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Conceito de linguística APRESENTAÇÃO Por ser uma ciência recente, a linguística está constantemente se desenvolvendo como campo de estudo que descreve ou explica a linguagem verbal humana. Apesar de haver muita confusão quanto ao papel desempenhado pela ciência linguística, é importante lembrar que ela não tem nenhuma relação com a gramática normativa, ou seja, seu objetivo é estudar a língua como ela é, e não prescrever normas ou ditar regras de correção para o uso da linguagem. Para a linguística, tudo o que faz parte da língua interessa e pode gerar reflexão. Logo, a partir da perspectiva teórica de cada uma das áreas da linguística, o seu conceito pode ser repensado, pois seu objeto de estudo pode ser tanto a linguagem verbal quanto a escrita. Teríamos, portanto, um conceito de linguística ou será que deveríamos falar em conceitos de linguística de acordo com seu objeto? Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os conceitos de linguística sob a ótica dos estudos desenvolvidos por diferentes teorias, como estruturalismo, funcionalismo e gerativismo. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o conceito de linguística sob a ótica dos estudos estruturalistas, funcionalistas, gerativistas e semanticistas. • Relacionar os diferentes conceitos de linguística às possíveis abordagens de estudo linguístico. • Identificar o conceito de linguística que subjaz à determinada estratégia de ensino de língua. • DESAFIO O linguista Marcos Bagno, na obra Preconceito linguístico, afirma que o primeiro mito referente à língua portuguesa é que: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente” (BAGNO, 2007, p. 15). Segundo o autor, esse é um dos maiores e mais sérios mitos relacionados ao português brasileiro, responsável por grande parte do preconceito linguístico corrente no Brasil. O modo como isso se dá é através da escola, que impõe uma norma linguística, correspondente à escrita e à norma culta, como se ela fosse, de fato, comum a todos os falantes. Reconhecer a diversidade linguística de nosso país poderia ajudar no planejamento de ação junto à população dos falantes das variedades não padrão, ou seja, pessoas cujo contato com a leitura e a escrita padrão só se deu no ambiente escolar. Assim, entende-se que não há uma melhor ou pior expressão oralizada da língua escrita, mas dois registros distintos da língua: a oralidade (regida pela necessidade de comunicação entre os falantes) e a escrita (normatizada por regras que tendem a torná-la mais rígida e fixa). Como você procederia diante desse impasse? INFOGRÁFICO Neste infográfico, você vai conhecer o conceito de linguística a partir de cada uma das grandes áreas da linguística: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo e Teorias Semânticas. No quadro explicativo, também é apresentado o objeto de estudo de cada uma dessas teorias e, ainda, alguns exemplos das variadas áreas de estudo da língua. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO O conceito de linguística é, em geral, descrito como o estudo da faculdade humana de linguagem e das línguas que existem ou existiram, historicamente (ILARI, 2003). No entanto, não há apenas uma forma de se fazer ciência linguística. Você lerá no presente capítulo, Conceito de Linguística, do livro Linguística Avançada, sobre alguns dos mais importantes momentos teóricos do desenvolvimento da linguística: o estruturalismo, o gerativismo e o funcionalismo. Vale lembrar que esses momentos não são estanques nem ultrapassados; eles convivem até hoje nas variadas áreas de estudos linguísticos. Acompanhe como se deu o desenvolvimento da ciência linguística, observe o modo como o campo de estudos linguísticos foi sendo ampliado a partir do olhar de diferentes pesquisadores da língua. Boa leitura! LINGUÍSTICA AVANÇADA Debbie Mello Noble Priscilla Rodrigues Simões Laís Virginia Alves Medeiros Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 N747l Noble, Debbie Mello. Linguística avançada / Debbie Mello Noble, Priscilla Rodrigues Simões, Laís Virginia Alves Medeiros ; revisão técnica: Laís Virginia Alves Medeiros. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 146 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-144-0 1. Linguística avançada. I. Simões, Priscilla Rodrigues. II. Medeiros, Laís Virginia Alves. III. Título. CDU 81’33 Revisão técnica: Laís Virginia Alves Medeiros Mestra em Letras – Estudos da Linguagem: Teorias do Texto e do Discurso Bacharela em Letras – Habilitação Tradutora: Português e Francês Linguística Avançada_Iniciais_Impressa.indd 2 14/09/2017 10:55:53 Conceito de linguística Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o conceito de linguística sob a ótica dos estudos estru- turalistas, funcionalistas, gerativistas e semanticistas. Relacionar os diferentes conceitos de linguística às possíveis aborda- gens de estudo linguístico. Identi� car o conceito de linguística que subjaz a determinada estra- tégia de ensino de língua. Introdução Por ser uma ciência recente, a linguística está constantemente se de- senvolvendo como campo de estudo que descreve ou explica a lin- guagem verbal humana. Apesar de haver muita confusão quanto ao papel desempenhado pela ciência linguística, é importante lembrar que ela não tem nenhuma relação com a gramática normativa, ou seja, seu objetivo é estudar a língua como ela é, e não prescrever normas ou ditar regras de correção para o uso da linguagem. Para a linguística, tudo o que faz parte da língua interessa e pode gerar reflexão. Logo, a partir da perspectiva teórica de cada uma das áreas da linguística, o seu conceito pode ser repensado, pois seu objeto de estudo pode ser tanto a linguagem verbal quanto a escrita. Teríamos, portanto, um conceito de linguística ou será que deveríamos falar em conceitos de linguística de acordo com seu objeto? Neste texto, você vai conhecer os conceitos de linguística sob a ótica dos estudos desenvolvidos por diferentes teorias como o estruturalismo, o funcionalismo, o gerativismo e as teorias semânticas. Linguística Avançada_U1_C02.indd 27 13/09/2017 16:36:11 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce O conceito de linguística sob a ótica dos estudos estruturalistas, funcionalistas, gerativistas e semanticistas e suas relações com as variadas teorias linguísticas Estruturalismo: língua e estrutura Partindo de Saussure, temos o conceito de língua como um sistema de signos, um código que serve para a comunicação e para a troca de informação. Note que nesta formulação há a presença do interlocutor como um fator constituinte do ato da fala. A concepção de Saussure rompe com a concepção da linguística comparatista do século XIX, em que a língua seria a expressão do pensamento, e inaugura uma nova forma de trabalhar com ela, pois a considera um sistema em que um signo só recebe signifi cação, ou valor, quando relacionado aos outros signos que o cercam. No Curso de linguística geral (SAUSSURE, 2012), temos algumas carac- terísticas da língua: ela é a parte social da linguagem, por pertencer à comu- nidade, e é exterior ao indivíduo, que não pode modificá-la. Essas afirmações demonstram a inserção da língua em um campo de estudos que considera sua relação com o exterior, e, inclusive, a dependência interna das partes que constituem esse sistema, pois um signo é o que o outro não é como versa a noção de par opositivo de Saussure. É importante ressaltar que, para os estruturalistas, a realidade e seus objetos concretos não importam, não são considerados, pois se pensa a estrutura da língua como algo abstrato. Nesse ponto, podemos dizer que no estruturalismo a noção de referência entre língua e realidade não pode serconsiderada, pois o referente está sempre dado no interior do sistema. Outras questões que revelam o estudo da língua que se volta sobre si mesma e que determina combinações, na qual todas as possibilidades já estariam dadas, fecham a noção de língua, e, por consequência, a de interpretação, não permitindo a chegada a um nível em que se considera as situações enunciativas ou o caráter subjetivo da sua produção de sentidos. Saussure escolheu não se debruçar sobre essas questões, mas considerou suas possibilidades ao realizar a distinção entre língua e fala, ou seja, entre uso coletivo e individual; entre sincronia e diacronia. Em resumo, ao propor dicotomias, Saussure não negou a possibilidade de se trabalhar com as ques- tões que ia deixando de lado, tanto que propôs a inauguração de um campo de estudos chamado Semiologia, ao qual caberia analisar os diversos tipos de signos não linguísticos. A confusão que gerou maior número de consequ- Conceito de linguística28 Linguística Avançada_U1_C02.indd 28 13/09/2017 16:36:11 Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce ências para os estudos de base linguística foi a não observação da distinção entre língua e linguagem, tão cara a Saussure. No entanto, os formalistas sempre buscam contrariar esse pressuposto saussuriano (que para tratar das relações internas do sistema abstrato – língua, é necessário se distanciar de tudo aquilo que é particular à linguagem). Saussure tentava, principalmente, evitar o retorno à concepção de língua enquanto referência, que reduziria a complexidade do sistema à ideia de que as palavras existem para representar