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SEMÂNTICA Conteúdo Aula IV

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Sintaxe e semântica
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo! 
As línguas naturais são mecanismos muito complexos que relacionam sistematicamente sons 
com significados, por meio do componente morfossintático, e suas análises começam desde um 
exame sonoro até o seu significado semântico. Cabe ao estudioso de uma língua natural 
compreender que os significados de uma língua não são denominados arbitrariamente, pelo 
contrário: há estudos que correlacionam os significados à sintaxe.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a coesão na linguística textual e 
compreenderá a interface da sintaxe com a semântica.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Contrastar funções semânticas e funções sintáticas.•
Relacionar o conceito de coesão na interface sintaxe/semântica.•
Analisar a interpretação semântica dos complementos de predicados.•
DESAFIO
No mês de setembro a escola que você trabalha comemora o mês de nascimento do escritor 
uruguaio Eduardo Galeano. A direção solicitou que os temas trabalhados em aula pudessem 
dialogar com a produção literária do escritor. Após escolher o poema "El mar", você precisa 
montar o gabarito de um exercício que tem como finalidade identificar as referências anafóricas 
e catafóricas.
 
Identifique qual seria o correto gabarito deste exercício para fornecer aos seus alunos. 
Elementos anafóricos:
Linha 1 
“lo” _____________________________. 
“la” _____________________________.
Linha 4 
“su” _____________________________.
Linha 5 
“sus” _____________________________.
Linha 6 
“su” _____________________________.
Linha 8 
“su” _____________________________.
Elemento catafórico:
Linha 3 
“ella” _____________________________.
INFOGRÁFICO
Pelas dimensões da linguagem é possível avaliar a língua como objeto de estudo e mecanismo 
de comunicação. Cabe ao linguista, gramático, professor ou simples estudioso de uma língua 
compreender que existem dimensões no estudo linguístico.
No Infográfico, você conseguirá visualizar as diferentes dimensões da linguagem.
CONTEÚDO DO LIVRO
Estudar cientificamente uma língua natural corresponde a compreender que existem diferentes 
níveis de análise. Esta Unidade é composta não apenas pela interface sintático-semântica, por 
meio da qual você irá compreender a relação do significado com a gramática; mas também pela 
linguística textual, em que se vai tratar da coesão textual. 
No capítulo Sintaxe e semântica, da obra Sintaxe da língua espanhola, você verá as noções 
básicas para a compreensão da língua no nível de significados dentro da gramática.
Boa leitura.
SINTAXE DA 
LÍNGUA ESPANHOLA
Roberta Spessato
Revisão técnica:
Marina Leivas Waquil
Doutora e Mestra em Letras – Teorias Linguísticas do Léxico 
Bacharel em Letras – Português/Espanhol 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
S749s Spessatto, Roberta.
Sintaxe da língua espanhola / Roberta Spessatto, 
Aline Bizello; [revisão técnica: Marina Leivas Waquil] . – 
Porto Alegre: SAGAH, 2018.
249 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-495-3
1. Língua espanhola – Sintaxe. I. Bizello, Aline. II.Título.
CDU 811.134.3’367
Sintaxe_lingua_espanhola_Book.indb 2 20/07/2018 11:28:59
Sintaxe e semântica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Contrastar funções semânticas e funções sintáticas. 
  Relacionar o conceito de coesão na interface sintaxe/semântica.
  Analisar a interpretação semântica dos complementos de predicados.
Introdução
Sabe-se que as línguas naturais são mecanismos muito complexos, que 
relacionam sistematicamente sons com significados por meio do com-
ponente morfossintático. As suas análises começam desde uma análise 
sonora até o seu significado semântico. Cabe ao estudioso de uma língua 
natural compreender que os seus significados não são denominados 
arbitrariamente — pelo contrário: há estudos que correlacionam os sig-
nificados à sintaxe.
Neste capítulo, você vai estudar a coesão na linguística textual e 
compreender a interface da sintaxe com a semântica.
As funções e a sua arbitrariedade linguística
Estudar uma língua natural não é algo simples. Quando pensamos no seu 
funcionamento, é surpreendente perceber como os sons são associados a 
signifi cados passando por diversos níveis. De acordo com Cançado (2005), a 
descrição linguística tem diferentes níveis de análise: a fonologia, o léxico e a 
morfologia, a sintaxe e a semântica. O primeiro nível estuda os sons e as suas 
combinações em determinada língua; o segundo, representado pelo léxico e 
pela morfologia, trata do conjunto de palavras de uma língua e o estudo das 
suas construções; o terceiro, conhecido como sintaxe, é o estudo de como as 
palavras podem ser combinadas nas diferentes sentenças; e o último trata da 
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semântica, que é o estudo do signifi cado das palavras em seus contextos. Nesse 
sentido, a semântica é o ramo da linguística que se direciona à investigação 
do signifi cado das sentenças.
Quando analisamos uma oração em relação ao seu significado, é inviá-
vel separá-la da sintaxe. De acordo com a Real Academia Española (2010, 
p. 16), “[...] as funções sintáticas representam as formas pelas quais as relações 
que expressam os argumentos são manifestadas”. Cada função sintática é 
caracterizada pela presença de diferentes marcas ou expoentes gramaticais, 
como concordância, posição, presença de preposições e, às vezes, entonação. 
Segundo Cançado, Godoy e Amaral (2013), o nível semântico é a própria 
estrutura argumental, ou seja, ele está diretamente ligado ao nível sintático. 
