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CAPÍTULO 4 Energia Eletromagnética TÔPICOS Fótons Velocidade e Amplitude Frequência e Comprimento de Onda Espectro Eletromagnético Medição do Espectro Eletromagnético Luz Visível Radiofrequência Radiação Ionizante Dualidade Onda-partícula Modelo Ondulatório: Luz Visível Lei do Inverso do Quadrado da Distância Modelo Corpuscular: Teoria Quântica Matéria e Energia OBJETIVOS Ao final deste capítulo, o estudante deverá ser capaz de: 1. Identificar as propriedades dos fótons 2. Explicar a lei do inverso do quadrado da distância 3. Definir teoria ondulatória e teoria quântica 4. Discutir o espectro eletromagnético OS FÔTONS FORAM descritos pela primeira vez pelos gregos antigos. Hoje, os fótons são conhecidos como energia eletromagnética; no entanto, essas palavras são por vezes utilizadas indiferentemente. A energia eletromagnética existe em todos os lugares e em uma variedade de faixas de energia. Os raios X, a luz visível e as radiofrequências são exemplos de energia eletromagnética. As propriedades de energia eletromagnética incluem frequência, comprimento de onda, velocidade e amplitude. Neste capítulo, discussões sobre luz visível, radiofrequência e radiações ionizantes destacam essas propriedades e a importância da energia eletromagnética na produção de imagens médicas. A equação de onda e a lei do inverso do quadrado da distância são fórmulas matemáticas que melhor descrevem o comportamento da energia eletromagnética. A dualidade onda-partícula da energia eletromagnética será introduzida, assim como a teoria ondulatória e a teoria quântica. Matéria e energia, incluindo suas importâncias para a produção de imagens médicas, serão descritas resumidamente. FÓTONS Sempre há ao nosso redor um campo ou estado de energia chamado energia eletromagnética. Esta existe sobre uma vasta faixa denominada continuum de energia. O continuum é uma sequência ordenada ininterrupta (contínua). Exemplos de continuum são rios de fluxo livre e calçadas. Se o rio é represado ou a calçada é restringida, então a continuidade é interrompida. Apenas um segmento muito pequeno do continuum de energia eletromagnética – o segmento de luz visível – é naturalmente evidente para nós. Os gregos antigos reconheceram a natureza específica da luz. Não se tratava de uma das suas quatro essências básicas; a ela foi atribuída uma especificação inteiramente distinta. Eles chamaram um átomo de luz de fóton. Hoje, muitos tipos de energia eletromagnética, além de luz visível, são reconhecidos, mas o termo fóton ainda é usado. Um fóton é a menor quantidade de qualquer tipo de energia eletromagnética, assim como um átomo é a menor quantidade de um elemento. Um fóton pode ser retratado como um pequeno pacote de energia, algumas vezes chamado de quantum, que viaja pelo espaço com velocidade da luz. Denominamos fótons de raios X, fótons de luz e de outros tipos de energia eletromagnética como radiação de fótons. Um fóton de raios X é um quantum de energia eletromagnética. A física da luz visível tem sido sempre um assunto de investigação separado de outras áreas da ciência. Quase todas as leis da óptica clássica foram descritas centenas de anos atrás. No final do século XIX, James Clerk Maxwell mostrou que a luz visível tem ambas as propriedades elétrica e magnética, daí o termo energia eletromagnética. Desde o início do século XX, outros tipos de energia eletromagnética tinham sido descritos e desenvolveu-se uma teoria unificada. A energia eletromagnética é mais bem explicada por referência a um modelo, da mesma maneira que o átomo é mais bem descrito pelo modelo de Bohr. Velocidade e Amplitude Os fótons são perturbações de energia que se movem através do espaço à velocidade da luz (c). Algumas fontes expressam a velocidade da luz como 186.000 milhas por segundo, mas no sistema de unidades SI ela é 3 × 108 m/s. Questão: Qual é o valor de c em milhas por segundo, dado c = 3 × 108 m/s? Resposta: A velocidade de toda radiação eletromagnética, no vácuo, é 3 × 108 m/s. Embora os fótons não tenham massa e, portanto, não apresentem forma que os identifique, possuem campos elétricos e magnéticos que estão constantemente mudando sob uma forma senoidal. Os físicos usam o termo campo para descrever as interações entre as diferentes energias, forças ou massas que podem ser descritas matematicamente. Por exemplo, podemos entender a campo gravitacional, embora não consigamos vê-lo. Sabemos que o campo gravitacional existe porque somos mantidos na Terra por ele. O campo gravitacional governa a interação entre massas diferentes. De modo similar, o campo elétrico governa a interação entre cargas eletrostáticas, e o campo magnético, interações entre os polos magnéticos. A Figura 4-1 mostra três exemplos de uma variação senoidal. Esse tipo de variação é geralmente chamado de onda senoidal. Ondas senoidais podem ser descritas por fórmula matemática e, portanto, têm muitas aplicações em física. FIGURA 4-1 Estas três ondas senoidais são idênticas, exceto pelas suas amplitudes. Ondas senoidais existem na natureza e são associadas a muitos objetos familiares (Fig. 4- 2). Expondo de modo simplificado, ondas senoidais consistem em variações de amplitude ao longo do tempo. FIGURA 4-2 Ondas senoidais estão associadas a muitos fenômenos de ocorrência natural além da energia eletromagnética. A corrente elétrica alternada é constituída de elétrons em movimento para a frente e para trás senoidalmente por intermédio de um condutor. A longa corda presa em uma extremidade vibra de modo senoidal se a extremidade livre é deslocada para cima e para baixo como um chicote. Os braços de um diapasão vibram da mesma maneira após serem chocados com um objeto duro. O peso na extremidade de uma mola varia senoidalmente para cima e para baixo após a mola ter sido esticada. As ondas senoidais na Figura 4-1 são idênticas, exceto por suas amplitudes; a onda senoidal A tem a maior amplitude e a onda senoidal C tem a menor. A amplitude da onda senoidal será discutida mais adiante em conexão com a geração de alta tensão e a retificação em um sistema de imagens de raios X. Amplitude é a metade do intervalo entre a crista e o vale, sobre os quais a onda senoidal varia. Frequência e Comprimento de Onda O modelo de onda senoidal para energia eletromagnética descreve variações dos campos elétrico e magnético como o fóton viajando com velocidade c. As propriedades importantes deste modelo são a frequência, representada por f, e o comprimento de onda, representado pela letra grega lambda (λ). Mais uma interpretação da corda vibrante da Figura 4-2 surge do tatu na beira da estrada, no Texas, que observa o movimento da corda a partir de um ponto intermediário entre a parte presa e o cientista (Fig. 4-3). FIGURA 4-3 Mover a extremidade de uma corda como se fosse um chicote colocará em movimento ondas senoidais que viajam ao longo da corda até o final amarrado. Um observador, a meio caminho, pode determinar a frequência de oscilação pela contagem de cristas ou de vales que passam no ponto (A) por unidade de tempo. O que o tatu enxerga? Se ele move seu campo de visão ao longo da corda, vai observar a crista da onda senoidal viajando ao longo da corda até o final. Se ele fixar sua atenção a um segmento da corda, como o ponto A, verá a corda subir e descer harmonicamente conforme as ondas passam. Quanto mais rápido o cientista, o qual segura a ponta solta da corda, movê-la para cima e para baixo, mais rápida será a sequência de subidas e descidas. A taxa de subidas e descidas é a frequência, normalmente identificada como ciclos por segundo. A unidade de medida é o hertz (Hz). Um hertz é igual a 1 ciclo por segundo. Afrequência é igual ao número de cristas ou ao número de vales que passam pelo ponto de um observador por unidade de tempo. Se o tatu utilizou um cronômetro e contou 20 cristas passando em 10 s, então a frequência será de 20 ciclos em 10 s ou 2 Hz. Se o cientista dobra a taxa na qual ele move a corda para cima e para baixo, o tatu contaria 40 cristas passando em 10 s, e a frequência seria 4 Hz. Frequência é o número de comprimentos de onda que passa pelo ponto de observação por segundo. O comprimento de onda é a distância entre uma crista e outra, de um vale para outro, ou de qualquer ponto da onda senoidal para o próximo ponto correspondente. A Figura 4-4 mostra três ondas senoidais de diferentes comprimentos de onda. Com uma régua métrica, é possível verificar que a onda A se repete a cada 1 cm e, portanto, tem um comprimento de onda de 1 cm. Da mesma forma, a onda B tem um comprimento de onda de 0,5 cm, e a onda C tem um comprimento de onda de 1,5 mm. Logo, é evidente que, conforme a frequência é aumentada, o comprimento de onda é reduzido. A amplitude da onda não está relacionada ao comprimento de onda ou frequência. FIGURA 4-4 Estas três ondas senoidais têm comprimentos de onda diferentes. Quanto menor o comprimento de onda (λ), maior é a frequência. Três parâmetros da onda – velocidade, frequência e comprimento de onda – são necessários para descrever a energia eletromagnética. A relação entre esses parâmetros é importante. Uma mudança em um afeta o valor do outro. A velocidade é constante. Suponha que um tecnólogo em radiologia esteja posicionado para observar o vôo das flechas de ondas senoidais para determinar a sua frequência (Fig. 4-5). Mede-se a primeira onda senoidal e se descobre que ela tem uma frequência de 60 Hz, que significa 60 oscilações (comprimentos de onda) da onda senoidal a cada segundo. FIGURA 4-5 As relações entre a velocidade (v), frequência (f) e comprimento de onda para qualquer onda senoidal. O arqueiro desconhecido coloca imediatamente uma flecha de onda senoidal idêntica em seu arco e a atira com menor força para que essa segunda flecha tenha apenas metade da velocidade da primeira. O observador mede de forma correta a frequência de 30 Hz, mesmo que o comprimento de onda da segunda flecha tenha sido o mesmo que o da primeira. Em outras palavras, quando a velocidade diminui, a frequência diminui proporcionalmente. Em seguida, o arqueiro atira uma terceira flecha de onda senoidal precisamente com a mesma velocidade da primeira, mas com um comprimento de onda duas vezes mais longo se comparado ao desta. Qual deve ser a frequência observada? A resposta correta é 30 Hz. Para dada velocidade, o comprimento de onda e a frequência são inversamente proporcionais. Essa breve analogia demonstra como os três parâmetros associados a uma onda senoidal estão interligados. Uma fórmula matemática simples, chamada equação de onda, expressa essa inter-relação: A EQUAÇÃO DE ONDA Comprimento de onda = Velocidade/Frequência ou v = fλ A equação de onda é utilizada tanto para som quanto para energia eletromagnética. No entanto, lembre-se de que as ondas sonoras são muito diferentes dos fótons eletromagnéticos. As fontes de som são diferentes, as ondas se propagam de maneiras diferentes e suas velocidades variam muito. A velocidade do som depende da densidade do material por onde ela passa. O som não pode viajar através de um vácuo. Questão: A velocidade do som no ar é aproximadamente 340 m/s. O maior tom agudo que uma pessoa pode ouvir é 20 kHz. Qual é o comprimento de onda deste som? Ao lidar com a energia eletromagnética, podemos simplificar a equação de onda porque todas essas energias viajam com a mesma velocidade, num mesmo meio. EQUAÇÃO DE ONDA ELETROMAGNÉTICA c = fλ O produto da frequência pelo comprimento de onda é sempre igual à velocidade da luz para a energia eletromagnética. Dito de outra forma, para a energia eletromagnética, frequência e comprimento de onda são inversamente proporcionais. A seguir, apresentam-se formas alternativas da equação de onda eletromagnética. EQUAÇÃO DE ONDA ELETROMAGNÉTICA Conforme aumenta a frequência de energia eletromagnética, o comprimento de onda diminui, e vice-versa. Questão: A luz amarela tem um comprimento de onda de 580 nm. Qual é a frequência de um fóton de luz amarela? Resposta: Questão: A maior energia de raios X produzida em 100 kVp (100 keV) tem uma frequência de 2,42 1019 Hz. Qual é o seu comprimento de onda? Resposta: ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO A faixa de frequência da energia eletromagnética se estende cerca de 102 até 1024 Hz. Os comprimentos de onda dos fótons associados a essas radiações são aproximadamente 107 a 10−16 m, respectivamente. Essa vasta gama de valores abrange vários tipos de energia eletromagnética, a maioria dos quais são familiares para nós. Agrupados, esses tipos de energia formam o espectro eletromagnético. O espectro eletromagnético inclui toda a faixa de energia eletromagnética. O espectro eletromagnético conhecido contém as três regiões mais importantes para a ciência radiológica: luz visível, radiação X e radiofrequência. Outras partes do espectro incluem luz ultravioleta, luz infravermelha e radiação de micro-ondas. Embora sejam discutidos diferentes tipos de energia, os fótons são essencialmente os mesmos. Cada um pode ser representado como um pacote de energia composto dos campos elétrico e magnético variáveis que viajam à velocidade da luz. Os fótons dessas diferentes porções do espectro eletromagnético diferem apenas em frequência e comprimento de onda. O ultrassom não é produzido em forma de fótons e não tem uma velocidade constante. Ultrassom é uma onda de movimento das moléculas. O ultrassom requer matéria; energia eletromagnética pode existir no vácuo. O ultrassom diagnóstico não faz parte do espectro eletromagnético. Medição do Espectro Eletromagnético O espectro eletromagnético mostrado na Figura 4-6 contém três diferentes escalas, cada uma destinada à energia, à frequência e ao comprimento de onda. Por ser constante a velocidade de todas as energias eletromagnéticas, o comprimento de onda e a frequência são inversamente proporcionais. FIGURA 4-6 O espectro eletromagnético se estende por mais de 25 ordens de grandeza. Este gráfico mostra os valores de energia, frequência e comprimento de onda e identifica as três janelas usadas na produção de imagens. Embora os segmentos do espectro eletromagnético muitas vezes sejam dados em intervalos precisos, esses intervalos de fato se sobrepõem dependendo dos métodos de produção e técnicas de detecção. Por exemplo, por definição, luz ultravioleta possui um comprimento de onda mais curto do que a luz violeta e não pode ser percebida pelo olho. O que é luz violeta visível para um observador, no entanto, pode ser luz ultravioleta para outro. Da mesma forma, micro-ondas e luz infravermelha são indistinguíveis na sua região comum do espectro. As primeiras investigações se focaram na luz visível. Estudos de reflexão, refração e difração mostraram que a luz tinha forma de onda. Consequentemente, a luz visível é descrita por comprimento de onda, medido em metros. Na década de 1880, alguns cientistas começaram a fazer experimentos com o rádio, o que requereu a oscilação dos elétrons em um condutor. Por conseguinte, a unidade de frequência, o hertz, é utilizada para descrever as ondas de rádio. Por fim, em 1895, Roentgen descobriu os raios X pela aplicação de um potencial elétrico (quilovolts) mediante um tubo de Crookes. Consequentemente, os raios X são descritos em termos de uma unidade de energia, o eletron-volt (eV). A energia de um fóton é diretamente proporcional à sua frequênciaDeve ficar claro que estas três escalas estão relacionadas direta e matematicamente. Se você sabe o valor da energia eletromagnética em uma escala, é possível calcular seu valor sobre as outras duas com facilidade. O espectro eletromagnético tem sido cientificamente investigado por mais de um século. Cientistas trabalhando com energia em uma porção do espectro muitas vezes desconheciam que outros investigavam outra porção. Por conseguinte, não há de um modo geral uma única dimensão reconhecida para medir a energia eletromagnética. Luz Visível Um físico óptico descreve a luz visível em termos de comprimento de onda. Quando a luz solar passa através de um prisma (Fig. 4-7), não surge como luz branca, mas com as cores do arco-íris. FIGURA 4-7 Quando passa por um prisma, a luz branca é refratada em suas cores componentes. Estas cores têm comprimentos de onda que se estendem cerca de 400 a 700 nm. Apesar dos fótons de luz visível viajarem em linha reta, seu percurso pode ser desviado quando passam de um meio transparente para outro. Esse desvio na trajetória da viagem, chamado de refração, é a causa de muitos fenômenos peculiares, porém conhecidos, tais como um arco-íris ou a curvatura aparente de um canudo em um copo de água. A luz branca é composta de fótons com uma faixa de comprimentos de onda, e o prisma atua para separar e agrupar a luz emergente em cores devido ao fato de que diferentes comprimentos de onda são refratados por diversos ângulos. As cores que compõem luz branca têm valores de comprimento de onda que variam de aproximadamente 400 nm para violeta a 700 nm para vermelho. A luz visível ocupa o menor segmento do espectro eletromagnético, e ainda é a única parte que podemos perceber diretamente. A luz solar também contém dois tipos de luz invisível: infravermelho e ultravioleta. A luz infravermelha é constituída por fótons com comprimentos de onda maiores do que os da luz visível, mas menores do que aqueles de micro-ondas. A luz infravermelha aquece qualquer substância na qual ela incida. Pode ser considerada como calor radiante. A luz ultravioleta se situa no espectro eletromagnético entre a luz visível e a radiação ionizante. Ela é responsável pelas interações moleculares que podem resultar em queimaduras solares. Radiofrequência Um engenheiro de rádio ou televisão descreve ondas de rádio em se tratando de sua frequência. Por exemplo, a estação de rádio WIMP pode transmitir a 960 kHz, e a sua estação de televisão associada, WIMP-TV, pode transmitir a 63,7 MHz. Transmissões de comunicação são geralmente identificadas por sua frequência de transmissão e denominadas como emissões de radiofrequência (RF). A RF ocupa uma parte considerável do espectro eletromagnético. A RF tem energia relativamente baixa e comprimento de onda relativamente longo. Operadores de rádio amador conversam por radiodifusão na faixa de 10 m ou na faixa de 30 m; esses números referem-se ao comprimento de onda aproximado de emissão. Transmissões padrão de rádio AM têm um comprimento de onda de cerca de 100 m. Transmissões de televisão e rádio FM ocorrem em comprimentos de onda muito menores. Uma vez que também se utilizam micro-ondas para comunicação, a RF e a emissão por micro-ondas sobrepõem-se consideravelmente. RF com comprimentos de onda muito curtos consiste em radiação de micro-ondas. Frequências de micro-ondas variam de acordo com a utilização, mas são sempre superiores à RF de transmissão e menores que o infravermelho. As micro-ondas apresentam muitas aplicações, tais como na comunicação telefônica por celulares, monitoramento de velocidade nas estradas, diatermia médica e na preparação de cachorro-quente Radiação Ionizante Diferente de RF ou luz visível, a energia eletromagnética ionizante geralmente é caracterizada pela