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Vias eferentes - Neuroanatomia

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NEUROANATOMIA 
1 
 
Vias eferentes 
 As vias eferentes são aquelas que levam os 
comandos dos centros suprassegmentares para os 
órgãos efetuadores. Podem ser divididas em vias 
eferentes somáticas (controlam a musculatura 
estriada esquelética) e vias eferentes viscerais 
(controlam vísceras e vasos, sendo formado pelo 
sistema nervoso autônomo [SNA]). Neste resumo, 
daremos enfoque às vias eferentes somáticas, que 
fazem a ativação da musculatura esquelética. 
 
VIAS EFERENTES SOMÁTICAS 
 Essas vias são as que fazem a contração muscular 
por meio dos impulsos nervosos que saem do tronco 
encefálico ou da medula espinhal. Esses impulsos 
podem ser agrupados de acordo com o seu local de 
início e término, formando dois tratos principais: 
• Tratos corticoespinhais: saem do córtex cerebral e 
enviam projeções aos neurônios motores da 
medula 
• Tratos corticonucleares: saem do córtex cerebral e 
se conectam aos núcleos situados no tronco 
encefálico, modulando a sua atuação sobre 
determinados músculos. 
 
Tratos corticoespinhais 
 Os tratos corticoespinhais são formados por 4 
áreas do córtex cerebral: 
• 1/3 das fibras: Área 4 de Broadmann ou área 
motora primária 
• 1/3 das fibras: área 6 ou áreas pré-motora e 
motora suplementar 
• 1/3 das vibras: córtex somatossensorial → 
contribui para a regulação do fluxo de informação 
sensorial na coluna posterior. 
 
 Então, essas fibras seguem o seguinte trajeto: 
córtex cerebral (áreas já descritas) → coroa radiada → 
perna posterior da cápsula interna → base do 
pedúnculo cerebral → base da ponte → pirâmide 
bulbar. Nas pirâmides, ocorre a decussação da 
pirâmides, onde cerca de 75 a 90% das fibras do trato 
corticoespinhal decussa para o lado oposto do 
bulbo, constituindo o trato corticoespinhal lateral 
(ocupam o funículo lateral da medula); o restante das 
fibras que não decussaram (25 a 10% das fibras) 
seguem seu trajeto na medula, formando o trato 
corticoespinhal anterior (ocupam o funículo anterior 
da medula). 
 
 O trato corticoespinhal lateral, após a sua 
decussação, segue pelo funículo lateral da medula 
até atingir os seus neurônios motores no corno 
anterior da medula. Já o trato corticoespinhal 
anterior segue pelo funículo anterior e cruza a 
comissura branca, fazendo relação com o neurônio 
motor contralateral. 
 Geralmente, o trato corticoespinhal lateral faz 
conexões diretas com os neurônios motores 
medulares, mas também podem existir conexões 
com interneurônio em algumas situações. Além 
disso, a maioria de suas fibras termina em relação 
com neurônios motores que controlam a musculatura 
distal dos membros e é o principal feixe de fibras 
responsáveis pela motricidade voluntária no homem, 
e pertence ao sistema lateral da medula. 
 Vale ressaltar, todavia, que existem ouros tratos 
que também influenciam sobre a musculatura, como 
o trato rubroespinhal (musculatura distal dos 
membros) e o trato reticuloespinhal (age sobre a 
musculatura axial e proximal). Dessa forma, por 
exemplo, em uma lesão do trato corticoespinhal, a 
pessoa não vai perder o movimento completo da sua 
musculatura, mas sim ela fica incapaz de realizar 
movimentos independentes de grupos musculares 
isolados (perda da capacidade de fracionamento), 
que é a principal característica da musculatura 
voluntária. 
 
OBS! Convém lembrar que nem todas as fibras do 
trato corticoespinhal são motoras. Um número 
significativo delas, originadas na área somestésica do 
NEUROANATOMIA 
2 
 
córtex, termina na coluna posterior e estão 
envolvidas no controle dos impulsos sensitivos. 
 
 
OBS! Vale ressaltar que uma parte (3-7%) das fibras 
corticoespinhais que descem ipsilateralmente após o 
bulbo desviam do trato corticoespinhal ventral e 
descem pelo funículo lateral, fazendo conexões nas 
regiões laterais do corno anterior e, então, formando 
parte da Via corticoespinhal lateral do OUTRO 
hemisfério do córtex cerebral → ver imagem anterior. 
 
Trato corticonuclear 
 O trato corticonuclear é formado principalmente 
pela parte inferior da área 4 (ou motora primária, que 
é a região correspondente à representação cortical 
da cabeça). Essas fibras têm o seguinte trajeto: córtex 
cerebral → joelho da capsula interna → tronco 
encefálico. À medida que esse trato desce pelo 
tronco encefálico vão se destacando feixes de fibras 
que terminam no neurônios motores dos núcleos da 
coluna eferente somática (núcleos do III, IV, VI e XII) e 
eferente visceral especial (núcleo ambíguo, IX e X) e 
(núcleos motores do V e do VII). 
 