Portanto, o significado de uma construção é composto pelo significado 
das estruturas gramaticais e dos itens lexicais que a integram. Compare as 
seguintes frases:
a. La artimaña derrotó (a) la violencia. 
(A astúcia derrotou a violência)
b. La violencia derrotó (a) la artimaña. 
(A violência derrotou a astúcia)
Quando analisamos essas duas orações, vemos que ambas apresentam a 
construção sintática sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto. No entanto, 
dependendo de quem assume o papel de sujeito, o sentido da oração muda. Por 
exemplo, dentro da gramática tradicional, o sujeito assume o papel de agente, 
enquanto o objeto direto, o de paciente. Entretanto, essa caracterização nem 
sempre é coerente, como você pode perceber nas seguintes orações:
a. María recibió flores. (Maria recebeu flores)
b. A Juan le duele la cabeza. (A cabeça de Juan dói)
c. La violencia fue vencida por la artimaña. 
(A violência foi vencida pela astúcia)
Como podemos perceber, em nenhuma das orações acima o sujeito assume 
o papel de agente. Esse é um dos motivos pelos quais a gramática moderna, 
baseada em noções linguísticas, define o sujeito como função sintática rea-
lizada por uma frase nominal que concorda em número e pessoa com o verbo 
(seja ele agente ou paciente) (DI TULLIO; MALCUORI, 2012).
Sintaxe e semântica2
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Qualquer língua depende de palavras e de sentenças possuidoras de sig-
nificado. Segundo Cançado (2005), em todas as línguas, as palavras podem 
ser organizadas de modo a formar sentenças, e o significado dessas sentenças 
depende do significado das palavras nelas contidas. Em essência, uma teoria 
semântica não deve se prender à natureza exata da relação entre o significado 
de palavras e o significado de sentenças, mas deve ser capaz de enunciar de 
que modo essa relação depende da ordem das palavras ou de outros aspectos da 
estrutura gramatical da sentença. Nesse ponto, começamos a analisar a prag-
mática. A principal diferença entre a semântica e a pragmática é o significado 
das sentenças em uso. A semântica lida com significado independentemente 
de qualquer contexto de uso. A pragmática, por outro lado, considera aqueles 
aspectos de significado nos quais é necessário levarem conta a situação de 
emissão ou o contexto linguístico. Logo, estudar o significado de uma sentença 
representa analisar essa sentença pragmaticamente, pois a área da linguística 
que descreve a linguagem denomina-se pragmática. Segundo Cançado (2005), 
a pragmática estuda a maneira pela qual a gramática, como um todo, pode 
ser usada em situações comunicativas concretas. Tomemos como exemplo 
as seguintes frases:
a. Carmen se casó y tuvo dos hijos.
b. Carmen tuvo dos hijos después de casarse.
A conjunção y, em (a), além do seu valor aditivo, carrega um valor se-
mântico cronológico de acarretamento. Então, com essa conjunção, pode-se 
afirmar que a oração (a) normalmente acarreta a oração (b). Logo, a relação de 
acarretamento, segundo Cançado (2005), pode ser entendida como a relação 
existente entre sentenças, quando o sentido de uma sentença está incluído no 
sentido de outra. Tomemos estes exemplos:
a. Esto es un sofá y es de cuero. 
b. Esto es un sofá de cuero. 
Qualquer falante ou estudioso da língua espanhola sabe que a informação 
contida em (b) está incluída em (a) e que, dessa forma, podemos concluir que (a) 
acarreta (b). Veja que, se a sentença em (a) for verdadeira, consequentemente 
a sentença em (b) também será — pois seria contraditório afirmar a primeira 
sentença e negar a segunda.
3Sintaxe e semântica
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Sabe-se que a linguística moderna defendeu fortemente a autonomia da 
sintaxe; no entanto, devemos reconhecer que tal autonomia não é absoluta. 
Normalmente, os aspectos sintáticos da língua possuem uma correspondência 
semântica. Segundo Perini (2006, p. 77), “[...] sempre que for possível descre-
ver um traço de forma em termos de traços de significado a ele associados, 
essa descrição deve ser preferida a uma descrição que considere a forma 
independente do significado”. Em outras palavras, o significado intervém 
em nossas análises, pois sem ele não poderíamos reconhecer as sentenças 
ambíguas ou notar que duas sentenças formalmente diferentes podem ter o 
mesmo significado. Analise as seguintes orações:
a. En la reunión había muchachos y muchachas jóvenes.
b. María defendió a Ana.
c. Ana fue defendida por María.
d. Ana va a defender a María.
e. Ana va a ser defendida por María.
Note que em (a) temos uma sentença ambígua, pois é possível entender 
tanto que as mulheres eram jovens, quanto que homens e mulheres eram 
jovens. Da mesma forma, as orações (b) e (c) têm o mesmo significado, isto 
é, elas estão parafraseando uma à outra — (c) é o passivo de (b), ou seja, elas 
são sinônimos. Essa mesma relação de sinonímia também ocorre em (d) e (e). 
Porém, a sinonímia não ocorre entre as orações (f) e (g):
f. Ana desea defender a María.
g. María desea ser defendida por Ana.
A oração (f) não é, portanto, sinônima da oração (g). A diferença de sig-
nificado entre as duas orações mostra a diferença nas respectivas estruturas 
sintáticas: não é possível transformar a oração (f) em passiva, já que essa 
transformação acarretaria outro significado. 
