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Bacilos gram-positivos Presentes no solo, água e esgotos; Formadores de esporos; Produz toxinas histolíticas, enterotoxinas e neurotoxinas; Patologias: Tétano, Botulismo, Gangrena gasosa, diarreia e colite. É dividido em subgrupos de acordo com a produção de toxina: Toxina alfa: provoca hemólise massiva, aumento da permeabilidade vascular e hemorragia (agravada pela destruição de plaquetas), destruição tecidual, toxicidade hepática e disfunção miocárdica (bradicardia, hipotensão) Toxina beta: é responsável por estase intestinal, perda de mucosa com formação de lesões necróticas e progressão de enterite necrosante. Toxina épsilon: aumenta a permeabilidade vascular da parede gastrointestinal Toxina iota: tem atividade necrótica e aumenta a permeabilidade vascular. Enterotoxinas: acarreta alteração da permeabilidade e perda de fluidos e íons e também atua como um superantígeno, simulando atividade de linfócitos T. (estimulação exagerada da imunidade) Fatores Gerais C. perfringens 1. 2. 3. 4. 5. Fator de virulência: Produz toxinas e enzimas que lisam células sanguíneas e destroem tecidos, ou seja, podem acarretar em sepse devastadora, hemólise massiva e mionecrose Clostridium spp. Doenças Clínicas Mionecrose Clostridiana *gangrena gasosa*: Celulite: Miosite supurativa: Intoxicação alimentar: Infecções nos tecidos moles: (TRAUMA OU CIRURGIA) 1. (destruição do tecido muscular rápida e dolorosa; disseminação sistêmica com alta mortalidade) Caracterizada por dor intensa uma semana após introdução do microrganismo por trauma ou cirurgia. O caso logo progride para necrose muscular, choque, falência renal e morte (2 dias). O gás encontrado no tecido é resposta a rápida atividade metabólica das bactérias. 1. Edema e eritema localizados com formação de gás nos tecidos moles; geralmente sem dor 1. Acúmulo de pus (supuração) nos músculos lisos, sem necrose muscular ou sintomas sistêmicos Gastroenterites: (INGESTÃO) 1. É caracterizada por curto período de incubação (8 a 12 horas), apresentação clínica com cólicas abdominais e diarreia aquosa, sem febre, náuseas ou vômitos e curso clínico com duração de menos de 24 horas. A doença resulta da ingestão de carne (p.ex., boi, frango, peru, molhos) contaminada com grande número (10^8 a 10^9 células) de C. perfringens, produtor de enterotoxina tipo A. 2. Enterite necrotizante É uma doença rara, com processo necrosante agudo no jejuno, caracterizada por dores abdominais agudas, vômitos, diarreia sanguinolenta, ulceração do intestino delgado e perfuração da parede intestinal, ocasionando peritonite e choque. Produz duas toxinas: uma enterotoxina (toxina A) e uma citotoxina (toxina B); Enterotoxina (toxina A): é quimiotática para neutrófilos, estimulando a infiltração de neutrófilos polimorfonucleares no íleo, com liberação de citocinas. tem efeito citopático, resultando no rompimento da junção célula- célula e aumentando a permeabilidade da parede intestinal com subsequente diarreia. Citotoxina (toxina B): acarreta despolimerização de actina com a destruição do citoesqueleto celular Pode ser tanto parte da microbiota normal de algumas pessoas ou ocorrer em pacientes hospitalizados; A doença se desenvolve em pessoas submetidas à antibioticoterapia, pois o fármaco altera a microbiota entérica normal, tanto permitindo o crescimento desses organismos relativamente resistentes, como tornando o paciente mais suscetível à aquisição exógena de C. difficile e ocorre quando a bactéria prolifera no cólon e produz toxinas). É responsável por doenças gastrointestinais associadas a antibióticos, variando de diarreia autolimitada, relativamente benigna, até colite pseudomembranosa grave e potencialmente letal; Diagnostico laboratorial: cultura de fezes documenta a colonização, mas não a doença, nesse sentido infecção tem sido confirmado pela demonstração da enterotoxina ou citotoxina em amostras de fezes Tratamento: interrupção do tratamento com antibiótico em casos leves e em casos de diarreia grave ou colite tratamento específico com metronidazol ou vancomicina é necessário. C. difficile 1. 