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Pedro Henrique de Figueiredo Sousa – Medicina UNIVATES atm 2025/B PATOLOGIAS DA CABEÇA E PESCOÇO FOCAR EM CEC E TUMORES BENIGOS (WARTHIN, PLEOMORFICO, CAVID. ORAL) CAVIDADE ORAL ÚLCERAS AFTOSAS (AFTAS) Ulcerações na mucosa oral superficial, de etiologia desconhecida/ não bem definida e podem estar associadas à problemas imunológicos, geralmente recorrentes e dolorosas Podem estar associadas a disfunções imunológicas Aspecto de ulcerações superficiais e hiperemiadas, cobertas por exsudato fino, circundadas por zona eritematosa Elas em si não são infecções mas podem ser entrada para outras infecções Pode haver infecção bacteriana secundária Regressão espontânea em 7 a 10 dias – exceto em imunocomprometidos (maior tempo de lesão) INFECÇÃO POR HERPES SIMPLES Maioria causada pelo HSV-1 (herpes simples tipo 1 – grande maioria) ou 2 (herpes genital) Infecção primária em geral ocorre na infância (2-4 anos), assintomática 10-20% pode se apresentar como gengivoestomatite herpética aguda (vesículas e ulcerações acompanhadas de febre, linfadenopatia, anorexia, irritabilidade) Vesículas pequenas (podem formar bolhas grandes) que rompem rapidamente, contendo líquido seroso e com grande carga viral (por isso é muito transmissível); região ulcerada se torna hiperemiada e dolorosa, com borda avermelhada Em geral desaparecem espontaneamente em 3 a 4 semanas Vírus migra por inervações e, eventualmente, permanece em latência nos gânglios locais (dor trigeminal, p. ex.) Infecções comuns, maioria dos adultos é portadora do HSV-1 latente Reativação pode ocorrer em estados de imunossupressão, gravidez, alergias, traumas, exposição a extremos de temperatura, entre outros Estomatite herpética recorrente: ocorre no local da inoculação primária ou na mucosa adjacente associada ao mesmo gânglio – lesões geralmente involuem em 7 a 10 dias Utiliza-se Aciclovir em infeções difíceis de curar e para evitar dor crônica. CANDIDÍASE ORAL Candida albicans é componente normal da flora oral em aproximadamente 50% da população → causa da infecção fúngica mais comum da cavidade oral Para ocorrer infecção, é necessário desequilíbrio entre fatores como estado imunológico do paciente, capacidade da cepa de Candida causar infecção, composição da flora bucal do indivíduo 3 formas principais: pseudomembranosa (mais comum, “sapinho”), eritematosa, hiperplásica Candidíase esofágica não ocorre em pacientes imunocompetentes (se ocorre → pesquisa por HIV) Infecção ocorre na superfície mucosa, exceto em casos de imunossupressão severa (transplantados, neutropenia por quimioterapia, AIDS) Uso de antimicrobianos de amplo espectro podem favorecer surgimento de candidíase LEUCOPLASIA PILOSA Indivíduos imunocomprometidos, causada por EBV Diagnóstico diferencial com candidíase oral – lesões não podem ser raspadas (espessamentos hiperqueratóticos, quase sempre localizados na borda lateral da língua) LEUCOPLASIA(leuco=branco) E ERITROPLASIA(eritro=vermelho) Mais comuns em adultos, homens, muito relacionada a consumo de tabaco Possuem risco de malignização Geralmente assintomáticas LEUCOPLASIA: placa ou área esbranquiçada que não pode ser raspada e não pode ser caracterizada de forma clínica ou patológica como qualquer outra doença Sem causa aparente Presente em 3% da população – 5 a 25% dessas lesões são pré-malignas Mais comumente encontradas na mucosa bucal, assoalho da boca, superfície ventral da língua, do palato e da gengiva Placas ou áreas esbranquiçadas, bem delimitadas, podendo ser únicas ou não; podem ser lisas, enrugadas, verrucosas Microscopia: epitélio espessado, acantótico, com hiperqueratose, podendo haver maturação preservada ou alterações displásicas que caracterizem carcinoma in situ Podem sofre mutação, se tornar carcinoide e disseminar. Com isso podem ser lesões pré-malignas ERITROPLASIA: área avermelhada, aveludada e possivelmente erodida dentro da cavidade oral que, em geral, permanece plana ou pode apresentar uma leve depressão em relação à mucosa circundante Risco de transformação maligna é muito maior do que na leucoplasia Microscopia: aproximadamente 90% apresentam displasia acentuada, carcinoma in situ (acomete somente local – não invatde porção profunda da terme ou carcinoma minimamente invasivo Formas intermediárias: leucoeritroplasia salpicada CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS (CEC) 95% dos tumores de cabeça e pescoço são CEC; demais são, em grande parte, adenocarcinomas de origem nas glândulas salivares CEC de cabeça e pescoço é o sexto tumor maligno mais comum no mundo O sítio mais comum de surgimento relacionado com HPV é na orofaringe Sítio de surgimento relacionado com tabagismo e etilismo é orofaringe (principal) e laringe Relacionado a consumo de álcool, tabaco (fumo e/ou mastigação), infecção por HPV (principalmente o 16) 70% dos CEC de cabeça e pescoço são portadores de variantes oncogênicas de HPV Sobrevida depende de diversos fatores – CEC “clássico”, relacionado a tabagismo e etilismo, em fase inicial, tem sobrevida de 80% em 5 anos (pode-se remover facilmente e resolver o problema); em fases avançadas (invasão e comprometimento de áreas subjacentes), 20% Relacionado ao HPV tem sobrevida maior Pode surgir em qualquer lugar revestido por epitélio escamoso estratificado CEC “clássico”: superfície ventral da língua, assoalho da cavidade oral, lábio inferior, palato mole, gengiva Em estágios iniciais, podem ser confundidos com leucoplasia ou eritroplasia À medida que evoluem, aumentam de tamanho e ulceram ou formam protrusões com bordas endurecidas e irregulares Microscopia: lesões displásicas que podem ou não envolver o epitélio todo (carcinoma in situ) antes de invadir tecido conjuntivo adjacente Costumam invadir localmente antes de metastatizar: linfonodos regionais, mediastinais, pulmões, fígado e ossos VIAS AÉREAS SUPERIORES Vias aéreas superiores: nariz, faringe, laringe e partes relacionadas RINITE INFECCIOSA (RESFRIADO COMUM) Causa principal é viral: adenovírus, ecovírus, rinovírus Inflamação das vias aéreas Mucosa nasal espessada, edematosa, avermelhada; aumento de conchas nasais, estreitamento de cavidades nasais Pode haver faringotonsilite associada Pode haver infecção bacteriana superposta Grande maioria benigna, autolimitada (resolve em 7 dias e melhoram por si, ou seja, não precisa passar antibiótico. Se passar de 7 dias = pensar em infecção bacteriana sobreposta) Pode apresentar sinais de infecção sistêmica (febre, etc.) RINITE ALÉRGICA Reações de hipersensibilidade a alérgenos como pólen, fungos, ácaros, poeira Reação imune mediada por IgE, como na asma Edema de mucosa, hiperemia e secreção de muco, associados a infiltração leucocitária com predomínio de eosinófilos Não apresenta sinais e infecção sistêmica CARCINOMA DE NASOFARINGE Associação com infecção pelo EBV, mais comuns em crianças em algumas regiões da África e em adultos no sul da Ásia Lesões escamosas(SEC), que podem ser queratinizantes ou não NÓDULOS REATIVOS (PÓLIPOS, UNILATERAIS) DE PREGAS VOCAIS SE DESENVOLVEM EM PACIENTES TABAGISTAS OU QUE FAZEM GRANDES ESFORÇOS COM PREGAS VOCAIS (NÓDULOS DO CANTOR, BILATERAIS) Alteram características da voz Não dão origem a tumores Podem ulcerar (bilaterais, principalmente), por atrito Não são lesões pré-malignas, são benignos e que podem regredir PAPILOMA ESCAMOSO DE LARINGE Neoplasia benigna, forma proliferação macia, pequena, que pode ulcerar HPV tipos 6 e 11 Não malignizam, mas recorrem CARCINOMA DE LARINGE Células escamosas, acomete principalmente homens tabagistas (e etilistas) 95% são CEC típicos (associados ao tabagismo e etilismo) Geralmente nas pregas vocais, mas pode ser acima ou abaixo Placas enrugadas, acinzentadas, peroladas → podem ulcerar ou tornar-se vegetantes Rouquidão persistente, disfagia PESCOÇO Mais comuns: CEC, CBC, melanoma, linfoma, etc. CISTO BRANQUIAL Remanescentes do segundo arco branquial, mais comuns em jovens de 20-40 anos Benignos, porção superolateral do pescoço Circunscritos, 2-5cm de diâmetro, raramente malignizam Localizados na região do 2º arco branquial CISTODO DUCTO TIREOGLOSSO Origem embriológica da tireoide é na base da língua; migra até região cervical anterior com o desenvolvimento → remanescentes do trajeto podem formar cistos (1-4cm) Benignos, raramente malignizam PARAGANGLIOMA (TUMOR DO CORPO CAROTÍDEO) Paragânglios: agrupamentos (proliferações) de células neuroendócrinas associadas aos sistemas simpático e parassimpático Mais comuns de serem encontrados das glândulas adrenais (feocromocitomas) Benignos, não invadem estruturas mas causam sintomatologia sistêmica Extra-adrenais: 70% na região cabeça e pescoço Corpo carotídeo: paraganglioma parassimpático (<6cm de diâmetro), surge na bifurcação da carótida comum Raros, crescimento lento, indolores Aparência benigna, porém podem infiltrar estruturas adjacentes (fatais, podem invadir a carótida) e metastatizar Microscopia: ninhos de células principais ovais ou arredondadas (de origem neuroectodérmica), circundados por septos vasculares delicados, poucas mitoses GLÂNDULAS SALIVARES LESÕES INFLAMATÓRIAS (SIALOADENITES) Causas: trauma (lesões externas ou pedras), infecção (viral – caxumba), doença autoimune MUCOCELE Lesão mais comum das glândulas salivares, é uma bolsa de muco que se forma Bloqueio e/ou ruptura de um ducto de glândula salivar, com vazamento de saliva para o estroma Mais comumente originadas de trauma, em lábio inferior Podem aumentar ou diminuir de tamanho associado a alimentação Micro: pseudocistos revestidos por tecido de granulação ou tecido conjuntivo fibroso, com preenchimento por mucina e células inflamatórias (macrófagos) Tratamento é excisão completa de cisto e lóbulo da glândula salivar acompanhante NEOPLASIAS Diversos tumores histologicamente diferentes (30), benignos e malignos Incomuns, maioria originada nas parótidas ADENOMA PLEOMORFO Tumores benignos, mistos (células epiteliais e mesenquimais), de crescimento lento, indolores, móveis Mais comuns dos tumores de parótidas – 60% Exposição à radiação é fator de risco principal Podem malignizar (maior risco conforme tempo desde o surgimento – com o tempo precisa-se fazer excisão) Macro: massa arredondada, bem delimitada, geralmente <6cm, branco-acinzentado com áreas mixoides semelhantes a cartilagem Micro: heterogêneo, com elementos epiteliais semelhantes a células ductais ou mioepitelias dispostas em formações ductais, ácinos, cordões; fundo de tecido mixoide frouxo, contendo ilhas de cartilagem, semelhante a mesênquima TUMOR DE WARTHIN (CISTOADENOMA PAPILAR LINFOMATOSO) Tumor benigno, segunda mais comum das glândulas salivares Exclusiva das glândulas parótidas – comumente bilaterais (10% entre as bilaterais) Tabagismo é fator de risco importante Macro: massas encapsuladas, arredondadas a ovais, 2-5cm, na porção superficial das parótidas, superfície cinza clara salpicada por espaços císticos estreitos preenchidos por secreção mucinosa ou serosa Micro: camada dupla de células epiteliais neoplásicas revestindo espaços císticos (camadas diferentes entre si) CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE Neoplasia maligna mais comum das glândulas salivares (15%) Composta de mistura de células escamosas, células secretoras de muco e células intermediárias Grau do tumor (baixo, intermediário ou alto) depende do aspecto das células – quando mais anaplasia maior é o grau do tumor Macro: podem crescer até 8cm, aparentemente ciscunscritos, com margens infiltrativas, pálidos e branco-acinzentados aos cortes; muitas vezes contêm cistos pequenos preenchidos por mucina Micro: cordões, lençóis ou formações císticas de células escamosas, mucinosas ou intermediárias, crescendo em ninhos compostos de células com células vacuoladas claras contendo mucina CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO Incomum, mas é a neoplasia mais comum nas glândulas salivares menores (não parótidas) Crescimento lento, comportamento imprevisível – tendem a invadir espaços perineurais (dolorosos), possuem altas taxas de recidiva e podem metastatizar tardiamente (a longo prazo) Macro: pequenas, mal encapsuladas, infiltrativas, coloração róseo-acinzentada Micro: células pequenas com núcleos compactos, hipercromáticos, com citoplasma escasso, dispostas em padrão tubular, sólido ou cribiforme 2
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