O significado não deve ser a base para uma análise gramatical, pois não há 
necessariamente uma correspondência perfeita entre a sintaxe e a semântica. 
Em essência, a gramática não necessariamente deve ignorar o significado, 
mas cabe a ela representar todas as possibilidades semânticas que o falante 
nativo de uma língua é capaz de produzir e/ou reconhecer. 
Sintaxe e semântica4
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Quando nos deparamos com o conceito de semântica de forma não só gramatical, 
mas também linguística, percebemos que estudar o significado das palavras ultrapassa 
o uso de um dicionário, pois tudo depende do contexto em questão. Isso faz com 
que nos deparemos com mais de um tipo de abordagem semântica. De acordo com 
Santos e Trindade (c2011, p. 15, documento on-line), existem três principais tipos de 
abordagens semânticas, as quais podem ser resumidas no seguinte quadro:
Semântica formal
Semântica 
enunciativa Semântica cognitiva
Semântica referencial Crítica à semântica 
formal – referência
Significado = ponto 
central na investigação 
da linguagem
Significado = sentido 
+ referência
Referência: ilusão 
criada pela linguagem
Significado não 
depende da referência
Vários caminhos = 
mesmo resultado
(2 + 2) ou (10 - 6) = 4
Linguagem: jogo 
de argumentação 
enredado em si mesmo
Significado não se 
constrói na linguagem 
como um jogo de 
argumentação
Valor de verdade Não falamos sobre 
o mundo, falamos 
para construir um 
mundo e, a partir 
dele, tentar convencer 
o interlocutor de 
nossa verdade, que 
é criada pelas nossas 
interlocuções
Significado é natural 
e experiencial
Predicado/argumento
Predicado depende do 
argumento para verificar 
valor de verdade (V ou F)
Expressões com sentido, 
mas sem referência não 
levam ao valor de verdade
Não admite 
indeterminação: ou o 
valor é V, ou F, nunca I
Fonte: Adaptado de Santos e Trindade (c2011, p. 15, documento on-line). 
Portanto, estudar o significado das palavras não se resume apenas a abrir um di-
cionário e tentar compreender o que determinada palavra representa. Um professor, 
linguista, gramático ou qualquer estudioso de determinada língua, por mais que 
assuma uma abordagem específica, tem a necessidade de conhecer outras, de forma 
que possa defender a sua concepção e análise de forma coerente e aprofundada.
5Sintaxe e semântica
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Coesão: a base para um bom discurso
A coesão é uma propriedade do discurso em que tanto as regras morfos-
sintáticas de uma língua, quanto as relações semânticas estabelecidas entre 
as diferentes sentenças que constituem um texto intervêm no sentido geral 
do contexto. O propósito da coesão é assegurar a progressão temática, com 
o objetivo de unir as diferentes orações que compõem um discurso, ou 
seja, a coesão de um texto é obtida quando todos os seus elementos estão 
conectados uns aos outros.
De acordo com Halliday e Hasan (1976, p. 4), a coesão textual é um con-
ceito semântico que se refere às relações de sentido existentes no interior do 
texto, as quais definem o próprio texto como um texto. Segundo os autores, 
a coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso é 
dependente da interpretação de outro. Em resumo, um elemento pressupõe 
o outro, no sentido de que não pode ser efetivamente decodificado, a não 
ser por outro recurso. Para eles, a coesão é uma relação semântica entre 
um elemento do texto e outro elemento essencial para a sua interpretação. 
Trata-se de uma propriedade textual, com a qual as sentenças são apresen-
tadas como unidades costuradas por meio de vários mecanismos de ordem 
léxico-gramatical. Para isso, três tipos principais de mecanismos linguísticos 
são usados: referência, progressão temática e conexão. Eles estabelecem 
relações entre diferentes unidades da superfície do texto (palavras, frases 
ou parágrafos).
A principal característica da coesão é o seu caráter semântico unido ao 
gramatical. De acordo com Beaugrande e Dressler (1997), a sua função é 
estabelecer relações semânticas dentro de um discurso, a fim de organizar 
aquilo que será dito. A coesão é regulada pelas normas sintáticas de uma 
língua e, por isso, é uma propriedade intrínseca do contexto. Enquanto a 
coesão apresenta características gramaticais, a coerência depende muito 
mais do contexto. Assim, pode-se afirmar que a coesão e a coerência estão 
intimamente ligadas: a coesão textual é a manifestação mais importante da 
coerência, já que é uma propriedade do texto que facilita a sua compreensão. 
Portanto, a coesão funciona como uma conexão entre palavras e sentenças, 
estabelecendo as relações semânticas de que um texto precisa para constituir 
uma unidade de significado. Isso significa que as ideias são organizadas de 
acordo com uma relação lógica que foi elaborada no plano de conteúdo para 
dar-lhes coerência. Todavia, essa relação deve ser expressalinguisticamente 
Sintaxe e semântica6
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e, para isso, usamos recursos como pronomes, artigos, conjunções, os quais 
servem para relacionar os diferentes componentes do texto entre si, o que 
contribui para a interpretação do seu significado pelo receptor.
Nas línguas, diferentes mecanismos de coesão são identificados. A classifi-
cação mais conhecida é a proposta por Halliday e Hasan (1976), com base em 
seu estudo do discurso inglês. Esses autores propuseram cinco mecanismos: 
referência, substituição, elipse, conjunção, coesão lexical.
