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LINGUÍSTICA - Conteúdo Aula III

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Subáreas da linguística
APRESENTAÇÃO
Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana, ou seja, é uma disciplina que 
descreve e explica as manifestações linguísticas. Mas por que ela é considerada uma ciência? 
Com a publicação do curso de linguística geral de Saussure, delimitou-se um objeto de estudo, a 
língua, e elegeu-se um método de análise: coleta, seleção, manipulação e classificação dos 
dados.
Esse foi o primeiro passo para a emancipação da Linguística à ciência. Suas subáreas confirmam 
e desenvolvem esse método e, ao mesmo tempo, surgem novas possibilidades de uso. Esse é o 
caso da Linguística aplicada (LA), cujo foco está no uso prático da língua.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre a Linguística como disciplina 
científica, suas subáreas e a relação entre a Linguística aplicada e a Linguística teórica.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a Linguística como disciplina científica. •
Descrever as subáreas da Linguística. •
Relacionar a Linguística aplicada à Linguística teórica.•
DESAFIO
A Linguística é considerada uma ciência, pois descreve e explica fatos de uma ou mais línguas, 
ou seja, o linguista é capaz de comparar línguas e identificar seus princípios de funcionamento, 
suas semelhanças e diferenças. O linguista é, portanto, um cientista, pois não julga pronúncias, 
vocabulários, etc.; ele apenas estuda os fenômenos, os descreve e tenta explicá-los. Para tanto, 
os fatos podem ser observados quanto ao seu funcionamento em um dado momento (sincronia) e 
suas transformações podem ser estudadas em uma perspectiva diacrônica.
Imagine a seguinte situação: 
Você é professor de português dos anos finais do Ensino Fundamental e gostaria que seus 
alunos tivessem um espírito investigativo, isto é, que agissem como os linguistas: cientistas que 
estudam os fenômenos e os descrevem sem julgamento.
Pensando nisso, você deve elaborar uma proposta de atividade que leve os alunos a atuarem 
como um linguista, ou seja, como um cientista. Para tanto, proponha uma estratégia em que os 
alunos devam analisar, com fundamentação científica, o vocabulário utilizado por eles e seus 
familiares nas redes sociais.
INFOGRÁFICO
A Linguística estuda o funcionamento das línguas naturais em diferentes níveis e perspectivas. 
Nesse sentido, surgiram subáreas que revelam uma metodologia interdisciplinar. As divisões da 
Linguística que consideram a constituição da língua estão em sintonia com a atuação dessa 
ciência, ao mesmo tempo em que imprimem suas especificidades.
Confira, no Infográfico a seguir, as principais linhas de investigação na Linguística. 
CONTEÚDO DO LIVRO
O interesse pela linguagem é muito antigo, porém, apenas no século XIX é que se intensificou o 
interesse pelas línguas vivas e esse interesse fundamentou os estudos denominados como 
Linguística. Atualmente, essa disciplina que estuda a linguagem humana é considerada uma 
ciência. Você sabe por quê? Conhece suas subáreas? Reconhece o papel da Linguística aplicada 
nas pesquisas mais recentes?
No Capítulo Subáreas da Linguística, da obra Introdução à Linguística, você poderá conhecer a 
Linguística como disciplina científica, suas subáreas e a relação entre a Linguística aplicada e a 
Linguística teórica.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO À 
LINGUÍSTICA 
Aline Azeredo Bizello 
Subáreas da linguística
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a linguística como disciplina científica.
  Descrever as subáreas da linguística.
  Relacionar a linguística aplicada à linguística teórica.
Introdução
O percurso histórico da linguística inicia com os estudos sobre linguagem 
na Antiguidade. Esses estudos, no entanto, eram muito abstratos. Com o 
passar do tempo, foram sendo estabelecidas pesquisas que objetivavam 
analisar os fatos observáveis. Isso deu início aos estudos comparativos 
entre as línguas e consolidou, muitos séculos depois, a linguística como 
ciência. Dessa forma, foi possível analisar, descrever e explicar os fenôme-
nos linguísticos, o que pressupõe uma reflexão crítica bem fundamentada 
teoricamente. 
Compondo a área da linguística, existem subáreas para tratar desses 
fenômenos, a saber: fonética, fonologia, morfologia, semântica, sintaxe, 
pragmática e estudos do discurso. No século XX, surgiu a linguística 
aplicada, visando empregar os estudos linguísticos às situações reais de 
uso da linguagem.
Neste capítulo, você vai estudar como a linguística se firmou como 
ciência, acompanhando o percurso histórico da disciplina e suas subá-
reas. Além disso, você vai conhecer a relação entre linguística aplicada e 
linguística teórica, vendo como a teoria é adotada à realidade concreta 
da linguagem.
A linguística como disciplina científica 
Para compreender o percurso histórico da linguística, vamos partir da defi -
nição de André Martinet, que diz que “A linguística é o estudo científi co da 
linguagem humana”. Um estudo é considerado científi co na medida em que se 
propõe a observar fatos e “[…] se abstém de propor qualquer escolha entre tais 
fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais”. O autor contrapõe 
científi co a prescritivo. Não é objetivo da linguística, portanto, prescrever 
normas, e sim descrever os fenômenos que ocorrem na linguagem. Ele explica 
que […] como o objeto desta ciência constitui uma atividade humana, é grande 
a tentação de abandonar o domínio da observação imparcial para recomendar 
determinado comportamento, de deixar de notar o que realmente se diz para 
passar a recomendar o que deve dizer-se (MARTINET, 1978, p. 23).