OBS! Assim como o trato corticoespinhal, o 
corticonuclear, com também tem fibras 
somatossensoriais, apresenta fibras que terminam 
em núcleos sensitivos do tronco encefálico (grácil, 
cuneiforme, núcleos sensitivos do trigêmeo e núcleo 
do trato solitário), relacionando-se com o controle 
dos impulsos sensoriais. 
 Diferentemente do trato corticoespinhal, o 
corticonuclear apresenta um grande número de 
fibras homolaterais (que se projetam para os dois 
lados do tronco encefálico). Assim, a maioria dos 
músculos da cabeça está representada no córtex 
motor dos dois lados. Essa representação bilateral é 
mais acentuada nos grupos musculares que não 
podem ser contraídos voluntariamente de um lado 
só, como os músculos da laringe e faringe, os 
músculos da parte superior da face (orbicular, frontal 
e corrugador do supercílio), os músculos que fecham 
a mandíbula (masseter, temporal e pterigoídeo 
medial) e os músculos motores do olho. Por esse 
motivo, quando ocorre a lesão de apenas um lado do 
trato corticonuclear (como por exemplo em um AVC), 
tais músculos não sofrem paralisia. Alguns músculos 
que são exceção à essa regra são os da metade 
inferior da face e os da língua. 
 As principais vias formadas no trato 
corticonuclear são o trato rubroespinhal, 
tetoespinhal, vestibuloespinhal e reticuloespinhal. 
 
 Trato rubroespinhal 
 É um trato bem desenvolvido nos animais e, 
junto com o trato corticoespinhal lateral, controla a 
motricidade voluntária dos músculos distais dos 
membros. Origina-se no núcleo rubro do 
mesencéfalo, decussa e reúne-se ao trato 
corticoespinhal no funículo lateral da medula. A 
principal aferência para o núcleo rubro é também a 
área motora primária (via córtico-rubroespinhal). 
 
 Trato tetoespinhal 
 Origina-se no colículo superior, que recebe fibras 
da retina e do córtex visual. O trato tetoespinhal situa-
se no funículo anterior dos segmentos mais altos da 
medula cervical, onde estão os neurônios motores 
responsáveis pelo movimento da cabeça, e pertence 
ao sistema anteromedial da medula. Está envolvido 
em reflexos visuomotores, em que o corpo se orienta 
a partir de estímulos visuais. 
 
 Tratos vestibuloespinhais 
 Originam-se nos núcleos vestibulares do bulbo e 
levam aos neurônios motores os impulsos nervosos 
necessários à manutenção do equilíbrio a partir de 
informações que chegam a esses núcleos, vindas da 
parte vestibular do ouvido interno e do 
NEUROANATOMIA 
3 
 
vestibulocerebelo. São dois tratos vestibuloespinhais 
existentes, o medial e o lateral: 
• Trato vestibuloespinhal lateral: controlam a 
musculatura axial e extensora dos membros para 
manter o equilíbrio e postura na marcha. 
• Trato vestibuloespinhal medial: controlam os 
movimento oculares e coordenam os movimentos 
da cabeça e dos olhos 
 
 Tratos reticuloespinhais 
 Os tratos reticuloespinhais promovem a ligação 
de várias áreas da formação reticular com os 
neurônios motores da medula. Existem dois tratos 
reticuloespinhais: o pontino e o bulbar. 
• Trato reticuloespinhal pontino: aumenta os 
reflexos antigravitacionais da medula, facilitando 
os extensores e a manutenção da postura ereta. 
Atua mantendo o comprimento e a tensão 
muscular 
• Trato reticuloespinhal bulbar: tem o efeito oposto, 
liberando os músculos antigravitacionais do 
controle reflexo. 
 Esses tratos reticuloespinhais controlam os 
movimentos tanto voluntários como automáticos, a 
cargo dos músculos axiais e proximais dos membros.Recebem aferências da área pré-motora que 
determinam o grau adequado de contração desses 
músculos, de modo a colocar o corpo em um postura 
básica. 
 Sabe-se que o controle do tônus e da postura se 
dá em grande parte no nível medular, através de 
reflexos miotáticos, os quais, entretanto, são 
modulados por influências supramedulares trazidas 
pelos tratos reticuloespinhais e vestíbulo-espinhal, 
agindo sobre os neurônios alfa e gama. Quando há 
desequilíbrio entre as influências inibidoras ou 
facilitadoras trazidas por esses tratos, pode-se ter 
quadros em que há hipertonia em determinados 
grupos musculares, como na chamada rigidez de 
descerebração, ou nas hipertonias que se seguem 
aos acidentes vasculares cerebrais (espasticidade).

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