação de glutamato na fenda sináptica, e a 
consequente superestimulação de receptores glutamatérgicos não-NMDA é que induziria a 
psicose 
 TEORIA SEROTONINÉRGICA 
o Excesso de liberação de serotonina pelos receptores 5-HT2A e/ou aumento de sua expressão 
na região cortical, o que cau-saria liberação subsequente de glutamato 
 TEORIA GABAÉRGICA 
o O GABA tem um efeito regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de neurônios 
GABAérgicos inibidores poderia levar à hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos 
TEORIA INFLAMATÓRIA 
 Variações genéticas no sistema complemento, bem como aumento de citocinas pró-inflamatórias 
(p. ex., IL-6, TNF-alfa), têm sido identificados em indivíduos com esquizofrenia e naqueles com ultra 
alto risco (UHR, do inglês ultra high risk) para a doença 
Altera saliência (a capacidade de 
atribuir relevância a um objeto ao 
mudar o foco atencional). 
 
4 Luana Paixão (P6) 
 Outra linha de estudos investiga o desequilíbrio entre a produção de radicais livres de oxigênio e os 
mecanismos de defesa antioxidantes 
 Exposições pré-natais a agentes infecciosos (p. ex., vírus influenza, Toxoplasma gondii) parecemativar o sistema imunológico materno e têm sido associadas a aumento do risco para a esquizofrenia 
na adolescência e na idade adulta 
Neuropatologia 
 VENTRÍCULOS CEREBRAIS (alargamento dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo e alguma 
redução no volume cortical) 
 SIMETRIA REDUZIDA 
 SISTEMA LÍMBICO (diminuição no tamanho da região, incluindo a amígdala, o hipocampo e o giro 
para-hipocampal) 
 CÓRTEX PRÉ-FRONTAL (anormalidades anatômicas no córtex pré-frontal na esquizofrenia) 
 TÁLAMO (núcleo dorsomedial do tálamo, que tem conexões recíprocas com o córtex pré-frontal, 
contém um número reduzido de neurônios) 
 GÂNGLIOS DA BASE E CEREBELO (movimentos bizarros, mesmo na ausência de transtornos do 
movimento induzidos por medicamentos  🡑D2) 
QUADRO CLÍNICO + DIAGNÓSTICO 
Esquizofrenia 
A) Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um 
período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). 
 
1. Delírios 
2. Alucinações 
3. Discurso desorganizado 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico 
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia) 
 
B) Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em 
uma ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, 
está acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando o início se dá na infância ou 
na adolescência, incapacidade de atingir o nível esperado de funcionamento interpessoal, acadêmico ou 
profissional). 
 
C) Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse período de seis meses deve 
incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério 
A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses 
períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas 
negativos ou por dois ou mais sintomas listados no Critério A presentes em uma forma atenuada (p. ex., 
crenças esquisitas, experiências perceptivas incomuns). 
 
D) Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são 
descartados porque 1) não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente com 
os sintomas da fase ativa, ou 2) se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua 
duração total foi breve em relação aos períodos ativo e residual da doença. 
 
E) A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica. 
 
F) Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância , o 
diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além 
dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, 
se tratados com sucesso). 
 
 
 
5 Luana Paixão (P6) 
ESPECIFICADORES 
 Em relação aos episódios 
o Primeiro episódio, atualmente em episódio agudo 
o Primeiro episódio, atualmente em remissão parcial 
o Primeiro episódio, atualmente em remissão completa 
o Episódios múltiplos, atualmente em episódio agudo 
o Episódios múltiplos, atualmente em remissão parcial 
o Episódios múltiplos, atualmente em remissão completa 
o Contínuo 
o Não especificado 
 Com catatonia (consultar os critérios para catatonia associada a outro transtorno mental, para 
definição)  293.89 (F06.1) 
Transtorno esquizofreniforme 
A) Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um 
período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). 
1. Delírios 
2. Alucinações 
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes) 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico 
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia) 
 
B) Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis meses. Quando deve ser 
feito um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”. 
 
C) Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas foram 
descartados porque 1) nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os 
sintomas da fase ativa ou 2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram 
presentes pela menor parte da duração total dos períodos ativo e residual da doença. 
 
D) A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica. 
 
ESPECIFICADORES 
 Com características de bom prognóstico: exige a presença de pelo menos duas das seguintes 
características 
o Início de sintomas psicóticos proeminentes em quatro semanas da primeira mudança 
percebida no comportamento ou funcionamento habitual 
o Confusão ou perplexidade 
o Bom funcionamento social e profissional pré-mórbido 
o Ausência de afeto embotado ou plano 
 Sem características de bom prognóstico: aplicado se duas ou mais entre as características anteriores 
não estiveram presentes 
OBS: No problema, a paciente teve diagnóstico de F29 pelo CID-10, que significa ‘’ Psicose Não-orgânica 
Não Especificada’’ 
 
 
 
 
 
6 Luana Paixão (P6) 
TRATAMENTO 
HOSPITALIZAÇÃO 
A hospitalização é indicada para fins de 
diagnóstico; estabilização da medicação; 
segurança do paciente devido a ideação 
suicida ou homicida; e comportamento 
flagrantemente desorganizado ou 
inadequado, incluindo a incapacidade de 
cuidar das necessidades básicas, como 
alimentação, vestuário e abrigo. 
FARMACOTERAPIA – ANTIPSICÓTICOS 
Usados tanto na fase aguda, para o controle dos sintomas durante crises, quanto na de manutenção, com 
o objetivo de prevenir recaídas. 
 Primeira geração / típicos (🡑afinidade para D2; 🡑SEPs) 
 Segunda geração / atípicos (bloqueia D2 e 5-HT2; 🡓SEPs) 
 Uma vantagem dos antipsicóticos é que uma única injeção intramuscular de haloperidol, 
flufenazina, olanzapina ou ziprasidona, muitas vezes, resultará em efeito calmante sem sedação 
excessiva

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