energia contida em um fóton. Quando um sistema de imagens de raios X é operado a 80 kVp, os raios X produzidos contêm energias variando de 0 a 80 keV. Um fóton de raios X contém consideravelmente mais energia do que um fóton de luz visível ou um fóton RF. A frequência de radiação X é muito maior e o comprimento de onda muito menor do que em outros tipos de energia eletromagnética. Costuma-se dizer que os raios gama têm maior energia do que os raios X. Nos primeiros tempos da radiologia isto era verdade devido à limitada capacidade dos sistemas de imagem de raios X disponíveis. Hoje, aceleradores lineares tornam possível produzir raios X com energias bem mais elevadas do que nas emissões de raios gama. Consequentemente, a distinção por energia não é apropriada. A única diferença entre os raios X e os raios gama é sua origem. Os raios X são emitidos a partir da nuvem eletrônica de um átomo que tenha sido estimulado artificialmente (Fig. 4-8). Os raios gama, por outro lado, vem de dentro do núcleo de um átomo radioativo (Fig. 4-9). FIGURA 4-8 Raios X são produzidos fora do núcleo de átomos excitados. FIGURA 4-9 Os raios gama são produzidos no interior do núcleo de átomos radioativos. Os raios X são produzidos nos sistemas de diagnóstico por imagem, ao passo que os raios gama são emitidos de forma espontânea a partir de material radioativo. No entanto, considerando um raio X e um raio gama de mesma energia, é impossível distinguí-los. Tal situação é análoga à diferença entre partículas beta e elétrons. Essas partículas são idênticas, exceto as partículas beta, as quais provêm do núcleo e os elétrons que se originam de fora do núcleo. A luz visível é identificada pelo comprimento de onda, RF é identificada pela frequência e os raios X são identificados pela energia. Mais uma vez, três regiões do espectro eletromagnético são em particular importantes para a ciência radiológica. Naturalmente, a região de raios X é fundamental para produzir uma radiografia de alta qualidade. A região de luz visível também é importante porque as condições de visualização de uma imagem radiográfica ou fluoroscópica são críticas para o diagnóstico. Com o desenvolvimento dos sistemas de imagem por ressonância magnética (IRM), a região de radiofrequência tornou-se mais importante em produção de imagens médicas. O triângulo de relacionamento eletromagnético (Fig. 4-10) pode ser útil para relacionar cada escala às outras duas. FIGURA 4-10 O triângulo de relação eletromagnética. DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA Um fóton de radiação X e um fóton de luz visível são fundamentalmente a mesma coisa, exceto que a radiação X tem muito maior frequência e, portanto, um menor comprimento de onda se comparada à luz visível. Essas diferenças causam variações em se tratando do modo como esses fótons interagem com a matéria. Fótons de luz visível tendem a se comportar de maneira mais semelhante às ondas do que às partículas. O oposto vale para os fótons de raios X, que se comportam mais como partículas do que como ondas. Na verdade, ambos os tipos de fótons apresentam os dois tipos de comportamento – um fenômeno conhecido como a dualidade onda-partícula da energia eletromagnética. Fótons interagem com a matéria de modo mais fácil quando esta é aproximadamente do mesmo tamanho que o comprimento de onda do fóton. Outra maneira geral de considerar a interação da radiação eletromagnética com a matéria corresponde ao comprimento de onda. Ondas de rádio e TV, cujos comprimentos de onda são medidos em metros, interagem com hastes metálicas ou fios chamados antenas. Micro-ondas, cujos comprimentos de onda são medidos em centímetros, interagem mais facilmente com objetos de mesmo tamanho, tais como cachorros-quentes e hambúrgueres. O comprimento de onda da luz visívelé medido em nanômetros (nm); a luz visível interage com as células vivas, tais como bastonetes e cones do olho. Luz ultravioleta interage com moléculas e raios X interagem com elétrons e átomos. Toda a radiação com comprimento de onda maior que os de radiação X interage, principalmente, como um fenômeno ondulatório. Os raios X se comportam como se fossem partículas. Modelo Ondulatório: Luz Visível Uma das características originais da vida animal é o sentido da visão. É interessante que nós tenhamos desenvolvido órgãos que sintam somente uma parcela tão restrita da enorme extensão do espectro eletromagnético. Essa estreita parcela é chamada de luz visível. O espectro de luz visível se estende desde comprimentos de onda curtos da radiação violeta, por intermédio do verde e amarelo, aos comprimentos de onda longos da radiação vermelha. Nos dois extremos do espectro de luz visível estão a luz ultravioleta e a luz infravermelha. Nem uma nem outra pode ser detectada pelo olho humano, mas por outros meios, tais como a emulsão fotográfica. A luz visível interage com a matéria de forma muito diferente dos raios X. Quando um fóton de luz atinge um objeto, ele coloca as moléculas do objeto em vibração. Os elétrons orbitais de alguns átomos de certas moléculas são excitados para um nível de energia que é maior do que o normal. Essa energia é imediatamente reemitida como um outro fóton de luz; ela é refletida. As estruturas atômica e molecular de qualquer objeto determinam quais os comprimentos de onda da luz são refletidos. A folha ao sol aparece verde porque quase todos os fótons de luz visível são absorvidos por elas. Só fótons com comprimentos de onda na região verde são refletidos. Da mesma forma, um balão pode parecer vermelho, absorvendo todos os fótons de luz visível, exceto os fótons de maior comprimento de onda correspondente ao vermelho, os quais são refletidos. Muitos fenômenos conhecidos da luz, como a reflexão, absorção e transmissão, são explicados mais facilmente pelo uso do modelo ondulatório da energia eletromagnética. Quando uma pedra cai em uma lagoa tranquila, ondulações irradiam a partir do centro da perturbação, formando ondas. Essa situação é semelhante à natureza de onda da luz visível. A Figura 4-11 mostra a diferença nas ondas de água entre uma perturbação inicial causada por um pequeno objeto e uma causada por um grande objeto. A distância entre as cristas das ondas é muito maior com o objeto grande do que com o pequeno. FIGURA 4-11 Um pequeno objeto que caia em uma lagoa calma cria ondas de comprimento de onda curto. Um objeto grande cria ondas de comprimento de onda muito maior. A luz visível se comporta como uma onda. No caso das ondas de água, a diferença no comprimento de onda é proporcional à energia introduzida no sistema. Com a luz, o oposto é verdadeiro: quanto menor o comprimento de onda do fóton, maior é a sua energia. Se a analogia da pedra no lago for estendida para uma sucessão contínua de pedras jogadas no meio do oceano calmo, então, às margens do oceano, as ondas aparecerão como linhas retas em vez de circulares. As ondas de luz se comportam assim porque a distância da fonte é muito grande. A maneira pela qual a luz é refletida ou transmitida por meio de uma superfície representa uma consequência deste movimento ondulatório em linha reta. Quando as ondas do oceano se chocam em um anteparo vertical (Fig. 4-12), as ondas refletidas espalham-se a partir do anteparo, no mesmo ângulo em que as ondas incidentes o atingiram. Quando o anteparo é removido e substituído por uma praia, as ondas de água simplesmente caem na praia, dissipam a sua energia e são absorvidas. Quando existe uma condição intermediária em que o anteparo foi substituído por uma linha de estacas, a energia das ondas é dissipada e absorvida. FIGURA 4-12 Energia é refletida quando as ondas se chocam em um anteparo. Ela é absorvida por uma praia. É parcialmente absorvida ou atenuada por uma linha de estacas. A luz também é refletida, absorvida ou atenuada, dependendo da composição da superfície em que for incidente. Atenuação da energia eletromagnética é a redução na sua intensidade, que resulta da dispersão e da absorção. A luz visível pode interagir com a matéria de forma semelhante. A reflexão a partir da superfície prateada de um espelho é um exemplo comum. Exemplos de transmissão, absorção e atenuação da luz são igualmente fáceis de identificar. Quando as ondas de luz são absorvidas, a energia depositada no absorvedor reaparece como calor. Uma estrada de asfalto negro reflete muito pouca luz visível, mas absorve uma quantidade considerável dela. Desta forma, a superfície da estrada pode ficar muito quente. Apenas uma ligeira modificação pode alterar a forma com a qual alguns materiais transmitem ou absorvem a luz. Há três graus de interação entre a luz e um material absorvente: transparência, translucidez e opacidade (Fig. 4-13). FIGURA 4-13 Os objetos absorvem a luz em três graus: de modo algum (transmissão), parcialmente (atenuação) e completamente (absorção). Os objetos associados a esses graus de absorção são chamados transparentes, translúcidos e opacos, respectivamente. A janela de vidro é transparente; ela permite que a luz seja transmitida quase inalterada. Pode-se ver através do vidro, pois a superfície é lisa e a estrutura molecular é firme e bem disposta. Ondas de luz incidentes causam vibrações moleculares e eletrônicas dentro do vidro. Essas vibrações são transmitidas através do vidro e são irradiadas novamente quase sem alteração. Quando a superfície do vidro é áspera como uma lixa, a luz ainda é transmitida através do vidro, mas de maneira espalhada e reduzida em intensidade. Em vez de uma visão clara, têm-se apenas formas borradas. Tais vidros são translúcidos. Quando