objetos da realidade, ou seja, para referenciá-los, o que também pressupõe uma concepção de que as palavras têm um sentido dado aprioristicamente. Devemos entender, portanto, que a inovação de Saussure foi o tratamento da língua como sistema abstrato, que deve ser estudado de acordo com suas estruturas internas, o que permitiu à linguística chegar ao patamar de ciência linguística de modo que a fonologia, a morfologia e a sintaxe fizeram muitos avanços sob esta perspectiva de análise. Além de Saussure, o linguista Roman Jakobson também deixou importantes trabalhos da fonologia à gramática, da aquisição da linguagem ao estudo da afasia. Jakobson e Hjelmslev foram teóricos que desenvolveram leituras diferenciadas sobre o estruturalismo. O primeiro deles apresentou a relação entre a linguística e a poética, elaborando as noções de funções da linguagem. Já o segundo, produziu uma leitura formalista ao extremo, retirando, inclusive, o aspecto social que Saussure havia conferido à linguagem. Gerativismo: linguagem e mente Quando a efervescência dos estudos estruturalistas vai sendo diminuída, surgem os estudos gerativistas, nos quais a relação linguagem e mente é ressaltada, pois se considera que as regras e os princípios linguísticos estão radicados na mente humana. O formalismo se situa no campo de estudos da tradição empirista, por acreditar na existência de “[...] um mecanismo mental inato de aquisição [...]” (RAPOSO, 1992, p. 36) de língua, colocando a questão da ordem biológica da faculdade de linguagem. Também ocorre a volta da noção de língua como expressão do pensamento, ou seja, de simetria entre referente 29Conceito de linguística Linguística Avançada_U1_C02.indd 29 13/09/2017 16:36:11 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado e mundo. Dessa forma, a interpretação seria, simplesmente, a compreensão do dizer, tal como ele fora proferido, isto é, literalmente. De acordo com Chomsky, as línguas naturais são adquiridas e faladas espontaneamente apenas pelos membros da espécie humana, o que constitui um dos motivos do sucesso evolutivo de nossa espécie. É importante salientar que ele, assim como todos os teóricos dessa linha, não está preocupado com a acepção social da língua, mas com a questão da aquisição de linguagem, a capacidade humana de produzir linguagem, focando seus estudos na compe- tência inata do falante, e não relegando importância ao uso que este falante ideal faz da língua, ou seja, ao desempenho. Como nesta teoria se considera a língua a partir de seu aspecto biológico, a aquisição é uma questão de maturação e desenvolvimento de um “órgão” mental, e não de aprendizado. Portanto, haveria um conjunto de princípios inatos na mente de todo falante, que seria a gramática universal, e que possibi- litaria a ele desenvolver o mecanismo da língua. Definindo melhor o conceito de gramática universal, temos que ela é a soma dos princípios linguísticos específicos à espécie humana. O objetivo central dos estudos gerativistas é conhecer a natureza e as propriedades exatas dessa gramática. De acordo com essas ideias, o ensino de língua materna, a partir de um conjunto de regras, externo à gramática interiorizada do falante, seria des- necessário e prejudicial ao processo natural de aquisição. Uma vez que uma criança, ao utilizar a língua, já conhece sua estrutura, não seria necessário que se apresentasse a gramática a ela. Chomsky aponta um problema do modelo dos dados primários (a gramática universal) e da gramática final (do adulto), dizendo que este é idealista por ignorar o abismo quantitativo e qualitativo que há entre os dados primários e o sistema de conhecimentos final do adulto, a sua gramática interiorizada. Assim, o decorrer do processo de maturação do órgão da linguagem não é idêntico para todas as pessoas, certamente por depender de aspectos não exclusivamente mentais. Poderíamos pensar que o autor considera a inserção do exterior no desenvolvimento da linguagem. Isso, contudo, não se sustenta, pois Chomsky também defende a inde- pendência dos princípios formais da gramática interiorizada, da semântica e da pragmática. Aqui há uma questão importante, que é a possibilidade de produção de sentido sem considerar aspectos externos à estrutura mental da língua. Outro aspecto importante dos estudos formalistas de Chomsky é sua aplicação em pesquisas sobre inteligência artificial, possibilitadas pelos avanços da ciência que proporcionaram o aproveitamento de estudos sobre a aquisição da língua humana para o desenvolvimento de outras formas de linguagem. Conceito de linguística30 Linguística Avançada_U1_C02.indd 30 13/09/2017 16:36:11 