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Deslocamento prematura de placenta

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1 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
HEMORRAGIAS DA SEGUNDA METADE DA 
GESTAÇÃO 
- Sangramento que ocorre na segunda metade da gestação. 
- Realizar o diagnóstico corretamente para instituir o 
tratamento de forma precoce. 
- Corresponde a umas das principais emergências 
obstétricas. Porque o problema é na mãe e no bebê já está 
grande e viável, então temos que salvar os dois. 
Obs: na segunda metade da gravidez vamos pensar no 
binômio, ou seja, na mãe e no bebê, porque já são bebês 
maiores e viáveis. 
CAUSAS 
Os principais são: 
- Deslocamento prematuro de placenta (DPP) 
- Placenta prévia (PP) 
- Acretismo placentário 
Temos três diagnósticos auxiliares que são: 
Outros: 
- Ruptura uterina 
- Ruptura de vasa prévia 
- Ruptura de seio marginal 
 
DESLOCAMENTO PREMATURA DE PLACENTA 
A placenta é aquilo que faz a perfusão do bebê, sendo assim 
ela leva oxigênio da mãe para o bebê. Então, quando ocorre 
a separação dela é uma DPP. 
O que é DPP? 
- Separação parcial ou total da placenta em gestações 
maiores que 20 semanas e antes da expulsão fetal. 
Isso ocorre antes da expulsão, porque se for depois já 
chamamos de dequitação placentária que ocorre pós parto. 
Consequência? 
- Causa sangramento uterino e redução do aporte de 
oxigênio para o feto. E pode causar óbito fetal. 
EPIDEMIOLOGIA 
- Ocorre em 0,5 a 1% das gestações 
- Causa mortalidade materna em 0,4/1.000 casos e perinatal 
em 20% dos casos. Ela causa uma alta mortalidade fetal, 
então é necessário identificar essa alteração e proteger o 
bebê. 
- Riscos: 
• Materno -> desenvolver coagulação intravascular 
disseminada (CIVD) 
• Fetal -> depende do tamanho da área de 
deslocamento (quando essa área é maior que 50% 
tem um risco de morbidade fetal grave) x idade 
gestacional precoce (quanto mais prematuro o 
bebê tem pior prognóstico, logo interrompemos 
essa gestação mais cedo e acaba gerando 
morbidade e mortalidade maior para ele). 
FATORES DE RISCO 
CAUSAS NÃO TRAUMÁTICAS 
- DPP anterior 
- Síndromes hipertensivas 
As duas de cima são as principais, então quando a paciente 
é hipertensa crônica, tem pré-eclâmpsia ou hipertensão 
gestacional, logo essa paciente tem um risco grande de ter 
DPP. Então, quando damos o diagnóstico de DPP sempre 
buscamos ver se essa paciente tem hipertensão. 
- Tabagismo/Cocaína 
- Anemia e má nutrição 
 
2 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
- Consumo de álcool 
- RPMO (bolsa rota que é aquela ruptura antes da hora do 
parto) 
- Corioamnionite (infecção do líquido amniótico) 
- Idade materna >35 anos 
- Trombofilias 
CAUSAS TRAUMÁTICAS 
- Brevidade do cordão umbilical (é um cordão umbilical 
breve que liga a placenta ao bebê, se esse cordão for muito 
curto o bebê pode puxar essa placenta e descolar ela) 
- Versão cefálica externa (ocorre quando o bebê está pélvico 
e quero virar ele para cefálico, tendo como objetivo realizar 
o parto normal, vale ressaltar que pode causar 
deslocamento) 
- Retração uterina intensa (Polidramnia /Gemelar) – útero 
muito grande e pode fazer deslocamento 
- Miomatose uterina (deixa o útero grande também e pode 
fazer o deslocamento 
- Traumatismo abdominal (como acidentes automobilísticos) 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA DO DESLOCAMENTO PREMATURO 
DE PLACENTA 
- Ruptura de artérias espiraladas -> Hematoma 
retroplacentário (sangue materno) 
 