o vidro está pintado de preto, as características do pigmento na pintura encontram-se de tal forma que nenhuma luz consegue passar através dela. Qualquer luz incidente é totalmente absorvida na pintura. Esse vidro é opaco à luz visível. Os termos radiopaco e radiolúcido são utilizados com frequência em diagnóstico por raio X para descrever a aparência visual das estruturas anatômicas. Estruturas que absorvem os raios X são chamadas de radiopacas. Estruturas que transmitem os raios X são chamadas de radiolúcidas (Fig. 4-14). O osso é radiopaco, ao passo que o tecido pulmonar e, em certa medida alguns tecidos moles, são radiolúcidos. FIGURA 4-14 As estruturas que atenuam os raios X são descritas como radiolúcidas ou radiopacas, dependendo do grau relativo de transmissão ou de absorção de raios X, respectivamente. Lei do Inverso do Quadrado da Distância Quando a luz é emitida por uma fonte como o Sol ou uma lâmpada, sua intensidade diminui rapidamente com a distância da fonte. Raios X exibem precisamente a mesma propriedade. A Figura 4-15 mostra que, quando um livro é movido para mais longe de uma fonte de luz, a intensidade da luz cai. FIGURA 4-15 A lei do inverso do quadrado da distância descreve a relação entre a intensidade da radiação e a distância da fonte de radiação. Essa diminuição na intensidade é inversamente proporcional ao quadrado da distância do objeto a partir da fonte. Matematicamente, é denominada lei do inverso do quadrado da distância e expressa como se segue: LEI DO INVERSO DO QUADRADO DA DISTÂNCIA onde I1 é a intensidade a uma distância d1 a partir da fonte, e I2 é a intensidade a uma distância d2 da fonte. A razão para a rápida diminuição na intensidade com aumento da distância é que o total da luz emitida é espalhado por uma área cada vez maior. O equivalente deste fenômeno na analogia da onda de água é a redução da amplitude daonda com a distância da fonte. O comprimento de onda permanece fixo. A intensidade da energia eletromagnética (radiação) é inversamente proporcional ao quadrado da distância da fonte. Se a fonte de energia eletromagnética não é um ponto, mas sim uma linha como uma lâmpada fluorescente, a lei do inverso do quadrado da distância não é válida em distâncias próximas à fonte. Em grandes distâncias a partir da fonte, a lei do inverso do quadrado da distância pode ser aplicada. A lei do inverso do quadrado da distância pode ser aplicada a distâncias maiores que sete vezes a maior dimensão da fonte. Para aplicar essa lei, você deve conhecer três dos quatro parâmetros, que consistem em duas distâncias e duas intensidades. A situação usual implica uma intensidade conhecida em uma distância fixa da fonte e uma intensidade desconhecida em uma distância maior. Questão: A intensidade da luz de uma lâmpada de leitura é de 100 mililumens (mlm), I2, a uma distância de 1 m, d2. (O lúmen é uma unidade de intensidade de luz.) Qual é a intensidade, I1, desta luz a 3 m, d1? Resposta: Essa relação entre a intensidade da energia eletromagnética (radiação) e a distância da fonte se aplica de modo bem semelhante à intensidade dos raios X. Questão: A exposição de um tubo de raios X operado em 70 kVp, 200 mAs, é de 400 mR (4 mGya) na distância de 90 cm. Qual será a exposição na distância de 180 cm? Resposta: Este exemplo ilustra que, quando a distância da fonte é duplicada, a intensidade da radiação é reduzida em um quarto; inversamente, quando a distância é reduzida pela metade, a intensidade é aumentada por um fator de quatro. Questão: Para uma determinada técnica, a intensidade dos raios X a 1 m é de 450 mR (4,5 mGya). Qual é a intensidade na borda da cabine de controle, a uma distância de 3 m, se o feixe útil é dirigido para a cabine? (Isto, claro, nunca deve ser feito!) Resposta: Na maioria das vezes, é necessário determinar a distância da fonte na qual a radiação tem uma dada intensidade. Este tipo de problema é comumente encontrado na projeção das instalações radiológicas. Questão: Um sistema de imagem radiográfica de tórax temporária está para ser instalado em uma grande sala. A técnica utilizada resulta em uma exposição de 25 mR (0,25 mGya) a 180 cm. A área por trás do suporte do tórax, no qual a intensidade de exposição supera 1 mR (0,01 mGya), deve ser isolada. Quão longe do tubo de raios X deve se localizar essa área? Resposta: Nos exercícios anteriores, a intensidade do feixe de raios X é calculada a uma distância a qual assume que a fonte seja constante. Na radiografia prática, é comum fazer o mecanismo contrário. Calcula-se qual a intensidade em que o feixe deve estar na fonte (ou seja, no ponto focal dos raios X), de modo que a exposição a uma distância até o receptor de imagem permaneça constante. Portanto, mais adiante, usaremos a fórmula anterior, mas com um lado invertido, e a chamaremos de Lei do Inverso do Quadrado da Distância. Modelo Corpuscular: Teoria Quântica Em contraste com outras partes do espectro eletromagnético, os raios X são geralmente identificados por sua energia, medida em eletronvolts (eV). As energias dos raios X variam cerca de 10 keV a 50 MeV. Os comprimentos de onda associados a esta faixa de radiação X é de aproximadamente 10−10 a 10−14 m. A frequência desses fótons demonstram variação aproximada de 1018 a 1022 Hz. A Tabela 4-1 descreve os vários tipos de raios X produzidos e o emprego geral de cada um. Estamos interessados principalmente na faixa de diagnóstico da radiação X, embora o que for dito sobre esse intervalo valha igualmente bem para outros tipos de radiação X. Tabela 4-1 Exemplos da Larga Faixa de raios X Produzidos para Aplicação em Medicina, Pesquisa e Indústria Tipo de Raios X kVp Aproximada Aplicação Difração <10 keV Pesquisa: análise estrutural e molecular Raios Grenz* 10-20 keV Medicina: dermatologia Superficial 50-100 keV Medicina: terapia de tecidos superficiais Diagnóstico 30-150 keV Medicina: imagem de estruturas anatômicas e tecidos Ortovoltagem* 200-300 keV Medicina: terapia de tecidos profundos Supervoltagem* 300-1.000 keV Medicina: terapia de tecidos profundos Megavoltagem >1 MeV Medicina: terapia de tecidos profundos Indústria: verificação de integridade de metais soldados * Essas modalidades de terapia de radiação não estão mais em uso. Um fóton de raios X pode ser imaginado como contendo um campo elétrico e um campo magnético que variam de modo senoidal, são perpendiculares entre si, com início e fim que sofrem uma diminuição de amplitude (Fig. 4-16). O comprimento de onda de um fóton de raios X é medido da mesma forma que a de qualquer energia eletromagnética: ele é a distância entre qualquer posição da onda senoidal e a posição correspondente da próxima onda. A frequência de um fóton de raios X é calculada de forma semelhante à frequência de qualquer fóton eletromagnético, pelo uso da equação de onda. FIGURA 4-16 Toda radiação eletromagnética, incluindo raios X, pode ser visualizada como duas ondas senoidais perpendiculares, que viajam em uma linha reta à velocidade da luz. Uma das ondas senoidais representa um campo elétrico e a outra um campo magnético. O fóton de raio X é um pacote discreto de energia. Quando criados, os raios X se movem com a velocidade da luz (c), existem com essa velocidade (c) ou não existem. Trata-se de uma das afirmações substantivas da teoria quântica de Planck. Max Planck foi um físico alemão cujas teorias matemáticas e físicas sintetizaram nossa compreensão da radiação eletromagnética em um modelo uniforme; por esse trabalho, recebeu o Prêmio Nobel em 1918. Outra consequência importante desta teoria é a relação entre energia e frequência: a energia do fóton é diretamente proporcional à frequência do fóton. A constante de proporcionalidade, conhecida como constante de Planck e simbolizada por h, tem um valor numérico de 4,15 × 10−15 eVs ou 6,63 × 10−34 Js. Matematicamente, a relação entre a energia e a frequência é expressa como se segue: EQUAÇÃO QUÂNTICA DE PLANCK E = hf onde E é a energia do fóton, h é a constante de Planck e f é a frequência do fóton em hertz. A energia de um fóton é diretamente proporcional à sua frequência. Questão: Qual é a frequência dos raios X com energia de 70 keV? Resposta: Questão: Qual é a energia de um fóton irradiado da estação de rádio WIMP-AM, que tem uma frequência de transmissão 960 kHz? Resposta: Uma extensão da equação de Planck é a relação entre a energia do fóton e o comprimento de onda do fóton. Esta relação é útil para calcular os comprimentos de onda equivalentes dos raios X e de outros tipos de radiação. EQUAÇÕES DE PLANCK EQUIVALENTES Em outras palavras, a energia do fóton é inversamente proporcional ao comprimento de onda do fóton. Nesta relação, a constante da proporcionalidade é uma combinação de duas constantes, a constante de Planck e a velocidade da luz. Quanto maior o comprimento de onda de energia eletromagnética, menor é a energia de cada fóton. Questão: Qual é a energia de um fóton de luz verde cujo comprimento de onda é 550 nm? Resposta: MATÉRIA E ENERGIA Começamos o Capítulo 1 com a afirmação de que tudo que existe pode ser classificado como matéria ou energia. Afirmamos ainda que matéria e energia são realmente manifestações uma da outra. Segundo a física clássica, a matéria não pode ser criada nem destruída – lei conhecida como a lei da conservação da matéria. Uma lei similar, a lei de conservação de energia, afirma que a energia não pode ser criada nem destruída. Einstein e Planck ampliaram muito essas teorias. Segundo a física quântica e a física da relatividade, a matéria pode ser transformada em energiae vice-versa. A