Referência
Consiste em manter o referente em um discurso, principalmente por meio de 
categorias que trabalham com valor dêitico: pronomes pessoais, demonstrativos 
e comparativos. Em todos esses casos, o mesmo antecedente é repetido por 
meio de elementos de natureza gramatical. Logo, é a relação existente entre 
um elemento do texto com outro (ou outros) que está presente no contexto 
situacional. A identifi cação dos referentes é um aspecto muito importante na 
compreensão dos textos, pois afeta diretamente o processamento das infor-
mações. A referência textual pode ser de dois tipos: situacional (exofórica) e 
textual (endofórica).
Referência exofórica
Ocorre quando um elemento do texto alude a elementos da realidade ou a 
fatores extralinguísticos — que não estão no texto, mas no contexto situacional. 
Veja o seguinte exemplo:
Nosotros formamos parte de los pensadores linguísticos.
Nosotros estabelece um relacionamento com pessoas que não necessa-
riamente estejam presentes no texto: alunos, professores, pesquisadores, etc.
Referência endofórica
Ocorre quando a relação é estabelecida com uma referência presente no mesmo 
texto. A referência endofórica pode ter caráter anafórico (retoma algo que já 
foi explicitado no contexto) ou catafórico (faz referência a algo que ainda será 
explicitado contextualmente).
7Sintaxe e semântica
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Referência endofórica anafórica
Ocorre quando uma referência retrospectiva é estabelecida no texto, isto é, 
quando um termo faz alusão a outro mencionado anteriormente:
Nos hizo una oferta excelente. En esta, describe 
con precisión todas las ventajas de la alianza.
O pronome esta refere-se a um grupo nominal que está presente no mesmo 
texto: una oferta excelente. 
El alumno que estudia aprueba.
O pronome relativo que faz uma referência anafórica, pois refere-se a el 
alumno.
Referência endofórica catafórica
Ocorre quando uma referência prospectiva é estabelecida em um texto, ou 
seja, quando o signifi cado de um termo depende de outro que aparece depois:
¿Quién vino a la fiesta?
Os pronomes interrogativos, em espanhol, fazem uma referência a algo que 
ainda será dito, ou seja, referem-se a uma resposta que está por vir. 
Substituição 
A substituição de um elemento lexical por outro (ou por uma expressão) é um 
mecanismo que indica que uma relação semântica entre o termo substituído e 
o substituto foi estabelecida no texto. Ela procura evitar a repetição do mesmo 
elemento e consiste na substituição de termos linguísticos (palavras ou frases) 
por estruturas paralelas. A substituição é uma relação de tipo anafórico e 
pode ser feita de duas maneiras: substituição sinônima ou substituição por 
meio de proformas. A primeira ocorre com a troca de um elemento por outro 
de mesmo signifi cado; a segunda ocorre quando uma palavra ou sentença é 
substituída por um elemento linguístico cuja função serve como substituto 
Sintaxe e semântica8
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desse elemento lexical. É nesse mecanismo de coesão que o referente e o 
substituto são referenciais. Veja alguns exemplos:
a. Las transformaciones del cuerpo son paulatinas, pero ocurren 
con el tiempo. Estas modificaciones son las más frecuentes 
visibles a los ojos de la sociedad. (Aqui temos “modificaciones” 
como sinônimo de “transformaciones”)
b. Estuve en una reunión con los padres de los alumnos. En 
realidad, ellos son muy equilibrados. (proforma pronominal)
c. Cerca de la mesa hay unas manzanas. ¿Puedes traerme las 
maduras? (proforma adjetival)
d. Juan compró un coche nuevo y Miguel también. 
(proforma adverbial)
e. Ana huyó de la escuela. Sus compañeros de clase hicieron 
lo mismo. (proforma verbal)
De acordo com Halliday e Hasan (1976), a substituição consiste na colo-
cação de um item no lugar de outro elemento do texto, ou até mesmo de uma 
oração inteira. A principal diferença entre a substituição e a referência é que, 
na segunda, há total identidade referencial entre o item de referência e o item 
pressuposto, enquanto na primeira ocorre sempre uma definição. Em suma, 
a substituição é usada quando a referência não é idêntica ou quando há pelo 
menos uma nova especificação a ser acrescentada.
Elipse
Essa forma de coesão consiste em suprimir a informação entendida; portanto, 
o leitor pode inferi-la sem qualquer inconveniente. Podemos dizer que a elipse 
é uma maneira de substituir um referente por um elemento zero (Ø). Ela serve 
como um mecanismo de economia e estilo, e consiste na elisão de uma parte 
da mensagem que pode ser facilmente entendida. Veja o seguinte exemplo:
− Su padre ha salido?
‒ Sí.
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Conectores
Os conectores servem para estabelecer relações lógicas entre as sentenças de 
um texto, ou seja, eles estabelecem as relações semânticas entre proposições 
por meio de conjunções e marcadores discursivos. Dessa forma, eles expressam 
certos signifi cados e pressupõem a existência de outros elementos.
Normalmente, os conectores são definidos como um conjunto de indicado-
res que permitem ao leitor organizar a relação entre as sentenças. Com eles, 
é possível perceber se as proposições mantêm uma relação de oposição ou de 
adição, por exemplo. Veja as sentenças a seguir:
a. El césped está mojado porque ha llovido. (ideia 
de explicação com a conjunção porque)
b. No tengo perros ni gatos. Sólo una tortuga y 
un papagayo. (ideia de soma com a conjunção 
de soma negativa com ni e soma com y)
c. Estudié para la prueba, pero reprobé. (ideia de oposição 
com a conjunção pero, a qual significa mas em português)
Coesão lexical
Em todo texto escrito, deve haver um equilíbrio entre informações novas e 
informações conhecidas, bem como entre os processos de expansão, redução 
ou integração dessas informações. A coesão lexical é um mecanismo coesivo 
pelo qual as palavras são vinculadas a um texto. Ela é obtida por meio de dois 
mecanismos: a reiteração e a colocação. 