Temos o bebê dentro do útero e temos a placenta, nele 
temos os vasinhos chamados de artérias espiroladas. O qual 
se rompe (círculo rosa na imagem 2) e faz um hematoma 
atrás da placenta, o qual provoca o deslocamento da 
placenta do útero, fazendo com que o bebê fique sem 
oxigênio e a mãe sangre muito. 
CONSEQUÊNCIAS 
Óbito fetal: Se mais de 50% de área de deslocamento. 
Hipertonia uterina: ocorre porque o sangue me contato com 
útero provoca a irritação. O tônus fica aumentado, logo ele 
fica bem duro. 
Útero de Couvelaire: miométrio infiltrado por sangue 
(imagem abaixo), geralmente faz hipotonia uterina que já é 
uma evolução da hipertonia, porque primeiro ele fica duro e 
depois fica amolecido cheio de sangue. Geralmente evolui 
para histerectomia, ou seja, a mulher perde esse útero. 
 
CIVD: lesão tecidual/reduz fibrinogênio e causa 
trombocitopenia. A mãe tem uma coagulação intravascular 
disseminada, essa mãe sangra muito e está associada a uma 
lesão no tecido dela, isso reduz fibrinogênio, reduz a 
plaqueta, logo faz trombocitopenia e então a paciente faz 
um quadro de coagulação em todos os tecidos, são eles: 
pulmão, cérebro, rim, coração. Sendo assim, faz um quadro 
materno grave. 
DIAGNÓSTICO 
- Eminentemente clínico 
Sangramento: 
 
O diagnóstico é dado porque a paciente sangra muito, ela vai 
chegar com essa queixa de sangramento em grande 
quantidade, mas esse sangramento pode se apresentar em 
três formas: sangramento + dor (clínica da paciente com 
DPP). 
Primeiro: Pode ter aquele sangramento que sai pela vagina, 
começa atrás da placenta (seta rosa) e escorre pela lateral 
do útero e sai. 
Obs: Quando pensamos em fator de risco para DPP não 
podemos esquecer da DPP anterior e das síndromes 
hipertensivas, que 90% das vezes é o que justifica. 
 
 
3 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
Segundo: Aquele sangramento que não sai, sendo assim ele 
fica dentro do líquido amniótico e o bebê fica banhado de 
sangue, esse é chamado de hemoâmnio. 
Terceiro: Pode ter aquele sangramento que também não sai, 
que fica atrás da placenta (seta azul), então a paciente não 
chega com queixa de sangramento, mas tem uma 
hemorragia oculta e ela chega com queixa de dor abdominal. 
PACIENTE COM DPP: SANGRAMENTO + DOR NA BARRIGA. 
- Exame físico: 
• Dados vitais maternos 
• Toque vaginal mas ao fazer o toque vaginal vemos 
que a bolsa que o bebê está dentro está tensa, 
conhecida como bolsa das águas tensa -> aumento 
da pressão intra-amniótica 
Ao examinar o útero dessa paciente está bem duro 
porque infiltrou de sangue, ela vai tá com dor 
intensa, pode ter sangramento ou não. 
OBS: A bolsa tem o bebê, líquido e sangue. 
• Monitorização fetal -> Padrão não tranquilizador 
Obs: Ao auscultar o bebê ele geralmente está 
taquicardica ou bradicardica, ou seja, há alteração 
no batimento cardíaco, logo depende da gravidade 
da doença. 
OBS: O diagnóstico da DPP é clínico!!! 
- Exames laboratoriais: 
Tem como objetivo rastrear complicações do DPP. 
Hemograma (Hb/Ht, leucograma e plaquetas) 
Tipagem sanguínea (grupo sanguíneo e RH) 
Coagulograma (TP e TTPa) 
Rotina DHEG = Doença hipertensiva específica da gravidez 
(hemograma, TGO, TGP, BT e frações, ureia, creatinina, LDH 
e ácido úrico) – esses exames são utilizados para confirmar 
se tem alguma alteração causada pela pressão. 
CLASSIFICAÇÃO 
 