fissão nuclear, base para a geração de eletricidade, é um exemplo de conversão de matéria em energia. Em radiologia, um processo conhecido como produção de pares (Cap. 10) é um exemplo da conversão de energia em massa. Uma relação simples apresentada no Capítulo 1 permite o cálculo do equivalente energético da massa e a massa equivalente da energia. Esta equação é uma consequência da teoria da relatividade de Einstein e é familiar a todos. Como o eletronvolt, o joule (J) é uma unidade de energia. Um joule é igual a 6,24 × 1018 eV. RELATIVIDADE E = mc2 Na equação, E é a energia, medida em joules, m é a massa, medida em quilogramas, e C é a velocidade da luz, medida em metros por segundo. Questão: Qual é a equivalência energética de um elétron (massa = 9,109 × 10−31 kg), medido em joules e em eletronvolts? Resposta: O problema pode ser anunciado no sentido inverso como se segue. Questão: Qual é a massa equivalente de um raio X de 70 keV? Resposta: Empregando as relações ditas anteriormente, pode-se calcular a massa equivalente de um fóton quando apenas o comprimento de onda ou frequência do fóton é conhecido. Questão: Qual é a massa equivalente de um fóton de 1.000 MHz de radiação de micro- ondas? Resposta: Questão: Qual é a massa equivalente de um fóton de luz ultravioleta de 330 nm? Resposta: Cálculos deste tipo podem ser usados com a finalidade de criar uma escala da massa equivalente para o espectro eletromagnético (Fig. 4-17). Esta escala pode ser usada para verificar as respostas dos exemplos anteriores e de alguns dos problemas do Workbook and Laboratory Manual*. FIGURA 4-17 Massa e energia são duas formas de um mesmo ente. Esta escala mostra a equivalência entre massa medida em kg e energia medida em eletronvolts. RESUMO Embora matéria e energia sejam intercambiáveis, a produção de imagens por raios X é baseada em energia na forma de fótons de raios X que interagem com o tecido e com um receptor de imagem. Os raios X são um tipo de fóton de energia eletromagnética. Frequência, comprimento de onda, velocidade e amplitude são usados para descrever as várias regiões de imagem do espectro eletromagnético. Essas características da energia eletromagnética determinam como tal radiação interage com a matéria. QUESTÕES 1. Defina ou identifique o que se segue: a. Fóton b. Radiolúcido c. Lei do inverso do quadrado da distância d. Frequência e. Lei de conservação de energia f. Raio Gama g. Espectro eletromagnético h. Variação senoidal (seno) i. Quantum j. Luz visível 2. Esquematize precisamente um fóton de luz laranja (λ = 620 nm) e identifique sua velocidade, campo elétrico, campo magnético e comprimento de onda. 3. Um estrondo de trovão associado a relâmpagos tem uma frequência de 800 Hz. Se o seu comprimento de onda é de 50 cm, qual é a sua velocidade? Quão longe está o trovão se o intervalo de tempo entre a visualização dos relâmpagos e a audição do trovão é de 6 s? 4. Qual é a frequência associada a um fóton de radiação de micro-ondas que tem um comprimento de onda de 10−4 m? 5. A estação de rádio WIMP-FM transmite em 104 MHz. Qual é o comprimento de onda desta radiação? 6. Na mamografia, raios X de 28 keV são usados. Qual é a frequência dessa radiação? 7. A radiografia do cólon preenchido com bário exige a técnica de alto kVp. Esses raios X podem ter energia de 110 keV. Quais são a frequência e o comprimento de onda desta radiação? 8. Qual é a energia de raios X de 110 keV da Questão 7 quando expressa em joules? Qual é a sua massa equivalente? 9. A intensidade de saída de um sistema de imagens radiográficas normal é de 5 mR/mAs a 100 cm. Qual é a intensidade de saída de tal sistema a 200 cm? 10. Um sistema móvel de imagens de raios X tem uma intensidade de saída de 4 mR/mAs a 100 cm. Condições exigem que um exame especial seja realizado com 75 cm de DFR. Qual será a intensidade de saída nesta distância? 11. Escreva a equação da onda. 12. Como estão relacionados a frequência e o comprimento de onda? 13. Escreva a lei do inverso do quadrado da distância e descreva seu significado. 14. A intensidade da luz de uma lâmpada de leitura é 200 mililumens (mlm) a uma distância de 2 metros (m). Qual é a intensidade da luz a 3 m? 15. Quais são as três janelas de imagem do espectro eletromagnético e qual unidade de medida é aplicada a cada uma? 16. Qual é o intervalo de energia de raios X diagnóstico? 17. Qual é a diferença entre os raios X e os raios gama? 18. Algumas regiões do espectro eletromagnético se comportam como ondas e outras se comportam como partículas na sua interação com a matéria. Como é chamado esse fenômeno? 19. Defina atenuação. 20. Qual é a frequência de um fóton de raios X de 70 keV? As respostas das questões podem ser encontradas no fim do livro. * Nota da Tradução: Esse manual de exercícios e de laboratório ainda não foi traduzido para o português. CAPÍTULO 5 Eletricidade, Magnetismo e Eletromagnetismo TÔPICOS Eletrostática Leis Eletrostáticas Potencial Elétrico Eletrodinâmica Circuitos Elétricos Potência Elétrica Magnetismo Leis do Magnetismo Indução Magnética Eletromagnetismo Indução Eletromagnética Dispositivos Eletromecânicos OBJETIVOS Ao final deste capítulo, o estudante deverá ser capaz de: 1. Definir eletrificação e fornecer exemplos 2. Listar as leis da eletrostática 3. Identificar as unidades de corrente elétrica, potencial elétrico e energia elétrica 4. Identificar as interações entre matéria e campos magnéticos 5. Discutir as quatro leis do magnetismo 6. Correlacionar as experiências de Oersted, Lenz e Faraday definindo as relações entre eletricidade e magnetismo 7. Identificar as leis da indução eletromagnética ESTE CAPÍTULO sobre eletricidade, magnetismo e eletromagnetismo apresenta brevemente os conceitos básicos necessários para um estudo mais aprofundado do sistema de imagens de raios X e seus vários componentes. Como a função primária do sistema de imagens de raios X é converter energia elétrica em energia eletromagnética – raios X – o estudo da eletricidade, do magnetismo e do eletromagnetismo é particularmente importante. Este capítulo começa com a apresentação de alguns exemplos de dispositivos familiares que convertem a eletricidade em outras formas de energia. Eletrostática é a ciência das cargas elétricas estacionárias. Eletrodinâmica é a ciência de cargas elétricas em movimento. Eletromagnetismo descreve como os elétrons recebem energia potencial elétrica (tensão) e como os elétrons em movimento criam magnetismo. O magnetismo se tornou mais importante no diagnóstico por imagem em razão do uso na ressonância magnética (RM) como uma ferramenta de diagnóstico médico. O capítulo descreve a natureza do magnetismo por meio da discussão das leis que governam os campos magnéticos. Essas leis são semelhantes àquelas que governam os campos elétricos; conhecê-los é essencial para a compreensão da função dos vários componentes do sistema de imagens de raios X. Indução eletromagnética é um meio de transferir a energia potencial elétrica de uma posição para outra, como em um transformador. A principal função de um sistema de imagens por raios X (Fig. 5-1) é converter energia elétrica em energia eletromagnética. A energia elétrica é fornecida para o sistema de imagens por raios X sob a forma de corrente elétrica bem controlada. Uma conversão ocorre no tubo de raios X, onde a maior parte desta energia elétrica é transformada em calor e outra pequena parte, em raios X. FIGURA 5-1 O sistema de imagens por raios X converte a energia elétrica em energia ele-tromagnética. (Cortesia de GE Healthcare.) A Figura 5-2 mostra outros exemplos mais conhecidos de conversão de energia elétrica. Quando uma bateria de automóvel descarrega, a carga elétrica restaura a energia química da bateria. A energia elétrica é convertida em energia mecânicacom um dispositivo conhecido como motor elétrico, que pode ser usado para acionar uma serra elétrica. Uma torradeira ou um forno elétrico convertem energia elétrica em energia térmica. Há, naturalmente, muitos outros exemplos de conversão de energia elétrica em outras formas de energia. FIGURA 5-2 A energia elétrica pode ser convertida de, ou para, outras formas por diversos dispositivos, tais como a bateria (A) da energia química, o motor (B) para a energia me-cânica e o churrasco (C) para a energia térmica. ELETROSTÁTICA A matéria exibe equivalência de massa e energia. Matéria também pode ter carga elétrica. A carga elétrica surge em unidades discretas que são positivas ou negativas. Elétrons e prótons são as menores unidades de carga elétrica. O elétron tem uma unidade de carga negativa, o próton tem uma unidade de carga positiva. Assim, as cargas elétricas associadas com um elétron e um próton têm a mesma magnitude, mas sinais opostos. Eletrostática é o estudo das cargas elétricas estacionárias. Devido à maneira como os átomos são construídos, muitas vezes, os elétrons podem circular livremente a partir da camada mais externa de um átomo para outro átomo. Prótons, por outro lado, estão fixos no interior do núcleo de um átomo e não são livres para se mover. Consequentemente, quase todas as discussões sobre carga elétrica tratam de cargas elétricas negativas – aquelas associadas com o elétron. Ao tocar em uma maçaneta de metal depois de ter andado sobre um carpete fofo de inverno, você recebe um choque (por contato). Tal choque ocorre porque os elétrons são arrancados do tapete para o seu calçado (por fricção), fazendo com que você fique eletrificado. Um objeto é dito eletrificado se tiver elétrons em falta ou em excesso. Eletrificação pode ser criada