No entanto, com essa definição, constata-se o caráter científico da lin-
guística e sua finalidade: registrar as observações dos fatos linguísticos. Que 
caminhos, então, foram trilhados antes para que a linguística se tornasse o 
que é?
O interesse pela linguagem é muito antigo: no século IV a.C., os hindus 
estudaram a língua para que os textos sagrados não sofressem modificações. 
Seus gramáticos descreveram a língua como forma de registro de modelo. 
Os gregos, representados pela figura de Platão, tentavam relacionar palavra 
e sentido e centravam-se nas questões filosóficas da linguagem, ignorando 
as variações linguísticas. Os filólogos alexandrinos elaboraram gramáticas 
que visavam perpetuar a linguagem dos textos clássicos e consideravam as 
variações linguísticas como desvios.
Durante o Império Romano, o gramático Varrão destacou-se na produção 
de uma gramática, que foi tratada como obra de arte. Na Idade Média, houve 
um reforço no uso e na importância das regras gramaticais e a perspectiva 
doutrinária se mantinha. Com a Reforma no século XVI, os livros sagrados 
foram traduzidos para várias línguas. Nos séculos seguintes, a preocupação 
com as regras e com um modelo ideal de língua continua.
No século XIX, surgiu o interesse maior pelas línguas vivas. Dessa forma, 
aos poucos, os estudos abstratos sobre a linguagem foram cedendo espaço aos 
estudos comparativos entre línguas. Margarida Petter (2003, p. 7) explica que:
O pensamento linguístico contemporâneo, mesmo que em novas bases, 
formou-se a partir dos princípios metodológicos elaborados nessa época, 
que preconizavam a análise dos fatos observados. O estudo comparado das 
línguas vai evidenciar o fato de que as línguas se transformam com o tempo, 
independentemente da vontade dos homens, seguindo uma necessidade própria 
da língua e manifestando-se de forma regular.
Nesse contexto de interesse pela comparação entre o modo de falar é 
que surge a linguística. O marco inicial é a publicação de Franz Bopp (1816) 
Subáreas da linguística2
que compara sânscrito e grego. Nessa época, portanto, a linguística fazia 
investigações históricas e encontrava relações de parentesco entre as línguas 
indo-europeias. Para essas investigações, utilizava-se o método histórico--comparativo. Borges Neto (2004) afirma que o método histórico se dedica 
ao caráter histórico dos fenômenos da língua. O objeto de estudo é a variação 
linguística no tempo e no espaço. Deixa-se de lado então o pensamento de 
que a linguística deveria buscar uma essência da língua para se ocupar da 
língua como um fenômeno humano e social e que, portanto, sofre alterações 
ao longo da história. O propósito passou a ser a descrição dessas mudanças 
e das leis que as regem.
Essa observação marca duas questões: a perspectiva de tomar a linguística 
como ciência e a necessidade de investigar a existência de uma língua-mãe 
a qual outras línguas estariam associadas. Para as duas questões, a resposta 
é linguística histórico-comparativa. Afinal, o método histórico rendeu um 
caráter científico, e a comparação gerou o desejo de conhecer mais as línguas. 
Aliás, com esse método, os estudiosos notaram não só que a língua muda com o 
tempo, mas também que a fala tem peso significativo nessas mudanças. Assim, 
a linguística moderna passou a dar prioridade ao estudo da língua falada.
No início do século XX, foram divulgados os trabalhos de Ferdinand Saus-
sure, e sua obra Curso de linguística geral (1916) legitima a denominação de 
ciência para os estudos linguísticos. Antes disso, as exigências de áreas como 
lógica, filosofia, retórica, história e crítica literária não davam autonomia à 
linguística. Com as observações dos fatos da linguagem, o método científico 
se concretizou. Como afirma Margarida Petter (2003, p. 8):
O trabalho científico consiste em observar e descrever os fatos a partir de 
determinados pressupostos teóricos formulados pela linguística, ou seja, o 
linguista aproxima-se dos fatos orientado por um quadro teórico específico. 
Daí ser possível que para o mesmo fenômeno haja diferentes descrições e 
explicações, dependendo do referencial teórico escolhido pelo pesquisador.
Além disso, a linguística tem como objeto de estudo as línguas naturais. 
Desse modo, de acordo com alguns estudiosos (PETTER, 2003), é definida 
como uma área da semiótica, pois investiga os sistemas de signos utilizados 
para a comunicação humana, ou seja, detém-se na investigação científica da 
linguagem verbal humana. 
A linguística é uma ciência, porque descreve e explica fatos de uma ou 
mais línguas. Os linguistas são capazes de comparar línguas e identificar seus 
princípios de funcionamento, suas semelhanças e diferenças. São, portanto, 
3Subáreas da linguística
cientistas, pois não julgam pronúncias e vocabulários, por exemplo. Apenas 
estudam os fenômenos, descrevem e tentam explicá-los. Dessa forma, a língua 
é examinada empiricamente, isto é, principalmente na fala das comunidades. 
Os linguistas precisam ter uma organização sistemática para que a pesquisa se 
concretize. Ele então coleta, organiza, seleciona e analisa os dados linguísticos. 
