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Slide de Aula - Unidade I

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Prof. Rogério Traballi
Prof. Ricardo Calasans
UNIDADE I
Estudos Disciplinares
Café expresso,
a transformação
de um produto
 Originário do continente africano 
(Etiópia: Cafa e Enária).
Café
Fonte: acervo pessoal
 Etiópia.
 Arábia.
 Egito.
 Turquia.
 Europa (Itália e Inglaterra).
 França.
 Alemanha.
 Suíça.
 Dinamarca.
 Holanda.
 Américas.
 Holandeses disseminaram pelo mundo, transformaram-se as 
colônias nas Índias Orientais, também os franceses e os 
portugueses transportaram para a América.
O caminho do café 
 …um pastor etíope, denominado Kaldi, quem percebeu que havia algo diferente nas plantas 
da região. 
 Ele havia alimentado suas cabras com arbustos e folhagens que tinham um fruto amarelo-
avermelhado e notou que os animais ficaram mais animados e com energia na medida em 
que mastigavam os frutos.
 Intrigado com o comportamento de suas cabras, ele levou uma amostra da planta 
para um monge. 
 O religioso, inicialmente, não aprovou e a denominou como “o trabalho do diabo”. 
 A segunda chance foi dada depois que as plantas foram 
jogadas na fogueira e os monges sentiram o aroma 
dos grãos torrados.
Café e suas lendas
 … outra versão dessa história do café conta que quando Kaldi levou as sementes ao monge, 
o religioso logo demonstrou curiosidade e decidiu preparar uma infusão com as plantas 
e os frutos. 
 Assim que consumiu o preparo, ele comprovou que as plantas causavam 
uma certa agitação. 
 Considerando os efeitos positivos, o monge passou a consumir o preparo dos frutos 
avermelhados nas noites de reza.
Café e suas lendas
 … registros afirmam que o consumo de café começou por volta de 575 d.C. – mesma época 
das lendas sobre a origem do café –, nessa época, os etíopes se alimentavam do fruto. 
 Aparentemente, a polpa era consumida nas refeições. Ela era macerada ou misturada 
em banha. 
 Com os frutos também faziam suco, que fermentado se transformava em bebida alcoólica. 
 Suas folhas também eram mastigadas ou utilizadas no preparo de chá.
Café e suas lendas
 Embora a planta tenha origem africana, foi no Iêmen, região oeste da Arábia, que ela 
começou a ser cultivada. 
 A história do café, aliás, começa pela criação do nome, que tem origem árabe. Lá, a planta 
era conhecida como Kaweh e a bebida foi denominada como Kahwah ou Cahue, que 
significa força.
Origem da palavra: café
 A produção comercial do café também ficou restrita ao Iêmen por um bom tempo. 
 O produto já demonstrava o potencial econômico, em meio ao desenvolvimento 
da política mercantilista. 
 As características estimulantes e a possibilidade de apresentar novas drogas, que fossem 
também consideradas mercadorias competitivas, despontavam como uma oportunidade.
Suas origens 
 Na época, a bebida era consumida principalmente por monges em rituais religiosos, pois 
os auxiliavam durante as noites de reza e vigília noturna.
 Conhecida também como vinho da Arábia, o café ganhou escala comercial no século XIV, 
na região de Moka, principal porto do Iêmen, que foi responsável por um dos maiores 
cultivos do produto no mundo árabe. E o seu porto, o maior exportador.
Suas origens 
 Talvez não existiria tanta história do café, se não existissem as cafeterias.
Suas origens
Fonte: arquivo pessoal
 Talvez não existiria tanta história do café, se não existissem as cafeterias.
 Assim, a Turquia marca grande importância nessa trajetória.
 Pode-se dizer que o país foi responsável pela difusão da bebida no mundo, uma vez que 
criou em 1475 a primeira cafeteria: o Kiva Han.
 Com a inauguração do espaço, o café ganhou também um caráter social.
Suas origens 
 Esse conceito se popularizou em 1574, quando as cafeterias de Cairo e Meca viraram 
referência para artistas e poetas.
 A excentricidade e o apelo exótico dos produtos do Oriente já eram alvo de interesse dos 
comerciantes do ocidente.
 Desde então, a expansão da “bebida preta”, tão apreciada pelos árabes, despertava também 
o interesse de cientistas. Conforme ela se apresentava para o mundo, aumentaram os 
estudos sobre as propriedades da planta.
Suas origens
INTERVALO
 Foi no ocidente que a história do café ganhou o seu charme, pois a sua chegada à Europa 
foi marcada por embates políticos.
Ocidentalização do café 
 A bebida chegou, em 1615, em Veneza, por Botteghe del Caffè, um dos pontos responsáveis 
pela propagação das técnicas de torra e moagem do café.