Reiteração
A reiteração se faz pela repetição do mesmo item lexical ou por sinônimos e 
hiperônimos (nomes genéricos). 
a) Repetição: subdivide-se em repetição simples e repetição complexa.
 ■ Repetição simples: representa a reiteração da mesma unidade lexical. 
Por exemplo: 
Se denomina caloría a la unidad de energía proveniente de 
los alimentos. El azúcar y la grasa son ricos en calorías. 
Sintaxe e semântica10
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 ■ Repetição complexa: representa a reiteração da unidade lexical com 
uma mudança na classe gramatical. Os casos mais frequentes ocorrem 
em verbos e substantivos. Por exemplo:
A Federico le encanta pintar; es un astro de la pintura.
b) Sinonímia: é relação de similaridade entre duas ou mais palavras. Não 
há sinônimo perfeito, apenas aproximado. Por exemplo: 
Mi vecino es iletrado, o sea, él no sabe leer ni escribir: 
es analfabeto.
c) Hiperônimo: termo geral usado para se referir à realidade nomeada 
por um termo mais específico (hipônimo). Por exemplo: 
Mi madre estaba de cumpleaños y a ella le encantan las 
flores (hiperónimo). Yo le regalé rosas blancas (hipônimo).
Colocação
A colocação consiste no uso de termos pertencentes a um mesmo campo 
semântico. Por exemplo: 
Hubo un accidente en la carretera. Muchas ambulancias 
llevaron a los heridos a los hospitalesmás cercanos.
O texto não é composto por uma simples soma de frases. A linguística textual, segundo 
Koch (2010), estuda particularmente o texto, pois o considera “[...] a unidade básica de 
manifestação da linguagem”.
 O estudo da coesão textual, de acordo com Koch (2010), surgiu na Europa, na década 
de 1960, quando se buscava descrever as relações entre a sintaxe e a semântica ocorridas 
nos enunciados. A relação do estruturalismo e do gerativismo com a linguística, na década 
de 1970, estimulou o interesse pela “gramática textual”: compreendeu-se que o texto 
representava uma unidade linguística composta por propriedades textuais específicas. 
Contudo, somente a partir dos anos 1980, segundo a autora, as teorias do texto ganharam 
espaço, e começaram a surgir diversas vertentes. A autora descreveu as visões teóricas 
dos seguintes linguistas: Beaugrande e Dressler, Weinrich, Van Dijk, Petöfi e Schmidt.
Resumidamente, de acordo com Koch (2010), as ideias de cada um são as seguintes:
  Beaugrande e Dressler: apontam como critérios de textualidade a coesão e a 
coerência centrados no texto, bem como a intertextualidade, a situacionalidade 
e a aceitabilidade centradas nos usuários. Esses autores se aproximam da linha da 
análise do discurso.
11Sintaxe e semântica
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Os papéis temáticos e a sua relação com a sintaxe
As funções sintáticas são tradicionalmente estabelecidas a partir da distinção 
básica entre um sujeito e um predicado. No entanto, elas não são defi nidas apenas 
por suas características formais, mas também pelas interpretações compatíveis 
com o verbo de que dependem. Os verbos, quando necessário, selecionam um 
conjunto de argumentos, que formam a sua estrutura argumental. Cada um 
desses argumentos está relacionado, de modo particular, ao predicado — essa 
relação é o que chamamos de função semântica ou papel temático.
De acordo com Cançado (2005, p. 112-113), papéis temáticos são relações 
semânticas estabelecidas entre o verbo e os seus complementos, ou seja, é a 
função que o verbo designa aos elementos com os quais interage na sentença. 
Partindo dessa definição, a autora estabelece vários tipos de papéis temáticos 
(CANÇADO, 2005):
  agente: o desencadeador de alguma ação, capaz de agir com controle;
  causa: o desencadeador de alguma ação, sem controle;
  instrumento: o meio pelo qual a ação é desencadeada;
  paciente: a entidade que sofre o efeito de alguma ação, havendo mu-
dança de estado;
  tema: a entidade deslocada por alguma ação;
  experienciador: ser animado que mudou ou está em determinado 
estado mental, perceptual ou psicológico;
  beneficiário: a entidade que é beneficiada pela ação descrita;
  Weinrich: para este autor, o texto é uma sequência linear de lexemas e morfemas 
que se condicionam reciprocamente e que, também de modo recíproco, constituem 
o contexto. Para ele, toda a linguística é, necessariamente, linguística do texto.
  Van Dijk: no início, dedicou-se às superestruturas narrativas; porém, mais tarde, 
passou a examinar os noticiários jornalísticos. Com isso, desde 1985 atua na perspec-
tiva de análise crítica do discurso, em que aborda que nenhuma palavra é ingênua. 
  Petöfi: a princípio se empenhou na construção de uma teoria semiótica de textos 
verbais, visando ao relacionamento entre a estrutura de um texto e a interpreta-
ção extensional do mundo que é textualizado nesse texto — implicando, assim, 
elementos externos e internos ao texto. Isso estimulou grande parte dos estudos 
em relação à produção e à compreensão textual.