Com os resultados que obtêm, eles comparam as línguas. Assim, é desenvolvida 
uma teoria geral da linguagem.
Nessa perspectiva, há dois campos distintos: linguística geral, que concei-
tua e cria modelos para respaldar a análise da língua; e linguística descritiva, 
que propicia dados, confirmando ou negando as teorias da linguística geral. 
De acordo com Petter (2003, p. 16), “[…] são duas tarefas interdependentes: 
não pode haver linguística geral ou teórica sem a base empírica da linguística 
descritiva”.
Evidencia-se, assim, a mudança de ponto de vista nos estudos linguísticos: 
no século XIX, havia um estudo diacrônico, centrado na história das línguas 
para efetivar a comparação. Depois das postulações de Saussure, surgiu uma 
perspectiva sincrônica: analisar os fatos em dado momento. Entretanto, a 
complementaridade entre diacronia e sincronia é clara: os fatos podem ser 
observados quanto ao seu funcionamento em um dado momento (sincronia), 
mas suas transformações só podem ser estudadas considerando as transfor-
mações da língua ao longo do tempo (diacronia).
Para que esses estudos permitissem a descrição de uma língua, foi neces-
sário desenvolver uma metodologia. Para tanto, estabeleceu-se um corpus 
formado por frases utilizadas pelos nativos, independentemente de estarem 
de acordo com a gramática normativa. 
Corpus é um conjunto de dados linguísticos coletados para análise. Nesse caso, as frases 
dos nativos de uma região foram coletadas, formando um corpus, para examinar fatos 
da língua falada. No entanto, um corpus pode ser composto por textos se o objetivo 
for estudar a língua escrita, por exemplo.
Essa finalidade de depreender a estrutura de frases, morfemas, fonemas e 
regras de combinação revelam uma postura teórico-metodológica. Esse caráter 
científico se fundamenta em dois princípios: o empirismo e a objetividade. 
Subáreas da linguística4
Segundo Petter (2003, p. 21), “[…] a linguística é empírica porque trabalha 
com dados verificáveis por meio de observação; é objetiva porque examina 
a língua de forma independente, livre de preconceitos sociais ou culturais 
associados a uma visão leiga da linguagem”.
Em suma, a linguística pode ser considerada uma ciência, pois tem um 
objeto de estudo determinado (a língua humana, que permite a comunicação), 
uma metodologia científica (histórico-comparativa). Desses estudos, surgiram 
subdivisões da linguística.
Subáreas da linguística 
A linguística é uma disciplina científi ca que estuda o funcionamento da lin-
guagem e das línguas naturais em diferentes níveis e perspectivas. As linhas 
de investigação se tornaram subáreas dentro da linguística que atuam sob 
uma metodologia interdisciplinar. As principais linhas de investigação na 
linguística contemporânea são: fonética, fonologia, morfologia, semântica, 
sintaxe, pragmática e estudos do discurso.
A fonética estuda os segmentos sonoros, privilegiando as características 
físicas e fisiológicas, ou seja, os sons divisíveis que podem ser medidos fisi-
camente. Eles são chamados de fones, unidades mínimas que se organizam 
linearmente em variadas línguas. Esses fones ocorrem um após o outro, 
não podem ser pronunciados ao mesmo tempo. A descrição desses sons é 
feita por meio de três dimensões: articulatória-motora, auditiva, perceptual 
e acústica. A primeira analisa as reações do aparelho fonador, a segunda 
lida com a percepção do ouvinte, e a terceira observa as propriedades físicas 
da onda sonora produzida pela passagem pelo aparelho articulador. Cada 
uma dessas dimensões apresenta um componente: frequência, amplitude e 
tempo. Esses três componentes permitem a análise dos aspectos segmentais 
e suprassegmentais da fala. 
A fonologia lida com os aspectos segmentais e suprassegmentais dos sons 
da fala. Os aspectos segmentais são aqueles que podem ser detectados nos 
próprios sons. Esse é o caso do modo de articulação e dos articuladores que 
o produzem (ativo e passivo). Já os aspectos suprassegmentais não podem ser 
detectados nos sons. É necessário que eles estejam em um sintagma para que 
as propriedades sejam percebidas. É o caso do acento e do tom.
Se na fonética o som é visto sob o ponto de vista físico, na fonologia, é visto 
sob o ponto de vista da semiótica. Nas palavras de Paulo Chagas de Souza e 
Raquel Santana (2003, p. 35) “[…] os sons não são vistos apenas como sons 
5Subáreas da linguística
em si mesmos, mas em termos das relações que estabelecem entre si e das 
relações que os unem ao plano do conteúdo”.
Nas análises fonológicas se evidencia o caráter linguístico da pesquisa. 
Por exemplo, constata-se que:
[…] dois sons diferentes, mas materialmente semelhantes podem funcionar 
como se fossem o mesmo elemento ou como se fossem elementos diferentes. 
É o que Saussure tinha em mente quando elaborou o conceito de valor, que 
é algo relativo a cada sistema linguístico. O mesmo som encontrado em sis-
temas linguísticos distintos pode apresentar valores diferentes, dependendo 
de suas relações com os demais elementos existentes. Assim, o valor de um 
elemento não é apenas aquilo que é, mas também aquiloque ele não é, ou seja, 
a quais outros elementos ele é igual e de que outros elementos ele é diferente 
(SOUZA; SANTANA, 2003, p. 37).