 Tratada como especiaria e artigo de luxo, a semente negra teve muitos entraves até a sua 
popularização no lado europeu.
Ocidentalização do café 
 Associada à música e a encontros sociais, a nova “droga” do oriente desagradou 
os religiosos. 
 Na época, a Europa vivia conflitos como a Contrarreforma que queria consolidar novamente 
o catolicismo. 
 Por ser uma bebida de país muçulmano, o café era considerado herege. Para tentar 
amenizar os embates, o Papa Clemente VIII (1536-1605) até propôs que a bebida 
fosse “batizada”.
Ocidentalização do café 
 Os questionamentos controversos sobre a planta serviram de inspiração para Johann 
Sebastian Bach. 
 Como resultado, pela admiração ao café, o músico compôs, em 1732, a Cantata do Café. 
 Alegre e fora dos padrões religiosos, a composição apresenta uma história de amor que 
exalta as qualidades da bebida.
 O aumento do consumo do café teve também restrições mercantis, afinal, os comerciantes 
de vinho e queijo acreditavam que a bebida era uma concorrente que atrapalharia 
suas negociações.
Ocidentalização do café 
 A Cantata Schweigt stille, plaudert nicht, BWV 211, 
de Johann Sebastian Bach. 
 A cantata, mais conhecida como Cantata do Café, é uma das cantatas
seculares de Bach e foi composta sob encomenda do Café Zimmerman,
que era localizado na cidade de Leipzig, na Alemanha, e era a casa do 
Collegium Musicum, grupo instrumental regido pelo compositor.
Ocidentalização do café 
Fonte: https://www.ufrgs.br/musicaantiga/2018/12/05/musica-
antiga-34-cantata-do-cafe-bwv-211-de-johann-sebastian-bach/
Café Zimmermann
(gravura de Johann 
Georg Schreiber, 1732)
 Cantata do Café BWV 211, de Johann Sebastian Bach.
 Capa do disco da Academy of Ancient Music.
 Bach-Werke-Verzeichnis (“Catálogo de Obras de Bach” em 
alemão) é o sistema de numeração usado para identificar 
obras musicais de Johann Sebastian Bach, agrupadas 
tematicamente, não cronologicamente. Os números BWV 
foram definidos por Wolfgang Schmieder em 1950, 
indicando o posicionamento no catálogo de obras de Bach 
intitulado Thematisch-systematisches Verzeichnis der 
musikalischen Werke von Johann Sebastian Bach.
Ocidentalização do café 
Fonte: 
https://www.ufrgs.br/musicaantiga/2018/12/0
5/musica-antiga-34-cantata-do-cafe-bwv-
211-de-johann-sebastian-bach/
 Foi uma poderosa nação europeia que dominou boa parte do centro do continente 
no século 19. 
 Suas raízes, porém, vêm da Idade Média, quando o país era habitado por caçadores 
e criadores de gado. 
 Do século 13 em diante, a área caiu na mão de reinos germânicos, que impuseram costumes 
próprios e transformaram a Prússia em uma máquina de guerra.
Prússia: com raízes na Idade Média, essa nação europeia caiu na mão 
de reinos germânicos no século 13, até sua extinção em 1947
Prússia 
Fonte: 
https://brasilescola.uol.com.br/biografi
a/reino-da-prussia.htm
Reino da Prússia
Varsóvia
Praga
Munique
Frankfurt
1700
1871
Berlim
Hamburgo
200
km
mi
Danzig
Königsberg
MAR BÁLTICO
MAR DO
NORTE
 O auge dessa fera militar ocorreu em 1871, quando o ministro-presidente prussiano Otto von 
Bismarck liderou a unificação dos Estados de origem germânica para criar um país, 
o Império Alemão.
 Depois desse processo, a Prússia passou a ser um Estado dentro do Império Alemão, com 
uma constituição própria e relativa liberdade de decisão em relação ao governo central.
Prússia: com raízes na Idade Média, essa nação europeia caiuna mão 
de reinos germânicos no século 13, até sua extinção em 1947
 O rei Frederico, o Grande (1712-1786), também tentou impedir sua proliferação. 
 No entanto, ele percebeu rapidamente que poderia tirar proveito da popularidade da bebida.
 Ele, então, criou planos ambiciosos que visavam à monopolização do comércio do produto 
na região. 
 Uma das metas estabelecidas era ter uma produção da planta no país.
Café na Prússia
INTERVALO
 Vinda da Família Real Portuguesa – 1808.
 Rei D. João VI investiu na produção com dinheiro e distribuía sementes para incentivar. 
