Prévia do material em texto
Protrusão é o movimento que a mandíbula faz no sentido póstero-anterior e, a título de conhecimento, retrusão é o retorno da mandíbula em sentido oposto. O movimento protrusivo envolve o deslocamento condilar para frente, devido à ação dos músculos pterigóideos lateral e medial, e para baixo, segundo o ângulo dado pela vertente anterior da fossa articular e também pelo padrão de deslocamento do disco articular. Ou seja, será o deslocamento anterior da ATM. Se houver os dentes anteriores, com a ação de um pequeno deslocamento protrusivo da mandíbula, haverá contato entre a borda incisal dos dentes inferiores e a face palatina dos dentes superiores. Esse contato pelas bordas de cunho incisal podem ser chamados de contato topo a topo. Durante a ação dessa movimentação protrusiva pode haver a desoclusão total dos dentes posteriores da arcada, sendo considerado uma reação fisiológica/normal. Esse processo é chamado de fenômeno de Christensen, em dentição natural. Já a interferência oclusal é qualquer contato dos dentes posteriores durante o movimento protrusivo. Na realização do movimento protrusivo da mandíbula, há a participação efetiva da guia incisal ou anterior, ou ainda trajetória incisal, que vai ser caracterizada pelo caminho que os dentes ântero-inferiores percorrem de encontro às faces (ou concavidades) palatinas dos dentes que estão na região ântero-superiores, desocluindo os dentes posteriores. Poderia ser explicado também como a junção do overjet e o overbite no plano cartesiano. Overbite: Quanto vai haver de transpasse vertical dos dentes superiores que repousam sobre os dentes inferiores da região anterior. Overjet: Transpasse horizontal dos dentes superiores sobre os inferiores da região lateral. Na protrusão mandibular, os côndilos são guiados pela parede anterior da cavidade glenóide ou articular do osso temporal, gerando um movimento para frente e baixo, isso vai ser chamado de trajetória, guia ou inclinação condilar. Isso vai ocorrer sempre com a participação ativa da guia anterior numa oclusão normal. No caso da reabilitação para dentes de região anterior, deve-se harmonizar a guia incisal na trajetória condilar, deve-se considerar que os côndilos podem girar à medida que os dentes se movem na trajetória de protrusão. Já nas próteses totais, deve-se atentar nas curvas de compensação, para se ter uma oclusão balanceada e não haver deslocamento da dentadura em consequência da desoclusão dos dentes posteriores. A calibragem da inclinação condilar no articulador é uma característica importante a se considerar no que se refere à guia condilar, para que haja o registro intra-oral e consequentemente a individualização para a condição de cada paciente. Essa angulação geralmente é de 30º, podendo aumentar ou diminuir a partir da calibragem feita com o articulador, com o registro oral da protrusão.