A linguística estuda as formas das palavras por meio da morfologia. No 
século XIX, investigou-se as raízes do indo-europeu para tentar encontrar 
a origem da linguagem. Porém, o que esse estudo permitiu foi, por meio do 
estudo comparativo entre línguas, a formulação de uma tipologia morfológica. 
As línguas poderiam ser de três tipos: isolantes (as palavras não podem 
ser segmentadas em partes menores), aglutinantes (as palavras combinam 
raízes e afixos) e flexionais (as raízes se combinam a elementos gramaticais, 
que indicam a função das palavras). Com o tempo, viu-se que as línguas não 
podem ser totalmente de um tipo, principalmente, com os estudos de línguas 
que não faziam parte do domínio indo-europeu.
Constatou-se, também, que o critério sintático é a melhor opção para de-
terminar a definição de palavra: “[…] o elemento mínimo que pode ocorrer 
livremente no enunciado ou pode sozinho constituir um enunciado” (PETTER, 
2003, p. 62). Os critérios semântico e fonológico são considerados pela maioria 
dos linguistas como insuficientes, pois não determinam o que é uma palavra, 
por exemplo, nas línguas polissintéticas. 
Subáreas da linguística6
Línguas polissintéticas são aquelas que apresentam uma quantidade grande de 
morfemas. É o caso de várias línguas da família tupi-guarani. Morfema é a menor 
unidade linguística com significado, incluindo raízes, afixos, formas livres, formas presas 
e vocábulos gramaticais (preposições, conjunções).
Nesse caso, entende-se por palavra uma sequência sonora que corresponde 
a uma resposta mínima a uma pergunta. Além disso, percebeu-se que há 
unidades mínimas com significado, chamadas de morfemas. Se o morfema 
é considerado a unidade mínima, é sinal de uma pesquisa relacionada ao 
estruturalismo, que buscava identificar os morfemas nas diferentes línguas. 
Nos estudos de morfologia, há dois campos: morfologia lexical e morfologia 
flexional. A primeira investiga os mecanismos de formação de palavras novas, 
e a segunda estuda os mecanismos de informações gramaticais.
Já a sintaxe estuda o conhecimento inato do usuário da língua sobre a 
organização dos itens lexicais para formar itens lexicais complexos, sequências 
complexas e formações cada vez mais complexas até chegar ao nível da sen-
tença. Essa competência linguística diz respeito também às combinações 
intermediárias: na formação de uma sentença, não há linearidade e sim hie-
rarquia. Esmeralda Vailati Negrão e Ana Paula Scher Evani de Carvalho Viotti 
(2003, p. 82) afirmam:
Essa nossa competência também nos indica que uma sentença se constitui 
de dois tipos de itens lexicais: de um lado, estão aqueles que fazem um tipo 
particular de exigência e determinam os elementos que podem satisfazê-la; e, 
de outro, estão os itens lexicais que satisfazem as exigências impostas pelos 
primeiros. Portanto, a finalidade dos estudos de sintaxe é verificar como 
esse conhecimento linguístico pode ser usado na análise das estruturas das 
sentenças de uma língua.
Os estudos de sintaxe observam todos os itens lexicais de uma língua para 
organizá-los em grupos, de acordo com os comportamentos comuns. São as 
chamadas categorias gramaticais. Estudar a estrutura das sentenças é uma 
tarefa que envolve a ativação de um conhecimento que o usuário da língua 
já tem. Para tanto, é preciso enfatizar que a sentença surge da estruturação 
hierárquica entre categorias gramaticais.
7Subáreas da linguística
A língua é viva. Por isso, é preciso observá-la e analisá-la constantemente.
A semântica, por sua vez, estuda sistematicamente o sentido das línguas 
naturais. Que sentido é esse? Para começar, é importante lembrar da definição 
de signo: é a relação entre um significante e um significado, ou seja, de uma 
imagem acústica (de ordem fonológica) desse signo e de seu conceito (de ordem 
semântica). Pietroforte e Lopes (2003, p. 115) afirmam que:
Se as expressões das línguas humanas apontam para conceitos situados fora 
delas e concebidos como independentes desta ou daquela língua natural, 
isso quer dizer que tais conceitos são universais, logo imutáveis para todo e 
qualquer ser humano, pouco importando em que cultura este tenha nascido 
e sido criado.
Saussure e os estudiosos que compartilham de suas ideias postulam que a 
linguagem está presente em todas as atividades humanas. Logo, ela pode ser 
a fonte de inspiração, de sentido, e não as coisas. Eles tratam, dessa forma, do 
mundo de sentido construído pelo homem, por isso defendem que as línguas 
sejam estudadas a partir da forma como elas interpretam e categorizam o mundo 
material, atribuindo-lhe sentido. Isso significa que a semântica linguística, 
na atualidade, está mais voltada à retórica do que às questões filosóficas e 
mentais (o que é real, como o cérebro funciona, por exemplo).
Atualmente, valorizam-se também traços semânticos provenientes do 
contexto. Nesse sentido, as acepções de dicionários não são rechaçadas e sim 
transformadas parcialmente, de acordo com a intersubjetividade do discurso.