 Na segunda metade do século XIX, o capitalismo era subdesenvolvido, foi beneficiado com 
comércio internacional, crescendo como nunca visto antes.
Expansão do café no Brasil
 Período de baixas de 1820 a 1850, mas teve novo 
impulso com o surgimento dos navios a vapor. 
 Fim do monopólio português. 
 Companhias americanas e inglesas começam 
a investir no brasil (grande lucro).
Expansão do café no Brasil
Fonte: arquivo pessoal
 Trens tiveram grande valia.
Expansão do café no Brasil
Fonte: arquivo pessoal
 Brasil, século XVIII, Rio de Janeiro 
e Minas Gerais.
Características
Fonte: arquivo pessoal
 Século XIX chegou a São Paulo, primeiramente no Vale do Paraíba e depois vai para 
o Oeste Paulista. 
 O Brasil atravessava um período de dificuldades provocadas pelo declínio da economia 
açucareira e da mineração no Nordeste.
 Café representou a recuperação da economia no mercado mundial.
Características
Características
Fonte: adaptado de: 
https://www.coladaweb.com/historia-do-
brasil/economia-cafeeira
Regiões cafeeiras 
nos séculos XVIII e XIX
1. Vale do Paraíba fluminense e paulista
2. Zona da Mata mineira
3. Região de Campinas
4. Centro-oeste paulista
5. Norte do Paraná – Vale do Ivaí
6. Sudeste de Mato Grosso do Sul
Até 1850
De 1850 a 1900
De 1900 a 1950
Depois de 1950
Limites atuais dos estados
Pires do Rio
GO
MG
MS
SP
PR
RJ
ES
Governador
Valadares
São Mateus
Bauru
Nanuque
Nova
Andradina Araraquara
São João
da Boa Vista
Marília
Ourinhos
Assis
Londrina
Maringá
Campo
Mourão
Avaré
Campinas
Sorocaba São SebastiãoUmuarama
Paranavaí
Presidente
Prudente
Jales
Adamantina
Araçatuba
São José
do Rio Preto
Ribeirão
Preto
Pouso Alegre
Resende
Taubaté
Bragança Paulista
São Paulo
Santos
São Vicente
Rio de Janeiro
Juiz de Fora
Vitória
Cachoeiro de Itapemirim
Muriaé
Colatina
Trópico de Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO
1
2
3
4
5
6
 O consumo de sua bebida amarga era conhecido entre os consumidores europeus.
 Aos poucos, o café se tornou o produto-chefe de uma economia ainda sustentada pela 
imponência de seus latifúndios agroexportadores.
Café 
Fonte: 
https://www.conab.gov.br/
info-agro/safras/cafe
Armazéns CONAB
Usinas Biodiesel (ANP)
Usinas Etanol-Açúcar
Café
Cana-de-açúcar
Grãos
CONAB
 Esses três setores formam 
o que conhecemos como 
agroindústria (BESERRA 
e BRITTO, 2016).
 Primário, secundário 
e terciário.
Na cadeia produtiva do agronegócio, existem três setores interligados:
Primário
Secundário
Terciário
Fonte: https://www.conab.gov.br/info-
agro/analises-do-mercado-agropecuario-
e-extrativista/analises-do-
mercado/historico-de-conjunturas-de-cafe
Na cadeia produtiva do agronegócio, existem três setores interligados:
setor primário: plantação de café​
Fonte: arquivo pessoal
 O setor primário é a agricultura, que foi o primeiro 
a ser desenvolvido no Brasil; esse setor precisa 
de constantes investimentos para manter um padrão 
de qualidade competitivo. Nele, inicia-se a agregação 
de valor ao produto.
Estátua: colhedor de café (São Paulo)
Fonte: arquivo pessoal
Bolsa do Café (Santos – SP)
Fonte: arquivo pessoal
Bolsa do Café (Santos – SP)
Fonte: arquivo pessoal
Exportação do café brasileiro
Fonte: arquivo pessoal
Na cadeia produtiva do agronegócio, existem três setores interligados:
o setor secundário: fábrica de produção de café para consumo
Fonte: arquivo pessoal
Na cadeia produtiva do agronegócio, existem três setores interligados:
o setor terciário: depois de passar pelos outros setores​, o café é servido
Fonte: arquivo pessoal
INTERVALO
 França
Café moderno
Fonte: arquivo pessoal
 Felizmente, os esforços que se opunham à popularização da bebida foram em vão. Por volta 
do século XVII, conforme florescia o Iluminismo e se planejava a Revolução Francesa, as 
cafeterias começaram a se desenvolver, juntamente com os ideais que transformariam o 
período. Assim, a história do café começava a ganhar forma.