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Funcionalismo: língua e função O funcionalismo é uma área da linguística que observa a língua relacionada ao seu uso, de acordo com essa teoria, o sentido das palavras estaria relacionado as suas condições de emprego. Maria Helena de Moura Neves (1997), com a obra A gramática funcional, foi a precursora dessa linha de estudo linguístico no Brasil. As origens do pensamento funcionalista, entretanto, estão nos estudos da pragmática: os atos de fala, a intencionalidade, a relação entre locutores. A seguir você vai conhecer, brevemente, os principais expoentes dessa linha de estudo que proporcionou o desenvolvimento, por exemplo, da linguística textual (ou teoria do texto). De acordo com Ilari (2003), outro objetivo do funcionalista é explicar as características formais da língua por meio das funções que exercem. Na segunda metade do século XX, o linguista inglês M.A.K. Halliday percebe que qualquer sentença cumpre simultaneamente três funções, que elechamou de ideacional, interpessoal e textual e que consistem em (ILARI, 2003): Ideacional: fornecer representações do mundo. Interpessoal: instaurar diferentes formas de interlocução como per- guntar, afirmar, ordenar, assumir graus diferentes de comprometimento em relação àquilo que se diz. Textual: monitorar o fluxo de informação nova em um determinado contexto. Outro conceito fundamental do funcionalismo é o de escolha. De acordo com esse conceito, o falante constrói seus enunciados escolhendo entre várias alternativas proporcionadas pelo sistema linguístico (ao produzir qualquer frase, escolhemos simultaneamente as palavras, as construções gramati- cais, os contornos entonacionais, etc.). Entender o sentido e uma sentença equivale, então, a entender porque certas alternativas foram escolhidas e outras descartadas. Pelo valor que dá à escolha, o funcionalismo coloca em primeiro plano o papel do falante e as características da mensagem que ele produz, e cria uma abertura importante para o estudo do texto e do estilo. 31Conceito de linguística Linguística Avançada_U1_C02.indd 31 13/09/2017 16:36:11 Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Possíveis abordagens de estudo linguístico Pragmática e os atos de fala Austin estuda, profundamente, as práticas sociais, relacionando-as com a linguagem. Dessa forma, a exterioridade passa a ser um fator constitutivo da signifi cação dos enunciados, pois são considerados os elementos contextuais, além dos linguísticos. O autor formula a noção de ato ilocucionário, e, de acordo com ela, sustenta a ideia de que a língua é uma forma de ação e tem um estatuto jurídico, visto que a fala de um obriga o outro a responder (AUSTIN, 1990). Sendo uma forma de ação, o ato de fala sempre causa efeitos, ou seja, tem força ilocucionária, gera consequências. Para produzir determinado efeito, é necessária a utilização de um ato de fala locucionário, que corresponde ao fato de emitir uma sentença com determinado sentido. Ao emitir determinada sentença que carrega uma força ilocucionária, obtém-se o efeito com ela pretendido, então, temos o ato perlocucionário. O ato locucionário, portanto, é o proferimento de determinada sentença com determinado sentido e referência, o que equivale, por sua vez, a significado, no sentido tradicional do termo: literal. Já o ato ilocucionário é um proferimento que tem certa força: informar, ordenar, prevenir, avisar, comprometer-se e etc.; e o ato perlocucionário é produzido quando os efeitos que se pretende atingir, ao dizer algo, são obtidos, como convencer, persuadir, impedir, surpreender, confundir e etc. É importante salientar que, para Austin, o efeito de um proferimento nem sempre corresponde à intencionalidade do falante. O autor constata esse fato ao não conseguir determinar um percurso linear entre um ato de fala e sua consequência, assim, ele percebe a impossibilidade de limitar os sentidos na língua, ou seja, a intenção se revelou muito fugaz para controlar os efeitos dos atos ilocucionários. Austin trabalha a noção de performatividade implícita, ele está considerando a multiplicidade de sentidos que podem ser gerados pela língua. Austin com- partilha a tese central de Frege, de que é o sentido que determina a referência e não o contrário. Não há simetria perfeita entre sentido e referência, e essa assimetria é a condição para as situações inesperadas, não intencionadas, inconscientes da performatividade. O sentido de um enunciado está restrito às circunstâncias de sua enunciação, a força que ela tem e o efeito que ela provoca, pois se elas forem alteradas o sentido também sofre modificações. Ao final de sua obra, Quando dizer é fazer, ele percebe a