O desenvolvimento de várias semânticas (textual, semântica cognitiva, 
lexical, argumentativa, discursiva) revela que existem diferentes percepções do 
que é significado e que o estudo do sentido pode ser realizado sob diferentes 
fundamentos e perspectivas.
A pragmática estuda o uso da língua, isto é, refere-se à utilização prática 
da linguagem. Suas pesquisas estão diretamente ligadas à dimensão chamada 
de enunciação (capacidade do falante de produzir enunciados). Isso signi-
fica que há fatos linguísticos que dependem da enunciação para que sejam 
entendidos. Esse é o caso de palavras utilizadas para marcar tempo e lugar, 
Subáreas da linguística8
como “agora”, “amanhã”, “eu”, “isto”: o sentido delas dependerá da situação 
de enunciação. José Luiz Fiorin (2003, p. 163) afirma que há dois conjuntos 
em um texto: “[…] a enunciação enunciada, que é o conjunto de marcas, nele 
identificáveis, que remetem à instância de enunciação; o enunciado, que é a 
sequência enunciada desprovida de marcas de enunciação”. Além disso, há 
dois elementos essenciais para a enunciação: o tempo e o espaço, pois uma 
pessoa realiza um enunciado em um lugar e um momento. Esse sujeito é, 
portanto, o ponto de referência.
Entretanto, nem sempre a pessoa do discurso evidencia quem é esse sujeito. 
É comum que os brasileiros misturem as flexões dos verbos conjugados na 
segunda e na terceira pessoa do singular, por exemplo, como em: “Tu encontrou 
aquele livro”, em vez de “Tu encontraste aquele livro”. Daí a importância da 
situação de enunciação. Ela especifica e determina quem são os participantes 
do ato de comunicação.
Os estudos do discurso examinam a linguagem enquanto discurso, ou seja, 
observam a organização global do texto: as relações entre a enunciação e o 
discurso enunciado e entre o discurso enunciado e os fatores sócio históricos 
que o compõem. Portanto, a análise do discurso aproxima-se da semiótica, 
pois ambos analisam o texto (e não palavras ou frases) e buscam os sentidos 
do texto, isto é, o que constrói os sentidos desse texto. Nessa perspectiva:
[…] o texto se organiza e produz sentidos, como um objeto de significação, e 
também se constrói na relação com os demais objetos culturais, pois está inse-
rido em uma sociedade, em um dado momento histórico e é determinado por 
formações ideológicas específicas, como um objeto de comunicação. Definido, 
dessa forma, por uma organização linguístico-discursiva e pelas determinações 
sócio históricas, e construído, portanto, por dois tipos de mecanismos e de 
procedimentos que muitas vezes se confundem e misturam, o texto, objeto 
da semiótica, pode ser tanto um texto linguístico, indiferentemente oral ou 
escrito, quanto um texto visual, olfativo ou gestual, ou, ainda, um texto em 
que se sincretizam diferentes expressões, como nos quadrinhos, nos filmes 
ounas canções populares (BARROS, 2003, p. 188).
Em síntese, a linguística atua em diversos campos relacionados à linguagem. 
Suas principais subáreas são, na realidade, oriundas das partes constituintes da 
língua. Entretanto, de acordo com o enfoque dos estudos linguísticos, surgem 
diferentes áreas, como a linguística aplicada.
9Subáreas da linguística
Linguística aplicada e linguística teórica 
Em meados do século XX, a linguística passou a ser vista como ciência e, junto 
com esse destaque para a análise das questões relacionadas à língua, surgiram 
diferentes estudos que partiam da abstração do conhecimento linguístico. A 
linguística aplicada apareceu como uma dessas possibilidades, visando aplicar 
esse conhecimento linguístico em situações reais de uso da linguagem. 
O marco inicial da linguística aplicada foi o curso ministrado por Charles 
Fries e Robert Lado na Universidade de Michigan. O foco do curso era o ensino 
de línguas por meio da linguística contrastiva. O cenário histórico era propício 
a isso, pois, com a Segunda Guerra Mundial, foi necessário que falantes de 
diferentes línguas conseguissem se comunicar. Entretanto, nessa época, os 
métodos de ensino e aprendizagem de língua estrangeira foram questionados. 
As propostas da linguística aplicada passaram a ser ouvidas. Inicialmente era 
chamada de linguística aplicada ao ensino de línguas.
Nessa época, os estudos de linguística e de linguística aplicada foram subsi-
diados pelo interesse no treinamento linguístico para fins militares. De qualquer 
maneira, as pesquisas linguísticas foram conduzidas porque havia expectativas 
quanto a suas aplicações. Todavia, não se pode negar que esses investimentos 
contribuíram também com a linguística teórica. O linguista Noam Chomsky, 
inclusive, recebeu subsídios por organizações ligadas às questões de guerra.
Nos anos 1950, Chomsky apresentou a teoria linguística gerativo-transfor-
macional, contra a qual a linguística aplicada se posicionou. A intenção era 
mostrar que o interesse primordial da linguística aplicada era a resolução de 
problemas linguísticos, por isso se focou na linguagem em uso. Contudo, esse 
posicionamento se apresentou na mesma época em que Chomsky se tornava 
mundialmente conhecido. Ele analisava a língua em sua abstração e não no 
uso que dela fazem os falantes de uma determinada comunidade linguística 
em situações reais de fala. Dessa forma, passaram a predominar os estudos 
formalistas com base gerativista.