O caso assintomático a paciente não tem queixa nem de dor 
e nem de sangramento, mas depois que o parto é realizado 
e olhamos a placenta tem um hematoma retroplacentário. 
(diagnóstico retrospectivo) 
Quando a paciente tem um DPP leve, tem um sangramento 
vaginal discreto, sem dor abdominal, após o parto ao 
olharmos a placenta temos um hematoma. E isso justifica o 
sangramento que ela tinha antes. 
Quando tem uma DPP intermediária (II) é mais grave, o bebê 
está vido, mas tem um sangramento vaginal moderado ou 
intenso, tem hipertonia uterina, dor abdominal e alterações 
dos dados vitais. Nesse devemos pensar na mãe e no bebê. 
O grau III é grave, tem tudo igual ao grau II, mas a diferença 
é que o bebê está morto. Nesse grau vamos pensar somente 
na mãe, porque o bebê já morreu. 
No grau III que é o grave, a mãe pode fazer ou não 
coagulopatia. Se tiver coagulopatia é chamado de III A e se 
não tiver é chamado de III B. 
O que é coagulopatia? 
Alargamento do TP e TTPa, plaqueta baixa. É o que 
chamamos de CIVD nesse caso do deslocamento de 
placenta. 
CONDUTA 
- Com feto vivo: 
• Parto via cesariana(via mais rápida) 
• Se período expulsivo -> Parto via vaginal 
- Com feto morto: 
• Parto via vaginal 
• Se hemorragia volumosa -> Parto via cesariana 
Obs: Se suspeitarmos de DPP, ou seja, paciente jovem, grave, 
na segunda metade da gravidez, com dor abdominal intensa 
e útero duro, devemos pensar em DPP, e então essa paciente 
vai direto para o Centro cirúrgico independentemente da 
idade gestacional, só não vai para o CC se estiver sangrando 
ou parindo. Antes de chegar no CC podemos Sempre realizar 
amniotomia, ou seja, romper a bolsa dela, porque se for 
esperar para ela estar anestesiada vai demorar em torno de 
20 min, e se rompermos antes vamos diminuir a pressão 
dentro do útero e aumenta a chance do bebê sobreviver. 
COMPLICAÇÕES 
- Choque hipovolêmica 
 
4 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
• Insuficiência renal aguda (geralmente sobe a 
creatinina pós parto) 
• Necrose hipofisária (síndrome de Sheehan) 
OBS: AMBOS CAUSADOS PELO SANGRAMENTO. 
- Coagulação intravascular disseminada 
- Útero de Couvelaire/Atonia uterina (Aquele útero 
‘’arrocheado’’ que leva a histerectomia da mulher) 
Resumindo... 
DPP é um deslocamento prematuro de placenta, ou seja, é 
aquela placenta que descolou, tem um sangramento atrás e 
ela descola em uma paciente grávida que está no 2-3° 
trimestre. O bebê está grande, mãe apresenta sangramento, 
dor abdominal intensa e tônus uterino aumentado. O 
diagnostico é clínico, logo não precisa fazer exame de USG 
ou de imagem para diagnóstico e geralmente vamos levar a 
mãe direto para o CC e fazemos o parto. 
PLACENTA PRÉVIA 
 
Placenta prévia: 
- Presença de tecido placentário recobrindo total ou 
parcialmente o orifício interno do colo do útero. 
Placenta de inserção baixa: 
- Borda placentária insere-se no segmento inferior do útero 
e localiza-se há 2cm de distância do OI do colo. Ela não cobre 
o orifício interno, mas está bem perto. 
 