  Schmidt: para este autor, o texto é qualquer expressão de um conjunto linguístico 
num ato de comunicação. Segundo ele, a textualidade é o modo de toda e qualquer 
comunicação transmitida por sinais, inclusive os linguísticos.
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  objetivo: a entidade à qual se faz referência, sem que esta desencadeie 
algo, isto é, seja afetada por algo;
  locativo: o lugar em que algo está situado ou acontece;
  alvo: a entidade para onde algo se move, tanto no sentido literal, como 
no sentido metafórico; 
  fonte: a entidade de onde algo se move, tanto no sentido literal, como 
no sentido metafórico. 
Predicados e argumentos
Semanticamente, cada oração contém um verbo, que pode ter zero, um ou 
mais argumentos. Os argumentos são, em geral, expressões referenciais que 
permitem identifi car entidades do mundo extralinguístico. Os verbos são 
itens predicadores, já que, quando necessário, selecionam argumentos para 
terem o seu sentido completo. As noções de predicado e de argumento se 
originaram na lógica de predicados, na qual, de acordo com Frege (1978), um 
item predicador que não tem o seu sentido completo pede certo número de 
argumentos para completá-lo. Portanto, a estrutura argumental de um verbo 
deve conter a representação do signifi cado do verbo, associada à realização 
de seus argumentos (LEVIN, 1993).
O predicado determina quantos e quais argumentos são necessários. O 
grau de um predicado é o número de argumentos selecionados:
  Alguns predicados não requerem nenhum argumento: 
Amanece temprano.
Está frío. 
Es invierno.
  Outros admitem um único argumento: 
Trabajar: Marco trabaja mucho.
Morir: Mi vecino murió.
Llegar: Las mujeres llegaron.
  Há predicados que são construídos com dois argumentos: 
Borrar: La profesora borró algo em una hoja.
Recordar: Ana recordó sus tareas.
Temer: Las personas temen la muerte.
  Por fim, alguns predicados requerem três argumentos: 
Dar: Mi padre dio un regalo a su madre.
Decir: La presidenta dice la verdad al pueblo.
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Ordenar: El padre ordenó que sus hijos 
hicieran las tareas de la escuela.
Os predicados semânticos têm uma estrutura argumental formada pelos 
argumentos que eles selecionam. Cada argumento, por sua vez, é caracterizado 
por determinado papel temático. Compare as seguintes frases:
a. Carlitos rompió la ventana con la piedra.
b. La piedra rompió la ventana.
c. La ventana se rompió.
d. Carlitos teme mi reprimenda.
O papel temático é uma unidade semântica que indica a participação do 
argumento no estado de coisas descrito. Em (a), Carlitos é o agente; em (d), 
por outro lado, ele é o experienciador de um estado emocional. Em (a), há 
também um paciente afetado pela ação (la ventana) e o instrumento (la piedra). 
Ao contrário de (a), nas frases seguintes, o sujeito é o instrumento (b) ou o 
paciente (c). Como podemos ver, não há correspondência entre os trabalhos 
temáticos e as funções sintáticas. Na função sujeito, reconhecemos um agente 
em (a), um instrumento em (b), um paciente em (c) e um experienciador em 
(d). Em contraste, a função do objeto direto é mais restrita: encontramos um 
paciente afetado em (a) e (b). Há um ponto convergente entre a sintaxe e a 
semântica: nunca um agente pode ser um objeto direto.
O predicado é como o diretor de um filme: determina quantos participantes 
são necessários e atribui a cada um determinado papel. Assim, a informação 
sobre quais elementos são obrigatórios para formar uma sentença depende da 
estrutura do enredo. Como se percebe, a relação entre o léxico e a gramática 
é muito íntima: em última instância, a oração é uma projeção do predicado 
semântico — geralmente do verbo.
Sujeito
Você já viu neste capítulo a defi nição de sujeito segundo o dicionário da RAE 
(REAL ACADEMIA ESPAÑOLA, c2018, documento on-line): trata-se de 
uma função sintática que é realizada por uma frase nominal e que concorda 
com o verbo em número e pessoa. Inclusive, a Academia disponibiliza, no 
seu site ofi cial, um dicionário com termos linguísticos, o qual defi ne sujeito, 
sujeito agente e sujeito paciente.
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Sujeito 1. Função sintática exercida pela palavra ou grupo de palavras de 
cujo referente algo é opredicado. Ele concorda com o verbo do predicado em 
número e pessoa. 2. Sujeito agente. Sujeito que designa a entidade que executa 
a ação denotada pelo verbo. 3. Sujeito paciente. Sujeito que designa a entidade 
que recebe ou sofre a ação do verbo de seu predicado (REAL ACADEMIA 
ESPAÑOLA, c2018, documento on-line).
Ao analisar o termo sujeto (sujeito) nessa definição, percebe-se que o 
sujeito de uma oração não representa necessariamente uma entidade que faz 
algo. A sua função é sintática dentro da oração, na qual ele pode ser tanto o 
agente — aquele que pratica a ação — quanto o paciente — aquele que sofre 
a ação. Há situações em que o sujeito pode ser agente, mas isso não é uma 
regra, como você pode analisar nas seguintes orações:
a. A Carlitos lo vi ayer en el cine.
b. A Carlitos le encantan chocolates suizos.