Esse predomínio se deve à aproximação da linguística aos estudos das 
ciências naturais, o que a tornou mais científica. Além disso, havia uma ênfase 
na imanência da língua: o gerativismo propõe representações para as estruturas 
das línguas chamadas de universais linguísticos. Elas seriam características 
compartilhadas por todas as línguas do mundo e que constituiriam uma Gra-
mática Universal, condição inata a todos os seres humanos.
O programa de Chomsky apresentava formalizações precisas e de abstração 
pura, o que proporcionou à linguística um caráter formal. O reconhecimento 
mundial desse programa levou os teóricos da língua que a tratavam como 
Subáreas da linguística10
representação cultural a uma dificuldade de visibilidades. Aliás, muitos pes-
quisadores passaram a conceber esse tipo de estudo da língua como uma 
atividade menor de pesquisa.
Mesmo assim, a linguística Aplicada permaneceu enfatizando os aspectos 
sociais de forma densa. Segundo Rajagopalan (2006, p. 157), “[…] a questão 
social não é uma preocupação da linguística teórica: mesmo quando a questão 
social é invocada, é como se o social entrasse como acréscimo a considerações 
já feitas sobre o indivíduo concebido ‘associalmente’”.
Coube à linguística aplicada tomar emprestadas, da linguística formal, 
teorias abstratas prestigiadas para, com base nelas, propor alternativas de 
solução a questões práticas de uso da linguagem. Portanto, como a linguística 
aplicada não criava teorias, teria, apenas, de aplicar as teorias produzidas nos 
estudos formalistas. Nesse sentido, Widdowson (1996, p. 125) afirma que a 
linguística aplicada é “[…] uma área de investigação que procura estabelecer 
a relevância de estudos teóricos da linguagem para problemas cotidianos nos 
quais a linguagem está implícita”. Enquanto Brumfit (1995, p. 27) diz que 
é uma “[…] investigação teórica e empírica de problemas reais nos quais a 
linguagem é uma questão central […]”.
Por sua natureza prática, a linguística aplicada foi muita utilizada nas 
escolas, como uma forma de atender às demandas de revisão dos postulados 
de ensino da língua focados nas normas gramaticais. Além disso, o linguista 
aplicado se envolveu com questões relacionadas às políticas educacionais, à 
avaliação e à aquisição de uma segunda língua. 
Maingueneau (1996) afirma que a linguística aplicada tem três caracte-
rísticas principais:
1. responde a uma demanda social; 
2. faz empréstimos a diferentes domínios científicos e técnicos; 
3. é avaliada por seus resultados. 
Evidencia-se, assim, que o foco da linguística aplicada estava relacionado 
a acessar os problemas de linguagem conforme eles ocorriam na realidade. 
Nas escolas, começou-se a enfatizar a investigação da produção textual, isto 
é, na análise da produção da linguagem em detrimento da análise do produto 
(a redação). Esse contexto favoreceu a ligação da linguística aplicada com 
outras áreas das ciências humanas, como a psicologia e a psicolinguística, 
principalmente. Entretanto, convocou também outros campos, e essa relação 
identificou a linguística aplicada como articuladora de diversos domínios do 
saber que estejam ligados à linguagem.
11Subáreas da linguística
Esses avanços da linguística aplicada contribuíram para que ela fosse tratada 
como uma forma de refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem de 
língua, avaliando, por exemplo, qual a melhor metodologia e estratégias de 
ensino. A partir de seus estudos, surgiram pesquisas sobre produção textual, 
material didático, bilinguismo, aprendizagem de segunda língua, interação 
verbal, avaliação e metodologia de ensino, análise do discurso pedagógico, 
socioconstrução da aprendizagem, compreensão e leitura. Como se vê, o foco 
das pesquisas do linguista aplicado passou a ser temas de relevância social. A 
finalidade passou a ser encontrar respostas teóricas que gerassem benefícios 
sociais. Disso, surgiram investigações sobre as relações de poder na formação 
do sujeito na linguagem e por meio dela.
Os estudos linguísticos aplicados, portanto, focaram no olhar crítico sobre 
a linguagem. Isso provocou uma responsabilidade a esses estudiosos: a neces-
sidade de criar um projeto político pedagógico que tentasse transformar uma 
sociedade estruturada de forma desigual. Houve, dessa forma, uma expansão 
da atuação da linguística aplicada, que passou a tratar de conscientização 
linguística, formas de aprendizagem de línguas a partir de interações dialógicas, 
aprendizagem baseada no contexto, entre outros.
Desse modo, áreas dos estudos linguísticos (sociolinguística interacional, 
linguística textual, análise do discurso, entre outras) auxiliaram no estudo do 
caráter social, cultural e histórico do uso da língua. Evidencia-se, assim, que 
a redefinição do objeto de estudo da linguística aplicada extrapola o universo 
escolar e ocupa um espaço mais amplo na sociedade por focar nos usos da 
língua, considerando contextos diferentes e interações variadas. Moita Lopes 
(2006, p. 18) questiona:
Como é possível pensar que teorias linguísticas, independentemente das con-
vicções dos teóricos, poderiam apresentar respostas para a problemática do 
ensinar e do aprender em sala de aula? Uma teoria linguística pode fornecer 
uma descrição mais acurada de um aspecto linguístico do que outra, mas ser 
completamente ineficiente do ponto de vista do ensinar e do aprender línguas. 