Só conseguimos dar diagnóstico de PP depois de 28 semanas 
de gestação, porque antes o útero é pequeno e a placenta é 
grande, logo tem mais chance dessa placenta estar na parte 
inferior do útero. Então, as vezes o útero vai crescer e a 
placenta sobe junto, sendo assim não pensamos em PP 
quando a idade gestacional é precoce. 
Então se tiver um diagnostico com 28 semanas, vou repetir 
a USG após 28 semanas para sabermos se realmente é isso, 
e se então vamos mudar a conduta de acordo com o 
diagnóstico. 
A placenta normal é igual a da imagem 1, onde ela fica em 
cima e o colo do útero em baixo. 
A placenta marginal, imagem 2, é aquela que está baixa, mas 
não recobre o orifício interno do colo. Ela está em torno de 
1-2cm próximo do orifício interno. 
A placenta prévia de verdade, imagem 3 e 4, pode ser parcial 
ou total. Total é quando ela recobre o orifício interno do colo 
totalmente e a parcial é quando ela recobre parcialmente o 
orifício interno do colo. Elas são diferentes da marginal, pois 
a marginal não chega ao orifício interno, mas ela está perto. 
EPIDEMIOLOGIA 
- Incidência 0,25 -1% das gestações 
- Aumenta risco de hemorragia antes, durante e após o parto 
Obs: O risco de sangramento é progressivo, diferente da DPP 
que na DPP a paciente sangra e choca. Já nesses casos de PP 
é o rompimento dos vasinhos e sangrando, ou seja, ela pode 
não sangrar tudo de uma vez só. 
- Risco de acretismo placentário (=quando a placenta invade 
o útero) e apresentações fetais anômalas (a placenta está 
em baixo, então o bebê diminui o espaço dele, então pode 
ficar pélvico ou transverso. 
- Complicações neonatais (menor apgar, maior 
internamento em UTIN, anemia, síndrome do desconforto 
respiratório, ventilação mecânica, hemorragia 
intraventricular) 
FATORES DE RISCO 
- Cesáreas prévias 
- Curetagem (procedimento ‘’a cegas’’ que geralmente 
lesiona bem o endométrio) 
- Tabagismo (2x) 
- Gestações múltiplas (30-40% maior) 
- Antecedente de placenta prévia 
 
5 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
- Multiparidade (útero distendido várias vezes) 
- Idade materna >35 anos 
- Reprodução assistida (ainda não se sabe o porque) 
Não se tem uma explicação do porque, mas parece que 
aquelas pacientes que já fizeram procedimentos no útero 
como cesárea ou curetagem que tem cicatriz a placenta vai 
invadindo aquela área ‘’mais frágil’’, ou seja, aquela área que 
tem cicatriz prévia. 
FISIOPATOLOGIA 
- Patogênese desconhecida 
• Áreas de decídua pouco vascularizada na parte 
superior do útero -> implante do trofoblasto em 
direção à parte inferior do útero (o objetivo é 
encontrar mais oxigênio) ou na área onde já se tem 
uma cicatriz uterina (cesariana, curetagem). 
• Aumento da área placentária -> maior 
probabilidade de alcançar o orifício cervical (=parte 
inferior do útero). 
- Migração placentária: 
• Aumento do segmento inferior do útero 
• Crescimento do tecido trofoblástico em direção ao 
fundo do útero 
• Aproximadamente 90% daquelas diagnosticadas 
antes de 20s, desaparece antes do parto. 
Obs: O diagnóstico só deve ser dado após 28 semanas 
de gestação, por conta da migração placentária. 
ATENÇÃO: Se diagnosticada antes de 28s em pacientes 
assintomáticas -> repetir USG após 28s. 
Essa paciente não tem dor abdominal, ela só tem 
sangramento!!! 
Quando suspeitar? (DIAGNÓSTICO CLÍNICO) 
• Sangramento indolor, vermelho vivo, início súbito, 
reincidente, progressivo. Ela não sangra de vez, mas 
sim aos poucos. 
• Segunda metade da gestação 
• Tônus uterino normal 
OBS: Não realizar toque vaginal 
Observação: 
A DPP – Sangramento doloroso, vermelho escuro que não é 
reincidente e nem progressivo, logo sangra de uma vez só e 
ela pode chocar. 
DIAGNÓSTICO 
 