impossibilidade de determinar a força de um ato ilocucionário. Concluindo que os critérios Conceito de linguística32 Linguística Avançada_U1_C02.indd 32 13/09/2017 16:36:11 Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce estritamente estruturais não são suficientes para resolver os problemas que permeiam o campo semântico, pois os aspectos extralinguísticos não podem ser deixados de lado quando se trata do tema da significação. Pragmática: sentido literal e intencionalidade Grice, diferentemente de Austin, diz que a linguagem é um instrumento para o locutor comunicar ao seu destinatário suas intenções e é nessas intenções que está embutido o sentido. A partir da ideia de intencionalidade, Grice concebe um sujeito psicológico, individual e consciente. Para dar conta de sua teoria, Grice estabelece um conjunto de regras que devem reger o ato conversacional. São as máximas conversacionais, reunidas sob o princípio da cooperação, em que os integrantes se engajam na conversa e contribuem de acordo com as exigências da troca conversacional. A partir desse princípio, sob as categorias de quantidade, qualidade, relação e modo, Grice formula as máximas e estabelece as implicaturas conversacio- nais, geradas quando há violação das regras. Essas categorias descrevem um conjunto de raciocínios que o ouvinte faria, para deduzir, concluir ou inter- pretar o sentido do que o locutor disse. O ouvinte procura um sentido para o enunciado que esteja de acordo com as máximas estabelecidas anteriormente, considerando o que a informação literal pode estar dizendo de cooperativo, verdadeiro e relevante para uma determinada situação discursiva. Caso não haja um sentido literal, então é preciso encontrar um sentido que responda a tais princípios. Grice defende a existência de um sentido literal, intimamente relacionado ao significado convencional das palavras. Dizer, para Grice, concerne aos sons emitidos e a informação veiculada, descartando a interferência que os implícitos e os pressupostos – visíveis na teoria de Ducrot – possam realizar. A ironia, as expressões ambíguas, a metáfora, entre outras constituem, para Grice, uma violação do princípio de cooperação ou, pelo menos, de uma máxima. Teorias semânticas A partir das três correntes de estudo apresentadas muitas outras surgiram, de acordo com a necessidade do estudo de fatos linguísticos distintos, como os diversos gêneros textuais e as diferentes formas de discursos que circulam socialmente. As teorias de aporte semântico como, a teoria da enunciação e análise de discurso (AD) representam, atualmente, o interesse dos linguistas 33Conceito de linguística Linguística Avançada_U1_C02.indd 33 13/09/2017 16:36:11 Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce em conhecer a dinâmica social da língua. Leia, a seguir, alguns apontamentos sobre a teoria discursiva. Análise do discurso Para entender a teoria do discurso é necessário atentar para uma característica muito importante dela: relevar a relação entre sentido e história. A teoria da AD surge na França, na década de 1960 e tem uma dupla fundação por Dubois e Pêcheux. Apesar de atuarem em esferas distintas, esses dois teóricos apresentam em comum o interesse pela política e pelo marxismo, ou seja, são estudiosos preocupados com a questão social nas ciências humanas. Tanto Pêcheux como Dubois atuam na política da época,e é essa ideologia que irá permear o trabalho de fundação dessa nova teoria que objetiva estudar a língua atuando, a língua como efeito de sentido. Portanto, torna-se necessário buscar conceitos filosóficos que relacionem a língua aos acontecimentos sociais, sua historicidade, à memória que deles deriva e vai auxiliar na formação de um dizer cristalizado pela reiteração, e pela fantasia de uma realidade dada a priori, a qual temos um acesso limitado por meio das formações discursivas nas quais nos situamos. O que diferencia essa teoria da linguística da época é relacionar a língua com seu exterior, e não tentar vê-la como um sistema, uma estrutura fechada sobre si mesma. E, ao buscar o que está fora da língua há de se considerar questões relativas às situações em que ela atua, o fator sociológico (ou his- tórico); e, também, aos sujeitos que a enunciam, ou seja, o fator psicológico (ou psicanalítico). O primeiro passo para isso é reconhecer a subjetividade envolvida no próprio fazer científico. No link e no código a seguir, você pode acessar o site Benveniste On-line (2010), onde pode buscar mais sobre teóricos que desenvolveram estudos semânticos da língua: https://goo.gl/c6mrPN Conceito de linguística34 Linguística Avançada_U1_C02.indd 34 13/09/2017 16:36:12 Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Francisco Sublinhado Além dessas teorias semânticas, também merecem destaque os estudos desenvolvidos por Benveniste e Bakhtin, autores que contribuíram para a discussão sobre a natureza do signo linguístico. A linguística e o ensino de língua Qual conceito de linguística subjaz às variadas práticas de ensino de língua? No Quadro 1, você verá uma síntese da relação entre o modo como a língua é considerada em cada uma das grandes áreas de estudo e algumas práticas do ensino de língua. O Quadro 1 explica as derivações das teorias linguísticas para a prática do ensino de língua materna. Apesar de haver, no senso comum, a ideia de que as teorias linguísticas não têm aplicação prática, esse é um mito, pois todas as práticas envolvidas no aprendizado e ensino de línguas são decorrentes do esforço de teóricos para levar a todos os falantes, por meio da educação, ao desenvolvimento do melhor manejo da língua. Estruturalismo Gerativismo Funcionalismo Teorias semânticas Descrição de um sistema linguístico Aquisição da língua Funções exercidas pela língua Sentidos da língua Gramática descritiva Letramento Pragmática Atos de fala Fonologia Sintagma e paradigma Interacionismo Enunciação Morfologia Competências comunicativas Linguística textual Análise de discurso Sintaxe Quadro 1. Derivações das teorias linguísticas. O Quadro 1 foi organizado de maneira a relacionar o objetivo principal de cada uma das teorizações linguísticas a práticas que são desenvolvidas em sala de aula. Quando estudamos os sons e todo o processo de fonação e pronúncia, estamos no âmbito da fonologia. Se classificamos palavras em determinadas 35Conceito de linguística Linguística Avançada_U1_C02.indd 35 13/09/2017 16:36:12 Francisco Realce Francisco Sublinhado Francisco Realce Francisco Realce Francisco Comentário do texto pertence ao estruturalismo classes gramaticais, como verbos e pronomes, estamos praticando a morfolo- gia. Se criarmos uma gramática descritiva (por exemplo, das gírias usadas na família, no bairro, na turma, na escola), estamos fazendo gramática descritiva. Se pedimos aos alunos que encontrem o sujeito ou predicado, estamos fazendo uso dos estudos de sintaxe. Toda essa variedade de atividades que envolvem o manejo da língua está relacionada ao estruturalismo. Já no campo do gerativismo, podemos discutir questões de letramento, pois está relacionado aos modelos e padrões de aquisição da linguagem e, também, de ensino de língua estrangeira. O estudo da organização textual em sintagmas, que correspondem a determinado paradigma textual (crônica, poesia, conto), também pode ser feito por estudos gerativistas que depreen- dem o modo de organização das frases. As competências comunicativas, por exemplo, a argumentação, podem ser praticadas por meio de atividades de produção de textos dissertativos-argumentativos. Sob a perspectiva do funcionalismo são estudadas as funções exercidas pela língua, quando estudamos os modos verbais (imperativo, subjuntivo, afirmativo) estamos pensando nessas funções estabelecidas pelos verbos. Quando conversamos, estamos interagindo e produzindo linguagem, e o diálogo também pode ser um modo de estudo do comportamento do sujeito na língua, como mostram os estudos pragmáticos. Produzimos textos o tempo todo e somos convocados também a interpretar, para isso, é necessário que haja uma superfície linguística coesa e coerente, que possamos descortinar para chegar ao sentido, o estudo dessa superfície é o campo da linguística textual. Quanto às teorias semânticas, elas podem ser profícuas no trabalho de produção e interpretação textual, no trabalho com os diversos gêneros discur- sivos. Também podem ser auxiliares no estudo dos modos como o sentido se produz, por meio de implícitos, subentendidos, pressupostos e ironias. Essas são formas diversas de significar e não significar por meio da língua das quais lançam mão os enunciadores, autores, sujeitos que intentam se comunicar no grande baile dialógico e polifônico que é o fazer da linguagem. Conceito de linguística36 Linguística Avançada_U1_C02.indd 36 13/09/2017 16:36:12 Francisco Comentário do texto pertence ao estruturalismo Francisco Comentário do texto pertence ao estruturalismo Francisco Comentário do texto pertencem ao estruturalismo Francisco Comentário do texto pertencem à gramática descritiva, bem como ao estruturalismo Francisco Comentário do texto campo do gerativismo Francisco Comentário do texto campo do gerativismo Francisco Comentário do texto campo do gerativismo Francisco Comentário do texto campo do gerativismo Francisco Comentário do texto campo do funcionalismo Francisco Comentário do texto campo da linguística textual Francisco Comentário do texto campo das teorias semânticas 1. Quanto ao estruturalismo, é correto dizer que: a) Representa o interesse dos linguistas em conhecer a dinâmica social da língua. b) Coloca em primeiro plano o papel do falante e as características da mensagem que ele produz. c) A aquisição da linguagem consiste essencialmente em um processo de “fixação de parâmetros”. d) Entende como principal tarefa, no estudo de qualquer língua, a depreensão de sua estrutura, a partir do comportamento linguístico observado. e) A língua passa a ser concebida como um objeto matemático. 