Como você percebeu, a Carlitos de (a) representa um objeto direto, en-
quanto a Carlitos de (b) representa um objeto indireto. Enquanto o sujeito da 
oração (a) está oculto (seria yo da oração [yo] lo vi), o sujeito da oração (b) 
seria chocolates suizos. 
Portanto, cabe afirmar que não existe uma análise sintática (ASi) que 
sempre corresponda a determinada análise semântica (ASii). O sintagma 
nominal Juan, nos exemplos a seguir, pode assumir diversos papéis. Veja:
Sujeito (ASi) e agente (ASii): Juan tiró agua.
Sujeito (ASi) e paciente (ASii): Juan sufrió un accidente.
Complemento agente (ASi) e agente (ASii): La piedra fue 
tirada por Juan.
Complemento indireto (ASi) e beneficiário (ASii): Desearon 
buena suerte a Juan.
O mesmo ocorre com o sintagma nominal cuchillo (faca) nas orações a 
seguir: em ambas, ese cuchillo assume o papel temático instrumento, mas 
com funções sintáticas distintas:
Complemento circunstancial (ASi) e instrumento (ASii): 
Corté el jamón con el cutillo.
Sujeito (ASi) e instrumento (ASii): Ese cuchillo corta bien la carne.
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A atribuição dos papéis temáticos de acordo com o seu conteúdo semântico 
sucede no momento em que acontece a inserção lexical, que ocorre em função 
do princípio da projeção, o qual supõe que as dependências sintáticas não 
são apenas uma projeção das dependências lexicais. De fato, as estruturas 
temáticas podem derivar das regras sintáticas, mas sempre carregarão um 
significado. Portanto, é inviável separar, dentro de uma análise linguística, a 
sintaxe da semântica.
1. Em um texto escrito, deve haver 
um equilíbrio entre informações 
novas e informações conhecidas. 
Entre os mecanismos de coesão 
lexical, há o chamado de 
hiperônimo. Das alternativas 
abaixo, a única que possui um 
exemplo de hiperônimo é:
a) La profesora viajó semana 
pasada. Ella no volverá este año.
b) El avión iba volar, pero hizo 
un ruido ensordecedor.
c) Los animales domésticos sufren 
con el abandono de sus dueños. 
Los perros son muy dependientes.
d) ¿José va a viajar con nosotros? Sí.
e) El libro que compré es bueno.
2. Os papéis temáticos, segundo 
Cançado (2005), são relações 
semânticas estabelecidas entre o 
verbo e os seus complementos. 
A partir dessa definição, em qual 
das alternativas abaixo temos um 
papel temático agente simultâneo 
a um papel sintático sujeito:
a) Carlos sufrió una queda.
b) A Carlos le duelen las piernas.
c) La casa fue limpia por Carlos.
d) Dijeron buena suerte a Carlos.
e) Carlos arrancó lindos pimpollos.
3. De acordo com Koch (2010), 
somente nos anos 1980 as teorias 
do texto ganharam espaço, 
com o surgimento de diversas 
vertentes. Em relação às diferentes 
manifestações apresentadas neste 
capítulo, qual autor assumiu que 
o texto é uma sequência linear 
de lexemas e morfemas que se 
condicionam reciprocamente 
para constituir o contexto?
a) Saussure, pois, para o 
teórico, a textualidade está 
diretamente ligada à relação 
dos signos linguísticos.
b) Weinrich, pois, para ele, toda 
linguística é necessariamente 
uma linguística do texto. 
c) Schmidt, pois, para esse autor, 
o texto é qualquer expressão 
de um conjunto linguístico 
num ato de comunicação. 
d) Van Dijk, que aborda que 
nenhuma palavra é ingênua. 
e) Petöfi, pois este entende 
que a relação entre a 
estrutura de um texto e a sua 
interpretação em relação a 
conhecimentos extralinguísticos 
é o que forma um texto.
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4. Sobre a coesão textual, é 
incorreto afirmar que:
a) seu propósito é assegurar 
a progressão temática, 
com o objetivo de unir as 
diferentes orações que 
compõem um discurso.
b) é obtida quando todos 
os seus elementos estão 
conectados uns aos outros.
c) trata-se de um conceito semântico 
que se refere às relações de sentido 
existentes no interior do texto.
d) é uma propriedade do discurso 
em que não há relações 
semânticas estabelecidas entre 
as diferentes sentenças.
e) é uma relação semântica 
entre um elemento do texto 
e outro elemento essencial 
para a sua interpretação.
5. Segundo Perini (2006, p. 77), “[...] 
sempre que for possível descrever um 
traço de forma em termos de traços 
de significado a ele associados, essa 
descrição deve ser preferida a uma 
descrição que considere a forma 
independente do significado”. Isso 
representa afirmar que o significado:
a) intervém em nossas análises, 
pois sem ele não poderíamos 
reconhecer, por exemplo, 
as sentenças ambíguas.
b) deve ser o ponto de partida ou 
o procedimento para analisar 
uma construção sintática.
c) é o objeto de estudo 
da pragmática.
d) sempre carrega um valor 
semântico de acarretamento, 
o qual é fundamental para as 
análises de papéis temáticos.
e) é a base fundamental 
para análises sintáticas.
BEAUGRANDE, R.; DRESSLER, W. U. Introducción a la lingüística del texto. Barcelona: 
Ariel, 1997.
CANÇADO, M. Manual de semântica: noções básicas e exercícios. Belo Horizonte: 
UFMG, 2005.