por contato, fricção ou indução. No entanto, os elétrons da camada externa de alguns tipos de átomos são fracamente ligados e podem ser removidos com facilidade. A remoção desses elétrons eletrifica as substâncias de onde foram retirados e resulta em eletricidade estática. Se você passar um pente pelos seus cabelos, elétrons serão removidos do cabelo e depositados no pente. O pente se torna eletrificado com o excesso de cargas negativas. Um pente eletrificado pode atrair pedaços pequenos de papel, como se o pente fosse um ímã (Fig. 5-3). Por causa de seus elétrons em excesso, o pente repele alguns elétrons no papel, fazendo com que a borda mais próxima se torne ligeiramente carregada positivamente. Isso resulta em uma pequena força eletrostática atrativa. Da mesma forma, o cabelo fica eletrificado porque tem um número anormalmente baixo de elétrons e pode “ficar em pé” devido à sua repulsão mútua. FIGURA 5-3 Ao passar um pente rapidamente pelo cabelo, pode-se causar a eletrificação do cabelo e do pente através da transferência de elétrons do cabelo para o pente. O estado de eletrificação possibilita pegar pequenos pedaços de papel com o pente e fazer com que o cabelo fique em pé. Um objeto que está sempre disponível para receber cargas elétricas de um objeto eletrificado é a Terra. A Terra se comporta como um enorme reservatório para dispersar cargas elétricas. Por esta capacidade, é chamada de aterrador elétrico. Durante uma tempestade, o vento e o movimento das nuvens podem retirar elétrons de uma nuvem e depositá-los em outra (por indução). Ambas as nuvens se tornam eletrificadas, uma negativamente e outra positivamente. Se a eletrificação se torna muito intensa, uma descarga pode ocorrer entre as nuvens; neste caso, elétrons são rapidamente transportados de volta para a nuvem que estiver deficiente deles. Este fenômeno é chamado de relâmpago. Embora o relâmpago possa ocorrer entre nuvens, ele ocorre com mais frequência entre uma nuvem eletrificada e a Terra (Fig. 5-4). FIGURA 5-4 Nuvens eletrificadas são as fontes de raios em uma tempestade. Outro exemplo conhecido de eletrificação é visto em todo filme sobre Frankenstein. Normalmente, o laboratório do Dr. Frankenstein é preenchido com aparelhos elétricos, fios e grandes esferas de aço, com faíscas saindo em todas as direções (Fig. 5-5). Essas faíscas são criadas porque os diversos objetos – fios, bolas de aço e assim por diante – são altamente eletrificados. FIGURA 5-5 Esta cena do filme original de Frankenstein (1931) mostra um dos primeiros tecnólogos em radiologia. (Cortesia de Bettmann/Corbis.) A menor unidade de carga elétrica é o elétron. Essa carga é pequena demais para ser útil, de modo que a unidade fundamental de carga elétrica é o coulomb (C): 1 C = 6 × 1018 cargas do elétron. Questão: Qual é a carga eletrostática de um elétron? Resposta: Um coulomb (C) é equivalente a 6,3 × 1018 cargas do elétron, portanto, Questão: A carga eletrostática transferida entre duas pessoas após uma delas ter arranhado seus pés em um tapete de náilon é um microcoulomb. Quantos elétrons são transferidos? Resposta: 1 C = 6 × 1018 elétrons 1 μC = 6 × 1012 elétrons transferidos Questão: Um ampère é o fluxo de um coulomb por segundo, portanto “mAs” é uma medida de qual quantidade? Resposta: que é carga eletrostática Leis Eletrostáticas Quatro leis gerais da eletrostática descrevem como cargas elétricas interagem umas com as outras e com objetos neutros. Cargas opostas se atraem, assim como cargas iguais se repelem. A qualquer carga elétrica está associado um campo elétrico. O campo elétrico aponta para fora de uma carga positiva e para dentro de uma carga negativa. Partículas sem carga elétrica não possuem um campo elétrico. Na Figura 5-6, linhas associadas a cada partícula carregada ilustram a intensidade do campo elétrico. FIGURA 5-6 Campos elétricos irradiam a partir de uma carga positiva (A) e seguem em direção a uma carga negativa (B). Cargas iguais repelem umas as outras (C e D). Cargas opostas atraem umas as outras (E). Partículas sem carga elétrica não possuem um campo elétrico (F). Quando duas cargas elétricas iguais – negativa e negativa ou positiva e positiva – se aproximam, os seus campos elétricos estão em direções opostas, o que faz com que as cargas elétricas se afastem umas das outras. Quando cargas opostas – uma negativa e uma positiva – estão próximas umas das outras, os campos elétricos irradiam na mesma direção e fazem com que as duas cargas se atraiam. A força de atração entre cargas opostas ou a repulsão entre cargas iguais é resultante do campo elétrico. Ela é chamada de força eletrostática. Lei de Coulomb. A magnitude da força eletrostática é dada pela lei de Coulomb como se segue: LEI DE COULOMB em que F é a força eletrostática (newton), QA e QB são cargas eletrostáticas (coulomb), d é a distância entre as cargas (metros), e k é uma constante de proporcionalidade. Lei de Coulomb: A força eletrostática é diretamente proporcional ao produto das cargas eletrostáticas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. A força eletrostática é muito forte quando objetos estão próximos, mas diminui rapidamente conforme os objetos são separados. Esta relação do inverso do quadrado da distância para a força eletrostática é a mesma como aquela para a intensidade dos raios X (Cap. 4). A distribuição de cargas elétricas é uniforme por todo o volume ou na superfície. Quando um não condutor difuso, tal qual uma nuvem de trovoada, torna-se eletrificado, as cargas elétricas são distribuídas uniformemente através dele. Com o fio de cobre eletrificado, os elétrons em excesso são distribuídos na superfície externa (Fig. 5-7). FIGURA 5-7 Seção transversal de um fio de cobre eletrificado, mostrando que a superfície do fio tem excesso de cargas eletrostáticas. A carga elétrica deum condutor está concentrada ao longo da curvatura mais acentuada da superfície. Em uma arma de choque para tocar o gado (Fig. 5-8), cargas elétricas são igualmente distribuídas na superfície dos dois eletrodos, exceto em cada ponta, onde está a concentração maior da carga elétrica. “Nosso negócio é chocante” é o lema utilizado pelo fabricante da arma de choque para tocar o gado. FIGURA 5-8 As cargas eletrostáticas estão concentradas nas superfícies das curvaturas mais acentuadas. O aparelho de choque de tocar o gado é um dispositivo que se aproveita desta lei eletrostática. Potencial Elétrico A discussão da energia potencial no Capítulo 1 enfatizou a relação desse tipo de energia com o trabalho. Um sistema que possui energia potencial é um sistema com energia armazenada. Esse sistema tem a capacidade de realizar trabalho quando tal energia é liberada. Cargas elétricas têm energia potencial. Quando posicionadas próximas umas das outras, cargas elétricas iguais apresentam energia potencial elétrica, já que podem realizar trabalho afastando-se umas das outras. Os elétrons acumulados em uma extremidade de um fio criam um potencial elétrico pois a força eletrostática repulsiva faz com que alguns elétrons se movam ao longo do fio a fim de que o trabalho possa ser feito. A unidade de potencial elétrico é o volt (V). O potencial elétrico é às vezes chamado de tensão ou voltagem; quanto maior a tensão, maior é o potencial para realizar trabalho. Nos Estados Unidos, o potencial elétrico em residências e escritórios é de 110 V. Sistemas de imagens de raios X exigem normalmente 220 V ou superior. O volt é a energia potencial por unidade de carga, ou joule por coulomb (1 V = 1 J/C). ELETRODINÂMICA Reconhecemos fenômenos eletrodinâmicos como eletricidade. Se um potencial elétrico é aplicado a objetos como um fio de cobre, em seguida, os elétrons se movem ao longo do fio. Isto é chamado de corrente elétrica ou eletricidade. As correntes elétricas ocorrem em muitos tipos de objetos e vão desde as correntes muito pequenas do corpo humano (tais como aquelas medidas pelo eletrocardiograma) até correntes muito grandes de 440.000 V das linhas de transmissão elétrica que cruzam todo o país. Eletrodinâmica é o estudo das cargas elétricas em movimento. A direção da corrente elétrica é importante. Em suas primeiras experiências clássicas, Benjamin Franklin conjeturou que cargas elétricas positivas eram conduzidas na sua linha de pipa. Esse fato resultou em uma convenção inadequada de que a direção da corrente elétrica é sempre oposta ao fluxo de elétrons. Engenheiros eletricistas trabalham com corrente elétrica, enquanto os físicos estão geralmente preocupados com o fluxo de elétrons. A seção de fio elétrico residencial convencional consiste em um fio condutor metálico, na maioria das vezes de cobre, revestido com uma borracha ou plástico isolante. O isolante confina o fluxo de elétrons no condutor. Tocar no isolante não resulta em um choque; tocar no condutor sim. Condutor é qualquer substância através da qual os elétrons fluem facilmente. A maior parte dos metais possui boa condução elétrica; o cobre é um dos melhores. A água também é um bom condutor elétrico por causa dos sais e outras impurezas que ela contém. É por isso que todos devem evitar a água quando acionam ferramentas elétricas. Vidro, argila e outros materiais terrosos geralmente são bons isolantes elétricos. Isolante é qualquer material que não permite fluxo de elétrons. Alguns materiais apresentam duas características elétricas totalmente diferentes. Em 1946, William Shockley demonstrou o efeito da semicondução. Os principais materiais semicondutores são o silício (Si) e o germânio (Ge). Este desenvolvimento gerou microchips e, consequentemente, uma