2. Ilari (2003) diz, em seu texto, que o linguista Halliday percebeu “[...] que qualquer sentença cumpre simultaneamente três funções, que ele chamou de (i) ideacional, (ii) interpessoal e (iii) textual e que consistem, respectivamente, em (i) fornecer representações do mundo (ii) instaurar diferentes formas de interlocução como perguntar, afirmar, ordenar, assumir graus diferentes de comprometimento em relação àquilo que se diz e (iii) monitorar o fluxo de informação nova num contexto dado.” Essa reflexão sobre a língua levou os linguistas ao desenvolvimento de qual das teorias a seguir? a) Teoria da enunciação. b) Fonologia. c) Gramática normativa. d) Linguística textual. e) Análise do discurso. 3. Neste texto, você leu que “A partir dessas três correntes de estudo apresentadas muitas outras surgiram, de acordo com a necessidade do estudo de fatos linguísticos distintos”. Assinale a alternativa que apresenta somente exemplos de teorias linguísticas semânticas. a) Gramática normativa e fonologia. b) Análise de discurso e teoria da enunciação. c) Psicolinguística e letramento. d) Morfologia e sintaxe. e) Fonética e etnolinguística. 4. O gerativismofoi uma teoria linguística desenvolvida pelo seguinte teórico: a) Michel Charolles b) Ferdinand Saussure. c) Rodolfo Ilari. d) Èmile Benveniste. e) Noam Chomsky. 5. Leia atentamente o parágrafo a seguir e responda a qual das alternativas essa teoria linguística poderia ser relacionada. “Linguística textual, trazendo à baila um conjunto denso de questões ligadas aos conceitos de coerência, coesão, interação e gênero, deram evidência a um fato óbvio, que os rituais escolares haviam por assim dizer tornado invisível: na sala de aula, produzir um texto (seja ele uma dissertação, uma narração, uma descrição, ou mais simplesmente um bilhete ou um recado) é muito diferente de trabalhar sentenças: o texto é uma unidade linguística com estrutura própria, e geralmente as pessoas sabem construir textos 37Conceito de linguística Linguística Avançada_U1_C02.indd 37 13/09/2017 16:36:14 AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990. BENVENISTE On-line. Porto Alegre: UFRGS, 2010. Disponível em: <http://www.ufrgs. br/benvenisteonline/>. Acesso em: 23 ago. 2017. CHOMSKY, N.; OTHERO, G. A.; MENUZZI, S. M. Estruturas sintáticas. Petrópolis: Vozes, 2015. GRICE, H. P. Lógica e conversação. In: DASCAL, M. (Org.). Fundamentos metodológicos da linguística, 5. Campinas: Unicamp, 1982. p. 81-103. ILARI, R. A linguística e o ensino da língua portuguesa. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. NEVES, M. H. M. Gramática funcional. São Paulo: Martins Fontes, 1997. RAPOSO, E. P. A língua como sistema de representação mental. In: RAPOSO, E. P. Teoria da gramática: a faculdade da linguagem. 2. ed. Lisboa: Caminho, 1992. SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 34. ed. São Paulo: Cultrix, 2012. Leituras recomendadas BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: intro- dução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. KATO, M. A.; RAMOS, J. Trinta anos de sintaxe gerativa no Brasil. DELTA, São Paulo, v. 15, p. 105-146, 1999. NEVES, M. H. M. Estudos funcionalistas no Brasil. DELTA, São Paulo, v. 15, p. 71-105, 1999. bastante eficazes mesmo quando não utilizam a língua padrão (pense- se na riqueza com que as pessoas mais humildes conseguem contar episódios que marcaram sua vida). Esta constatação tem consequências sérias para a maneira como se ‘avalia a redação’, porque leva a considerar inadequado o método de avaliação mais arraigado na escola, que consiste em ‘corrigir’ e dar nota à redação pela quantidade de erros de gramática e de ortografia, ao mesmo tempo em que se consideram suas características propriamente textuais (coesão, coerência), mas isso não é tudo.” (ILARI, 2003). a) Funcionalismo. b) Gramática normativa. c) Sociolinguística. d) Estruturalismo. e) Gerativismo. Conceito de linguística38 Linguística Avançada_U1_C02.indd 38 13/09/2017 16:36:17 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Neste vídeo, vamos apresentar três tipos de gramática, de acordo com o linguista Luiz Carlos Travaglia. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Quanto ao Estruturalismo, é correto dizer que: A) Representa o interesse dos linguistas em conhecer a dinâmica social da língua. B) Coloca em primeiro plano o papel do falante e as características da mensagem que ele produz. C) A aquisição da linguagem consiste essencialmente em um processo de fixação de parâmetros. D) Entende como principal tarefa, no estudo de qualquer língua, a depreensão de sua estrutura, a partir do comportamento linguístico observado. E) A língua passa a ser concebida como um objeto matemático. Ilari (2003) diz que o linguista Halliday percebeu “que qualquer sentença cumpre simultaneamente três funções, que ele chamou de (i) ideacional, (ii) interpessoal e (iii) textual e que consistem, respectivamente, em (i) fornecer representações do mundo, (ii) instaurar diferentes formas de interlocução como perguntar, afirmar, ordenar, assumir graus diferentes de comprometimento em relação àquilo que se diz e (iii) monitorar o fluxo de informação nova em um contexto dado. Essa reflexão sobre a 2) língua levou os linguistas ao desenvolvimento de qual das teorias a seguir? A) Teoria da Enunciação. B) Fonologia. C) Gramática Normativa. D) Linguística Textual. E) Análise de Discurso. 3) No texto que estudamos nesta unidade, lemos que "a partir dessas três correntes de estudo apresentadas, muitas outras surgiram, de acordo com a necessidade do estudo de fatos linguísticos distintos". Assinale a alternativa que apresenta somente exemplos de teorias linguísticas semânticas. A) Gramática Normativa e Fonologia. B) Análise de Discurso e Teoria da Enunciação. C) Psicolinguística e Letramento. D) Morfologia e Sintaxe. E) Fonética e Etnolinguística. 4) O Gerativismo foi uma teoria linguística desenvolvida pelo seguinte teórico: A) Michel Charolles. B) Ferdinand Saussure. C) Rodolfo Ilari. D) Èmile Benveniste. E) Noam Chomsky. 5) Leia atentamente o parágrafo abaixo e responda a qual das alternativas essa teoria linguística poderia ser relacionada: “Linguística textual, trazendo à baila um conjunto denso de questões ligadas aos conceitos de coerência, coesão, interação e gênero, deram evidência a um fato óbvio, que os rituais escolares haviam por assim dizer tornado invisível: na sala de aula, produzir um texto (seja ele uma dissertação, uma narração, uma descrição, ou mais simplesmente um bilhete ou um recado) é muito diferente de trabalhar sentenças: o texto é uma unidade linguística com estrutura própria, e geralmente as pessoas sabem construir textos bastante eficazes mesmo quando não utilizam a língua padrão (pense-se na riqueza com que as pessoas mais humildes conseguem contar episódios que marcaram sua vida). Esta constatação tem consequências sérias para a maneira como se "avalia a redação", porque leva a considerar inadequado o método de avaliação mais arraigado na escola, que consiste em "corrigir" e dar nota à redação pela quantidade de erros de gramática e de ortografia, ao mesmo tempo que se desconsideram suas características propriamente textuais (coesão, coerência), mas isso não é tudo”. A) Funcionalismo. B) Gramática Normativa. C) Sociolinguística. D) Estruturalismo. E) Gerativismo. NA PRÁTICA “Pesquisadores têm mostrado que os falantes das variedades linguísticas desprestigiadas têm sérias dificuldades em compreender as mensagens enviadas para eles pelo poder público, que se serve exclusivamente da língua padrão (...) a Constituição afirma que todos são iguais perante a lei, mas essa mesma lei é redigida numa língua que só uma parcela pequena de brasileiros consegue entender.” (BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Loyola, 2007, p. 17) Como professor de Língua Portuguesa, qual dos três tipos de ensino de língua deveria ser mais frequente nas escolas para que o problema apontado pelos pesquisadores possa ser solucionado, ou seja, para que mais brasileiros consigam compreender os documentos produzidos pelo poder público? Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Conheça mais sobre os Princípios Gerais da Linguística com a professora Cristina Altman (USP). Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba mais sobre a variação linguística nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa: 3o e 4o Ciclos do Ensino Fundamental. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conheça mais sobre os estudos da variação linguística com o artigo As Variações Linguísticas e suas Implicações na Prática Docente. Conteúdo interativodisponível na plataforma de ensino!
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