Para esse estudioso, a linguística aplicada contemporânea seria capaz de 
interagir com outras áreas do conhecimento pararelacionar teoria e prática, 
porque “[…] é inadequado construir teorias sem considerar as vozes daqueles 
que vivem as práticas sociais que queremos estudar; mesmo porque, no mundo 
de contingências e de mudanças velozes em que vivemos, a prática está adiante 
da teoria […]” (LOPES, 2006, p. 31).
Subáreas da linguística12
Resumidamente, a linguística é concebida como ciência, porque tem um 
objeto de estudo estabelecido, que é a língua, e um método de estudo, que é 
histórico-comparativo. É uma área que está presente em muitos outros campos 
relacionados à linguagem. Conforme o enfoque dos estudos linguísticos, então, 
surgem diferentes áreas, como a linguística aplicada. Com a expansão dos 
princípios e das fronteiras, a linguística aplicada passou a se preocupar com 
as alternativas para problemas de linguagem a fim de que os seres humanos 
tivessem acesso a diferentes aspectos que envolvem suas vidas: políticos, 
econômicos, sociais e culturais. 
BARROS, D. L. P. Estudos do discurso. In: FIORIN, J. L. (org.). Introdução à linguística. São 
Paulo: Contexto, 2003.
BORGES NETO, J. Ensaios da filosofia da linguística. São Paulo: Parábola, 2004.
BRUMFIT, C. Theoretical practice: applied linguistics as pure and practical science. 
AILA Review, v. 12, 1995.
FIORIN, J. L. (org). Introdução à linguística. São Paulo: Contexto, 2003.
LOPES, L. P. M. (org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
MAINGUENEAU, D. Aborder la linguistique. Paris: Seuil, 1996.
MARTINET, A. Elementos de linguística geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978. 
NEGRÃO, E. V.; VIOTTI, A. P. S. E. C. Sintaxe: explorando a estrutura da sentença. In: FIORIN, 
J. L. (org.). Introdução à linguística. São Paulo: Contexto, 2003.
PETTER, M. M. T. Linguagem, língua, linguística. In: FIORIN, J. L. (org.). Introdução à 
linguística. São Paulo: Contexto, 2003a.
PETTER, M. M. T. Morfologia. In: FIORIN, J. L. (org). Introdução à linguística. São Paulo: 
Contexto, 2003b.
PIETROFORTE, A. V. S.; LOPES, I. C. A semântica lexical. In: FIORIN, J. L. (org). Introdução 
à linguística. São Paulo: Contexto, 2003.
RAJAGOPALAN, K. The language issue in Brazil: when local knowledge clashes with 
expert knowledge. In: CANAGARAJAH, S. (org.). Local knowledge globalization and 
language teaching. New York: Lawrence Erlbaum Associates, 2005.
SOUZA, P. C.; SANTANA, R. Fonética. In: FIORIN, J. L. (org). Introdução à linguística. São 
Paulo: Contexto, 2003.
WIDDOWSON, H. G. Linguistics. Oxford: Oxford University Press, 1996.
13Subáreas da linguística
DICA DO PROFESSOR
A Linguística aplicada surgiu como uma forma de aplicar o conhecimento linguístico em 
situações reais de uso da linguagem. Uma das suas atuações refere-se ao exercício de aplicação 
do aparato dos estudos linguísticos ao ensino-aprendizagem da língua materna. Você já refletiu 
sobre como a Linguística aplicada pode contribuir para a elaboração e a concretização de suas 
aulas de língua portuguesa? A Linguística aplicada é uma aliada na discussão sobre o ensino-
aprendizagem de língua materna, principalmente sobre as questões relacionadas à escrita e à 
leitura.
Nesta Dica do Professor, você verá quais problemas na produção e na compreensão de textos 
surgem nas aulas de português e quais propostas a Linguística aplicada constrói para solucioná-
los.
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EXERCÍCIOS
1) O percurso histórico da Linguística inicia com os estudos sobre linguagem desde a 
Antiguidade. Mas ela se constituiu como ciência muitos séculos depois.
Reflita sobre a história da linguística e assinale a afirmação correta:
A) A Linguística é o estudo científico da linguagem humana e se baseia na observação e na 
eleição de fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais.
B) A Linguística tem um caráter científico e prescritivo do estudo: como o objeto dessa 
ciência constitui uma atividade humana, é possível notar o que realmente se diz para 
passar a recomendar o que se deve dizer.
C) O marco inicial da Linguística é a publicação de Franz Bopp (1816), que compara 
sânscrito e grego. Nessa época, a Linguística fazia investigações históricas e encontrava 
relações de parentesco entre as línguas indo-europeias.
D) A divulgação dos trabalhos de Saussure contribuiu com a denominação de ciência para os 
estudos linguísticos. Antes disso, as exigências de outras áreas não davam autonomia à 
Linguística. Com as observações das gramáticas tradicionais, o método científico se 
concretiza. 
E) A Linguística é uma ciência, pois descreve e explica fatos de apenas uma língua, ou seja, o 
linguista é capaz de identificar os princípios de funcionamento da língua pesquisada.
2) A Linguística se tornou ciência quando definiu um objeto de estudo e um método 
para analisar a língua.
