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Sangramento da segunda metade da gravidez Robson Segundo DPP (Descolamento Prematuro de Placenta): Após a 20ª semana (se for com menos, será abortamento). Fatores de risco (cai muito em PROVA): Trauma; Anos >35; Corioamnionite; Drogas (cocaína e tabaco); Polidramnia (e gemelar); Por isso não perde muito tempo em gemelar (pois o segundo corre risco de descolamento de placenta). Pressão alta (HAS). Principal fator de risco. Quadro clínico: Sangue irrita o útero. Dor abdominal; A contração, quando é intensa, provoca dor. Taquissistolia; 06 ou mais contrações em 10 minutos; Dificulta mais ainda a perfusão placentária. Hipertonia (palavra mágica das questões de PROVA de DPP); O útero não para de contrair. Sofrimento fetal agudo (pensa-se em todo DPP). O hematoma ficando maior, perde mais superfície de troca gasosa; Se é DPP, tem que tirar rápido. Não sai sangue pela vagina. Forma um hematoma retroplacentário em direção ao colo do útero; Quando exterioriza, é sangue escuro (mas pode ter caso de sangue vermelho vivo); 20% é oculto (vai em direção ao fundo do útero). Tem que lembrar de DPP, mesmo sem sair sangue pela vagina (por conta das outras queixas). Diagnóstico: Clínico. USG não irá visualizar o hematoma. É mais para diagnóstico diferencial com placenta prévia. Conduta: É para resolver logo, mas nem sempre é cesárea. Depende do feto: Não interessa a frequência do batimento. Vivo: Via mais rápida (a maioria é cesárea, mas não é sempre). Se for dilatação total (parto iminente), passa um fórceps (se indicar que tem condições) e tira logo. Morto: É DPP grave; Se o feto morreu, é porque o descolamento foi muito importante e já consumiu muito fator de coagulação (ruim para realizar cesárea). Maioria via vaginal. Se ainda for demorar (ex.: colo fechado), realiza cesariana (pois, se esperar, é mais risco de coagulopatia). Realizar antes amniotomia (romper a bolsa) - sempre será benéfica: Identificou DPP, já realiza amniotomia (antes de ir para o centro cirúrgico - para o parto normal ou cesárea). A amniotomia imediata diminui a velocidade do deslocamento; Diminui a pressão no hematoma (ajuda a drená-lo, descomprime); Diminui a infiltração miometrial; O sangue, quando infiltra, tende a provocar hipotonia uterina (aí não terá o útero contraindo para expulsar). Diminui tromboplastina para a mãe. Diminui a troca de vasos para a circulação materna. Complicações: Útero de Couvelaire (apoplexia uteroplacentária): Sangue que infiltrou a parede uterina; O útero que precisava contrair, no pós-parto, não contrai; Histerectomia é o último recurso. Massagem uterotônica + ocitócito (venoso); Placenta prévia: Sutura B-Lynch; Precisa abrir a barriga, sutura de um lado a outro, para diminuir a vascularização. Ligadura hipogástrica / uterina; Histerectomia. É o último recurso; É bem rápida; É subtotal (deixa o colo do útero - tira só o corpo do útero). Síndrome de Sheehan (cai muito em PROVA): Necrose hipofisária com amenorreia. Entra como complicação de DPP; Qualquer hemorragia puerperal pode isquemiar a hipófise da mulher. Não terá prolactina para a produção de leite (agalactia) - não consegue amamentar. CIVD: Tromboplastina para a circulação materna. Teste de Weiner (teste do coágulo) - Já caiu em PROVA: Se formar coágulo em até 10 minutos, é bom; Se permanecer firme por mais 15 minutos, afasta hipofibrinogenemia. É algo que está entre a apresentação fetal e o colo. Vasa prévia é um vaso desprotegido que passa nessa região; A placenta prévia é o pedaço de placenta que aparece nessa região (é comum no 01º trimestre e mesmo no 02º trimestre). 90% das vezes do 02º trimestre, quando fizer a USG no 03º trimestre, ela não estará lá. Placenta próxima ou sobre orifício interno do colo confirmada após 28 semanas (sempre confirma diagnóstico depois dessas semanas - pois a placenta pode subir e sair dessa região, antes dessas 28 semanas). Classificação: Marginal: A placenta está na margem (mas não cobre o colo). Parcial: Já tem pedaço de placenta cobrindo parcialmente o colo (tende a sangrar mais, pois o feto estará empurrando). Total: A placenta cobre totalmente o colo. Sempre cesárea. Placenta de inserção baixa: Não atinge o orifício interno do colo, mas está a 02 cm dele (está perto, inserida embaixo). Quadro clínico: Progressivo; Cada vez tende a sangrar mais (se liberou a paciente uma vez, em uma próxima, possa ser que seja pior). Repetição; Espontâneo; Não precisa de fator desencadeante. Vermelho vivo; Indolor; Ausência de hipertonia e sofrimento fetal agudo. Fatores de risco: Cesárea / Cureta; Cicatriz uterina prévia (a placenta fica grudada na parede uterina e não sobe). Idade >35 anos (serve para DPP e placenta prévia); Multiparidade - gestação múltipla (serve para DPP e placenta prévia); Útero é maior que uma nulípara (alteração a perfusão uterina); O volume final de placenta é maior (aumenta a chance de algum pedaço ficar no colo). Endometrite; Infecção endometrial. Tabagismo (serve para DPP e placenta prévia). Diagnóstico: Clínica: "PREVIA". Não realiza toque. Exame especular; USG. Não se deve fazer USG no DPP (se na PROVA, mostrou, indica ser Placenta Prévia). É quem vai confirmar que a placenta está embaixo e vai classificar também (depende de estar sangrando e idade gestacional). Conduta: A termo: Sangrando: Interrupção. Prematuro: Depende do sangramento: Intenso: Interrupção (sempre). Pois não tem como para o sangramento de placenta prévia. Escasso: Expectante. Interna, faz corticoide (Betametasona; Dexametasona). Via de parto: Total: Cesariana (sempre). Mesmo em feto morto. Parcial: Maioria cesariana. Pois tende a sangrar muito se fizer parto normal. Marginal: Avaliar parto vaginal. Se estiver estável. Inserção baixa: Avaliar parto vaginal. Se for um sangramento discreto. Avaliar parto cesáreo: Se o sangramento for intenso. Complicações: Se a placenta tem inserção anormal: Apresentação anormal (não-cefálica): Apresentação transversa; Apresentação córmica. Penetração útero anormal; Gruda no miométrio ou endométrio; Gruda tanto na parede e não sai (tendo que tirar o útero junto); Acretismo placentário: Desconfiar dele sempre quer visualizar Placenta Prévia na PROVA (pois possa ser que só visualize na hora do parto). Acretismo placentário: O seguimento do útero é muito fino (a termo) e a placenta perfurando ali, chega a perfurar até a bexiga (dificultando para sair). Puerpério anormal (porque a placenta inseriu demais, podendo não sair ou ficar resto): Hemorragia puerperal; Ficou resto, fica sangrando mais; Causada também por atonia uterina (mesmo a placenta saindo toda). Infecção; Já que ficou resto. Diagnóstico: Suspeita: Placenta prévia + cesárea anterior (especialmente 02 ou 03 cesarianas). Pré-natal: É importante diagnosticar no pré-natal, para se programar a retirada do útero na hora do parto. USG ou RM. Pede a RM se não visualizar na USG. Classificação e conduta: Acreta (perfura o endométrio): Pode tentar conservador, mas padrão histerectomia (principalmente se a mulher tiver prole definida). Increta (invade o miométrio): Histerectomia. Cesariana com histerectomia (nem tenta retirar a placenta). Percreta (>= serosa): Pode chegar na bexiga, intestino. Histerectomia. Pois não tem como retirar na mão. DPP Placenta Prévia Início Súbito Insidioso Hemorragia Única; Com dor oculta em 20%. Repetição; Indolor e visível. Roturas: Rotura de seio marginal: Seio marginal é a borda da placenta, próxima às vilosidades; Diagnóstico diferencial, depois de excluído DPP e Placenta Prévia. Quadro clínico: Sangramento indolor; Discreto; Sangue Escuro (sangue velho do coágulo). Vermelho vivo (rutilante) Sofrimento Fetal Agudo Precoce (por isso tira o mais rápido possível) Ausente Hipertonia Típica (principalmente >20 semanas). Ausente Hipertensão Típica Rara Estado materno Anemia desproporcional (pois sabeque já sangrou mais do que está à mostra) Anemia proporcional (pois a placenta está na boca do colo e o que sangra já sai). Amniotomia Diminui CIVD (por isso tem que romper logo); Diminui atonia. Diminui hemorragia - se for a marginal (a criança desce e comprime a área sangrante). Metrossístole Diminui sangramento (a criança desce e acomoda) - diminui perfusão uterina. Aumenta sangramento (o útero espreme a placenta e depois relaxa). USG Dispensável (só faz quando não há elemento clássico para fazer diagnóstico). Diagnóstico Autolimitado. Vermelho vivo; Espontâneo; Periparto; Ocorre próximo ao trabalho de parto. Tônus uterino normal; Sem sofrimento fetal. Diagnóstico: USG normal. Quando o quadro clínico sugere placenta prévia, mas a USG é normal, o diagnóstico é rotura de seio marginal. Definitivo após o parto. Histopatológico. Conduta: Sangramento geralmente discreto, autolimitado. Bom prognóstico para parto vaginal. Por isso, na prática, não se faz o diagnóstico definitivo (fica só com a suspeita). Rotura vasa prévia: PROVA (Principalmente Santa Casa de Misericórdia): Hemorragia da segunda metade da gravidez que é de origem fetal. Ruptura de vasos umbilicais desprotegidos entre a apresentação e o colo. Se romperem, há hemorragia súbita e o feto morre (pois o sangue é de origem fetal). Fatores de risco: Placenta bilobada: Parece um coração. Placenta Sudcenturiada: Tem uma placenta acessória. Ligada a uma massa placentária grande. Inserção velamentosa (principal fator de risco): Na hora que rompe a bolsa, há grande risco de romper os vasos do cordão umbilical. Quadro clínico: Sangramento vaginal após amniorrexe + Sofrimento fetal agudo (ex.: bradicardia). Conduta: Retirar o mais rápido possível. Cesariana de urgência. Muitas vezes, o fórceps não resolve. Rotura uterina: Um ponto de fragilidade do útero e ele rompe. Fatores de risco: Multiparidade; Mesmo que não tenha cicatriz (todos os partos tenham sido via baixo, o útero vai ficando fino). Kristeller; Não se faz em hipótese alguma. Cicatriz uterina; Ponto de fragilidade; Muita retirada de mioma, por exemplo; Cesariana de repetição, por exemplo. A partir da segunda, vai aumentando exponencialmente o risco. Parto obstríudo; Bebês muito grandes; Pode ser desproporção céfalo-pélvica. Malformação; Útero com duas cavidades. Quadro clínico: Iminência de rotura: Síndrome de Bandl-Frommel: Anel separa corpo do segmento - Bandl; Junto do anel são os ligamentos redondos que vêm para frente (passam a ser palpáveis - normalmente não são). Ligamento redondos distendidos - Frommel; A dor é lancinante. Rotura consumada: Na hora que rompe, a dor é forte, mas o útero rompe e para as contrações. Apesar de não está sentindo dor, a mulher está com alto risco de morrer. Fácil percepção das partes fetais; Ou é rotura uterina consumada ou é gravidez ectópica abdominal. Sinal de Reasens (subida da apresentação fetal ao toque - normalmente empurra para baixo - às vezes sobe para o abdome e nem sente mais a criança) e Sinal de Clark (creptação: quando rompe o útero, entra ar do canal vaginal para a parede abdominal, formando enfisema subcutâneo). Conduta: Iminência: Cesariana. Pois a ruptura é ruim para a mãe e para o feto. Consumada: Prognóstico muito pior. Histerorrafia (preferível na PROVA); A laceração é pequena e permite preservar o útero. Histerectomia. A laceração é tão grande, que não há como preservar o útero, tendo que tirá-lo.
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