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INTRODUÇÃO A poliomielite era a principal causa de paralisia flácida aguda, no entanto, com o advento das vacinações, tornou- se raro, sendo os mínimos casos oriundos de reações pós- vacinais. Atualmente, a principal causa de paralisia flácida é a síndrome de Guillain Barré. PARALISIAS FLÁCIDAS AGUDAS As paralisias flácidas agudas são na verdade, uma síndrome composta por perda de força (paresia/plegia) + flacidez (hipotonia) + hipo/arreflexia + desenvolvimento agudo por ser de rápida progressão. • Agudo: horas a semanas (até 4 semanas) → pois é o tempo da principal doença das PFA • Incidência de PFA é usada pela OMS como indicador de erradicação da poliomielite • 1989-1994: 3.636 casos (< 15 anos) • 1990-1996: 3.619 casos (< 15 anos) ► Dados referentes a todos os tipos de paralisias flácidas, e não apenas aos casos de poliomielite *no brasil, a PFA é de notificação compulsória apenas para menores de 15 anos, pois se pensava na infecção pelo vírus da pólio. Logo, é mais comum na pediatria, já no adulto, não há uma notificação obrigatória por isso tem dados em menor quantidade CARACTERIZAÇÃO ETIOLÓGICA • Síndrome de Guillain-Barré: 46% • Mielinite: 3% • Póliomielite pós vacinal: 2% • Tumores: 1% • Traumas: 1% • Outras: 32% Hoje a síndrome de Guillain-Barré é quase que 50% dos casos de PFA. Então, quando pegarmos uma síndrome de PFA, não tem como não pensar em Guillain-Barré Antes de mais nada precisamos: TOPOGRAFAR A LESÃO 4 PONTOS DE ACOMETIMENTO: • Medula e neurônio motor: ► Nível medular: é quando o paciente tem um nível na qual acima desse ponto ele tem boa função e abaixo desse ponto tem uma função prejudicada ► Sinais apenas motores (lesão do neurônio motor) Ocorre o mesmo no trauma raquimedular, que é um tipo de lesão do SNC que pode deixar o paciente em uma paralisia flácida. É claro que uma paralisia flácida quando tem envolvimento do SNC com acometimento de neurônio motor, é flácido em um primeiro momento e depois evolui para uma espasticidade Vai ter sinais apenas motores se for lesão de neurônio motor, como p. ex., na esclerose lateral amiotrófica. Agora, se for uma lesão grande, que não tem preferência (como no caso de tumores), o paciente vai ter também o componente sensitivo, ou seja, além de ter um nível medular motor ele também vai ter um nível medular sensitivo • Raiz e nervo ► Sensitivo e motor (geralmente) → quando pega a raiz do nervo, irá ter os sintomas geralmente mistos, pois pega tanto a entrada sensitiva quanto a entrada motora ► Predomínio distal → é ao contrário das miopatias rotineiras, que costumam ser proximais • Junção mioneural ► Sem alteração sensitiva → pois você está pegando a junção do nervo com o músculo ► Fora de crise: EF sem alteração ► Déficit proximal → assim como nas miopatias Ex.: paciente com miastemia gravis, que tem alteração na junção mioneural, irá ter autoanticorpos para receptores de acetilcolina. Síndrome Rápida progressão (aguda) Hipo/arreflexia Paresia/plegia Flacidez (hipotonia) Esse paciente encontra-se em surtos, em crises de fraqueza. Quando fora da crise, o exame físico na maioria das vezes vai vir normal. • Músculo ► Exclusivamente, motor ► Proximal nos membros ► MM cervical e de cintura (apendicular) → por isso que a marcha típica da miopatia é a anserina → o paciente aumenta a base, se apoia na região da cintura, precisa elevar mais os movimentos do quadril para andar e parece um patinho andando (marcha da gestante, em que desloca o centro de gravidade), isso devido à perda de fraqueza na musculatura mais proximal (cintura na região da pelve) SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ • 0,4 a 4 casos por 100 mil habitantes • Causa mais comum de PFA • Doença inflamatória aguda (imunomediada) • Agressão ao sistema nervoso periférica • Fraqueza muscular progressiva, arreflexia profunda e perda sensitiva