Café moderno
Fonte: arquivo pessoal
Café Le Procope
Fonte: 
https://www.procope.com/?utm_source
=Google&utm_medium=GMB&utm_ca
mpaign=PR
Café Le Procope
Fonte: arquivo pessoal
Café Le Procope
Fonte: arquivo pessoal
Café Le Procope
Fonte: arquivo pessoal
 O aumento do consumo da bebida fez nascer a necessidade de processos mais ágeis 
para a produção de uma boa xícara de café. Enquanto a Europa vivia o início da Revolução 
Industrial (XIX), os cientistas começaram a estudar possibilidades de produzir café em 
máquinas a vapor.
Café moderno
 Angelo Moriondo, em Torino ou Turim, Itália – 1884.
 Criou um dos primeiros protótipos que dariam origem à máquina de café. 
 Seu engenho havia sido planejado para reduzir o tempo de produção de cervejas, mas, 
aparentemente, o processo era semelhante.
 Quando a máquina era acionada, uma caldeira de água era aquecida e o líquido quente era 
levado até um duto com borras de café e então essa solução era levada até uma outra 
caldeira e o café estava pronto.
Café moderno
 Angelo Moriondo, em Torino ou Turim, 
Itália – 1884.
Café moderno
Representação da máquina
de café de Angelo Moriondo
Fonte: https://www.graogourmet.com/historia-do-cafe/
 Luigi Bezzera, em 1901, em Milano ou Milão – Itália. 
 Aperfeiçoou a máquina criada por Moriondo.
 Além de agilizar o preparo do café, introduzia o líquido direto em uma xícara. 
 Introduziu um porta-filtro, compartimentos para os grãos e outras inovações. 
 Notadamente, a máquina rudimentar do cientista italiano era capaz de produzir em segundos 
uma xícara de café.
Café moderno
 Um café expresso (do italiano caffè espresso), frequentemente referido simplesmente 
como expresso (ou ainda internacionalmente espresso), é um método de preparar café pela 
passagem de água quente (não fervente) sob alta pressão pelo café moído. 
Café expresso 
Fonte: 
https://www.ilcuocoincamicia.com/tag/caffe-
corto-o-lungo
 O café expresso tradicional, em máquina industrial, é feito sob pressão (nove a 
dez atmosferas ou bars), o que explica o termo expresso que aqui tem o sentido de exprimir 
ou espremer, ao contrário do que muitos pensam, não tem originalmente o significado de 
rápido (essa é apenas uma coincidência da automatização), portanto, em uma tradução mais 
contextual, o seu nome poderia ser café espremido e, por isso, muitos preferem manter o 
original em italiano usando o termo espresso ou café espresso.
Café expresso 
 Uma definição mais qualitativa do café expresso inclui uma maior consistência que o café 
coado (conhecido como “café de saco”, em Portugal), uma quantidade maior de sólidos 
dissolvidos por volume e sua medida geralmente realizada em doses (shots). 
 O expresso é quimicamente complexo e volátil e muitos de seus componentes químicos se 
perdem por meio da oxidação ou perda de temperatura.
Café expresso 
 Um café expresso bem tirado possui três partes principais: coração, corpo e espuma. Sua 
característica mais marcante: a espuma de cor semelhante ao caramelo-escuro que 
permanece sobre a superfície do expresso, composta por óleos vegetais, proteínas 
e açúcares.
 Como resultado do processo de extração sob alta pressão, todos os sabores e as 
substâncias em uma xícara de café expresso estão concentrados. 
 Algumas pessoas preferem uma dose (corto)de café em vez de uma xícara maior em que 
esses elementos estão mais diluídos (lungo). 
 Também devido à sua concentração de componentes, o café 
expresso é muito utilizado como ingrediente em outras bebidas 
à base de café, como caffellatte e cappuccino.
Café expresso 
Café no mundo
Fonte: arquivo pessoal
Café no mundo
Fonte: arquivo pessoal
Café no mundo
Fonte: arquivo pessoal
Café no mundo
Fonte: arquivo pessoal
Café no mundo
Fonte: arquivo pessoal
Café no mundo
Fonte: arquivo pessoal
Café no mundo
Fonte: arquivo pessoal
O sentido original de café expresso vem do café rápido?
Interatividade
Fonte: arquivo pessoal
O sentido original de café expresso vem do café rápido?
 Não.
 O termo expresso que aqui tem o sentido de exprimir ou espremer, ao contrário do que 
muitos pensam, não tem originalmente o significado de rápido (essa é apenas uma 
coincidência da automatização), portanto, em uma tradução mais contextual, o seu nome 
poderia ser café espremido e, por isso, muitos preferem manter o original em italiano usando 
o termo espresso ou café espresso.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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