rápida evolução da tecnologia de computador. Semicondutor é um material que sob determinadas condições se comporta como um isolante e sob outras condições se comporta como um condutor. Em temperatura ambiente, todo material exibe resistência ao fluxo de eletricidade. A resistência diminui conforme a temperatura do material é reduzida (Fig. 5-9). Supercondutividade é a propriedade de alguns materiais de não apresentar resistência abaixo de uma temperatura crítica (Tc). FIGURA 5-9 A resistência elétrica de um condutor (Cu) e um supercondutor (NbTi) como função da temperatura. A supercondutividade foi descoberta em 1911, mas não foi desenvolvida comercialmente até o início dos anos de 1960. A investigação científica em supercondutividade tem crescido nos últimos anos e agora se concentra na supercondutividade de alta temperatura (Fig. 5- 10). FIGURA 5-10 Nos últimos anos houve um aumento dramático da temperatura crítica de materiais supercondutores. Materiais supercondutores, como nióbio e titânio, permitem que os elétrons fluam sem resistência. A lei de Ohm, descrita na próxima seção, não se aplica para supercondutores. Um circuito supercondutor pode ser visto como se fosse um moto-contínuo (máquina de movimento perpétuo) porque a corrente elétrica se mantém sem tensão. Para o material se comportar como um supercondutor, no entanto, ele deve estar muito frio, o que exige energia. A Tabela 5-1 resume os quatro estados elétricos da matéria. Tabela 5-1 Quatro Estados Elétricos da Matéria Estado Material Característica Supercondutor Nióbio Nenhuma resistência ao fluxo de elétrons Titânio Nenhum potencial elétrico necessário Deve ser muito frio Condutor Cobre Resistência variável Alumínio Obedece à lei de Ohm Requer tensão Semicondutor Silício Pode ser condutivo Germânio Pode ser resistivo Base para computadores Isolante Borracha Não permite fluxo de elétrons Vidro Resistência extremamente alta Requer alta tensão Circuitos Elétricos Modificando um fio condutor pela redução do seu diâmetro (bitola do fio) ou inserindo materiais diferentes (elementos do circuito) pode-se aumentar a sua resistência. Quando essa resistência é controlada e o condutor está em um caminho fechado, o resultado é um circuito elétrico. Aumento na resistência elétrica resulta em uma corrente elétrica reduzida. A corrente elétrica é medida em ampères (A). O ampère é proporcional ao número de elétrons fluindo no circuito elétrico. Um ampère é igual a uma carga elétrica de 1 C fluindo através de um condutor a cada segundo. O potencial elétrico é medido em volts (V) e a resistência elétrica é medida em ohms (Ω). Elétrons em alta tensão têm grande energia potencial e alta capacidade para realizar trabalho. Se o fluxo de elétrons é inibido, a resistência do circuito torna-se alta. Lei de Ohm: A tensão por todo o circuito ou em qualquer parte do circuito é igual ao produto da corrente e da resistência. LEI DE OHM onde V é o potencial elétrico em volts, I é a corrente elétrica em ampères e R é a resistência elétrica em ohms. Variações dessa relação são expressas como se segue: e O modo como as correntes elétricas se comportam em um circuito elétrico é descrita por uma relação denominada lei de Ohm. Questão: Se uma corrente de 0,5 A passa através de um condutor que possui uma resistência de 6 Ω, qual é a tensão através do condutor? Resposta: Questão: Uma torradeira na cozinha consome uma corrente de 2,5 A. Se a tensão residencial é de 110 V, qual é a resistência elétrica da torradeira? Resposta: A maioria dos circuitos elétricos, tais quais aqueles utilizados em rádios, televisores e outros dispositivos eletrônicos, são muito complicados. Circuitos de raios X também são complicados e contêm um grande número de diferentes tipos de elementos de circuitos. A Tabela 5-2 identifica alguns dos tipos importantes de elementosde circuitos, as funções de cada um e os seus símbolos. Tabela 5-2 Símbolo e Função dos Elementos de Circuito Elétrico Elemento do Circuito Símbolo Função Resistência Inibe o fluxo de elétrons Bateria Fornece potencial elétrico Capacitor Armazena carga elétrica instantaneamente Amperímetro Mede corrente elétrica Voltímetro Mede potencial elétrico Interruptor Liga ou desliga o circuito, providenciando resistência infinita Transformador Aumenta ou diminui a tensão por quantia fixa (somente CA) Reostato Resistor variável Diodo Permite o fluxo de elétrons em uma única direção Normalmente, os circuitos elétricos podem ser reduzidos a um dos dois tipos básicos: um circuito em série (Fig. 5-11) ou um circuito em paralelo (Fig. 5-12). FIGURA 5-11 Circuito em série e as suas regras básicas. FIGURA 5-12 Circuito em paralelo e suas regras básicas. Em um circuito em série, todos os elementos do circuito são conectados em uma linha ao longo do mesmo condutor. Regras para circuitos em série: A resistência total é igual à soma das resistências individuais. A corrente que atravessa cada elemento do circuito é a mesma e também igual à corrente total do circuito. Um circuito em paralelo contém elementos conectados em suas extremidades, em vez de se situar em uma linha ao longo de um condutor. Regras para um circuito em paralelo: A soma das correntes através de cada elemento do circuito é igual à corrente total do circuito. A resistência total é o inverso da soma dos inversos de cada resistência individual. A tensão que passa em cada elemento do circuito é a mesma e igual à tensão total do circuito. Questão: Um circuito em série contém três elementos resistivos com valores de 8, 12 e 15 Ω. Se a voltagem é 110 V, quais são a resistência e a corrente totais, a corrente que atravessa cada elemento resistivo e a tensão em cada elemento resistivo? Resposta: Consulte a Figura 5-11: Fazendo R1 = 8 ω, R2 = 12 ω, e R3 = 15 ω RT = 8 ω + 12 ω + 15 ω = 35 ω IT = I1 = I2 = I3 = V/R = 110/35 = 3,14 A V1 = (3,14 A) (8 ω) = 25,12 V V2 = (3,14 A) (12 ω) = 37,68 V V3 = (3,14 A) (15 ω) = 47,10 V Questão: Suponha que o exemplo anterior envolveu um circuito paralelo em vez de um circuito em série. Quais seriam os valores corretos para as resistências e corrente totais, a corrente que atravessa cada elemento resistivo e a tensão em cada elemento resistivo? Resposta: Consulte a Figura 5-12: As luzes de Natal são um bom exemplo da diferença entre circuitos em série e em paralelo. As luzes ligadas em série têm apenas um fio que conecta cada lâmpada; quando uma lâmpada queima, toda a cadeia de luzes se apaga. As que são ligadas em paralelo, por outro lado, têm dois fios que conectam cada lâmpada; quando queima uma lâmpada, as restantes permanecerão acesas. A corrente elétrica, ou eletricidade, é o fluxo de elétrons através de um condutor. Esses elétrons podem ser colocados para fluírem em uma direção ao longo do condutor; neste caso a corrente elétrica é denominada corrente contínua (CC). A maioria das aplicações de eletricidade exige que os elétrons sejam controlados de modo que o fluxo ocorra primeiro em uma direção e depois na direção oposta. A corrente na qual elétrons oscilam para a frente e para trás é chamada corrente alternada (CA). Os elétrons que fluem somente em uma direção formam CC; elétrons que fluem alternadamente em direções opostas formam CA. A Figura 5-13 esquematiza o fenômeno da CC e mostra como ela pode ser descrita por um gráfico denominado forma de onda. O eixo horizontal, ou eixo x, da forma de onda da corrente representa o tempo; o eixo vertical, ou eixo y, representa a amplitude da corrente elétrica. Para CC, os elétrons sempre fluem na mesma direção; portanto, CC é representada por uma linha horizontal. A separação vertical entre esta linha e o eixo do tempo representa a magnitude da corrente ou a tensão. FIGURA 5-13 Representação de corrente contínua. A, Elétrons fluem em uma única direção. B, O gráfico da forma de onda elétrica associada é uma linha reta. A forma de onda para CA é uma curva senoidal (Fig. 5-14). Elétrons fluem primeiro na direção positiva, depois na direção negativa. Em um instante no tempo (o ponto 0 (zero) na Figura 5-14), todos os elétrons estão em repouso. Depois eles se movem, a princípio na direção positiva com o aumento do potencial (segmento A). FIGURA 5-14 Representação da corrente alternada. A, Elétrons fluem de modo alternado em um sentido e depois em outro. B, Corrente alternada é representada graficamente por uma forma de onda elétrica senoidal. Assim que alcançam o número máximo de fluxo, representado pela distância vertical a partir do eixo do tempo (ponto 1), o potencial elétrico é reduzido (segmento B). Os elétrons momentaneamente voltam para o ponto zero de novo (ponto 2) e, a seguir, revertem o movimento e fluem no sentido negativo (segmento C), aumentando o potencial elétrico negativamente até o máximo (ponto 3). A seguir, o potencial elétrico é reduzido a zero (segmento D). Essa oscilação na direção dos elétrons ocorre de forma senoidal, cada uma levando 1/60 s. Por conseguinte, a CA é identificada como corrente de 60 Hz (50 Hz na Europa e em grande parte do mundo). Potência Elétrica A potência elétrica é medida em watts (W). Eletrodomésticos comuns, como torradeiras, liquidificadores, batedeiras e rádios geralmente necessitam de 500 a 1500 W de potência elétrica. Lâmpadas precisam de 30 a 150 W de potência elétrica. Um sistema de imagens raios X precisa de 20 a 150 kW de potência elétrica. Um watt é igual a 1 A de corrente fluindo através de um potencial elétrico de 1 V. Potência (W) = tensão (V) × corrente (A). Questão: Se o custo da energia elétrica é 10 centavos por quilowatt-hora (kWh), quanto é