ULTRASSONOGRÁFICO 
- Rastreamento: USG obstétrica abdominal 
- Padrão-ouro: USG transvaginal 
Obs: Doppler para pesquisa de acretismo e vasa prévia 
Placenta de inserção baixa-> relatar distância do OI 
 
O diagnóstico não é clínico. A paciente chega com 
sangramento, vamos encaminhar para USG e na USG, 
geralmente obstétrica, mas confirmamos pela vagina porque 
fica mais perto e conseguimos ver melhor, sendo assim dou 
o diagnóstico de placenta prévia. 
Nessa imagem acima temos o colo do útero (círculo rosa), 
orifício externo do colo (seta azul) e o orifício interno do colo 
(seta amarela). Temos a cabeça do bebê (retângulo verde), 
líquido amniótico (círculo vermelho) e temos a placenta 
(retângulo laranja) é uma placenta baixa, mas como não 
chega próximo ao orifício interno do colo é uma placenta 
prévia marginal. Mas se chegasse até o orifício interno do 
colo seria uma placenta prévia parcial, mas se ela 
ultrapassasse seria uma placenta prévia total. 
 
6 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
Obs: Quando tenho uma placenta mais baixa, ela se localiza 
na parte do útero na parte mais fragilizada, podendo invadir 
o útero (=acretismo) pela placenta é uma invasão da 
placenta no útero é uma consequência da placenta prévia. 
OBS: Só investigo se tiver placenta prévia, se não tiver não 
preciso investigar. 
CONDUTA 
Pacientes assintomáticas: 
• Acompanhamento ambulatorial 
• Orientar a paciente 
- Abstinência sexual 
- Evitar atividade física 
- Sinais de alarme/riscos 
• Seguimento ultrassonográfico (32s -> 36s) 
• Parto: 37s (FEBRASGO) – porque não quero que ela 
entre em trabalho de parto, porque se ela entrar 
em trabalho de parto o bebê vai apertar a placenta 
e ela vai sangrar, e também não ira conseguir 
nascer normal porque a placenta está na frente da 
cabeça. 
OBS: CHAMADA DE PLACENTA PRÉVIA PORQUE É PRÉVIA A 
APRESENTAÇÃO DO BEBÊ. 
Pacientes sintomáticas: 
• Hospitalização e monitorização materno-fetal (para 
monitorizar o sangramento) 
• Manter estabilidade hemodinâmica materna: 
hidratação/avaliar necessidade de hemotransfusão 
• Avaliação do bem-estar fetal com CTG 
(=cardiotocografia, é aquele exame que amarramosa barriga da mãe e vemos o batimento do bebê por 
20 minutos) 
 
• Solicitar exames laboratoriais 
• Reserva de Concentrado de Hemácias 
• Determinar necessidade de parto cesáreo imediato 
 
 
Temos o manejo ativo e o manejo expectante em pacientes 
sintomáticas, ou seja, com sangramento. Vou fazer o manejo 
expectante se tiver idade gestacional <34 semanas, porque 
antes disso temos que realizar o corticoide para amadurecer 
o pulmão do bebê, mas só deve realizar se a mãe e o bebê 
estiver bem, sendo assim tem que estar sangrando pouco. 
Se a paciente tiver indicação de manejo ativo temos algumas 
justificativas, são elas: trabalho de parto ativo, vamos operar 
ela porque o bebê não vai nascer, e ai a mãe só vai sangrar e 
chegará uma hora que vai sangrar muito sem parar, 
sofrimento fetal, hemorragia grave da mãe, idade 
gestacional maior que 34 semanas, sendo que o bebê tem 
pulmão maduro já e a mãe está sangrando, logo indicamos 
uma cesariana. 
No paciente assintomático é um manejo expectante até 37 
semanas. 
Via de parto: 
• Placenta prévia: cesariana 
• Placenta de Inserção baixa: ponderar riscos e 
benefícios do parto vaginal com a paciente 
✓ Distância entre a borda da placenta e o OI 
>1cm: menor risco de sangramento. 
 
 
7 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
A diferença entre DPP e PP, ambas são sangramentos na 
segunda metade da gravidez, mas a conduta é totalmente 
diferente. (Olhar a imagem acima!!!). 
A dor intensa na DPP é única e dolorosa por conta que a 
placenta invade o útero. 
A amniotomia sempre realizo na DPP mesmo que não altere 
a hemorragia, mas diminui a pressão dentro do útero. E na 
PP geralmente não conseguimos fazer isso, por conta que a 
placenta está na frente. 
USG na DPP pode ser normal e pode mostrar um hematoma 
atrás da placenta e o diagnóstico é clínico, já na PP ela 
confirma diagnóstico. 
Obs: Se tivermos dúvida se é ou não DPP, a paciente está 
sangrando, vamos encaminhar para operar para não correr 
o risco de morrer. 
OBS: Geralmente pacientes que tiveram óbitos fetais, a 
principal causa é deslocamento prematuro da placenta na 
gestação anterior. Na próxima gravidez vamos tentar 
identificar os fatores que levaram a isso, logo vamos buscar 
informações sobre sangramento, se é ou não gemelar, se 
estava ou não com polidramnia, vamos avaliar a PA, pois é 
muito comum a paciente ter uma alteração de PA em algum 
dia do pré-natal e ter então um descolamento de placenta. 
Devemos solicitar a aferição da PA em casa, e se essa PA 
alterar podemos introduzir medicação para evitar que 
aumente a PA e ocorra um deslocamento de placenta. 
ACRETISMO PLACENTÁRIO 
- Invasão anormal do trofoblasto no miométrio da parede 
uterina. 
Obs: Não é para invadir, o normal é invadir somente 
endométrio. 
- Classificação: 
• Acreta (63%) 
• Increta (15%) 
• Percreta (22%) 
Normal (circulo rosa), Acreta (quando invade menos de 50% 
do miométrio, ela é mais comum, círculo amarelo), Increta 
(invade mais de 50% do miométrio, círculo azul), Percreta 
(quando invade a serosa, círculo azul escuro). 
OBS: Só tem como ter acretismo placentário em placenta 
prévia, porque a parte inferior do útero ela é menos 
vascularizado e mais frágil, então a placenta invade o útero 
atrás de oxigênio a fim de levar para o bebê, logo ela pode 
invadir o útero podendo atravessar e invadir o reto ou a 
bexiga e causar complicações graves nessa paciente. 
 
FATORES DE RISCO 
- Cesárea anterior + Placenta prévia 
- Curetagem ou curagem uterina / ablação endometrial 
(cirurgia que é feita uma ‘’queimagem’’ do endométrio) 
- Cirurgias no útero 
- Idade materna avançada 
- Embolização uterina (queimamos o endométrio da 
paciente) 
- Multiparidade 
DIAGNÓSTICO 
- Placenta prévia ou Placenta de inserção baixa -> investigar 
acretismo 
- Pacientes que estão no parto e tem uma Hemorragia após 
tentativa de separação da placenta, logo a placenta fica 
retida, sendo então necessário fazer uma cirurgia para 
retirada dessa placenta que não pode ficar dentro do útero. 
- Hematúria (invasão da bexiga) 
Exame complementar: USG (Podemos saber qual o grau do 
útero que está invadido, podemos definir de forma rápida e 
objetiva) 
- Indicações de Ressonância magnética: 
• USG não esclarecedora 
• Placenta prévia com predomínio posterior ao útero, 
porque quando é anterior ela invade bexiga e 
quando é posterior ela invade reto. 
Obs: Quando invade bexiga pode fazer cistectomia e tira 
uma parte da bexiga e reconstruir. Sendo assim vida que 
 