variável Essa doença autoimune começa uma agressão ao sistema nervoso periférico, e com isso o paciente começa a apresentar uma fraqueza muscular progressiva, uma redução dos reflexos e apesar de não ser a principal manifestação, ele pode apresentar perda sensitiva (em diferentes graus); Na forma clássica essa fraqueza muscular começa nos MMII, de distal para proximal Em 2/3 desses pacientes com esses quadros, haverá história de um quadro infeccioso agudo prévio (geralmente de via aérea ou de trato gastrointestinal) Já temos relatos de sindrome de Guillain barré pós covid – temos que sempre interrogar o paciente, pois muitas vezes o paciente nem se recorda de ter tido a infecção. No 1/3 em que não encontramos infecção prévia, é porque essa infecção pode ser subclínica. • Precede num período de 1-4 semanas • Geralmente gripe ou gastroenterocolite • Bom prognóstico, contudo ► 20 % dos pacientes: sequela grave com comprometimento motor, tendo dificuldade de deambulação ► 5%: óbito: devido a insuficiência respiratória e as complicações como o fato de ficar acamado, que predispõe a TVP, tromboembolismo, pneumonias, infecções urinárias, etc. ► 7%: recorrência da doença É uma fraqueza progressiva, começa nas pernas e vai subindo, podendo afetar as vias respiratórias. É por isso que no GB temos indicações de intubação precoce, a doença evoluí rápido podendo gerar uma insuficência respiratória. Conforme o paciente vai melhorando você faz o desmame do tubo ventilatório (isso na maioria dos casos). Apesar de ter bom prognóstico, existe uma taxa alta de sequelas graves e óbito, de cada 100 pacientes, 5 irão a óbito, e isso é uma taxa bastante considerável. • Pode ser infecção subclínica: não tem sinal nem sintoma de infecção prévia e começa com sinais e sintomas de perda de força • Campilobacter e Herpes víus • CMV / EBV Também tem SGB pós dengue, pós COVID, porém essas citadas acima são as mais frequentes. • Autoanticorpos ► Bloqueio da condução nervosa ► Lesão tecidual • Pode causar desmielinização A doença começa a desencadear autoanticorpos que geram a desmielinização (gerando lesão das fibras motoras e sensitivas) OUTRAS ETIOLOGIAS • MIELOPATIAS INFLAMATÓRIAS: poliomielite (atualmente por quadros pós-vacinais), mielite transversa • NEUROPATIAS: tóxicas, metabólicas (polineuropatia diabética), infecciosas • DOENÇAS DE PLACA MIONEURAL: misastenia gravis, miopatia metabólica e inflamatórias QUADRO CLÍNICO • Sintomas prévios de quadro infeccioso (precede SGB) • Evolução de 1-4 semanas • Início pode ser subagudo • Evolução até estabilização: cerca de 4 semanas • Recuperação satisfatória (85% dos casos): 4-6 meses (o paciente se recupera na maioria das vezes, mas é uma recuperação lenta, assim o paciente começa a ficar angustiado e ansioso, você precisa orientar) DISTÚRBIO HETEROGÊNEO Existe uma classificação eletrofisiológica, que não vai importar para a gente. O que importa é a classificação clínica, que se divide em duas, como veremos a seguir. CLASSIFICAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA • Forma desmielinizante, denominada AIDP (acute inflammatory demyelination poliradiculoneuropathy) • Forma axonais motora pura (AMAN- acute motor axonal neuropathy) • Forma sensitivomotora (AMSAN- acute motor sensory axonal neuropathy) CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA FORMA CLÁSSICA • Início em extremidades inferiores: começa nos pés e vai subindo • Padrão ascendente simétrico: a perda de força vai ser similar entre as duas pernas • Predominância de sinais motores • 50% dos casos de SGB • Pode evoluir para insuf. Respiratória É a forma mais frequente que iremos ver, história típica de paicente com parestesia de pernas que vai subindo até causar insuf. respiratória FORMA VARIANTE São mais raras, porém ocasionalmente aparecem. Principais formas variantes: FARINGOCERVICOBRAQUIAL • Início: nervos cranianos bulbares: