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FÓRUM 4 - Perigos do positivismo

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FÓRUM 4
PERIGOS DO POSITIVISMO
Conforme você estudou nesta unidade, o positivismo “deu o tom” nas ciências humanas praticamente desde a fundação destas, na segunda metade do século XIX, até meados do século XX.
Hoje, porém, os resultados que essas ciências produziram no período positivista são alvo de muitas críticas. Vamos ver um exemplo disso: dentro do paradigma positivista, a antropologia (ciência que estuda as culturas humanas) produziu teorias segundo as quais as sociedades passavam por uma “evolução” natural, semelhante à evolução das espécies biológicas: todas começavam como tribos selvagens, sem tecnologia e sem o domínio da razão, tomadas por superstições e hábitos “bárbaros”; depois, com o tempo, elas iam evoluindo, evoluindo, evoluindo, até que chegavam a um nível superior e avançado de civilização.
Adivinhe quais sociedades os cientistas da época consideravam boas representantes desse nível superior e avançado? As sociedades a que eles próprios pertenciam, é claro: as culturas brancas e europeias. Já os africanos, australianos, indígenas da América e outros seriam representantes das culturas selvagens, primitivas e atrasadas.
Essa teoria “científica” foi um bom pretexto para que os europeus dominassem e explorassem outros povos, impondo-lhes sua cultura. Afinal de contas, esses povos eram “primitivos” e precisavam ser conduzidos pelo homem branco rumo à “civilização”.
Hoje em dia, essa concepção antropológica é considerada etnocêntrica, ou seja, centrada em uma única etnia, um único povo, uma única cultura – no caso, a europeia. O estruturalismo (método introduzido por Ferdinand de Saussure na linguística e depois adotado por outras ciências humanas) ajudou a superar a visão etnocêntrica ao conceber os sistemas criados pelo ser humano, inclusive os sistemas culturais, como estruturas únicas, que não podiam ser comparadas entre si.
Veja o que Marilena Chauí diz a esse respeito:
“Após a psicologia e a linguística, a primeira das ciências humanas a se transformar profundamente, graças à ideia de estrutura e ao método estrutural, foi a antropologia social. Esta pôde mostrar que, ao contrário do que pensava a antropologia positivista, as chamadas ‘sociedades primitivas’ não são uma etapa atrasada da evolução da história social da humanidade, mas uma forma objetiva de organizar as relações sociais de modo diferente do nosso, constituindo estruturas culturais.”
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 12. ed. São Paulo: Ática, 2002. p. 349-350.
Reflita sobre essas informações e depois discuta com seus colegas:
a) Você sabe o que é neocolonialismo? Se não sabe, faça uma pesquisa. Depois, explique como as nações europeias usaram a seu próprio favor, nessa época, a teoria antropológica sobre culturas “primitivas” e culturas “evoluídas”.
b) Teorias científicas muitas vezes são utilizadas para atender aos interesses de certos setores da sociedade. Além do neocolonialismo, você saberia citar outros casos em que isso ocorreu?
RESPOSTA:
O neocolonialismo, também conhecido como Imperialismo, compreende as fases política e econômica de colonização dos países africanos e asiáticos pelos países europeus e pelos Estados Unidos, durante todo o século XIX e parte do século XX.
 Outro exemplo é o colonialismo, que é uma forma de imposição de autoridade de uma cultura sobre outra. A dominação portuguesa no Brasil é um bom exemplo de colonialismo, assim como a colonização da África, destruição da cultura dos povos andinos e a influência da cultura americana em países subdesenvolvidos.

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