8 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
segue. Mas quando é intestino não é tão simples, porque se 
fizer deiscência de intestino e for necessário fazer uma 
dissecção intestinal acaba sendo mais complicado, pois 
precisamos saber exatamente o grau de invasão da placenta 
nesse intestino. 
• Avaliar profundidade de invasão se placenta 
percreta 
Obs: A USG e RM tem o mesmo peso, só precisa de um 
profissional bom. 
OBS: Se tiver uma Placenta prévia com invasão uterina 
interrompemos a gravidez antes, entre 34 e 36 semanas, 
porque se deixarmos essa gravidez evoluir ela vai invadir o 
útero e não existe nenhum remédio que faça ela para de 
invadir, sendo assim tiramos o bebê antes e tiramos a 
placenta para a mãe parar de invadir o útero e não chegar na 
estrutura adjacente. 
CONDUTA 
- Parto em centro de referência, antes do trabalho de parto. 
Porque o parto tem que ser planejado. Pois possa ser que 
precise de UTI ou que precise de uma histerectomia. 
- Via de parto cesariana com 36-37 semanas (FEBRASGO), 
mas alguns locais colocam de 34 semanas para interromper 
a depender da invasão, por exemplo a increta e a percreta. 
- Reservar hemocomponentes 
- Vaga em UTI 
OBS: Lembrar de investigar toda a vez que existir placenta 
previa devemos investigar se tem acretismo placentário. 
RUPTURA UTERINA 
- Rompimento parcial ou total do miométrio durante 
gravidez ou trabalho de parto 
- Classificação: 
• Parcial: preserva serosa do útero 
• Completa/total: rompimento total (sentimos o 
bebê sair e ele vai para cavidade abdominal da mãe) 
 
FATORES DE RISCO 
Tudo que gere fragilidade no útero, ou seja, para o útero 
romper. 
- Passado de cirurgia uterina (cesárea) 
- Trauma uterino 
- Malformação uterina 
- Adenomiose (camada do endométrio invade o miométrio e 
deixa ele mais frágil) 
- Doença trofoblástica gestacional 
- Desnutrição 
- Multiparidade 
- Sobredistensão uterina 
SINAIS DE IMINÊNCIA DE RUPTURA UTERINA = 
SÍNDROME DE BANDL-FROMMEL 
• Sinal de Bandl = distensão do segmento inferior 
• Sinal de Frommel = estiramento dos ligamentos 
redondos, desviando o útero anteriormente 
 
O útero vai contraindo até fazer o formato de um coração. 
Encaminhar para emergência!!! 
SINAIS DE RUPTURA CONSUMADA 
- Sofrimento fetal grave ou óbito 
- Interrupção das contrações uterinas 
OBS: Cesariana imediata 
A paciente está contraindo constantemente e depois para de 
contrair, com dor abdominal intensa e isso já é sinal de 
ruptura consumada. 
OBS: A professora já fez um ‘’parto’’ que tirou o bebê morto 
na cavidade abdominal e a paciente perdeu o útero também. 
 
9 
Keyse Mirelle – 6° Semestre 
Obstetrícia – 08/09/2021 
RUPTURA DE VASA PRÉVIA 
- Vasos umbilicais cruzam o segmento inferior uterino e se 
colocam a frente da apresentação. 
- Esses vasos não tem proteção e rompem com mais 
facilidade. 
- Cesária eletiva: 34-37 semanas 
 
Esses vasos normalmente é ‘’protegido por uma geleia’’, o 
diagnóstico é dado pela USG. 
Esses vasos na frente não dá certo para o bebê nascer 
normal e se ele romper pode chocar o bebê, porque é sangue 
do bebê, por isso vamos fazer a Cesária eletiva. 
Paciente chega na emergência com queixa de sangramento. 
RUPTURA DE SEIO MARGINAL 
- Seio marginal consiste na periferia do espaço interviloso. (é 
aquele seio da borda da placenta,esse vasinho pode romper 
e fazer um sangramento) 
- Quadro semelhante a placenta prévia, porém com USG 
normal. 
- Diagnóstico de exclusão 
- Prognóstico bom 
 
O parto pode ser normal, esse é um diagnóstico de exclusão.

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