o custo se uma lâmpada de 100 W permanecer ligada em uma média de 5 horas por dia por 1 mês? Resposta: POTÊNCIA ELÉTRICA P=IV onde P é a potência em watts, I é a corrente em ampères e V é o potencial elétrico em volts; alternativamente, P=IV=IIR portanto, P=I2R onde R é a resistência em ohms. Questão: Um sistema de imagens raios X que consome uma corrente de 80 A é suprido com 220 V. Qual é a potência consumida? Resposta: Questão: A resistência global de um sistema de imagens de raios X móvel é 10 Ω. Quando conectado em uma tomada de 110 V, quanta corrente ele puxa e quanta potência é consumida? Resposta: MAGNETISMO Por volta de 1000 a.C, pastores e criadores de gado leiteiro perto da aldeia Magnésia (que hoje é a Turquia Ocidental) descobriram a magnetita, um óxido de ferro (Fe3O4). Essa pedra parecida com uma haste, quando suspensa por um cordão, girava para a frente e para trás. Ao alcançar o repouso, ela apontava o caminho para a água. Foi então chamada de pedra- imã ou pedra condutora. Claro que se você caminhar em direção ao Polo Norte a partir de qualquer ponto na Terra, encontrará água. Assim, a palavra magnetismo vem do nome desta antiga aldeia onde as vacas eram também muito curiosas. Quando ordenhadas, elas produziam “Leite de Magnésia”! O magnetismo é uma propriedade fundamental de algumas formas da matéria. Observadores antigos sabiam que a magnetita atraia limalhas de ferro. Eles também sabiam que esfregar uma haste de âmbar com pêlo fazia com que ela atraísse objetos pequenos e leves, tais como papel. Esses observadores consideraram que tais fenômenos eram diferentes. Nós os conhecemos como magnetismo e eletrostática, respectivamente; ambos são manifestações da força eletromagnética. O magnetismo é talvez mais difícil de entender do que outras propriedades características da matéria, tais como massa, energia e carga elétrica, por ser de difícil detecção e medição. Podemos sentir a massa, visualizar a energia e sentir um choquecom a eletricidade, mas não podemos sentir o magnetismo. Qualquer partícula carregada em movimento cria um campo magnético. O campo magnético de uma partícula carregada, como um elétron em movimento, é perpendicular ao movimento daquela partícula. A intensidade do campo magnético é representada por linhas imaginárias (Fig. 5-15). FIGURA 5-15 Uma partícula carregada em movimento induz um campo magnético no plano que é perpendicular ao seu movimento. Se o movimento do elétron está em um circuito fechado, tal como elétrons circundando um núcleo, as linhas do campo magnético serão perpendiculares ao plano de movimento (Fig. 5-16). FIGURA 5-16 Quando uma partícula carregada se move em uma trajetória circular ou elíptica, o campo magnético perpendicular se move junto com a partícula carregada. Elétrons se comportam como se girassem sobre um eixo no sentido horário ou anti- horário. Esta rotação cria uma propriedade chamada de spin do elétron. O spin do elétron gera um campo magnético, neutralizado em pares de elétrons. Portanto, átomos que possuem um número ímpar de elétrons em qualquer camada exibem um campo magnético muito pequeno. Outras cargas elétricas girantes também induzem um campo magnético (Fig. 5-17). O próton, em um núcleo de hidrogênio, gira sobre seu eixo e cria um dipolo magnético nuclear chamado de momento magnético nuclear. Isto constitui a base da IRM. FIGURA 5-17 Uma partícula carregada giratória induzirá um campo magnético ao longo do eixo de rotação. As linhas de um campo magnético são sempre linhas fechadas. As linhas de um campo magnético não iniciam ou terminam como as linhas de um campo elétrico. Tal campo é denominado bipolar ou dipolar, apresentando sempre um polo norte e um polo sul. O pequeno ímã criado pela órbita do elétron é chamado de dipolo magnético. Um acúmulo de muitos ímãs atômicos com seus dipolos alinhados cria um domínio magnético. Se todos os domínios magnéticos em um objeto estão alinhados, esse objeto atua como um ímã. Em circunstâncias normais, domínios magnéticos são distribuídos aleatoriamente (Fig. 5-18, A). FIGURA 5-18 A, Num material ferromagnético, os dipolos magnéticos estão orientados aleatoriamente. B, Isto muda quando os dipolos são alinhados sob a influência de um campo magnético externo. No entanto, quando se encontram sob a ação de um campo magnético externo, tal como a Terra no caso da ocorrência de minérios naturais ou de um eletroímã no caso do magnetismo induzido artificialmente, dipolos orientados aleatoriamente se alinham com o campo magnético (Fig. 5-18, B). Isto é o que acontece quando se constrói um imã permanente de um material ferromagnético. Os dipolos magnéticos em um ímã de barra podem ser considerados como geradores de linhas imaginárias do campo magnético (Fig. 5-19). Se um material não magnético é trazido para perto de tal ímã, as linhas de campo não serão perturbadas. Contudo, se o material ferromagnético, como o ferro, é colocado perto do ímã, as linhas do campo magnético se desviam e concentram-se no material ferromagnético. FIGURA 5-19 A, Linhas de força imaginárias. B, Essas linhas de força não são perturbadas por um material não magnético. C, Elas são desviadas por um material ferromagnético. A permeabilidade magnética é a capacidade de um material atrair as linhas de intensidade do campo magnético. Existem três tipos principais de ímãs: ímãs de ocorrência natural, ímãs permanentes induzidos artificialmente e eletroímãs. Os ímãs são classificados de acordo com a origem da propriedade magnética. O melhor exemplo de um ímã natural é a própria Terra. A Terra tem um campo magnético, pois gira em torno de um eixo. Magnetitas no interior da Terra exibem forte magnetismo possivelmente em razão de terem permanecido inalteradas durante um longo período pelo campo magnético da Terra. Ímãs permanentes produzidos de modo artificial estão disponíveis em vários tamanhos e formas, mas principalmente como barras ou imãs em forma de ferradura, em geral feitos de ferro. Uma bússola é um excelente exemplo de um ímã artificial permanente. Os ímãs permanentes são com frequência produzidos pelo alinhamento de seus domínios pelo campo de um eletroímã (Fig. 5-20). FIGURA 5-20 Um método para a utilização de um eletroímã no intuito de magnetizar tijolos cerâmicos. Esses ímãs não necessariamente continuam sendo permanentes. Pode-se destruir a propriedade magnética de um ímã por aquecimento ou até mesmo batendo nele com um martelo. Qualquer um desses atos faz com que domínios magnéticos individuais sejam mexidos no seu alinhamento. Eles, assim, tornam-se novamente alinhados de maneira aleatória, e o magnetismo é perdido. Eletroímãs consistem em um fio enrolado em torno de um núcleo (ou miolo) de ferro. Quando uma corrente elétrica é conduzida através do fio, cria-se um campo magnético. A intensidade do campo magnético é proporcional à corrente elétrica. O núcleo de ferro aumenta bastante a intensidade do campo magnético. Toda matéria pode ser classificada segundo o modo como ela interage com um campo magnético externo. Muitos materiais não são afetados quando trazidos para dentro de um campo magnético. Tais materiais são não magnéticos e incluem substâncias como madeira e vidro. Materiais diamagnéticos são fracamente repelidos por qualquer um dos polos magnéticos. Não podem ser artificialmente magnetizados nem são atraídos por um ímã. A água e o plástico são exemplos de materiais diamagnéticos. Materiais ferromagnéticos incluem ferro, cobalto e níquel. Estes são fortemente atraídos por um ímã e em geral podem ser permanentemente magnetizados pela exposição a um campo magnético. Uma liga de alumínio, níquel e cobalto, chamada alnico, é um dos imãs mais úteis produzidos de material ferromagnético. Cerâmicas de terras-raras foram desenvolvidas recentemente e são ímãs bem mais fortes (Fig. 5-21). FIGURA 5-21 As evoluções na modelagem de imã permanente resultaram em um grande aumento da intensidade do campo magnético. Materiais paramagnéticos situam-se entre ferromagnético e não magnético. Eles são muito pouco atraídos por um ímã e sofrem fraca influência de um campo magnético externo. Os agentes de contraste empregados em IRM são paramagnéticos. O grau em que um material pode ser magnetizado é a sua suscetibilidade magnética. Quando a madeira é colocada em um campo magnético forte, ela não aumenta a magnitude do campo: Madeira tem suscetibilidade magnética baixa. Por outro lado, quando o ferro é colocado em um campo magnético, aumenta muito a força do campo: O ferro possui alta suscetibilidade magnética. Esse fenômeno é usado em transformadores, no momento em que o núcleo do transformador aumenta muito sua eficiência. Infelizmente, alguns materiais muito suscetíveis também são relutantes em perder seu magnetismo. Esta condição é conhecida como histerese. Leis do Magnetismo As leis físicas do magnetismo são semelhantes àquelas da eletrostática e da gravidade. As forças associadas a esses três campos são fundamentais (Tabela 5-3). Tabela 5-3 Quatro Estados Magnéticos da Matéria Estado Material Características Não magnético Madeira, vidro Não afetado por um campo magnético Diamagnético Água, plástico Fracamente repelidos por ambos os polos de um campo magnético Paramagnético Gadolínio Fracamente atraídos por ambos os polos de um campo magnético Ferromagnético Ferro, níquel, cobalto Podem ser fortemente magnetizados Observe que as equações de força e os campos através dos quais elas atuam têm a mesma forma. Muitos trabalhos em física teórica envolvem a tentativa de combinar
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