CANÇADO, M.; GODOY, L.; AMARAL, L. Catálogo de verbos do português brasileiro: 
classificação verbal segundo a decomposição de predicados. Belo Horizonte: UFMG, 
2013. v. 1.
DI TULLIO, Á.; MALCUORI, M. Gramática del español para maestros y profesores del 
Uruguay. Montevideo: ANEP, 2012.
FREGE, G. Sobre o sentido e a referência. In: FREGE, G. Lógica e filosofia da linguagem. 
São Paulo: Cultrix, 1978. p. 58-86.
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HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Cohesion in English. Londres: Longman, 1976.
KOCH, I. G. V. A coesão textual. 22. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
LEVIN, B. English verb classes and alternations: a preliminary investigation. Chicago: 
University of Chicago, 1993. 
PERINI, M. A. Princípios de linguística descritiva: introdução ao pensamento gramatical. 
São Paulo: Parábola, 2006.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Nueva gramática de la lengua española: manual. Madrid: 
Espasa, 2010.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Términos lingüísticos. Madrid: Espasa, c2018. Disponível 
em: <http://www.rae.es/diccionario-panhispanico-de-dudas/terminos-linguisticos>. 
Acesso em: 13 jun. 2018.
SANTOS, M. L. M.; TRINDADE, M. M. Semântica I. João Pessoa: UFPB, c2011. Disponível 
em: <http://biblioteca.virtual.ufpb.br/files/semantica_1360182019.pdf>. Acesso em: 
13 jun. 2018.
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EXERCÍCIOS
1) Em um texto escrito, deve haver um equilíbrio entre novas informações e 
informações conhecidas. Entre os mecanismos de coesão lexical, há o mecanismo 
chamado de hiperônimo. Das alternativas abaixo,assinale a que possui um exemplo 
de hiperônimo.
A) La profesora viajó semana pasada. Ella no volverá este año.
B) El avión iba volar, pero hizo un ruido ensordecedor.
C) Los animales domésticos sufren con el abandono de sus dueños. Los perros son muy 
dependientes.
D) ¿José va a viajar con nosotros? Sí. 
E) El libro que compré es bueno.
Os papéis temáticos, segundo Cançado (2005), são relações semânticas estabelecidas 
entre o verbo e seus complementos. A partir dessa definição, em qual das alternativas 
abaixo temos um papel temático agente simultaneamente a um papel sintático 
2) 
sujeito?
A) Carlos sufrió una queda.
B) A Carlos le duelen las piernas.
C) La casa fue limpia por Carlos.
D) Dijeron buena suerte a Carlos. 
E) Carlos arrancó lindos pimpollos.
3) De acordo com Kock (2013), somente nos anos 1980 as teorias do texto ganharam 
espaço, com o surgimento de diversas vertentes. Em relação às diferentes 
manifestações apresentadas neste capítulo, qual autor assumiu que o texto é uma 
sequência linear de lexemas e morfemas que se condicionam reciprocamente para 
constituir o contexto?
A) Saussure, pois, para o teórico, a textualidade está diretamente ligada à relação dos signos 
linguísticos. 
B) Weinrich, pois, para ele, toda a linguística é, necessariamente, uma linguística do texto.
C) Schmidt, pois, para este autor, o texto é qualquer expressão de um conjunto linguístico 
num ato de comunicação.
D) Van Dijk, que aborda que nenhuma palavra é ingênua. 
E) Petöfi, pois o autor entendia que a relação entre a estrutura de um texto e a sua 
interpretação em relação a conhecimentos extralinguísticos era o que formava um texto.
4) Sobre a coesão textual, é correto afirmar que: 
A) seu propósito é assegurar a progressão temática, com o objetivo de unir as diferentes 
orações que compõem um discurso.
B) é obtida quando os substantivos estão conectados somente aos adjetivos dentro da 
dinâmica coesiva textual.
C) trata-se de um conceito sintático que se refere às relações de sentido existentes no exterior 
do texto.
D) é uma propriedade do discurso em que não há relações semânticas estabelecidas entre as 
diferentes sentenças. 
E) é uma relação morfossintática entre um elemento do texto e outro elemento essencial para 
a sua interpretação.
5) Segundo Perini (2006, p. 77), “sempre que for possível descrever um traço de forma 
em termos de traços de significado a ele associados, essa descrição deve ser preferida 
a uma descrição que considere a forma independente do significado”. Isso representa 
afirmar que o significado
A) intervém em nossas análises, pois sem ele não poderíamos reconhecer, por exemplo, as 
sentenças ambíguas. 
B) deve ser o ponto de partida ou o procedimento para analisar uma construção sintática. 
C) é o objeto de estudo da pragmática. 
D) sempre carrega um valor semântico de acarretamento, o qual é fundamental para as 
análises de papéis temáticos. 
E) é a base fundamental para análises sintáticas.
NA PRÁTICA
Saber a teoria da gramática em relação às conjunções, mas não colocá-la em prática invalida o 
seu conhecimento. Portanto, cabe aos professores e estudiosos da língua espanhola colocar o 
conhecimento em prática e levá-lo aos alunos. 
Veja abaixo o uso de conjunciones adversativas, concesivas y causales.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
La semántica y la pragmática en español
Confira no vídeo mais detalhes sobre a semântica e a pragmática da língua espanhola.
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Coherencia y cohesión textual
Veja no vídeo as propriedades textuais e como melhorar a coerência e a coesão.
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Papéis temáticos
Confira a definição e exemplos de papéis temáticos.
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