2. Extremamente sensível ao oxigênio: difícil cultura Tetanoespasmina é responsável pela manifestação clínica, pois inativa proteínas que regulam a liberação dos neurotransmissores inibitórios, glicina e ácido gama-aminobutírico (GABA). Essa inativação acarreta desregulação da atividade excitatória sináptica nos neurônios motores, resultando em paralisia espástica . Tétano generalizado: espasmo muscular generalizado e envolvimento do sistema nervoso autônomo em casos graves da doença Sinais precoces: salivação, sudorese, irritabilidade e espasmos dorsais persistentes ( opistótonos ) Sinais graves: arritmia cardíaca, flutuações da pressão arterial, sudorese profunda e desidratação. Sorriso sardônico*: característico que resulta da contração sustentada da musculatura facial. Diagnóstico de baseado na apresentação clínica, resultados de cultura são positivos em apenas 30% dos pacientes com tétano, porque a infecção pode ser causada por poucas células, e a bactéria, de crescimento lento, pode ser inviabilizada rapidamente quando exposta ao ar. C. tetani 1. 2. Tétano localizado: espasmo muscular restrito à área da infecção primária quando a doença fica confinada à musculatura local da infecção primária; 3. Tétano neonatal: infecção neonatal envolvendo primariamente o cordão umbilical; taxa de mortalidade muito elevada (>90%) Nem a toxina tetânica nem anticorpos contra a toxina são detectáveis nos pacientes, pois a toxina se liga rapidamente aos neurônios motores e é internalizada. "A endopeptidase botulínica, então, inativa as proteínas que regulam a liberação de acetilcolina, bloqueando a neurotransmissão nas sinapses colinérgicas periféricas. Já que a acetilcolina é necessária para a excitação dos músculos, a apresentação clínica resultante é uma paralisia flácida." Foram identificadas quatro formas de botulismo: Botulismo alimentar: Enfraquecimento e com tonturas 1 a 3 dias após consumir o alimento contaminado. Sinais iniciais incluem visão turva, com pupilas fixas e dilatadas, boca seca (indicativa dos efeitos anticolinérgicos da toxina), constipação e dor abdominal. Não apresentam febre. Ocorre desenvolvimento de fraqueza descendente bilateral dos músculos periféricos, com doença progressiva (paralisia flácida), e a morte em geral é atribuída à paralisia respiratória. Botulismo infantil: Causada pela liberação da neurotoxina in vivo, que coloniza o TGI de crianças, uma vez que há a ausência de competição com a microbiota intestinal residente. É caracterizada inicialmente por sintomas não específicos como constipação, choro fraco ou “atraso no crescimento”, e progressivamente pode haver paralisia flácida e interrupção da respiração Profilaxia: vacinação com toxoide tetânico (porque a infecção não confere imunidade). Tratamento: requer desbridamento da ferida primária (que pode parecer inócua), administração de penicilina ou metronidazol para matar a bactéria, imunização passiva com imunoglobulina tetânica humana para neutralizar toxinas não ligadas. C. botulinum 1. 2. Botulismo alimentar é confirmado se a atividade da toxina é demonstrada no alimento implicado ou em soro, fezes ou líquido gástrico do paciente. Botulismo infantil é confirmado pela detecção da toxina nas fezes ou no soro da criança, ou pelo isolamento do organismo nas fezes. Botulismo de ferida é confirmado pela detecção da toxina no soro ou na ferida do paciente, ou ainda pelo crescimento em cultura inoculada com amostra da ferida. 3. Botulismo de ferida: se desenvolve a partir da produção de toxina em feridas contaminadas. Ainda que os sintomas da doença sejam idênticos aos do botulismo alimentar, o período de incubação em geral é mais longo (4 dias ou mais), e os sintomas do trato GI são menos intensos. Diagnóstico: Tratamento: Suporte ventilatório adequado, eliminação do organismo do trato GI pela utilização criteriosa de lavagemgástrica e terapia com metronidazol ou penicilina e administração de antitoxina botulínica trivalente contra as toxinas A, B e E para neutralizar a toxina circulante na corrente sanguínea.
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