Analisando as características da Linguística, assinale a afirmação correta:
A) Nas pesquisas linguísticas, a língua é examinada de forma abstrata, isto é, principalmente 
na fala das comunidades. 
B) Os critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados linguísticos obedecem aos 
princípios de uma teoria Linguística expressamente formulada para esse fim. 
C) Os resultados obtidos nas pesquisas linguísticas são correlacionados às informações 
disponíveis sobre a língua pesquisada com o objetivo de elaborar uma teoria geral da 
linguagem. 
D) A Linguística geral é um dos campos de estudos da Linguística. Ela oferece as ferramentas 
empíricas para a análise das línguas. 
E) A Linguística descritiva é um dos campos de estudos da Linguística e fornece as teorias 
que servirão de fundamentação para a Linguística geral.
A Linguística é uma disciplina científica que estuda o funcionamento da linguagem e 
das línguas naturais em diferentes níveis e perspectivas.
Reflita sobre as características da fonética, da fonologia, da morfologia, da sintaxe e 
3) 
da semântica e assinale a afirmação correta:
A) Na Fonética são analisados os fones para descrevê-los em três dimensões: articulatória-
motora, auditiva ou perceptual e acústica.
B) Na Fonologia, o som é tratado na mesma perspectiva da fonética: nas relações que 
estabelecem entre si e nas relações que os unem ao plano do conteúdo.
C) Nos estudos de morfologia existem dois campos: a morfologia lexical e a flexional. A 
primeira investiga os mecanismos de substituição lexical e a segunda estuda os 
mecanismos de informações gramaticais.
D) Com os estudos de sintaxe, evidencia-se que competência linguística diz respeito também 
às combinações intermediárias: na formação de uma sentença não há sempre linearidade.
E) A Semântica Linguística, na atualidade, está mais voltada às questões filosóficas e mentais 
(o que é real, como o cérebro funciona, etc.).
4) As linhas de investigação se tornaram subáreas dentro da Linguística e atuam sob 
uma metodologia interdisciplinar.
Reflita sobre a sintaxe, a semântica, a pragmática e a análise do discurso e marque a 
afirmação correta:
A) A finalidade dos estudos da sintaxe é verificar como esse conhecimento linguístico pode 
ser usado na análise das categorias estruturais de uma língua.
B) O surgimento de várias semânticas (textual, semântica cognitiva, lexical, argumentativa, 
discursiva, etc.) revela que existem diferentes percepções do que é significado e que o 
estudo do sentido deve ser realizado sob um fundamento apenas. 
Os estudos de pragmática estão diretamente ligados à dimensão chamada de estruturação C) 
de sentenças verdadeiras.
D) A situação de enunciação é essencial à pragmática, pois especifica e determina quem são 
os participantes do ato de comunicação. 
E) A análise do discurso aproxima-se da semiótica, pois ambas analisam palavras e frases e 
buscam os sentidos delas.
5) Em meados do século XX, a Linguística passou a ser vista como ciência e junto com 
esse destaque para a análise das questões relacionadas à língua, surgiram diferentes 
estudos que partiam da abstraçãodo conhecimento linguístico. A Linguística 
aplicada apareceu como uma dessas possibilidades.
Pensando sobre as características da Linguística aplicada e suas relações com a 
Linguística teórica, assinale a afirmativa correta:
A) A Linguística aplicada apareceu como uma possibilidade de aplicar o conhecimento 
linguístico em situações fictícias de uso da linguagem.
B) O interesse primordial da Linguística aplicada era a resolução de problemas linguísticos, 
por isso, focou-se na busca de fundamentação teórica.
C) A Linguística aplicada configurou-se como não produtora de teorias, perfil que 
caracterizou esse recorte de estudos científicos ao longo das décadas anteriores a 1950.
D) A Linguística aplicada tomou emprestadas, da Linguística formal, teorias abstratas 
prestigiadas para, com base nelas, elaborar novas teorias sobre o uso da linguagem.
E) Por sua natureza prescritiva, a Linguística aplicada foi muito utilizada nas escolas, como 
uma forma de atender às demandas de revisão dos postulados de ensino da língua.
NA PRÁTICA
A Linguística se caracteriza como um estudo científico. Portanto, pressupõe a observação do 
objeto de estudo, a língua, para descrevê-lo e gerar uma reflexão sobre ele. Como levar essa 
atuação para a sala de aula no processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa e não cair 
nas práticas comuns de aplicação de normas da gramática tradicional? 
Uma das subáreas da Linguística que muito pode contribuir com a produção e a compreensão de 
textos é a sintaxe. Entretanto, muitas práticas docentes inadequadas afastam o estudo da língua 
dos interesses dos alunos.
Na Prática, confira a aula da professora Roberta, que utilizou as diferentes possibilidades de 
construção de sentenças para auxiliar seus alunos no desenvolvimento das habilidades de leitura 
e escrita. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Linguística histórica: ciência que revela as mudanças da língua - Jornal Futura - Canal 
Futura
A Linguística histórica se dedica a estudar as transformações da língua ao longo do tempo. 
Confira uma reportagem sobre o assunto no link a seguir:
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Linguística – ensino do português
Os estudos linguísticos são científicos, mas podem (e devem) contribuir com o ensino da língua 
materna. Para compreender como a Linguística contribui com o ensino de língua portuguesa, 
acesse o link a seguir.
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